A Voz da Glória Ano VI Edição 13

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Boletim semanal - Ano VI - Edição 13 - 8º Domingo do Tempo Comum

Pode um cego guiar outro cego?

Um discípulo não é maior do que o mestre;

IGREJA MATRIZ DE NOSSA SENHORA DA GLÓRIA

LARGO DO MACHADO - RIO DE JANEIRO - RJ


Pascom Nossa Senhora da Glória Dirigente espiritual - Diácono Jorge

Agentes - André Pessôa Flávia Mascarenhas Maria das Graças Luciana Gonçalves Colaboradora - Monica Bezerra

Coordenação - Elydia Sérgio Fadul Jr

Capa - foto montagem: Cego guiando cegos - autor desconhecido

1 - Missa de Quarta feira de Cinzas Dia 02/03, igual ao horário de Domingo 07 - 08:30 - 10 - 12 - 17 - 18:30 - 20 h 2 - Missa em honra a São Pio de Pietrelcina Dia 02/03, não haverá a missa por ocasião de ser Quarta feira de cinzas. 3 - Missa em honra a São Miguel Arcanjo Dia 09/03, quarta feira, às 20 h. 4 - Dízimo Todo segundo domingo do mês é dedicado ao dizimista. Seja um cristão comprometido. Ajude a sua paróquia. Seja um dizimista! 5 - Curso Luz e Vida Inscrições abertas! Teologia Moral I, Sacramentos e Prática de ensino. Início no dia 05/03, nos sábados de 09 h às 12 h. Aprenda mais sobre a sua religião!

6 - Rifa de um colcha de solteiro Ajude a nossa Igreja comprando uma rifa, disponível na lojinha ou secretaria. Esta colcha, além de ser bonita, foi feita com muito carinho, por uma das coordenadoras. 7 - Creche Monsenhor Franca Os colaboradores que ainda não pegaram o seu carnê, ou aqueles que desejarem colaborar, podem procurar a secretaria. 8 - SOS Petrópolis Estamos recolhendo doações para as vítimas de Petrópolis, em unidade à nossa Arquidiocese. 9 - Hora Santa Toda quinta-feira antes da 1ª sexta-feira do mês às 16 h 10 - Via Sacra Sextas-feiras às 15 h e após a missa das 19 h. Já se encontra disponível na Lojinha o livro da Campanha da Fraternidade com a Via-Sacra.

Pároco - Padre Geovane Ferreira da Silva

IGREJA MATRIZ DE NOSSA SENHORA DA GLÓRIA

LARGO DO MACHADO - RIO DE JANEIRO - RJ

Você sabia que a missa de sétimo dia é uma tradição católica como forma de homenagear e rezar pela alma de um ente querido que já faleceu? Segundo o catecismo da Igreja Católica, é uma maneira de mostrar a importância da fé comunitária: os vivos rezam pelas almas dos mortos clamando o perdão de seus pecados para que alcancem o Céu. Bia Melara - ajustado

Pior do que a incapacidade de doação é a incapacidade de percepção. Pior do que a incapacidade de ver com os olhos é a incapacidade de ver com a alma, de sentir. “Pior cego é aquele que não quer ver” Notamos com muita tristeza, que as pessoas não se vêem mais: um outro ser humano está ali, a sua frente, caído na calçada, está com dificuldade de locomoção ou outra dificuldade qualquer, está com fome, frio, alguém sendo agredido, assaltado... e o mundo “impávido colosso” como se nada estivesse acontecendo, como se não houvesse ninguém a sua frente. O que está acontecendo com o ser humano? O que nos torna incapazes de vermos, de estendermos a mão, de sermos solidário? Vamos começar fazendo nossa parte? Ao sair de casa dê bom dia às pessoas, dê um sorriso carinhoso, pergunte se está tudo bem, mas pergunte com sinceridade, querendo realmente saber e não automaticamente torcendo para que o outro não diga nada ou não fale de problemas. Veja... ouça... fale com o seu próximo. Seja de carne e osso e não de pedra. Às vezes, com atitudes muito simples, podemos mudar o dia de alguém.


