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A VERDADE SOBRE OS PREÇOS O QUE REALMENTE CONTA NA FORMAÇÃO DO PREÇO DOS COMBUSTÍVEIS

INVESTIMENTO NA REFINAÇÃO 830 MILHÕES PARA REFINARIA DE MATOSINHOS

Estratégias em debate

LISBON ENERGY FORUM

Dez. 2008 N.º 00

INTRANET RENOVADA

http:// mygalp

SALA DE VISUALIZAÇÃO ESTEREOSCÓPICA

AS CAPACIDADES DO MYGALP EM DESTAQUE NOVA FERRAMENTA DA UN-EXPLORAÇÃO & PRODUÇÃO PERMITE VER PROJECTOS EM 3D



editorial mygalp,

COMUNICAÇÃO INTEGRADA DE E PARA TODOS OS COLABORADORES DA EMPRESA Novo layout, nova “marca”, nova proposta de editorial: é assim que anunciamos a edição n.º 0 (“piloto”) da revista mygalp magazine. Mudança profunda no conceito de revista corporativa, Paulo Costa representa também uma nova proposta Director das Relações de comunicação, a nível interno, de e Institucionais e para todos os colaboradores da empresa. Comunicação Interna Uma nova filosofia e um novo conceito de comunicação: informar, motivar e unir, contribuindo para a criação de uma comunicação mais positiva. Resultado do projecto integrado mygalp, esta nova magazine pretende responder à necessidade de corporizar uma melhor e mais fluida comunicação entre os colaboradores e áreas de responsabilidade do Grupo. Como primeiro objectivo, temos a missão de conseguir uma mais completa harmonização de conteúdos, com base numa gestão integrada e profissionalizada: das fontes e origens de informações, dos meios de concepção e produção de conteúdos, da geração dos diversos outputs finais e do acompanhamento e avaliação dos resultados. Teremos também sempre como driver uma maior eficiência e eficácia na divulgação dos valores e missão da Empresa, das suas realidades internas e dos seus grandes e pequenos projectos, mas também das realidades externas e respectivos impactos na organização. Acompanharemos as tendências internacionais das organizações, numa aposta gradual e consistente de uma maior integração dos meios de comunicação interna, que, no caso da Galp Energia, são, a título de exemplo: a revista corporativa, as newsletters semanais, mensais ou extraordinárias (A Nossa Energia, Energia da Semana, Boletim do Clube Galp Energia) e o portal do colaborador (mygalp), bem como outros meios, como são os designados “Sumários-executivos dos encontros semestrais de quadros superiores”. Após um longo período de consultas junto de alguns dos melhores fornecedores/criadores de conteúdos a nível nacional, foi decidido desenvolver um modelo ambicioso, inovador, pró-activo e evolutivo de integração dos meios de comunicação interna para a Galp Energia. Os principais objectivos deste projecto são, numa 1.ª fase, os seguintes: Revista corporativa interna – mygalp magazine; Newsletter electrónica semanal; Restyling da intranet (portal mygalp) com novas funcionalidades e integração com outros meios de comunicação; Co-gestão editorial destes meios; Acesso privilegiado a conteúdos actuais, completos e abrangentes. Prevemos obter, assim, para os próximos anos, um “produto aumentado”, modular e multifuncional para a Galp Energia – uma “ferramenta” de comunicação interna, integrada e integradora, verdadeiramente estratégica e de suporte à liderança da Empresa.

CARA NOVA: A REVISTA mygalp magazine Uma nova revista e um novo espaço de reflexão, onde se apresentam aos leitores os grandes e pequenos projectos, as últimas tendências e as mais recentes novidades em produtos e serviços da nossa empresa. As suas páginas irão reunir conteúdos que se pretendem Eduardo Guedes dinâmicos e actuais na forma e no estilo. de Oliveira Retratar com fidelidade a realidade Director actual do mercado e universo em que mygalp magazine a Galp Energia e os seus colaboradores estão inseridos é um dos objectivos fundamentais desta publicação, que se pretende interveniente, aberta, solidária com a sociedade e qualificada para um público leitor cada vez mais exigente. A reformulação gráfica e editorial reflectiu-se no seu formato diferenciado, com um tamanho mais “normalizado”, que permite uma leitura bastante agradável e um prático transporte e manuseio. Mas o novo formato seria apenas cirurgia plástica se não viesse acompanhado de novos conteúdos e, mais importante, de novas ideias. A revista abordará bimestralmente temas de gestão, projectos em curso, marketing e vendas, tecnologia, inovação e logística, ambiente, qualidade e segurança, novos produtos e serviços, processos e formas de produção, legislação, eventos nacionais e internacionais, estudos, pesquisas, entrevistas, artigos de opinião, case studies e estratégias de sucesso. A estreia da nova revista será acompanhada pela remodelação do site da intranet, que assumirá, em Janeiro de 2009, uma forma de complementaridade de meios e canais, com uma vertente mais “interactiva” de comunicação interna, num projecto que só é possível graças à dedicação de uma vasta equipa editorial e à simpatia e colaboração de muitas outras pessoas, entre colaboradores e entrevistados. A todos o nosso obrigado. Numa rápida apresentação desta edição, temos uma análise completa do que sucedeu no Lisbon Energy Forum 2008. A tendência parece estar estabelecida, alavancada no sucesso cumulativo das duas edições já realizadas. Mário Soares e Borges Gouveia concederam-nos a sua opinião numa “Entrevista” e num artigo de “Opinião” exclusivos. Se tiver curiosidade sobre as novas apostas da Galp Energia, leia os artigos nas rubricas “Negócios”, “Destaques” e “Flashes”, dê uma vista de olhos nos “Encontros” e nas “Iniciativas” realizadas neste último trimestre do ano, e conheça melhor “Inside”, uma das direcções corporativas do Grupo. Trazemos ainda umas pequenas dicas para aqueles que gostam de viagens e de ler bons livros ou experimentar bons restaurantes, entre outras sugestões. Aproximam-se as festas do fim do ano. Neste sentido, não posso deixar passar esta oportunidade de desejar um Santo Natal e um Ano Novo cheio de energia positiva a todos os leitores. Esperemos que em 2009 se concretizem todas as vossas melhores expectativas pessoais e profissionais. Desfrutem desta nova revista, comentem e critiquem à vossa vontade, ajudem-nos a “acertar” o modelo e enviem-nos todas as sugestões de assuntos e conteúdos que acharem relevantes e oportunas para fazerem parte das próximas edições da vossa mygalp magazine.

Esta edição pode ser também consultada em formato PDF no mygalp: http://mygalp/Pages/Default.aspx

P. S.: Esperamos receber muitas opiniões, críticas e sugestões dos leitores. E também conhecer novos autores.

DEZEMBRO 2008

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conteúdo

20 LEF 2008 Na segunda edição do Lisbon Energy Forum debateu-se, entre outros assuntos, o desenvolvimento das energias renováveis

05 Pessoas Colaboradores da Galp Energia em mudança 06 Flashes Toda a actualidade do universo Galp Energia 12 Inside A Direcção de Sistemas de Informação (DSI) 14 Destaque Sistema de visualização 3D da Galp E&P FICHA TÉCNICA

Director Eduardo Guedes de Oliveira Gestão Integrada de Conteúdos José Conde Barroso Colaboraram nesta edição Ana Almeida; Ângela Galvão; Alexandre Teixeira; (Comte) Carlos Santos; Deolinda Pires; David Mourão (fotografia); Eduardo Boigues; Elsa Azevedo e Silva; Filomena Assis; Frederico Conde; Gonçalo Estevão; Isabel Garcia; Isabel Oliveira; João Nuno Ferreira; Jorge Azedo; Mafalda Romão; Manuel Aguiar (fotografia); Nuno Bernardo;

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DEZEMBRO 2008

16 Destaque A nova imagem do mygalp

34 Empresas Sacor Marítima

48 Revisão da norma NP EN ISO 9001

18 Entrevista Mário Soares em entrevista sobre o LEF

Negócios 36 Galp Energia aposta na Venezuela 38 Resultados dos primeiros nove meses de 2008 42 A realidade sobre a formação dos preços dos combustíveis 44 Produção no Tupi antecipada para Março

Encontros 49 Encontro de Quadros da ARL 50 2.º encontro semestral de quadros superiores 2008 52 Encontro de Revendedores da Galp Energia 53 Encontro anual de Empresas 54 Jantar de aniversário GN

Responsabilidade corporativa 46 Comércio de emissões de CO2 47 Investigação de acidentes

56 Iniciativas Campanhas de solidariedade e festa de Natal do Clube Galp Energia

www.galpenergia.pt

Zona do Ócio 58 Agenda 59 Cultura 60 Restaurante 61 E(hi)stórias 62 Viagens

Capa 20 LEF debate em Lisboa novo paradigma energético 26 Investimento na Refinaria de Matosinhos 30 Mundo A disponibilidade da energia Patrícia Boavida; Paulo Rua; Pedro Magarreiro; Rita de Sousa; Rita Macedo; Ruben Eiras; Rui Costa; Samuel Dias; Sandra Aparício; Sandra Costa; Sandra Pacheco Também colaboraram nesta edição Estúdio João Cupertino e Bruno Barbosa (fotografia); José Miguel Dentinho (edição), Lara Loureiro (coordenação), Luís Inácio, Pedro Guilherme Lopes e Túlio Gonçalves (texto); Anyforms (infografia) Tiragem: 10.000 exemplares Depósito legal: 286693/08

Edíficio Galp Rua Tomás da Fonseca 1600-209 Lisboa – Portugal Telef.: (+351) 21 724 27 33 Fax.: (+351) 21 724 27 93 E-mail: comunicacao.interna@galpenergia.com Uma edição da Divisão Customer Publishing da Impresa Publishing

66 Opinião Joaquim Borges Gouveia


em mudança pessoas

INVESTIR NA CARREIRA

Mudar sem ter de mudar de empresa INGRESSEI NA Galp Energia em Maio de 2005 como membro do Conselho de Administração e da Comissão Executiva. Desde então, as minhas responsabilidades alteraram-se por duas vezes. Inicialmente, fui responsável pela Galp Empresas e pelos Serviços Jurídicos. Entre Janeiro de 2007 e Maio de 2008, fui responsável pela Galp Power e pelos Sistemas de Informação. Desde Maio de 2008, acumulo as responsabilidades pelas áreas de Aprovisionamento Refinação e Logística e Ambiente Qualidade e Segurança. Ao longo deste período, assisti a momentos marcantes da história da Galp Energia, tais como o seu lançamento em bolsa ou as descobertas de petróleo na bacia de Santos, ou as recentes aquisições em Espanha e em África ou ainda os Projectos de Reconversão e Modernização

das Refinarias de Matosinhos e de Sines, entre muitos outros. A Galp Energia oferece, àqueles que integram a empresa, a possibilidade de desenvolver uma carreira à medida da sua ambição e do seu perfil. Nesta empresa, é possível investir numa carreira comercial, de gestão, ou numa carreira

A Galp Energia oferece a possibilidade de desenvolver uma carreira à medida puramente técnica. Tudo isto num contexto de uma empresa moderna e com uma cultura cada vez mais empreendedora. Na Galp Energia é possível, ao longo da vida profissional, mudar de negócios e actividades sem ter de mudar de empresa.

ANDRÉ RIBEIRO Entrou na Galp Energia em 2005 e as suas responsabilidades já se alteraram por duas vezes

Disponível no mygalp Normas e regulamentos http://mygalp/RH_Organizacao/organica/ Normas%20Regulamentares/ NR%20-%20Recrutamento,%20Admissão %20e%20Mobilidade.doc

Novo é positivo Desafios aliciantes para os profissionais da Galp Energia José Cabrita

Hugo Pereira

Susana Faria

Cláudia Estadão

Departamento Galp Suazilândia Idade 39 anos

Departamento Biocombustíveis Idade 32 anos

Departamento A.Q. Segurança Idade 33 anos

Departamento Galp Power Idade 31 anos

DESAFIO AFRICANO Sou director-geral da Galp Suazilândia, empresa que adquirimos à Shell. Cheguei no final de Agosto e a minha família juntou-se a mim em Outubro. O desafio que atravesso é, sem dúvida, o maior desafio pessoal e profissional da minha vida. Através dele, a Galp Energia começa a mostrar que é realmente uma empresa internacional.

ESPÍRITO EMPREENDEDOR A Galp Energia vive um período de mudança. É entusiasmante poder participar e abraçar um novo desafio de desenvolver uma nova área de negócio no grupo, dentro do seu core business, no sector das energias renováveis: os biocombustíveis. O desafio exige um grande espírito de empreendedorismo e inovação.

UMA QUESTÃO DE SEGURANÇA Desde Outubro que assumi as funções na área de Gestão do Programa de Segurança da Galp Energia. Após 10 anos na área AQS da Logística ARL, aceitei este desafio. Tenho oportunidade de trabalhar com todas as áreas da Empresa, o que me possibilita ter uma visão transversal do tema. As várias realidades da Galp Energia tornam o dia-a-dia muito aliciante.

MOBILIDADE EM ACÇÃO Em Maio de 2008 iniciei, na Galp Power, funções na área do Trading de Electricidade e CO2. Trata-se de um desafio muito aliciante. Uma oportunidade única para criar um negócio de raiz, com uma equipa jovem, motivada e flexível, utilizando os conhecimentos e experiência adquiridos ao longo da minha carreira noutras empresas. DEZEMBRO 2008

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BOLO-REI

Natal nas lojas M24 e Tangerina

as notícias mais relevantes no universo de negócios Galp Energia

Com a aproximação da época natalícia aumenta a procura do famoso bolo tradicional. A pensar nos seus clientes, e à semelhança do sucesso de vendas em anos anteriores, a Galp Energia tem já à venda este bolo festivo e disponibiliza ainda menus de cafetaria distintos.

TANGERINA GANHA NOVAS LOJAS A UNIVERSIDADE CATÓLICA ABRE NO PORTO P2P-MM JÁ ARRANCOU

PURCHASE TO PAY

PARCERIA

Google Maps lado a lado com a Galp Energia

Na sequência do projecto de reformulação das lojas de conveniência, a Galp Energia inaugurou recentemente novas lojas Tangerina. Deste modo, na Área de Serviço (AS) de Oeiras (Lisboa/Cascais e Cascais/Lisboa), na AS do Aeroporto (Sul/Norte), na AS de Vila do Conde (Norte/Sul e Sul/ Norte) e na AS da Universidade Católica, no Porto, o espaço de cafetaria foi substancialmente aumentado e recriado segundo o conceito “Tangerina Caffé”. Foram igualmente criadas zonas de multilocalização de top sellers de impulso. A AS de Pombal (Porto/Lisboa e Lisboa/Porto) foi também remodelada com base no novo conceito, mas neste caso sem serviço de cafetaria. Dentro da área alimentar, estas lojas disponibilizam aos clientes café, sanduíches, saladas, sobremesas, fruta, sumos, bolos e pão fresco.

A 17 de Novembro teve lugar o arranque do Projecto Purchase to Pay - MM (P2P-MM), que resulta de um trabalho conjunto da Direcção de Compras, Direcção de Sistemas de Informação e Direcção de Contabilidade e Tesouraria da Galp Energia, com o apoio da Accenture, e tem o objectivo de implementar um processo de compras transversal e corporativo na Galp Energia, dotando a mesma dos sistemas de informação adequados ao suporte das melhores práticas de compras non-oil e non-retail.

PORTO

PROMOÇÃO

A Galp Energia abriu recentemente a Área de Serviço Universidade Católica, no Porto, sob a gestão da Galpgeste e funcionando 24 horas. As quatro ilhas de abastecimento cobrem a totalidade das necessidades dos veículos automóveis, que podem ser abastecidos com gasóleo, gasolina 95, Gforce Diesel e Gforce 95 e 98. Os clientes podem contar também com uma vasta oferta de serviços, como a lavagem automática, uma ilha de ar e água e uma loja Tangerina com 90 m2.

A promoção “Ganhar a todo o gás”, que decorre até 15 de Janeiro de 2009, vai sortear cinco participantes, e cada vencedor ganha um ano de GPL Auto grátis. O sorteio realizar-se-á a 30 de Janeiro de 2009 e para se habilitar ao sorteio o cliente terá de fazer abastecimentos mínimos de 30 litros de GPL Auto nos postos aderentes e coleccionar os 10 carimbos na caderneta.

DE OLHOS NO FUTURO

NOVAS LOJAS TANGERINA

NOVA ÁREA DE SERVIÇO

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DEZEMBRO 2008

O gigante da Internet lançou o Google Maps Portugal, uma versão específica com conteúdos nacionais desenvolvidos em parceria com algumas empresas nacionais, como a Galp Energia, o Metro de Lisboa, a Carris, o Instituto Geográfico de Portugal e a Lifecooler, entre outros. O Google Transit permite ao utilizador definir um ponto de partida e outro de destino e obter informações sobre a melhor forma de percorrer o trajecto nos transportes públicos, a pé ou de carro, encontrando por exemplo, indicações sobre os Postos de abastecimento Galp.

GALP ENERGIA OFERECE UM ANO DE GPL AUTO GRÁTIS


GÁS NATURAL EM DESTAQUE

APRENDER SEM FRIO

Na lista da revista Exame encontramos a Galp Energia, S. A., Galp Gás Natural, S. A., Galp Madeira, S. A., Galpgeste, S. A., Lisboagás GDL, S. A., Lusitaniagás, S. A., Petróleos de Portugal – Petrogal, S. A., Sacor Marítima, S. A., SempreaPostos, Lda., e Transgás, S. A. A Galp Gás Natural foi considerada a melhor empresa do sector de Água, Electricidade e Gás e a Sacor renovou a liderança no seu sector.

As Escolas Primárias (EB1) de Fragosela de Cima, Santiago, Vildemoinhos, Póvoa de Abraveses e Ribeira, da cidade de Viseu, iniciaram o novo ano lectivo com sistemas de aquecimento a Gás Natural. Estes cinco estabelecimentos de ensino abrangem cerca de 500 estudantes e eram anteriormente abastecidos com gasóleo de aquecimento.

Galp Energia nas 500 Maiores & Melhores

Beiragás aquece escolas primárias de Viseu

GALP ENERGIA JUNTA-SE AO GOOGLE GPL AUTO OFERECE ABASTECIMENTO TODO O MUNDO GALP NO GALPNET GALPNET

VARIAÇÃO DA COTAÇÃO DE BRENT da cotação do Brent entre Janeiro e Novembro de 2008 Entre Janeiro e Variação Novembro de 2008

À DISTÂNCIA DE UM CLIQUE

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A Galp Energia passou a prestar um serviço mais vantajoso e eficiente aos seus clientes directos, resultante de um desenvolvimento e optimização dos seus canais electrónicos. Foram reunidas num único site – o Galpnet – todas as funcionalidades e vantagens do Mundo Galp. Terminaram os vários users e passwords que cada cliente tinha em cada aplicação e, consequentemente, todas as reclamações dos clientes em relação ao mau funcionamento dos portais de Internet. Esta optimização foi desenvolvida no âmbito do projecto Login Único e tem como objectivo a satisfação das necessidades dos clientes empresariais da Galp Energia.

120 100 80 60 40 20 0 Jan-08

Mar-08

Mai-08

Jul-08

Set-08

Nov-08

Brent ($/bbl) Variação da cotação mensal da gasolina e do diesel nos mercados internacionais entre Janeiro e Novembro de 2008

VARIAÇÃO DA COTAÇÃO MENSAL DA GASOLINA E DO DIESEL (mercados internacionais)

VARIAÇÃO DA RELAÇÃO EURO/DÓLAR Entre Janeiro Variação e Novembro de 2008 da relação euro/dólar entre Janeiro e Novembro de 2008

Entre Janeiro e Novembro de 2008

1,7

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1,6

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1,5

120 100

1,4

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1,3

60

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40 20

1,1 1 Jan-08

0 Jan-08

Mar-08

Mai-08

Jul-08

Set-08

Mar-08

Nov-08

Mai-08 Diesel ($/bbl)

Jul-08

Set-08

Nov-08

Gasolina ($/bbl)

EUR/USD

VARIAÇÃO DA COTAÇÃO DA GALP ENERGIA E DO ÍNDICE PSI 20

Variação da cotação do gás entre Janeiro e Novembro de 2008

cotação da de Galp2008 Energia e do índice PSI 20 entre Janeiro e Novembro de 2008 Entre Variação Janeiro edaNovembro

0%

Entre Janeiro e Novembro de 2008

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VARIAÇÃO DA COTAÇÃO DO GÁS

Jul-08

Preço da pool Espanhola (€/MWh) (LHS)

Set-08

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Henry Hub ($/Mmbtu) (RHS)

14 12 10 8

11.000 -10%

10.000

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9.000

-30%

8.000

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7.000

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6.000

6 -60% 4 -70% Jan-08

5.000 Mar-08

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Galp Energia (€) (LHS)

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PSI 20 (Pontos) (RHS)

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CLUBE GALP ENERGIA

“Em Tons de Natal”

as notícias mais relevantes no universo de negócios Galp Energia

É o título do primeiro CD gravado pelo Grupo Coral do Clube Galp Energia, que pretendeu valorizar o reportório original de canções de Natal que tem interpretado desde a sua constituição, em Outubro de 1994. Saiba mais em: http://coralgalpenergia.no.sapo.pt

COLABORADORES RECEBEM MANUAL DE RH PETROGAL APOIA UNI DE ÉVORA GREEN ISLAND TESTADO NOS AÇORES ESTÁGIOS DE ENGENHARIA QUÍMICA

PROTOCOLO COM A UNIVERSIDADE DE ÉVORA

MODELO DE GESTÃO INTEGRADA

MANUAL “POLÍTICAS DE RECURSOS HUMANOS” No seguimento dos objectivos do Projecto GPS-Gestão de Pessoas para o Sucesso, da Galp Energia, foram distribuídos exemplares do manual Políticas de Recursos Humanos por todos os colaboradores do Grupo no passado mês de Novembro. O conjunto de normas e regulamentos aí contidos visa a definição do modelo de gestão integrada de RH para o Grupo Galp Energia. Saiba mais em: http://mygalp/RH_Organizacao/organica/default.aspx

POSIÇÃO REFORÇADA

GALP ENERGIA E GRUPO BARRAQUEIRO ASSINAM NOVO CONTRATO DE FORNECIMENTO Dando continuidade ao objectivo da Galp Energia em se afirmar como fornecedor de combustíveis de referência no mercado português, foi reforçada a parceria com o Grupo Barraqueiro, através da sua área de negócio de Transportes das Empresas, presentemente o maior grupo privado português de transportes, integrando mais de 20 empresas dos ramos de passageiros e de carga e movimentando mais de 3000 veículos pesados, para além da linha ferroviária sobre o Tejo e do Metro Sul do Tejo. 8

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DEZEMBRO 2008

A Universidade de Évora inicia este ano lectivo uma nova licenciatura em Engenharia Química com um formato inovador, no qual coexistem, em alternância com períodos lectivos clássicos, estágios de curta duração em ambiente empresarial como complemento da formação recebida. A Petrogal associa-se a esta iniciativa através da Refinaria de Sines, onde decorrerão estágios integrados no plano curricular do curso, orientados no sentido da consolidação do conhecimento e do desenvolvimento de actividades técnicas em meio industrial. A formalização desta colaboração decorreu no passado dia 4 de Novembro na Universidade de Évora, com a assinatura de um protocolo pelo Dr. Vasco Ferreira e Eng. José Cordeiro Catarino, em representação da Petrogal, sendo a Universidade de Évora representada pelo seu Reitor, Prof. Doutor Jorge Araújo. EM S. MIGUEL

MIT testa sistema revolucionário de energia nos Açores Vão ser investidos entre 200 a 300 milhões de euros na ilha de S. Miguel, nos Açores, naquele que vai ser o primeiro teste de um novo paradigma de sistemas energéticos. O programa Green Island está a ser desenvolvido em parceria pelo MIT Portugal, Galp Energia, EDP, Efacec e Martifer, e o objectivo é criar um sistema energético que aproveite ao máximo as energias renováveis, através de redes inteligentes que permitam armazenar e gerir a compra e venda de energia a cada instante. Um dos grandes objectivos passa por diminuir os consumos, através da criação tecnologias que permitam uma melhor distribuição da energia, eliminando perdas da rede. De forma a eliminar picos de consumo, estão a ser desenvolvidas tecnologias de informação que dêem indicações aos equipamentos para se ligarem e desligaram. A instalação de microcogeradores nos edifícios, que, além de produzirem energia eléctrica, produzem calor para aquecer as casas, e de painéis fotovoltaicos é outra opção, o que significa que os edifícios deixam de ser passivos para também fornecerem energia à rede.


