2 minute read

M0DELAGEM

SONIA DUARTE Pesquisadora, professora e autora do livro MIB – Modelagem Industrial Brasileira

Sempre Ela

Advertisement

Pensar em modelagem industrial brasileira é pensar no corpo da mulher brasileira e suas características, afirma a profissional

Chega e encanta o nosso ego de ser e poder fazer, de construir e modificar, é tudo que a vida nos dá nessa área inimaginável. O grande segredo para uma pessoa que está entrando nessa área, é ter a visão espacial, e ter essa visão não são todos que têm. Por outro lado, milhões de pessoas correm atras desse trabalho maravilhoso com peças e tecidos.

O processo de modelagem industrial – desde as suas medidas padronizadas ao corte preciso – segue paralelamente atualizado às informações sobre o tecido e suas possibilidades (composição, caimento, elasticidade e reações à lavagem e à secagem); as formas que se deseja obter, aos detalhes (atualmente, a roupa muda é nos detalhes), a estampa e a silhueta proposta pelas tendências da moda contemporânea e os seus revivals.

Pensar em modelagem industrial brasileira é pensar no corpo da mulher brasileira e suas características, afirma a profissional. Na indústria nacional cada fabricante possui a sua tabela de medidas padronizadas que não incluem as costuras e folgas. Os acréscimos de costura variam de indústria para indústria e as folgas variam de acordo com o modelo e o efeito desejado. O que determina uma tabela é a altura do tronco e as verticais, o biotipo de cada país possui a sua tabela de medidas. As italianas por exemplo, possuem o torso longo, já as americanas o torço mais curto e o peito alto.

Sobre o mercado de moda, o modelista no Brasil precisa ser mais bem remunerado, pois definitivamente a modelagem é a alma de uma roupa. “Quando chego perto de uma roupa

só de olhar, já sei o seu caimento e as suas proporções. Raramente, quando entro numa loja visto uma roupa, com exceção para a calça”.

A modelagem é precisão, desde a mais simples a mais elaborada. Portanto, todos os cálculos precisam estar corretos para se encaixarem harmoniosamente. A base das costas e a base da frente, guias referenciais da modelagem plana, necessitam ser precisas.

É importante lembrar que o trabalho da modelista é de grande responsabilidade, pois, através de seus moldes (resultado da modelagem plana), milhares de peças podem ser cortadas. Somente após a montagem podem se acrescentar as costuras ao molde e ampliar para os demais tamanhos. Por isso, é muito importante a montagem da peça-piloto (modelo de referência que na maioria das indústrias é confeccionada no tamanho 40) na verificação e aprovação da modelagem, que será reproduzida em escala.

Para desvendar os matemáticos mistérios desta arte surpreende, encontramos em Modelagem Industrial Brasileira, da Sonia Duarte e Sylvia Saggese, um guia fundamental e super prático. Desde a lista de materiais, fica técnica, pences e recortes, decotes e mangas à construção de vestidos, biquinis e modelos infantis.

Na medida certa, capítulo por capítulo, podemos decifrar a gola xale, entender a blusa marinheira e ter sucesso no decote drapeado que quase sempre nos dá a impressão de ser obra do acaso.

Corpo o formato “colher” (biotipo com o quadril maior que as demais partes do corpo). Corpos com o formato “retangular” (biotipo com a cintura menos acentuada, quase do mesmo tamanho do quadril e do ombro).

O modelista no Brasil precisa ser mais bem remunerado, pois definitivamente a modelagem é a alma de uma roupa, afirma a especialista

This article is from: