Caderno de Produção e negócios

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PRODUCÃO & NEGÓCIOS ANO 1 - NÚMERO 35 RIO BRANCO, DOMINGO, 16.09.2012

Música é um negócio!

Tocar, cantar, gravar e vender é o negócio dos que fazem da música um modo de vida que ajuda o desenvolvimento para a construção de um Acre mais justo


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Com os pés na estrada Banda Cristã foi a primeira a levar o rock acreano para fora do Estado e agora está gravando seu primeiro DVD ao vivo

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á 11 anos os integrantes da banda Metal Live realizaram sua primeira apresentação no Ipiranga em São Paulo e daí por diante ganharam o Brasil, inclusive com convites para realizar turnês pela Europa. Neste 15 de setembro a banda Metal Live acaba de repetir a façanha apresentando-se como banda principal no show Destruction Metal Fest ao lado de grandes bandas como a Survive e Never Die no espaço Cup em São Paulo. “A expectativa é muito grande porque estaremos apresentando nossas composições para um público acostumado à qualidade das grandes bandas de rock nacional. Vamos celebrar essa festa gravando nosso primeiro DVD ao vivo já com finalidade comercial para ser vendido no Acre e em outras regiões do Brasil”. Explica o vocalista e baixista Lucas Mortari que junto com o também vocalista e guitarrista Renato Bezerra são os únicos remanescentes da banda Metal Live inicial, hoje recomposta com o baterista Júnior Boy e o guitarrista Rafael Silva. Mas Lucas recorda a primeira viagem quando com alguns trocados no bolso, graças a duas passagens cedidas pela Fundação Elias Mansour e outras duas pagas por Márcio Batista encaram os três dias de ônibus para chegar a São Paulo. “Aquilo pra nós era tudo e foi mesmo muito importante porque a partir daí recebemos convites para rea-

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Luthiacre A

Lucas, Renato, Rafael e Junior da Metal Live representam o Acre como banda principal em São Paulo

lizar shows em onze estados e em grandes shows nacionais e internacionais. Dois anos depois da primeira apresentação em Sampa fomos convidados para o internacional Have Cavory, realizado em Manaus, o que nos rendeu convite para uma tournée pela Europa, o que só não fizemos por falta de apoio e patrocínio como precisam sempre as bandas iniciantes!”

Mas aquela ousadia realizada onze anos atrás estimulou outros roqueiros acreanos a encarar o desafio de se apresentar junto aos monstros do rock nacional. “A gente não tinha idéia de que aquele nosso primeiro passo fosse o impulso inicial para que outras bandas acreanas como a Survive que é hoje considerada uma das melhores bandas de Curitiba no Paraná ou o

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sucesso que vem sendo alcançado pelo Mapinguari Blues e Camundogs seguissem aqueles passos. Hoje vemos que o que fizemos vem sendo muito bom para todos que se propõem a divulgar uma imagem mais positiva do Acre lá fora!” Apesar das apresentações nacionais e do reconhecimento da música feita pela banda dentro e fora do Estado, Renato Bezerra lamenta a difi-

culdade que tem enfrentado para conseguir gravar suas canções. “Ainda há pouco investimento neste ramo da cultura no Acre e apesar de termos apresentado dois bons projetos à lei de incentivo à cultura nunca conseguimos aprovar nenhum, mas agora que temos a oportunidade de gravar nosso primeiro DVD ao Vivo vamos realizar essa façanha com chave de ouro!”

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guitarra construída em cerejeira rajada e fundo de mogno dão o toque único e totalmente exclusivo ao instrumento fabricado pelos luthiers Bruno Sá e Rafael Silva que fazem da Lutiacre muito mais que uma fábrica de instrumentos, um ponto de valorização do som produzido pelas madeiras acreanas. Rafael recorda que a madeira corre nas veias da família onde o pai que era mestre marceneiro do Senai ensinou-se lhe as primeiras técnicas da marcenaria. E foi fazendo um curso de pinturas especiais no Senai que Rafael conheceu Nelcimar o primeiro luthier totalmente dedicado ao conserto e construção de instrumentos no Acre. “Como eu dominava bem as máquinas e ferramentas da marcenaria o Lucimar me convidou pra ajudar a cortar alguns instrumentos, enquanto isso trabalhei como pizzaiolo na BP e na Piolla, mas já fazia consertos e até alguns instrumentos para amigos e conhecidos que me procuravam. No ano passado trabalhei nove meses com o Nelcimar, mas tive dificuldade para adaptar os horários quando comecei a fazer a faculdade de letras”, esclarece Bruno. Em casa, na oficina improvisada no quintal ele continuou fabricando e consertando instrumentos para os amigos. “Trabalhávamos eu e o Rafael nas horas em que dava tempo, mas foi no carnaval deste ano, quando estava chovendo muito, os amigos chegavam aqui e tinham de atravessar o terreno cheio de lama para chegar à oficina que nós decidimos transferi-la para a frente do terreno e assumir o trabalho como profissão, assim nasceu a Luthiacre!” O atelier ganhou destaque fazendo-se mais conhecido durante a realização da Expoacre no Salão de Negócios do Sebrae e, em seguida, na Expoacre Juruá.

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Além de fazer boa música, bandas locais impulsionam a produção de instrumentos que valorizam o som na madeira acreana

Bruno valoriza as madeiras acreanas nos instrumentos que fabrica

“O que as pessoas mais admiram é a nossa criatividade em construir os instrumentos com madeiras típicas do Acre, especialmente quando aproveitamos partes manchadas como a da cerejeira rajada, restos de mogno

antigo, o canelão, a muirapiranga e o muiracatiá para construir instrumentos únicos que não podem ser imitados por ninguém, nem pela gente. Na expoacre Juruá nós vendemos uma média de quatro instrumentos por dia

e pegamos várias encomendas, inclusive duas guitarras que vão para o Rio de Janeiro e dois violões personalizados para Cruzeiro do Sul. A exposição é uma oportunidade de nos fazer conhecidos pelas pessoas!”

Especializados na produção de instrumentos em madeira maciça e som acústico, Bruno e Rafael transformam a Luthiacre num negócio que virou referência para os músicos acreanos que fazem da arte um modo de vida.


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O menestrel

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Cantando as alegrias e dores do povão, o violeiro Andrelino mistura estilos, histórias e sentimentos em mais de 300 composições próprias

Andrelino Caetano canta as alegrias e mágoas do povo

Juracy Xangai

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x-agricultor, padeiro e diarista, Andrelino Caetano Tibúrcio nasceu em Mendes Pimentel no interior de Minas Gerais e arrastado pelo pai em eterna migração começou a infância nas lavouras de Mato Grosso onde compôs sua primeira canção, de município em município deram em Rondônia e aos 17 anos já estava tocando colônia em Xapuri que cantou e encantou em prosa e verso. De conversa fácil e despreocupada, basta uma história, um acontecimento, uma imagem inspiradora e um violão e está composta mais canção de Andrelino Caetano. “A primeira música que eu fiz ainda menino enquanto colhia os cachinhos de arroz lá em Mato Grosso – Veja só

que neste mundo Deus deixou a bicharada pra sofrer, até a cigarra canta no encanto da floresta...-, depois disso nunca mai parei de compor, às vezes sonho e a música já vem pronta, as pessoas nem acreditam!” Inacreditável mesmo é o diversificado vocabulário e a capacidade de improvisação deste compositor que por não saber escrever carrega na cabeça todas as mais de 300 melodias e letras que criou. São músicas que contam histórias de vida, feitos anônimos como a saga de vida do padeiro, do agricultor e de heróis como Chico Mendes, alegrias e tristezas do povo no amor e na dor. Dentre suas últimas composições está o lamento pela morte do cantor acreano Jorge Cardoso, um verdadeiro réquiem a grandes nomes da música local:

Ah! Que saudade me dá, de quem se foi e não vai mais voltar. Canoeiro reme, me leve pro lado de lá.Menino segure o remo, não deixe a canoa virar, porque não sei nadar. Geraldo Leite cantou pra gente dançar. Oh! Rapaz. Mão de onça ficou sempre na lembrança, no coração das crianças. Nunca amei tanto assim, ta na cara que entre nós, nosso amor não tem fim, quando estamos a sós. Tião Natureza e o verde da floresta, em Xapuri mais uma noite de festa. Ecoou pela mata a fora, cai a flor e a seringueira chora, morre Chico, Chico rei seringueiro. Francisco Silva e a pimenta de cheiro, no Rabo de Saia, a cantar a noite inteira. Tá danado prá cheirar. Jorge Cardoso, lá na praia do Amapá. Meu amor, vamos lá, pegar sol na praia do Amapá.

