A Voz da Glória Ano VI Edição 7

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Boletim semanal - Ano VI - Edição 07 - 2º Domingo do Tempo Comum

Eles já não tem vinho

Enchei as talhas de água

IGREJA MATRIZ DE NOSSA SENHORA DA GLÓRIA

LARGO DO MACHADO - RIO DE JANEIRO - RJ


Pascom Nossa Senhora da Glória Pároco - Padre Geovane Ferreira da Silva Dirigente espiritual - Diácono Jorge Coordenação - Elydia Sérgio Fadul Jr

1 - Missa pela Vida Dia 19/01, quarta feira, às 14 h. 2 - Missa com orações pela Árvore Genealógica Dia 19/01, quarta feira, às 20 h.

Agentes - André Pessôa Flávia Mascarenhas Maria das Graças Luciana Gonçalves

IGREJA MATRIZ DE NOSSA SENHORA DA GLÓRIA

LARGO DO MACHADO - RIO DE JANEIRO - RJ

Capa - imagem: Transformação da água em vinho - Artista desconhecido

5- Rifa de um colchão de solteiro Ajude a nossa Igreja comprando uma rifa, disponível na lojinha ou secretaria.

3 - Missa com orações por Cura e Libertação Dia 26/01, quarta feira, às 20 h. 4 - Colonia de Férias na Catequese Informações na secretaria

Você sabia que a teoria do Big Bang foi concebida por um padre católico. Todo mundo riu dele: "Ah, católicos bobos, sempre achando que o universo teve um começo!". Além de sacerdote, ele era físico. O papa Francisco não disse nenhuma novidade quando afirmou, recentemente, que a Igreja católica aceita a evolução. Faz muitas décadas que a Igreja reconhece o fato evolutivo e o considera compatível com um Deus criador. O que a Igreja não reconhece é que todo o universo tenha surgido por obra do mero acaso e sem nenhuma finalidade. A declaração do papa Francisco, no entanto, foi divulgada como “grande novidade” por certa parcela da mídia. Você sabia que Religiosos católicos também participaram de descobertas e criações como o método científico, a genética e o sistema universitário. Mesmo assim, há que teime em acusar a Igreja de odiar a ciência, a educação intelectual e o progresso técnico e tecnológico. A transformação da água em vinho, o início da vida pública de Jesus, marcou o início dos sinais messiânicos, anunciando a Hora da glorificação de nosso Redentor. É interessante verificar que, no relato de São João Evangelista, a Virgem Santa Maria é mencionada antes de Cristo. Eis o relato do discípulo amado: “No terceiro dia, houve um casamento em Caná da Galileia, e a mãe de Jesus estava lá. Também Jesus e Seus discípulos foram convidados para o casamento”. (Jo 2, 1-2).


“Explico-me: enquanto o herdeiro é menor, em nada difere do escravo, ainda que seja senhor de tudo, mas está sob tutores e administradores, até o tempo determinado por seu pai. Assim também nós, quando menores, estávamos escravizados pelos rudimentos do mundo. Mas quando veio a plenitude dos tempos, Deus enviou Seu Filho, que nasceu de uma Mulher e submetido a uma lei, a fim de remir os que estavam sob a lei, para que recebessem sua adoção. A prova de que sois filhos é que Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai! Portanto, já não és escravo, mas filho. E, se és filho, então também herdeiro por Deus” (Gál 4, 1-7). Essa palavra é muito concreta e humana. Inicialmente, podemos achar um absurdo assemelhar uma criança ao escravo, mas é simples, porque uma criança não é capaz de fazer a separação das coisas. A criança é egoísta, e o egoísta é aquele que se ocupa do seu mundo, e para ele o outro é uma extensão da sua necessidade. As crianças são escravas de suas necessidades. A maturidade de uma criança acontece à medida que ela vai crescendo. Uma criança é escrava, porque ela não sabe a razão da regra, mas se submete a ela. Quando ela cresce e obedece à regra, porque a compreende, ela deixa de ser escrava. Quantos jogos construtivos, que educam a criança para compreensão de regra, são jogos simples de encaixe, e não video-games, nos quais, muitas vezes, a regra é matar. O desconhecido nos escraviza. Tudo aquilo que desconhecemos se torna soberano sobre nós, e, muitas vezes, tememos uma pessoa desconhecida, e aí está a infantilidade. Nós também trazemos as infantilidades nos nossos afetos, insistimos em trazer em nós um arsenal de sentimentos infantis, egoístas, só pensamos em nós e em nossas necessidades. A birra é o excesso da criança, excesso da infantilidade, pois nela a criança se sente fracassada por não conseguir seu objetivo. Quando somos afetivamente infantis, transformamo-nos em verdadeiros monstros. Se não disciplinamos uma criança, o destino dela não será

diferente. Ensinemos a criança a lidar com as impossibilidades. Quantos adultos não têm coragem de dar opinião, não se manifestam, porque são infantis, escravos de seus medos! Isso é a mesma coisa que birra, pois não sabem lidar com os limites. Abandonemos as nossas birras, que se manifestam na nossa cara feia, nas nossas respostas ríspidas. Só não nos jogamos no chão, porque não temos coragem. Quantos adultos com medo de quarto escuro! Eu pergunto: qual o mal de um quarto escuro? Mas quantas vezes fomos trancados nos quartos e disseram que lá dentro tinha um monstro? Uma criança não tem inteligência suficiente para saber que ali não há um bicho, porque a referência que ela tem é o adulto. Como podemos curar o medo de um quarto escuro? Trazendo à razão o que nos faz sentir medo. Entremos no quarto escuro e digamos: “Este quarto não pode me fazer mal“. Hoje, somos adultos, maduros, então, olhemos para as fases da nossa vida que precisam ser curadas, olhemos para nós ainda crianças, adolescentes. Permitamos que Deus resgate nossa alma ferida. Muitas vezes, precisamos voltar no tempo e nos reconciliar com nós mesmos. Nenhum perdão será concreto se, antes, não nos perdoarmos; nenhum olhar será profundo se não nos olharmos. O que pode nos destruir na vida não é o que os outros fazem para nós, mas o que permitimos que outros façam de nós. O maior consolo que precisamos não é o dos outros, mas de nós mesmos. Não adianta o outro nos deixar livres, se você se sentir escravo. Deus é especialista em curar corações machucados. Paremos de lamentar o que não tivemos. Sejamos como o rio, que, quando alguém coloca alguma barreira nele, não deixa de crescer, mas fica mais profundo. Deus ainda prefere os miseráveis. Deus olha para você e, no momento da sua birra, Ele se encontra com você. Padre Fábio de Melo - Canção Nova

