Ed. 21 Dezembro 2015 - O Mirante

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Dezembro - 2015

MISSÃO CONTÍNUA


Editorial DEZEMBRO.... E LOGO VEM A IDEIA DE AVALIARMOS SE A MISSÃO FOI COMPRIDA, CERTO? SÓ QUE NÃO!

Acreditamos que a missão é contínua, regada pela esperança de que podemos identificar e entregar os resultados necessários para resolvermos as questões relevantes dos clientes. A missão é algo que transcende o imediatismo. Se não for assim, os resultados serão apenas circunstanciais. É tempo de aprendermos com o que já passou, sabendo que “o passado é uma roupa que já não nos serve mais”, como escreveu o músico Belchior. É hora de agirmos com garra, sem perder a ternura, lembrando que seu comportamento, o que você faz, é soberano e invalida o que diz se não houver coerência. É o momento certo para ter clareza que pessoas boas cometem erros. Pessoas sábias perdoam e pedem perdão. Nesta edição, ELY BISSO aborda as causas mais comuns que frustram as missões nas empresas. ISRAEL DEGASPERI alerta: os valores e a missão dos colaboradores estão alinhados com os da organização? MARTA CASTILHO diz que é preciso ousar enfrentado os incômodos desajustes sociais em busca de uma vida melhor e digna para todos.

Confira. Encontramo-nos em 2016. omirante@dorseyrocha.com

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“Esta gravação será destruída em 10 segundos”. Esse era o bordão ouvido por Ethan Hunt, o protagonista do filme “Missão Impossível”, ao final do áudio. Quantas vezes não sentimos que estamos recebendo uma solicitação dessas?

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uais são as causas mais comuns que frustram as missões nas organizações? Faremos a reflexão em três planos distintos : I N S T I T U C I O N A L , M AT E R I A L E P E S S O A L .

INSTITUCIONAL No plano institucional, um obstáculo comum é a falta de clareza sobre o objetivo ou resultado a ser alcançado: a pessoa recebe uma tarefa, mas não sabe o resultado esperado. Isso gera o desperdício de tempo com ações inúteis. Outro aspecto complicador é não ter a autoridade necessária para fazer o que precisa ser feito. Assim, acaba não tomando as decisões exigidas. Algumas vezes, apesar de a pessoa receber a autoridade, os colegas com os quais deverá se relacionar não são informados de que ela foi incumbida e autorizada para a entrega em questão. Por essa razão, seus pedidos não são atendidos e fica informações essenciais ao trabalho.

MATERIAL No plano material a falta de recursos como equipamentos e ferramentas representa um boicote ao resultado. Se ao dizer: “não temos... para fazer a tarefa”. a resposta for parecida com: “se vira, dá seus pulos malandro” – é sinal inequívoco de que a missão não será cumprida. Particularmente, a escassez do recurso tempo é muito comum. Prazos irreais comprometem totalmente o sucesso.

PESSOAL Porém, é no plano pessoal que os maiores problemas acontecem. É alta a possibilidade de fracasso quando o que recebeu o desafio: 1. 2. 3. 4. 5. 6.

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Não tem as competências para executar as atividades necessárias; Não entendeu o que se espera dele, mas não perguntou para não parecer incompetente; Discorda do objetivo, mas não falou disso, pois não tem abertura com o gestor; Discorda da forma como o trabalho deve ser feito, mas não teve coragem para falar disso; Considera o objetivo importante, mas não se percebe responsável por sua efetivação; Não se sente comprometido com a realização da missão.

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Ely Bisso

Diretor Geral DorseyRocha Consulting


O que nós queremos propor aqui é que, ao recebermos um desafio, assumamos o protagonismo do nosso papel profissional. Em qualquer uma dessas situações, precisamos manifestar c l a r a mente qual é a nossa posição, demonstrando o nosso compromisso com a organização. Isso significa ter asser tividade para dizer, por exemplo, a quem nos passa a missão: “Preciso que você me dê a autoridade necessária e informe às pessoas que estou incumbido dessa ação”. Ou ainda: “Preciso lhe dizer que penso que o objetivo dessa atividade está equivocado. Pode ser que eu não tenha compreendido, mas gostaria de conversar com você a respeito”. E também: “Esse prazo não possibilitará o sucesso do trabalho”. Ao entregar o resultado esperado podemos ser reconhecidos pelo nosso gestor e pela empresa, mas a satisfação pessoal por termos feito uma contribuição significativa para a organização da qual sentimos a honra de fazer par te é impagável. Essa é, sem sombra de dúvida, a nossa maior recompensa frente à M I S S Ã O C U M P R I D A .

Ser Protagonista Missão:

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Construção de elos EM TEMPOS PERDIDOS

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odos nós carregamos sonhos e metas que q u e r e m o s c o n q u i s t a r, e n o s c o n v i d a m a l i d a r c o m a s i n te mp é r ie s d o d ia a di a , supor ta dos por n o s s o s valo re s. São os sonhos que nos movem, assim também no mundo corporativo, não obstante as empresas se esforcem em decifrá-los em metas estratégicas que acabam apenas estampados na parede. Basta que um vento desfavorável sopre e mude o rumo das c o i sas, sacudindo a estabilidade para que assumam o quão o c o mp ar tilh ame n to de propósi to e a c ongruênc i a gera m o desej a do engajamento.

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Israel Degasperi CEO Degasperi Digital & Coaching

israel@israeldegasperi.com

Sua empresa tem uma missão clara e compar tilhada por todos? To d o s t ê m s e n s o d e p e r t e n c i m e n t o e s ã o p r o t a g o n i s t a s d o f u t u r o d a e m p r e s a , c o m p r e e n d e n d o c o m t r a n s p a r ê n c i a o s e u p a p e l ? Po r outro lado, a organização se preocupa com os empregados, crescendo junto com eles? O elo entre a organização e os empregados precisa ser cada vez mais for te. Eles são os responsáveis por tornar os sonhos uma realidade. Como diz Ram Charam: “ P O D E S E R D I F Í C I L , M A S É N A E X E C U Ç Ã O Q U E S E F A Z A D I F E R E N Ç A .”

Em minha experiência na área de Marketing Digital, aprendi que a excelência estratégica precisa ser associada à eficiência o p eracional, com o cuidado extremo para que o cliente se sinta par te do processo e da reputação da empresa. Cuidar de cada etapa com empenho exige que as pessoas envolvidas saibam a impor tância das par tes e do todo – e a queiram realizar com maestria. Acredito ser um diferencial a capacidade de abordar e influenciar o desenvolvimento humano durante a entrega dos trabalhos que realizo. Afinal, os empregados também tem a m bição por crescimento e por realização. Convido-o a pensar sobre o QUANTO TEM INVESTIDO tempo e e n e r gia para apoiar a sua equipe no alcance do propósito.

“ Q U E M T E M U M ‘ P O R Q U Ê ’ E N F R E N TA Q U A LQ U E R ‘ C O M O ’.” (FRIEDRICH WILHELM NIETZSCHE)

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Um rei, alertado pelo Oráculo de Delfos, acreditando que seu filho iria matá-lo e casar com a própria mãe, o abandona na floresta para que morra. Édipo sobrevive e é adotado pelo rei de Corinto. Já homem, fica sabendo da previsão e, horrorizado, foge de sua sina. Na viagem enfrenta seu pai biológico e o mata. Mais tarde, casa-se com a mãe. A profecia se realiza.

A

ssim, continuamente, nós, os humanos, buscamos fugir do destino na tentativa de viver outra realidade. Brasileiros tiram “um ano sabático” fora do país em busca de segura nç a . E s t ud amo s e m e sco las p ar ti c ul a res querendo uma formação profissional melhor. Investimos em seguro saúde em troca de um bom pronto atendimento. Asseguramos casas e veículos para conser v a r um pat r i m ô n i o. Co n tr atamo s se g u r an ç a pa r ti c ula r pa ra p r e s e r v a r m o s as nossas vidas.