Apesar da facilidade em compor e da animação que suas canções populares fazem em festas e eventos, em seus 51 anos de Acre conseguiu gravar um único CD, graças a ajuda dos amigos Leonel e Gualcino, que está com edição esgotada. “Fizeram uma grande quantidade de CDs pra mim, vendi tudo, foi CD pra tudo que é canto do Acre e do Brasil porque o pessoal gostou muito. Tenho vontade de gravar outro, o Eloy Castro até fez um projeto pra Lei da Cultura, mas não conseguimos aprovar, é muito difícil alguém patrocinar a gente”, lamenta Andrelino. Assim um tanto desencantado, ele ainda canta a esperança numa composição decidida: Daqui pra frente estou abrindo minha boca, estou pedindo só o que me interes-

sa, agradecendo o governo da floresta ajudando as pessoas mais humildes e, nossa vida está melhorando demais. Para empresários e o governo do Estado Mando meu recado que me ajudem. Quero gravar e mostrar para o Brasil que Andrelino é um cantor apaixonado. Oh! Gente boa, olha pra frente, nossa cidade está bastante diferente. Já construíram o parque da maternidade, a gameleira foi pra frente. Jorge Viana faz a festa para o povo, comemorando, têm churrasquinho bem quente! Assim Andfrelino Caetano vai cantando as alegrias e magos de sua vida, para animação dos que freqüentam seu lanhe localizado ao lado da Câmara Municipal de Rio Branco, na rua 24 de Janeiro, logo depois da ponte metálica que dá acesso ao segundo Distrito.

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A economia da cultura Sebrae realiza projeto de valorização da música e das artes visuais como negócio gerador de renda e empregos

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rofissionalizar a cadeia produtiva da música acreana para que ela se consolide no mercado acreano e fora dele é o objetivo principal do projeto Economia da Cultura, Música e Artes Visuais que vem sendo executado pelo Serviço de Apoio aos Micro e Pequenos Negócio, o Sebrae no Acre, sob a coordenação de Alex Lima. “Já existe um grande número de bandas, grupos, associações e cooperativas de música no Acre e para dar suporte a toda essa variedade de estilos que vão da música cristã, passando pelos clássicos até o heavy metal. Nosso projeto vem oferecendo consultorias especializadas para os produtores musicais e para os estúdios onde essa produção vai ser transformada em produto de qualidade para ser vendida no mercado”, explica Alex Lima. Assim, em 2008 os consultores do Sebrae trabalham com oito estúdios que trabalham com espaços para ensaios e gravação das bandas locais. Além disso, outras consultorias e treinamentos foram realizados junto aos produtores musicais. Nisso também esteve incluída a mobilização e o estímulos às bandas, grupos, associações e cooperativas musicais no sentido de reforçar sua organização enquanto categoria profissional e valorizar suas composições focando o mercado compositor. Como resultado desse trabalho inicial tivemos uma avaliação rigorosa da qualidade dos serviços oferecidos pelos estúdios que já neste ano estão recebendo uma consultoria específica para melhorar sua infra-estrutura. Nosso objetivo é garantir que em 2013 eles estejam prontos para fazer todo o trabalho de gravação, mixagem e outros serviços que garantirão a mesma qualidade dos estúdios que funcionam no restante do país. Para se ter uma ideia da importância disto, nossa consultoria apontou que em 2011 havia um único estúdio em Rio Branco em condições

Guitarra clássica reproduzida por Nelcimar é um exemplo da qualidade do trabalho dos luthiers acreanos

de prestar esse serviço, o que obrigava as bandas locais a gastarem muito para poder gravar lá fora, com a melhoria dos nossos estúdios isso vai ser feito aqui mesmo e o dinheiro vai circular mais no Acre”, esclarece Alex. Dentro da cadeia produtiva da música um dos pontos que mais avançou do ponto de vista de negócios apoiados pelo Sebrae foi justamente a Luthieria, ou seja, empresas tocadas por artesãos que vivem de consertar e, especialmente, fabricar instrumentos musicais. Nessa área se destacam a mais antiga luthieria do Acre, a NS Luthieria, a Adão Luthieria e a BSA Luthieria. “Com os luthiers nós tra-

balhamos ações voltadas ao mercado porque o conhecimento e qualidade técnica para trabalhar todos eles já tem, mas precisam ainda criar portfólios e participar de eventos que deem visibilidade ao seu trabalho para que as pessoas possam compra-los. Eles fabricam ótimas réplicas de instrumentos clássicos e instrumentos personalizados, mas cerca de 60% dos seus serviços ainda é na realização de consertos e reformas de instrumentos, principalmente violões e guitarras”. Ainda em 2011, dois produtores musicais acreanos participaram pela primeira vez da Feira Internacional de Música que acontece em