16 - São Berardo e companheiros São Marcelo I 17 - Santo Antão do Egito 18 - Santa Margarida da Hungria 19 - Santo Odilo de Cluny São Canuto IV 20 - São Sebastião 21 - Santa Inês 22 - São Vicente Pallotti São Vicente 23 - Santo Ildefonso


São Sebastião era um soldado romano que foi martirizado por professar e não renegar a fé em Cristo Jesus. Sua história é conhecida somente pelas atas romanas de sua condenação e martírio. Nessas atas de martírio de cristãos, os escribas escreviam dando poucos detalhes sobre o martirizado e muitos detalhes sobre as torturas e sofrimentos causados a eles antes de morrerem. Essas atas eram expostas ao público nas cidades com o fim de desestimular a adesão ao cristianismo. São Sebastião, soldado romano e cristão São Sebastião nasceu na cidade de Narbona, na França, em 256 d.C. Seu nome de origem grega, Sebastós, significa divino, venerável. Ainda pequeno, sua família mudou-se para Milão, na Itália, onde ele cresceu e estudou. Sebastião optou por seguir a carreira militar de seu pai. No exército romano, chegou a ser Capitão da 1ª da guarda pretoriana. Esse cargo só era ocupado por pessoas ilustres, dignas e corretas. Sebastião era muito dedicado à carreira, tendo o reconhecimento dos amigos e até mesmo do imperador romano, Maximiano. Na época, o império romano era governado por Diocleciano, no oriente, e por Maximiano, no ocidente. Maximiano não sabia que Sebastião era cristão. Não sabia também que Sebastião, sem deixar de cumprir seus deveres militares, não participava dos martírios nem das manifestações de idolatria dos romanos. Por isso, São Sebastião é conhecido por ter servido a dois exércitos: o de Roma e o de Cristo. Sempre que conseguia uma oportunidade, visitava os cristãos presos, levava uma ajuda aos que

estavam doentes e aos que precisavam. Missionário no exército romano De acordo com Atos apócrifos atribuídos a Santo Ambrósio de Milão, Sebastião teria se alistado no exército romano já com a única intenção de afirmar e dar força ao coração dos cristãos, enfraquecidos diante das torturas. Martírio de São Sebastião Ao tomar conhecimento de cristãos infiltrados no exército romano, Maximiano realizou uma caça a esses cristãos, expulsando-os do exército. Só os filhos de soldados ficaram obrigados a servirem o exército. E este era o caso do Capitão Sebastião. Para os outros jovens a escolha era livre. Denunciado por um soldado, o imperador se sentiu traído e mandou que Sebastião renunciasse à sua fé em Jesus Cristo. Sebastião se negou a fazer esta renúncia. Por isso, Maximiano mandou que ele fosse morto para servir de exemplo e desestímulo a outros. Maximiano, porém, ordenou que Sebastião tivesse uma morte cruenta diante de todos. Assim, os arqueiros receberam ordens para matarem-no a flechadas. Eles tiraram suas roupas, o amarraram num poste no estádio de Palatino e lançaram suas flechas sobre ele. Ferido, deixaram que ele sangrasse até morrer. Recuperação Irene, uma cristã devota, e um grupo de amigos, foram ao local e, surpresos, viram que Sebastião continuava vivo. Levaram-no dali e o esconderam na casa de Irene que cuidou de seus ferimentos. Segundo martírio de São Sebastião Depois de curado, Sebastião continuou evangelizando e se apresentou ao imperador Maximiano, que não atendeu ao seu pedido. Sebastião insistia para que ele parasse de perseguir e matar os cristãos. Desta vez o imperador mandou que o açoitassem até morrer e depois fosse jogado numa fossa, para que nenhum cristão o encontrasse. Porém, após sua morte, São Sebastião apareceu a Lucina, uma cristã, e disse que ela encontraria o corpo dele pendurado num poço. Ele pediu para ser enterrado nas catacumbas junto dos apóstolos. Sepultamento Alguns autores acreditam que Sebastião foi enterrado no jardim da casa de Lucina, na Via Ápia, onde se encontra sua Basílica. Construíram, então, nas catacumbas, um templo, a Basílica de São Sebastião. O templo existe até hoje e recebe devotos e peregrinos do mundo todo. Devoção a São Sebastião Tal como São Jorge, Sebastião foi um dos soldados romanos mártires e santos, cujo culto


nasceu no século IV e que atingiu o seu auge nos séculos XIV e XV, tanto na Igreja Católica como na Igreja Ortodoxa. São Sebastião é celebrado no dia 20 de janeiro. Existe também uma capela em Palatino, com uma pintura que mostra Irene tratando das feridas de Sebastião. Irene também foi canonizada e sua festa é no dia 30 de março. Oração a São Sebastião São Sebastião glorioso mártir de Jesus Cristo e poderoso advogado contra a peste, defendei a mim, minha família e todo o país do terrível flagelo da peste e de todos os males para que servindo a Jesus Cristo alcancemos a graça de participar de vossa Glória no céu. Amém. IMAGENS E SIMBOLISMOS Como já vimos, a imagem de São Sebastião, tão conhecida de todos nós, revela um momento importante do martírio deste grande santo. Francês de nascimento, nascido em 256, Sebastião ingressou no exército romano e tornouse capitão da guarda pretoriana, cargo de confiança do imperador. Sebastião, porém, era cristão e, sempre que podia, visitava os irmãos na fé que estavam presos, levando-lhes conforto espiritual e consolo. Posicionava-se contra as perseguições e torturas infringidas aso cristãos. Por isso, descoberto pelo Imperador Maximiano, foi preso, torturado e obrigado a renunciar a sua fé cristã. Negando-se a obedecer, o imperador o condenou a uma morte lenta e exemplar. As flechas de São Sebastião As flechas de São Sebastião revelam-nos a primeira fase das torturas que o santo enfrentou. Tendo como algozes seus companheiros de exército, São Sebastião suportou várias flechadas em seu corpo sem renegar a fé. Quando todos pensaram que ele estivesse morto, deixaram-no amarrado para ser devorado pelos animais e aves de rapina. A árvore de São Sebastião São Sebastião é representado amarrado numa árvore em especial: o carvalho. No cristianismo primitivo, o carvalho era o símbolo da perseverança, da tenacidade e da persistência, por causa da dureza desta madeira nobre. Assim, este símbolo nos fala da firmeza, da tenacidade e da perseverança de São Sebastião. E a força que ele recebeu do céu foi tão grande, que ele não morreu em decorrência das flechadas. Ele foi recolhido por outros cristãos e cuidado por Santa Irene até se recuperar totalmente. O carvalho simboliza toda essa força de São Sebastião. O corpo seminu de São Sebastião O corpo seminu de São Sebastião simboliza a humilhação que ele sofreu por parte do império romano. Simboliza também o 'despir-se do homem velho, fraco e pecador, para vestir-se de