APOSTA NA FORMAÇÃO

Certificação internacional No âmbito da melhoria contínua, a Galp Energia apostou na formação e certificação dos seus colaboradores das áreas técnicas, certificando o seu primeiro grupo de 12 colaboradores em 2003 na ICML – International Council for Machinery Lubrication. A aposta manteve-se, e um novo grupo de dez colaboradores das áreas técnicas associadas aos lubrificantes voltou a obter a certificação MLA.

COM BASE EM FONTES RENOVÁVEIS

Venda de Entalpia nas piscinas da Física de Torres Vedras No âmbito do projecto de venda de energia, a Galp Power assinou recentemente um contrato de fornecimento com a Associação de Educação Física e Desportiva de Torres Vedras, até agora consumidora de GPL da BP.

LIGHTSPOT ILUMINA EXTERIORES CARTÃO FAST DÁ MIL LITROS DE COMBUSTÍVEL MAIS GÁS NATURAL EM ESPANHA EM ESPANHA

GALP ENERGIA CONQUISTA CLIENTES DE GÁS NATURAL A Galp Energia assinou mais três contratos de fornecimento de gás natural com empresas do Grupo SAPA. Os contratos têm início a 1 de Janeiro de 2009 e uma duração de 12 meses, e com a sua assinatura a Galp Energia acumula um volume contratado em Espanha próximo dos 2270 GWh/ ano (cerca de 195 milhões de m3/ano). O Grupo Sapa, após a celebração de uma joint-venture com o Grupo Alcoa com o objectivo de fundir as respectivas divisões de extrusão, passou a ser líder mundial na produção de soluções em alumínio extrudido, com centros em 18 países. A Sapa Profiles España tem três centros de produção situados em Irurtzun (Navarra), La Selva del Camp (Tarragona) e Arteixo (La Coruña) e fornece soluções de alumínio extrudido para os mercados de mobiliário e iluminação, para a indústria automóvel, sistemas de carpintaria próprios, perfis específicos, dissipadores de calor para componentes electrónicos e perfis de precisão das mais diversas dimensões.

CARTÃOFAST

Promoção de Natal Sob o mote “Em 2009 o combustível é por nossa conta”, a Galp Energia lançou uma promoção orientada para os clientes dos Postos Galp aderentes e potenciais aderentes ao cartãofast. A promoção está em vigor até 6 de Janeiro e culminará com um sorteio. Os clientes são convidados a usar o seu cartãofast para se habilitarem a um ano de combustível grátis. O sorteio será realizado a 12 de Janeiro e premiará 20 clientes através de um cartão de combustível com um ano de validade e limitado a 1000 litros de combustível.

INOVADOR CANDEEIRO A GÁS

GALP ENERGIA APRESENTA LIGHTSPOT A Galp Energia apresentou o Lightspot, um inovador candeeiro a gás para exterior que se distingue pelo seu design moderno e funcional. Destina-se a um segmento de mercado mais exigente, constituído por consumidores que se preocupam com a qualidade, mas também com as novas tendências da decoração e exploração de ambientes. Depois da apresentação internacional na SPOGA, a maior feira internacional na área do lazer, jardinagem e actividades outdoor, que decorreu este ano em Colónia, na Alemanha, o Lightspot® chega agora ao mercado português. Foi concebido para ser utilizado em terraços, jardins e ambientes particulares, mas também em espaços públicos, como jardins de grande dimensão ou eventos, e irá complementar a nova geração de equipamentos a gás da Galp Energia. Constituído por corpo exterior, corpo interior/técnico e globo em vidro, este candeeiro fixa-se facilmente numa garrafa de gás de 3 kg, oferece total mobilidade e portabilidade, uma autonomia de 40 horas e prevê uma potência de 200 W. Está disponível em três diferentes tamanhos e várias cores modernas e atractivas, que permitem conjugá-lo com o espaço a iluminar e a decoração do ambiente a que se destina.

PARCERIA PROLONGADA

GALP ENERGIA CELEBRA CONTRATO COM GRUPO ÁGUAS DE PORTUGAL Foi renegociado, pela área de Meios de Pagamento em conjunto com a área de Transportes EmpresasDistribuição Oil, um contrato de cinco anos para fornecimento anual de 2000 m3 de combustíveis em Galp Frota, 8000 m3/ano de gasóleo a granel e 300 tons de Lubrificantes. A Águas de Portugal constitui um dos grandes grupos empresariais do sector do ambiente em Portugal. Tem por missão contribuir para a resolução dos problemas nacionais nos domínios de abastecimento de água, saneamento, águas residuais e de tratamento e valorização de resíduos. Com este acordo, a Galp Energia reforça a sua posição de liderança no mercado de combustíveis nacional, com um parceiro cujas preocupações ambientais constituem um factor importante no desenvolvimento da sua actividade. DEZEMBRO 2008

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SUSTENTABILIDADE

Galp Energia apoia Rede de Responsabilidade Social

as notícias mais relevantes no universo de negócios Galp Energia

Representada por Jorge Azedo, da Direcção de Relações Institucionais e Comunicação Interna, a Galp Energia subscreveu a assinatura da Rede Nacional de Responsabilidade Social (notícia a desenvolver na próxima edição).

NOVA PARCERIA COM A UNICER APROVEITAR A ENERGIA DAS ONDAS GALP SERVIEXPRESS DÁ PRÉMIOS ATÉ MARÇO

CONSÓRCIO PARA EXPLORAR ENERGIA DO MAR UNE ESFORÇOS As empresas Galp Energia, EDP, Martifer, Enersis e Efacec estão a reunir esforços para formar um consórcio para explorar a energia do mar na costa nacional, que deverá ter a designação de Ondas de Portugal. O objectivo é abrir este ACE (Agrupamento Complementar de Empresas) a outras empresas, universidades e entidades de investigação científica, para concertar as várias iniciativas a decorrer de forma dispersa em Portugal e tornar viáveis e rentáveis as tecnologias de produção de electricidade marítima, seja por via das eólicas offshore ou das ondas. GALP SERVIEXPRESS

INVERNO MUITO SABOROSO A Galp Serviexpress enviou a todos os clientes a receita para um Inverno deliciosamente confortável: ser cliente Galp Serviexpress, encomendar 500 litros de gasóleo de aquecimento Hi Confort e participar no grande sorteio de 20 carrinhos de compras no valor de 200 euros nos supermercados Continente e Modelo (ou 20 vales no valor de 200 euros de gasóleo de aquecimento Hi Confort). Por cada encomenda de 500 litros de gasóleo de aquecimento Hi Confort os clientes recebem um cupão de participação no Grande Sorteio de Prémios Saborosos e podem ainda ganhar um livro de receitas, uma manta polar ou um vale de desconto. A campanha, que decorre até 31 de Março de 2009, destina-se a clientes actuais e potenciais das zonas de acção dos centros de distribuição da Galp Serviexpress, S. A., Transportes Freitas, Lubridão, ETA, J. M. C. e Gaspe.

PROJECTO INOVADOR

BOLSA DE VOLUNTARIADO A Bolsa do Voluntariado é um projecto inovador, de âmbito nacional, onde a Galp Energia aplica os conceitos de cidadania e responsabilidade social com o objectivo de responder e cruzar as necessidades de trabalho voluntário das instituições e organizações sociais com o que os seus colaboradores têm para oferecer. Além de disponibilizar conteúdos, divulgar experiências e oportunidades de acção voluntária, engloba serviços, ferramentas e tecnologias inovadoras em gestão e promoção de voluntariado empresarial. Saiba mais em http://mygalp/voluntariado_blog/default.aspx 10

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CONDIÇÕES PRIVILEGIADAS

GALP ENERGIA PARTICIPA NO CARTÃO UNITY A Galp Energia estabeleceu uma parceria com a Unicer com vista à participação no Cartão Unity, destinado exclusivamente aos clientes com os quais a Unicer detém uma relação preferencial, cerca de 50 mil pessoas. Através deste cartão, os clientes Unicer têm a possibilidade de adquirir os aquecedores de exteriores Hotspot, da Galp Energia, em condições privilegiadas. Esta é também uma forma de a Galp Energia aprofundar a relação com os estabelecimentos do canal HORECA e as principais empresas do sector, apresentando o conceito das esplanadas confortáveis Powered by Galp Energia.


PORTUGAL É PIONEIRO

Governo assina acordo para novos carros eléctricos da Renault-Nissan Portugal é o primeiro país da Europa a receber os carros eléctricos da aliança Renault-Nissan. Os primeiros carros devem ser introduzidos no País no início de 2011. Até lá, o governo compromete-se a criar 320 locais de abastecimento para automóveis eléctricos em 2010 e 1300 no final de 2011. A Galp Energia participa neste projecto.

VISITA DE TRABALHO

Sonangol Distribuição “descobre” Galp Energia Uma delegação, ao mais alto nível, da Sonangol Distribuição realizou uma visita de trabalho à Galp Energia nos dias 24 e 25 de Novembro, contactando de perto com as instalações da Companhia Logística de Combustíveis, em Aveiras, com a Refinaria de Matosinhos, que incluiu uma apresentação sobre o negócio de lubrificantes e uma visita guiada à respectiva fábrica, e com o Terminal Marítimo da Galp Energia, em Leixões.

PRIMEIROS CARROS ELÉCTRICOS GALP GERE 628 POSTOS EM ESPANHA BETUME TRAZ MUDANÇAS EM CABO VERDE APOIO LOGÍSTICO

HOMENAGEM

Bitubags em Cabo Verde

PINS DE OURO

A Monteadriano Cabo Verde iniciou este mês a utilização de betume embalado em big bags. A Galp Empreiteiros acompanhou o arranque da operação na ilha de Santiago, onde a filial da empresa portuguesa Monteadriano tem a responsabilidade da construção de uma parte substancial das novas infra-estruturas rodoviárias. A utilização dos Bitubags vai substituir a dos tradicionais bidões e isocontentores, permitindo uma maior eficiência e flexibilidade operacional. A receptividade foi bastante positiva, tendo o novo processo de produção demonstrado de imediato ganhos importantes de produtividade e facilidade de utilização. A solução logística desenvolvida pela Galp Energia em parceria com a empresa austríaca BCS adequa-se especialmente a mercados africanos e insulares em crescimento, como o de Cabo Verde.

No dia 19 de Novembro teve lugar a cerimónia de homenagem aos colaboradores da Sacor Marítima com 30 ou mais anos de antiguidade, em complemento às cerimónias já realizadas em Lisboa, Sines e Porto e que distinguiram dezenas de colaboradores. O evento decorreu no 15.º andar da Torre A e contou com a presença de alguns convidados. A cerimónia teve início com o presidente-executivo da Galp Energia, Manuel Ferreira De Oliveira, a dar as boas-vindas aos homenageados. De seguida dirigiu-lhes algumas palavras, reforçando a sua convicção de que não há futuro sem passado, seja nas empresas, seja nas famílias. Por fim, colocou os pins de ouro aos seis colaboradores presentes, agradecendo-lhes a sua contribuição valiosa, com a sua antiguidade, o seu esforço e a sua experiência para aquilo que é hoje a Galp Energia.

PRODUZIDO PELA UNICEF

Cartão de Natal 2008 O cartão de Natal 2008 da Galp Energia foi disponibilizado recentemente a toda a empresa. Especialmente produzido pela UNICEF, apresenta na capa uma composição de trabalhos realizados por alunos da Escola Poeta Al Berto, de Sines, no âmbito do 2.º Prémio das Jornadas Culturais da Refinaria de Sines 2008.

130 POSTOS DE ABASTECIMENTO

GALP ENERGIA ADQUIRE REDE IBÉRICA DA ESSO Na sequência da aprovação pela Comissão Europeia da aquisição dos negócios ibéricos da Exxon Mobil pela Galp Energia, as duas empresas concluíram recentemente a transacção de 130 postos de abastecimento Esso na Península Ibérica, com os quais a rede da Galp Energia passa a gerir um total de 628 postos de abastecimento em Espanha e que correspondem a uma quota de mercado de 5%. Em Outubro, a Galp Energia tinha anunciado a aquisição da rede da Agip em Portugal e Espanha, passando então a contar com 547 postos no país vizinho. Estas aquisições enquadram-se na estratégia da Galp Energia, permitindo aumentar a dimensão das suas operações ibéricas, o seu principal mercado na actividade de distribuição de produtos petrolíferos, e comercializar um volume de cerca de 12,4 milhões de toneladas, das quais cerca de metade será vendido em Espanha. A rede de distribuição da Galp Energia passa, assim, a cobrir a totalidade do território do país vizinho, aumentando o número de posições onde os seus clientes podem encontrar a qualidade de produtos e serviços característicos da marca. DEZEMBRO 2008

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inside direcção de sistemas de informação

POTENCIAR NEGÓCIOS DA GALP ENERGIA

A tempo inteiro Responsável pelo Sistema de Informação do Grupo Galp Energia, a DSI presta serviços às suas diversas unidades operacionais A DIRECÇÃO de Sistemas de Informação (DSI) é uma das Unidades de Serviços Corporativos da Galp Energia. Presta serviços aos seus clientes internos, as diversas Unidades Organizacionais do Grupo. É responsável pelo funcionamento, segurança, continuidade, manutenção e desenvolvimento harmonioso do Sistema de Informação do Grupo Galp Energia. Mas a melhor forma de se aprofundar o conhecimento sobre a sua actuação é analisar a missão: “Potenciar o desenvolvimento e sustentabilidade dos negócios da Galp Energia, através da utilização dum Sistema de Informação (SI) gerido de uma forma eficiente, eficaz, fiável, coerente, inovadora e a custos controlados”.

POTENCIAR O DESENVOLVIMENTO E SUSTENTABILIDADE DOS NEGÓCIOS DA GALP ENERGIA A razão da existência da DSI é apoiar os seus clientes e assegurar o seu funcionamento de modo regular e sustentado ao longo do tempo e permitir ou facilitar a criação de vantagens competitivas: liderança de custos, melhoria do serviço ao cliente, flexibilidade e rapidez na implementação de estratégias de mercado, facilidade no alargamento geográfico.

UTILIZAÇÃO DE UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO (SI) O Sistema de Informação gerido pela DSI é composto por um conjunto alargado de recursos, como pessoas, equipamentos, redes de voz e de dados, aplicações e informação. 12

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EQUIPA ACTIVA A direcção de Manuel Ferreira colabora com os clientes internos na prioritização das suas iniciativas

Na tabela representada na página seguinte apresentam-se indicadores relevantes.

EFICIENTE Vários estudos têm demonstrado o impacto significativo dos SI na melhoria da produtividade e da eficiência dos Negócios, por exemplo, através da integração e automatização dos seus processos. Para além deste aspecto, a DSI contribui para a eficiência global, quer pelo apoio na gestão de projectos de SI, quer pela definição da estratégia de sourcing e gestão dos respectivos contratos de outsourcing (incluindo os seus níveis de serviço), quer pela im-

plementação de medidas de optimização da infra-estrutura que permitam produzir mais com menos recursos.

EFICAZ A DSI colabora com os seus clientes, na prioritização das iniciativas que são propostas por eles, no sentido de garantir que são implementadas as de maior prioridade global, quer pelo valor gerado, quer pelo alinhamento com a estratégia da Galp Energia, quer pelo risco que está associado à sua realização ou não.

FIÁVEL A Direcção de Sistemas de Informação é responsável pela definição e implementação de políticas, normas, procedimentos e infra-estruturas que garantam a segurança


ÁREAS DE ACTUAÇÃO Para a realização das suas actividades, a DSI está organizada em quatro áreas. São estas as suas responsabilidades: PLANEAMENTO E GESTÃO DE CLIENTES Lida com a definição e manutenção da estratégia e arquitectura de SI, a prioritização do portefólio de projectos, a operacionalização do modelo de IT Governance e a gestão da relação com o cliente. DESENHO E IMPLEMENTAÇÃO DE SOLUÇÕES As principais áreas de actuação são o apoio à gestão de projectos, a relação com os fornecedores de serviços e garantir a selecção das melhores soluções tecnológicas.

OS NÚMEROS DA DSI Indicadores ilustrativos do Sistema de Informação da Galp Energia

Equipa Elementos internos

28

Elementos externos

120

Projectos (val. aprox.) Aprovados anualmente Em curso simultaneamente Orçamento

Incide na definição e implementação da estratégia de sourcing, responsabilidade na definição e gestão da infra-estrutura e na gestão dos fornecedores de serviços de SI contínuos, nomeadamente controlo dos níveis de serviço. PLANEAMENTO OPERACIONAL Preocupação principal com a gestão e reporting dos custos de SI (orçamento e real), a sua correcta distribuição, numa perspectiva de utilizador/pagador, e a facturação aos clientes.

e fiabilidade do SI, nomeadamente em situação de desastre.

COERENTE A coerência do Sistema de Informação e do seu desenvolvimento é assegurada pela existência de uma estratégia de SI e por uma arquitectura (tecnológica, aplicacional e de informação) que funcionam como linhas directoras para decisões de SI e respectivas acções.

INOVADORA A DSI esforça-se por colocar as novas capacidades que são disponibilizadas pela indústria das tecnologias de informação ao serviço dos seus clientes (por exemplo, facilitando o interface com os fornecedores de tecnologia). Cria-se, assim, um mecanismo de “fertilização cruzada” em que Negócios e DSI

35 19M€

Infra-estrutura (valores aprox.) Custos anuais Aplicações Informação armazenada

20M€ 65 90TB

Tráfego in/out (mês)

1.6TB

Pedidos de helpdesk (mês)

4.000

E-mails recebidos (dia)

GESTÃO DE SERVIÇO

80

Mailboxes Locais de actuação

850.000 4.000 250

Portas de rede

7.600

Computadores

3.100

Servidores Telemóveis Placas 3G

400 2.020 730

EM PERMANÊNCIA Gestão dos Sistemas de Informação é uma jornada de melhoria contínua sem fim

se desafiam mutuamente. Adicionalmente, a exploração do manancial de informação residente nos SI da Galp Energia é um forte potenciador de iniciativas de inovação.

CUSTOS CONTROLADOS O controlo apertado de custos é uma disciplina fulcral na actividade da Direcção de Sistemas de Informação. Por isso, é responsável pela definição e controlo do orçamento global de SI da Galp Energia. Contribuindo para uma cultura global de controlo dos custos de SI, é utilizada uma filosofia de utilizador/pagador na distribuição dos custos (não específicos) aos clientes. Sendo a gestão dos SI uma jornada de melhoria contínua sem fim numa data definida, existem vários trabalhos em curso. São os casos da implementação de um modelo

de IT Governance e da função de Gestão da Relação com o Cliente. Também se incluem o revisitar da estratégia e arquitectura de SI, a implementação do novo modelo de sourcing, a redefinição da metodologia de gestão de projectos e a melhoria da ferramenta de gestão de custos e facturação interna. A DSI trabalha, e continuará a trabalhar, afincadamente, para operar à altura da sua missão.

Disponível intranet ‘mygalp’: http://mygalp/ConhecaGalpEnergia/ unidadesareasnegocio/servicoscorporativos/ comunicacao/Documents/Equipas%20UNSC/ Sistemas%20de%20Informação.ppt apresentação terças temáticas - intranet ‘mygalp’: http://mygalp/RH_Organizacao/formacao/Apresentaes/ Terça_temática_20081007_vfinal.ppt

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destaque sistema de visualização 3d

PARA CARACTERIZAR RESERVATÓRIOS

Nova ferramenta dinâmica O objectivo é dotar as equipas multidisciplinares de meios tecnológicos na área da caracterização de reservatórios para responder eficientemente às exigências técnicas do portefólio da empresa e apoiar as decisões de investimento da Galp Energia A NOVA SALA de visualização estereoscópica (3D) da Galp E&P, a primeira do País com tecnologia vocacionada para projectos de exploração e produção, foi inaugurada recentemente na presença do administrador-executivo, Fernando Gomes, dos responsáveis da Unidade Negócio - Exploração & Produção, Carlos Alves e Luigi Piro, e de alguns convidados de outras áreas da Galp 14

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Energia. No evento foram demonstradas as potencialidades do sistema e do trabalho desenvolvido na área da caracterização de reservatórios que está actualmente a decorrer na Galp E&P. Foram apresentados dois projectos de modelação em fases diferentes de execução: o do reservatório principal da área do piloto do Tupi (Bloco BM-S-11 no Brasil) e

MÃOS À OBRA Em poucos meses foram formados especialistas numa área nova da Galp Energia

o do modelo geológico estático construído para o projecto Boyacá-6 (Faixa do Orinoco, na Venezuela). Estes modelos geológicos estáticos servirão de base à simulação do comportamento dinâmico dos fluidos no reservatório, com o objectivo de optimizar a recuperação final de hidrocarbonetos dos jazigos e contribuir para apoiar as discussões técnicas com os parceiros e suportar


As soluções de visualização estereoscópica tornam a tomada de decisão um processo mais dinâmico de comunicação e de interacção em equipa

tecnicamente as decisões que forem tomadas. O planeamento e a implementação de toda a infra-estrutura necessária foram despoletados em 2007, no seguimento da actividade desenvolvida pela Galp Energia como operador no onshore brasileiro e principalmente devido à descoberta de jazidas petrolíferas no pré-sal da Bacia de Santos. Entre software, hardware, custos de instalação e treino já foram investidos, até ao momento, perto de 700 mil euros neste projecto.

MAXIMIZAR VALOR ECONÓMICO A implementação deste tipo de tecnologia tem vindo a ser adoptada pelas empresas da área da indústria petrolífera a nível mundial. O seu objectivo é dotar as equipas multidisciplinares dos meios tecnológicos para que o resultado do seu trabalho de caracterização e gestão eficiente de reservatórios traga mais-valias aos projectos em curso, rentabilizando, assim, o investimento efectuado e maximizando o valor económico dos mesmos. Com o apoio de um experiente consultor português, e recorrendo a estas novas tecnologias, foi possível, em poucos meses, formar jovens geocientistas e engenheiros

numa área até agora inexistente na empresa: a da caracterização de reservatórios. Esta complementa a de interpretação sísmica e geológica, que já existia na Galp Energia, e permitirá enriquecer as discussões técnicas com os parceiros, contribuindo para o desenvolvimento dos projectos que a Galp E&P tem no seu portefólio. Com esta instalação começa a ficar dotada de ferramentas que permitem, de forma eficiente, uma melhor visualização das propriedades dos reservatórios. Usando os dados resultantes da análise petrofísica das formações rochosas atravessadas pelos poços (litologia, porosidade, permeabilidade, entre outros) e o modelo estrutural obtido pela interpretação sísmica, o software constrói um modelo geocelular e propaga, através de métodos de geoestatística, essas propriedades por toda a área do reservatório. Desta forma é possível simular o impacto de alterações dos vários parâmetros geológicos e petrofísicos nos volumes de óleo existentes e efectuar a implantação de poços nas posições que forem mais favoráveis, visualizando em 3D o modelo geológico preenchido com as propriedades simuladas dos reservatórios.

