A Voz da Glória Ano 6 Edição 25

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Boletim semanal - Ano VI - Edição 25 - 6º Domingo da Páscoa

Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou

mas não a dou como o mundo.

IGREJA MATRIZ DE NOSSA SENHORA DA GLÓRIA

LARGO DO MACHADO - RIO DE JANEIRO - RJ


Pascom Nossa Senhora da Glória Pároco - Padre Geovane Ferreira da Silva Dirigente espiritual - Diácono Jorge Coordenação - Elydia Sérgio Fadul Jr

1 - Dízimo Todo 2º domingo do mês. Seja um cristão comprometido, ajude sua Paróquia, seja um dizimista!!!! 2 - Missa com Orações por Cura e Libertação Quarta-feira, dia 25/05 às 20 h. 3 - Pastoral do Catecumenato Convida a todos, a partir de 14 anos, que buscam os Sacramentos do Batismo, Eucaristia e/ou Crisma a participar dos encontros que acontecem às 18:30 h aos domingos.

Agentes - André Pessôa Flávia Mascarenhas Maria das Graças Luciana Gonçalves

IGREJA MATRIZ DE NOSSA SENHORA DA GLÓRIA

LARGO DO MACHADO - RIO DE JANEIRO - RJ

Capa - Foto: O barco que aguarda seu capitão no mar - artista desconhecido

4 - Pastoral do Turismo Convidamos a todos para participar da Romaria para Aparecida – SP 2022. Embarque dia 26/08 - Santa Missa com Cardeal Dom Orani no dia 27/08. No caminho de volta haverá visita ao Santuário Nossa Senhora de Santa Cabeça em Cachoeira Paulista – SP com Missa às 16 h. Mais informações na secretaria.

Próximos da Ascensão do Senhor, a liturgia nos insere no clima de despedida de Jesus a seus seguidores. O Evangelho deste domingo faz parte do trecho final do primeiro dos quatro capítulos que constituem o longo discurso de despedida de Jesus na Última Ceia. O Mestre está preparando seus discípulos para que continuem, como um só corpo, a acreditar nele e não se sintam sozinhos após seu retorno ao Pai. Tais palavras também são dirigidas à Igreja e à nossa comunidade, corpo místico de Cristo, constituído por homens e mulheres que se reconhecem como discípulos de Jesus, que o seguem e desejam testemunhar sua presença na própria vida e no mundo que os rodeia. A comunidade cristã, sendo uma instituição humana, não está imune a conflitos. Os primeiros evangelizadores preocupam-se em resolver o problema de maneira prudente e sábia, para que as comunidades não se dividam. Esse é o lado humano da comunidade cristã, mas isso nunca pode nos levar a esquecer que ela também é uma realidade que ultrapassa o que é material. Se não fosse assim, tornar-se-ia parcial tudo o que foi dito sobre a Igreja. Com efeito, a comunidade cristã, apesar de ser uma realidade visível, também é dom do Espírito Santo e não existe para si, como diz o Concílio Vaticano 2º: “A Igreja, em Cristo, é como que o sacramento, ou sinal, e o instrumento da íntima união com Deus e da unidade de todo o gênero humano” (Lumen Gentium, n. 1). Desse modo, é oportuno rezarmos por toda a Igreja, que caminha com empenho rumo ao próximo Sínodo, intitulado “Para uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”, cuja conclusão está prevista para outubro de 2023, em Roma. Façamos nosso o pedido do papa Francisco, tornando nossa comunidade em um espaço de escuta mútua, em “um lugar aberto, onde todos se sintam em casa e possam participar”. Nessa perspectiva, as palavras de Jesus que o Evangelho nos apresenta hoje são um testamento precioso. Jesus promete o Espírito (v. 26). Podemos contar com essa assistência, sempre presente. É o Espírito que capacitará a Igreja a responder aos desafios, como capacitou os apóstolos reunidos em Jerusalém. É o Espírito que dá vida à nossa comunidade, como deu às primeiras comunidades cristãs. Christian Dino Batsi, ssp - Paulus


22 - Helena Tavares Martins 23 - Lúcia Maria Galvão Maria Nanci Miguel Martins 24 - Maria Wilma 25 - Maria Alegria Tomas 26 - Andréa Coelho Crélia Goulart Maria Luiza de Abreu Regina Rodrigues Chaves Virgínia de Souza