Cristo, forte e vencedor.’ O pano vermelho de São Sebastião O pano vermelho de São Sebastião cobrindo suas partes íntimas, simboliza o duplo martírio. O primeiro é este retratado na imagem. O segundo foi aquele que causou sua morte física e teve causa mais nobre ainda. Depois de recuperado, Sebastião voltou a se apresentar ao imperador, para lhe pedir que parasse com as perseguições contra os cristãos, alegando que o imperador estava perseguindo o próprio Jesus Cristo na pessoa de seus seguidores. O imperador, porém, não cedeu e mandou que Sebastião fosse açoitado e decapitado. Assim aconteceu. Por isso, o pano vermelho em São Sebastião representa seu duplo martírio. A aura de São Sebastião A aura de São Sebastião representa sua santidade, testemunhada por vários cristãos da época. Esta santidade aparece desde o seu amor dedicado aos cristãos presos e necessitados, até à sua disposição de morrer por Jesus Cristo sem renegar sua fé. Trata-se de um grande testemunho, que serviu de exemplo para milhares de cristãos ao longo de séculos. A poderosa oração a São Sebastião. 'Glorioso mártir São Sebastião, soldado de Cristo e exemplo de cristão, hoje vimos pedir a vossa intercessão junto ao trono do Senhor Jesus, nosso Salvador, por Quem destes a vida. Vós que vivestes a fé e perseverastes até o fim, pedi a Jesus por nós para que sejamos testemunhas do amor de Deus. Vós que esperastes com firmeza nas palavras de Jesus, pedi-Lhe por nós, para que aumente a nossa esperança na ressurreição. Vós que vivestes a caridade para com os irmãos, pedi a Jesus para que aumente o nosso amor para com todos. Enfim, glorioso São Sebastião, protegei-nos contra a peste, a fome e a guerra; defendei as nossas plantações e os nossos rebanhos, que são dons de Deus para o nosso bem e para o bem de todos. E defendei-nos do pecado, que é o maior de todos os males. Assim seja.'

(Imagem): Martírio de São Sebastião Paolo Veronese (Séc. XVI)


O Papa Francisco recebeu em audiência, no Vaticano, o corpo diplomático acreditado junto à Santa Sé. Num mundo marcado pela pandemia, o Papa defendeu a vacinação: não são “instrumentos mágicos de cura”, mas “a solução mais razoável para a prevenção do coronavírus”. Pandemia, migração e mudanças climáticas: para o Papa Francisco, são estes os principais desafios que a humanidade deve enfrentar hoje. O Papa pronunciou, na audiência, um dos discursos mais tradicionais do ano, em que analisa a conjuntura internacional. E, diante de diplomatas representando mais de 180 países, recordou que o objetivo da diplomacia é “ajudar a deixar de lado os dissabores da convivência humana, favorecer a concórdia e experimentar como, superando as areias movediças da conflitualidade, podemos redescobrir o sentido da unidade profunda da realidade”. Hoje, esta unidade profunda é colocada à dura prova pela pandemia, que fez vítimas inclusive entre o corpo diplomático, como o “saudoso Arcebispo Aldo Giordano, Núncio Apostólico”. O Papa pediu que prossiga o esforço para imunizar o máximo possível a população mundial, não obstante a desigualdade no acesso às vacinas. Estas, afirmou, não são “instrumentos mágicos de cura”, mas “a solução mais razoável para a prevenção do coronavírus” e é preciso deixar de lado as “fake news” e o embate ideológico: “Todos temos a responsabilidade de cuidar de nós próprios e da nossa saúde, o que se traduz também no respeito pela saúde de quem vive ao nosso lado. O cuidado da saúde constitui uma obrigação moral.” Apesar das restrições, em 2021 foram retomadas as audiências a chefes de Estado no Vaticano, bem como as viagens apostólicas internacionais. O Pontífice mencionou o encontro de reflexão e oração pelo Líbano, e as visitas a Iraque, Budapeste, Eslováquia, Chipre e Grécia. Ao recordar a etapa na ilha de Lesbos, falou do drama da migração e da necessidade de vencer a indiferença. “Diante destes rostos, não podemos permanecer indiferentes, nem se pode entrincheirar atrás de muros e arame farpado a pretexto de defender a segurança ou um estilo de vida.” Não se trata apenas de um problema da Europa, mas diz respeito também à África e Ásia, como demonstra o êxodo de refugiados sírios, afegãos e os inúmeros latino-americanos, sobretudo haitianos. Contudo, diante de desafios globais, as soluções tendem a ser cada vez mais fragmentadas, constatou Francisco, apontando para uma crise de confiança das instituições. “Pelo contrário, é preciso recuperar o sentido da nossa identidade comum de uma única família humana.” Mais uma vez, alertou para os perigos da colonização ideológica e do pensamento único e reafirmou a existência de valores permanentes, como o direito à vida “desde a concepção até ao fim natural”, e o direito à liberdade religiosa. O cuidado da nossa Casa Comum constitui o terceiro desafio planetário. Diante de uma contínua e indiscriminada exploração dos recursos, é preciso encontrar soluções comuns e colocá-las em prática. “Ninguém pode eximir-se deste esforço, pois interessa e envolve igualmente a todos.”