Fortaleza no Ceará, onde utilizaram um stand de 3X3 metros. Agora em 2012 conquistaram um stand de 9X3 metros com a presença de cinco produtores musicais oferecendo seus produtos, a Rádio Aldeia e a participação de banas como a Mapinguari Blues, cantores Kellen Mendes, Rogério Craveiro e outros que se apresentaram no palco ali instalado. “Além de dar visibilidade à produção musical acreana, um dos pontos altos da Feira internacional de música é a participação deles nas rodadas de negócio que possibilitam vendas futuras e contatos com empresas nacionais e internacionais”. Dentro dessa linha de tra-

balho está o apoio do Sebrae na organização do terceiro Acre Rock Festival que aconteceu na noite deste sábado no Atlético Clube Juventus onde além da apresentação de Nasi o vocalista do Ira, um dos ícones do rock nacional se apresentaram as bandas Nicles, Mártires, Suicide Spree, discordantes, Mapinguari Blues e, a rondoniense Kali e os Calhordas, alternando-se nos dois palcos ali instalados.. Paralelamente ao evento foi realizado um torneio de esportes radicais com bike e skates, bem como a exposição de instrumentos musicais feitos no Acre por duas luthierias e estúdios de tatuagens.


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Da rabeca à guitarra Studio 7 U

Músico foi o primeiro a investir na qualidade de gravação local e acabou recebendo nota máxima pela consultoria do Sebrae no Acre

Pioneiro na fabricação de instrumentos mantêm a tradição passada de pai pra filho

m trabalho que começou nos tempos do seringal quando o pai fazia rabecas e outros instrumentos de corda, Nelcimar Nascimento da Silva, desde menino demonstrava sua queda para as artes começando com o desenho, depois a pintura em tela, entalhes e esculturas até dedicar-se efetivamente à construção de instrumentos musicais. O artesão da Luthieria ainda lamenta a morte do primo Orlando que morreu com 95 anos, há cerca de três meses, dando fim à carreira do último rabequeiro do Acre. “Há 15 anos decidi me dedicar totalmente ao conserto e fabricação de instrumentos musicais, comecei assim dum jeito bem improvisado, hoje tenho uma oficina completa e gosto de ensinar. Sou um artesão, gosto de fazer tudo à mão mesmo, o instrumento fica mais perfeito e torna-se peça únicas, pois não tem outro igual. Também produzo réplicas de instrumentos das grandes bandas e restauro instrumentos de colecionadores e para mim é um prazer fazer reviver um instrumento que estava danificado!” Afirma Nelcimar. Fabricando e consertando todos os tipos de instrumentos de corda, à exceção do piano, o luthier explicou que pelo menos 80% de todo o trabalho realizado em seu atelier são consertos e reparos em instrumentos. “Gosto de trabalhar instrumentos da linha mais tradicionais como violões e guitarras, mas também produzo peças exclusivas como este violão elétrico sem cabeça e sem palheta que chama atenção das pessoas por ser muito diferente das demais!” conclui.

Nelcimar o pioneiro com seu baixo sem cabeça

Atelier de fabicação e conserto de instrumentos

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á cinco anos Paulo Henrique deu início às suas primeiras produções musicais gravando compositores e bandas locais, além de realizar clips e documentários de eventos, festas de casamento e aniversários numa ação que se multiplica a cada dia. Assim foi até dois anos atrás quando se formalizou dando origem ao Stúdio 7 onde já gravaram oito CDs comerciais e mais de 50 demos para bandas locais. “Este é um trabalho muito bonito, mas que exige uma atualização permanente dos conhecimentos e investimentos permanentes. Aqui por exemplo, nós trabalhamos com o sis-

tema Mappin 3D, isto é um programa que permite a você criar cenários em três dimensões numa filmagem de pessoa ou ambiente em que a pessoa esteja se apresentando e isso melhora muito a qualidade de acabamento dos trabalhos!” Garante Paulo. Segundo ele, uma das maiores dificuldades de sobrevivência dos estúdios está justamente nos próprios músicos que pelos seus recursos limitados ou mesmo desconhecimento técnico para avaliar qual pode oferecer uma melhor qualidade aos seus trabalhos acabam optando pelos espaços mais baratos e no final o dinheiro foi gasto e o resultado acaba não compensando o investimento feito.

Estúdio tem como marca a qualidade na produção musical, clips e documentários

Apesar da concorrência dos estúdios improvisados que não conseguem garantir qualidade aos trabalhos realizados pelos concorrentes, Paulo Henrique festeja a

vitória de que o Studio 7 foi o único do Acre considerado em condições de gravar e produzir CDs com qualidade. “A aprovação de nosso estúdio pelo consultor do Sebrae

é a comprovação de que valeram todo o trabalho e investimento que realizamos sempre com os pés no chão pensando em fazer o melhor pelos músicos acreanos”.