01/03 - Lílian Monteiro Maria de Fátima Gomes Patrícia dos Santos Sonilda Cardoso Vera de Andrade 02/03 - José Augusto Duarte Rosemar Aparecida 03/03 - Arlinda Cravo Carlos Mattos Sylvia dos Anjos

04/03 - Giuseppe Antonaci Ligia Lotufo Maria de Lourdes Tavares Maria Floracy 05/03 - Helena Tassara Maria Dolores Nunes Maria Gomes Raquel Fagundes Vera Melo

Diante da emergência no desastre natural de Petrópolis, causado pelas chuvas, a paróquia notou que havia certa dificuldade para algumas pessoas levarem suas doações em alimentos e roupas para a Catedral, o que dava oportunidade a outras pessoas, ou grupos, a fazerem aqui, sendo que não temos informações sobre a credibilidade na chegada destas doações por outros grupos. Podemos certificar que, através da Cáritas Arquidiocesana, todas as doações serão entregues, de forma organizada, aos necessitados. A Cáritas atende em todo o Estado do Rio de Janeiro e garante a entrega das doações. Existem empresas sérias que também estão comprometidas, mas existem também grupos bem intencionados que terminam deixando com outros grupos, não trazendo a continuidade, ou o conhecimento da entrega ao necessitado. Deixamos aqui o parabéns aos que fizeram as doações, visto que se juntará a muitas outras lá no Cáritas, é um reforço muito grande para aqueles que perderam tudo, ou que tem grandes prejuízos neste momento, muitas vezes perdendo todas as roupas, ou ficando sem condições para comprar alimentos. Além dos espaços de acolhimento coletivos, que precisam de alimento para saciar o grande povo que ali se encontra. Semana que vem, acredito que tudo já estará entregue. Os alimentos já foram organizados e serão entregues de forma separada para ajudar a distribuição. As roupas é que estão sendo trilhadas, para ver primeiro o estado em que se encontram, o gênero e o tamanho.

Fiquei muito admirado em como cada um pensa, trazendo as necessidades diferentes... Uns deram alimentos, outros produtos de higiene. Lembraram das crianças e bebês. Mandaram brinquedos, fraldas e até alimentos especiais para crianças que tem alergia a leite (muito bom!). Lembraram até dos animais domésticos... Deixo então, agora, as fotos, mas depois prestaremos conta do que foi enviado, ok? Um abraço grande e que a paz do Senhor esteja no lar de vocês. Fiquem com Deus.


Recebi um email que me fez pensar... A pessoa me disse: "Padre Fábio, você tinha tudo para dar errado, mas não deu..." Ela disse depois de ter me acompanhado em diversas entrevistas. Ela foi capaz de reunir as peças do quebra cabeça de minha vida e concluir o que concluiu. Fiquei pensando no quanto ela tem razão. A vida nunca foi fácil pra mim. Nasci no limite e cresci nele. Nunca tive muitas oportunidades. Minha vida foi marcada pela pobreza, pelas dificuldades e pelo sofrimento. Mesmo assim eu insisti que poderia ser diferente. E o que me levava adiante era a minha teimosia em sonhar sempre. Talvez seja por isso que hoje, no exercício do meu ministério sacerdotal, eu insista tanto em levar as pessoas ao cultivo dos sonhos. Sonhos que se abracem à realidade e que se realizem aos poucos, pela força de Deus, manifestada na força dos homens... Vejo muitas pessoas que não estão dando certo... Vejo muitas pessoas se desprenderem de suas verdadeiras essências... Vejo muitas pessoas cultivando verdadeiros e grandiosos jardins de infelicidades. Pessoas que morrem sem chegarem à terra prometida. Não gostaria que fosse assim. Fiquei sabendo que na China há um rio chamado Rio Amarelo que morre antes de chegar ao mar... Fiquei pensando que há pessoas que insistem em fazer o mesmo. Não permita que sua história seja semelhante à desse rio... Lute para chegar, lute para alcançar...