MODELO

Visualizado em 3 dimensões, com as propriedades simuladas dos reservatórios, permite implantar poços nas posições mais favoráveis

INTERACÇÃO EM EQUIPA Tecnologicamente, as soluções de visualização estereoscópica abrem portas a um novo paradigma de comunicação e interacção em equipa, tornando a tomada de decisão um processo dinâmico. Com recurso ao equipamento de visualização e software, que permite criar imagens estereo, um utilizador pode, a partir da mesa de comandos, expor os seus pontos de vista e, ao mesmo tempo, contar com o feedback dos seus colegas, uma vez que através de um ecrã com dimensões de aproximadamente 4 m x 1,6 m todos podem analisar, em simultâneo, o modelo obtido através deste processo em tempo real. O objectivo da Galp E&P é gerar uma cultura de modelação de reservatório na empresa. Isso é feito através da utilização de tecnologias de ponta nos projectos em que a Galp Energia participa, fornecendo, assim, à direcção da empresa elementos que contribuem para facilitar a tomada de decisões de investimento. Para que isso possa resultar da melhor forma possível, há que apostar na valorização dos recursos humanos da E&P, para que, em equipa, se tire o melhor proveito das ferramentas disponíveis. DEZEMBRO 2008

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destaque nova intranet

A EQUIPA DA INTRANET Eduardo Boigues, Carlos Garcia e José Conde Barroso

NOVA IMAGEM MYGALP

Veja a nova “cara” da nossa intranet e diga-nos o que acha… O mygalp apresenta agora novos conteúdos, com acesso através de uma página de entrada completamente reformulada

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COM O OBJECTIVO principal de dar mais visibilidade ao portal interno e melhorar os seus conteúdos noticiosos, tomou-se a iniciativa de criar uma nova página de entrada no mygalp. Nesta nova homepage passarão a estar disponíveis todas as actuais funcionalidades, mas apresentadas de uma forma mais apelativa, melhor organizada e mais fácil de utilizar. E claro que aproveitámos para adicionar algo mais… Tudo isto, harmonizado com o novo look & feel e a nova imagem desta edição-piloto (da nova revista corporativa), que chega hoje às mãos de todos os colaboradores

da Galp Energia. Não esquecendo nunca o objectivo, sempre presente, de garantir uma maior integração de conteúdos e gestão de notícias entre os diversos meios de comunicação interna da empresa, esta solução permite, em simultâneo, uma maior flexibilidade à equipa editorial, tornando-a mais independente, e disponibiliza a todos os utilizadores uma melhor e mais completa ferramenta de trabalho. No início do próximo ano, ao aceder ao link habi-tual da intranet (http://mygalp/ Pages/Default.aspx), descubra as diferenças - mas também identifique as semelhanças -


MAIS INFORMAÇÃO

A FORÇA DA IMAGEM A mygalp magazine

O universo Galp Energia disponível, com toda a informação relevante

surge complementada na intranet com galerias de fotografias e vídeos

COMUNIDADE Espaços para debater ideias, a possibilidade de comentar as notícias e uma agenda cultural, são apenas algumas das ferramentas para criarem uma comunidade mygalp

ACTUALIDADE Diariamente, e em parceria com a Impresa Publishing, os colaboradores da Galp têm acesso às notícias que marcam a actualidade

DISTINÇÃO Relembramos que o Júri do Grande Prémio APCE 2007 (Excelência em Comunicação) distinguiu a Galp Energia como vencedora na categoria “Intranet” com o trabalho “mygalp”, em Maio deste ano.

TODA A REVISTA À DISTÂNCIA DE UM CLIQUE A mygalp magazine vai estar disponível em formato PDF, para que possa consultá-la sempre que quiser

OS CONTEÚDOS De uma forma muito sucinta, podemos dizer que a nova homepage tem agora três grandes secções, claramente destacadas umas das outras, mas que também se interligam num convite recíproco à exploração e à descoberta

1 NOTÍCIAS E DESTAQUES NOTICIOSOS Inclui notícias sobre o universo Galp Energia, uma selecção das últimas notícias diárias e um destaque noticioso com o respectivo desenvolvimento.

2 ÁREA DE TRABALHO

Inclui vários acessos directos a importantes conjuntos de informação arquivados no portal e o link , devidamente realçado, para o espaço mygalp, que dirige o colaborador para a página da intranet tal como a conhecemos…

3 ÁREA DE LAZER Inclui todos os acessos atribuídos ao ponto de encontro e os links para o Clube Galp Energia e para o Museu Virtual/Vidas Galp, entre outros.

e comprove todo o esforço e empenho da nossa equipa em manter as funcionalidades e os links mais utilizados ao alcance dos “seus dedos” e das suas necessidades. Numa perspectiva de melhoria contínua, que orientará sempre a nossa atitude e os nossos objectivos, não queremos ficar por aqui, e a nossa disponibilidade mantém-se renovada para, em colaboração com as áreas responsáveis, acrescentar serviços e garantir uma melhor integração das funcionalidades e potencialidades do mygalp e uma sempre maior racionalização na sua utilização. Já actualizou o perfil? Aproveite a nova “cara” para o fazer e não hesite em dar-nos as suas opiniões, sugestões e críticas construtivas, sempre que o entender, bastando para tal utilizar as próprias funcionalidades já existentes no mygalp. DEZEMBRO 2008

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entrevista mário soares

FUNDAMENTAL PARA COMPREENDER PROBLEMA ENERGÉTICO

LEF foi organização de sucesso Mário Soares, presidente da Fundação com o seu nome, diz que recebeu excelentes comentários em relação ao fórum

A FUNDAÇÃO Mário Soares organizou, em conjunto com a Galp Energia, o Lisbon Energy Forum (LEF 2008), que decorreu em Outubro deste ano em Lisboa. O exPresidente da República esteve presente e considera que a organização foi um sucesso. Refere também que o fórum ajudou a compreender melhor o complexo problema energético em todas as suas dimensões. Considera que o LEF 2008 foi também um sucesso neste novo formato? E que tipos de feedback já recebeu? Objectivamente, acho que sim. Recebi excelentes comentários, vindos de vários horizontes. E isso ajuda-nos a continuar… Que outras personalidades, especialistas, gostaria de ver em futuras edições do 18

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Lisbon Energy Forum? Todas as que pela sua competência e qualidade o mereçam e justifiquem. Tem havido alguma dificuldade de comunicação entre o sector oil & gas e o público em geral no que respeita às variações dos preços do crude e dos preços finais dos combustíveis. Um fórum como o de

“O facto de a América do Norte subscrever os Acordos de Quioto e Objectivos do Milénio abre ao mundo inteiro os caminhos da esperança”

Lisboa é também uma oportunidade para facilitar essa comunicação? Em relação aos preços do petróleo e do gás, é do domínio público que geraram alguns protestos. Mas é natural. Como é claro que o fórum ajudou – para os que o seguiram – a compreender melhor o complexo problema energético em todas as suas dimensões. Que aspectos mais relevantes destaca do mecenato da Galp Energia à sua Fundação? Estamos a digitalizar e a estudar os velhos arquivos da Galp e a Galp reconhece o nosso trabalho cultural na Fundação. Não é a única, felizmente. Qual prevê que possa ser o papel da Galp Energia num futuro tendencialmente


A FUNDAÇÃO MÁRIO SOARES Constituída em 12 de Setembro de 1991, a Fundação Mário Soares iniciou a sua actividade em 1996 como instituição de direito privado e utilidade pública sem fins lucrativos, que tem por finalidade realizar iniciativas e acções formativas de carácter cultural, científico e educativo nos domínios da ciência política, da história contemporânea, dos direitos humanos e das relações internacionais. Um dos objectivos principais da instituição é contribuir para a preservação da memória histórica do século XX, tendo por base os acervos documentais e fotográficos que integram o Arquivo da Fundação Mário Soares. Constituído inicialmente apenas pelo acervo pessoal de Mário Soares, o Arquivo integra actualmente mais de 100 outros fundos documentais, fotográficos e videográficos de origem privada - na sua maioria doados ou depositados na Fundação por individualidades da resistência à ditadura de relevante interesse para o conhecimento e estudo da história contemporânea de Portugal nos contextos europeu, africano e mundial. Neste âmbito destaca-se ainda a instituição do Prémio Fundação Mário Soares, atribuído anualmente desde 1999 e destinado a galardoar autores de dissertações académicas ou de outros trabalhos de investigação realizados no âmbito da história de Portugal do século XX. Entre outras acções que dão expressão aos

seus fins na área do exercício da cidadania, a Fundação Mário Soares promove projectos de investigação e desenvolve actividades de formação cívica, política e de debate através da organização de conferências, cursos, seminários e colóquios relacionados com temas de ciência política e de actualidade. Propõe-se ainda, como objectivo prioritário, estimular a cooperação cultural, científica e cívica entre Portugal e os países africanos lusófonos, o Brasil, Índia (Goa), a Região Administrativa Especial de Macau e Timor Leste, através da concepção e promoção de projectos e iniciativas que potenciem os recursos de cada um deles em benefício da comunidade de língua portuguesa espalhada pelo mundo. A Fundação dedica também especial importância à realização e promoção descentralizada de actividades de fomento e divulgação cultural, de que a Casa-Museu Centro Cultural João Soares, um pólo da instituição sito em Cortes, no concelho de Leiria, constitui exemplo significativo. Nela estão instaladas a exposição permanente histórico-biográfica Século XX Português – Os Caminhos da Democracia – João Soares. Mário Soares, a Biblioteca João Soares, com uma área de serviços educativos dirigidos em particular à juventude, e o espólio de peças e objectos oferecidos a Mário Soares no exercício de funções públicas, regularmente exibidas através de exposições temporárias.

mais eficiente em termos energéticos, onde as empresas terão necessariamente de adoptar medidas mais amigas do ambiente? Enquanto for bem dirigida, como está a ser, com grande competência e bom senso, acho que só progredirá. Quanto ao respeito pela defesa do ambiente e à necessidade de apostar, a prazo, nas energias alternativas, não tenho dúvida que sim. Como acha que irá evoluir nos próximos anos a geoestratégia da energia e do ambiente a nível mundial? O facto de a América do Norte subscrever os Acordos de Quioto e os Objectivos do Milénio abre ao mundo inteiro os caminhos da esperança. Vamos ter um mundo melhor. DEZEMBRO 2008

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capa lisbon energy forum 2008

POR UM DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

LEF debate novo paradigma energético Na reunião de 2008, foram abordados o futuro do sector no contexto do novo paradigma de baixas emissões de CO2, as fontes energéticas alternativas e a importância de organizações deste tipo como fonte de comunicação intersectorial e para o público em geral

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A SEGUNDA EDIÇÃO do Lisbon Energy Forum 2008, iniciativa internacional que visa a reflexão sobre os temas da energia, decorreu em Outubro no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. Nela foi abordada, entre outros temas, a estratégia da indústria oil & gas no contexto da economia de baixo carbono e desenvolvimento das energias renováveis. Organizado pela Fundação Mário Soares e pela Galp Energia, o fórum deste ano contou com a presença de representantes das principais companhias petrolíferas do mundo e de quatro especialistas em temas energéticos – Claudia Kemfert, Edward Glab, Jeffrey E. Garten e Maria da Graça Carvalho. A primeira é responsável pelo Departamento de Energia, Transportes e Ambiente no German Institute of Economic Research (DIW Berlin), professora da Universidade Humboldt, em Berlim, conselheira do presidente da Comissão Europeia e consultora externa do Banco Mundial, das Nações Unidas e do Painel Intergovernamental para as Mudanças Climáticas. Na sua palestra dissertou sobre os desafios e oportunidades gerados pela política

PROGRAMA DO EVENTO O LEF 2008 teve três momentos principais, que decorreram durante o dia da sua realização 1 ASSEMBLEIA GERAL

De manhã, os especialistas levantaram o véu sobre a situação energética actual e previsões para o futuro

2 ALMOÇO Momento descontraído para quebrar barreiras e facilitar troca de impressões

3 À PORTA FECHADA

À tarde, longe de jornalistas e do público, a Galp Energia aproveitou para trocar ideias com parceiros e especialistas mundiais

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capa lisbon energy forum 2008

COMUNICAÇÃO

Ferreira De Oliveira esclareceu, junto da imprensa, as áreas em debate no LEF

Edward Glab HÁ LUGAR PARA COEXISTIREM GRANDES E PEQUENAS COMPANHIAS Eventos como este são muito importantes para Edward Glab, professor e responsável do Knight Ridder Center for Excellence in Management e do Centro de Negócios e Energia do College of Business Administration norte-americano. Para este especialista, com 25 anos de experiência no sector, “um dos grandes problemas históricos das companhias de oil & gas é não terem feito o suficiente para educarem o público sobre a realidade energética”. Salienta que há grande vazio entre a realidade do sector energético e a percepção que as pessoas têm dele. Por isso, “quanto mais eventos como este se realizarem, contribuindo para fornecer informação correcta e no tempo certo sobre os avanços energéticos, melhor vamos estar todos”. Salienta também que as pequenas companhias petrolíferas têm um papel a desempenhar no progresso e distribuição de energia no mundo. “Há projectos para os quais as grandes companhias não estão apetrechadas para levar a cabo”, diz Edward Glab. Mas acrescenta que não são capazes de desempenhar tão bem o seu papel quando se trata de projectos pequenos e cirúrgicos. Há, por isto, lugar para a coexistência de grandes e pequenas companhias energéticas.

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PERSONALIDADES

O ex-Presidente da República, Mário Soares, e o ministro da Economia, Manuel Pinho, estiveram presentes nos trabalhos da manhã

“Eventos como este são muito importantes para fornecer a informação correcta e no tempo certo sobre os avanços energéticos”, diz Edward Glab energética alemã para a competitividade e sustentabilidade. Maria da Graça Carvalho é professora catedrática do Instituto Superior Técnico (IST). Foi ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior nos XV e XVI Governos Constitucionais e é actualmente consultora principal no Bureau of European Policy Advisers (BEPA) da Comissão Europeia. Abordou as políticas europeias em termos energéticos, incluindo as metas a atingir em termos de emissões de CO2 e as formas de o conseguir. Também falou da necessidade de diversificar formas de fornecimento à

Europa comunitária, principalmente, de gás natural ao Norte e Leste da Europa, para colmatar os problemas resultantes de haver uma só origem: a Rússia. Foi também este um dos temas da segunda edição do Lisbon Energy Forum, que propôs uma reflexão sobre os novos desafios que se colocam ao sector energético, como a garantia de um fornecimento de energia seguro e acessível, para além da redução, com vista à extinção, dos impactos ambientais causados pelo consumo de energia. Conscientes da importância que fontes de energia seguras, fiáveis e acessíveis têm


Claudia Kemfert

VOZ DO GOVERNO O ministro da Economia, Manuel Pinho, abriu o fórum salientando a importância do evento

FÓRUM É IMPORTANTE PARA MELHORAR A COMUNICAÇÃO DO SECTOR ENERGÉTICO Para Claudia Kemfert, responsável pelo Departamento de Energia, Transportes e Ambiente no German Institute of Economic Research e uma das oradoras, o Lisbon Energy Forum “é uma reunião muito importante, especialmente pelos assuntos focados e por estarem presentes tantos peritos. Aqui consegue-se um grande manancial de informação”. Ela pensa que o papel da Galp Energia é importante para melhorar a comunicação no sector energético. Diz estar “muito impressionada com o que a companhia está a fazer para estabelecer contactos e trocar pontos de vista”, salientando que a energia é vital, tal como as mudanças climáticas, e refere que “o evento é um trabalho muito bom”.

para um desenvolvimento económico sustentável, os participantes no fórum debateram a transformação dos actuais sistemas energéticos para uma melhor utilização das tecnologias ao nosso dispor e o investimento necessário na inovação e no desenvolvimento de novas formas de energia. Para abordar estas questões, a Fundação Mário Soares e a Galp Energia asseguraram

RESUMO FINAL Ferreira De Oliveira fez o sumário das ideias expostas pelos quatro especialistas convidados este ano. Ao lado: Mário Soares com Américo Amorim e Camilo Lourenço

também a presença de Jeffrey E. Garten, professor na Universidade de Yale com larga experiência adquirida na banca e cargos políticos que trabalhou nos gabinetes presidenciais de Richard Nixon, Gerald Ford, Jimmy Carter e Bill Clinton. Este docente abordou as estratégias energéticas no actual frágil ambiente global da economia. Denotando algum pessimismo e salientando a

fragilidade da economia, este responsável prevê que o actual clima de incerteza se manterá até ao final de 2010. Abordando também os mercados emergentes, Jeffrey E. Garten referiu o futuro, em particular das empresas e mercado energético, explicando o que as companhias terão de fazer, onde terão de mudar, para continuarem a estar presentes no novo paradigma gerado por esta crise. Apesar do que se está a passar actualmente, a Galp Energia não pretende alterar os seus planos de investimentos para o Brasil. Os “nossos projectos em águas DEZEMBRO 2008

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capa lisbon energy forum 2008 ESPECIALISTA

O antigo subsecretário de Estado do Comércio norte-americano, Jeffrey E. Garten, disse que a Galp tem o tamanho certo para usufruir de boas oportunidades de negócio em lugares como o Brasil

ASSEMBLEIA

No Centro Cultural de Belém estiveram presentes centenas de especialistas de todo o mundo

Jeffrey E. Garten GALP ENERGIA PARECE SER A COMPANHIA IDEAL Apesar de não se considerar um perito, o professor Jeffrey E. Garten, da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, diz que a Galp Energia lhe “parece ser a companhia ideal. É suficientemente grande para ser uma empresa internacional e ter a vantagem de usufruir de muitas e boas oportunidades em lugares como o Brasil, por exemplo. Mas não é tão grande que deixe de ser muito flexível e adaptável e também inovadora. Este antigo subsecretário de Estado do Comércio Internacional de Bill Clinton considera a Galp Energia uma companhia de média dimensão que é extremamente eficiente no ambiente global da energia e “também está muito bem equipada para lidar com a grande incerteza que se avizinha.” Isto porque as grandes companhias são mais lentas, porque o seu processo de decisão é muito cooperativo. Perdem-se com determinadas políticas e não conseguem mudar quando o mundo muda. “Penso que estamos a caminhar para grandes mudanças, e a Galp Energia está muito bem posicionada para ter sucesso, independentemente da turbulência que o mundo vá sofrer.”

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“A Galp não é tão grande que deixe de ser flexível, adaptável e também inovadora”, diz Jeffrey E. Garten profundas, que incluem regiões petrolíferas no Brasil, Angola e México, são viáveis e vamos manter os mesmos investimentos que foram programados antes da crise”, disse Manuel Ferreira De Oliveira, presidente da companhia. Para este responsável, uma empresa de petróleo e gás não pode tomar decisões baseadas em acontecimentos de curto prazo, seja com o barril a 60 dólares ou na casa dos 200 dólares. “Neste negócio, é preciso ter uma visão de longo prazo, pois sabe-se que desde a exploração até ao desenvolvimento pleno da produção demo-

ra-se cerca de 30 anos”, disse Ferreira De Oliveira, garantindo não estar sozinho na sua decisão e que nenhuma outra companhia petrolífera reduziu investimentos por causa da queda do preço do petróleo. A estratégia das companhias de oil & gas no contexto de uma economia de baixas emissões de CO2 foi também tema de outro dos oradores presentes no fórum, Edward Glab, actualmente professor e responsável do Knight Ridder Center for Excellence in Management e do Centro de Negócios e Energia do College of Business


NOITE DE ESTRELAS Actuação de Katia Guerreiro no jantar de recepção aos convidados do LEF, e a outras individualidades, no dia anterior ao da sua realização

Administration. Como trabalhou na Exxon Mobil Corporation durante 25 anos, ganhou experiência em vários palcos mundiais, em particular na América do Sul. Este especialista salientou que a estratégia para o futuro de baixas emissões de carbono passa pela concentração das companhias no seu negócio principal, pela identificação e desenvolvimento de combustíveis alternativos limpos, pelo aumento da eficiência e redução do consumo. Os oradores reflectiram, assim, durante a sessão da manhã e num debate aberto,

sobre as questões ligadas ao oil & gas e suas implicações directas no ambiente e equilíbrio geoestratégico a nível mundial. Também sobre os novos e mais exigentes desafios, quer na óptica da produção de energia e seu consumo, quer na da energética e da protecção ambiental. Na parte da tarde, os representantes das empresas participaram num debate à porta fechada. A relevância do Lisbon Energy Forum 2008 da Galp Energia ficou demonstrada pelo elevado número de convites endereçados às grandes empresas do sector, oriundas dos diferentes continentes, bem como pela presença de reconhecidas personalidades e gestores com expressão nacional e internacional, dando continuidade à discussão desenvolvida na edição do ano passado por 350 personalidades do sector

em torno da segurança de abastecimentos e dos mercados. Na edição de 2007 foi reconhecida a necessidade de desenvolvimento de um mercado sustentável de energia, com um reposicionamento da produção e do consumo perante as fontes de energia tradicionais. Foi consensual a necessidade de preparar, com novos investimentos em infra-estruturas, um cenário de duplicação do actual nível de procura de energia, já previsto para 2030. Disponível site oficial do evento: www.lisbonenergy.com intranet ‘mygalp’: http://mygalp/ConhecaGalpEnergia/ unidadesareasnegocio/servicoscorporativos/ comunicacao/Pages/LisbonEnergyForum2008.aspx

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MODERNIZAÇÃO DA REFINARIA DE MATOSINHOS

Uma refinação mais positiva O dia 15 de Novembro de 2008 é um marco na história da Refinaria de Matosinhos, representando o início das actividades para a sua reconfiguração e modernização ATÉ 2013 a Galp Energia irá investir na Refinaria de Matosinhos cerca de 830 milhões de euros. O processo foi iniciado em 2004, mas o dia 15 de Novembro de 2008 ficará na história da empresa, pois representa o início das actividades para a reconfiguração e modernização deste complexo industrial. A dimensão do investimento, a sua importância para a modernização e competitividade da Galp Energia, bem como o seu peso para a economia nacional, foram assinalados numa cerimónia que reuniu centenas de pessoas na Refinaria de Matosinhos. E precisamente no local onde vão ser edificadas duas das mais importantes novas unidades: a de Destilação de Vácuo (VGO) e a de Viscorredução (Visbreaker – uma unidade que parte moléculas e reduz viscosidade), que deverão estar em pleno funcionamento dentro de três anos. Estiveram presentes o primeiro-ministro, José Sócrates, Manuel Pinho, ministro da Economia e Inovação, Manuel Ferreira De Oliveira, presidente-executivo da Galp 26

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Energia, Murteira Nabo, presidente do conselho de administração da Galp Energia, Basílio Horta, presidente do AICEP, e Guilherme Pinto, presidente da Câmara Municipal de Matosinhos. Assinale-se ainda a presença dos presidentes das juntas de freguesia do concelho e de representantes de outras entidades oficiais, entre outros. A solenidade contou também, para além de inúmeros convidados e de muitos dos quadros dirigentes da companhia petrolífera portuguesa, com a presença de uma das “peças basilares da engrenagem”: os seus funcionários.

ORGULHO E EFICIÊNCIA O ano de 2008 destaca-se pela afirmação da Refinaria de Matosinhos como pólo industrial de vital importância para o País. Afasta-se assim, definitivamente, como referiu Ferreira De Oliveira no início da sua intervenção, o espectro de encerramento que pairou sobre este complexo fabril desde a sua inauguração oficial em 1970.

