O Confeccionista 52

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editora

ANO XII – NÚMERO 52 – JUL/AGO/SET 2022

FEBRATEX 2022 O CONFECCIONISTA - ANO XII – NÚMERO 52 – JUL/AGO/SET 2022

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Varejo promove o desenvolvimento e a sustentabilidade da cadeia de valor da moda

ECONOMIA

Micro e pequenas empresas mostram resiliência diante da pandemia

SUSTENTABILIDADE

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Investimento em tecnologia de ponta e inovações inteligentes estão entre os pilares para a sustentabilidade na indústria têxtil

es õ x e fl e r a c o v o r P no festival da vas moda e traz no tendências

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CARTA AO LEITOR

Quem sobreviveu, está vendo Caro leitor, acredito que ninguém esperava uma tragédia como a que aconteceu nesses últimos dois anos e que trouxe consequências desastrosas para todos, sejam de saúde, econômicas, psicológicas ou de visão de futuro. Mas, depois que o pior passou, percebo que a reconstrução está acontecendo muito mais depressa do que se imaginava e que todos estão ávidos para retomarem seus lugares, dando mais valor às pequenas coisas que antes nem percebiam e tirando forças de onde nem sabiam que tinham. A pandemia nos mostrou que a vida é muito frágil, pois já chegamos a quase 700 mil mortos só no Brasil e que o inesperado pode chegar rápido trazendo muita incerteza e tristeza, mas também pode nos forçar a um renascimento e reavaliação de nossas vidas, dando valor ao que realmente importa, como a família, os amigos, um abraço, a saúde e a solidariedade. Estamos mais fortes e com a esperança que tudo vai melhorar, voltar a fazer planos, investir, vender e comprar, inovar, mas agora olhando para nosso semelhante com muito mais atenção, mais amor e compreensão. Espero que essa edição da revista O Confeccionista seja um recomeço para nós, pois temos muitos planos daqui para frente e gostaria que você, que é nosso leitor, continue nos prestigiando, pois nossa revista é feita para você. Desejo a você muita saúde e sucesso e espero que tenha uma ótima leitura e faça bons negócios. Um abraço.

Júlio César Mello Diretor-executivo juliocesar@oconfeccionista.com.br

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ANO XII –

Ano XII - Número 52 - jul/ago/set 2022

NÚMERO 52

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WWW.OCON FECCIONIS TA.COM.BR

ARTIGO MODA

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FEBRATEX/TECNOLOGIA

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ARTIGO LEGISLAÇÃO

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ARTIGO ABIT

XII – NÚMERO

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O CONFECC IONISTA - ANO

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FEBRATEX

Grande vitrin 2022 e da indústria tê xti no Brasil. Co l nfira as novidades

VARE

Varejo prom JO ove o desenvolvim en a sustentab to e ilidade da cadeia de valor da mo da

ECONOMIA

Micro e pequ enas empresas mostram resiliência diante da pandemia

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FÓRUM E-COMMECE

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FUTUREPRINT 2022

SEÇÕES 14

SUSTENTA

BILIDADE Investimen to em tecnolo gia de ponta e inovações inteligentes estão entre os pilares pa sustentabilid ra a ade na indústria tê xtil

SPFW

Provoca reflexões no festival da moda e traz novas tendências capa 52.ind

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CAPA

EM DIA

08/08/2022

DICAS DO ESPECIALISTA

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SÃO PAULO FASHION WEEK

30 SUSTENTABILIDADE

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SUSTENTABILIDADE

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M0DELAGEM

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PESQUISA

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LEGISLAÇÃO

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VAREJO

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ESG

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confeccionista Diretor-Geral - Júlio César Mello juliocesar@oconfeccionista.com.br Diretora de Relações com o Mercado Bernadete Pelosini bernadete@oconfeccionista.com.br Mídias On-line Juliane Pelosini Editora: Aurora Ayres editora@oconfeccionista.com.br Editora de Arte - Marisa Corazza marisacorazza@gmail.com

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Internet - Mulisha rafael@mulisha.com.br Publicidade comercial@oconfeccionista.com.br Distribuição Nacional O Confeccionista é uma publicação trimestral da Julio Guimarães Negócios e Publicidade, distribuída aos empresários da indústria de confecção. É vedada a reprodução total ou em

parte das matérias desta revista sem a autorização prévia da editora. Todas opiniões e comentários dos articulistas e anunciantes são de responsabilidade dos mesmos. Rua Alcides de Almeida, 184, Centro, S.Bernardo do Campo,SP. CEP: 09715-265 - Fone: 11 4249.5088 www.oconfeccionista.com.br @revistaoconfeccionista

MARCELO SOUBHIA/ @AGFOTOSITELINO_VILLAVENTURA.JPEG

SUMÁRIO


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EDITORIAL

Setor mostra resiliência diante da pandemia A Revista O Confeccionista retoma suas atividades com esta publicação especial após dois anos, devido à crise sanitária imposta pela pandemia da Covid-19. O setor têxtil e de confecção, cujo PIB representa 5% do total da indústria de transformação e 1% do nacional, foi muito impactado pela pandemia. Mesmo nesse difícil cenário, o mercado começou a se ajustar, acelerando tremendamente a agenda digital e ganhando uma dinâmica forte no final de 2020. Pesquisa realizada pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), revela que a proporção de empresas com queda no faturamento alcançou o menor patamar desde o início da pandemia. Isso mostra a resiliência das micro e pequenas empresas. Apesar da reabertura dos estabelecimentos físicos, as vendas on-line devem continuar em alta e o atendimento híbrido tende ser a realidade dos pequenos negócios. Um dos principais desafios atuais da indústria têxtil tem sido a busca por novas tecnologias capazes de transformar a cadeia e o processo de produção menos agressivos ao meio ambiente. Em um momento de instabilidade e incertezas, a sustentabilidade na indústria têxtil se tornou assunto dos próprios consumidores, cada vez mais preocupados com o grande impacto das indústrias com o meio ambiente. Esta edição ainda traz uma pincelada do que foi a temporada da São Paulo Fashion Week e do Fórum E-Commece Brasil, assim como outras dicas e artigos exclusivos de especialistas em vários segmentos que envolvem a indústria têxtil. Além da revista, comemoramos o lançamento no instagram @revistaoconfeccionista e o retorno ao site www.oconfeccionista.com.br. Tudo isso só se tornou possível graças ao apoio de empresas que confiam em nosso trabalho. Esperamos contar com todos para essa nossa retomada! Boa leitura!

Aurora Ayres Editora editora@oconfeccionista.com.br

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EM DIA

Setor têxtil é o segundo maior em número de vagas no Brasil O setor têxtil é o segundo maior em número de empregos na indústria de transformação no Brasil. Dados da Associação Brasileira de Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) mostram que as empresas formais neste segmento chegam a 25,2 mil e as vagas diretas somam 1,5 milhão. De acordo com a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), 56,7% dos postos de trabalho deste setor estão nas Pequenas e Médias Empresas (PMEs), realidade que, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), é um alerta para fiscalizações mais intensas, visto os obstáculos para melhorias nas condições de trabalho e busca pela sustentabilidade. A OIT ressalta que um dos caminhos para o trabalho decente, inclusive no setor têxtil e de vestuários, é a formação profissional, uma vez que os avanços tecnológicos, da globalização, das mudanças climáticas e demográficas influenciam essa atividade. Para tanto, adianta que novas competências serão necessárias para essas empresas, devido aos novos materiais e à crescente fabricação de produtos sustentáveis. 14

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Crescimento da economia: grupo de otimistas saltou de 16,2% para 18,7% O otimismo dos empresários em relação ao crescimento da economia do país apresentou ligeira melhora, segundo a 7ª edição do Barômetro da Infraestrutura. O levantamento semestral, feito pela Associação Brasileira da Infraestrutura e das Indústrias de Base (Abdib) em parceria com a EY, mede o ânimo em relação às possibilidades de investimento e de desenvolvimento de projetos no setor. Em outubro de 2021, 16,2% dos entrevistados se disseram otimistas em relação ao crescimento, enquanto 37,7% se mostraram pessimistas. Agora, o grupo de otimistas subiu para 18,7% e o dos pessimistas caiu para 33,6%.


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EM DIA

Franquias de moda cresceram 13,5% no primeiro trimestre As franquias de moda cresceram 13,5% no primeiro trimestre, em relação ao mesmo período do ano anterior. A coordenadora de comissão da ABF, Celina Kochen, explica que os sapatos de festa voltaram a vender, assim como roupas de festa e até roupa de noivas. E no segmento de moda é possível investir em vestuário, calçados, acessórios. Para abrir uma loja, o investimento inicial

é de R$ 390 mil. No modelo de quiosque, o investimento é de R$ 190 mil. E quem está pensando em virar franqueado, a Celina alerta que acima de tudo é preciso se identificar com o tipo de negócio e saber como é trabalhar dentro do franchising. Fonte: PEGN

Fortalecimento das pequenas e médias empresas A Organização Internacional do Trabalho (OIT), em parceria com a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) e a Associação Brasileira do Varejo Têxtil (ABVTEX), vai fortalecer as pequenas e médias empresas (PMEs) da cadeia têxtil e de confecções da região metropolitana de São Paulo inicialmente, por meio da introdução no Brasil da metodologia Sustentando Empresas Competitivas e Responsáveis (SCORE, na sigla em inglês). No Brasil, a metodologia introduzida pelo Projeto Score conta com o apoio do Ministério Público do Trabalho (MPT). A metodologia Score é uma iniciativa global da OIT que reúne experiências de sucesso em mais de 20 países na África, Ásia e América Latina, e tem como objetivo aumentar a produtividade e melhorar as condições de trabalho de PMEs. Por meio de treinamentos práticos e consultorias in-factory, a metodologia estimula a adoção de ferramentas de cooperação no local de trabalho e o trabalho decente. Organizada em módulos, a metodologia explora temas como gestão da força de trabalho, produção limpa, controle de qualidade, saúde e segurança no trabalho e promoção da igualdade de gênero, sempre com foco no papel da cooperação entre trabalhadores e empregadores para a obtenção de ganhos compartilhados de produtividade de competitividade. 16

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CAPA

SPFW

+IN-PACTOS São Paulo Fashion Week ocupa novos espaços e provoca novas reflexões. O festival de criatividade, moda, arte, sustentabilidade, inovação, conhecimento irá até novembro

Walerio Araujo

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MARCELO SOUBHIA

C

om o tema SPFW+ IN-PACTOS, a edição N53 da São Paulo Fashion Week, que aconteceu entre os dias 31 de maio e 4 de junho, contou com 22 desfiles presenciais e 19 digitais, transmitidos nas redes do SPFW. Entre as apresentações, três estreantes: Dendezeiro, Martha Medeiros e Thear. O Festival SPFW+In-Pactos terá a segunda parte em novembro, com a edição N54. Os desfiles presenciais foram realizados no Senac Lapa Faustolo e no Komplexo Tempo. O Senac funciona como um ponto de encontro entre mercado e academia de moda, onde estudantes da instituição acompanham o evento, em uma inédita troca de experiências. Já no Komplexo Tempo, espaço recém-inaugurado em um galpão antigo na Mooca, do século passado, o evento marca a ocupação de um espaço histórico na moda, em bairro pioneiro na indústria têxtil e, hoje em dia, um polo de inovação na cidade.