Já dizia o poeta catarinense, Lindolfo Bel: "Menor que meu sonho não posso ser!" Assim seja... Assim façamos. Padre Fábio de Melo

黃河 ( Huang Ho) - Rio Amarelo

O rio amarelo (foto acima) é o segundo maior da China e o sexto maior do mundo. Ele é um dos principais rios para as plantações, pastos e jazidas minerais no país. Porém ele é mal explorado há séculos, seja por ganancia, ou poder e tem uma particularidade de carregar detritos muito leves, de forma que facilita inundações, por acúmulos nas barragens, além de mortais rompimentos destas. Na década de 90, realmente o rio ‘morreu’, sem conseguir chegar ao mar, mas em 2002, o governo chinês investiu muito em grande obra para solucionar o problema. Antes, porém, o curso do rio já havia mudado 26 vezes e houveram 9 grandes inundações, entre elas, alguns dos mais mortais desastres naturais. Hoje o rio deságua no mar, como deve ser... que bom!

27 - São Gabriel das Dores 28 - Santos Romão e Lupicino Beata Antônia de Firenze 01 - São Rosendo Mondoñedo 02 - São Simplício 03 - Santos Marino e Astério 04 - São Casemiro 05 - São João José da Cruz 06 - Santa Rosa de Viterbo


Recusa uma coroa Quando Casimiro tinha apenas treze anos, os húngaros depuseram o rei Mateus Corvino e ofereceram a coroa a Casimiro. Ele, porém, recusou por não buscar o poder e também porque seu pai não era a favor daquela deposição. A única “ambição” de Casimiro era, de fato, o ideal monástico, a vida de oração e a santidade. Cumprindo deveres políticos O jovem Casimiro, no entanto, não se eximia de deveres políticos que estivessem ao seu alcance e que não o desviassem de sua vocação. Assim, ajudado seu pai nos assuntos do reino a partir dos dezessete anos. Ajudou a resolver problemas da Lituânia e se tornou muito querido por todos de lá. Mas ele não queria nenhuma coroa. Quando o rei da Hungria se converteu ao cristianismo e deixou tudo para ingressar num mosteiro, o pai de Casimiro, o rei Casimiro IV, passou a ser o dono daquelas terras, que incluíam a então Prússia e a Hungria. Nem assim o jovem Casimiro quis reinar sobre esses territórios.

Origens Casimiro nasceu no dia 03 de outubro de 1458, na Croácia. Foi o décimo terceiro filho do rei Casimiro IV, da Polônia. Sua mãe era a rainha Elisabete d'Asburgo. Ele tinha o direito de assumir um território na Polônia e reinar sobre ele, mas preferiu seguir o caminho do amor e da caridade. Chamado desde pequeno Desde pequeno Casimiro procurou a simplicidade e abriu mão do luxo da realeza. As ricas festas e as facilidades da nobreza não o seduziam. Ainda adolescente, optou por fazer um voto de castidade e por viver uma vida simples recolhido no seu quarto. Seu quarto, aliás, foi transformado numa cela, como seria a de um eremita. Ali, Casimiro dedicou-se à oração, à penitência, a disciplina e à solidão. Esta sua vocação foi notada desde a infância.


Governante por um tempo O pai de Casimiro teve que se ausentar da sede do reino para negociar a ampliação do reino até aos mares Negro e Báltico, tornando seu império gigantesco. Por isso, confiou a regência da sede ao filho Casimiro. O filho, cumpriu suas obrigações com grande competência e passou a ser mais amado pelo povo. Porém, o poder não o seduziu. Assim, quando seu pai voltou, entregou o poder com alívio, preferindo a caridade para com os pobres e a vida simples. Rejeitando um casamento O pai de São Casimiro negociou um casamento para o filho. Seria com uma bela princesa de um reino vizinho e amigo. São Casimiro, porém, recusou, alegando que sua vocação era para a vida celibatária e uma dedicação total a Deus e aos pobres. A contragosto, seu pai desfez o contrato de casamento e Casimiro seguiu sua vocação. Morte São Casimiro faleceu com apenas vinte e cinco anos, vítima de tuberculose. Seu corpo foi sepultado na cidade de Vilnius, capital da Lituânia. Era o dia 04 de março de 1484. Em pouco tempo ele começou a ser venerado pelos povos da Polônia, Lituânia, Hungria e Rússia. O culto a São Casimiro foi introduzido na Europa ocidental por peregrinos que iam visitar sua sepultura e se encantavam com sua história. Sua canonização foi celebrada pelo Papa Leão X. Depois disso, passou a ser o padroeiro da Lituânia e da Polônia. Ele também é o Padroeiro da juventude Lituana e protetor dos pobres.