A data de 15 de Novembro de 2008 é “um dia grande para a Galp Energia e para a Petrogal”, não só pelo investimento mas também por ser a “primeira vez, em 40 anos de história, que um primeiro-ministro de Portugal visita as instalações”. O presidente-executivo da Galp Energia ressalvou ainda outro aspecto, fulcral em todo o processo de licenciamento e aprovação deste grande projecto “que vamos desenvolver. Ocorreu algo que, se me dissessem que era possível há cerca de um ano, não acreditaria. A nossa empresa entregou na Direcção-Geral de Energia, em Junho deste ano, pela primeira vez e formalmente, todos os processos para o licenciamento das obras que agora se iniciam. Em menos de sete meses, a nossa empresa, com o apoio extraordinário da Administração Pública, consegue dizer ao País que é possível arrancar um grande projecto com todas as licenças necessárias para que ocorra”. Agradecendo a todas as pessoas e entidades governativas, oficiais e camarárias


UM PARCEIRO PARA O FUTURO

A IMPARÁVEL MODERNIZAÇÃO A reconfiguração e modernização da Refinaria de Matosinhos durará três anos e vai implicar um programa de investimentos superior a 600 milhões de euros. Na construção da nova unidade de destilação de vácuo – para a obtenção de gasóleo de vácuo (VGO) – e de uma unidade de viscorredução (Visbreaker) – destinada ao craqueamento térmico suave do resíduo de vácuo resultante – serão investidos 315 milhões de euros. Para além de servir para alimentar a unidade instalada em Sines, estas novas estruturas produtivas contribuirão para aumentar a produção de gasóleos e naftas. A construção da nova unidade de cogeração, com uma potência de 82 MW, implicará um investimento de 110 milhões de euros. Com a sua entrada em funcionamento, aprazada igualmente para 2011, evitar-se-ão emissões, a nível nacional, na ordem das 460 000 toneladas

de CO2/ano. No montante de 600 milhões, está ainda contemplada a construção de novas unidades de tratamento de águas ácidas e remoção de enxofre, projectos que visam um maior respeito pelo ambiente, a modernização do terminal petrolífero de Leixões, a monobóia para descarga de crude, já em funcionamento, a implementação de um programa de melhoria da eficiência energética e a renovação do parque de tanques e dos pipelines da refinaria. A empresa vai recrutar e formar 50 trabalhadores destinados à operação das novas unidades processuais, assim como ao reforço do quadro orgânico dos serviços de apoio. Estes juntar-se-ão aos actuais 490 colaboradores da Refinaria de Matosinhos. É também estimado que serão necessários cerca de 50 novos elementos com formação específica na área da manutenção industrial.

envolvidas no processo, Ferreira De Oliveira achou por bem citar os nomes dos “obreiros” deste importante passo na modernização e reconversão de Matosinhos: “É a primeira vez que um projecto desta magnitude consegue licenciar-se neste curto espaço de tempo, e num projecto com grandes preocupações ambientais e de segurança. É um bom exemplo da nossa Administração Pública.”

dois anos de prazer e trabalho, frisou que “vamos fazer bem aquilo a que nos comprometemos: um projecto de reconfiguração e modernização com duas dimensões”. A primeira integra-se na “reconfiguração da refinação nacional, estendendo-se a obras que se iniciarão brevemente em Sines, complementares às de Matosinhos. O total desse investimento é de cerca de 1300 milhões de euros, dos quais 1000 milhões em Sines e cerca de 300 milhões aqui.” Saliente-se que o projecto de reconfiguração da refinação nacional permitirá satisfazer os défices de produção de naftas,

INVESTIR NA EFICIÊNCIA Salientando que todos os funcionários da Galp Energia e da Petrogal têm pela frente

Uma melhor integração do complexo industrial de Matosinhos na comunidade onde se insere e a prossecução da sua política de responsabilidade social são pontos de honra da Galp Energia. Assim, o protocolo assinado com a Câmara Municipal de Matosinhos prevê investimentos na ordem dos sete milhões de euros, destinados, por exemplo, à melhor integração ambiental e urbanística das instalações, à ligação rodoviária IC1/A28 ou à requalificação da marginal da Boa-Nova, entre o farol da Boa-Nova e a Praia do Cabo do Mundo. A edilidade já recebeu, entretanto, da Galp Energia 2,5 milhões de euros para a 1.ª fase das obras entre a praia de Leça e o farol da Boa-Nova. Na sua intervenção, Guilherme Pinto, presidente da edilidade matosinhense, ressalvou essa saudável relação. O autarca começou por dizer que “hoje é um dia fantástico para Matosinhos, porque hoje tenho o prazer de testemunhar convosco um dos passos mais significativos na renovação da economia do concelho e do Norte do País, que é este investimento na Refinaria de Matosinhos”. Acerca da nova era que começa para este parque industrial, Guilherme Pinto mostrou-se satisfeito, pois, “ao fazer este investimento, a Petrogal declara, de uma forma inequívoca, que a partir de agora o seu pólo do Norte não mais passará a ter momentos de desatenção, que aconteceram no passado. Nem estará mais em crise de identidade, pois com esta aposta a Petrogal definiu por largos e bons anos o futuro deste seu pólo”. O presidente da Câmara sublinhou também que “a Galp Energia sabe honrar compromissos ”. Exemplos disso são “o investimento na bacia de retenção, terminando definitivamente com os problemas desta unidade para a orla costeira, ou a qualificação da envolvente à refinaria, financiada pela Petrogal”. Honrando os seus compromissos com a comunidade, a administração da empresa “disponibilizou terrenos para uma escola, conseguiu permutar connosco espaço para um hotel na frente do mar, em Matosinhos, vai financiar a recuperação de uma escola em Perafita e recuperar a Capela da Boa-Nova, em Leça da Palmeira”. Significa isto que “temos um parceiro que podemos olhar olhos nos olhos, apertar a mão e ficarmos conscientes de que os compromisso vão ser cumpridos”, disse Guilherme Pinto.

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INVESTIMENTO ESTRATÉGICO PARA PORTUGAL No final das intervenções decorreu a simbólica cerimónia da “primeira pá de cimento”. A honra coube ao primeiro-ministro, José Sócrates, que colocou junto dela um documento a assinalar o acontecimento. A mygalp magazine ouviu o chefe do Executivo sobre a importância deste projecto. José Sócrates salientou que considera “este investimento como estratégico para o País”. Não apenas pela sua dimensão, “mas também pelo que traz de modernização tecnológica, de ganhos ambientais, de eficiência energética e também pelo que traz para a economia portuguesa em termos de ganhos da balança comercial.” É por isso que este investimento faz da Galp Energia “não apenas uma empresa melhor, mas também torna a nossa economia melhor e mais segura”, disse o primeiro-ministro. O maior valor acrescentado e as mais-valias para a economia nacional, assim como a maior

segurança no abastecimento energético de Portugal, foram outros dos pontos salientados por José Sócrates na sua intervenção. Aproveitou também para sublinhar a necessidade de o País modernizar o sector. “O mesmo se vai fazer em Sines, num projecto semelhante, com um investimento de 1000 milhões de euros, onde estamos a construir duas novas instalações petroquímicas.” Esta modernização passa ainda pela unidade de Estarreja e investimentos de empresas estrangeiras do sector. Refira-se que “neste momento os investimentos no sector petroquímico são superiores a 2000 milhões de euros. Nunca houve uma concentração tão forte e intensa na modernização de um sector estrutural para o País. E daqui a dois anos” será um dos “mais modernos da Europa, em condições de competir e oferecer confiança e segurança à economia portuguesa”.

gasóleo e propano que se verificam hoje na estrutura refinadora portuguesa. Deixaremos de ter a necessidade de recorrer à importação desses produtos, o que poderá representar uma poupança de mais de 6% na actual factura energética de Portugal. Outros dois importantes factores a considerar são a maior cobertura da actividade de refinação, a par do incremento da segurança do abastecimento energético nacional. A modernização do complexo nortenho “implica um investimento numa refinaria que está longe de ser tradicional”. Enquanto a de Sines é só uma refinaria de combustíveis, a de Matosinhos é uma fábrica que inclui uma refinaria de combustíveis “que tem outras valências únicas no nosso País”. Ferreira De Oliveira acentuou que a unidade de combustíveis é de relativamente pequena dimensão. No entanto, “vai ser expandida. O investimento grande de conversão, de 315 milhões de euros, corresponde à extensão e aprofundamento do processo de refinação da unidade de combustíveis”. Outro dos investimentos de monta em Matosinhos é a construção da nova unidade de co-geração, com uma potência de 82 MW, que representa um investimento de 110 milhões de euros. Com ela serão satisfeitas as actuais e futuras necessidades resultantes da optimização do sistema refinador em termos de vapor de água e energia eléctrica e evitar-se-ão emissões, a nível nacional, na ordem das 460 mil toneladas de CO2/ano.

Recorde-se, entretanto, a importância da fábrica de produtos aromáticos de Matosinhos. Desde 1980 produz derivados químicos para exportação e para o complexo petroquímico de Estarreja como a parafina. “Quando todos passamos por Fátima, as velas que vemos naquele espaço religioso têm grande probabilidade de serem desta fábrica”, disse Ferreira De Oliveira.

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PORQUÊ A CONVERSÃO? A conversão do Parque Industrial de Matosinhos é uma das dimensões do projecto Sines/Matosinhos. O projecto global, além de assegurar a manutenção dos actuais postos de trabalho, vai implicar a criação de mais 150. Neste primeiro ano de projecto já foram “investidas cerca de 261 mil horas de engenharia que, de forma contínua, significariam o trabalho de 146 engenheiros durante um ano”, esclareceu Ferreira De Oliveira. Durante a construção irão ser empregues “dois milhões de horas de trabalho, o que significa que em dois anos temos

Durante a construção serão empregues dois milhões de horas de trabalho e cerca de 560 pessoas

uma média de 560 pessoas a trabalharem na construção só do projecto de conversão. O início da operação estima-se para o 2.º semestre de 2010”. Deste projecto vai resultar uma refinaria nova para “produzir mais gasóleo e menos fuel, portanto com maior valor acrescentado. Vai também aumentar o processamento de crude, o que a torna mais competitiva, porque as cargas serão maiores”, frisou o presidente-executivo da Galp Energia. Tal vai permitir fornecer a Sines mais um milhão de toneladas/ano de gasóleo de vácuo, que irá alimentar um grande Hidrocracker que será edificado no complexo industrial alentejano. “A razão pela qual o VGO vai para Sines é conseguir uma economia de escala que não teríamos só com a produção de Sines. A refinaria de Matosinhos terá papel complementar em relação à outra.”

APOSTAR NO FUTURO Com a maximização da produção de gasóleo em 2,5 milhões de toneladas já a partir de 2011, a empresa vai poder responder às tendências de consumo do mercado ibérico, com procura crescente. Por outro lado, vai tirar partido do diferencial de preços entre o gasóleo e o fuelóleo nos mercados internacionais. Note-se também que as duas novas unidades de VGO e Visbreaker e os outros investimentos da Galp Energia contribui-


A OBRA EM NÚMEROS

UM COMPLEXO DE DIMENSÃO EUROPEIA A Refinaria de Matosinhos nasceu em 1969. Contudo, só começaria a funcionar em pleno em 1970, ano em que foi oficialmente inaugurada. Hoje ocupa uma área de 400 hectares, incluindo o Parque da Perafita. “Temos vindo a investir no embelezamento da sua periferia, colaborando com a Câmara Municipal de Matosinhos na recuperação e arranjo das vias de circulação, para que tenha um enquadramento urbanístico digno da sua complexidade tecnológica e do valor acrescentado que representa na economia portuguesa”, esclareceu Ferreira De Oliveira. Actualmente, esta unidade industrial é a mais completa da Galp Energia em termos de produtos, com uma capacidade de processamento de petróleo bruto de 4,4 milhões de toneladas/ano. A Refinaria de Matosinhos está interligada ao terminal para petroleiros do porto marítimo de Leixões por diversos oleodutos e ao terminal oceânico de Leixões por um oleoduto de cerca de 3,5 km. Ferreira De Oliveira diz que a empresa investiu recentemente cerca 70 milhões de euros para modernizar o terminal e reconstruir todos os pipelines de ligação. Dotado com uma rede de pipelines com cerca de 1250 km, o complexo petrolífero de Matosinhos disponibiliza uma capacidade de armazenagem da ordem de 1,88 milhões de m3, cerca de 680 mil m3 dos quais para ramas de petróleo e 1,2 milhões de m3 para produtos intermédios e finais. A lista de produtos que sai da refinaria é extensa, mas todos cumprem elevados padrões de qualidade, respeitando todas as exigências do mercado.

Nos próximos anos vão ser feitos investimentos superiores a 1600 milhões de euros na área da refinação, o maior montante da história da empresa rão para minorar ou erradicar impactos ambientais. Com a optimização funcional das duas refinarias, o mercado nacional passará a ser fornecido com combustíveis de alta concentração de hidrocarbonetos saturados. Tal reduzirá as emissões atmosféricas do sector dos transportes, permitindo também a melhoria da qualidade do ar. Ferreira De Oliveira aproveitou para realçar que o espaço que ficará disponível – após concluídas as obras dos projectos que agora arrancaram – será para “o investimento último desta refinaria, que eventualmente irá ocorrer entre 2013/2018, construindo-se aqui um Hidrocracker que completará a tecnologia deste processo de refinação”. A finalizar, e dirigindo-se ao primeiro-ministro, Ferreira De Oliveira referiu que “simbolizamos a energia positiva do nosso País. Quando assinamos Galp Energia, por baixo colocamos sempre ‘a sua energia positiva’. Queremos investir num país cada vez mais positivo”. Aos funcionários da Galp Energia e Petrogal o presidente

Para concretizar a construção das unidades de VGO e Visbreaker, que decorrerá nos próximos dois anos, foram já gastas 261 mil horas de engenharia. No biénio próximo serão empregues dois milhões de horas de trabalho e uma média de 560 pessoas. No pico de construção este número poderá atingir as 1000 pessoas. Quanto às estruturas e materiais que o projecto compreende, vão ser 95 km de pipelines; 300 km de cabos eléctricos; 400 pilares de suporte da estrutura; 2000 toneladas de aço; 25 mil m3 de betão e 75 mil m3 de terras movimentadas. A coluna de vácuo da Unidade de Vácuo terá uma altura de 49,4 metros e um diâmetro de 5,7 metros, pesando 170 toneladas. Esta unidade terá uma capacidade diária de 6000 toneladas/ dia de resíduo atmosférico, processando 460 toneladas de gasóleo de vácuo ligeiro (Unidade de Dessulfuração) por dia, 3140 toneladas de gasóleo de vácuo pesado (Unidade de Hidrocracker de Sines) e 2400 toneladas de resíduo de vácuo (Unidade de Visbreaker). A capacidade do Visbreaker cifrar-se-á em 2400 toneladas/dia de resíduo de vácuo, divididas em 230 toneladas de gasóleo de visbreaker, 2000 toneladas de resíduo de visbreaker e 170 toneladas de outros produtos. Esta unidade terá uma coluna fraccionadora com 34,6 metros de altura e com diâmetro de 2,6 metros, pesando 60 toneladas.

agradeceu o empenho de todos nos últimos anos e lançou um repto optimista. À mygalp magazine destacou que “este investimento marca uma nova etapa na actividade de refinação da nossa empresa. A nossa actividade começou nos anos 60, depois teve um grande investimento estratégico no princípio da década de 90, quando se construiu o ECT de Sines, e agora este investimento, que envolve as refinarias de Matosinhos e de Sines. Para os trabalhadores da Petrogal e da Galp Energia, em particular, é um momento de muita satisfação, já que assegura a competitividade do nosso aparelho de refinação a longo prazo”. Realçou também que a dinâmica da empresa não ficará por aqui, pois estão previstos “imensos investimentos nos próximos anos. Na área de refinação vamos investir acima de 1600 milhões de euros, o maior montante da nossa história. Agora o grande desafio não é falar de investimentos, é executá-los com qualidade, dedicação e profissionalismo”. DEZEMBRO 2008

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ESTRATÉGIA DA ENERGIA

Universo complexo A disponibilidade de energia depende de factores geográficos, estratégicos e económicos com implicações políticas que transcendem, e em muito, a sua produção e exploração. Cada vez mais a solução energética passa pelo recurso equilibrado a todas as fontes AS PRINCIPAIS fontes de energia são de origem fóssil (petróleo, carvão e gás natural), representando cerca de 70% do consumo mundial de energia primária. A sua importância estratégica é muito grande, principalmente do petróleo e do gás natural, por ser determinada por factores de natureza geográfica, política e económica. Por um lado, a sua produção está cada vez mais concentrada em zonas e países de elevado grau de incerteza política. Por outro lado, a fraca elasticidade da oferta e da procura em relação ao preço, quer devido à inércia comportamental quer devido à rigidez tecnológica, sobretudo do petróleo, potencia a utilização destes hidrocarbonetos como arma política. Mas as zonas de produção de gás são ainda em menor número e este recurso tem problemas adicionais, que só não são mais graves devido à sua menor importância actual como fonte de energia. Um deles é a sua rede de transporte. Esta, para além da criticidade associada à geopolítica dos pontos estratégicos de passagem das rotas marítimas, comum às rotas do petróleo, envolve meios logísticos tecnicamente mais complexos e com custos mais elevados, devido às dificuldades e especificidades de transporte, armazenagem e movimentação 30

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em condições especiais de pressão e temperatura. Isso implica que quando é feito por via marítima, em estado líquido, em navios metaneiros, tenha uma logística mais complicada e necessite, à chegada, de terminais de regasificação. Já em terra, o transporte é feito, em forma gasosa, através de gasodutos, que atravessam países e fronteiras com situação política por vezes delicada, o que levanta também problemas geostratégicos adicionais, tais como investimentos comuns nas interconexões fronteiriças, gestão de transacções e quadros regulatórios e fiscais díspares. Embora o carvão tenha um peso muito grande no consumo de energia primária, não tem os problemas geostratégicos do petróleo e do gás. Está relativamente bem distribuído pelo mundo e os seus grandes consumidores são, em simultâneo, grandes produtores. Não é o que acontece com o petróleo e o gás, onde os produtores são, de um modo geral, e em termos relativos, pequenos consumidores, exceptuando a Rússia. Porque é que o aspecto geostratégico é importante no que respeita à utilização de fontes de energia? Porque a nossa civilização está fortemente dependente dos combustíveis fósseis, algo que dificilmente será alte-

VISÃO GLOBAL Manuel Ramalhete, director de Planeamento Estratégico da Galp Energia, comenta todas as envolventes da estratégia da energia

rado num horizonte de médio prazo. Por um lado, porque o petróleo é muito utilizado nos transportes. Por outro, a nossa civilização está muito dependente do automóvel, que representa um valor muito importante até em termos culturais.

NÃO HÁ ESCASSEZ DE RECURSOS Apesar da civilização humana ser actualmente muito “energívora” (dependente de energia, em geral, e de combustíveis, em particular), não há escassez de recursos fósseis. Se recordarmos o Clube de Roma, grupo fundado em 1968, pelo académico e industrial italiano Aurélio Peccei e pelo cientista escocês Alexander King, para discutir economia internacional, política, e sobretudo ambiente e desenvolvimento sustentável, referia num estudo que o petróleo iria acabar antes do fim do século. Estas conclusões estavam baseadas nas reservas petrolíferas provadas na altura e no consumo mundial de então. Apesar de o consumo anual de petróleo ter aumentado cerca de 50% desde


1973 (quando ocorreu o primeiro choque petrolífero) até hoje, as reservas provadas são agora de cerca de 42 anos, portanto bem superiores às oficialmente registadas nessa altura. Note-se que, para além das reservas provadas, chamadas P1, existem ainda as reservas prováveis (P2) e as reservas possíveis (P3), e apenas as primeiras entram nos cálculos anteriores. As reservas provadas são estimadas em cerca de 1,3 triliões de barris. No entanto, se considerarmos a totalidade de recursos, incluindo os petróleos extrapesados da bacia do Orinoco, as areias betuminosas do Canadá, os petróleos das águas ultraprofundas, os petróleos do Árctico, os outros petróleos não convencionais, etc., cujas estimativas apontam para valores acima de 6,5 triliões, verificamos que existem recursos suficientes para assegurar a transição para as formas dominantes de energia do futuro a longo prazo. É evidente que o custo marginal vai crescendo à medida que se vai aumentando a profundidade de produção e se vão explorando regiões mais inóspitas e crudes mais pesados. Mas a tecnologia também vai evoluir, tal como tem acontecido até agora. Nos anos 70, por exemplo, falava-se que a exploração de petróleo no Mar do Norte só era rentável acima dos 17 dólares por barril. Mas ele foi produzido naquela zona com preços a 8 dólares por barril, em 1998, porque a evolução tecnológica o permitiu.

IMPACTO NO AMBIENTE Na nossa opinião, o impacto no ambiente vai ser o motivo principal da substituição, a prazo, do petróleo por energias alternativas, pois é a principal externalidade negativa associada na utilização e exploração das fontes de energia fóssil. É este o grande desafio do

ESTRATÉGIA GLOBAL DE ENERGIA A definição de metas e objectivos de alcance mundial é a única forma de que todos os interesses nacionais se conjuguem num interesse global.

Tratado de Lisboa “Competitividade”

TÓPICOS DA AGENDA ENERGÉTICA MUNDIAL Protocolo de Quioto “Desenvolvimento Sustentável”

• Alterações climatéricas (ETS) • Protecção ambiental • Comércio de emissões

futuro, e não a escassez de recursos nem a possibilidade de ocorrência do peak oil (ponto em que se entra em ritmo decrescente de produção, a caminho do fim das reservas de petróleo). Não é que este problema não vá existir, pois o petróleo é, naturalmente, um recurso finito. Mas, como disse o Sheik árabe Ahmed Zaki Yamani, antigo ministro da OPEP, “o petróleo não vai acabar por falta de petróleo, tal como a Idade da Pedra não acabou por falta de pedras”. Descontando o carácter metafórico desta boutade, naturalmente que o petróleo vai gradualmente ser substituído por outras fontes de energia até deixar de ser dominante, o que, na nossa opinião, só

• Competitividade dos mercados • Gestão de interconexões • Rede de gás e electricidade • I&D:  Carvão limpo  Sequestro de carbono  Eficiência energética  Renováveis  Nuclear

“Segurança do Abastecimento” • Diálogo Internacional • Gestão de stocks • Capacidade de refinação e armazenagem • Diversificação de fontes

acontecerá no longo prazo, muito provavelmente aquando do primado energético do hidrogénio e/ou da fusão nuclear. Aliás, actualmente produz-se e utiliza-se hidrogénio em múltiplas actividades industriais, nomeadamente na produção de combustíveis, mas a sua produção e utilização como forma de energia é bastante cara. Será, com certeza, o combustível dominante do futuro, sobretudo quando puder ser produzido de forma barata, através de outras formas de energia, por exemplo, fusão nuclear, quando tal for uma solução

O CARRO ELÉCTRICO, UMA ALTERNATIVA DE LONGO PRAZO A utilização de carros eléctricos não é a solução do problema dos transportes, principalmente se pensarmos na redução de emissões de CO2. Como a maior parte da electricidade que consomem é produzida à custa da energia dos combustíveis fósseis, haverá maior gasto deste tipo de matérias-primas com o aumento do uso deste tipo de veículos.

Por outro lado, como têm um pequeno raio de acção em relação aos automóveis actuais, somente poderão ter um papel importante nos transportes urbanos. Mas não se prevê que constituam a solução para as grandes distâncias, em que a flexibilidade logística também é muito importante. Afinal, parar um carro de 100 em 100

quilómetros tornará os percursos muito mais moderados e desconfortáveis. Tendo em conta tudo isto, em 2030 deverá continuar a haver muitos automóveis movidos a diesel e gasolina. Já no longo prazo, quando o hidrogénio e a fusão nuclear forem alternativas, os carros eléctricos poderão constituir alternativas.

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técnica e económica. Mas isso irá demorar algum tempo. E, nessa altura, ainda vai existir muito petróleo na Terra.