Renata Buzzo

VICTOR ALQUEZAR-SENAC

DIRO BLASCO

Meninos Reis

Este festival de criatividade, moda, arte, sustentabilidade, inovação e conhecimento provoca reflexões sobre o compromisso em torno das mudanças urgentes que precisam ser feitas para atingir as metas de um planeta mais harmonizado até o ano de 2030. As narrativas contextualizam o movimento do mercado de moda e da indústria criativa impulsionado pelas novas ferramentas tecnológicas que aceleram o processo de mudança. Os desfiles no Senac trazem uma pioneira interação com o meio acadêmico. Estudantes da instituição acompanharão o SPFW, em uma troca inédita de experiências. Os alunos trabal-

TOM BARRETO

Anacê

harão em diversas áreas, se integrando ao mercado durante estes dias. No Komplexo Tempo, recém-inaugurado em galpões antigos do século passado, no tradicional bairro da Mooca, grande polo histórico da indústria têxtil, o SPFW reitera seu papel no reposicionamento de territórios da cidade. O CONFECCIONISTA JUL/AGO/SET 2022

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CAPA

A La Garçonne

ZÉ TAKAHASHI

O Festival SPFW + IN.PACTOS atrai a atenção para o seu conceito. Em um movimento de reinvenção, a diversidade e os novos formatos ganharam destaque diante de um cenário de constantes mudanças. Processos foram acelerados graças às ferramentas tecnológicas, possibilitando avanços dentro do ambiente digital. Diante dessas questões, o olhar fica focado nos novos pactos internos e setoriais que irão promover mudanças. Lidar com cenários mutantes e voláteis exige novos processos e estratégias, hábitos e comportamentos. O que o design pode fazer para acelerar a transição para um projeto alinhado com os interesses e objetivos de um novo mundo? Quem são os novos protagonistas, a nova safra de sementes a ser germinada? Onde estão e quais são os novos projetos? Como incorporar os princípios de uma nova economia circular e afetiva no desenho da solução? Na fronteira de diversos universos, o Festival SPFW + In-Pactos reafirma o poder da criação e da inovação. Mais do que nunca é preciso reconhecer a imaginação como recurso ilimitado, infinito, num momento em que outras noções de tempo e espaço abrem horizontes de possibilidades ao projetar futuros potenciais.

Renata Buzzo

GUI ROCHA-SENAC

Festival SPFW + IN.PACTOS

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Joao Pimenta Lino Villaventura

lificação oferecendo maiores oportunidades de construção de um ambiente sustentável, destacando a diversidade dos territórios e a riqueza multicultural da cidade. Os processos criativos estão na base do desenvolvimento econômico das sociedades. Cidades e regiões que conseguem atrair ati-

MARCELO SOUBHIA

Durante o Festival, será realizado de junho a novembro o Moda Empreendedora, em conversas para compartilhar e gerar aprendizados e conhecimentos na cadeia criativa, com temas ligados às temáticas propostas. O SPFW reafirma novos caminhos para o processo de transformação em parceria com o banco digital C6 Bank, Iguatemi e Sou de Algodão. Com apoio institucional da Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, o SFPW reforça os conceitos de transformação urbana e de qua-

MARCELO SOUBHIA

Moda empreendedora


MARCELO SOUBHIA

ZÉ TAKAHASHI

vidades econômicas associadas à inovação e criatividade têm maiores oportunidades de promover um desenvolvimento sustentável, graças à forte expansão das novas economias, mais intensivas em conhecimento, talento e tecnologia, assumindo papeis mais ativos ao contribuir com as iniciativas para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Segundo dados da ONU (Organização das Nações Unidas), até 2050, a previsão é de que 66% das pessoas vão viver em cidades. E é nas cidades que iremos gerar a grande força da economia – 85% do PIB global; 75% do consumo global de recursos. Mas também é na cidade onde geramos a maior pressão sobre o meio – 60 a 85% das emissões globais de gases de efeito estufa; 50% da produção global de resíduos, sem falar nos impactos sociais. É necessário apontar momentos como agora de transformação que são rápidos e constroem o futuro hoje. Momentos disruptivos que abrem janelas de oportunidades para quem tem coragem de se reinventar. São esses momentos que nos conduzem às inesgotáveis fontes de recursos e criatividade que todos possuímos em torno de propósitos comuns. Este é um chamado às pessoas para abraçar o novo e exercer novos pactos.

Santa Resistência

SPFW

FABRICIO CARDOSO

Thear

Com 25 anos SPFW é um dos mais completos exemplos de como a economia criativa pode ser usada como estratégia de desenvolvimento para a cidade e o país. O evento cumpre um papel articulador e provocador, transcendendo o mundo da moda e estabelecendose como ponto de convergência de diversas redes criativas. Com investimentos que superam 1 bilhão de reais, o SPFW já recebeu mais de 3 milhões de pessoas e a transmissão de seus conteúdos pela TV e Internet alcançou mais de 1 bilhão de pessoas em cerca de 100 países. Mais que evento e mais que moda, o São Paulo Fashion Week é uma experiência relevante, estimulante, inspiradora e transformadora para todos os que se conectam à plataforma.

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SUSTENTABILIDADE

SUSTENTABILIDADE NA PRÁTICA POR AURORA AYRES

FOTOS: DIVULGAÇÃO

O investimento em tecnologia de ponta e inovações inteligentes estão entre os pilares para a sustentabilidade na indústria têxtil

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nergias limpas, produtos biodegradáveis, consumo responsável... Cada vez mais as organizações trabalham em prol de um futuro mais sustentável. A implementação de boas práticas alinhadas ao monitoramento da produção é um ponto crucial para o desenvolvimento responsável, e ainda mais no setor têxtil e de confecções. O investimento em tecnologia de ponta e inovações inteligentes estão entre os pilares para a sustentabilidade na indústria têxtil.

é a principal prioridade de investimento empresarial global, e que a grande maioria das empresas vê uma clara vantagem competitiva de seu foco de sustentabilidade e a meta de alcançar o carbono líquido zero. O estudo também descobriu que para acelerar os esforços de descarbonização, as empresas devem se alinhar com as demandas das partes interessadas, colaborar com os parceiros em roteiros de sustentabilidade transparentes e medir efetivamente o andamento das iniciativas de sustentabilidade.

De acordo com um estudo global da Johnson Controls (NYSE: JCI), a sustentabilidade

Tecidos tecnológicos A cultura da sustentabilidade guia o crescimento e os processos de inovação da Diklatex, empresa catarinense localizada na cidade de Joinville. Com a expertise de mais de 40 anos na produção de tecidos técnicos e tecnológicos, a empresa incorporou a sustentabilidade como pilar estratégico do seu negócio Técnicas menos agressivas ao meio ambiente vêm ganhando espaço nos processos da empresa Diklatex, como por exemplo o Dope Dyeing, que elimina da produção um processo de tingimento, reduzindo em até 90% o consumo de água e em até 98% o uso de produtos químicos. Eduardo Habitzreuter, gestor de Engenharia da empresa, explica que enquanto no modo tradicional o fio passa por duas etapas, produ-

Colaboradoras na linha de produção de sacarias na fábrica de Castanhal

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SUSTENTABILIDADE A busca por alternativas com menor impacto ambiental na produção de tecidos desafia a indústria têxtil, mas ao mesmo tempo vem abrindo caminhos para viabilizar processos inovadores.

Imagem aérea da fábrica, localizada na cidade de Castanhal, no Pará

ção da fibra sem cor e na sequência a aplicação da cor na fibra, no Dope Dyeing os pigmentos de cor são adicionados junto aos polímeros já na produção do fio, reduzindo o processo em uma etapa. “Além de diminuir o consumo de água, energia e agentes químicos, o processo também emite até 60% menos CO2 e gera até 90% menos efluentes. Além de ser mais sustentável, o processo agrega ao tecido alta solidez da cor, atestando o compromisso da Diklatex com a qualidade e com um mundo mais consciente”, afirma. A expertise da empresa, na produção de tecidos tecnológicos esportivos, contribui para a inovação no setor e redução dos impactos ambientais. O Eco Trend, por exemplo, é um artigo de poliéster 100% sustentável de fibras filamentadas proporcionando conforto, excelente elasticidade, toque macio e gelado, secagem rápida, respirabilidade e gerenciamento térmico. O tecido com a tecnologia Truelife ECO é feito com garrafas PET retiradas do meio ambiente. “Esse processo reduz o impacto ambiental e agrega valor ao produto. Para se ter uma ideia, cada kg de tecido utiliza 28

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um valor aproximado de 60 garrafas PET de 500 ml, isso convertido em uma camiseta, temos um valor de aproximadamente 8 garrafas/ camiseta”, conta Habitzreuter. A busca por alternativas com menor impacto ambiental na produção de tecidos desafia a indústria têxtil, mas ao mesmo tempo vem abrindo caminhos para viabilizar processos inovadores. Pensando em uma solução para facilitar as necessidades femininas, unindo sustentabilidade e tecnologia, a Diklatex lançou o Truelife® Undertech, uma nova tecnologia com inovação nacional que reúne três camadas de tecidos inteligentes capazes de agir na absorção dos fluidos do corpo feminino – menstruação e escapes da incontinência urinária. Outro ponto importante é sobre a mudança de hábitos de consumo, através da menor quantidade de lixo gerada. Uma mulher produz 200 quilos de lixo em sua vida fértil por conta do descarte de absorventes. Com a calcinha menstrual, isso não acontece, pois ela é reutilizável e a lavagem pode ser feita durante o banho, com sabão neutro.


Matéria-prima biodegradável A Sustentabilidade sempre foi uma preocupação e uma questão de suma importância para a Companhia Têxtil de Castanhal desde sua fundação, em 1966. A começar pela matéria-prima, uma fibra vegetal, totalmente biodegradável, que é cultivada em harmonia com o bioma amazônico e, portanto, seus resíduos são totalmente absorvidos pelo meio ambiente quando descartados. Quem explica é o diretor da companhia, Flávio Smith: “o plantio da juta é feito às margens dos rios Solimões e Amazonas, no início da vazante, com a adubação natural pelo húmus acumulado pelas cheias dos rios. Todo processo é natural, respeitando a floresta e o meio ambiente. No processo de transformação da fibra em tecido são utilizados apenas aditivos orgânicos e óleos vegetais”. “Para além do cuidado e do respeito com o planeta, aqui na Companhia Têxtil de Castanhal temos o mesmo olhar sobre as pessoas e a sociedade e esses compromissos permeiam toda a nossa cadeia produtiva, do cultivo da fibra à produção de nossos produtos, como telas, fios, sacarias e sacolas e sua comercialização”, salienta. “Nossa empresa atende a outra questão importante, que é estimular a economia circular, uma vez que a juta é cultivada por famílias ribeirinhas da Amazônia e esta atividade contribui significativamente de forma positiva para a economia da região e estimula a atividade laboral local, auxiliando na fixação dos produtores à sua própria terra”, complementa o executivo.