Oração a São Casimiro “São Casemiro, vós que tivestes tudo para reinar soberanamente e usufruir do que desejásseis, preferistes o caminho doa santidade. Quanto vos louvo por essa vossa escolha cheia de sabedoria ante a efemeridade desta vida. Dai aos nossos jovens do mundo inteiro, por vossa intercessão junto a Jesus Cristo e a Santa Mãe dos Céus, o despertar das mais santas vocações sacerdotais. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.”


Há quem seja simples demais, a ponto de não saber o que é reto. Afasta-se, porém, da pura simplicidade quem não se eleva à virtude da retidão, pois, enquanto não aprende a ser precavido pela retidão, não consegue permanecer na inocência pela simplicidade. Daí a exortação de Paulo aos discípulos: Quero que sejais sábios no bem, simples no mal. E ainda: Não vos façais crianças pelo entendimento, mas sede pequeninos na malícia. Daí que a mesma Verdade preceitue aos discípulos: Sede prudentes como serpentes e simples como pombas. Ela uniu estas duas coisas indispensáveis na advertência: por um lado a astúcia da serpente previna a simplicidade da pomba e por outro lado a simplicidade da pomba tempere a astúcia da serpente. Daí não manifestar o Espírito Santo sua presença apenas pela figura da pomba, mas também pela do fogo. Pela figura da pomba mostrou a simplicidade, pela figura do fogo, o zelo. Manifesta-se pela pomba e pelo fogo, porque aqueles que dele estão cheios, guardam a mansidão da simplicidade e, assim, não impedem que se acenda o zelo da retidão contra as culpas dos delinqüentes. Simples e reto, temendo a Deus e afastando-se do mal. Quem deseja chegar

à pátria eterna, mantém-se, sem dúvida alguma, simples e reto: simples nas obras e reto na fé; simples nas boas obras que realiza em plano inferior, e reto nas superiores, que sente no íntimo. Existem ainda alguns que não são simples no bem que praticam, buscando não uma retribuição interior, mas o aplauso exterior. Deles bem falou certo sábio: Ai do pecador que entra no país por dois caminhos. Entra por dois caminhos o pecador quando a obra que pratica é de Deus; a sua intenção, porém, é mundana. Com razão se diz: Temendo a Deus e afastando-se do mal, porque a Santa Igreja dos eleitos começa com temor os caminhos da simplicidade e da retidão e consuma-os na caridade. Afastar-se totalmente do mal é começar a não mais pecar por amor de Deus. De fato, enquanto algum faz o bem por temor, ainda não se afastou completamente do mal, pois peca justamente porque quereria pecar, se o pudesse fazer impunemente. Por conseguinte, quando se diz que Jó teme a Deus, também se afirma que se afasta do mal. Se o amor segue o temor, é esmagada toda a culpa na consciência pelo firme propósito da vontade. São Gregório Magno - ‘Moralia’ sobre Jó (Séc. VI)