27 - Carmelita Afonso Maria Madalena Fisher Thaís Silva 28 - Antonio de Freitas Zelma Maria 29 - Angela Maria Mangione Graça Maria Pereira

3579 7968 000175 OBITO A nossa comunidade sente muito a ausência, entre nós, deste adorável homem, que trazia aos nossos ouvidos e corações a oração do Terço da Misericórdia pela Rádio Catedral. Gentil e incansável, era presente em várias comunidades, através das orações. Pacelli sofria com a ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica), deixa dois filhos, Júlia e Gabriel. “Mesmo no leito Pacelli não deixou de ser um fiel servidor do Reino e grande evangelizador”, disse Dom Orani Tempesta, quando rezava o Regina Caeli, na sexta-feira.


Dia 04/06

Ordenação Presbiterial dos Diáconos da Preciosa Vida 16 h - Catedral Metropolitana Bartolomeu Miguel Tarcísio Matias

André Felipe

Bento Rafael

22 - Santa Rita de Cássia 23 - São Juliano 24 - São Vicente de Lérins 25 - Santa Maria Madalena de Pazzi 26 - São Felipe Neri 27 - Santo Agostinho de Cantuária 28 - São Germano de Paris 29 - São Maximino de Trèvis São Paulo VI


“Ser misericordioso com os que caíram é melhor meio para não cairmos nós mesmos!” (São Felipe Néri)

Este santo compreendeu bem sua época e procurou remediar seus males. A extraordinária bondade de seu coração e constante sorriso foram sua maior arma de apostolado. A vida de São Felipe Néri abarca quase todo o século XVI, um dos mais turbulentos da Idade Moderna, época do Renascimento e da pseudo-reforma protestante. Nasceu em Florença no dia 21 de julho de 1515, numa família profundamente cristã. Felipe perdeu a mãe muito cedo, mas encontrou na madrasta uma digna sucessora que o amou como filho. O menino era tão amável, jovial e terno, que logo tornou-se conhecido como Pippo Buono, “o bom Felipinho”. Essa bondade de coração e amabilidade contagiantes, permeadas pela graça divina, seriam o grande segredo de suas conquistas no apostolado. Seus familiares haviam exercido cargos na magistratura da “cidade das flores”, por muitas gerações, o que lhes permitiu ocupar

um lugar na nobreza toscana. Mas isso não dispensava o pai, Francisco Néri, de trabalhar arduamente como tabelião para sustentar a família. De sua infância resta-nos apenas um episódio: quando Pippo tinha por volta de oito anos, viu perto de sua casa uma mula carregada de frutas, que o proprietário trouxera para vender. Saltou para cima da montaria que, assustada, desequilibrou-se. Mula, carga e menino rolaram para o chão, indo para dentro de um paiol. Quando os pais e vizinhos acorreram, temendo o pior, encontraram Pippo ileso e sorrindo com a aventura. Tendo estudado humanidades com os melhores professores da cidade, por volta dos 16 anos seu pai o enviou para São Germano, aos pés de Monte Cassino, para aprender a arte do comércio com seu tio Rômulo. Apesar de Felipe se dedicar com empenho ao negócio, suas cogitações estavam muito acima das mercadorias com que tratava. Logo se viu que ele não tinha senso comercial, mas divino. Apenas terminado o trabalho do dia, retirava-se para alguma igreja ou um dos oratórios abundantes na Itália. Servia-se também do emprego para fazer apostolado, fazendo perguntas aos fregueses se sabiam o PaiNosso ou se haviam feito a Páscoa. O tio comentava: “Felipe nunca será um bom comerciante. Eu deixaria a ele toda minha herança, se não fosse essa mania de rezar”. Para Felipe isso não era uma “mania”, mas necessidade. “Nada ajuda mais o homem do que a oração”, dirá mais tarde. Por isso, quando fez 20 anos, deixou a casa do tio e, levado por um instinto sobrenatural, foi para Roma. Santa alegria dos filhos de Deus Na cidade eterna, estudou filosofia na universidade La Sapienza, e teologia na de Santo Agostinho, mantendo-se com aulas particulares. Os que tratavam com ele ficavam admirados de sua sabedoria, profundidade de pensamento e vida santa. Nessa época ele já vivia a pão e água uma vez só por dia, dormia apenas algumas horas no chão duro, e passava parte da noite em oração. À noite costumava visitar as sete principais igrejas de Roma, retirandose depois para a catacumba de São Sebastião. Seu exemplo atraiu muitos companheiros, que se juntaram a ele nesses santos exercícios.


A virtude resplandecia nele. Alguns diziam ver sua cabeça envolta em luz sobrenatural, quando rezava. Apesar de sempre sorridente e amável, sua modéstia e virginal pudor faziam-no ser respeitado até pelos mais dissolutos. Via-se sempre a alegria transparecer em seu rosto, e a doçura estava de tal modo em seus lábios, que era uma grande satisfação estar com ele. O que é mais curioso é que São Felipe, nessa época, não pensava em fazer-se sacerdote. Julgava acertadamente que se pode servir a Deus e ao próximo muito bem, permanecendo leigo. Entrou para a Companhia do Divino Amor, irmandade cujo objetivo era atender espiritual e materialmente os pobres, os doentes, os órfãos e os encarcerados. No Hospital dos Incuráveis, cuidou dos enfermos até o fim de sua vida, e para lá enviaria os seus seguidores. Entre estes encontrava-se um que é considerado o maior compositor do século XVI, Giovanni Pierluigi da Palestrina, cujas músicas passaram a fazer parte do repertório dos seguidores de São Felipe. Pois a música desempenhava papel importante em seu apostolado. Não contente com a visita a hospitais, São Felipe punha-se também a percorrer ruas e praças, falando às pessoas sobre a Religião e as coisas de Deus, da maneira mais comovedora e cativante. A um perguntava: “Então, meu irmão, quando é que começaremos a amar a Deus?”. A outro: “É hoje que nos decidimos a comportar-nos bem?”. Ele era sobretudo um apóstolo e um semeador da santa alegria dos filhos de Deus. Chamado ao apostolado com a juventude São Felipe Néri se sentia chamado especialmente para cuidar da juventude. Para colocar os jovens em guarda contra as seduções da idade e conservar todo frescor da virtude, ele lhes dizia para se lembrarem sempre das palavras do profeta: “Bemaventurado o homem que leva o jugo do Senhor desde sua adolescência”. Havia em sua voz e em suas maneiras tanto atrativo, que muitos, cedendo ao ascendente que Felipe tinha sobre eles, renunciavam às frivolidades do mundo e se entregavam inteiramente a Deus. Assim ele enviou a Santo Inácio, para sua recém-fundada Companhia de Jesus, muitos novos recrutas.

Os santos se atraem. São Felipe teve relações com todos os santos que viviam então na Cidade Eterna: São Carlos Borromeu, São Camilo de Lelis, Santo Inácio de Loyola e São Félix de Cantalício. “São Carlos Borromeu tinha tanta estima e veneração por ele que, todas as vezes que o encontrava, prosternava-se diante dele e suplicava que o deixasse beijar suas mãos. Santo Inácio de Loyola não fazia menos caso de sua santidade, e via-se freqüentemente esses dois ilustres fundadores olharem-se sem nada dizer, na admiração mútua que tinham pela virtude que reconheciam um no outro”. A grande graça de Pentecostes No dia de Pentecostes de 1545, quando suplicava ardentemente ao Divino Espírito Santo que lhe enviasse seus dons, viu de repente uma bola de fogo que lhe entrou boca adentro, descendo até o coração. Tal foi a veemência de amor de Deus que sentiu, que julgou que iria morrer. Caiu no chão, gritando: “Basta, Senhor, basta! Não resisto mais!” O mais notável é que seu peito dilatou-se, mesmo fisicamente, na altura do coração. Isto foi constatado depois da morte pelo médico Andréa Cesalpino, que fez a autópsia: “Percebi que as costelas estavam rompidas naquele ponto, isto é, estavam separadas da cartilagem. Só dessa maneira era possível que o coração tivesse espaço suficiente para levantar-se e abaixar-se. Cheguei à conclusão de que se tratava de algo sobrenatural, de uma providência de Deus para que o coração, batendo tão fortemente como batia, não se machucasse contra as duras costelas”.