O PROBLEMA DOS PREÇOS DO PETRÓLEO Nos últimos anos (a partir da baixa de 1998) assistiu-se a uma tendência crescente nos preços do petróleo. A subida acentuou-se a partir do início do corrente ano, mantendo-se num movimento ascendente até ao fim do semestre, tendo registado um valor recorde próximo dos 150 dólares por barril. Este movimento, e sobretudo a intensidade do mesmo, acompanhado pela evolução, no mesmo sentido, dos preços de outras matérias-primas, foi motivo de grande controvérsia, nomeadamente sobre os factores que teriam sido determinantes. Na nossa opinião, esta tendência, que já vinha sendo observada há uns anos, é claramente determinada pelos fundamentals e pela geopolítica específica do petróleo, como os estudos empíricos não deixarão de demonstrar. No entanto, a recente subida acentuada de que falamos teve por detrás a forte especulação nos mercados de futuros e derivados. Como havia uma perspectiva dinâmica relativamente ao crescimento acentuado da procura, e sendo a oferta relativamente rígida, criou-se a expectativa de poder faltar o produto a prazo. Este é, aliás, o terreno fértil para os “especuladores” (operadores financeiros) actuarem, pois sabe-se que, em geral, a “especulação” ocorre em contextos de fundamentals fortes, como foi o caso. De resto, a desvalorização do dólar, explicada principalmente por esta subida, pelo seu efeito recessivo e pela pressão exercida sobre a balança comercial, por um lado, e a experiência passada sobre o papel dos stocks nos movimentos especulativos, por outro, parece dar razão a esta “teoria”, que, pensamos, está a ser validada pela posterior descida (ainda mais) acentuada dos preços. Note-se também, em complemento, que durante o período em que os preços subiram vertiginosamente nunca houve falta de petróleo; como também não há relatos de cortes para além do habitual. Entretanto, a procura de petróleo pouco tinha diminuído no mundo, porque países como a China e a Índia continuaram a aumentar o consumo, 32

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NOVO PARADIGMA? Serão as recentes tendências suficientemente fortes para alterar o actual paradigma energético?

Crescimento económico em baixa

Custo das matérias-primas em queda

Aumento do custo de capital e diminuição da disponibilidade do mesmo

Competitividade . Reorientação para o custo Segurança energética . Garantir abastecimento apesar da quebra dos investimentos Sustentabilidade ambiental . Como conciliar as metas com as restrições actuais

apesar de a procura nos Estados Unidos ter decrescido bastante. Simultaneamente, perante a perspectiva de recessão económica, os especuladores, que são operadores financeiros (incluindo fundos de pensões e outras entidades do sistema financeiro) que compram e vendem nos mercados para aplicar poupanças e capitais de investidores, começaram a vender posições e a “sair de cena”, conduzindo a uma baixa continuada, e mais acentuada, dos preços.

O PAPEL DAS ENERGIAS RENOVÁVEIS Cada vez se fala mais do uso de energias renováveis como alternativa aos combustíveis fósseis, devendo haver um esforço sério no sentido do seu uso, de modo a torná-las também mais competitivas. Seguramente que fazem, cada vez mais, parte da solução, mas é ilusório pensar que elas, por si só, constituem a solução do problema energético mundial. Actualmente, cerca de um terço da população mundial ainda não tem acesso a energia comercial (utilizam apenas localmente a lenha, o estrume e outras formas não comerciais de energia). A generalização do acesso ao uso de energia para satisfazer as necessidades do crescimento e do bem-estar das populações necessita de todas as fontes de energia, mesmo nas condições de um modelo de desenvolvimento menos “energívoro” e/ou mais eficiente. A Agência Internacional de Energia,

E F I C I Ê N C I A

inclusive, prevê no seu cenário de referência que o peso de energias renováveis em 2030 seja mais ou menos o mesmo que o actual, mantendo-se a estrutura da “mix” energética praticamente inalterada. Claro que no caso dos combustíveis fósseis tem que prosseguir o esforço de os tornar cada vez mais limpos e encarar seriamente o desenvolvimento e aplicação das tecnologias do sequestro de carbono, por exemplo. Os biocombustíveis, nem sempre devidamente salientados como uma energia renovável, também farão parte da solução dos problemas energéticos. Poderão representar 10% a 15% do consumo de combustíveis de transporte no futuro. Inclusive, poderão constituir uma esperança para muitos países pobres de África, dada a disponibilidade de terra e mão-de-obra juntamente com condições edafoclimáticas adequadas. Mas, atenção, é necessário ter-se o cuidado de não deixar que a sua exploração implique a competição com o fornecimento da cadeia alimentar. Deste modo, a utilização de biocombustíveis pode ser também uma forma de resolver grande parte dos problemas de pobreza, principalmente no Terceiro Mundo. A produção de algumas oleaginosas e de cana-de-açúcar em países próximos do Equador pode ser uma via para atenuar problemas de pobreza, desemprego, exclusão social e marginalidade, servindo para organizar também o espaço rural. A Galp Energia, no desenvolvimento do seu projecto de biocombustíveis, para além da sua participação no cumprimento destes


IDEIAS-CHAVE Frases-resumo da situação actual da geostratégia da energia 1

CONDICIONANTES

A importância estratégica das principais fontes de energia, como o petróleo e o gás natural, é muito grande, por ser condicionada por factores de natureza geográfica, política e económica.

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NÃO HÁ ESCASSEZ

Apesar da forte dependência da civilização dos recursos energéticos fósseis, não há, nem haverá, escassez dos mesmos.

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LONGO PRAZO

O problema ambiental vai ser o motivo principal da substituição do petróleo por energias alternativas. Mas esta matéria-prima vai continuar a existir.

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ESPECULAÇÃO

Foram factores especulativos que fizeram os preços do petróleo subir e descer durante este Verão “quente” de 2008.

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COMPLEXIDADE

As energias renováveis serão uma parte da solução dos problemas energéticos, e não a solução.

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CURTO PRAZO

Não há alteração estrutural do paradigma energético decorrente dos acontecimentos recentes nem nos próximos 20 a 30 anos, de acordo com todas as previsões oficiais disponíveis.

objectivos comunitários (10% de biocombustíveis no consumo até 2020) e nacionais (10% até 2010), tem a preocupação de utilizar na sua ‘dieta‘ de matérias-primas oleaginosas que não compitam com a cadeia alimentar e não tragam problemas ambientais e outras externalidades negativas com custo sociais e humanos maiores do que aqueles que é suposto resolverem. É o caso, por exemplo, da jatropha, uma oleaginosa de terrenos áridos que, para além de ser cultivada em terrenos pobres, não entra na cadeia alimentar, nem para alimentação animal.

É óbvio que se deve – tanto quanto possível – poupar energia, contribuindo-se para poupar a economia e o ambiente. Trata-se de um recurso disponível a todos, uniformemente distribuído pelo Planeta, pelo menos na componente comportamental, pois o estado da tecnologia depende do país e do respectivo modelo de desenvolvimento.

O PARADIGMA ENERGÉTICO Há uns tempos alguém disse: “Meus senhores, acabou-se o tempo da energia barata.” Mas o petróleo está agora mais barato do que há um ano, embora a tendência de médio e longo prazo, determinada pelos fundamentals, seja de subida. Ou seja, os acontecimentos recentes que perturbaram a economia mundial não contribuíram, pelo menos de forma clara e evidente, para que se alterasse a estrutura do paradigma energético. Mas haverá ajustamentos decorrentes da forte volatilidade dos preços do petróleo e da crise financeira e económica que se vive. Como se sabe, a política energética assenta no equilíbrio dinâmico de três pilares: competitividade, segurança de abastecimento e sustentabilidade ambiental. Na nossa opinião, no curto prazo, enquanto persistir a crise financeira e económica, as prioridades deverão ser alteradas no sentido de uma hierarquização diferente, dando primazia ao combate à recessão económica e à resolução dos efeitos sistémicos da crise financeira. Por isso os problemas da competitividade, do combate à recessão, do desemprego, tornaram-se actualmente mais importantes, e, em complemento à política monetária dos bancos centrais, as políticas fiscais e orçamentais dos governos para combater a recessão devem estar no topo das suas preocupações, em detrimento de outras. Por outro lado, também a segurança de abastecimento deve ser contextualizada na actual crise. Por exemplo, nós, europeus, se atendermos aos relatos da imprensa económica internacional sobre as dificuldades de financiamento da empresa russa Gazprom, a maior empresa de gás natural do mundo, devemos ficar preocupados. Com efeito, esta empresa fornece uma grande parte do gás natural à Europa e estas eventuais dificuldades terão neste momento, como é natural, uma importância diferente da que

teriam noutro contexto dito “normal”. Mais do que as preocupações associadas à sua instrumentalização ao serviço da política externa da Rússia em relação à Europa, estão as repercussões que os seus problemas financeiros, e o eventual corte de investimentos que daí resultar, para além dos custos acrescidos, poderão ter na continuidade do fornecimento de gás. Com a economia dos países e o sistema financeiro a tender para uma situação de estabilidade e crescimento, as prioridades da política energética deverão voltar a reposicionar-se novamente para um equilíbrio dinâmico entre os três pilares referidos, articulado com uma política de cooperação entre países produtores e países consumidores. Em síntese, a poupança de energia, o uso de energias renováveis, a utilização de combustíveis fósseis mais limpos e a energia nuclear, desde que devidamente acautelados os problemas de segurança, fazem parte da solução que todos temos de encontrar. A combinação dinamicamente optimizada destas variáveis vai determinar alguns ajustamentos do paradigma da energia e assegurar a evolução gradual para um modelo de desenvolvimento progressivamente com menos conteúdo de carbono, dando continuidade a uma tendência já iniciada. Numa perspectiva estrutural, considerando as principais tendências do lado da procura – aumento do consumo mundial, peso dos países emergentes, dependência dos países consumidores e padrão de consumo –, do lado da oferta (concentração da produção, peso do Médio Oriente, papel das NOC e custos marginais) e do mercado (volatilidade com tendência crescente dos preços, emissões, tecnologia e papel dos operadores financeiros) é nossa opinião que o paradigma energético vai ajustar-se progressivamente mas sem rupturas estruturais. Vamos continuar a enfrentar os desafios de uma trama geopolítica enorme e planetária, que não deixarão de marcar a agenda dos principais actores da cena política e económica mundial. Disponível no mygalp apresentação terças temáticas: http://mygalp/RH_Organizacao/formacao/Apresentaes/ TT%20Geoestrategia%20da%20Energia.pdf

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empresas sacor marítima O ÚNICO OPERADOR ESPECIALIZADO NO MERCADO NACIONAL

Via marítima assegurada Operador especializado em transporte marítimo de produtos refinados e gases liquefeitos derivados do petróleo, a Sacor Marítima pretende continuar a desenvolver a sua actividade através dos mais exigentes critérios de qualidade, segurança e competitividade

A SACOR MARÍTIMA é uma empresa de transportes marítimos do Grupo Galp Energia. Fornece serviços na área da logística e do transporte marítimo de produtos petrolíferos, comprometendo-se com os mais elevados padrões de segurança e protecção ambiental. É o único transportador marítimo português de produtos refinados e gases liquefeitos derivados do petróleo. Empregando tripulações altamente qualificadas, constituídas exclusivamente por portugueses, é a única detentora, em Portugal, das competências e know-how necessários a um desempenho de acordo com os mais exigentes padrões comunitários e internacionais. Embora seja hoje o único operador especializado no mercado nacional, este encontra-se aberto a novos concorrentes, estando a empresa preparada para os desafios que possam ser colocados. Fundada em 30 de Março de 1960, com um capital social de 5000 contos (cerca de 25 mil euros), a Sacor Marítima iniciou a sua actividade com o navio Cláudia e o batelão Ilha da Mó. Nessa altura encomendou dois navios-tanques, Sacor e Rocas, respectivamente aos Estaleiros da CUF Rocha e de Viana do Castelo. Destinavam-se ao transporte de combustíveis líquidos entre os portos de Portugal continental e a Guiné. Em 1966 a empresa é autorizada a transportar gases de petróleo liquefeitos. Para isso, entraram, em 1968, ao serviço dois navios butaneiros, construídos em conjunto pelos Estaleiros Navais de Viana do Castelo e da Lisnave, baptizados com os nomes de Cidla e Bandim. 34

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A MELHOR EMPRESA DO SECTOR EM 2007 A Sacor Marítima foi considerada, em 2007, tal como já tinha acontecido em 2006, a melhor empresa do sector de transporte e distribuição na listagem das 500 Maiores & Melhores da revista Exame. Na última década recebeu seis prémios de sector, dos quais os três últimos foram consecutivos. “Esta distinção consolida a forte imagem de qualidade que a Sacor Marítima tem vindo a construir ao longo de quase 50 anos como empresa especializada no transporte marítimo de produtos petrolíferos”, diz Luís Martins Carneiro, administrador-delegado. Acrescenta que, mesmo quando se tem a noção do dever cumprido, “é altamente gratificante ver a qualidade da nossa actuação reconhecida num fórum desta relevância, onde se tem como parceiros as melhores empresas nacionais”.

LUÍS MARTINS CARNEIRO, SACOR MARÍTIMA Administrador-delegado da Sacor Marítima, empresa enquadrada na UN-ARL (Unidade de Negócio Aprovisionamento, Refinação & Logística)

Em consequência da decisão governamental de construir a Refinaria de Sines no final da década de 70, tornou-se vital assegurar o abastecimento marítimo à região de Lisboa. Isso foi feito com o recurso ao afretamento de navios alheios, enquanto a Sacor Marítima aguardava a entrega de dois navios-tanques de 18 mil toneladas

DW, encomendados em 1979 aos Estaleiros Navais de Viana de Castelo. Na altura, o capital social da empresa foi elevado para 500 mil contos (cerca de 2,5 milhões de euros), detidos a 99,98% pela Petrogal. Em 1982 e 1983, a frota da empresa dá um salto qualitativo e quantitativo com a entrada ao serviço dos navios Galp Sines e Galp Leixões e início do transporte de produtos químicos com o Nova Lisboa. Como etapas mais significativas registaram-se, ainda na década de 80, e até 1992, o aumento do capital social para 3 milhões de contos (cerca de 15 milhões de euros),


EQUIPA COMPLETA Os colaboradores do quadro de terra da Sacor Marítima, liderados por Luís Martins Carneiro

MADEIRA O petroleiro Galp Leixões no terminal de combustíveis do Caniçal, na Madeira

com subscrição pública e cotação em bolsa, a renovação da frota de butaneiros com a aquisição dos navios Galp Lisboa e Galp Faro, bem como o aumento da capacidade de transporte de produtos brancos com os Galp Setúbal e Galp Aveiro. Em 1995 iniciou-se o transporte de petróleo bruto em navio próprio, o Galp Funchal, desenvolvendo-se esta actividade neste segmento durante um ano. Em 2002, a Petrogal, que então detinha 79,98% das acções da Sacor Marítima, lançou com sucesso uma OPA, passando a deter 100% do seu capital.

RENOVAÇÃO DA FROTA Na actualidade, o tráfego da Sacor Marítima concentra-se principalmente nos portos do continente e das Regiões Autónomas, estendendo-se também ao Norte e Sul da Europa e Norte de África. O processo de renovação da frota com recurso a navios afretados a tempo iniciou-se em 2003, com a retirada de serviço do Galp Sines. Foi antecipada pela aplicação de uma norma comunitária resultante do acidente com o navio Prestige e prevê-se que a sua conclusão decorra em 2009, com a substituição do butaneiro Galp Lisboa. Encontra-se em construção um navio tanque de 2500 toneladas DW, especialmente dedicado ao abastecimento de combustíveis a navios surtos no porto de Lisboa. A Sacor Marítima manterá, no futuro, a sua vocação prioritária de operadora dos navios necessários à cobertura das necessidades regulares da Galp Energia. Assegurando a flexibilidade que lhe permita

A FACE HUMANA DA TRANSPORTADORA O conjunto de colaboradores actualmente em serviço na Sacor Marítima é o seguinte:

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Quadro de terra (Sacor + Tripul)

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Quadro tráfego local (Sacor)

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Quadro marinha mercante (Gasmar)

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Quadro de terra da Sacor Marítima em regime de cedência em diversas áreas da Galp Energia

adaptar-se às alterações das características e dimensões do mercado, continuará a desenvolver a sua actividade orientada pelos mais exigentes critérios de qualidade, segurança e competitividade. No actual contexto macroeconómico há condicionantes que exigem a implementação de medidas que permitam a manutenção dos melhores padrões de segurança e protecção ambiental, como a eliminação da concorrência de navios e tripulações sub-standard, principalmente com registos e bandeiras de conveniência. A Sacor Marítima aposta no futuro, encarando com confiança e serenidade os desafios e incertezas da indústria dos transportes marítimos, certa de que irá continuar a merecer a confiança dos seus clientes, accionistas e trabalhadores. DEZEMBRO 2008

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negócios acordos na venezuela DESENVOLVIMENTOS EM VÁRIAS FRENTES

Aposta diversificada A Galp Energia e as suas equipas têm trabalhado para construir uma presença de negócio significativa na Venezuela A GALP ENERGIA e a PDVSA – Petróleos de Venezuela assinaram um conjunto de acordos que abrem, à empresa nacional, perspectivas importantes de desenvolvimento de negócios de exploração e produção de petróleo e gás na Venezuela, e de parceria para o desenvolvimento de energias renováveis. A PDVSA é a empresa pública de Oil & Gas da Venezuela. Tem cerca de 33 mil colaboradores e uma capacidade de produção diária de quase três milhões de barris. De acordo com a informação publicada pelo Ministério dos Petróleos, a Venezuela já é, actualmente, o segundo país do mundo com maior volume de reservas provadas de petróleo, 153 mil milhões de barris, logo a seguir à Arábia Saudita.

OPORTUNIDADE NA ÁREA DO GÁS A Galp Energia participará no primeiro projecto de exportação de gás da Venezuela, através de dois consórcios constituídos, já em funcionamento, que desenvolverão dois trens de liquefacção de gás. Em ambos, a participação da empresa é de 15%. Este projecto está localizado na cidade de Güiria e terá uma capacidade de produção anual de gás natural liquefeito (GNL) de 9,4MT (milhões de toneladas), das quais 1,5MT serão destinadas à Galp Energia. Representam cerca de 1/3 do mercado que a empresa portuguesa abastece. Os consórcios em que a Galp Energia está integrada incluem parceiros internacionais tão diversificados como a Chevron (EUA), a Qatar Petroleum (Qatar), a MitJOÃO NUNO MENDES E CARLOS ALVES Responsáveis pela Direcção de Inovação, Desenvolvimento e Sustentabilidade e pela Unid.de Negócio – Exploração & Produção, respectivamente

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A FORÇA DO VENTO NA VENEZUELA A Galp Energia está a apoiar a construção de parques eólicos que terão uma capacidade instalada total de 72MW

tamente nas áreas de Mariscal Sucre e da Plataforma Deltana. A importância estratégica que a Galp Energia atribui ao mercado de GNL reflecte-se na nova estruturação da Unidade de Negócio de Exploração & Produção, que agora passou a integrar um sector dedicado ao desenvolvimento de projectos de GNL.

NA ÁREA DO PETRÓLEO

OS CAMINHOS DO PETRÓLEO A faixa petrolífera de Orinoco é considerada a maior acumulação mundial de petróleo extrapesado

No sector da exploração e produção de petróleo, a Galp Energia participa, conjuntamente com a PDVSA, no processo de quantificação e certificação de reservas, com execução de poços de avaliação, do bloco Boyacá-6, que têm uma área de cerca de 1,2 mil km2. Integra-se na faixa petrolífera do Orinoco, que é considerada a maior acumulação mundial de petróleo extrapesado. Estende-se por uma área total superior a 55 mil km2 e possui reservas de 1300 mil milhões de barris segundo uma estimativa de oil in place. Iniciou-se, em simultâneo, o estudo conjunto da Galp Energia e da PDVSA para um projecto de desenvolvimento de produção de crude do bloco Boyacá-6, que deverá incluir uma unidade de melhoramento de óleo extrapesado. A Galp Energia foi também convidada a participar no concurso recentemente lançado para a área de Carabobo (faixa petrolífera do Orinoco), estando actualmente a estudar esta oportunidade. No âmbito da área de Trading da Galp Energia, foi intensificada a relação com a PDVSA. No cômputo de 2008, a Galp Energia concretizou um volume total de aquisições de dois milhões de barris de crude (duas cargas).

Infografias Anyforms

CONSTRUÇÃO DE PARQUES EÓLICOS

subishi (Japão), a Mitsui (Japão), a Hitochu (Japão) e a Enarsa (Argentina), para além, naturalmente, da PDVSA, que detém uma participação maioritária de 60%. O envolvimento neste projecto é uma oportunidade para a Galp Energia desenvolver capacidades próprias numa área

tecnológica de grande interesse, o processo de liquefacção de gás, que viabiliza o transporte do gás a longas distâncias por via marítima. As áreas de produção do gás que será liquefeito neste projecto conjunto localizam-se no off-shore da Venezuela, concre-

A Galp Energia está a utilizar o seu know-how no âmbito do sector das energias renováveis, para apoiar a PDVSA na construção de quatro parques eólicos na Venezuela, que terão uma capacidade instalada total de 72MW e se repartirão pelas regiões de La Guajira (24MW), Isla Margarita e Isla Coche (24MW) e Chacopata (24MW). Até ao momento decorreram as fases de planeamento do projecto, devendo as medições do recurso eólico ter lugar já no início de 2009, data em que deverá estar concluída a instalação dos aparelhos de medição nas áreas visadas. DEZEMBRO 2008

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negócios apresentação de resultados PRIMEIROS NOVE MESES DE 2008

Resultados líquidos da Galp Energia atingem 353 milhões de euros A melhoria do desempenho operacional do Gas & Power não foi suficiente para compensar a evolução desfavorável da Refinação & Distribuição e da Exploração & Produção, nos primeiros nove meses do ano A GALP ENERGIA alcançou, nos primeiros nove meses de 2008, um resultado líquido, em IFRS - International Financial Reporting Standard (normas internacionais de contabilidade) de 521 milhões euros. Já os resultados líquidos a custos de substituição ajustados atingiram 353 milhões de euros, menos 6,3% do que em 2007, ainda que em termos operacionais a redução tenha sido de 2,1%. Com efeito, a melhoria do desempenho operacional do segmento de negócio Gas & Power (G&P) não foi suficiente para compensar a evolução desfavorável dos resultados do segmento de negócio Refinação & Distribuição (R&D), com o de Exploração & Produção (E&P) a apresentar um desempenho em linha com o ano anterior. A produção working interest, na E&P, atingiu os 14,9 mil barris por dia nos primeiros nove meses de 2008, menos 14,6% do que no período homólogo. Este decréscimo deveu-se a dificuldades operacionais no campo Benguela-Belize-Lobito-Tomboco (BBLT), que continua a ser o de maior peso, com cerca de 79,4% do total e 11,9 mil barris por dia de produção. Relativamente à produção net entitlement, nos primeiros nove meses de 2008 38

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houve um decréscimo superior ao ocorrido em termos working, com menos 23,2%. A subida do preço do crude, nomeadamente do Brent, que aumentou 65,4%, originou a diminuição das taxas de produção disponíveis. O campo BBLT, com 2359 mil barris, representou 85,3% da produção total. O resultado operacional a custos de substituição ajustados foi de 123 milhões de euros, um aumento de 1,8% face aos primeiros nove meses de 2007. Este segmento de negócio representa 23,9% dos resultados operacionais a custos de substituição ajustados da Galp Energia. O aumento de 66% no preço médio de venda foi quase neutralizado pela redução na produção net entitlement de 23,2% e pelo aumento dos custos de produção e das amortizações. Nos primeiros nove meses de 2008, na

A produção working interest atingiu os 14,9 mil barris por dia nos primeiros nove meses e 2008, menos 14,6% do que no período homólogo anterior