Imagem aérea da fábrica, localizada em Joinville, Santa Catarina

De acordo com o diretor, o projeto atua juntamente com os agricultores familiares em um ciclo virtuoso que envolve investimento para o aumento da produtividade e da qualidade dos plantios, geração de renda ao pequeno produtor, com remuneração justa e garantia de compra de toda produção. “Na prática, as ações viabilizam incentivo financeiro, capacitam os pequenos produtores para adoção de tecnologia no cultivo e disponibilizam acompanhamento técnico feito por agrônomos da Castanhal. Com este projeto as safras dos produtores têm resultados mais eficientes a cada colheita, além de aprimorarem suas técnicas de plantio e fazerem a seleção das melhores sementes para a safra seguinte”, salienta Smith.

Projeto Semente

Além de aumentar a produtividade com qualidade, prossegue o executivo, a iniciativa afeta positivamente a realidade da comunidade envolvida com agricultura familiar, tornando-se fonte de renda viável, uma vez que a Companhia Têxtil de Castanhal garante aos produtores o financiamento para início do plantio e a compra do total produzido, auxiliando também no transporte da fibra até a indústria.

A principal iniciativa em curso da Castanhal atualmente é o Projeto Semente. Trata-se da viabilização e da desburocratização de meios de financiamento, com o apoio do Governo do Pará, onde a fábrica da companhia está localizada, à aplicação de tecnologia, pesquisa e conhecimento técnico em favor do cultivo de fibras naturais.

“O aporte da Castanhal em tecnologia e conhecimento para a melhoria e a disponibilização de 75 toneladas de sementes de juta a agricultores familiares gera uma safra de 5.5 mil toneladas de fibra nas regiões das várzeas por ano. O resultado é uma cultura ainda mais produtiva, de alta qualidade e com mais competitividade no mercado”, revela. O CONFECCIONISTA JUL/AGO/SET 2022

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DICA DO ESPECIALISTA SUSTENTABILIDADE

JESSÉ MOURA, é gerente de Marketing da Hyosung Brasil creora®

Matérias-primas sustentáveis para a indústria têxtil Um dos principais desafios atuais da moda e da indústria têxtil tem sido a busca por novas tecnologias capazes de transformar a cadeia e o processo de produção menos agressivos ao meio ambiente

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sustentabilidade na indústria têxtil na atualidade deixou de ser vista apenas como uma ferramenta de marketing para se tornar uma real preocupação com o meio ambiente. Empresas vem buscando investir em pesquisas e desenvolvimentos de produtos que gerem menor impacto negativo ao meio ambiente, sendo nomeados como produtos menos impactantes. Em um momento de instabilidade e incertezas, a sustentabilidade na indústria têxtil se tornou assunto dos próprios consumidores, cada vez mais preocupados com o grande impacto das indústrias com o meio ambiente. À medida que mais consumidores estão comprometidos em cumprir suas responsabilidades sociais com o meio ambiente, as empresas produtoras de matérias primas para a indústria têxtil recebem cada vez mais solicitações das marcas para desenvolver soluções personalizadas que atendam às necessidades exclusivas de seus consumidores.

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Marcas que até o momento vinham considerando apenas o produto reciclado como sustentável, vêm abrindo portas para os desenvolvimentos de novos tecidos com base de matérias primas com menor impacto ambiental, principalmente as fibras sintéticas provindas de base biológica, ou seja, matérias primas de fontes renováveis e não mais 100% base petróleo, que são fontes não renováveis e escassas em nosso planeta. Atualmente, o mercado

têxtil já conta com fios de poliamida e elastano provenientes de matérias primas de base biológica em sua composição. Os efeitos do uso de elastano por exemplo com base biológica em sua composição para o meio ambiente são: redução de 39% no consumo de água, redução de 24% de recursos fósseis (fontes não renováveis), 23% menos impacto para mudança climática, 7% menor impacto a camada de ozônio, menor utilização da terra.


Ainda citando o elastano biomassa com 30% de matéria prima biológica em sua composição como exemplo, o mesmo pode reduzir a emissão de carbono em 23% comparado a um elastano regular: Para a produção de 1 tonelada de elastano biomassa, o resultado de 23% de redução da pegada de carbono é o mesmo que dirigir por 25.773 Km, ou a adsorção de carbono por 378 pinheiros. Enquanto isso, as empresas que estão mais focadas na redução de resíduos podem utilizar de elastano, poliéster e a poliamida reciclada, feito de 100% de resíduos recuperados, optando por usar insumos totalmente

reciclados em vez de apenas incluí-los como parte das matérias primas. Em categorias como roupa de banho ou roupa esportiva, a mistura de poliamida ou poliéster reciclado com elastano reciclado, expandindo o impacto da redução de resíduos das roupas. Uma outra opção em alta, não é somente de utilizar matérias primas menos impactantes, e sim tornar o processo têxtil para a produção do tecido ou de peças confeccionadas menos impactante. O uso de fibras sintéticas cujas são denominadas “dope dyed”, ou seja, tintas em massa, é uma excelente opção para empresas que buscam um processo sustentável, isso porque as fibras não necessitam do processo de tingimento, reduzindo

o uso de água, energia elétrica e produtos químicos, sendo assim o volume de CO2 emitido ao meio ambiente e a necessidade de tratamento de efluentes reduz drasticamente. À medida que o foco na circularidade na moda continua crescendo, as fibras elásticas como o elastano se tornaram um tópico de discussão no seu uso, pois adicionam um segundo tipo de fibra ao tecido, dificultando o processo de reciclagem. No entanto, em vez de eliminar o elastano da composição, as empresas veem a resposta em uma mistura de materiais de desempenho mais baseados em produtos com bases biológicas e inovações de reciclagem aceleradas que possam trabalhar com vários materiais em sua composição. Isso permitirá que os tecidos elásticos façam parte da revolução da reciclagem da moda, afinal a elasticidade nos tecidos faz parte do novo conceito do vestuário, que visa proporcionar conforto e qualidade aos produtos. De acordo com o roteiro sustentável lançado pela comissão da União Europeia em 2022, a indústria têxtil da Europa é a quarta que mais polui no continente, e estão em busca de melhorar esse índice com apoio das iniciativas sustentáveis através de incentivos para as mesmas. A oportunidade na produção de fibras e tecidos menos impactantes vem sido percebida por diversas indústrias e empreendedores, abrindo portas para o surgimento de novos negócios e novos produtos no segmento têxtil. As empresas buscam o reaproveitamento dos resíduos como forma de criar uma iniciativa sustentável e também reduzir os custos, utilizando o que teriam que pagar para ser descartado em aterros sanitários. O CONFECCIONISTA JUL/AGO/SET 2022

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Sua empresa pode ter muito dinheiro para receber por ter pago imposto a mais. Reforce o caixa de sua empresa sem empréstimos bancários ou liquidação de seus ativos. A maioria das empresas pagaram Impostos a mais para o Governo e esses valores podes ser recuperados com um processo simples e administrativo que, dependendo da forma de tributação, podem estar em sua conta em 60 dias. Recupere um dinheiro que já é seu de maneira legal e Vigente e coloque sua contabilidade de acordo com a legislação vigente, Ficando tranquilo para crescer de forma sustentável e sem sustos. Além disso, você pode passar a pagar menos imposto e investir a diferença em matéria-prima, marketing ou no departamento de vendas de sua empresa, fazendo com que ela seja mais competitiva e eficiente.

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PESQUISASEBRAE

Micro e pequenas empresas mostram resiliência

IMAGEM: FREEPIK

Proporção de pequenos negócios com queda no faturamento atinge menor marca deste o início da pandemia

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esquisa do Sebrae e da Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostra que, em média, 59% das empresas ainda sofrem com a redução dos ganhos. Peso é maior sobre os microempreendedores individuais. Os donos de pequenos negócios têm mostrado resiliência ao longo dos últimos anos para enfrentar os diversos impactos trazidos pela pandemia da Covid-19. Dados apresenta-

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dos pela 14ª Pesquisa Impacto da Pandemia de Coronavírus nos Pequenos Negócios, realizada pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), revelam que a proporção de empresas com queda no faturamento alcançou o menor patamar da série histórica, iniciada em março de 2020. Em média, 59% das empresas ainda sofrem com a redução do faturamento, sendo que entre os microempreendedores individuais (MEI) essa porcentagem atinge 62%, contra 53% entre as micro e pequenas empresas (MPE).


O levantamento, feito entre 25 de abril e 2 de maio de 2022, mostra também que as perdas são em média de 23%. Desde meados do ano passado, o Sebrae tem observado um movimento de recuperação das perdas. No entanto, os impactos da pandemia pesam mais sobre as contas do MEI do que sobre as das MPE. Enquanto os microempreendedores individuais ainda enfrentam perdas de 29%, as micro e pequenas empresas sofrem com redução de 14% no faturamento. Quando o assunto são as dívidas, 65% dos donos de pequenos negócios estão com o caixa comprometido, mas as MPE estão mais endividadas do que os MEI. São 73% das micro e pequenas empresas com débitos pendentes contra 60% dos MEI com contas para pagar. Apesar disso, a renda dos microempreendedores individuais está mais comprometida nesse quesito. Em média, 59% dos pequenos negócios têm mais de um terço de seus custos mensais afetados por dívidas, sendo que entre os MEI essa porcentagem é de 67%. No caso das MPE, são 48% na mesma situação. A pesquisa também apresenta que a busca pelo crédito varia entre os pequenos negócios, apesar de se manter praticamente estável ao longo dos últimos meses. Os MEI têm recorrido menos aos financiamentos e, quando o fazem, são os que têm mais recusas das instituições financeiras. Enquanto 42% dos microempreendedores individuais buscaram empréstimos, 61% das micro e pequenas empresas solicitaram uma ajuda financeira de terceiros. Entre as MPE, 70% conseguiram o crédito contra 41% dos MEI.

Perspectivas Aos desafios trazidos pela pandemia da Covid-19 somamse outras preocupações na cabeça do empreendedor, como a alta de inflação e dos juros que impactam os custos das empresas. Questionados sobre o futuro dos negócios, em média, 41% dos donos de pequenos empreendimentos responderam que ainda têm muitas dificuldades para manter o negócio. Os MEI consideramse mais aflitos (44%), enquanto 37% das MPE avaliam que o seu estado de espírito ainda é de preocupação com o futuro.

Vendas on-line Apesar da reabertura dos estabelecimentos físicos, as vendas on-line devem continuar em alta e o atendimento híbrido tende ser a realidade dos pequenos negócios. O levantamento mostra que os MEI aderiram mais ao uso de ferramentais digitais para vender, com 72% utilizando redes sociais, aplicativos ou internet. No caso das MPE, esse índice é de 70%.