“Durante seus últimos dias como leigo, o apostolado de Felipe cresceu rapidamente. Em 1548, junto com seu confessor Persiano Rosa, fundou a Confraternidade da Santíssima Trindade para cuidar de peregrinos e convalescentes. Seus membros se reuniam para a Comunhão, oração e outros exercícios espirituais na igreja de São Salvador, e o próprio santo introduziu a exposição do Santíssimo Sacramento uma vez por mês. Embora ele ainda fosse leigo, fazia a pregação, e sabemos que numa só ocasião ele converteu trinta jovens dissolutos”. Sacerdote do Altíssimo, dedicado ao confessionário Quando Felipe tinha 36 anos, seu confessor Pe. Persiano ordenou-lhe, em nome de Deus, que se fizesse sacerdote. Depois de mais alguns estudos, ordenou-se, celebrando sua primeira missa no dia 23 de maio de 1551. Felipe entrou então para a comunidade de Presbíteros de São Jerônimo, que gozava merecida fama pelas virtudes de seus componentes. Estes, embora vivessem em comunidade e tivessem mesa em comum, não se obrigavam a nenhum voto. Este será o berço do Oratório de São Felipe Néri. Ouvindo contar as maravilhas operadas por São Francisco Xavier na Índia, São Felipe pensou muito em ir também para o Oriente. Dirigiu-se então ao santo religioso Agostinho Ghattino, muito favorecido por Deus, pedindo-lhe que consultasse o Senhor sobre esse seu projeto. A resposta divina foi: “Felipe não deve buscar as Índias, mas Roma, onde o destina Deus, assim como a seus filhos, para salvar almas”. Como sacerdote, São Felipe dedicou-se especialmente ao confessionário, onde passava grande parte do dia. Muitos de seus penitentes, levados pelo desejo de recolher a doutrina desse pai espiritual, passaram a ir diariamente visitálo. “Pouco a pouco os discípulos se tornaram tão numerosos, que foi preciso ter a reunião numa igreja; e por fim a concorrência cresceu tanto, que foi necessário distribuí-la em grupos, à frente dos quais o mestre punha um de seus discípulos mais capazes. Assim nasceu o instituto do Oratório, sem mais regras que os cânones, sem mais votos que os compromissos do batismo e da ordenação, sem mais vínculos que a caridade”.

Outra nota marcante na vida de São Felipe Néri foi seu amor pela Eucaristia. Era tão grande o fervor de sua caridade que, em vez de se recolher para celebrar a Missa, tinha que procurar deliberadamente uma distração, para ser capaz de prestar atenção depois no rito externo do Santo Sacrifício. Como todos os santos, teve que enfrentar muitas calúnias. O próprio cardeal vigário de Roma, levado por um certo parti-pris e pelos rumores de que o santo mantinha assembléias perigosas e semeava novidades entre o povo, chegou a repreendê-lo severamente, retirando-lhe a licença para atender confissões durante quinze dias. Mas, tendo o purpurado repentinamente falecido, o papa Paulo IV, chamado a julgar o caso, não só absolveu São Felipe como recomendou-se às suas orações. Um dos principais discípulos de São Felipe foi o Venerável Cesare Barônio, depois cardeal, autor dos Annales Ecclesiastici, trabalho que marcou época na historiografia e mereceu para seu autor o título de “Pai da História Eclesiástica”. São Felipe Néri entregou sua alma a Deus no dia 26 de maio de 1595, sendo canonizado apenas 27 anos depois, juntamente com Santo Isidro Lavrador, Santo Inácio de Loyola, São Francisco Xavier e Santa Teresa D’Ávila.


Toda a nossa vida presente deve transcorrer no louvor de Deus, porque louvar a Deus será também a alegria eterna de nossa vida futura. Ora, ninguém pode tornar-se apto para a vida futura se, desde já, não se prepara para ela. Agora louvamos a Deus, mas também rogamos a Deus. Nosso louvor está cheio de alegrias, e nossa oração, de gemidos. Foi-nos prometido algo que ainda não possuímos; porém, por ser feliz quem o prometeu, alegramo-nos na esperança; mas, como ainda não estamos na posse da promessa, gememos de ansiedade. É bom perseverarmos no desejo, até que a promessa se realize; então acabará o gemido e permanecerá somente o louvor. Assim podemos considerar duas fases da nossa existência: a primeira, que acontece agora em meio às tentações e dificuldades da vida presente; e a segunda, que virá depois na segurança e alegria eterna. Por isso, foram instituídas para nós duas celebrações: a do tempo antes da Páscoa e a do tempo depois da Páscoa. O tempo antes da Páscoa representa as tribulações que passamos nesta vida. O que celebramos agora, depois da Páscoa, significa a felicidade que alcançamos na vida futura. Portanto, antes da Páscoa celebramos o que estamos vivendo; depois da Páscoa celebramos e significamos o que ainda não possuímos. Eis porque passamos o primeiro tempo