R&D, foram processadas 10,1 milhões de toneladas de matérias-primas, 6% abaixo dos volumes do período homólogo, em resultado da paragem programada para manutenção na refinaria de Sines, que teve início a 10 de Setembro. A diminuição da actividade de refinação traduziu-se na redução da taxa de utilização das refinarias para 81,2%, quando no mesmo período do ano anterior tinha atingido os 86%. As vendas totais atingiram os 11,8 milhões de toneladas, uma redução de 3,3 % em comparação com os primeiros nove meses de 2007, tendo-se observado diminuições das vendas em todos os segmentos. Estas não foram tão pronunciadas como a dos volumes processados, pois a empresa recorreu a importações de produtos para compensar a quebra da actividade de refi-


nação. A cobertura desta pela de distribuição de produtos petrolíferos, medida com base na média da produção dos últimos três anos, foi de 69,5%, pouco abaixo do registado nos primeiros nove meses de 2007. Nos primeiros nove meses de 2008, as vendas a clientes directos diminuíram 2,4%, em linha com a queda do mercado ibérico dos combustíveis. Apesar da retracção das vendas globais em Portugal, há mercados específicos, como os de bancas aéreas e marítimas, onde se têm verificado crescimentos importantes. Permitem, de certa forma, atenuar as perdas nos outros mercados, pois registaram um crescimento de 9% face ao ano anterior. No final de Setembro de 2008, a Galp Energia tinha 1015 estações de serviço. No início de Outubro, após a compra, à Eni, da

rede da Agip na Península Ibérica, a Galp Energia passou a deter mais 367, valor que alargou a rede da companhia em Espanha a um total de 542 postos de abastecimento. Nos primeiros nove meses de 2008, foram abertas 23 novas lojas non-fuel, 20 das quais em Portugal. Esta evolução positiva é uma consequência da aposta da Galp Energia em expandir o negócio da conveniência, por ser uma forma de melhor rentabilizar os activos existentes na actividade de distribuição. O resultado operacional, a custos de substituição ajustados, diminuiu cerca de 100 milhões de euros face ao mesmo período de 2007, ou 38,9% em termos relativos. Esta variação está relacionada com a quebra das margens de refinação internacionais, a desvalorização de 13,2% do dólar americano

FERREIRA DE OLIVEIRA O presidente da Galp Energia liderou a apresentação de resultados da empresa, em Lisboa

face ao euro e a diminuição das vendas de produtos petrolíferos. O efeito de time lag, resultado das condições estabelecidas contratualmente para os operadores do mercado português, incluindo o negócio de distribuição de produtos petrolíferos da Galp Energia, implica a demora do reflexo das variações dos preços verificados nos mercados internacionais em Portugal. Provocou um impacto negativo de 27 milhões de euros. Na G&P, as vendas de gás natural nos primeiros nove meses de 2008 aumentaram 17,2% para os 4413 milhões de metros DEZEMBRO 2008

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negócios apresentação de resultados INVESTIMENTO NOVE MESES Um dos valores que se destaca no relatório: o investimento atingiu os 427 milhões de euros, mais 168 milhões do que em igual período de 2007

cúbicos, com o mercado liberalizado a representar 59,7% do total, quando em 2007 a proporção era de 54,3%. O aumento traduz os maiores volumes comercializados no sector eléctrico, que registou um crescimento de 36,5%. Para esta tendência contribuiu a fraca pluviosidade, que reduziu a produção hidráulica em 35,9%, e a diminuição de 17,6% da produção de energia eléctrica através de centrais a carvão nos primeiros nove meses de 2008, o que estimulou o consumo de gás natural para produção eléctrica em Portugal. Este tipo de centrais teve um aumento de produção de 35,8%. As vendas de gás natural ao sector industrial em Espanha, que começaram no início de 2008, atingiram um volume de 66 milhões de metros cúbicos. Também aqui as vendas no mercado de trading aumentaram 5,3%, em resultado da menor produção hidráulica na Península Ibérica, o que influenciou o consumo de gás natural para produção de energia eléctrica. O volume de gás natural transportado nas 40

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EM DESTAQUE O resultado líquido, a custos de substituição ajustados, nos primeiros nove meses de 2008, foi de 353 milhões euros, menos 6,3% que no mesmo período de 2007. Produção working interest de crude nos primeiros nove meses deste ano situou-se nos 14,9 mil barris diários, menos 14,6% que em igual período de 2007. Diminuiu 29,4% da margem de refinação da Galp Energia. 69,5% da actividade de refinação foi coberta pela actividade de distribuição de produtos petrolíferos. Aumento de 17,2% nas vendas de gás natural para um total superior a 4000 milhões de metros cúbicos face aos primeiros nove meses de 2007, com o sector eléctrico a ter o maior peso. EBITDA a custos de substituição ajustados de 731 milhões de euros, mais 2,7% do que no mesmo período de 2007. Resultado líquido em IFRS de 521 milhões de euros, 11,5 por cento inferior ao do período homólogo de 2007. Aumento de 65,1% no investimento para os 427 milhões de euros, com 45,7% do total a ser canalizado para o segmento de Refinação & Distribuição.

As vendas de gás natural aumentaram 17,2% para um total superior a 4000 milhões de metros cúbicos face aos primeiros nove meses de 2007 redes pertencentes às empresas de distribuição totalizou 1188 milhões de metros cúbicos. A actividade de produção de energia esteve praticamente em linha com o mesmo período do ano anterior, nos 1188 Gwh. Para isso, foram utilizados 123 milhões de metros cúbicos de gás natural nas cogerações da Galp Energia, representando 8,8% do mercado industrial português. As vendas de electricidade à rede registaram uma diminuição de 12,5% devido às paragens para manutenção que ocorreram nas centrais de cogeração de Carriço e da Energin.

Desde Abril de 2008 que a Galp Energia está a vender electricidade no mercado português, directamente à pool, utilizando a capacidade virtual de produção de electricidade que adquiriu nos leilões realizados pelo Operador do Mercado Ibérico de Energia (OMIP). Até Setembro, já tinham sido vendidos cerca de 36 Gwh. Nos primeiros nove meses de 2008, o resultado operacional a custos de substituição ajustados foi de 228 milhões de euros, 57,8% acima do verificado em igual período de 2007, sendo este segmento responsável por 44,3% do resultado operacional a custos de substituição ajustados da Galp Energia. O aumento de resultados neste segmento de negócio deve-se, não só ao crescimento das quantidades vendidas, mas também ao das margens em alguns segmentos, como o trading, dados os preços de Gás Natural Liquefeito (GNL) que se verificaram no mercado internacional. Por exemplo, o Henry Hub, preço de referência internacional, aumentou cerca de 39,2% entre os dois períodos em análise.


CAPITALIZAÇÃO BOLSISTA As acções da Galp Energia perderam 36,7% do seu valor nos primeiros nove meses de 2008, mas a valorização desde o início da Oferta Pública Inicial que ocorreu a 23 de Outubro de 2006, até ao final de Setembro, é de 100,3%

INVESTIMENTO Nos primeiros nove meses de 2008, o investimento atingiu os 427 milhões de euros, mais 168 milhões de euros do que em igual período de 2007. Cerca de 35,6% do investimento, ou seja, 152 milhões de euros, foi canalizado para o segmento de negócio Exploração & Produção. Foi aplicado em trabalhos no Bloco 14, em particular no desenvolvimento do campo Tômbua-Landana e no BBLT e na avaliação da descoberta Lucapa, no montante de 82 milhões de euros, e para a realização e avaliação de poços de exploração no Bloco 32 em Angola, no montante de 13 milhões de euros. Este investimento foi canalizado também para actividades de exploração no offshore do Brasil, no montante de 32 milhões de euros, incluindo a perfuração dos poços Júpiter, Bem-te-vi e Iara e os bónus pagos na nona rodada de licitações, tendo esta última captado um investimento de 10 milhões de euros. As actividades de exploração no Brasil onshore, nas bacias de Potiguar e Espírito Santo, com a realização de 13 poços que deram origem a duas descobertas e para as actividades de exploração em Moçambique e Timor Leste, que contemplaram a aquisição sísmica 2D e 3D para posterior

interpretação, com um investimento de 8 milhões de euros, foram outras áreas para onde o investimento foi canalizado. Na actividade de Refinação & Distribuição foram investidos 195 milhões de euros, mais 125 milhões de euros que no período homólogo. O montante destinou-se principalmente à conversão das refinarias e à concessão do terminal de granéis líquidos do porto de Sines. No segmento de negócio Gas & Power, o investimento totalizou 79 milhões de euros e foi canalizado para o prolongamento da rede secundária de distribuição de gás natural, numa extensão de cerca de 462 quilómetros, e para a ligação de 40 mil clientes, novos e convertidos. No Power, continuaram os trabalhos para a construção dos parques eólicos, estando a

Nos primeiros nove meses de 2008, o investimento atingiu os 427 milhões de euros, mais 168 milhões de euros do que em igual período de 2007

decorrer a fase de licenciamento ambiental e elaboração da engenharia básica e conceptual. Foram também realizados investimentos na cogeração destinada a ser instalada na refinaria de Sines, com o objectivo de iniciar as operações após a paragem para manutenção a decorrer nesta refinaria.

CAPITALIZAÇÃO BOLSISTA As acções da Galp Energia perderam 36,7% do seu valor nos primeiros nove meses de 2008, sendo a cotação máxima neste período 18,95 euros, no dia 2 de Janeiro. Durante o mesmo período, o índice PSI20 desvalorizou 38,3% e o índice SXEP desvalorizou 27,3%. A valorização desde o início da Oferta Pública Inicial, que ocorreu a 23 de Outubro de 2006, até ao final de Setembro, é de 100,3%. Foram transaccionadas cerca de 461,4 milhões de acções, correspondendo a uma média diária de 2,4 milhões de acções. No dia 30 de Setembro de 2008, a capitalização bolsista da Galp Energia ascendia a 9652 milhões de euros. Disponível Saiba mais no Portal do Investidor da Galp Energia: http://press.galpenergia.com/galpmedia/vPT

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negócios formação de preços

TOMÉ MARTINS

A realidade dos preços dos combustíveis O preço que se paga por litro de combustível na bomba tem por detrás muito mais do que os custos da matéria-prima, de produção e comercialização

O TEMA “preço dos combustíveis” não mais saiu do nosso dia-a-dia desde o início da escalada do valor do crude e do brent. Diariamente, os órgãos de comunicação social anunciaram, desde os primórdios de 2008, aumentos do valor do barril de petróleo nos mercados mundiais e, quase em paralelo, o crescimento do valor pago por litro de gasóleo, gasolina, etc., pelos consumidores nacionais à boca das bombas. Já bem mais próximo do final do ano, a tendência inverteu-se. Os preços do barril de petróleo decresceram acentuadamente, queda precipitada pela crise financeira que se tem reflectido um pouco por todo o mundo. Mas a sensação de que o declive dessa descida de preços não foi reflectido de imediato no valor final do combustível pago pelos portugueses foi um sentimento que se instalou nos consumidores.

entre o preço pago pela Galp Energia pela matéria-prima e o valor do combustível no consumidor final. Imaginemos um porco (analogia com uma refinaria, ver figura 1). A partir dele, conseguem-se obter costeletas, febras, entremeada, lombo, rins, etc. A variedade é grande, tal como acontece com os produtos de uma refinaria. O que não se consegue saber é o custo inFIGURA 1 Separação do porco em diversas peças

Factores que transcendem o valor do petróleo nos mercados mundiais, as cotações internacionais dos produtos petrolíferos, os custos de produção e comercialização contribuem fortemente para a formação de preços de combustível, alterando uma relação de equivalência aparentemente fácil 42

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O MERCADO DEFINE

dividual de produção das febras, costeletas, etc. Trata-se de uma questão muito importante, pois quando não é possível identificar o custo de produção de cada peça é o mercado que define o seu valor. O consumidor final não paga o preço do animal, mas sim de cada uma das suas partes. E cada uma delas tem uma cotação específica: a cotação das costeletas, a cotação das febras... Não é


FIGURA 3

Resumo dos processos industriais de uma refinaria

Identificação das diferentes componentes do preço de venda ao público (PVP)

Anyforms

FIGURA 2

Formação de preço

IVA

Decisão Governamental

Impostos ISP

Componente gerível pelas distribuidoras de combustíveis

Crude

o porco que é cotado nos talhos. Passando agora para a refinaria, o crude que a alimenta é transformado numa infinidade de produtos, desde as gasolinas e gasóleos ao jet para os aviões, óleos para lubrificantes e produtos que permitem fabricar tintas, fibras sintéticas, cosméticos, plásticos e detergentes, entre outros. Tal como acontece com a carne de porco, não é possível isolar o custo de cada produto que sai da refinaria. Por isso mesmo, não é lógico insistir que a cotação do barril de crude (o brent em Londres é a referência para a Europa) serve como indicação para o preço da gasolina, gasóleo e afins. O que realmente acontece é que a gasolina tem uma cotação, tal como o gasóleo, o jet e os outros produtos. Ou seja, cada um deles segue a cotação respectiva do mercado internacional (o mercado de Roterdão é a referência para a Europa). Na formação dos preços de combustível também é importante a contabilização do efeito cambial, que foi muito acentuado durante 2008, levando as cotações dos produtos em euros a terem um efeito mais expressivo quando a diferença entre o euro e o dólar cresceu. Já quando os valores das duas moedas se aproximaram, a descida foi mais suave. Por isso mesmo, a comunica-

Na formação dos preços dos combustíveis também é importante a contabilização do efeito cambial, que foi muito acentuado durante 2008 ção da cotação do barril de crude devia ser anunciada em euros e não em dólares, como frequentemente se constata. Por último, não nos podemos esquecer de que o preço final do combustível tem uma grande componente de impostos, correspondendo a cerca de 50% do valor pago pelo consumidor de gasóleo rodoviário e 65% pelo que tem veículos a gasolina. Tal como se constata pela figura 3, a componente que é gerível pelas petrolíferas é bastante reduzida e tem de remunerar a actividade. Recentemente, podia ler-se em diversos meios de comunicação que o preço do petróleo permitiria que o gasóleo fosse vendido abaixo de 1 euro, uma vez que em 2007 valor semelhante do brent conduziu a preços dessa ordem de grandeza. Só que em Janeiro de 2007 o brent valia aproximadamente 54 dólares por barril, quando o

Logística

Preço do produto

Mercado Internacional de produtos petrolíferos Mercado Internacional de crude

preço médio do gasóleo praticado pela Galp era de €0,99/litro, logo, abaixo de 1 euro. Mas qual era a cotação do gasóleo nessa data? A consulta aos dados de Janeiro de 2007 lembra que a cotação do gasóleo no mercado internacional era de aproximadamente 504 dólares por tonelada, para uma relação cambial de 1,29, isto é, 391 euros por tonelada. Em Novembro de 2008, para a mesma cotação de brent, a cotação de gasóleo era de 638 dólares por tonelada, originando um preço médio Galp de 1,11 euros por litro, com diferenciação nos diversos micromercados. Considerando a relação cambial de 1,27, a média da cotação foi de 502 euros por tonelada. Temos uma diferença de cotações do gasóleo de 134 dólares por tonelada, o mesmo é dizer que a diferença é de 111 euros por tonelada. Por isso mesmo, a Galp pratica agora um preço semelhante em termos comparativos, tendo em conta todos os factores que contribuem para a formação de preços de combustível. Disponível no mygalp apresentação terças temáticas: http://mygalp/RH_Organizacao/formacao/Apresentaes/ Preço%20dos%20Combustíveis%20TT%2014%20Out_ VersãoFinal.ppt

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negócios exploração

ARRANCA EM MARÇO

Galp Energia antecipa produção de petróleo no Tupi Companhia já tem reservas para abastecer as necessidades nacionais durante 10 anos

A PRODUÇÃO DE PETRÓLEO no campo de Tupi, no offshore do Brasil, arranca em Março do próximo ano com uma produção de 15-20 mil barris por dia. Um projecto-piloto que, em Dezembro de 2010, deverá atingir a produção de 80-100 mil barris de petróleo diários, garante a Galp Energia, que tem uma participação de 10% no consórcio, operado pela Petrobrás. Actualmente, o Bloco 14 em Angola é o único activo que a empresa tem em produção, de uma carteira de cerca de 70 concessões espalhadas por quatro continentes. O campo de Tupi tem um volume de óleo recuperável estimado entre cinco e oito mil milhões de barris. O crude encontra-se a cerca de 5000 metros abaixo da superfície da água do mar, numa formação rochosa, denominada pré-sal. É uma área que se estende ao longo de 800 quilómetros, do Estado do Espírito Santo, a norte até ao de Santa Catarina, a sul, englobando três bacias sedimentares (Espírito Santo, Campos e Santos). Próximo de Tupi está a descoberta 44

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PRODUÇÃO OFFSHORE O volume de óleo recuperável de Tupi estima-se entre os cinco e os oito mil milhões de barris

de Júpiter, anunciada em Janeiro. À produção de Tupi e do bloco 14 ir-se-á juntar a do projecto-piloto do Iara, também no Brasil, a arrancar em 2012. Estima-se que o projecto-piloto do Iara tenha capacidade para produzir até 100 mil barris por dia. A produção da Galp Energia nos primeiros nove meses deste ano atingiu os 14,9 mil barris por dia, menos 14,6% do

que no período homólogo. O decréscimo deveu-se à natural depleção dos reservatórios e dificuldades operacionais no campo Benguela-Belize-Lobito-Tomboco (BBLT), o mais produtivo do bloco 14. No entanto, este continua a ser o campo com maior peso na produção da empresa, cerca de 79,4% do total, com uma média diária de 11,9 mil barris, nos primeiros nove meses de 2008.

BOAS PERSPECTIVAS O presidente executivo da Galp Energia, Manuel Ferreira De Oliveira, disse que a empresa estima ter, nas descobertas já re-


CARLOS ALVES Responsável pela UN – Exploração & Produção

alizadas no Brasil, volumes recuperáveis de petróleo suficientes para abastecer a totalidade das necessidades de Portugal por 10 anos. A Galp Energia garante, assim, recursos activos de mil milhões de barris de petróleo e gás no Tupi e no Iara, ambos situados no bloco BM-S-11. Trata-se de um volume que será suficiente para abastecer, durante 20 anos, cerca de 50% do consumo português, que é de cerca de 300 mil barris por dia, actualmente. Em todo o pré-sal da Bacia de Santos, onde a Galp Energia está presente em mais três blocos petrolíferos, são esperados recursos entre os 2 mil e 2,5 mil milhões de barris. Em Maio deste ano, o consórcio para a exploração do Bloco BM-S-8, em águas ultraprofundas da Bacia de Santos, anunciou que o poço Bem-te-vi tinha comprovado a existência de petróleo nos reservatórios do pré-sal na Bacia de Santos. Análises preliminares indicaram a presença de petróleo com densidade API entre 25º e 28º, comparável à dos outros petróleos identificados no pré-sal da Bacia de Santos. O poço de exploração está localizado a 250 quilómetros da costa do Estado de São Paulo, numa lâmina de água de 2.139 metros. A sua profundidade final foi de 6.773 metros. Ainda no Brasil, a Galp Energia deverá iniciar em Dezembro a produção, em regime de teste, de crude e gás numa descoberta feita em terra, na Bacia do Potiguar, no poço do Facheiro. Trata-se de uma quantidade pequena, destinada principalmente à produção de gás, cuja capacidade preliminar foi anunciada por Manuel Ferreira De Oliveira como “equivalente ao consumo de Lisboa”.

O objectivo é produzir mil barris por dia dentro de cinco anos.

INVESTIMENTO CRESCE Num cenário de crise internacional, a Galp Energia está a investir mais do que no ano passado. Nos primeiros nove meses de 2008, o montante envolvido foi de 427 milhões de euros, mais 168 milhões do que no período homólogo do ano anterior. Só na área de exploração e produção, foram aplicados 152 milhões de euros, canalizados para os trabalhos no Bloco 14, em particular no desenvolvimento do campo

Reservas identificadas em Angola e no Brasil assegurarão à Galp Energia muitos anos de produção de petróleo

Tômbua-Landana e BBLT e na avaliação da descoberta Lucapa. Foram ainda feitos investimentos nos poços de exploração no Bloco 32 em Angola, nas actividades no offshore e onshore no Brasil, assim como em Moçambique, Timor-Leste e no offshore de Portugal.

E DEPOIS DO TUPI? As reservas já identificadas em Angola e no Brasil, em terra e no mar, assegurarão à Galp Energia muitos anos de produção de petróleo. Porém, se não houver um esforço contínuo em novos projectos de exploração, ao esgotarem-se os jazigos actualmente em produção ou prestes a entrar em produção, a Empresa corre o risco de ver a sua produção declinar. Ciente desse facto, esta tem investido em novos projectos de exploração nos últimos anos, com níveis de risco diverso. Entre os de menor risco contamse os que têm sido efectuados em Angola, Brasil e Venezuela. São países produtores de petróleo, onde o risco geológico é moderado e a probabilidade de vir a encontrar novas acumulações comerciais de petróleo é relativamente elevada. Entre os projectos de risco exploratório mais elevado em que a Galp Energia participa estão os de Timor (cinco participações), Moçambique (uma participação) e os de Portugal (Sete participações). São projectos de fronteira, de alto risco exploratório, mas que em caso de sucesso poderão catapultar a Galp Energia para níveis de produção por ora inimagináveis. Portugal tem hoje uma companhia petrolífera com um portfolio de projectos de exploração e produção que lhe permite encarar o futuro com muito optimismo. DEZEMBRO 2008

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responsabilidade corporativa ambiente 2.º PERÍOD0 EM VIGOR

Comércio de emissões de CO2 A análise de Margarida Boavida Ferreira ao comércio de emissões

O COMÉRCIO Europeu de Licenças de Emissão (CELE), com vista à prossecução das metas comunitárias do Protocolo de Quioto, permite transaccionar as Licenças de Emissão (LE) de CO2 consagradas a cada instalação, cobrindo cerca de 46% das emissões na UE e cerca de 10 mil instalações. No 1.º período do comércio, e na generalidade dos sectores (o mesmo sucedeu para as instalações da Galp Energia), houve excesso de LE face às emissões registadas (ver gráfico 1). O 2.º período do comércio está já em vigor e a Galp Energia, numa abordagem sectorial, verificará remanescência de LE em 2008, fruto dos esforços desenvolvidos no que respeita à eficiência energética das suas instalações (gráfico 2). Está já em cima da mesa a proposta de Directiva para o pós2012. A atribuição das LE processar-se-á com base em benchmarks sectoriais, mediante leilão, sendo a transição gradual até 2020. Ainda que se preveja a atribuição gratuita de LE a sectores sujeitos ao risco de deslocalização para regiões sem compromissos nesta matéria, coloca-se o cenário de perda de competitividade da indústria europeia. Os benchmarks carecem igualmente de uma análise prudente, já que a localização das instalações e a disponibilidade e qualidade do crude e do gás natural têm forte impacto nas emissões de CO2. Estes são grandes desafios que se colocam às instalações ao abrigo do comércio europeu de Licenças de Emissão.