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VAREJO

Varejo promove o desenvolvimento e a sustentabilidade da cadeia de valor

da moda

As ações de desenvolvimento da indústria têxtil e de confecção nacional é um dos pilares estratégicos de atuação da ABVTEX POR JACQUELINE MIRANDA

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romotora do diálogo entre os diversos elos da cadeia produtiva, a Associação Brasileira do Varejo Têxtil (ABVTEX), entidade que congrega as mais representativas redes varejistas de moda no Brasil, registra passos importantes rumo ao desenvolvimento sustentável da complexa rede de fornecimento local que envolve desde a produção de fibras, fiação, indústria têxtil, indústria de confecções até o varejo. Ao concentrar uma agenda positiva de iniciativas, além de articular soluções conjuntas para problemas comuns, a Associação tem protagonizado inúmeras conquistas, entre elas as relativas ao Programa ABVTEX, considerado o maior esforço setorial da cadeia de valor da moda no Brasil em prol da responsabilidade social, do compliance e na promoção do trabalho digno, combatendo o uso de trabalho análogo ao escravo, infantil e estrangeiro irregular por fabricantes e seus subcontratados. “Como elo importante da cadeia, o varejo de

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moda tem assumido cada vez mais o papel de articulador das melhores práticas no segmento de vestuário, calçados, bolsas, acessórios e de artigos têxteis para o lar, somando apoio a projetos que visam a evolução das cadeias de fornecimento”, afirma Edmundo Lima, diretor executivo da ABVTEX. Confira as ações e parcerias à construção de uma moda socioambientalmente sustentável:

Monitoramento e desenvolvimento da cadeia produtiva A ABVTEX é a única entidade de classe do segmento de varejo de moda. Assumiu o protagonismo de lançar e manter um programa de desenvolvimento e monitoramento da cadeia de fornecimento brasileira, denominado Programa ABVTEX. Lançado em 2010, o Programa consiste em promover o desenvolvimento sustentável da cadeia produtiva dos artigos de moda a partir do estímu-


Programa ABVTEX promove a melhoria no ambiente de trabalho, aumento da produtividade e reducao de funcionários

lo às empresas para adoção da formalização, de boas práticas no ambiente de trabalho, de respeito à legislação ambiental e governança corporativa. Em junho de 2022, o Programa contabilizou 396 mil trabalhadores registrados entre as 3,8 mil empresas fornecedoras aprovadas, localizadas em 645 munícipios, em 18 estados brasileiros. Estes profissionais são impactados positivamente com o cumprimento da legislação trabalhista, com a garantia dos seus direitos e das condições de saúde e segurança no trabalho.

Uma das ações de maior impacto e protagonismo da ABVTEX junto aos consumidores, é o movimento ModaComVerso que une varejistas, fornecedores, organizações da sociedade civil e consumidores para promover a moda socialmente responsável no Brasil.

Do ponto de vista das empresas aprovadas no Programa, os benefícios são a mitigação de riscos de passivos trabalhistas; melhoria no ambiente de trabalho e redução de acidentes, aumento da produtividade e melhoria da qualidade de produtos; além de maior motivação e retenção de trabalhadores.

O ModaComVerso tem como objetivo educar, sensibilizar e conscientizar o consumidor sobre o seu papel na transição para uma moda socialmente responsável, ao escolher marcas comprometidas com as melhores práticas e compliance na cadeia de fornecimento. Os temas centrais do movimento são o combate ao trabalho análo

ModaComVerso

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VAREJO

Edmundo Lima, diretor executivo da ABVTEX

go ao escravo, infantil e a redução da informalidade do setor, estimulando as empresas a agirem de forma ética e transparente.

Iniciativa da OIT e ABVTEX vai fortalecer pequenas e médias empresas do setor têxtil A Organização Internacional do Trabalho (OIT), em parceria com a ABVTEX, vai fortalecer as pequenas e médias empresas (PMEs) da cadeia têxtil e de confecções da Região Metropolitana de São Paulo inicialmente, por meio da introdução no Brasil da metodologia Sustentando Empresas Competitivas e Responsáveis (SCORE, na sigla em inglês). A iniciativa visa melhorar a produtividade e as condições de trabalho de PMEs. As atividades serão desenvolvidas até, pelo menos, novembro de 2024. 38

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Embalagens Sustentáveis de E-commerce Em uma iniciativa liderada pela ABVTEX, marcas associadas se uniram para criar de forma colaborativa o ‘Guia de Boas Práticas para Embalagens Sustentáveis de E-commerce’. O objetivo do Guia é apresentar ao mercado uma ferramenta de uso prático que auxilia as empresas a estabelecerem estratégias para o desenvolvimento de embalagens mais sustentáveis para os diversos segmentos que comercializam produtos por e-commerce. São evidenciados indicadores e oportunidades de melhorar o desempenho socioambiental e de apoiar as decisões de escolha de um novo produto no portfólio das empresas. A publicação e a ferramenta estão disponíveis gratuitamente no site da ABVTEX para ampla consulta: www.abvtex.org.br/guiaembalagens-sustentaveis-ecommerce


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FEIRA

Febratex 2022

FOTOS: DIVULGAÇÃO FEBRATEX

Considerada uma grande vitrine da indústria têxtil no Brasil, esta edição é maior que as anteriores e traz várias novidades

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onsiderada a maior feira de máquinas e tecnologias têxteis das Américas, a Febratex é reconhecida como a terceira maior feira mundial do setor têxtil e estrategicamente esperada pelo mercado para exibição de lançamentos da indústria e de confecção e de segmentos como fiação, tecelagem, malharia, beneficiamento e confecção. Umas das novidades da 17ª edição é o aumento de espaço do evento. Ao todo, são sete áreas físicas, ocupando os quatro setores do Parque Vila Germânica de Blumenau, além de um espaço anexado ao setor 7 e o Ginásio do Galegão. No total, são 30 mil m² de área total. Além de ser a maior de todas, esta edição inova com o Febratex Conecta, evento internacional que apresenta soluções inovadoras e sustentáveis para toda a cadeia produtiva da indústria têxtil e de moda brasileira. A indústria têxtil e de confecção teve faturamento estimado de R$ 194 bilhões em 2021, o que mostra a recuperação após a pandemia. “Esse número mostra que podemos continuar otimistas neste ano em relação à indústria têxtil e isso reflete em ótimas perspectivas para a 17ª edição da Febratex”, prevê a diretora executiva do Febratex Group, Giordana Madeira.

Febratex Conecta O evento tem como foco as projeções de inovação e sustentabilidade têxtil, e para isso lança o Febratex Conecta, espaço exclusivo e diferenciado que visa promover o conhecimento e gerar networking para a indústria têxtil. A instalação está localizada no setor 3 do Parque. No local, estão diversas atrações e os visitantes podem conhecer uma mostra de soluções sustentáveis e inovadoras, apresentadas por

A indústria têxtil e de confecção teve faturamento estimado de R$ 194 bilhões em 2021

empresas nacionais e internacionais. “O Febratex Conecta nasce com o objetivo de promover e conectar o conhecimento entre pessoas, empresas e indústria, além de gerar conexões e networking entre todos que atuam com a indústria da moda e confecção”, salienta Giordana.

Exposição Green Circle A exposição Green Circle é promovida pelo Citeve - Centro Tecnológico de Portugal. Esta é a primeira vez que a entidade estará nas Américas. No Green Circle, os visitantes poderão ver produtos desenvolvidos de forma sustentável, como fibras, fios, linhas, cordas, tecidos, malhas, tecidos, entre outros itens.

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FEIRA Conferência Febratex Uma outra atração é a Conferência Febratex, com três dias de palestras com conteúdo dos expositores do evento. Os visitantes podem acompanhar um Preview do Febratex Summit, em um dia de conteúdos exclusivos do Febratex Summit 2023. De acordo com a organização, o público terá uma ideia do que esperar do evento no próximo ano e conhecerá algumas tendências. O foco do Summit é inspirar pessoas a acompanhar o desenvolvimento tecnológico e buscar soluções inteligentes.

Outras novidades Febratex 2022 Esta edição conta ainda com o Startup Corner, um espaço que nasceu na 1ª edição do Febratex Summit, em 2019, com o objetivo de promover soluções de inovação para a indústria da moda brasileira. “Na Febratex 2022, criamos um ambiente exclusivo e acessível para as startups que estão iniciando a jornada do empreendedorismo e precisam de apoiadores. O espaço contará com até 18 startups e tem o apoio da Blusoft na curadoria”, explica Giordana. O evento viabiliza a conexão entre as startups e os seus potenciais clientes, com o objetivo de gerar oportunidades de negócios, que poderão elevar o valor da solução no mercado e atrair investidores. É um encontro entre experiência profissional, inovação e novos modelos de negócios. Também é uma forma de tornar a indústria têxtil mais atrativa aos jovens.

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Na última edição, em 2018, foram 330 expositores representando 2,4 mil marcas, em 30 mil m2 de evento. Cerca de 50 mil visitantes passaram pela Vila Germânica, em Blumenau (SC) nos quatro dias de feira.


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ARTIGO MODA

Desafios da Indústria da Moda Somos uma indústria impactante, com muitos elos em diferentes tamanhos e estágios; temos muitos avanços sustentáveis e ao mesmo tempo muitos desafios a encarar.

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uito tem-se falado de que a indústria da Moda é a segunda indústria mais poluente do mundo, uma falácia, que de tanto ser repetida virou uma verdade. O fato é que esse estudo nunca foi realizado para sabermos nosso real ranking, mas isso não apaga o fato de que somos uma indústria impactante, e o pior, é que por sermos uma indústria muito fragmentada, com muitos elos em diferentes tamanhos, estágios e consciência temos ao longo dessa cadeia muitos avanços sustentáveis e ao mesmo tempo muitos desafios a encarar. Atualmente a produção anual de peças de vestuário gira em torno de 150 bilhões, das quais 24% são vendidas em liquidação e, devido à superprodução visando maiores lucros, 30% nem chega a ser comercializado terminando em aterros ou incineradores. Porém, existe o lado positivo dessa indústria que, segundo dados da consultoria Gherzi e Euromonitor, responde por 3% do PIB mundial com faturamento de USD 2,4 trilhões, gerando 300 milhões de empregos ou seja 10% das pessoas empregadas no mundo. No Brasil, o setor têxtil e de confecções gera aproximadamente 1,5 milhões de empregos diretos e 8 milhões de empregos indiretos, sendo responsável por 16,4% dos trabalhadores do país, sendo o 2º maior empregador industrial, respondendo por 5,5% do PIB nacional, sendo o 4º maior produtor de vestuário, com uma produção ao redor de 6 bilhões de peças ano e 5º maior produtor têxtil. (Dados: Iemi/relatório modefica) 44

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Falando especificamente da indústria do Jeans, minha especialidade nos últimos 30 anos, uma indústria com mais de 150 anos, com muitos elos envolvidos, da agroindústria ao varejo, com um alto impacto ambiental, mas caminhando à passos largos rumo à uma indústria mais sustentável.

Vamos aos fatos:

Maria José Orione, diretora

O impacto médio na pro- acadêmica da Denim City dução de um 1,2 m de Denim, o tecido necessário para a fabricação de uma calça Jeans, ainda segundo a consultoria Gherzi é de 3kw/hora mais 0,5 Kwk para lavar o jeans, o que corresponde a de 10 a 12h do consumo energético anual de uma pessoa, que segundo a ONU é em média 2.400 Kwh. Em termos de consumo de água, na produção do Denim são consumidos aproximadamente 40l/kg, o que resulta em 20l/jeans e na lavanderia, o consumo em processos tradicionais é de em média 40l/calça, portanto em torno de 60l/calça jeans, sendo que comparativamente o consumo diário de água de uma pessoa é de 123l (ou 45m³/ano – fonte ONU). Como o Jeans é um produto que não requer muita lavagem caseira, isso faz dele um produto bastante adequado e sustentável. Agora, se analisarmos de forma mais ampla, considerando a pegada hídrica do produto desde a plantação do algodão até seu descarte, esses números ficam um pouco mais impactantes.