João do Bandolim

Músico apaixonado pelos choros que executa é o último que domina a arte de consertar sanfonas e até pianos

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ncontramos João Pereira de Aguiar, mais popularmente conhecido como “João do Bandolim”, sertanejo de Paracuru no Ceará, que montava um quebra-cabeças de mais de mil peças para recompor uma sanfona totalmente desmontada trazida de Minas Gerais. “Consertar uma sanfona é muito mais difícil que consertar um piano onde a maior atenção é com a escala, já numa sanfona como esta que tem 120 baixos, há mais de 140 paletas e udo é montado numa sequência que vai se multiplicando numa infinidade de peças, se uma única estiver fora do lugar vai afetar as outras, tudo num espaço muito pequeno. Dá trabalho, mas vale a pena ver um instrumento como este que já tem mais de 70 anos voltar a reviver de novo sua animação porue o som de uma sanfona é dos mais bonitos que tem!” Garante João do Bandolim. Ele chegou no Acre em 1990 onde se dedicou primeiramente ao conserto de

alto-falantes; vinha de Rondônia onde havia chegado em 1960 para tocar uma colônia de 270 hectares, mas a morte prematura da esposa que o deixou com oito filhos para criar o desgostou da terra e foi para Porto Velho acabar de criar a filharada. Lá dedicou-se a várias atividades, sem nunca deixar de consertar e até fazer instrumentos musicais. Já no Acre ensinou a arte do conserto de auto-falanetes a vários profissionais, enquanto ia se distanciando para dedicar mais tempo à música, especialmente ao chorinho, sua paixão de estilo musical brasileiro. “Ultimamente não tenho tocado em festas, mas ensaio todo início de noite de quinta-feira no grupo Odeon, ali na casa do Toninho, atrás do colégio Mário de Oliveira”. Verdadeiramente apaixonado pelo choro, gravou em Porto Alegre no Rio Grande do Sul o CD João do Bandolim, O Forró da Berenice, que teve seu nome mudado para João do Bandolim, a Ironia do Destino, quando

João do Bandolim conserta qualquer instrumento de corda

teve nove mil cópias compradas por uma rede de lojas gaúcha. “A mudança de nome aconteceu porque em Porto Alegre houve uma cantora chamada Berenice que fez grande sucesso, mas que foi pra sarjeta por causa da bebida e das drogas, então os

fãs a desprezaram, por isso a empresa não queria que minha música ficasse relacionada ao nome dela!” Quanto ao seus trabalho de luthier, além de consertar sanfonas, também conserta todo tipo de instrumento de corda como violões, cavaqui-

nhos, craviolas e outros. “Pra falar bem a verdade, é muito mais fácil fazer do que consertar alguns instrumentos, mas as pessoas se apegam a eles porque neles estão suas recordações dos bons momentos. É bom ver as pessoas felizes”.


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Acre Rock Festival Juventus foi palco do maior show do rock coma as melhores bandas do Acre e de Rondônia

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presença de Nasi, o vocalista do Ira foi o ponto alto do Acre Rock Festival realizado na noite deste sábado no Atlético Clube Juventus num evento que contou com dois palcos, além de mini rampa para o torneio de esportes radicais como skate e bike, além da exposição de instrumentos musicais fabri-

Isleudo e Paulo são organizados do festival que reúne as melhores bandas acreanas

cados no Acre e estúdios de tatuação. O evento foi uma realização da Associação dos Músicos e Produtores Culturais do Acre, a Amupac, através de projeto aprovado pela Lei de Incentivo à cultura do Governo do Estado. “Só em Rio Branco nós temos pelo menos 20 bandas de rock bem conhecidas, fora as dos demais

municípios, então tivemos de realizar uma peneira bem apertada para selecionar as nove participantes deste festival que ainda acontece num único dia, mas essa participação poderá ser ampliada se conseguirmos realizá-los em dois dias no ano que vem”, explica Isleudo Portela um dos organizadores do evento junto com Paulo Henrique do Studio 7.

O primeiro Acre Rock Festival aconteceu em 2010 com a presença de André Matos e se repete agora em 2012 fazendo planos para acontecer de novo na primeira quinzena de julho de 1013, mais precisamente em 13 de julho quando se comemora o Dia Mundial do Rock. Isleudo explica que: “Neste Acre Rock nós

fizemos questão de prestigiar a qualidade e também a diversidade de estilos das bandas de rock acreanas. Já a presença de Nasi do grupo Ira que é um dos ícones do rock nacional veio abrilhantar este festival que ganha mais força a cada ano, destacando-se por ser uma festa sem bandeiras ou preconceitos de raça, religião ou sexo”.


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