em jejuns e orações; no segundo, porém, que estamos celebrando, deixando os jejuns, nos dedicamos ao louvor de Deus. É este o significado do Aleluia que cantamos. Em Cristo, nossa cabeça, ambos os tempos foram figurados e manifestados. A paixão do Senhor mostra-nos as dificuldades da vida presente, em que é preciso trabalhar, sofrer e por fim morrer. A ressurreição e glorificação do Senhor nos revelam a vida que um dia nos será dada. Agora, pois, irmãos, vos exortamos a louvar a Deus. É isto o que todos nós exprimimos mutuamente quando cantamos: Aleluia. Louvai o Senhor, dizemos nós uns aos outros. E assim todos põem em prática aquilo que se exortam mutuamente. Mas louvai-o com todas as vossas forças, isto é, louvai a Deus não só com a língua e a voz, mas também com a vossa consciência, vossa vida, vossas ações. Na verdade, louvamos a Deus agora que nos encontramos reunidos na igreja. Mas logo ao voltarmos para casa, parece que deixamos de louvar a Deus. Não deixes de viver santamente e louvarás sempre a Deus. Deixas de louvá-lo quando te afastas da justiça e do que lhe agrada. Mas, se nunca te desviares do bom caminho, ainda que tua língua se cale, tua vida clamará; e o ouvido de Deus estará perto do teu coração. Porque assim como nossos ouvidos escutam nossas palavras, assim os ouvidos de Deus escutam nossos pensamentos. Santo Agostinho Comentários sobre os salmos - Séc.V


Deus, por Cristo, nos reconciliou consigo e nos confiou o ministério da reconciliação Os que possuem o penhor do Espírito e vivem na esperança da ressurreição, como se já possuíssem aquilo que esperam, podem dizer que desde agora não reconhecem a ninguém segundo a carne; pois somos todos espirituais e isentos da corrupção da carne. Com efeito, desde que brilhou para nós a Luz do Unigênito de Deus, fomos transformados no próprio Verbo que dá vida a todas as coisas. E assim como nos sentíamos acorrentados pelos laços da morte, quando reinava o pecado, agora ficamos livres da corrupção, ao chegar a justiça de Cristo. Por conseguinte, doravante ninguém vive mais sob o domínio da carne, isto é, sujeito à fraqueza carnal. A ela com certeza, entre outras coisas, deve ser atribuída a corrupção. Neste sentido afirma o apóstolo Paulo: Se uma vez conhecemos Cristo segundo a carne, agora já não o conhecemos assim (2Cor 5,16). Como se quisesse dizer: O Verbo se fez carne e habitou entre nós (Jo 1,14), sujeitando-se à morte segundo a carne, para a salvação de todos. Foi deste modo que o conhecemos; todavia, desde este momento, já não é mais assim que o reconhecemos. É verdade que ele conserva a sua carne, pois ressuscitou ao terceiro dia, e vive no céu, à direita do Pai; mas a sua existência é superior à vida da carne. Tendo morrido uma vez, Cristo não morre mais; a morte já não tem poder sobre ele. Pois aquele que morreu, morreu para o pecado uma vez por todas; mas aquele que vive, é para Deus que vive (Rm 6,9-10).

Então, se ele se apresentou diante de nós como modelo de vida, é absolutamente necessário que também nós, seguindo seus passos, façamos parte daqueles que não vivem mais na carne mas acima da carne. É o que diz o grande Paulo, com toda razão: Se alguém está em Cristo, é uma nova criatura. O mundo velho desapareceu. Tudo agora é novo (2Cor 5,17). Fomos justificados pela fé em Cristo e terminou o domínio da maldade. Uma vez que ele ressuscitou por nossa causa, calcando aos pés o poder da morte, nós conhecemos aquele que por sua própria natureza é o verdadeiro Deus. É a ele que prestamos culto em espírito e verdade, por intermédio de seu Filho que distribui sobre o mundo as bênçãos divinas do Pai. Por esse motivo, São Paulo diz com muita sabedoria: Tudo vem de Deus que, por Cristo, nos reconciliou consigo (2Cor 5,18). Realmente, o mistério da encarnação e a renovação a que ela deu origem não se realizaram sem a vontade do Pai. É por Cristo que temos acesso ao Pai, como ele próprio afirma: ninguém pode ir ao Pai senão por ele. Portanto, tudo vem de Deus que, por Cristo, nos reconciliou consigo e nos confiou o ministério da reconciliação. São Cirilo de Alexandria Dos Comentários sobre a Segunda Carta aos Coríntios - Séc.V