“A liturgia deste domingo introduz novamente alguns versículos do Discurso da Planície (Lc 6,20-49), proclamado por Jesus aos seus discípulos e às multidões (Lc 6,1719.20) que assumem a condição de futuros destinatários da pregação apostólica. Esse discurso tem uma característica universal, pois, ainda que os interlocutores preferenciais de Jesus sejam os seus discípulos, Lucas faz questão de enfatizar a presença de pessoas provenientes do judaísmo (território da Judeia e de Jerusalém) e do paganismo (litoral de Tiro e Sidônia). Nessa perspectiva, o evangelista constrói, narrativamente, o quadro de sua comunidade, constituída por pessoas provenientes de ambas as realidades sociais (Atos dos Apóstolos). Como leitores e ouvintes do evangelho, a liturgia nos proporcionou a oportunidade de escutar as quatro bem-aventuranças (6,2023) e as quatro ameaças de Jesus (6,24-26) no 6º Domingo do Tempo Comum. Desse modo, pudemos identificar quatro antíteses fundamentais: pobres e ricos (6,20b.24), pessoas famintas e saciadas (6,21.25a), pessoas que choram e que riem (6,21a.25b), discípulos perseguidos e elogiados (6,22-23.26). Os bem-aventurados da comunidade lucana são os discípulos, que, tal como Jesus, se inserem numa tradição profética. Por outro lado, diante da possibilidade do futuro julgamento de Deus, um determinado grupo de discípulos é convidado, de maneira especial, à conversão, por meio da solidariedade com os pobres e sofredores. No último domingo litúrgico, escutamos Lc 6,27-38. Nos versículos 27-35, Jesus propôs uma nova atitude para os seus discípulos diante da

conduta dos inimigos e dos autores físicos e morais da violência. Na perspectiva do Senhor, os cristãos devem antecipar-se na prática da caridade, por meio de quatro ações: Amar; Fazer o bem; Bendizer; Orar, contrapondo-se aos que odeiam e fazem o mal à comunidade (6,22). “A regra de ouro do testemunho cristão é a ação positiva, responsável e madura no relacionamento com outro, já que o amor não é uma atitude mental ou um sentimento passageiro, mas uma postura, que encontra a sua fonte na imitação de Deus Pai (6,35). Por isso, a misericórdia divina é a base das relações interpessoais na comunidade cristã (6,36-38), de modo que o discípulo deve recusar-se, conscientemente, a realizar uma crítica ou um julgamento, que fechem a possibilidade do retorno do irmão pecador ou do inimigo à casa do Pai misericordioso.” Após essa bela caminhada, a liturgia deste 8º Domingo nos apresenta uma parábola e um convite à vitória sobre a hipocrisia (Lc 6,3945). Lucas exorta os membros de sua comunidade, que se consideram superiores ou melhores em relação ao próximo, a renunciarem a qualquer tipo de atitude soberba. Analisemos mais detalhadamente o evangelho de hoje, para que isso fique bem evidente para todos nós: a) vv.39-40: o versículo 39 tem a função de introduzir a terceira parte do Discurso da Planície (v.20-26; 27-38; 39-49). Jesus apresenta duas perguntas retóricas aos seus interlocutores: a primeira pergunta (“Pode um cego guiar outro cego?”) exige uma resposta negativa; a segunda (“Não cairão os dois num buraco?”) pressupõe, por sua vez, uma resposta afirmativa. Lucas aplica aos discípulos o que Mateus pensava sobre os fariseus (Mt 15,14). O evangelista quer demonstrar à sua comunidade a gravidade do comportamento irresponsável de quem faz de si mesmo juiz do outro (v.40). Na relação comunitária e interpessoal, o critério é sempre o exemplo de Jesus, uma vez que todo cristão deve imitar as atitudes de seu Senhor.


b) vv.41-42: ambos os versículos apresentam novamente duas perguntas retóricas, que, nesse caso, são diretamente dirigidas aos interlocutores de Jesus, por meio da 2ª Pessoa Singular (tu). Enfatiza-se, em primeiro lugar, a necessidade de um autoconhecimento e de uma percepção pessoal sobre os próprios limites existenciais (v.41). O discípulo é exortado a fazer uma autocritica sobre suas ideias e posturas diante do irmão, para evitar pretender ter o discernimento e a solução dos problemas da vida alheia, quando, na realidade, não dispõe dessa capacidade. Portanto, “ter uma trave no próprio olho” significa que não basta ter apenas boas intenções, se existe uma cegueira existencial, que torna tanto o olhar (a percepção do mundo e do outro) quanto a palavra altamente prejudiciais para a convivência fraterna. c) vv.43-45: Jesus usa uma parábola do mundo agrícola (43-44) e a sua respectiva aplicação (45). Ambas as imagens são provenientes do Primeiro Testamento (Jr 2,21). Os frutos são uma metáfora, por meio da qual os profetas indicavam as consequências das ações humanas (Pr 1,31; Jr 17,10; Os 10,13). De fato, o agricultor, por sua experiência, é capaz de reconhecer e de distinguir os frutos comestíveis (figos, uvas) dos simples produtos dos arbustos infrutíferos (espinheiros e plantas espinhosas). “Assim como um agricultor, Deus também procura os frutos positivos no coração e na vida de cada discípulo de Jesus (v.45).” Por isso, o evangelho de hoje afirma que as grandes decisões e atitudes da vida de uma pessoa têm sua origem no coração, sede da consciência humana e centro da personalidade. Na concepção antropológica bíblica, as palavras e as atitudes revelam a identidade da pessoa. No modo de dirigir-se ao outro, o discípulo deve tirar de sua interioridade o tesouro de uma vida de imitação e de amizade com Jesus. Isso é fundamental para uma comunidade cristã que se recusa a constituir, em sua prática, um grupo de pessoas superiores e outro de inferiores, com o único desejo de controlar a vida e a experiência de fé alheia.