Para Francisco, a timidez demonstrada na COP26 deve ser superada na COP27, prevista para novembro próximo no Egito. Mas além das crises globais, há aquelas regionais, que se tornaram “conflitos intermináveis, que por vezes assumem a fisionomia de verdadeiras e próprias guerras por procuração (proxy wars)”. São elas: Síria, Iêmen, Terra Santa, Líbia, Sudão, Sudão do Sul, Etiópia, Cáucaso e Myanmar. No caso da América, a análise do Pontífice foi sagaz: “As desigualdades profundas, as injustiças e a corrupção endêmica, assim como as várias formas de pobreza que ofendem a dignidade das pessoas, continuam a alimentar conflitos sociais também no continente americano, onde as polarizações cada vez mais fortes não ajudam a resolver os problemas reais e urgentes dos cidadãos, sobretudo dos mais pobres e vulneráveis.” Todos os conflitos são favorecidos pela abundância de armas à disposição. Citando Paulo VI, recordou que quem possui armas acaba mais cedo ou mais tarde por usá-las, porque, “não se pode amar com armas ofensivas nas mãos”. Dentre as armas que a humanidade produziu, causam particular preocupação as armas nucleares, disse o Papa, reiterando a posição contrária da Santa Sé: “A sua posse é imoral”. Convencido de que “diálogo e fraternidade são os dois focos essenciais para superar as crises do momento presente”, o Santo Padre concluiu repropondo dois elementos da mensagem para o Dia Mundial da Paz 2022: educação e trabalho. E manifestou sua dor diante dos abusos cometidos em centros educativos, como paróquias e escolas e a necessidade de justiça. “Não obstante a gravidade de tais atos, nenhuma sociedade pode jamais abdicar da responsabilidade de educar.” Ao se despedir dos embaixadores, Francisco citou o profeta Jeremias, que lembra que Deus tem para nós “desígnios de prosperidade e não de calamidade”. “Por isso, não devemos ter medo de abrir espaço para a paz na nossa vida, cultivando o diálogo e a fraternidade entre nós. A paz é um bem ‘contagioso’, que se propaga a partir do coração de quantos a desejam e aspiram a vivê-la abraçando o mundo inteiro.” A Santa Sé mantém relações diplomáticas com 183 países. A estes se acrescentam a União Europeia e a Soberana Militar Ordem de Malta. Foto: Vatican News Texto: Bianca Fraccalvieri – Vatican News


Texto: Aloísio Parreiras - Arquidiocese de Brasília (Imagem): O milagre nas Bodas de Caná - Artista desconhecido

O Evangelho das Bodas de Caná, um episódio narrado por São João, testemunha ocular desse acontecimento, é um convite a irmos ao encontro do nosso Redentor e, ao mesmo tempo, nos revela a missão, a participação da Virgem Santa Maria no projeto salvífico de Deus. As Bodas de Caná constituem o início dos sinais (Jo 2,11), ou seja, o primeiro milagre realizado por Cristo, com o qual Ele manifestou, em público, a Sua glória, suscitando a fé dos discípulos. A transformação da água em vinho, o início da vida pública de Jesus, marcou o início dos sinais messiânicos, anunciando a Hora da glorificação de nosso Redentor. É interessante verificar que, no relato de São João Evangelista, a Virgem Santa Maria é mencionada antes de Cristo. Eis o relato do discípulo amado: “No terceiro dia, houve um casamento em Caná da Galileia, e a mãe de Jesus estava lá. Também Jesus e Seus discípulos foram convidados para o casamento” (Jo 2, 1-2). Pelos relatos dos Evangelhos, nós verificamos que, no desenvolvimento da vida pública de Jesus, a Virgem Maria não se fez presente durante a realização dos milagres de Cristo, exceto em um deles, o milagre das Bodas de Caná, onde a missão da Mãe de Jesus é determinante, pois foi Ela quem percebeu a falta do vinho e comunicou ao Filho o fato que poderia causar um constrangimento aos noivos. Quando o Cristo respondeu que “a Sua hora ainda não chegou”, Ela apressou-se, com urgência materna, dizendo aos serventes: “Fazei tudo o que Ele vos disser! ” (Jo 2, 5). Agindo assim, Nossa Senhora demonstrou que conhece, melhor do que ninguém, as profundas intenções do coração de Jesus. Percebendo a falta do vinho, antes mesmo que os noivos, a Virgem Maria demonstrou também que conhece as nossas necessidades melhor do que nós mesmos. O acontecimento das Bodas de Caná é uma cátedra de onde podemos extrair fecundas

lições de espiritualidade que nos revelam o caminho para a nossa correspondência ao amor de Deus e de Nossa Senhora. A primeira lição que devemos aprender com as Bodas de Caná é a revelação de que a Virgem Santa Maria está sempre atenta às nossas necessidades e urgências. Ela é a Mãe intercessora, aquela que, por meio de uma sensibilidade única, sabendo olhar as nossas carências, vai dizer ao Filho que está faltando algo que é essencial para a nossa vida humana ou espiritual. Colocando-se ao nosso lado, Ela evidencia que está sempre pronta para interceder por todos aqueles que se encontram em dificuldades. Nas nossas dificuldades e contrariedades, a Virgem Maria continua intercedendo por nós diante de Cristo, dizendo: “Eles não têm mais vinho! ” (Jo 2, 3). Hoje, para muitas pessoas falta quase tudo, pois estão em situação de pobreza; como existem também comunidades cristãs pobres, que precisam de ajuda para desenvolver o precioso serviço da evangelização. Existem, de verdade, muitas necessidades pessoais ou comunitárias, mas jamais faltará às pessoas, ou comunidades, a presença materna de Nossa Senhora, intercedendo pelo tão esperado bem. Como nos ensina São Josemaria Escrivá: “Maria quer sem dúvida que a invoquemos, que nos aproximemos d’Ela com confiança, que recorramos à sua maternidade, pedindolhe que se manifeste como nossa Mãe. Mas é uma mãe que não se faz rogar, que até se antecipa às nossas súplicas, porque conhece as nossas necessidades e vem prontamente em nosso auxílio, demonstrando, com obras, que se lembra constantemente de seus filhos”.