Estimados irmãos e irmãs, bom dia! O trecho bíblico que ouvimos encerra o Livro de Job, um ápice da literatura universal. Encontramo-nos com Job no nosso caminho de catequeses sobre a velhice: encontramo-lo como uma testemunha de fé que não aceita uma “caricatura” de Deus, mas grita o seu protesto perante o mal, até que Deus responda e revele o seu rosto. E Deus por fim responde, como sempre de um modo surpreendente: mostra a Job a sua glória, mas sem o esmagar, pelo contrário, com soberana ternura, como faz Deus, sempre, com ternura. Devemos ler bem as páginas deste livro, sem preconceitos, sem lugares-comuns, para compreender a força do grito de Job. Far-nos-á bem colocarmo-nos na sua escola, para superar a tentação do moralismo perante a exasperação e o desânimo pela dor de ter perdido tudo. Neste excerto conclusivo do livro – recordamos a história, Job que perde tudo na vida, perde as riquezas, perde a família, perde o filho e também a saúde e permanece lá, ferido, em diálogo com três amigos, depois chega o quarto, que vêm cumprimenta-lo: esta é a história – e neste trecho de hoje, é a conclusão do livro, quando Deus finalmente toma a palavra (e este diálogo de Job com os seus amigos é como uma estrada para chegar ao momento que Deus dá a sua palavra) Job é elogiado porque compreendeu o mistério da ternura de Deus escondida por detrás do seu silêncio. Deus repreende os amigos de Job que presumiam saber tudo, saber de Deus e da dor, e, vindos consolar Job, tinham acabado por o julgar com os seus esquemas preconcebidos. Deus nos preserve deste hipócrita e presunçoso pietismo! Deus nos proteja daquela religiosidade moralista e

daquela religiosidade de preceitos que nos dá uma certa presunção e leva ao farisaísmo e à hipocrisia. Eis como o Senhor se expressa em relação a eles. Assim diz o Senhor: «Estou irado contra [vós] […] porque não falastes corretamente de mim, como Job, meu servo. […]»: isto é o que o Senhor diz aos amigos de Job. «O meu servo Job intercederá por vós. É em consideração a ele que não vos infligirei ignomínias por não terdes falado bem de mim, como Job, o meu servo» (42, 7-8). A declaração de Deus surpreende-nos, pois lemos as páginas ardentes do protesto de Job, que nos deixou consternados. No entanto – diz o Senhor – Job falou bem, inclusive quando estava irado e também raivoso contra Deus, mas falou bem, porque se recusou a aceitar que Deus seja um “Perseguidor”. Deus é outra coisa. E como recompensa, Deus restitui a Job o dobro de todos os seus bens, depois de lhe ter pedido para rezar pelos seus maus amigos. O ponto de viragem da conversão da fé ocorre precisamente no ápice do desabafo de Job, onde ele diz: «Porque eu sei que o meu Redentor vive e aparecerá, finalmente, sobre a terra; e depois que a minha pele se desprenda da minha carne, na minha própria carne verei a Deus. Eu mesmo o contemplarei, os meus olhos vê-lo-ão e não os olhos de outrem» (19, 25-27). Este excerto é belíssimo. Vem-me à mente o final daquele oratório genial de Haendel, o Messias, depois daquela festa do Aleluia lentamente a soprano canta este trecho: “Eu sei que o meu Redentor vive”, com paz. E assim, depois de toda a dor e a alegria de Job, a voz do Senhor é outra coisa. “Eu sei que o meu Redentor vive”: é algo belíssimo. Podemos interpretá-lo assim: “Meu Deus, sei que Tu não és o Perseguidor. O meu Deus virá e far-me-á justiça”. É a fé simples na ressurreição de Deus, a fé simples em Jesus Cristo, a fé simples que o Senhor sempre nos espera e virá. A parábola no livro de Job representa dramática e exemplarmente o que na realidade acontece na vida. Ou seja, que sobre uma pessoa, uma família ou um povo recaem provações demasiado


pesadas, provações desproporcionadas em relação à pequenez e à fragilidade humanas. Na vida frequentemente, como se costuma dizer, “chove no molhado”. E algumas pessoas são esmagadas por uma soma de males que parece verdadeiramente excessiva e injusta. E muitas pessoas são assim.

Todos nós conhecemos pessoas assim. Ficámos impressionados com o seu grito, mas tam bém muitas vez es nos admiramos com a firmeza da sua fé e do seu amor no seu silêncio. Penso nos pais de crianças com deficiências graves, ou na que les que v iv e m c om u m a enfermidade permanente ou no familiar que está ao lado... Situações muitas vezes agravadas pela escassez de recursos económicos. Em certos momentos da história, estes acúmulos de fardos parece que chegam todos juntos. Isto foi o que aconteceu nos últimos anos com a pandemia da Covid-19 e o que está a acontecer agora com a guerra na Ucrânia. Podemos justificar estes “excessos” como uma racionalidade superior da natureza e da história? Podemos abençoá-los religiosamente como uma resposta justificada à culpa das vítimas, que os mereceram? Não, não podemos. Existe uma espécie de direito da vítima ao protesto, face ao mistério do mal, um direito que Deus concede a todos, afinal é Ele próprio que inspira. Às vezes, encontro-me com pessoas que se aproximam e dizem: “Mas, padre, protestei contra Deus porque tenho este problema, aqueloutro…”. Mas, sabes, caro, que o protesto é um modo de oração, quando se faz assim. Quando as crianças, os jovens protestam contra os pais, é uma forma para chamar a atenção e pedir que se ocupem deles. Se

tens alguma chaga no coração, alguma dor e te vem vontade de protestar, protesta também contra Deus, Deus ouve-te, Deus é Pai, Deus não se assusta com a nossa oração de protesto, não! Deus compreende. Mas sê livre, sê livre na tua prece, não aprisiones a tua oração nos esquemas preconcebidos! A Oração deve ser assim, espontânea, como aquela de um filho com o pai, que lhe diz tudo o que lhe vem à mente porque sabe que o pai o entende. O “silêncio” de Deus no primeiro momento do drama significa isto. Deus não se afasta do confronto, mas no início deixa a Job o desabafo do seu protesto, e Deus escuta. Talvez, por vezes, devêssemos aprender de Deus este respeito e ternura. E Deus não gosta daquela enciclopédia – chamamo-la assim – de explicações, de reflexões que fazem os amigos de Job. Aquilo é sumo de língua, que não é justo: é aquela religiosidade que explica tudo, mas o coração permanece frio. Deus não gosta disto. Gosta mais do protesto de Job ou do silêncio de Job. A profissão de fé de Job – que emerge precisamente do seu incessante apelo a Deus, a uma justiça suprema – no final completa-se com a experiência quase mística, diria, que o faz dizer: «Os meus ouvidos tinham ouvido falar de Ti, mas, agora, viram-Te os meus próprios olhos» (42, 5). Quantas pessoas, quantos de nós depois de uma experiência um pouco negativa, um pouco obscura, dá o passo e conhece melhor Deus do que antes! E podemos dizer, como Job: “Os meus ouvidos tinham ouvido falar de Ti, mas, agora, viram-Te os meus próprios olhos”. Este testemunho é particularmente credível se a velhice o assumir, na sua progressiva fragilidade e perda. Os idosos viram muitas coisas na vida! E também viram a inconsistência das promessas dos homens. Homens de leis, homens de ciência, também homens de religião, que confundem o perseguidor com a vítima, imputando a esta toda a responsabilidade pela sua dor. Erram! Os idosos que encontram o caminho deste testemunho, que converte o ressentimento pela perda na tenacidade pela expetativa da promessa de Deus – há uma mudança, do ressentimento pela


perda para uma tenacidade em seguir a promessa de Deus – estes idosos são uma defesa insubstituível para que a comunidade enfrente o excesso do mal. O olhar dos crentes que se dirige para o Crucificado aprende precisamente isto. Que o aprendamos também, de tantos avôs e avós, de tantos idosos que, como Maria, unem as suas orações, por vezes comovedoras, à do Filho de Deus que na cruz se entrega ao Pai. Olhemos para os idosos, olhemos para as pessoas mais velhas, os idosos, as avozinhas; olhemos para eles com amor, olhemos para a sua experiência pessoal. Eles sofreram muito na vida, aprenderam tanto na vida, passaram por muitas coisas, mas no final alcançaram esta paz, uma paz – diria – quase mística, isto é, a paz do encontro com Deus, a ponto de poder dizer “Os meus ouvidos tinham ouvido falar de Ti, mas, agora, viram-Te os meus próprios olhos”. Estes idosos assemelham-se àquela paz do filho de Deus que se entrega ao Pai na cruz.