Para refletir O poder construtivo e destrutivo da palavra humana: à luz da primeira leitura (Eclo 27, 58), o homiliasta pode levar os seus ouvintes ao reconhecimento da necessidade do cuidado pessoal em relação ao modo e ao conteúdo de suas conversas e de seus comentários em

relação à vida alheia por meio das seguintes perguntas: “Os assuntos e temas que, diariamente, são objetos de meus colóquios me ajudam a edificar a minha vida pessoal e o meu relacionamento na família, no trabalho e na igreja? Tenho consciência do perigo da pretensão de uma suposta superioridade espiritual, quando, na realidade, minha existência ainda não foi plenamente submetida ao julgamento misericordioso do Senhor? Minhas palavras edificam ou destroem a vida de minha comunidade? Sou prudente ao tecer um parecer sobre a conduta de uma determinada pessoa?” Unir-se ao coração misericordioso do Pai: “a fonte de meu discipulado e de minha es p i ri t ual i d ad e s e fu nd a em um relacionamento sincero com Deus? Escuto a palavra nos átrios da casa do Senhor (Sl 91,1314) com um coração disponível a acolher a correção de Jesus? Consigo reconhecer o bom tesouro da graça de Deus plantada em mim? Conheço as minhas fragilidades e as insiro em uma dinâmica de perdão e de reconciliação consigo mesmo, com Deus e com os outros? Busco aproximar-me de Deus, para que Ele dissipe de minha existência as trevas da cegueira pessoal? Com a ajuda do Senhor, suplico a graça de retirar a trave de meus olhos, por meio da superação de atitudes não condizentes com meu discipulado?” Viver como discípulo transformado pela ressurreição de Jesus: “Quais são os frutos que ofereço a Deus e aos outros? Os frutos que produzo, em minhas palavras e em minhas obras, são plenos da doçura do Evangelho ou amargos e espinhosos, por causa da hipocrisia e de um coração que resiste à novidade de Jesus? Minhas fadigas e minha vida testemunham que sou um novo homem (1Cor 15,54-58), tocado pelo amor e pela misericórdia do Senhor?” Um santo domingo a todos! Padre Hallison Parro - Cidade do Vaticano