(Imagem): As Bodas de Caná Artista: Paolo Veronese (Séc. XVI)

No aprendizado da fé, na conquista das virtudes, no combate contra o pecado e na luta em prol da concretização da verdade, da justiça e do bem, Deus quer contar com a nossa ajuda. Ele deseja que colaboremos com


aquilo que nós temos, mesmo que sejam somente um ou dois talentos. Essa é a segunda lição que aprendemos com as Bodas de Caná, pois o Cristo poderia ter produzido o vinho do nada, mas Ele preferiu que os serventes trouxessem as talhas e as enchessem com água. Ou seja, Deus continua fazendo milagres todos os dias, mas Ele age, oportunamente, após contar com a nossa colaboração. Ele atende, de um modo especial, os nossos pedidos quando eles são apresentados pelas bondosas mãos de Nossa Senhora, nossa Mãe intercessora. “A fartura das Bodas de Caná é, pois, um sinal de que começou a festa de Deus com a humanidade, a Sua auto oblação pelos homens” (Papa Bento XVI, Jesus de Nazaré. Desde o Batismo à Transfiguração, página 129). Com este sinal, a transformação da água em vinho, Cristo revelou ser o Esposo messiânico, que veio estabelecer conosco uma nova e eterna Aliança. E o vinho é o símbolo desta alegria de amor; mas Ele faz alusão também ao Sangue, que Jesus derramou na Cruz, para selar o Seu pacto nupcial com a humanidade.

a

(Imagem): Jesus e Maria nas Bodas de Caná Artista desconhecido

Uma terceira e importante lição que aprendemos com as Bodas de Caná é que a Virgem Maria, a primeira cristã, a discípula missionária por excelência, aproxima-nos sempre mais de Cristo. Ela é o nosso modelo de identificação com a vontade divina e, por isso, quando imitamos o exemplo exemplo de

(Imagem): Jesus transforma água em vinho Artista desconhecido

obediência, de generosidade e de entrega da Virgem Mãe, nós aprendemos a fazer da nossa vida uma oferta agradável ao Senhor. Quando contemplamos a vida, a doação e o serviço de Maria, nós percebemos que assim “como Maria trouxe no seu seio o Salvador, assim também nós devemos trazê-Lo espiritualmente no nosso coração” (Santo Agostinho, Sermão 180, 3). Todas as palavras, gestos e ações que aconteceram nas Bodas de Caná da Galileia revelam uma singular sintonia entre Maria e o Cristo em um clima rico de símbolos de uma nova, determinante e definitiva aliança. “Fazei tudo aquilo que Ele vos disser! ” (Jo 2, 5). Essas palavras são o testemunho espiritual de Nossa Senhora. São também os conselhos, as orientações e as advertências que Maria nos faz no seguimento cotidiano ao Cristo, pois hoje nós somos os servos das Bodas de Caná que recorrem à poderosa intercessão da Virgem Maria, a fim de podermos encher as tachas que estão vazias e alcançar, de um modo misterioso, a Fonte da água da vida que nos ajuda a vivenciar as alegrias do Evangelho no ambiente festivo do campo da Igreja, no terreno da esperança. Nas Bodas de Caná, nós somos convidados a caminhar com Maria para chegarmos a Jesus. Juntos da Virgem Santa Maria, nós colocamos o nosso serviço à disposição de Deus e da Igreja, reafirmando o nosso empenho na edificação do Reino dos céus por meio do exercício da oração, dizendo: “Jesus, Tu foste enviado a uma festa de núpcias de outrem, dos esposos de Caná; aqui, ao contrário, é a Tua festa, pura e bela: alegra os nossos dias, porque também os Teus hóspedes, Senhor, precisam dos Teus cânticos: deixa que a Tua harpa preencha tudo! A alma é a Tua esposa, o corpo é o Teu quarto nupcial, os Teus convidados são os sentidos e os pensamentos. E se um só corpo é para Ti uma festa de núpcias, toda a Igreja constitui o Teu banquete nupcial!” (Santo Efrém).


O que é Dízimo? O dízimo é uma contribuição voluntária, regular, periódica e proporcional aos rendimentos recebidos, que todo batizado deve assumir como obrigação pessoal – mas também como direito – em relação à manutenção da vida da Igreja local onde vive sua fé. O dízimo é uma forma concreta de manifestar a fé em Deus providente, um modo de viver a esperança em seu Reino de vida e justiça, um jeito de praticar a caridade na vida em comunidade. É ato de fé, de esperança e de caridade. Pelo dízimo, podemos viver essas três importantes virtudes cristãs, chamadas de virtudes teologais, porque nos aproximam diretamente de Deus. O dízimo é compromisso de cada cristão. É uma forma de devolver a Deus, num ato de agradecimento, uma parte daquilo que se recebe. Representa a aceitação consciente do dom de Deus e a disposição fiel de colaborar com seu projeto de felicidade para todos. Dízimo é agradecimento e partilha, já que tudo o que temos e recebemos vem de Deus e pertence a Deus. Que passagens da Bíblia nos falam do Dízimo? São muitíssimas. Por sua Palavra, Deus nos convida: a confiar nele, que é o único Senhor de tudo; a ser-lhe agradecidos, porque ele é a fonte de todo bem; a colaborar com ele na instauração de uma nova sociedade, em que haja partilha e comunhão de bens, e em que não haja necessitados. Nos textos que seguem, podemos conferir essa divina proposta. A título de exemplo, citamos apenas algumas passagens bíblicas. Veremos, primeiro, que os patriarcas de Israel sabiam reconhecer os dons de Deus e lhe eram agradecidos, oferecendo-lhe a décima parte de tudo o que possuíam: “Abraão deu ao Senhor a décima parte de tudo” (Gen 14,20). Jacó disse: “Eu te darei a décima parte de tudo o que me deres” (Gen 28,22). Através do profeta Malaquias, Javé reclama do povo a oferta do dízimo, e lhe faz a ousada proposta de fazer a experiência do dízimo, como sinal de confiança nas graças que somente ele, Javé, pode dar. Diz Javé: “Vocês perguntam: Em que te enganamos?¹ No dízimo e na contribuição. Vocês estão ameaçados de maldição, e mesmo assim estão me enganando, vocês e a nação inteira! Tragam o dízimo completo para o cofre do Templo, para que haja alimento em meu Templo. Façam essa experiência comigo. Vocês hão de ver, então, que abrirei as comportas do céu, e derramarei sobre vocês as minhas bênçãos de fartura” (MI 3,8-10). Quanto se deve oferecer de dízimo? Deve-se ofertar a Deus o que mandar o nosso coração e o que a nossa consciência falar. O Apóstolo Paulo assim escreve: Dê cada um conforme o impulso de seu coração, sem tristeza nem constrangimento. Deus ama a quem dá com alegria (2 Cor 9,7). Os israelitas davam dez por cento do que colhiam da terra e do trabalho. Daí vem a palavra dízimo, que significa décima parte, dez por cento daquilo que se ganha. Veja como Deus é bom. Ele lhe dá tudo. Deixa nove partes para você fazer o que precisar e quiser, e pede retorno de somente uma parte. Assim, todos somos convidados a ofertar de fato a décima parte. Mas é importante perceber o seguinte: dízimo não é esmola, nem sobra, nem migalha, pois Deus de nada precisa. Ele quer nossa gratidão. Ele quer que demos com alegria e reconhecimento e liberdade. O que se dá com alegria faz bem àquele que dá e àquele que recebe.