No mundo, o consumo de água necessário para um par de jeans é de 15.000l, pois a grande maioria dos países necessita irrigar artificialmente o algodão. Já no Brasil, 92% do algodão, segundo a Associaçao Brasileira dos Produtores de Algodao (Abrapa), é produzido em regime de sequeiro, ou seja, sem irrigação artificial, dependendo apenas da irrigação proveniente das chuvas, o que nos dá uma vantagem competitiva e sustentável, pois nosso consumo é de ¼ do consumo mundial. Segundo um levantamento realizado pela Ecoera no movimento a Moda pela Água, a pegada hídrica de um jeans no Brasil é de 5.196 l/ calça, sendo 80% desse volume proveniente do plantio do algodão e o 2º maior volume é o das lavagens caseiras realizadas pelo consumidor até o final da vida útil do produto. Um outro ponto polêmico neste assunto é justamente sobre o algodão, pois existe muita desinformação a esse respeito. A Abrapa desenvolve há mais de vinte anos um trabalho muito sério e responsável que culminou na fusão dos projetos ABR (Algodão Brasileiro responsável – Certificação Brasileira para unidades produtivas de algodão) e BCI (Better Cotton Iniciative - Certificação internacional da cadeia produtiva do algodão, presente em 23 países do mundo), fazendo do Brasil o maior produtor mundial de algodão sustentável do planeta.

DIVULGAÇÃO VICUNHA

PEGADA HÍDRICA ECOERA

Ainda assim, ao pensarmos nos conceitos de ESG (Environmental, social, and corporate governance) não podemos continuar a produzir e a gerir as empresas de moda como sempre fizemos. Estamos diante de uma situação premente e de um paradoxo imenso, pois as empresas estão sempre buscando crescimento de volumes e de receita. No entanto o planeta não suportará esse movimento de superprodução contínua. Será necessário portanto será necessário uma mudança de mentalidade da indústria e do consumidor, em busca de uma alternativa sustentável para o FAÇA, UTILIZE E DESCARTE, a busca de um novo sistema de produção que abandone o círculo vicioso do preço e encontre um círculo virtuoso de qualidade, durabilidade e valor em toda a cadeia de moda, com transparência e salários justos. Possivelmente a resposta a médio longo prazo seja a Economia Circular: Fechando o ciclo: Reduzir, reutilizar, reparar, reciclar, utilizando os resíduos como matéria-prima para outro produto, aplicando o Design para durabilidade (eco-design) e evitando o uso abundante de recursos. Porém, como ainda estamos muito distantes disso no Brasil, precisamos começar a conscientizar o consumidor e a indústria de que mesmo o objetivo estando distante é necessário dar os primeiros passos na direção correta, sendo hoje mais sustentável que ontem, fazendo os primeiros movimentos rumo à sustentabilidade, pois, parafraseando Robert M. Lilienfeld e William L. Rathjeo, em seu livro ‘Use Less Stuff: Environmental Solutions for who We Really are’: "O melhor caminho para produzir qualquer impacto ambiental nao é reciclar mais, mas produzir e descartar menos".

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FEBRATEX/TECNOLOGIA

Galileu traz a Excelência da Alemã Kuris para a 17a Febratex 2022

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FOTOS: DIVULGAÇÃO

Galileu lança nova marca no Brasil


Luiz Henrique Ferreira: "A parceria entre as duas empresas une o que há de melhor em tecnologia, reducao de custo e serviço."

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Galileu Tecnologia participa da 17ª Febratex 2022 com novidades. Além de todos os produtos já conhecidos que comercializa (Barudan & Wilcom, InkCups e Mimaki), a empresa está lançando a nova marca de CAD e CAM no Brasil: a Kuris, da Alemanha. Será o lançamento oficial da Kuris no Brasil. A Kuris é uma companhia global presente em todos os continentes e em 10.000 instalações em todo o mundo. Fundada em 1912, sua atuação tem como características a robustez de seus equipamentos, sua engenhosidade e o desenvolvimento de produtos inovadores para diversos setores da economia. Os equipamentos

possuem alta performance, custo de manutenção reduzido e grande durabilidade. A Kuris é especialista em máquinas de enfestar e cortar matérias primas têxteis, além de fibra de carbono, fibra de vidro e outros tecidos técnicos, etc. Adiciona também a seu portfólio equipamentos com foco em materiais de uso diário, tais como couro, tecidos industriais e tecidos usados na fabricação de roupas. Luiz Henrique Ferreira, Diretor Presidente (CEO) da Galileu, destaca a qualidade dos equipamentos Kuris e como ele vai impactar no mercado: “Num mundo onde os equipamentos foram ‘achinesados’, encontramos na Kuris uma O CONFECCIONISTA JUL/AGO/SET 2022

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FEBRATEX/TECNOLOGIA

SITES www.galileu.ind.br https://galileu.ind.br/kuris www.kuris.de 48

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FOTOS: DIVULGAÇÃO

fábrica que nunca abriu mão de sua qualidade e de seu serviço há 110 anos, com produtividade e durabilidade e com menor custo de manutenção. E, nessa Febratex, iremos mostrar isso. Estaremos expondo a nova cortadora automática Kuris TC2222 e a enfestadeira A55. Temos a certeza de que iremos surpreender nossos clientes e as pessos presentes na feira!” Luiz Henrique também fala um pouco sobre as características da Galileu em um mundo cada vez mais competitivo: “A Galileu é conhecida por só vender produtos de ponta e serviço premium aos nossos clientes, é o nosso DNA. A parceria entre essas duas empresas, Galileu/Kuris, une o que há de melhor em tecnologia, redução de custo e serviço, então temos uma grande expectativa de sucesso aqui no Brasil.” Participante da Febratex desde a primeira edição, a Galileu foi a grande incentivadora da feira. Nesta 17ª edição, a primeira pós-pandemia, Luiz Henrique destaca suas expectativas em relação ao evento: “Acredito que será a melhor Febratex de todos os tempos! As pessoas estão sedentas por tecnologia, querem saber das novidades do setor e a Febratex é o melhor lugar pra isso. Foram dois anos em casa praticamente e quatro anos sem Febratex, tem tudo para ser uma grande feira!” Nacionalmente, a Kuris será distribuída no Sul pela Galileu Tecnologia de Blumenau e no Norte, pela GGTech de São Paulo.

Da esq. para a direita: Sven Gassenmayer, CEO da Kuris da Alemanha; Paulo Kang, diretor da GGTech; Erdal Ayguen, diretor Industrial da Kuris Alemanha e Luiz Henrique Ferreira, diretor da Galileu Tecnologia


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DICA DO ESPECIALISTA MODELAGEM

SONIA DUARTE Pesquisadora, professora e autora do livro MIB – Modelagem Industrial Brasileira

Sempre Ela Pensar em modelagem industrial brasileira é pensar no corpo da mulher brasileira e suas características, afirma a profissional

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hega e encanta o nosso ego de ser e poder fazer, de construir e modificar, é tudo que a vida nos dá nessa área inimaginável. O grande segredo para uma pessoa que está entrando nessa área, é ter a visão espacial, e ter essa visão não são todos que têm. Por outro lado, milhões de pessoas correm atras desse trabalho maravilhoso com peças e tecidos. O processo de modelagem industrial – desde as suas medidas padronizadas ao corte preciso – segue paralelamente atualizado às informações sobre o tecido e suas possibilidades (composição, caimento, elasticidade e reações à lavagem e à secagem); as formas que se deseja obter, aos detalhes (atualmente, a roupa muda é nos detalhes), a estampa e a silhueta proposta pelas tendências da moda contemporânea e os seus revivals. Pensar em modelagem industrial brasileira é pensar no corpo da mulher brasileira e suas características, afirma a profissional. Na indústria nacional cada fabricante possui a sua tabela de medidas

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padronizadas que não incluem as costuras e folgas. Os acréscimos de costura variam de indústria para indústria e as folgas variam de acordo com o modelo e o efeito desejado. O que determina uma tabela é a altura do tronco e as verticais, o biotipo de cada país possui a sua tabela de me-

didas. As italianas por exemplo, possuem o torso longo, já as americanas o torço mais curto e o peito alto. Sobre o mercado de moda, o modelista no Brasil precisa ser mais bem remunerado, pois definitivamente a modelagem é a alma de uma roupa. “Quando chego perto de uma roupa


só de olhar, já sei o seu caimento e as suas proporções. Raramente, quando entro numa loja visto uma roupa, com exceção para a calça”. A modelagem é precisão, desde a mais simples a mais elaborada. Portanto, todos os cálculos precisam estar corretos para se encaixarem harmoniosamente. A base das costas e a base da frente, guias referenciais da modelagem plana, necessitam ser precisas. É importante lembrar que o trabalho da modelista é de grande responsabilidade, pois, através de seus moldes (resultado da modelagem plana), milhares de peças podem ser cortadas. Somente após a montagem podem se acrescentar as costuras ao molde e ampliar para os demais tamanhos. Por isso, é muito importante a montagem da peça-piloto (modelo de referência que na maioria das indústrias é confeccionada no tamanho 40) na verificação e aprovação da modelagem, que será reproduzida em escala. Para desvendar os matemáticos mistérios desta arte surpreende, encontramos em Modelagem Industrial Brasileira, da Sonia Duarte e Sylvia Saggese, um guia fundamental e super prático. Desde a lista de materiais, fica técnica, pences e recortes, decotes e mangas à construção de vestidos, biquinis e modelos infantis. Na medida certa, capítulo por capítulo, podemos decifrar a gola xale, entender a blusa marinheira e ter sucesso no decote drapeado que quase sempre nos dá a impressão de ser obra do acaso.

Corpo o formato “colher” (biotipo com o quadril maior que as demais partes do corpo).

Corpos com o formato “retangular” (biotipo com a cintura menos acentuada, quase do mesmo tamanho do quadril e do ombro).

O modelista no Brasil precisa ser mais bem remunerado, pois definitivamente a modelagem é a alma de uma roupa, afirma a especialista O CONFECCIONISTA JUL/AGO/SET 2022

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ARTIGO ABIT

UMA TRAJETÓRIA DE RESILIÊNCIA E SUPERAÇÃO NA CRISE PANDÊMICA POR FERNANDO VALENTE PIMENTEL

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setor têxtil e de confecção, cujo PIB representa 5% do total da indústria de transformação e 1% do nacional, foi muito impactado pela pandemia, principalmente a partir do fechamento do comércio em 2020. As fábricas continuaram funcionando, mas reduziram suas atividades, por falta de encomendas do varejo, cujas vendas caíram. Apesar do choque, o setor mobilizou-se de modo rápido, produzindo máscaras, aventais e outros itens de proteção individual para profissionais da saúde e a população, cumprindo importante papel no enfrentamento inicial da Covid-19.

2020, as indústrias estavam rodando a plena carga. Sequer ocorreram as férias coletivas, normalmente adotadas no período. O setor entrou em 2021 com o pé no acelerador, apesar do recrudescimento da pandemia, que, em março, provocou nova interrupção do comércio físico. A partir da reabertura, em abril e maio, fomos agraciados com um bom inverno. Quando este ocorre de maneira marcante no regime climático, impulsiona as compras e a produção dos artigos peculiares à estação e abre espaço para as coleções de primavera-verão, nossa grande temporada anual.