Estimados irmãos e irmãs, bom dia! No Evangelho da Liturgia de hoje, Jesus dá aos discípulos algumas indicações fundamentais para a vida. O Senhor refere-se às situações mais difíceis, aquelas que constituem um teste para nós, aquelas que nos põem diante de quem nos é inimigo e hostil, de quem procura sempre fazernos mal. Nestes casos, o discípulo de Jesus é chamado a não ceder ao instinto e ao ódio, mas a ir além, muito além. Ir além do instinto, ir além do ódio. Jesus diz: «Amai os vossos inimigos, fazei bem àqueles que vos odeiam» (Lc 6, 27). E ainda mais concretamente: «Ao que te ferir numa face, oferece-lhe também a outra» (v. 29). Quando ouvimos isto, parece-nos que o Senhor pode o impossível. E depois, por que amar os inimigos? Se não se reagir aos prepotentes, qualquer abuso tem livre trânsito, e isso não é correto. Mas será mesmo assim? Será que o Senhor nos pede realmente coisas que são impossíveis, e aliás injustas? É assim? Consideremos antes de mais o sentimento de injustiça que percebemos ao “oferecer a outra face”. E pensemos em Jesus. Durante a sua paixão, no seu injusto julgamento perante o sumo sacerdote, a um certo ponto recebe uma bofetada de um dos guardas. E como se comporta Ele? Não o insulta, não, diz ao guarda: «Se falei mal, prova-o. Mas se falei bem, por que me bates?» (Jo 18, 23). Pergunta o motivo sobre o mal recebido. Oferecer a outra face não significa sofrer em silêncio, ceder à injustiça. Com a sua pergunta Jesus denuncia o que é injusto. Fá-lo sem raiva nem violência, mas com gentileza. Ele não quer desencadear uma discussão, mas desanuviar o rancor, isto é importante: extinguir o ódio e ao mesmo tempo a injustiça, procurando recuperar o irmão culpado. Isto não é fácil, mas Jesus fê-lo e diz-nos para o fazer também nós. Isto significa oferecer a outra face: a mansidão de Jesus é uma resposta mais forte do que a bofetada que recebeu. Oferecer a outra face não é o recuo do perdedor, mas a ação de quem tem mais força interior. Oferecer a outra face é vencer o mal com o bem, abrindo uma brecha no coração do inimigo, desmascarando o absurdo do seu ódio. E esta atitude, oferecer a outra face, não é ditada pelo cálculo nem pelo ódio, mas pelo amor. Estimados irmãos e irmãs, é o amor gratuito e imerecido que recebemos de Jesus, que gera no coração um modo de agir semelhante ao seu, que rejeita qualquer vingança. Estamos habituados às vinganças: “Fizeste-me isto, far-teei aquilo”, ou a guardar ressentimentos no coração, um rancor que fere e destrói a pessoa. Passemos à outra objeção: é possível que uma pessoa consiga amar os próprios inimigos? Se dependesse apenas de nós, seria impossível. Mas lembremo-nos que quando o Senhor pede algo, Ele quer oferecê-lo. O Senhor nunca nos pede algo que não nos dê primeiro. Quando Ele me diz para amar os inimigos, quer dar-me a

capacidade de o fazer. Sem esta capacidade não conseguiríamos, mas Ele diz-nos “amai o inimigo” e dá-nos a capacidade de amar. Santo Agostinho rezava assim – escutai que bela oração – Senhor, «dai-me o que me pedis e pedime o que quereis» (Confissões, X, 29.40), porque mo destes primeiro. O que lhe podemos pedir? O que apraz a Deus oferecer-nos? A força de amar, que não é algo, mas é o Espírito Santo. A força de amar é o Espírito Santo, e com o Espírito de Jesus podemos responder ao mal com o bem, podemos amar quem nos fere. Assim fazem os cristãos. Como é triste quando pessoas e povos orgulhosos por ser cristãos veem os outros como inimigos e pensam em fazer guerra! É muito triste! E quanto a nós, procuramos viver as exortações de Jesus? Pensemos numa pessoa que nos feriu. Cada um pense numa pessoa. É comum que tenhamos sido feridos por alguém, por isso pensemos nessa pessoa. Talvez haja um ressentimento dentro de nós. Portanto, coloquemos este ressentimento ao lado da imagem de Jesus, manso, durante o julgamento, após a bofetada. E depois peçamos ao Espírito Santo que aja no nosso coração. Por fim, oremos por aquela pessoa: oremos por aqueles que nos feriram (cf. Lc 6, 28). Quando alguém nos faz algum mal, vamos imediatamente contar aos outros e sentimo-nos vítimas. Paremos e oremos ao Senhor por aquela pessoa, para que Ele a ajude, e então este sentimento de rancor será dissipado. Rezar por quem nos feriu é o primeiro passo para transformar o mal em bem. A oração! Que a Virgem Maria nos ajude a ser pacificadores para com todos, especialmente para com quem nos é hostil e de quem não gostamos. Após o Angelus, o papa manifestou as suas orações às populações atingidas recentemente por calamidades naturais, em particular no sudeste de Madagascar, flagelado por uma série de furacões, e na área de Petrópolis, no Brasil, devastada por inundações e deslizamentos de terra. Ele desejou que o Senhor recebesse os falecidos na sua paz, confortasse as famílias e apoiasse aqueles que prestam socorro. Ainda pediu para que não nos esquecessemos de rezar por ele. Foto: A12 Texto: Angelus 13/02 - Papa Francisco