As escolas públicas no Brasil já foram excelentes. O atendimento de saúde à população piora dia a dia. Os planos par ticulares também. Não é mais seguro morar nos condomínios destinados à elite econômica. Nem veículos blindados nos dão respaldo para os crimes nas ruas, de cidades grandes ou pequenas. Enfim, parece que ações paliativas não têm obtido o resultado esperado.

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Marta Castilho

Consultora DorseyRocha Consulting


E a questão que surge é o quanto adiar o enfrentamento dos incômodos desajustes sociais é eficaz para a construção de uma vida melhor e digna para todos. A impressão é que se não vemos, ou se garantimos o “nosso” bem-estar o problema acaba ou se atenua. Ledo engano. Apenas se for talece e cria raízes cada vez mais profundas. Talvez seja agora a hora de agirmos com ousadia e darmos testemunho de que de fato fazemos a nossa par te, ainda que pequena frente ao tamanho do desafio. Fico sempre com a impressão de viver “o feitiço do tempo ” no qual tudo vai se re p e t i n d o, re p e tin d o e re p e ti ndo. S ó m uda rem os de di a qua ndo a li ç ã o de cidadania já estiver sido aprendida. Quando a bituca de cigarro no chão d e s a p are ce r p o rq u e n in g ué m a joga . Qua ndo os r i os esti verem l i m pos porq u e é o na tu ral para todos. Quando o lixo for reciclado porque sabemos que é isto que precisamos fazer. Quando a generosidade for obser vada porque é assim que todos nós seremos for tes. Nossa missão de formar outro planeta é contínua e não dá para, como É d i p o , f u g i r m o s d a r e a l i d a d e . Pr e c i s a m o s o u s a r e n q u a n t o s o m o s c a p a z e s d e a l g u m a i n d i g n a ç ã o . Pr e c i s a m o s a r r i s c a r p o r q u e j á c o r r e m o s r i s c o s s e m s a b e r.

Tudo é ousado para quem nada ARRISCA 08


DORSEYROCHA indica QUEM INDICA

Ádrice Fernanda / Coordenadora Executiva DorseyRocha Consulting

POR QUE INDICOU?

Assim como os jogos de vídeo game, temos a chance de refazer uma missão, quantas vezes for preciso. O filme leva à reflexão de como o conceito de tentativa e erro permite a possibilidade de aprendermos com as falhas, procurando fazer tudo de forma perfeita e no menor tempo possível. Às vezes precisamos “sair” do habitual e tomar diferentes rumos. Essa busca de novos horizontes para entender o que está acontecendo é importante porque demonstra que o aprendizado contínuo nos leva a alcançarmos novas fases.

SINOPSE

O tenente-coronel Bill Cage (Tom Cruise), um oficial que nunca participou de um combate, acaba em uma missão suicida após ter sido rebaixado. Destreinado e mal equipado, Cage é morto em alguns minutos, tentando aniquilar um alien. Logo após morrer pela primeira vez, o tenente acorda na manhã do mesmo dia, como se nada tivesse acontecido. Desse ponto em diante, Tom Cruise enfrenta o mesmo dia inúmeras vezes e morre de diversas formas. A história continua em loop, mas, cada vez que passa pelos mesmos fatos, Cage fica mais inteligente e treinado. Seu dia fica mais fácil e ganha sentido após entrar em contato com a guerreira Rita Vrataski (Emily Blunt), que revela o porquê dessas viagens no tempo e o que ele deve fazer. 09

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PONTO DE

VISTA “O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem. O que Deus quer é ver a gente aprendendo a ser capaz de ficar alegre a mais, no meio da alegria, e inda mais alegre ainda no meio da tristeza! Só assim de repente, na horinha em que se quer, de propósito – por coragem.”

Guimarães Rosa (1908-1967, carioca, escritor, médico e diplomata)

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O MIRANTE É UM PROJETO DorseyRocha CONSULTING

Conselho Editorial: Rodolpho Rocha Marta Castilho Ádrice Fernanda Conecte-se conosco: WWW.DORSEYROCHA.COM


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