O setor têxtil e de confecção ganhou uma dinâmica forte, principalmente nas linhas de produtos para o lar, decoração, roupas de dormir e de conforto para quem estava em home office. Depois de uma queda brutal, começamos a subir a rampa. No final de 52

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FOTO: DIVULGAÇÃO

No triste cenário, com irreparáveis perdas de muitas vidas, o mercado começou a se ajustar, acelerando tremendamente a agenda digital. Porém, no segundo semestre, com a injeção na economia dos R$ 300 bilhões que o governo colocou nas mãos da população, houve uma recuperação, que ocorreu de modo mais acentuado no consumo de bens.

Fernando Valente Pimentel


Assim, o setor começou a recuperar a produção e os empregos. Em 2021, cresceu 8,5% no segmento têxtil e 10,9% no de confecção, ante 2020. O desempenho foi bem até setembro, quando começou a se observar retração. As pressões relativas aos custos de matérias-primas e fretes, dentre outros itens, a partir de meados do ano, tiveram consequência nas nossas atividades, bem como a interrupção nas cadeias de suprimentos. São vários fatores, ainda não normalizados. Houve, ainda, uma queda no consumo devido à inflação. Em 2022, esses problemas mantiveram-se, agravados pela invasão da Rússia à Ucrânia e o lockdown na China. Porém, o varejo começa a se recuperar, devendo puxar a indústria. Nosso setor, entretanto, na comparação entre os primeiros quatro meses deste ano e de 2021, apresentou queda de produção de 19% no segmento têxtil e 13% no de vestuário. Nos últimos 12 meses, tendo como base abril, os resultados foram, respectivamente, de menos 7,5% e zero. Mas, o varejo cresceu 23%, performance que influenciará a indústria. Nesse cenário, cabe salientar que, nos últimos 12 meses, nosso setor gerou cerca de 35 mil postos formais de trabalho, demonstrando resiliência. As exportações avançam, tendo crescido em torno de 14% no período, no qual os preços finais para o consumidor evoluíram em linha com a inflação, em torno de 12%. Entretanto, os custos do nosso setor, em média, subiram acima disso. Portanto, reduzem-se as margens das empresas. Observamos agora que a economia continua permeada por incertezas e volatilidade, em decorrência dos fatores externos e internos, pressão de custos e dificuldades de repassá-los aos consumidores, devido ao aperto orçamentário das famílias. Porém, acreditamos que, ao final de 2022, haverá crescimento da confecção e melhor performance do varejo em relação ao ano passado. Para o segmento têxtil, a estimativa mais otimista é de produção igual à de 2021.

Acreditamos que, ao final de 2022, haverá crescimento da confecção e melhor performance do varejo em relação ao ano passado. Persistem as dificuldades externas e internas que apontei anteriormente, acrescidas de um possível refreamento da geração de empregos, que já vai chegando ao limite depois do impulso dado pelo retorno da mobilidade social. Também merece atenção a nova onda da Covid-19, que, embora com letalidade bem menor, preocupa e mexe com o emocional e a psique das pessoas. Nosso setor, entretanto, segue cumprindo seu papel perante o País e a sociedade. A despeito de todas as dificuldades inerentes à pandemia, não abdicou de sua agenda de governança ambiental, social e corporativa (ESG), aderência aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU e aporte tecnológico e de conhecimento. Nesse sentido, teve forte apoio da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), que atuou na defesa e fortalecimento da atividade em todas as frentes, desde o engajamento cívico em favor de um ambiente melhor de negócios, passando por cursos, workshops, seu Congresso Internacional e campanhas em favor da moda e exportações, até parcerias com instituições técnicas e acadêmicas. A travessia da tempestade no período pandêmico tem sido árdua, mas marcada por elevada capacidade de resistência e reação da indústria têxtil e de confecção, em meio a um dos cenários mais desafiadores da História. *Fernando Valente Pimentel é o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit). O CONFECCIONISTA JUL/AGO/SET 2022

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ARTIGO LEGISLAÇÃO

A Lei Geral de Proteção de Dados Benefício ou problema para as empresas? Será um fator de competitividade

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tualmente no Brasil, com a Lei Geral de Proteção de Dados vigente, se questiona como será a aplicação de forma justa por parte das empresas e quais os benefícios que ela traz. A União Europeia e a Califórnia já aderem à procedimentos de segurança dos dados que incluem avaliação, mapeamento, gerenciamento da privacidade e segurança dos dados pessoais e demais necessidades devidamente regulamentadas. Já no Brasil, muitas empresas desconhecem as obrigações da Lei Geral de Proteção de Dados. Inclusive, até então, muitas nem sabiam que ela já estava com aplicação efetiva. Com a efetividade e o funcionamento da ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados) - órgão fiscalizador da LGPD -, poderá trazer problemas jurídicos para a organização, para além de um possível pedido de dano moral pedido por titulares dos dados pessoais. A Autoridade Nacional de Proteção de Dados é o órgão regulador que estipula os indicadores que são deveres e direitos da proteção e tratamento de dados pessoais, comprometendo-se a averiguar se as exigências da LGPD estão sendo cumpridas.

Vamos simplificar: Empresas necessitam de funcionar, de prosseguir com suas atividades mesmo no meio de uma pandemia em que nos encontramos, 54

O CONFECCIONISTA JUL/AGO/SET 2022

seguindo os protocolos de higiene de segurança definidos. Por outro lado, necessitam igualmente de coletar dados pessoais, pois é a forma de identificar um qualquer cliente dentro do seu negócio, de suas atividades, quer sejam elas de diversão, cultural, hotelaria, turismo ou outras. Desta forma, as etapas de coleta de dados, armazenamento, compartilhamento e tratamento de dados existem, e são fundamentais para as atividades. Se Eu não conheço o meu Cliente, como posso me comunicar com ele? Não se pode encarar uma obrigação legal como um problema, não vai resolver a nossa questão, então vamos procurar a solução e tornar um “problema” num fator competitivo e que diferencia o meu negócio uma vez mais. Se Eu consigo me adequar de forma prudente e responsável, elimino a vulnerabilidade de uma denúncia, de uma notificação extrajudicial e no limite de uma multa, a qual não estou preparado para pagar.

Dr. Eduardo Oliveira é professor universitário, DPO, auditor e consultor em LGPD


Beneficios de uma adequação • Eliminar qualquer vulnerabilidade • Permitir a continuação da minha atividade que certamente coleta dados de forma interna (RH) e de forma externa. (meus clientes) • Colocar a minha empresa com um diferencial competitivo sobre as demais, afinal estarei adequado para as minhas atividades de Coleta de Dados. • Marketing positivo, evidenciando esta minha nova fase de adequação a uma norma mundial, pois não é somente no Brasil que existe esta obrigação.

ALGUMAS ETAPAS PARA A LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS SER EFETIVA 1. Projeto de Preparação para LGPD (Consulte um Profissional especializado) 2. Contratar um DPO, o único responsável por adequar uma empresa à LGPD, conforme regulamentação da Lei 13.709/18. 3. Treinamento interno sobre a LGPD e a sua empresa. (Novas funções) 4. Mapeamento de Dados Pessoais. (Desde a Coleta, passando pelo armazenamento e compartilhamento) 5. Elaboração de uma Política de Privacidade e segurança de Dados. 6. Elaboração de uma Política de Cookies. 7. Elaboração e uma PSI. (Política de segurança de informação) 8. Adequação do Site da empresa com regras de LGPD. (São algumas) 9. Adequações jurídicas. (RH, Contratos, fichas de coleta de dados, etc) 10. DPIA (Data Protection Impact Assessment) ou (Relatório de Impacto à Proteção de Dados) 11. Definição de canal de comunicação gratuito e facilitado para utilização EXCLUSIVA dos Titulares de dados. (Importantíssimo) 12. Gerenciamento de Violação de Dados Pessoais e Consentimentos.

• Novos temas e comunicação para o público sobre a privacidade dos seus dados, tema que de forma tão consecutiva é notícia na mídia nacional. • Redução de passivo trabalhista por conta da nova LGPD. • Eliminação de multas e reputação negativa por vazamento de dados ou outras práticas não permitidas na Lei. Podemos observar nos dias de hoje, em horário nobre da nossa televisão a nível nacional, anúncios de empresas sobre Privacidade e segurança de dados de seus Clientes, ou seja, um marketing positivo que evidencia a responsabilidade e adequação dessas empresas à Lei Geral de Proteção de Dados. Mais uma vez ratifico, todas estas adequações e cumprimento de etapas são tarefas que fazem parte do dia a dia dos Profissionais de LGPD, procure e escolha um profissional habilitado de sua confiança, com Know how demonstrado. Esse profissional será menos dispendioso para a sua empresa, pois fará um trabalho eficiente de uma vez, protegendo a sua empresa e garantindo a solidariedade do trabalho efetuado. Contudo, a LGPD não tem objetivo de ser um empecilho à organização. Também, não precisa ser um processo de difícil implementação. Cabe a empresa se organizar para começar a providenciar as mudanças necessárias. Das mais de 65 condições contidas na LGPD, a implementação da lei é possível mantendo o normal funcionamento das empresas nas suas atividades diárias. Devido à vigência da Lei, é indispensável iniciar um bom planejamento e comunicação, fator imprescindível para os titulares dos dados, seu cliente principal. Não esqueça, existem riscos internos e externos à sua organização, cabe a você empresário mapear esses riscos para se proteger. Internamento, o maior risco é sem dúvida o RH e os locais de coleta e armazenamento de dados, já de forma externa, os seus Parceiros, estes vendem seus ingressos e coletam dados pessoais a todo o momento, para além de outros parceiros que você vai identificar através deste artigo de LGPD.

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DICA DO ESPECIALISTA LEGISLAÇÃO

ALAN SANTIAGO é diretor geral da Orso&Santiago Contabilidade Tributária

5 Exemplos de como o Planejamento Tributário pode reduzir impostos É fundamental que as empresas adotem práticas estratégicas essenciais. Confiras alguns exemplos práticos

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m dos maiores vilões dos empresários continua sendo a alta carga tributária brasileira. Ao visualizar a lucratividade de seus negócios sendo constantemente reduzida, muitos empresários recorrem ao Planejamento Tributário. Esse planejamento é responsável pelo auxílio da redução e abatimento de impostos de forma legal, além de realinhar a empresa a um rumo financeiro mais estável e próspero. Mas como o Planejamento Tributário é capaz de realizar isso? Nesta e na próxima edição, traremos alguns exemplos práticos de como o Planejamento Tributário pode reduzir impostos empresariais.

Confira o que você aprenderá:

1. Planejamento Tributário como solução para contornar contratempos; 2. Evitar a aplicação de tributos; 3. Terceirizar atividades não essenciais de sua empresa;

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4. Partilhamento da sua empresa; 5. Benefícios fiscais oferecidos pela legislação brasileira; 6. Postergar o pagamento de tributos.

Exemplos práticos de como o Planejamento Tributário pode reduzir impostos empresariais Planejamento Tributário como solução para contornar contratempos Você sabia que o Brasil possui a maior carga tributária da América Latina? Com tanta burocracia, taxas, alíquotas elevadas, entre tantos outros fatores que prejudicam os empreendedores diariamente, quem sabe você não esteja surpreso por descobrir esse fato. Para contornar esses problemas, muitos empreendedores estão se planejando para evitar, de forma legal, o pagamento de cobranças abusivas ou invasivas. Para isso, muitos estão

utilizando os benefícios do Planejamento Tributário em suas empresas. Funcionando como a base para uma boa gestão fiscal e contábil, o Planejamento Tributário é fundamental não somente na organização da sua empresa, como também no realinhamento dela ao caminho da saúde financeira. Através de uma avaliação profunda, aliando a legislação vigente a atual situação fiscal da empresa, será possível organizar suas finanças de forma a enquadrá-la ao regime tributário que trará mais vantagens. Como resultados, podemos destacar a diminuição de erros no pagamento de tributos desnecessários, preservar-se de sanções, maior organização financeiro das atividades da empresa, entre outros benefícios voltados a incrementar o lucro do seu negócio. Para tanto, é fundamental que as empresas adotem práticas estratégicas essenciais. Listamos abaixo os ➤ seus exemplos práticos:


1. Evitando a aplicação de tributos

Ao utilizar o Planejamento Tributário como recurso para redução de impostos, se torna possível evitar sua cobrança pelo fisco. Um bom exemplo dessa situação ocorre quando empresas mudam sua sede de região, visando possíveis isenções fiscais oferecidas por outras localidades na cobrança de ICMS e ISS. Trata-se de uma atividade chamada de “incentivo fiscal”, comum entre cidades brasileiras. Esse incentivo poderá cair como uma luva na carga tributária da sua empresa. Caso você conte com o auxílio de uma Consultoria Tributária, com experiência no assunto, você poderá receber esse incentivo em seu negócio sem maiores complicações.

2.Terceirizar atividades não essenciais de sua empresa

A terceirização é uma das alternativas mais eficazes na redução de tributos em sua empresa. Pense que quanto maior for o número de atividades a serem desempenhadas em um negócio, mais recursos humanos serão necessários e consequentemente maior será a folha de pagamento e seus respectivos tributos. Ao terceirizar atividades que não são primordiais, você estará amortecendo custos, além de também poder contar com os serviços de profissionais capacitados.

Determinadas funções, quando tratadas separadamente, podem se enquadrar em regimes tributários mais vantajosos, os quais oferecem incentivos fiscais que podem ser do interesse da sua empresa. Mas caso ela exerça apenas uma única função, a subdivisão do negócio ainda poderá ser vantajosa se analisarmos que a partição do faturamento pode causar a redução de alíquotas.

4. Aproveitando os benefícios fiscais oferecidos pela legislação brasileira

A legislação vigente, seja ela de abrangência federal, estadual ou municipal, prevê uma série de requisitos que uma empresa deve atender para que ela possa ser beneficiada em relação ao pagamento dos seus tributos. Investimentos em áreas específicas, incentivo a ações sociais e o ingresso em programas do governo são alguns dos meios em que a sua empresa poderá realizar ações em troca de benefícios e incentivos tributários. Porém, é preciso possuir conhecimento sobre a legislação tributária para que os seus esforços sejam direcionados para a ação certa.

5. Postergando o pagamento de tributos Há a chance de que os prazos esti-

pulados pela Receita Federal não permitam que a sua empresa feche o Balanço Patrimonial a tempo. Por isso, é normal que o pagamento de impostos seja executado antes mesmo de o lucro ser apurado, o que pode representar em algo negativo nas finanças do seu negócio. Para remediar isso, é possível realizar os registros por meio dos regimes de competência ou de caixa. No de competência, o registo será realizado na data do fato gerador. Já no de caixa, no dia em que o citado pagamento foi feito. Mas o que você precisa ter em mente é que ambas as medidas evitam que sua empresa não seja surpreendida pelos prazos estipulados pela Receita Federal. Deixe de perder dinheiro em tributos indevidos, invista na saúde fiscal da sua empresa e aumente os seus lucros! Não se esqueça que para aproveitar os exemplos práticos que trouxemos, é fundamental que você conte com o auxílio de profissionais capacitados para a função. Caso esteja interessado em alinhar a sua empresa no rumo da saúde fiscal, busque a tutoria de uma Consultoria Tributária da sua confiança. Pense que tendo menos custos, a sua empresa se tornará mais forte e preparada para toda e qualquer situação futura!

3.Repartindo a empresa

Em empresas que realizam mais de uma função paralelamente, uma atividade conhecida como subdivisão do negócio, há a possibilidade de que cada uma dessas divisões seja enquadrada separadamente, assim podendo reduzir a quantidade de tributos a serem pagos.

Deixe de perder dinheiro em tributos indevidos, invista na saúde fiscal da sua empresa e aumente os seus lucros! O CONFECCIONISTA JUL/AGO/SET 2022

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ARTIGO TECNOLOGIA

RFID, a velha tecnologia na moderna era digital Tecnologia contribui para a aplicacao do conceito da indústria 4.0 ou da indústria digital nos negócios

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ostumamos sempre fazer comparativos de quase tudo em nossas vidas e em nossos negócios recentemente recebemos uma enchurrada de informações sobre a indústria 4.0, a revolução que irá mudar tudo nos negócios. E realmente vai mudar. Quem já leu o livro “A Arte da Guerra”, entende que a estratégia é fundamental para este período de mudança. Então vamos analisar a história. No ano de 1948, os então estudantes Joseph Woodland e Bernard Silver, iniciavam a codificação automática, que logo em seguida, por volta de 1952, se tornaria o atualmente conhecido código de Barras ou “BarCode” e aqui no Brasil esta tecnologia iniciou de forma ainda conservadora nos anos iniciais da década de 1980. Este conhecido código de barras de faixas pretas da década de 1940, evoluiu nos anos 1990 para o conhecido QRcode, um novo sistema para automatizar não somente a comunicação, mas também a possibilidade de interagir com a pessoa que está acessando este código cheio de quadradinhos que não retrata nenhuma imagem conhecida ao olho humano, graças a uma outra evolução tecnológica, que foram os smartphones. E certamente se você chegou até aqui na leitura, concorda que atualmente viver sem código de barra e QRcode é quase impossível. Estamos falando de uma tecnologia que nos foi apresentada a menos de 20 anos. Vamos pensar: a chegada do PIX, permitindo pagar com o QRCode via PIX, duas grandes tecnologia que, juntas, nos trouxeram 58

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grandes facilidades. A evolução de todas estas tecnologias, despertaram uma gigantesca necessidade de agilidade nos processos, e esta agilidade o Código de Barras e o QRcode sozinhos, não atenderiam. Os processos ágeis requerem leitura de diversos itens de uma vez só, sem precisar apontar algo para a etiqueta do produto, e sem a necessidade de uma pessoa operando o apontamento. Agilidade e eficiência em processos, controles, estoques, logística...O que quero dizer com isso? Precisamos conferir o conteúdo de um pallet, de uma caixa, sem ter que abrir e ler item a item, realizar a cada 10 segundos 10 metros quadrados de inventário. Preciso passar meus volumes em um determinado ponto de leitura, e em tempo real, saber quais são os produtos, quantas peças estão naquela caixa ou pallet. Uma resposta em milésimos de segundos, para uma operação que demoraria minutos e com uma taxa de assertividade exponencialmente maior. A tecnologia de RFID é antiga, ela é da época da segunda guerra mundial, no ano de 1973 e teve a primeira patente registrada por Mario Cardullo e Charles Walton. Na mesma época, recebia a patente de um transmissor de dados que fazia uso do RFID, nos anos 1990 uma gigante da tecnologia da época patenteou o RFID UHF que posteriormente foi vendida para outra empresa. Somente no ano de 1999, diversas empresas se uniram e criaram o auto-ID, que basicamente consiste em um número serial único, armazenado em um microchip na etiqueta, que é fixada nos produtos. Os dados associados à etiqueta ficam


armazenados em um banco de dados, quando a etiqueta passa por um leitor de RFID, acontece a identificação do produto. Sem sombra de dúvidas a tecnologia de RFID, eleva o patamar na operação de processos sejam eles produtivos, de logística, de serviço entre outros, tornando-os mais ágeis, eficientes, eficazes e efetivos. Atualmente, o paradigma do custo já está superado, é plenamente acessível desde que bem planejados, os pontos de interferência na tecnologia já foram superados, pelas inúmeras indústrias de etiquetas de RFID no mercado mundial. A atenção no momento é com os projetos milagrosos. Entendemos que não existem projetos de RFID replicável, cada projeto precisa ser analisado, pensado e planejado individualmente, precisa dar retorno de investimento seja ele com dados tangíveis ou não, mas precisamos saber e ter certeza que o passo a ser dado está correto e irá agregar valor no negócio, por isso, é fundamental o planejamento

HUVISPAN REVISTA.pdf 1 03/08/2022 07:55:49

Alexandre Schumacher é CEO na ACID Sistemas e Soluções Tecnológicas

da aplicação desta tecnologia. Não há mais dúvida que o RFID é uma das novas tecnologias essenciais para a implementação de uma gestão mais enxuta e lucrativa, contribuindo para aplicação do conceito da indústria 4.0 ou da indústria digital no seu negócio.

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DICA DO ESPECIALISTA ESG

MARCELO GALLI é diretor comercial da VerUP Soluções para Confecções e Moda

Como um ERP em nuvem pode colaborar com ESG Sistema gera de forma assertiva o grande estoque de compras de acordo com o que deve ser produzido

A

s confecções produzem muitos resíduos orgânicos e recicláveis, então dois principais aspectos são diretamente responsáveis pela geração desses resíduos: a concentração de pessoas no mesmo lugar e a produção não planejada. Ao implementar um sistema de gestão (ERP) em nuvem, parte dos colaboradores já podem aderir ao home office, pois os dados são acessíveis de qualquer lugar com total segurança e direcionando o que cada um pode ver ou fazer de acordo com as suas funções predeterminadas na empresa. Assim, haverá menos deslocamento e consequentemente menos poluição carbônica e sonora, menos resíduos orgânicos e recicláveis, proporcionando melhor qualidade de vida. O setor produtivo das confecções é o maior gerador de resíduos e, embora grande parte sejam recicláveis, nem sempre são destinados de forma correta, e é aí que se destaca o planejamento. Uma das funções do ERP é auxiliar o PCP (Planejamento e controle de produção) a comprar

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de forma assertiva evitando sobras, perdas desnecessárias e consequentemente reduzindo gastos e aumentando a lucratividade. É comum encontrar nas confecções enormes estoques de matérias-primas (tecidos e aviamentos) absolutamente inúteis que vão se acumulando a cada coleção ou ciclo produtivo, seja por ter comprado errado ou até mesmo por problemas no processo de vendas e, embora esses materiais não estejam circulando no meio ambiente, eles movimentaram toda a cadeia produtiva, ou seja, se tomarmos a meia malha como exemplo, beneficiou-se o algodão, a tecelagem produziu os fios, a malharia produziu os tecidos e a tinturaria utilizou muita água e química. Infelizmente, nem sempre encontramos nesta etapa da cadeia o tratamento adequado da

água, a reciclagem e o descarte correto de resíduos. Em resumo, o ERP deve gerar de forma assertiva a explosão de compras de acordo com o que deve ser produzido e se as confecções comprarem melhor, toda a cadeia será movimentada de forma eficaz.

