Comunica pet agosto

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Boletim do Grupo PET Rádio e TV e do Departamento de Comunicação Social da FAAC | Agosto de 2013 | nº 11

Animação no Brasil Uma história de amor e esquecimento

ISSN 2238-6556


Comunica PET - Agosto 2013

Comunica PET - Agosto 2013

Anima Mundi

Samba no pé e cultura na tela

Luz, Anima, Ação: a animação brasileira em pauta

Você conseguiria escolher a sua animação brasileira favorita? Listamos algumas produções que marcaram a história da animação do Brasil para você ficar sabendo um pouco mais da contribuição do país para esse gênero. Por Pepita Martns Em janeiro de 1917 estreava no cinema Pathé, no Rio de Janeiro, o curta “O Kaiser” do cartunista Álvaro Marins, que segundo estudiosos, viria a marcar o ínicio da animação brasileira. A charge retratava um Kaiser que se sentava a frente de um globo e colocava um capacete, representando seu controle sobre o mundo. O globo então crescia e acabava engolindo a personagem. Esta foi a forma que Seth encontrou para satirizar o imperador alemão Guilherme II, figura conhecida da Primeira Guerra Mundial.

Sinfonia Amazônica, lançado em 1953, é o primeiro longa metragem de animação brasileiro. Anélio Lattini Filho fez cerca de 500.00 desenhos e desenvolveu suas próprias técnicas de animação para montar o filme, que faz uma colagem de lendas da região norte. Entre elas estão a lenda da Iara, do Arco-Íris e da formação do Rio Amazonas. Todas essas histórias se ligam através de Curumi, um indiozinho que é acompanhado por um boto durante toda a aventura. A produção também conta com uma espécie de making off que expõe o trabalho de Anélio Lattini durante o desenvolvimento da obra. Por Wanessa Medeiros Aqui vai uma surpresa: ao pesquisar histórias, criadores e animações para escrever o Comunica desse mês, encontro um filme inteirinho que narra a história da animação brasileira. O longa estreou em um dos maiores eventos mundiais da categoria, a 21ª edição do Festival Internacional de Animação do Brasil, o Anima Mundi 2013. O evento ocorreu entre os dias 2 e 11 de agosto, contando com palestras, workshops, oficinas de animação e mais de 500 obras cinematográficas nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. A mostra ainda contou com curtas e longas de animação dos mais variados perfis, gráficos, cores e sons, vindos de todos os cantos do mundo.

Em meio a essa grande exposição de animação - não só brasileira, mas mundial - ‘Luz, Anima, Ação’, dirigido por Eduardo Calvet, foi um dos vídeos que mais fez sucesso na exposição e que conseguiu resumir a essência do Anima Mundi. De maneira irreverente, “Luz, Anima, Ação” é um longa que conta a história das primeiras animações realizadas no Brasil, reconstruindo uma dessas histórias com a ajuda criativa de animadores contemporâneos. Considerado o marco zero da animação brasileira, “O Kaiser”, filme do caricaturista fluminense Álvaro Marins e que foi exibido em janeiro de 1917 no Rio de Janeiro, é a animação reconstruída no longa. “O Kaiser” consiste de uma charge animada, mostrando

o imperador Guilherme II, que coloca sobre a cabeça um capacete que representava o controle sobre o mundo. Em seguida, um globo terrestre cresce e engole o próprio líder alemão. A genialidade de Calvet usou imagens que restaram nos jornais da época e com mais oito animadores recriaram uma sequência do filme completamente reestruturada e criativa, sem deixar de perder a essência, os valores e particularidades da história da animação brasileira. Ficou curioso? Não se preocupe. O longa deve ser lançado comercialmente no começo do ano que vem.

Pinconzé foi o primeiro longa de animação brasileiro em cores. Lançado em 1973, o diretor Ypê Nakashima demorou seis anos para produzí-lo. A história gira em torno de Piconzé, um menino que tenta salvar a melhor amiga Maria Esmeralda do vilão Gustavo Bigodão. O filme recebeu dois prêmios do Instituto Nacional do cinema, o de Qualidade e o troféu Coruja de Ouro. Para muitos, Piconzé também é um marco na história da animação brasileira, devido à sua maturidade profissional. Ypê Nakashima fez questão de treinar o grande time de animadores e a trilha sonora resulta do trabalho de Damiano Cozella, responsável pelas canções, e Décio Pignatari, pelas letras.

Cassiopéia foi o primeiro filme de animação 3D brasileiro. Com um orçamento de 1,5 milhões de dólares, o longa de 80 minutos foi inteiramente modelado e animado em computador. Lançado no início de 1996, o filme conta a história do planeta Atenéia, situado na constelação Cassiopéia, que é ameaçado pelo ataque de invasores. A astrônoma Lisa envia então um pedido de socorro, atendido por quatro heróis que viajam para salvar Atenéia. Ao contrário de Toy Story, lançado em 1995 e produzido a partir de moldes de argila, Cassiopéia foi produzido através de 17 computadores e uma equipe de três diretores e 11 animadores, o que o torna o primeiro longa desse gênero no mundo.

Um amor que sobrevive 600 anos e que passa por quatro períodos importantes da história do Brasil. Este é o enredo de “Uma História de Amor e Fúria”, longa metragem lançado no primeiro semestre deste ano. Selton Mello e Camila Pitanga dão voz a um herói e sua paixão, Janaía. Estes lutam em quatro períodos da história brasileira: a colonização, a escravidão, o regime militar e uma guerra pela água, situada em 2096. O longa que tem traços e linguagem característicos de histórias em quadrinhos recebeu o prêmio de melhor filme de animação no Festival de Annecy, na França. Foi o primeiro filme brasileiro a ser selecionado para participar da competição.

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Comunica PET - Agosto 2013

O Comunica Agosto trouxe mais da animação brasileira pra perto da gente. O Fora da Caixa não podia ficar de lado e também veio recheado de comentários do pessoal sobre esse cenário dentro do país:

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Aline Ramos - estudante de Jornalismo da Unesp.

Murilo Reis - estudante de Direito da PUC-Campinas.

Vitor Gomes - estudante de Rádio e TV da Unesp.

“As animações são o único gênero que consegue passar para a tela o que quer que a mente humana tenha imaginado.” Walt Disney

EXPEDIENTE: O COMUNICA PET é uma publicação do Sistema de Comunicação do PET/RTV (SICOM - PET) com o apoio do Departamento de Comunicação Social da Facudade de Arquitetura, Artes e Comunicação da Unesp. Redação: Wanessa Medeiros, Pepita Martins e Letícia de Maceno Edição: Wanessa Medeiros Projeto Gráfico: Henrique César e Rafael Rodrigues Diagramação: Rafael Rodrigues Jornalista Responsável: Angelo Sottovia Aranha Responsáveis SICOM - PET: Antônio Francisco Magnoni e Angelo Sottovia Aranha.

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