Deus quer que ofertemos o dízimo com alegria e liberdade. Embora a palavra dízimo tenha o significado de décima parte, ou dez por cento, cada pessoa deve livremente definir, segundo os impulsos de seu coração, sem tristeza e nem constrangimento, qual seja o percentual de seus ganhos que deve destinar ao dízimo a ser entregue para a sua comunidade. No entanto, a experiência tem comprovado que aqueles que, num passo de confiança nas promessas divinas, optaram pelo dízimo integral, isto é, pela oferta de 10% de tudo que ganham, não se arrependeram de tê-lo feito e nem sentiram falta em seus orçamentos. Ao contrário, sentem-se mais abençoados que antes, quando suas contribuições eram proporcionalmente menores. Há muitos dizimistas que dão este testemunho: quanto mais se oferece de dízimo, mais se ganha. Pois, o dízimo é um ato de fé em Deus, que não deixa na mão os que nele confiam. De qualquer modo, cada dizimista deve sentir-se livre diante de Deus para fixar o percentual de sua contribuição. O dizimista não deve preocupar-se com o que sai de seu bolso (se muito ou pouco dinheiro), mas o que sai de seu coração (se pouco ou muito amor a Deus e à comunidade). O dízimo deve ser mensal, bimestral ou anual? Em princípio, o dízimo deve ser oferecido cada vez que se recebe algo: o salário, uma doação ou o resultado de uma venda importante. De modo geral e prático, podemos dizer que a oferta do dízimo deve ser mensal. Assim como você recebe seu salário todo mês, assim também mensalmente deveria fazer sua oferta do dízimo. Por isso, é necessário educar-se para fazer mensalmente a oferta do dízimo. Se o católico, que recebe mensalmente o seu salário, não se educar para o dízimo mensal, ele irá dar, uma ou outra vez, aquilo que sobrar. E isso não é dízimo, mesmo que seja uma grande quantia. Se desse mensalmente apenas 1%, mas com alegria e consciência, seria melhor. Sendo uma contribuição regular e periódica, e proporcional ao ganho de cada dizimista, o dízimo deve ser entregue na comunidade com a mesma regularidade com que acontece o recebimento de seus ganhos. A contribuição mensal de cada dizimista favorece também a organização da Pastoral do Dízimo, na comunidade, na paróquia e na diocese. Sabendo quanto recebe mensalmente de dízimo, a Igreja pode fazer seus orçamentos e previsões, bem como pode prestar contas regulares ao povo. Por que, para algumas pessoas, é tão difícil oferecer o Dízimo? Vivemos numa sociedade em que o dinheiro e o lucro ocupam o lugar de Deus e das pessoas. Jesus Cristo nos adverte que é impossível servir a dois senhores, adorando ao mesmo tempo a Deus e ao Dinheiro (Lc 16,13). Mesmo assim, há cristãos que seguem a proposta do mundo. A sociedade materialista e consumista em que vivemos nos ensina a reter, concentrar, possuir, ter, ganhar, consumir, acumular. Somos incentivados a ter corações egoístas e fechados. O Evangelho, ao contrário, nos ensina que só quem é generoso e não tem medo de repartir o que possui está, de fato, aberto para acolher os benefícios de Deus. São dois projetos bem diferentes: a sociedade consumista e egoísta ou o Reino da partilha e da justiça. É preciso fazer uma escolha entre o Reino de Deus e o reino do dinheiro. Texto: Padre Anderson Marçal - Canção Nova


Ninguém pode conhecer o Pai sem o Verbo de Deus, isto é, sem o Filho que o revela. Também não se conhece o Filho sem a vontade do Pai. O Filho faz a vontade do Pai, pois o Pai o envia. O Filho é enviado e vem a nós. Assim o Pai, que é para nós invisível e incognoscível, torna-se conhecido por seu próprio Verbo. Ora, só o Pai conhece seu Verbo, como o manifestou o Senhor. Por isto o Filho nos leva ao conhecimento do Pai mediante a sua própria encarnação. Com efeito, a manifestação do Filho é o conhecimento do Pai. Na verdade, tudo nos é revelado pelo Verbo. O Pai revelou o Filho para se dar a conhecer a todos por meio dele. Mais ainda: a fim de acolher, em toda justiça, para a ressurreição eterna, os que nele creem. Crer nele é viver segundo sua vontade. De fato, o Verbo já revela o Deus criador pela própria criação; pelo mundo, o Senhor que o construiu; pela criatura plasmada, o artífice que a plasmou; e pelo Filho, o Pai que o gerou. Destas coisas todos falam do mesmo modo, mas não creem todos do mesmo modo. Pela lei e os profetas, o Verbo, igualmente, anunciava-se a si e ao Pai. Todo o povo do mesmo modo o ouviu, mas não