A transformação digital acompanha as mudanças de hábitos do ser humano (ou vice e versa) Fato é que a forma de comprar mudou e por isso o comércio varejista também precisa se adequar. Não existe uma regra absoluta que deve ser seguida por todas as empresas, mas uma coisa é certa, o e-commerce, a loja física, a multiplicidade e a unificação dos canais de vendas precisam ser geridos de forma eficaz, então como isso é possível?

Ao implementar um sistema de gestão (ERP) em nuvem, parte dos colaboradores já podem aderir ao home office.


A exemplo da cadeia produtiva, as lojas também precisam comprar certo para aumentar a lucratividade e reduzir sobras em estoques, que na prática se converterá em liquidação e menor margem de lucro (em alguns casos prejuízo). É aí que entra o ERP como auxiliador na tomada de decisões a partir de resultados de vendas identificando produtos com maior ou menor giro, markup e resultado, consequentemente, o que mais agrada o seu consumidor e como trazê-lo de volta para a loja (física ou digital). Os consumidores brasileiros são movidos por benefícios e impulsos de desejo e uma coisa leva a outra independente da ordem, sendo assim, as lojas que querem aumentar suas vendas já não podem contar somente com os produtos excelentes e o bom atendimento, pois a concorrência é acirrada, então o que tem gerado novas vendas é basicamente a troca de interesses, ou seja, a devolução de um benefício a partir de uma compra – o que conhecemos como Cashback. Os aplicativos de serviços exploraram muito bem esse universo para converter novas vendas e isso gerou nos consumidores o “hábito do benefício” de tal forma que todos nós queremos nos vangloriar por um desconto maior, um “troco” melhor, um mimo pelo aniversário etc. Seja no e-commerce ou na loja física, o Cashback pode aumentar 3,4 vezes a conversão de vendas e 46% o ticket médio (fonte: Global Cashback Report 2020) e é impossível promover e gerir tantos benefícios, vendas e resultados sem o auxílio de um sistema de gestão com velocidade, agilidade e segurança, então não confie somente na sua memória e Know-how. Direcione as suas energias e foque na sua marca, na criação e no seu negócio e deixe que um ERP faça cálculos e te dê um norte para a sua tomada de decisões.

O setor produtivo das confecções é o maior gerador de resíduos e, embora grande parte sejam recicláveis, nem sempre são destinados de forma correta, e é aí que se destaca o planejamento. A VERUP É UMA EMPRESA BRASILEIRA, ESPECIALIZADA NO DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS PARA GESTÃO EMPRESARIAL (ERP) com foco em moda e completou 45 anos de existência em 2022. Foi fundada por Fred Achkar, e é movida pela constante evolução e transformação do mercado de moda, e tem como foco proporcionar soluções robustas com excelência em atendimento a clientes de forma única e humanizada. Seu DNA tem a paixão por entender, desenvolver, aperfeiçoar e proporcionar a melhor experiência para clientes, parceiros e colaboradores. Pioneira na transformação digital, implementou o conceito “tempo real” em 1982 atendendo grandes marcas atualizando dados entre fábrica, lojas próprias e franquias em todo o território nacional. Implementou no Brasil o “conceito nuvem” em sistemas de gestão quando inaugurou o primeiro DATACENTER em 1999 migrando todos os ambientes de forma natural, com total segura e sem que seus clientes parassem um dia se quer suas produções, vendas e faturamento.

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FÓRUM

Fórum E-commerce Brasil 2022

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13º edição do Fórum E-commerce Brasil 2022 reuniu, durante os dias 26 e 27 de julho, mais de 18 mil pessoas, em São Paulo. Os visitantes puderam contar com mais de 20 áreas de conteúdo e 250 expositores de diversos setores. Divididos em quatro plenárias principais, que foram categorizadas em Transformação Digital, Gestão & Operação, Marketing & Vendas e Tecnologia & Inovação, o Fórum trouxe aos palcos grandes nomes e marcas, somando mais de 200 palestrantes. "A criação e organização dessa edição foi especial e desafiadora. Foi a volta do evento de 62

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maneira presencial, o que deu um certo frio na barriga, mas também um grande desejo de promover a melhor experiência possível para cada congressista. Ao final do segundo dia, acredito que tenhamos alcançado esse objetivo", comenta Tiago Baeta, fundador do Fórum E-commerce Brasil. Os destaques ficaram por conta de Big Data, Inteligência Artificial, Logística e Experiência do Cliente. Para o Mercado Livre, representado pela figura de Luiz Augusto Vergueiro, diretor de Operações Logísticas, esse item é fundamental para a operação eficiente de um e-commerce e, para isso, é necessário investir em infraestrutura. Já para William Tang, diretor de Operações do Grupo Alibaba (Cainiao

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Evento discute Big Data, Inteligência Artificial e Experiência Do Consumidor


Alibaba) no Brasil, as operações em logística devem se voltar à experiência do cliente. Quando o assunto são as novas tecnologias aplicadas ao varejo, Tiago Andrade, diretor de Big Data, Analytics & Inteligência Artificial da Americanas Marketplace, afirma que apostar nessas duas ferramentas é mais do que necessário para quem quer se manter e se destacar em um mercado cada vez mais competitivo. Para o executivo, o uso eficiente de dados é o que tem gerado governança e velocidade para a empresa.

"De forma geral, o que pudemos notar é que temas como Big Data, CX e tecnologias aplicadas às operações são as principais preocupações de quem atua no varejo, físico ou digital. Foi muito interessante poder acompanhar grandes marcas apontando caminhos de sucesso e compartilhando knowhow", explica Baeta. A opinião do consumidor nunca esteve tão em alta e foi tema de muitas palestras durante o Fórum. Para Tiago Campos da Veiga, gerente de Marketing Digital, E-commerce e CX da WAP, a criação de uma cultura digital baseada em dados é item obrigatório para quem quer entender a jornada de um consumidor cada vez mais exigente e dinâmico. Já para Everton Chairman, CTO da Birdie, plataforma de

análise de feedback voltada para equipes de produtos, a união de Machine Learning com processamento de Linguagem Natural pode otimizar e organizar em tempo real a opinião dos consumidores, gerando insights cada vez mais assertivos. Para Rafael Bonjorno, head of Consumer Care & Services Latam na Electrolux, a jornada do cliente com as empresas não deve ser apenas de uma compra, mas de relacionamento. O executivo indica que é importante criar conteúdo para que o cliente veja a relevância daquele bem na vida dele. Somente assim será possível criar um relacionamento de longo prazo e ter aquele cliente como um aliado de sua marca. "Em linhas gerais, podemos afirmar que, mais do que nunca, o poder está nas mãos dos clientes. Por isso, apostar em tecnologias que ajudem a encurtar o caminho até suas necessidades será cada vez mais necessário. Mas, muito além disso, as marcas de varejo, sejam elas digitais ou físicas, precisam criar conexões genuínas com seus consumidores, baseadas em ética, valores e transparência", finaliza Baeta. A 14º edição do Fórum E-commerce Brasil está prevista para 2023, com a expectativa de reunir um público cada vez maior, palestrantes nacionais e internacionais e promover discussões, networking e novos negócios para todo o ecossistema. O CONFECCIONISTA JUL/AGO/SET 2022

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FUTUREPRINT

FuturePrint 2022

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FuturePrint, a mais completa feira de tecnologias de impressão e comunicação visual para os mercados de serigrafia, sign e têxtil, volta a ser presencial no Brasil. A edição de 2022 foi realizada entre os dias 20 64

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e 23 de julho, no Expo Center Norte, em São Paulo (SP), de maneira híbrida, combinando a exibição presencial com ações digitais. O evento, organizado pela Informa Markets, reuniu mais de 500 marcas e atraiu aproxima-

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Feira ocorreu em São Paulo, de forma presencial, entre os dias 20 e 23 de julho, e também com ações digitais


damente 40 mil visitantes com soluções abrangentes nas áreas de serigrafia, sublimação, sign, impressão em grandes formatos, impressão digital têxtil, decoração para interiores, materiais promocionais, brindes e personalização, sinalização, sinalização digital e softwares para os segmentos de impressão. “A FuturePrint é muito mais que uma feira, é uma comunidade que reúne conteúdo relevante, inovações, troca de informações e demonstrações práticas, capazes de gerar oportunidades de negócios a partir de experiências únicas. Após dois anos de evento online, estamos ansiosos para conectar tecnologias, negócios e pessoas, agora de forma presencial”, destaca a diretora da feira, Liliane Bortoluci. Prova disso, é que o evento também tem como foco a inovação, a entrega de valor, o diálogo com novas ideias e novas gerações, através de espaços de fomento à criação e transformação de negócios, estímulo ao conhecimento empresarial e profissional, visando o desenvolvimento dos segmentos atendidos. Entre eles estão: Fórum FuturePrint, Fórum Future Têxtil, Circuito de Impressão Digital Têxtil, Serigrafia em Ação, Sublimação em Ação e o Sebrae Móvel, além da Sala de Crédito Fiesp, Abigraf e Sindigraf para incentivar o empreendedorismo no setor.

Projetos e Ações para 2022 Serigrafia em Ação: Com o objetivo de levar conteúdo relevante ao mercado, esse espaço contou com minicursos, apresentações práticas com produção de produtos ao vivo em diversos equipamentos e cobertura das atrações durante o evento. Sublimação em Ação: Palestras e workshops sobre o mundo da sublimação para o público que pretende ou já está inserido no segmento, baseado na experiência de professores, palestrantes e viventes dessa arte, que vai da moda aos brindes personalizados.

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FUTUREPRINT

para desenvolver uma coleção, diferentes bases para estampar, certificações disponíveis, versatilidade de maquinários e equipamentos, pré e pós-tratamento, entre outros. Além das palestras, o público poderá esclarecer suas dúvidas com especialistas sobre opções de impressão disponíveis e suas aplicações para iniciar ou ampliar sua estamparia têxtil digital.

Fórum FuturePrint: Quatro dias de conteúdo intenso, com palestrantes renomados abordando temas sobre comunicação visual, mídia OOH, performance de vendas, impressão para visual merchandising, as diversas aplicações do acrílico e gestão empresarial. Circuito de Impressão Digital: Espaço dedicado ao conhecimento, com quatro dias de palestras que abordarão diferentes temas, tais como: processos de pesquisa e tendências

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Sala de crédito FIESP/ ABIGRAF/SINDIGRAF: Espaço onde o visitante tem a oportunidade se relacionar com as instituições financeiras parceiras e conhecer formas de financiamento que melhor lhe atendam. SEBRAE Móvel: Espaço onde os renomados profissionais do Sebrae-SP oferecem um check-up empresarial com plano de ação para melhoria dos negócios da empresa, além de orientações para quem busca um novo posicionamento no mercado.


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Vila Germânica - Blumenau Setor 2 - estandes 35 | 36 | 37

O CONFECCIONISTA JUL/AGO/SET 2022


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