MARGARIDA BOAVIDA FERREIRA Técnica de Ambiente do AQS Corporativo – Ambiente, Qualidade e Segurança da Galp Energia

LICENÇAS DE EMISSÃO E DAS EMISSÕES CO2 ENTRE 2005 E 2007

PREVISÃO DE EMISSÕES DE CO2 PARA 20O8

Diferença entre licenças de emissão emitidas e emissões reais de CO2

Segundo a estimativa, as emissões reais de C02 em 2008 ficarão abaixo das Licenças de Emissão Previsão das emissões de CO2 - 2008

3.500.000 3.000.000

Previsões 2008 5.500.000

ton CO2

LE 2008 2.000.000 1.500.000 1.000.000 500.000 0

Refinarias

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Cogerações


segurança responsabilidade corporativa UMA FERRAMENTA RELEVANTE PARA ATINGIR O OBJECTIVO ZERO ACIDENTES

Investigação de acidentes Marta Figueiredo explica porquê UM ACIDENTE é sempre um acontecimento indesejável, com consequências imprevisíveis. Pode ter impacto a nível material – com a perda de activos –, ambiental – através da criação de passivos ambientais –, e humano – por ocorrência de lesões nas pessoas ou mesmo perda de vidas. Quando se fala de sinistralidade, a melhor política a adoptar é a prevenção. A melhor forma de evitar um acidente é criar as condições que permitam garantir a sua não recorrência. Por isso, é necessário conhecer quais são as verdadeiras causas do acidente – causa raiz. É, por isso que a investigação dos acidentes é uma das mais importantes ferramentas de que se pode dispor para atingir o objectivo de zero acidentes. A NPG 006 – Comunicação e Investigação de Incidentes de Segurança, Saúde e Ambiente (SSA) – sistematiza os requisitos para se proceder à Investigação e Comunicação dos

Acidentes. O Programa de Segurança da Galp Energia tem também, como objectivo, o acompanhamento das várias áreas nesta vertente, de modo a que seja assegurada a prática da correcta e sistemática investigação de todos os acidentes, bem como a sua divulgação. Só assim poderão ser definidas e implementadas as medidas necessárias para evitar futuros acidentes. Disponível no mygalp Programa de Segurança da Galp Energia: http://mygalp/AQSProgramaSeguranca/default.aspx

MARTA FIGUEIREDO As UN/UG são responsáveis por investigarem todos os acidentes ocorridos nas suas instalações e implementar as acções correctivas resultantes. Só assim é possível atingir o objectivo zero acidentes

A SEGURANÇA NAS SUAS MÃOS Um pequeno esquema que explica as causas dos acidentes

ACIDENTES? O Programa de Segurança da Galp Energia contempla o acompanhamento das várias áreas para atingir o objectivo

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responsabilidade corporativa qualidade FOCALIZAÇÃO NOS RESULTADOS

Revisão da norma NP EN ISO 9001 A norma ISO 9001:2008 introduz esclarecimentos, linhas de orientação e alinhamento de conceitos que clarificam a sua interpretação ANA PAULA RAMOS Esta revisão é uma oportunidade a não perder para revitalizar os sistemas de gestão da qualidade

A ISO, International Organization For Standardization, e o IAF, Internacional Accreditation Forum, acordaram num plano de implementação da revisão 2008 da ISO 9001 de modo a assegurar uma migração suave para a certificação acreditada de acordo com a ISO 9001:2008. Ficou estabelecido: A REVISÃO 2008 da norma NP EN ISO 9001, publicada em Novembro, é suportada, entre outros aspectos, pelos resultados de pedidos de interpretação ao ISO/TC 176/WG e de resultados de inquéritos a utilizadores, cuja análise permitiu concluir da necessidade da sua revisão em moldes que permitissem obter “elevados benefícios” e “baixo impacto”. É sabido que os modelos de gestão da qualidade visam proporcionar confiança a clientes e parceiros, devendo contribuir, de

OBJECTIVOS O processo de revisão da ISO 9001 teve como principais objectivos:

• Clarificar o conteúdo • Facilitar a tradução e utilização • Eliminar ambiguidades • Melhorar a consistência na família de normas ISO 9000 e também a compatibilidade com a ISO 14001.

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forma decisiva, para que a qualidade percepcionada esteja ao nível dos compromissos a que a empresa está vinculada. Contudo, temos assistido, em muitos casos, à implementação de sistemas de gestão da qualidade cujo foco principal parece estar na formalização do sistema, com ênfase ao nível do controlo dos documentos, em detrimento de aspectos relativos à satisfação das necessidades do mercado e/ou de clientes e accionistas, podendo mesmo considerar-se que nalguns casos se assiste a implementações minimalistas e/ou redutoras da norma. A norma ISO 9001:2008, embora não incorporando novos requisitos, vem introduzir um conjunto de esclarecimentos, linhas de orientação e o alinhamento de conceitos que clarificam a sua interpretação. Caberá, pois, à gestão dos vários sistemas da qualidade avaliar criteriosamente, requisito a requisito, os esclarecimentos, alterações e ajustes introduzidos, não apenas à luz de cada modificação mas também no contexto geral da norma, tendo em conta as envolventes

• Um período de co-existência de

certificação acreditada de 24 meses após a publicação da norma ISO 9001:2008, findo o qual os certificados emitidos de acordo com a ISO 9001:2000 deixam de ser válidos. • Para as organizações já certificadas só pode haver emissão de certificado ISO 9001:2008 após uma auditoria efectuada de acordo com a ISO 9001:2008, podendo a mesma ser de renovação ou acompanhamento. • Após 12 meses da publicação da norma qualquer emissão de certificados, na sequência da realização de auditorias de renovação ou de concessão deve ser efectuada de acordo com a ISO 9001:2008.

legislativas actuais, de mercado e da sociedade em geral, por forma a vencer o desafio implícito lançado pela ISO de rever os sistemas de gestão da qualidade mantendo o foco no seu desempenho e não no seu formalismo.


quadros arl encontros

NOVO ENQUADRAMENTO ECONÓMICO

Desafios para 2009 O Encontro de Quadros da ARL teve carácter formativo e preparou o futuro NO PASSADO dia 28 de Novembro decorreu o 1.º Encontro de Quadros do Aprovisionamento, Refinação e Logística (ARL), que se realizou no auditório da Torre A, cujo tema foi “Os nossos desafios para 2009”. Promovido pelo administrador da ARL, André Ribeiro, o encontro reuniu cerca de 140 quadros, contando com forte presença de ambas as refinarias. Da agenda constava uma sessão de abertura realizada por Ferreira De Oliveira, seguida de apresentações a cargo dos responsáveis de cada uma das áreas e uma sessão de fecho da responsabilidade do promotor do evento, André Ribeiro. As sessões de trabalho foram marcadas pela criatividade das apresentações elaboradas por cada uma das áreas sob um tema comum: actividades mais relevantes de 2008 e desafios para 2009. As apresentações foram conduzidas pelos responsáveis de cada uma das áreas. António Gonçalves Nunes, da ATQ, caracterizou o negócio de aprovisionamento e trading de petróleo bruto e produtos petrolíferos, bem como o negócio de químicos, nas suas vertentes actuais, e enunciou os principais desafios que se colocam aos negócios na actual conjuntura. Martins Carneiro, da Sacor Marítima, empresa que teve um ano de 2008 marcado pela reestruturação da frota, apresentou como principal desafio para 2009 a consolidação deste processo. A Logística, liderada por Helena França, apontou como principais desafios para 2009 a adequação dos seus activos à dimensão actual dos negócios

ANDRÉ RIBEIRO A participação do administrador da ARL encerrou o encontro realizado na Torre A da Galp Energia

da Galp, a renegociação dos contratos de transportes terrestres para os próximos quatro anos, assim como a continuação do projecto de desenvolvimento dos terminais de Sines e Leixões.

DESTAQUE À REFINAÇÃO O segundo bloco de apresentações do Encontro, conduzido por Cristina Cachola, deu uma perspectiva das principais actividades do GIM durante o ano de 2008, tendo sido evidenciados os grandes desafios que 2009 coloca às áreas de planeamento e optimização da refinação. O bloco do sector da refinação, liderado por Agostino Cavanna, ofereceu uma análise da nova organização das refinarias e seu desenvolvimento enquadrado no projecto Master Plan. Seguiu-se a apresentação da Refinaria de Sines, em que José Cordeiro Catarino mostrou, de uma forma simples e criativa, as suas principais actividades, em áreas tão importantes como ambiente, segurança, controle orçamental e optimização das margens de refinação. O bloco da Refinação encerrou com a apresentação da Refinaria do Porto, onde Martinho Correia deu particular enfoque aos seus quatro vectores-chave - performance,

fiabilidade, inovação e segurança & ambiente - e seus desafios até 2011. Francisco Viana, pelo P&C ARL, encerrou as apresentações das áreas, com uma breve apresentação das novas iniciativas dinamizadas, com uma síntese da performance financeira recente da ARL, dos impactos esperados do Programa de Melhorias Contínuas, e concluiu com os grandes objectivos assumidos no orçamento e plano 2009-2013. O fecho da sessão esteve a cargo de André Ribeiro, cuja análise macroeconómica do ano e perspectivas para 2009 consolidaram as ideias germinadas ao longo do dia. A reunião teve um carácter marcadamente formativo para todos os presentes. Foi comum o sentimento que o ano de 2008 foi ímpar em volatilidade e mudança, desafiando os até agora instituídos paradigmas da refinação. Os anos de 2009 e seguintes apresentam enormes desafios à capacidade de reacção e antecipação da Galp Energia, em que o novo enquadramento económico do mercado energético é um denominador comum às áreas de Comercialização e Optimização da Refinação e o projecto de conversão de ambas as refinarias às áreas de Refinação. DEZEMBRO 2008

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encontros quadros superiores

ENERGIA INTERNA

Inovar é uma atitude O 2.º Encontro Semestral de Quadros Superiores da Galp Energia de 2008 decorreu sob o tema da inovação e áreas onde é aplicada na empresa O 2.º ENCONTRO Semestral de Quadros de 2008 decorreu em Outubro na Reitoria da Universidade Nova de Lisboa e contou com a participação recorde de cerca de 500 quadros superiores da Galp Energia, bem como com a presença de todos os membros da Comissão Executiva. O orador convidado, o Prof. Soumodip Sarkar, director do Centro de Estudos e Formação Avançada em Gestão e Economia da Universidade de Évora e coordenador da área de especialização de Empreendedorismo e Inovação no Mestrado em Gestão desta Universidade, fez uma apresentação dinâmica e bem-humorada, focada em três pontos principais: “O nosso futuro”, “O que é a Inovação?” e “Os Inimigos da Inovação”. Já o presidente executivo da Galp Energia, Ferreira De Oliveira, referiu, durante a reunião, que a inovação é uma atitude. Que, em cada dia, devemos investir em pequenas melhorias continuadas e por vezes algumas descontinuadas. Também salientou que a 50

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empresa deve manter um registo continuado e mensurável, no tempo e qualidade, das actividades que são inovação. “A nossa empresa tem uma direcção de Inovação, Desenvolvimento e Sustentabilidade, a quem deverão ser reportadas todas as novas ideias e outras informações que contribuam para uma ‘cultura de inovação’ no Grupo”, disse Ferreira De Oliveira.

Lisboa, um local inovador pela disposição singular dos dois auditórios, a convergirem para o mesmo palco, e pela originalidade arquitectónica de todo o complexo. O director da área de Inovação, Desenvolvimento e Sustentabilidade, João Nuno Mendes, realizou, durante o evento, uma apresentação sobre os diversos projectos em curso. São representativos da dinâmica

“O sucesso sustentado depende da capacidade dos seus quadros delegarem e confiarem nas pessoas”, disse Ferreira De Oliveira durante a reunião O evento iniciou-se pelas 14h30, com Eduardo Guedes de Oliveira, responsável pela área de Comunicação Interna da Galp Energia, a conduzir a abertura dos trabalhos, a receber todos os participantes, a comunicar o alinhamento das intervenções e a agradecer a presença de todos. O espaço escolhido para a realização deste encontro foi a reitoria da Universidade Nova de

de inovação da empresa, sobretudo em três grandes áreas: Eficiência Energética, Energias Renováveis e Mobilidade Sustentável. Mas também por unidade de negócio (UN), segundo a cadeia de valor das actividades da Galp Energia. O responsável acrescentou também que o Grupo investiu cerca de 11 milhões de euros em inovação, em 2007, reforçando a


ATENTOS À INOVAÇÃO Mais de 500 quadros superiores da Galp Energia e todos os membros da Comissão Executiva estiveram presentes neste encontro

necessidade de se manter a contabilização das actividades de inovação com recurso a sistemas de informação específicos, por forma a permitir eventuais candidaturas a regimes de apoios e subsídios, e também comparações com empresas congéneres. Seguiu-se um intervalo, para lanche, depois do qual o presidente executivo da Galp Energia retomou a palavra, tendo solicitado 30 segundos de silêncio, em memória do colaborador que havia falecido, alguns dias antes, na Refinaria de Sines. Depois, aproveitou para relembrar que é absolutamente necessário ler e reler com atenção todos os regulamentos e restante normativo em vigor, e que o 1.º procedimento de todos os que trabalham na Galp Energia deverá ser sempre a revisão e alteração de todos os que já não sejam, por qualquer razão, os mais adequados. Sobre o momento actual de crise generalizada, referiu que se trata de um dos momentos mais difíceis da história recente e que, ao mesmo tempo que todos os colaboradores da Galp Energia se

devem concentrar na preparação de Planos de Contingência, devem actuar de forma concertada, unidos e motivados, com ambição e confiança.

AMBIENTE DE CONFIANÇA Em seguida, Ferreira De Oliveira partilhou com a assembleia algumas expressões que considerou oportunas e adequadas à actual situação da empresa, como: “Objectivos ambiciosos só podem ser alcançados num ambiente de confiança”, “Sem confiança, não existe energia interna para existir inovação”, ou ainda “O sucesso sustentado

numa corporação depende da nossa capacidade de delegar e confiar nas pessoas”. A confiança, concluiu, ocupa um papel central numa organização descentralizada, mas deve funcionar em todos os sentidos. Por último, realizou-se a sessão de questões à Comissão Executiva, formuladas pelos participantes no encontro. Disponível no mygalp Encontros semestrais de Quadros Superiores: http://mygalp/ConhecaGalpEnergia/ unidadesareasnegocio/servicoscorporativos/ comunicacao/encontrosdequadrossuperiores/default.aspx

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encontros revendedores

“JUNTOS COM ENERGIA POSITIVA”

Festa na Alfândega do Porto O Porto recebeu mais um encontro cheio de energia positiva, uma festa cheia de magia e música para Revendedores Galp Energia BOA DISPOSIÇÃO

A ALFÂNDEGA DO PORTO acolheu mais um encontro de Revendedores da Galp Energia, subordinado ao tema “Juntos com Energia Positiva”. O evento foi precedido de um cocktail de boas-vindas, onde mágicos, mimos, violinistas e saxofonistas envolveram os presentes com as suas actuações. O início do encontro foi marcado pela apresentação do novo administrador, Carlos Gomes da Silva, a cargo de Miguel Pereira. Durante o jantar, os convidados foram surpreendidos pela boa disposição da dupla humorística Vip Manicure, composta pelas actrizes Maria Rueff e Ana Bola, que, a par de Carlos A. Martins, também deram o seu bem humorado contributo na entrega dos prémios dos três melhores classificados do Programa Estrela. Foi oferecida uma viagem dupla ao Brasil a cada premiado. Posteriormente, procedeu-se também à entrega do prémio do melhor gestor de clientes 2007 – Luís Filipe Flores, dos Açores –, que acompanhará o grupo que vai à América do Sul. De seguida, a música invadiu o espaço, ao som dos êxitos de José Cid. Ouviram-se, entre outras, A Cabana, Eu Nasci para a Música e No Dia em que o Rei Fez Anos. O evento “Juntos com Energia Positiva” foi um sucesso e, para o ano, promete voltar a encantar! 52

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Maria Rueff e Ana Bola juntaram-se a Carlos A. Martins para a entrega de prémios no encontro de Revendedores, onde também se cantaram êxitos de José Cid

Os melhores classificados do Programa Estrela foram premiados com viagens numa festa que contou com a presença da dupla Vip Manicure e de José Cid


empresas encontros

CULTURA ORIENTAL EM DESTAQUE

Sob o signo do Oriente O encontro anual de Empresas decorreu em Sesimbra, sob a temática oriental, com a experiência das suas artes, vestuário e sabores, numa festa que terminou num animado karaoke EM NOVEMBRO, decorreu o encontro anual de Empresas. Este ano centrado no Positivismo, no “EU”, as actividades de destaque foram baseadas na cultura oriental. E não há lugar melhor para este culto do que um local “à beira mar plantado”. O encontro teve lugar no Sesimbra Hotel & Spa, onde, após um almoço e um período de instalação, todos os presentes, devidamente trajados com o seu kimono, puderam experimentar algumas artes do Oriente com a colaboração do mestre Ye Peirong. Os participantes deslocaram-se então para os respectivos quartos, onde encontraram o fato para vestir durante o jantar Buffet do Oriente. De mestres guerreiros a xeques árabes, ninguém faltou a um jantar onde se saborearam diversas iguarias orientais. Presença especial durante a noite foi a de Pedro Tochas, que deliciou os que assistiram e participaram na sua delirante actuação, muito aplaudida por todos os presentes, que terminaram a noite com um animado karaoke. O dia seguinte foi dedicado a análises e discussões dos resultados de 2008. Cada área apresentou os aspectos principais do seu negócio num formato distinto, recorrendo a televoto. Rui

LAZER E TRABALHO Os participantes puderam experimentar algumas artes do Oriente. O segundo dia foi dedicado à análise e discussão de resultados

Reis, director das Empresas, apresentou os principais indicadores para 2009 por área e encerrou o encontro após a palestra do orador convidado, António Monteiro. Este fez uma fascinante apresentação sobre resiliência, isto é, a capacidade de reagirmos em situações adversas. Ficou a garantia de continuidade, durante 2009, de um programa formativo.

Esperam-se surpresas neste campo. Este encontro contribuiu para reforçar o espírito de equipa e revelou-se muito positivo em todas as suas vertentes. Queremos agradecer a presença de todos os presentes, convidados e organização. Aos que não puderam ir, também um grande obrigado, pois a certeza de que o espírito de equipa estava connosco assim o permite. DEZEMBRO 2008

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encontros aniversário gás natural

10 ANOS DE UNIÃO

Uma relação produtiva A Galp Energia celebrou, no Palácio da Pena, em Sintra, ligação de uma década com clientes de gás natural ACTUALMENTE, o gás natural representa 15% da energia primária consumida em Portugal e é utilizada nos sectores doméstico, terciário e industrial por cerca de um milhão de clientes. O sucesso deste projecto permitiu o arranque da liberalização do mercado português de gás natural, que teve início a 1 de Janeiro de 2007 para os produtores de electricidade em regime ordinário, tendo sido estendido a 1 de Janeiro de 2008 para todos os clientes cujo consumo anual seja igual ou superior a 1 milhão de metros cú-

bicos normais e, nos próximos dois anos, será alargado a todos os restantes clientes. Já muito trabalho foi feito. Demonstração desse facto foi o jantar comemorativo que a Galp Energia realizou com os clientes com quem celebra, este ano, o 10.º aniversário de fornecimento de gás natural.

do ao património do séc. XIX em Portugal. Originalmente construído no reinado de D. João II como convento de frades, caiu em ruínas após o Terramoto de 1755. Mais tarde foi reconstruído por D. Fernando, em 1838, para servir de residência de Verão à família real portuguesa.

CENÁRIO DO ROMANTISMO

OS SONS DO PALÁCIO

O Palácio Nacional da Pena, em Sintra, foi o local escolhido. Trata-se de uma das expressões máximas do Romantismo aplica-

O evento iniciou-se às 19 horas com um cocktail de boas-vindas, servido na capela do palácio ao som de uma harpista,

A GALP ENERGIA NO MERCADO ESPANHOL DE GÁS NATURAL O mercado espanhol de gás natural apresentava, em 2007, um consumo global de 35 Bcm, face a um consumo de 4,2 Bcm em Portugal, ou seja, cerca de 90% do mercado ibérico de gás natural. Neste sentido, o crescimento em Espanha é fundamental para consolidar a ambição ibérica do Grupo.

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A Galp Energia obteve a licença para a comercialização de gás natural em Espanha em Agosto de 2007. Em Dezembro assinava os seus dois primeiros contratos de fornecimento à indústria espanhola com duas empresas da indústria do vidro. Num mercado livre, de grande dinamismo, com muitos players de elevada dimensão, a Galp Energia neste

seu primeiro ano de actividade em Espanha, conseguiu atingir os objectivos a que se propôs, conquistando uma apreciável carteira de clientes de gás natural, pertencentes a indústrias vidreiras, papeleiras, cogeradores, cerâmicas, alimentares e outras, com vendas superiores a 100m m3, em 2008, e que apontam para cerca de 200m m3, em 2009.


MARCOS PRINCIPAIS DA HISTÓRIA DO GÁS NATURAL A Galp Energia desenvolveu um projecto de gás natural que permitiu criar condições para o consumo desta matéria-prima em Portugal, no qual se salientam as seguintes etapas:

REVIVER O PASSADO Os presentes tiveram uma visita guiada ao Palácio da Pena, em Sintra, e a possibilidade de usufruir de um espectáculo palaciano, com bailarinos trajados à época

1 APROVISIONAMENTO O aprovisionamento de gás natural, na Argélia e na Nigéria, necessário para garantir a satisfação das necessidades do mercado nacional.

2 INFRA-ESTRUTURAS INTERNACIONAIS

A construção de infra-estruturas capazes de permitir o abastecimento por terra a partir da Argélia, com travessias de Marrocos, do estreito de Gibraltar e de uma extensão de território espanhol.

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Convidados do GN receberam troféus das mãos dos gestores de cliente num jantar comemorativo que decorreu em Sintra proporcionando um agradável momento de convívio entre os clientes, responsáveis do negócio e gestores de cliente.

ENERGIA POSITIVA O cocktail foi seguido por uma visita guiada pelas várias divisões do palácio. A mistura de estilos que ostenta é variada e inclui representações do neogótico, neomanuelino, neo-islâmico, neo-renascentista. A visualização dos seus interiores, onde se valorizam os excelentes trabalhos em estuque, pinturas murais e diversos revestimentos em azulejo do séc. XIX é fascinante. Mas o espólio do Palácio da Pena integra também inúmeras colecções reais, dispostas em ambientes onde o gosto pelo bricabraque e pelo coleccionismo são evidentes, numa clara homenagem a um

património de diferentes épocas. O interior deste monumento nacional constitui, assim, um espaço multifacetado, que se tornou num repositório de épocas, estilos e gostos. A visita terminou com a entrada dos convidados no Salão Nobre, onde decorreu o jantar, um espectáculo palaciano moderno, com bailarinos trajados à época com um toque futurista e a actuação da cantora lírica Liza Veiga, que interpretou, entre outros, o tema Pride In the Name of Love, dos U2. No final da noite, os gestores de cliente entregaram, aos convidados, os troféus comemorativos dos 10 anos, com a colaboração do apresentador do evento, Eduardo Guedes de Oliveira, terminando a noite com muita energia positiva.

TERMINAIS A construção de um terminal de gás natural liquefeito em Sines, que permite a recepção de gás natural por via marítima de diversas proveniências (inc. Nigéria).

4 GASODUTOS A construção, em território nacional, de mais de 1.200 quilómetros de gasodutos de alta pressão, mais de 200 quilómetros de gasodutos de média pressão, e de quase uma dezena de unidades autónomas de Gás, com o intuito de levar esta forma de energia a pontos distantes do gasoduto principal.

5 ARMAGENAGEM A construção de uma armazenagem subterrânea de gás natural, localizada perto de Pombal, de forma a garantir uma elevada flexibilidade e capacidade de resposta às necessidades dos clientes.

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iniciativas clube galp energia

CAMPANHAS DE SOLIDARIEDADE E FESTA DE NATAL

Dádivas e convívio são motivadores da esperança O Clube Galp Energia – Núcleo Centro está a organizar, até ao início de Janeiro, uma campanha de recolha de bens, e gera a alegria das suas crianças com a Festa de Natal 2008, no Coliseu dos Recreios de Lisboa

A ÉPOCA NATALÍCIA é um período em que são potenciados valores que deveriam acompanhar cada um de nós todos os dias do ano. Entre eles está o da solidariedade, expressada em dádiva a pessoas menos favorecidas de bens alimentares e materiais, mas também de momentos de presença física e convívio, 56

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que são motivadores de maior esperança num futuro risonho. O Clube Galp Energia tem, de há uns anos a esta parte, e em consonância com a linha de orientação da organização em que se insere, desenvolvido campanhas de recolha de vestuário, calçado, jogos, filmes e material didáctico, que se têm

materializado em significativos êxitos, fruto da vontade de ajudar demonstrada pelos colaboradores do Grupo Galp Energia.