Imagem: CNBB

Celebrada no período quaresmal, a Campanha da Fraternidade (CF) convida a todos a imitar a misericórdia do Pai repartindo o pão com os necessitados, fortificando o espírito fraterno. A iniciativa está ligada a caminhada quaresmal como um dos modos de viver a espiritualidade deste tempo favorável. Em 2022, a CF tem como tema “Fraternidade e Educação” e o lema “Fala com sabedoria, ensina com amor” (Pr 31,26). Seu início se dá na abertura da Quaresma, dia 2 de março, na QuartaFeira de Cinzas. Trata-se, em 2022, da terceira vez que a Igreja no Brasil vai aprofundar o tema da educação em uma Campanha da Fraternidade. Desta vez, a reflexão será impulsionada pelo Pacto Educativo Global, convocado pelo Papa Francisco. “Ao longo da caminhada quaresmal, em que a conversão se faz meta primeira, recebemos o convite para busca os motivos de nossas escolhas em todas as ações e, por certo, naquelas que dizem respeito mais diretamente ao mundo da educação”,

convida a presidência da CNBB. Objetivo geral A Campanha da Fraternidade de 2022 convida a promover diálogos a partir da realidade educativa do Brasil, à luz da fé cristã, propondo caminhos em favor do humanismo integral e solidário. Objetivos Específicos 1. Analisar o contexto da educação na cultura atual, e seus desafios potencializados pela pandemia. 2. Verificar o impacto das políticas públicas na educação. 3. Identificar valores e referências da Palavra de Deus e da Tradição cristã em vista de uma educação humanizadora na perspectiva do Reino de Deus. 4. Pensar o papel da família, da comunidade de fé e da sociedade no processo educativo, com a colaboração dos educadores e das instituições de ensino. 5. Incentivar propostas educativas que, enraizadas no Evangelho, promovam a dignidade humana, a experiência do transcendente, a cultura do encontro e o cuidado com a casa comum. 6. Estimular a organização do serviço pastoral junto a escolas, universidades, centros comunitários e outros espaços educativos, em especial das instituições católicas de ensino. 7. Promover uma educação comprometida com novas formas de economia, de política e de progresso verdadeiramente a serviço da vida humana, em especial, dos mais pobres. Fonte: CNBB


ESPAÇO DAS CRIANÇAS Amar quem não me ama Uma coisa difícil de entender Mas quando Deus nos chama Sabemos que tudo devemos viver Se não sabemos perdoar Como iremos nos encontrar? (SCFJ)

PENSE E RESPONDA VOCÊ CONHECE ALGUÉM QUE É CEGA? VOCÊ SABE SE ELA É CEGA DE NASCENÇA? QUAIS SÃO OS CUIDADOS QUE UM CEGO TEM? FAÇA UMA EXPERIÊNCIA, EM LUGAR SEGURO E ACOMPANHADO DOS PAIS, COLOQUE UMA VENDA NOS OLHOS E TENTE ANDAR...

VAMOS PINTAR?

DECIFRE A MENSAGEM A

B C

D

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G

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O

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Q

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S

T

U

V W X

Y

Z

A B C D E F G HIJ K L M N O P Q R S T U V W XY Z

PIOR CEGO E AQUELE QUE NAO QUER VER


DESCUBRA OS SETE ERROS NÃO DECLINES NEM PARA A DIREITA NEM PARA A ESQUERDA RETIRA O TEU PÉ DO MAL.

DESCOBRINDO LIGUE OS PONTOS E DESCUBRA A FORMA. PINTE E ENFEITE DEPOIS COM OUTROS DESENHOS.


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