Resumo da catequese do Santo Padre: Hoje, em nosso caminho nestas catequeses sobre a velhice, encontramos Jó, testemunha da fé que não aceita uma “caricatura” de Deus, mas eleva o seu grito diante do mal até que Deus lhe responda e revele o seu rosto. Deus lhe responde, revelando-lhe a ternura que se escondia por detrás do seu silêncio. Apesar do seu impetuoso protesto, o Senhor afirma que Jó expressou-se bem, por ter rejeitado aceitar que Deus fosse um “Perseguidor”. Em prêmio, Deus restitui a Jó o dobro de todos os seus bens, depois de pedir-lhe que rezasse por seus amigos. A parábola do livro de Jó representa de modo dramático o que pode acontecer em nossa vida: algumas pessoas são golpeadas por uma série de males que, muitas vezes, parece excessiva e injusta. Todos conhecemos pessoas assim e ficamos impressionados com o seu grito diante do sofrimento, mas ficamos também admirados diante da firmeza de sua fé e de seu amor. Os idosos que, tendo visto tantas experiências semelhantes em suas vidas, encontram o caminho do testemunho que converte o ressentimento pelas perdas em tenaz esperança nas promessas de Deus, tornam-se insubstituíveis para que a comunidade possa superar o excesso do mal. Papa Francisco Audiência Geral Praça São Pedro Quarta-feira, 18 de maio de 2022

Saudações: Saúdo os peregrinos de língua portuguesa, em particular os fiéis de Cascavel, de Jundiaí, de São Paulo e de Fátima; as Irmãs da Apresentação de Maria e o grupo desportivo e cultural proveniente de Portugal. Irmãos e irmãs, quando nos encontramos a enfrentar o mal, devemos aprender – com o exemplo de tantos idosos – a unir a nossa oração àquela de Jesus, que sobre a cruz Se abandona ao Pai. Que Deus vos abençoe!


ESPAÇO DAS CRIANÇAS O AMOR É UMA ATITUDE UMA ENTREGA GENEROSA NOSSA MAS NESTE MUNDO A SOLICITUDE ESTÁ NAS ORAÇÕES PARA A PLENITUDE (SCFJ)

PENSE E RESPONDA POR QUE QUEM AMA GUARDARÁ SUA PALAVRA? O QUE É PARÁCLITO? POR QUE OS DISCÍPULOS FICARAM TRISTES? TENTE EXPLICAR O QUE É PAZ?

VAMOS PINTAR?

DECIFRE A MENSAGEM A

B C

D

E

F

G

H

I

J

K

L

M

N

O

P

Q

R

S

T

U

V W X

Y

Z

A B C D E F G HIJ K L M N O P Q R S T U V W XY Z

VOCE GUARDA MINHAS PALAVRAS?


SEGUIR O EXEMPLO Vocês sabem quem foi este homem? Ele obedeceu a vontade do Senhor? O que aconteceu? Por que ele está derrubando as pilastras do estádio? Encontrem os 7 erros.

APRENDENDO COM O YOUCAT

(Catecismo para crianças) Quando recebemos o corpo do Senhor, uma santa comunhão surge entre ele e nós.

O amor a Jesus nos motiva a guardar sua Palavra e a nos esforçarmos para praticá-la, fazendo-a brilhar em nossa vida. Nesta Eucaristia, acolhamos com alegria o dom da paz que o Senhor nos concede, confiantes em sua promessa de nos enviar o Espírito Santo. O Espírito nos ensina que a mensagem do Evangelho não é um fardo, mas Boa-nova de liberdade e salvação.



IGREJA MATRIZ DE NOSSA SENHORA DA GLÓRIA

LARGO DO MACHADO - RIO DE JANEIRO - RJ

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