APOIAR QUEM PRECISA Como resultado da campanha do final do ano passado, o Clube recolheu mais de 3300


A FACE DO CLUBE

A equipa da Direcção do Clube Galp Energia

SOLIDARIEDADE

A partilha de momentos em que o calor humano se sobrepõe aos interessses materiais é uma das propostas do Clube Galp Energia

peças, que fizeram a alegria das pessoas a quem foram entregues. Na operação efectuada no primeiro semestre de 2008, o quantitativo final ascendeu a perto de cinco centenas de bens, que foram de imediato canalizados para quem deles mais necessita. Mas isto é passado. O mais importante é analisar o que pode ser efectuado no futuro imediato. Nesta vertente, pretende-se, este ano, ajudar as crianças da Fundação “O Século” e os mais de 300 sem-abrigo e deficientes associados ao Centro de Apoio Social do Pisão. Encontra-se em curso, até ao próximo dia 8 de Janeiro, mais uma campanha de recolha de todo o tipo de roupa, livros, filmes e brinquedos. O repto que fica a cada um dos leitores deste texto, é que analisem os bens desta tipologia que possuem e não

utilizam e os façam chegar ao Clube Galp Energia.

UMA FESTA ÚNICA Mas solidariedade é também partilha de momentos em que o afecto e o calor humano se sobrepõem às questões materiais. E, no espectro das inúmeras actividades desenvolvidas pelo clube, não existe melhor momento para levar à prática esses ideais do que a Festa de Natal, proporcionada, há largas décadas e de forma ininterrupta a colaboradores e seus filhos, das empresas pertencentes ao universo Galp Energia. Uma manhã em que os presentes esquecem as questões da azáfama do dia-a-dia e se privilegia o convívio e a confraternização. Um Coliseu dos Recreios a transbordar de alegria e emoção na presença de 3500

pessoas, das quais mais de 1200 crianças, é o ambiente ideal para acolher, neste ano de 2008, jovens provenientes do Lar de São Domingos, da Ajuda de Berço e da Associação Terra dos Sonhos. São momentos únicos, numa festa única que conta com a colaboração – também uma forma de solidariedade – de dezenas de colegas, que são fundamentais em toda a logística do evento, não só no dia da festa mas também em todas as actividades que antecedem esses minutos mágicos. São momentos únicos que urge preservar e, porque não, fomentar e desenvolver.

Disponível Conheça melhor o Clube Galp Energia na internet: www.clubegalpenergia.com

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agenda Viva La Vida – Frida Kahlo O palco do Auditório dos Oceanos do Casino Lisboa recebe, em Fevereiro, um espectáculo intenso sobre a vida de uma das pintoras mais importantes de sempre. Estreado em 2001, o monólogo Viva La Vida – Frida Kahlo – assinado pelo mexicano Humberto Robles – tem emocionado audiências um pouco por todo o mundo e chega a Portugal pela mão da UAU. Fernanda Serrano no papel principal, numa encenação de António Feio. DE 18 DE FEVEREIRO A 15 DE MARÇO Auditório dos Oceanos, Casino Lisboa, Lisboa

Estrada Depois de um ano em cheio… um ano em cheio. Mafalda Veiga inicia 2009 com dois espectáculos, no Porto e em Lisboa, para apresentar ao vivo o seu novo disco de originais, Chão. DIA 17 DE JANEIRO, Coliseu do Porto DIA 23 DE JANEIRO, Coliseu de Lisboa

A Verdadeira Treta © The Estate of Juan Muñoz

Toni e Zezé rumam ao Porto com a tradicional conversa da treta, abordando tudo, desde a educação à saúde, passando pela paranóia com a segurança, operações plásticas, etc. Dois “Chico-Espertus Lusitanus” numa verdadeira paródia, que já fez rir milhares de espectadores desde a primeira actuação, em 1997.

Juan Muñoz: uma retrospectiva Últimos dias para ver uma mostra que apresenta a obra do artista espanhol Juan Muñoz. A famosa série Raincoat Drawings é uma das atracções. No dia 13 de Janeiro, terça-feira, às 18h30, está programada uma visita guiada à exposição, conduzida por João Fernandes. ATÉ 18 DE JANEIRO Fundação de Serralves, Porto

A Tempestade Magia, monstros e espíritos numa comédia visual. Numa ilha encantada, a inocência, o amor, o medo, a malvadez e a vingança entram em choque sob o poder de um grande mágico. A Companhia do Chapitô leva à cena aquela que pode ser considerada como a peça mais visual de Shakespeare. Encenação de John Mowat, com Jorge Cruz, Marta Cerqueira e Tiago Viegas. ATÉ 1 DE MARÇO Tenda do Chapitô, Lisboa

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DE 10 A 14 DE FEVEREIRO Coliseu do Porto

Hits Tour No dia 30 de Janeiro a Aula Magna recebe os Stranglers em digressão mundial. O objectivo é promover o novo álbum, FortyTwoForty, mas muitos estarão certamente à espera de ouvir os grandes sucessos de sempre da banda inglesa, como Golden Brown ou Always the Sun. Uma noite de grande música em perspectiva, numa oportunidade única de recuperar a mítica banda rock dos anos 70 e 80. DIA 30 DE JANEIRO, Aula Magna, Lisboa


livros, cd e dvd cultura

“UM HOMEM MUITO PROCURADO”

a nossa selecção

Guerra à guerra

DVD

A nova obra de John Le Carré não esquece o 11 de Setembro, centrando-se numa Hamburgo em luta contra o terrorismo Nasce um triângulo de amores UM JOVEM RUSSO, com um impossíveis. Entretanto, sobretudo preto comprido pressentindo que vão desferir e meio morto de fome, é um tiro certeiro na pseudo introduzido clandestinamente em Hamburgo pela calada “guerra contra o terror”, da noite. Numa bolsa que usa espiões de três nações pendurada ao pescoço esconde convergem para pessoas uma quantia improvável inocentes... de dinheiro. É um muçulmano Comovente, compassivo e devoto. Mas será mesmo? recheado de personagens que o leitor não irá querer largar, Afirma chamar-se Issa. Autor John Le Carré Um Homem Muito Procurado Annabel, uma jovem e idealista Editora Dom Quixote está, apesar da tensão, repleto advogada alemã especializada Preço €17,10 (na Fnac) de humor. O 11 de Setembro em direitos humanos, decide e a Al-Qaeda não são esquecidos. salvá-lo da deportação e depressa a sobrevivência daquele cliente se torna John Le Carré nasceu em 1931 e estudou em Berna e Oxford. Foi professor em mais importante do que a sua própria Eton e esteve durante cinco anos ligado carreira. Em busca do misterioso passado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, de Issa, Annabel enfrenta Tommy Brue, o herdeiro, de 60 anos, do Brue Frères, sendo primeiro-secretário da Embaixada Britânica em Bona e cônsul político um banco britânico em declínio em Hamburgo. sediado em Hamburgo.

ver, ouvir e ler

Into the Wild Por Sean Penn

Baseado num história verídica, é uma adaptação de Sean Penn do best seller Into the Wild, de Jon Krakauer. Reflecte a vontade que todos temos, em algum momento, de romper com a rotina do dia-a-dia e com as obrigações da sociedade, sendo impossível chegar ao final sem sentir alguma admiração pela coragem que nos falta. Joana Tavares

DVD

Live at Blenheim Palace Jamie Cullum

A performance ao vivo que afirmou Jamie Cullum como uma referência única no panorama do jazz mundial. Ao visionar o concerto, fica-se com a percepção do estilo incomparável, da personalidade explosiva em palco, que consegue impressionar pela fusão de vários estilos de música numa única plataforma, o jazz. Sérgio Ruivo

CD Words Bee Gees

O CD que me marcou (ou pelo menos um dos...) foi Words, dos Bee Gees. Porquê? Porque, na altura, era um grande fã da banda. Quando o álbum saiu, tinha o meu primeiro carro e as minhas primeiras férias sozinho com amigos. Ainda eram as cassetes 8Track, e esta foi a tocar a viagem toda de Joanesburgo para Durban e volta. João Ramalhete Oliveira

A Vida num Sopro

Darjeeling Limited

Fado Maestro

A Palma e a Mão

Autor José Rodrigues dos Santos Editora Gradiva

De Wes Anderson Género Drama

Por Carlos do Carmo Editora Universal Music

Por João Pedro Pais Editora Ipllay

Através da história de uma paixão que desafia os valores tradicionais do Portugal conservador, este romance transporta o leitor ao fogo dos anos em que se forjou o Estado Novo.

Três irmãos americanos que não se falam desde a morte do pai fazem uma viagem que atravessa a Índia para recuperarem os laços familiares. Com Owen Wilson, Adrien Brody e Jason Schwartzman.

Carlos do Carmo, por muitos considerado o expoente máximo vivo do fado em Portugal, celebra 45 anos de carreira com a edição deste seu primeiro best of. Um CD com grandes sucessos deste fadista.

O mais recente trabalho de João Pedro Pais, a confirmar o seu talento enquanto autor e intérprete. Na sua carreira, iniciada em 1997, somam-se grandes sucessos e discos de platina.

Tenho “herdado” e adquirido algumas publicações nesta área, como a Banquete, a Cozinha Portuguesa e as mais recentes edições de chefs. Também recorro ao Livro do Pantagruel, que tem atraído gerações, desde amadores da arte de cozinhar em casa aos mais reputados chefs e gastrónomos.

Preço €20,70 (na Fnac)

Preço €11,95 (na Fnac)

Preço €14,95 (na Fnac)

Preço €13,95 (na Fnac)

Miguel Ceregeiro

Livro Vinhos e cozinhados

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restaurante arola

à la carte LEITÃO ASSADO Uma das surpresas que pode surgir numa degustação no restaurante Arola.

para beber QUINTA DA ESPERANÇA, 2005

COZINHA DE SIMPLICIDADE

Um conceito do gosto O restaurante do chef Sergi Arola recebe-nos com luz e dá-nos a lembrança criativa dos sabores da avó EM PORTUGAL, na Penha Longa, num ligeira e tradicional na hora do almoço. lugar reservado para os eleitos, perto de Ao jantar, o chef junta ao menu de degustação alguns pratos Sintra, fica o Arola. É um espaço interior banhado pela luz externa e parece inspirados no mercado. fundir-se com a paisagem. Entra-se Para se sair do Arola com os sentidos nele pelo bar, que se abre para a cozinha. saciados basta saborear os petiscos e Outro dos espaços é a adega, em vidro pratinhos variados que são sugeridos. e metal, que dispõe de duas dezenas de Sardinhas e maracujá de vinagrete, escabeche de cogumelos lugares. Por fim, temos a sala, dividida em áreas da época ou queijo de DADOS distintas por tecido e cabra da Massuça com pão Estrada da Lagoa Azul vidro, que funcionam de sementes são algumas Linhó, Sintra como um jogo de das sugestões. Mas se se Aberto das 8 às 15 horas quiser conhecer melhor transparências e unificam e das 19 às 23 horas o espaço. Mas este espaço, o conceito de cozinha Encerra segunda e terça ao jantar aberto desde Junho, não do restaurante há que divagar em torno de um serve só para deleite Reservas através do tel.: 219 249 094 dos olhos. É também menu de degustação Não fumadores um lugar de comer. proposto como alternativa A cozinha do catalão aos pratos principais, Sergi Arola, o chef, tem que inclui três entradas por detrás o segredo da simplicidade. quentes e duas frias, com realce para as Relembra os gostos da cozinha da avó, batatas bravas, prato principal, onde há uma opção de leitão assado e sobremesa. a que este dá outras formas, utilizando produtos e técnicas praticamente É um lugar para ir, saborear devagar, perfeitas. E tem duas vertentes. É mais sentir tudo. E, mais tarde, voltar. 60

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De cor rubi, este vinho apresenta no nariz aroma a fruta madura, abrunhos, cereja, geleia, em conjugação com um elegante toque floral e ligeiro mentolado. Na boca, acrescenta-se a ameixa, aliada a um aroma de baunilha, tabaco e café torrado.

TORRE DO FRADE RESERVA, 2005 Vinho regional alentejano de cor granada muito escura, com laivos violetas brilhantes. No nariz, apresenta perfil austero, com um toque mineral, fruta e algumas especiarias. Madeira bem presente, com notas de tabaco e baunilha.

ADEGA COOP. BORBA RESERVA, 2005 Tinto de cor rubi com nuances acastanhadas, tem aroma fino e elegante, sugerindo frutos em passa, compota e chocolate branco. Na boca, é macio, com ligeira adstringência, equilibrado, mostrando taninos suaves.

QUINTA DAS TECEDEIRAS RESERVA, 2005 Profundo, com aromas a frutos pretos, bagas silvestres e algum fumado. Encorpado na boca, mostra taninos maduros e aromas de chocolate preto. Um final muito longo, que conjuga poder e elegância.


manuel boullosa e(hi)stórias

PERSONALIDADE

Manuel Boullosa, o senhor Sonap por excelência MANUEL BOULLOSA foi, por excelência, uma figura incontornável da Sonap. Nasceu em Lisboa a 5 de Dezembro de 1905, iniciou os estudos na pequena aldeia de Caritel, na Província de Pontevedra, e regressou a Lisboa com nove anos de idade. Revelando desde cedo uma perseverança vincada, com cerca de 15 anos terminou o Curso Comercial na Escola Académica. Depois empregou-se como administrativo na Nova Sociedade Vinícola. Aos 18 anos foi-lhe diagnosticado o bacilo de Koch. Mas, insubmisso à doença, o jovem Boullosa ganhou força para lutar contra as adversidades e triunfar na vida. Foi comissionista da Shell e, mais tarde, da Cooperativa Portuguesa de Gasolina e Petróleo. Com apenas 28 anos, em 1933, fundou a Sonap. Manuel Boullosa, figura dotada de profunda consciência social e empresarial, fez triunfar a marca Sonap no mercado petrolífero nacional, à data ainda incipiente. A 6 de Abril de 2000 deixou-nos, mas continua presente na memória de muitos que com ele privaram!

MANUEL BOULLOSA, o fundador da Sonap

Figura dotada de profunda consciência social e empresarial, Manuel Boullosa fundou a Sonap com apenas 28 anos, em 1933

MASCARENHAS FAUSTINO, 2004 “A Sonap era uma empresa com uma gestão moderna, com objectivos de maximizar o seu lucro. Era uma empresa nova e foi criada por um homem que, mesmo não tendo grande formação académica, tinha uma sensibilidade e visão para o negócio absolutamente invulgares e instintivas – o Sr. Manuel Boullosa. Apercebeu-se nitidamente que uma empresa com aquela dimensão tinha que vingar pela qualidade e pela diferença. Hoje em dia fala-se em diferenciação, mas isso já ele tinha idealizado naquela altura.”

A HISTÓRIA DA SONAP A origem da Sonap situa-se seis anos antes da sua fundação, ou seja, em 1927, quando Manuel Boullosa ainda distribuía petróleo como comissionista da Shell, a partir de um armazém na Rua da Barroca cedido por um compatriota seu, Manuel Orge Cal. Especializa-se na distribuição a retalho de combustíveis líquidos e, mais tarde, de GPL. O crescimento e consolidação da Sonap no mercado tem continuidade até 1938, altura em que a sua rede de agentes cobre quase todo o País. Em Fevereiro de 1939, a Sonap assina um acordo com a Sacor para a construção de uma refinaria em Cabo Ruivo, dada a necessidade de criar novas instalações para responder ao crescente desenvolvimento da empresa. Avessa às contrariedades do negócio, a Sonap expande-se numa altura de escassez e racionamento e ultrapassa as fronteiras portuguesas. A 29 de Novembro de 1963 a Sonap celebra com a Sacor um contrato para utilização da refinaria para tratamento de ramas de petróleo. Estas duas empresas, a par da Cidla e da Petrosul, constituem a Petrogal em 1976, que passa a deter o exclusivo da refinação petrolífera nacional.

PUBLICIDADE DA “MARIA BOTIJA”, com a marca Sonapgás

Conheça mais pormenores desta história! Visite o Museu Virtual Vidas Galp em http://vidas.galpenergia.com

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TANGO de paixão

Cidade de tango, com raça e cheia de graça, de monumentos e grandes avenidas, cosmopolita e plena de glamour. Buenos Aires... texto de Miguel Satúrio Pires

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viagem buenos aires

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or aqui, a vida pulsa a céu aberto, sem cerimónias e BONS ARES, BOA VIDA de gestos largos, num constante abandono do corpo Apesar da crise económica que assolou o país em 2001, levando aos ritmos sensuais do tango e de toda uma cidade o sistema ao completo colapso, os argentinos, povo de raça, vão cheia de charme e de bons ares. Ou simplesmente a reerguendo a nação, tentando recuperar – se é que alguma vez o “profunda Buenos Aires”, como lhe chamava Jorge perdeu – o esplendor de outrora. Mesmo assim, a vida ainda é, Luís Borges, um dos muitos porta-estandartes da digamos, apetecível na capital argentina. Faz-se a festa entre um cultura porteña. salto às lojas de antiguidades do Barrio de San Telmo (tem uma feira Banhada pelo Rio de la Plata, fluindo para misturar-se no de antiguidades e velharias todos os domingos, das 10 às 17 horas, oceano – e com o Uruguai quase à vista dena Plaza Dorrego), e, por exemplo, ao primeiro A vida pulsa sarmada na margem contrária, nos dias em centro comercial do mundo totalmente dedique a visibilidade ajuda –, a eterna capital da cado à arquitectura, ao design e à decoração, a céu aberto, Argentina passeia-se em elegância. o Buenos Aires Design (Pueyrredón, 2501). sem cerimónias Também não se resiste a uma qualquer promee de gestos largos, VIVA A VIDA nade (galerias comerciais, algumas temáticas, numa cidade cheia Nos típicos Barrios de San Telmo, La Boca a ligar diferentes ruas pelo interior de prédios) ou Abasto, em Buenos Aires, o ambiente de ali para os lados de Santa Fé, avenida da moda de charme fiesta mantém-se bem vivo, num misto de por excelência – espaços de jovens e arriscadecadente e genuíno, charmoso até, sempre a parecer-nos que dos designers, sapatarias a granel, roupa para os gostos mais ou o tempo parou. Parou precisamente a meio daquele vinil meio menos exigentes, acessórios e floristas por todo o lado traçam-lhe riscado que faz saltar a voz de Carlos Gardel, filho venerado desta o dia-a-dia num frenesim imenso e imparável. metrópole que muitos chamam de “Paris da América Latina”, saído de uma qualquer janela de edifício rebuscado e paredes CAMINITOS DEL FUTURO comidas pelo tempo, ao melhor estilo de decadent chic que se vê Nem só da Evita, de Gardel, do Maradona, de grandes avenidas Buenos Aires fora. (como a 9 de Julio, a maior do mundo) e do turístico-colorido El 64

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RETRATOS DE BUENOS AIRES

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1 Plaza San Martín 2 Plaza de Las Naciones Unidas 3 Edifícios sumptuosos 4 Av. 9 de Julio 5 Congresso Nacional

4 Caminito vive Buenos Aires. Sempre na vanguarda da América Latina, a capital porteña renova-se a cada dia que passa. Tribos urbanas de todas as tendências invadem agora os enormes jardins públicos que pintam de verde enormes extensões da cidade, logo adiante, para os lados de Palermo Viejo ou Palermo Hollywood, restaurantes cheios de onda porta sim, porta sim, enquanto hotéis multiplicam-se em número e charme. Agitam a movida da noite e do dia, respectivamente, os bares de estilo apinhados de gente gira ao virar de cada esquina, aliados a novos espaços culturais (como o excelente MALBA - Museo d´Arte Latinoamericana de Buenos Aires) e de intervenção, de que se destaca o Konex (www.ciudadculturalkonex.org), cooperativa artística que ocupa uma antiga fábrica de azeites e a utiliza como palco das suas performances.

5 Puerto Madero, antiga zona portuária, serviu como pontapé de saída para a renovação e ganhou vida nova. Depois de Alan Faena ter aqui erguido o seu luxuoso e original Faena Hotel + Universe, outros vão seguindo-lhe os passos na inspiração contemporânea e vanguardista. Disso exemplo são o Hotel Madero (incluindo o concorrido Red Resto & Lounge) ou as Torres el Faro, os edifícios mais altos da cidade, gémeos no seu desenho e ligados entre si por uma ponte suspensa. Inaugurado em finais do século XIX, o antigo porto de Buenos Aires vê agora novos designs ocuparem-lhe o recorte, para já desenhado pela pedonal Puente de las Mujeres de Santiago Calatrava e mais umas quantas construções envidraçadas e de geometria futurista, na linha do projecto habitacional da autoria de Norman Foster recentemente inaugurado por aqui. Para já, diz-se, porque Buenos Aires não pára... DEZEMBRO 2008

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opinião joaquim borges gouveia

A energia e o desenvolvimento sustentável O professor da Universidade de Aveiro aborda a temática da energia e das questões ambientais A ENERGIA, mais do que nunca, tornou-se um bem económico decisivo no desenvolvimento económico e social, e por isso obriga os organismos internacionais, nacionais e locais a uma maior atenção às novas formas de negócio, à sua utilização eficiente e aos efeitos provocados pelas emissões de CO2. As questões energéticas estão intimamente relacionadas com as questões ambientais e, desde logo, obrigam a uma concertação ao nível político entre os responsáveis destas duas áreas temáticas. A primeira preocupação tem, contudo, de ser colocada na garantia de abastecimento da energia aos consumidores, sem que possa haver hipótese de ruptura, e para que isto não aconteça há um conjunto de medidas que têm de ser tomadas, das quais se destaca a questão do aprovisionamento de energia. Uma outra questão tem a ver com uma clara política de preços dos diferentes vectores energéticos e respectivas infra-estruturas de abastecimento, bem como a sua implementação no todo do território nacional. A competitividade

Joaquim Borges Gouveia DEGEI/UAveiro

“A primeira preocupação tem de ser colocada na garantia de abastecimento de energia aos consumidores”

das regiões, das cidades e das empresas é muito afectada pela sua capacidade de definir quais os produtos energéticos mais adequados para as suas necessidades, de acordo com as diferentes características dos consumidores. A penalização ambiental por efeito do CO2 poderá vir a ser bem maior no futuro, onde haja taxas ambientais significativas a pagar pela quantidade de CO2 indevidamente produzida. Estas linhas de orientação estratégicas foram redefinidas recentemente pela União Europeia onde é reforçada a importância da eficiência energética e das energias renováveis e a redução de emissões do CO2 em 20% até 2020. Esta nova orientação da política energética europeia, dando maior importância à gestão pela procura de energia e respectiva adequação ao tipo de consumo, só será possível pela sensibilização dos actores locais com o objectivo de tornar os consumos mais regrados, com menor impacto na emissão de CO2 e consequente impacto nas alterações climáticas.

CURRÍCULO • Joaquim Borges Gouveia é professor catedrático do Departamento de Economia, Gestão e Engenharia Industrial da Universidade de Aveiro desde 1 de Outubro de 2001. • Administrador não executivo do conselho de administração da Galp Energia SGPS, SA, desde Maio de 2008. • Responsável pelo Centro de Estudos em Competitividade Empresarial (CECE), do Departamento de Economia, Gestão e Engenharia Industrial (DEGEI), da Universidade de Aveiro desde 66

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Dezembro de 2006.

• Membro da direcção do mestrado em Sistemas Energéticos Sustentáveis desde Junho de 2007. • Director dos Cursos de Formação Avançada em Eficiência Energética e Energias Renováveis e em Gestão para Executivos desde Junho de 2007. • Direcção do Conselho Empresarial do Centro para a Inovação e Competitividade e para a Incubação e Empreendedorismo desde Maio de 2007.

• Presidente do conselho de

• Foi presidente do conselho

administração da Energia, Agência Municipal de Energia de Vila Nova de Gaia desde Junho de 1999. • Vogal do conselho de administração da Agência de Energia EDV Energia desde Setembro de 2006. • Presidente do conselho coordenador da Rede Nacional das Agências de Energia e Ambiente desde 2005. • Vogal do conselho de administração da ABAP/ BIOCANT desde Maio de 2006.

directivo do Departamento de Economia, Gestão e Engenharia Industrial da Universidade de Aveiro desde Junho de 2002 a Dezembro de 2006. • Foi vogal da comissão executiva da FCCN – Fundação para a Computação Científica Nacional desde Abril de 1997 a Fevereiro de 2008. • Foi vice-presidente do conselho de administração da AdI, Agência de Inovação de Dezembro de 2002 a Julho de 2005.




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