Alguns autores referem-se à família como um SISTEMA. Enquanto sistema, poder-se-ia entender um conjunto de pessoas, com objectivos comuns e individuais, e orientadas para aperfeiçoar-se (enquanto indivídualidades e enquanto grupo). Família é portanto, o nome atribuído às pessoas que normalmente residem no mesmo espaço territorial, e desfrutam da companhia umas das outras. Na perspectiva emocional poder-se-à dizer que este termo, engloba todas as pessoas que se inteiram do seu valor individual, ante situações diversificadas. As pessoas que constituem a família, vão posicionando-se emocionalmente e em relação às demais, respondendo ou não, às necessidades que se vão verificando no seu meio. Dentro da sociedade contemporânea, o termo ESTRUTURA é bastante importante aquando atentamos este tema. A estrutura corresponde ao numero de elementos de uma familia e ao papel fundamental que desempenha nesse grupo, por exemplo: – o de contribuir com maior percentagem monetária para a satisfação de necessidades diárias; – o de acompanhar os estudos dos menores; – o de equilibrar os estados de ânimo; – o de realizar as surpresas no aniversário; – o de entender as necessidades vitais ante a adversidade; – etc.. Cada elemento famíliar pode encontrar um papel fundamental na sua vida diária, a qual pode ou não chamar de rotina. A palavra rotina pressupõe a automatização de gestos; por isso, sendo uma palavra em si mesma, não tem qualquer carácter ao nível pessoal. Deste modo, estas pessoas podem entender o seu dever diário, repetido, com as consequências positivas ao nível da estrutura global da família, e da HARMONIA que resulta do seu contributo. Como encorajar então a HARMONIA FAMILIAR? - Reconhecendo os valores positivos de um elemento da familia (Mãe, Pai, filho(s)) Exemplo filho: Obrigado por me teres ensinado a ser bem educado, Pai. Exemplo mãe: Fostes um querido quando te despediste de mim com um beijinho na porta da escola. Exemplo pai: Desculpa, às vezes esqueço de como és bonita. Exemplo irmão/irmã: Obrigado por seres sincero comigo. Como solucionar a possibilidade da “DESARMONIA FAMILIAR”? - “Esquecê-la”, dialogando as causas/consequências que resultaram na desarmonia entre os elementos envolvidos (mas tendo em consideração toda a estrutura familiar) – Exemplo: Os elementos podem/devem conversar – o que causou a desarmonia – apontando os motivos (e não as pessoas) que despoletaram a situação desarmoniosa
– entendê-la – obter o feedback (o que pensam, o que sentem) de todos os elementos da família em relação à situação desarmoniosa. – solucioná-la – através do(a): 1- Reconhecimento pessoal da culpabilidade ante toda a situação desarmoniosa Exemplo pai: Sei que errei quando o meu acompanhamento foi nulo no teu percurso escolar. Neste exemplo, pode-se “supor” o carácter emocional que deste tipo de reconhecimentos pode resultar – Exemplo mãe: “...mas ele teve sempre o meu apoio mais directo” – Exemplo pai: “...então as coisas deveriam ter resultado” 2- Utilização do reconhecimento de valores positivos do(s) elemento (s) – Exemplo: “Sei que és um bom pai” 3- Minimização emocional das consequências negativas/Maximização emocional das consequências positivas, sentidas em função da desarmonia familiar – Exemplo: “ É certo que com tudo isto andamos cansados e exaltados...mas também fortalecidos.” Patrícia Santos