creram todos do mesmo modo. Pelo Verbo, tornado visível e palpável, o Pai se revelou, embora nem todos cressem nele do mesmo modo. Todos, porém, viram o Pai no Filho. A realidade invisível que se manifestava no Filho era o Pai, e a realidade visível na qual o Pai se revelou era o Filho. O Filho tudo perfaz do princípio ao fim para o Pai, e sem ele ninguém pode conhecer a Deus. O conhecimento do Pai é o Filho. O conhecimento do Filho pertence ao Pai e é revelado pelo Filho. Por este motivo, o Senhor dizia: Ninguém conhece o Filho a não ser o Pai; nem o Pai a não ser o Filho e aqueles a quem o Filho revelar. Revelar não se refere apenas ao futuro como se o Verbo só tivesse começado a revelar o Pai quando nasceu de Ma ria. D e fa to, o V er bo se encon tra universalmente e em todo o tempo. No início, sendo o Filho presente à sua criatura, ele revela o Pai a todos a quem o Pai quer, quando quer e como quer. Em tudo e por tudo, há um só Deus, o Pai, e um só Verbo, o Filho, e um só Espírito e uma única salvação para todos os que nele creem. Santo Irineu - Tratado contra as heresias (Séc. I)

O Evangelho da liturgia de hoje mostra-nos a cena com a qual Jesus inicia a vida pública: Ele, que é o Filho de Deus e o Messias, vai para as margens do rio Jordão e é batizado por João Batista. Depois de cerca de trinta anos vividos no escondimento, Jesus não se apresenta com algum milagre nem subindo à cátedra para ensinar. Ele põe-se na fila com o povo que ia receber o batismo de João. O hino litúrgico de hoje diz que o povo ia para ser batizado com a alma nua e os pés descalços, humildemente. Boa atitude, com a alma nua e os pés descalços. E Jesus partilha o destino de nós pecadores, desce até nós: desce ao rio como na história ferida da humanidade, mergulha nas nossas águas para as purificar, imerge-se connosco, no nosso meio. Não se eleva acima de nós, mas desce rumo a nós, com a alma nua, com os pés descalços, como o povo. Ele não vai sozinho, nem com um grupo de eleitos privilegiados, não, ele vai com o povo. Ele pertence àquele povo e vai com o povo para ser batizado, com aquele povo humilde. Reflitamos sobre um ponto importante: no momento em que Jesus recebe o Batismo, o texto diz que ‘estava em oração’ (Lc 3,21). Faz-nos bem contemplar isto: Jesus reza. Mas como? Ele, que é o Senhor, o Filho de Deus, reza como nós? Sim, Jesus – os Evangelhos repetem-no muitas vezes – passa muito tempo em oração: no início de cada dia, muitas vezes à noite, antes de tomar decisões importantes... A sua oração é um diálogo, uma relação com o Pai. Assim, no Evangelho de hoje podemos ver os “dois movimentos” da vida de Jesus: por um lado, ele desce rumo a nós, nas águas do Jordão; por outro, eleva o olhar e o coração rezando ao Pai. Esta é uma grande lição para nós: estamos todos imersos nos problemas da vida e em muitas situações complicadas, chamados a enfrentar momentos e escolhas difíceis que nos puxam para baixo. Mas, se

não quisermos ser esmagados, precisamos de elevar tudo para o alto. E a oração faz exatamente isto, não é uma via de fuga, a oração não é um rito mágico nem uma repetição de cânticos aprendidos de cor. Não. Rezar é o modo para deixar Deus agir em nós, para compreender o que Ele quer comunicar-nos inclusive nas situações mais difíceis, rezando para ter forças para continuar. Muitas pessoas, quando sentem que já não aguentam, rezam: “Senhor, daime a força para continuar”. Também nós já o fizemos muitas vezes. A oração ajuda-nos porque nos une a Deus, abre-nos a um encontro com Ele. Sim, a oração é a chave que abre o coração ao Senhor. É dialogar com Deus, é ouvir a sua Palavra, é adorar: permanecer em silêncio, confiando-lhe o que vivemos. E por vezes é também gritar-Lhe como Jó, para desabafar com Ele. Gritar como Job. Ele é pai, compreende-nos bem. Nunca se zanga connosco. E Jesus reza. A oração – para usar uma bonita imagem do Evangelho de hoje – “abre o céu” (cf. v. 21). A oração abre o céu: dá oxigénio à vida, dá fôlego também no meio dos afãs e faz com que se veja tudo de modo mais amplo. Sobretudo, permite-nos ter a mesma experiência de Jesus no Jordão: faz-nos sentir filhos amados pelo Pai. A nós também, quando rezamos, o Pai diz, como a Jesus no Evangelho: “Tu és o meu filho muito amado” (cf. v. 22). O nosso ser filhos começou no dia do Batismo, que nos imergiu em Cristo e, como membros do povo de Deus, nos transformou em filhos amados do Pai. Não nos esqueçamos a data do nosso Batismo! Se eu perguntasse agora a cada um de vós: qual é a data do teu Batismo? Talvez alguns não se lembrem. Isto é uma bonita coisa: recordar a data do Batismo, porque é o nosso renascimento, o momento no qual nos tornamos filhos de Deus com Jesus. Papa Francisco - Angelus de 09/01/2022


Nas edições anteriores vimos a chamada ä responsabilidade de atentar ao cenário atual em que o nosso país se encontra. E, principalmente, que não nos deixemos enganar por políticos que não buscam fazer algo, que não trazem soluções ou que não se empenham para o desenvolvimento real do País, visando uma justiça social atrelada à busca de satisfação da sociedade. Ou seja, de forma geral, que ninguém viva em estado de sobrevivência! O importante não é tanto o dinheiro ou a capacidade que o povo tem para enriquecer, mas a satisfação de não viver por ter que trabalhar muito mais, perdendo um tempo enorme em trânsito para o trabalho e depois para retornar à sua casa. Não conseguir conviver em família, não almejar nada nem para si nem para os filhos... Imaginem o que é sobreviver; imaginem o que é não ter nada para viver, levando a vida em uma miséria tão grande que quase não dá para comer... Algumas pessoas podem até pensar que não dá para mudar o Brasil tanto assim, mas há provas de grandes países que estão mudando os seus cenários, que buscam o desenvolvimento e a melhoria do tipo de vida que levava grande parte de população. Será que só aqui não pode ser isto? Muitos falam em sistemas econômicos. No entanto, para falar a verdade, nenhum deles tem uma aprovação feita pela Igreja: ou são rejeitados, ou são severamente criticados. A própria Igreja tem acompanhado, desde o século XIX, ao longo de treze papas, o que seria aconselhável, para a dignidade populacional A Doutrina Social reflete a partir do escravismo, de vivências subumanas, de condições oriundas de patrões e/ou empresas. Infelizmente estas ações sociais, para alguns, são confundidas com o comunismo, sistema que a Igreja não aprova. Mesmo as ações sociais produzidas por grupos e pastorais solidárias aos mais necessitados são muitas vezes taxadas como desnecessárias, e até sabotadas. Observando o que a Igreja diz O que muito se observa hoje é exatamente uma imposição de ditames políticos que não consideram os princípios morais cristãos e onde, muitas vezes, seus porta-vozes sofrem para serem ouvidos pelos governos. A verdade é que, se não houvessem pessoas com ética e moral, o mundo já estaria afundado no caos. E uma parcela de culpa está nas manobras realizadas por grandes empresas e corporações, através de lobbies. Lobby? Trata-se de um trabalho coordenado para gerar pressão sobre políticos e poderes públicos; sobre um determinado interesse. Ele visa exercer todas as formas de influência ao seu alcance, mas sem buscar o controle formal do governo. Normalmente estão associadas a grandes somas de dinheiro, corrompendo facilmente grupos dentro do próprio governo. Já repararam que certos temas voltam todos os anos à pauta governamental? Por exemplo, aborto, eutanásia e armamento sempre estão presentes! Para se defender, eles atacam! No tocante às questões morais e éticas, afirmam que as religiões devem se ater à salvação da alma, que não se envolvam com a política. A Igreja é só religião? Deus, quando criou o homem, o dispôs a cuidar das criações. E o homem nem sempre sabe cuidar da criação. E na criação a vida está em primeiro plano.

O apóstolo Paulo nos chama atenção, diversas vezes, em suas cartas, sobre o "perigo dos falsos irmãos". Se, na era apostólica, estes falsos irmãos se multiplicaram, imagina nos dias de hoje? Eles se espalham entre nós semeando discórdias, divisões e confusões nas comunidades, colocando as pessoas em confronto. Chegamos em uma época, onde a comunicação se faz com facilidade no mundo inteiro e, este momento, principalmente nas redes sociais, redes de intrigas, perversidades e maldades despontam como um instrumento diabólico para que a maldade tenham plena liberdade em nosso meio. Se não ficarmos alertas, elas nos cegam e ficamos confusos, a tal ponto que nos entregamos na procrastinação. E olha que tem bispo, padre, cantor da Igreja, religioso, membros de comunidade, pregadores, que se esquecem de trabalhar pela unidade, pela comunhão. A Igreja reconhece os parâmetros ao seu redor A Igreja muda? Não quanto à fé, a moral e a ética: o pecado sempre será pecado. A verdade é sempre a verdade e a mentira é sempre mentira, por mais enfeitada que esteja. Mas, o homem mudou e, com ele, também a sociedade. Então a Igreja trás uma ótica que permite nos posicionarmos diante das novas situações. Sobre a Vida É inconcebível qualquer ação que leve a morte de qualquer um. Aborto, Eutanásia, Pena de Morte... e até a Pena de Morte que consta como decisão de certas autoridades por 'motivos aceitáveis', é considerada inadmissível! “Se, de fato, a situação política e social do passado tornava a pena de morte um instrumento aceitável para a proteção do bem comum, hoje a consciência cada vez maior de que a dignidade de uma pessoa não se perde nem mesmo depois de ter cometido crimes gravíssimos, a compreensão aprofundada do sentido das sanções penais aplicadas pelo Estado e o desenvolvimento dos sistemas de detenção mais eficazes que garantem a indispensável defesa dos cidadãos, contribuíram para uma nova compreensão que reconhece a sua inadmissibilidade e, portanto, apela à sua abolição” (CIC, 2.267) O quinto Mandamento da Lei de Deus é NÃO MATAR. Portanto tenhamos cuidado com as vozes da morte. E cuidemos, em especial, das que se intitulam ‘Católicos a favor do aborto’. Sobre as armas A Catequese (CIC), nos seus parágrafos 2.263-2.264, trata da permissão aos católicos de terem armas para a sua legítima defesa. Mas ressalta que há pessoas mais capacitadas para o seu uso: policiais em ações não abusivas, o pai de família defesa de sua casa (geralmente em locais mais distantes, onde há pouco policiamento) e soldados em guerras justas. Vê-se que o objetivo não é matar, mas defender-se legitimamente. Enfim, o armamento de civis não é bem visto pela Igreja, dada a possibilidade de ocorrerem situações potencialmente perigosas. O Papa Francisco nos exortou recentemente para duas coisas: 1⁰ Que gastemos mais com educação e muito menos com armas. 2⁰ Que fabricantes de armas não podem se dizer cristãos. Na próxima edição continuaremos os tópicos. Texto - Sérgio Fadul


ESPAÇO DAS CRIANÇAS Faltou vinho lá na festa E Maria foi avisar Algo tinha que ser feito Era hora de ajudar E as águas Jesus transforma Para a alegria continuar (SCFJ)

PENSE E RESPONDA O QUE É UMA POMBA BRANCA? COMO É SIMBOLIZADO O ESPÍRITO SANTO? QUAL FOI O PRIMEIRO MILAGRE QUE JESUS FEZ? QUEM ERA O NOIVO NAS BODAS DE CANÁ? COMO JESUS TRANSFORMOU A ÁGUA EM VINHO? PARA VOCÊ, QUAL É O MELHOR VINHO?

VAMOS PINTAR?

DECIFRE A MENSAGEM. QUEM A ENVIOU? 2 O

1 6 R I E S S D

I F Z E A

4 5 O S

E V

E L

3 U E

Q

MENSAGEM _________________________ QUEM ENVIOU? _________________________


JOGO DOS DEZ ERROS VOCÊS CONSEGUEM ENCONTRAR AS DIFERENÇAS QUE EXISTEM ENTRE AS IMAGENS AO LADO?

LIG - LIG VAMOS LIGAR OS PONTOS PARA DESCOBRIR O QUE ESTÁ ESCONDIDO?


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