MELANCIA mag #15 novembro

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MELANCIA mag

Cultura Visual & Lifestyle # 15 | Novebro 2016 | melanciamag.com MELANCIA

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MELANCIA cultura visual e livestyle mag #15 / novembro 2016

idealizadoras Juliana Lima & Mafalda Jesus sp e

al ci nks tha

Sebastião Santana Susboom | tatuagem Bicicleta Sem Freio | ilustração/street art Beatriz Gosta | humor/música RAM | ilustração/street art Mônica Gomes | tatuagem LaBaq | música Rita Ravasco | ilustração Rodrigo Castro | i João Jesus | operador de câmara Ana Henriques | revisão Kelly Antunes Família | Amigos

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Capa e Contra Capa by: RAM

e-mail: melanciamag@gmail.com | www.melanciamag.com | facebook/melanciamag | instagram: @melanciamag


luzes, novembro

ação! :)

Aos poucos começaremos a ver as luzinhas, as decorações e os preparativos para o Natal e as festas de final de ano, em todos os cantos do mundo. Os mais prevenidos até já arriscam comprar presentes em antecipação. É verdade, as comemorações vão estar na ordem do dia, embora Dezembro ainda não tenha chegado. Ainda assim, em tom Outonal, com sabor a castanhas assadas e um friozinho “simpático” a fazer os gorros e o cachecóis saltarem dos armários, resolvemos entrar já no clima das celebrações, para deixar uma mensagem nesta apresentação da MELANCIA mag #15. “ Defina a sua máxima de vida e faça-a valer”. Nesta edição de Novembro, que vem recheada de artistas das mais diferentes áreas, apercebemo-nos da importância deste objetivo e da energia positiva que move todos os nossos entrevistados. É a verdade, o propósito, a essência dentro de cada um que nos dão forças para realizar e manter vivos projetos inspiradores. Seja na construção de um primeiro álbum que demora tanto tempo a acontecer, ou de um hobbie entre amigos que se transforma num ganha-pão. Talento, motivação, criatividade, aventuras, cores, riscos, crenças. Verdade. Acredita e segue. Tudo isto são formas de celebrarmos a vida! Agradecemos aos artistas que partilharam as suas experiências connosco e a vocês por escolherem as nossas fatias de MELANCIA como uma fonte de inspiração!





fotos por: SebastiĂŁo Santana mais trabalhos em: instagram.com/sebaztiao


índice BICICLETA SEM FREIO

10 SUSBOOM

MÔNICA GOMES

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PINGPONG

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BEATRIZ GOSTA

LABAQ

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RAM

RODRIGO CASTRO

70 RITA RAVASCO

TOMA NOTA

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ESTILO QUE ANDA POR AÍ

ESCOLHA DAS EDITORAS

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Tatuagem

Entrevista por: Mafalda Jesus Tatuagens por: Susboom

Com um estilo minimal-avangart, onde se destaca a sua técnica de linhas finas e aguarela, Susana Barros, mais conhecida como Susboom, é uma tatuadora residente no estúdio Minimal-Ink, no Porto. Descreve-se como uma pessoa calma, paciente e perfeccionista, o que contribui para os excelentes resultados e satisfação dos seus clientes, visto que o trabalho com linhas exige muito rigor. Começou por tatuar o pai e a partir daí nunca mais parou. Apostamos que vais ler este artigo e desejar ter uma destas na tua coleção.

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1) MELANCIA: Quem é a Susana? SUSBOOM: O nome artístico da Susana é Susboom. Ela é uma ilustradora de tatuagens, de sua técnica minimal -avangart, dominando a técnica de linhas e aguarela. A Susana começou esta aventura no mundo da tatuagem, quando em 2013 abriu sozinha o seu próprio estúdio em Lisboa, com o nome de SusboomTattoo&Illustration. Em 2015, ainda em Lisboa, fez uma parceria com o artista Vesna e os dois construíram o estúdio Minimal-Ink, que hoje está presente na cidade do Porto há 9 meses. 2) M: Como começou esta aventura no mundo da tatuagem? S: Esta aventura para mim começou como um hobbie e com a ajuda do meu mestre fui aperfeiçoando todas as técnicas da tatuagem. O meu mestre sempre deu valor á Arte na tatuagem, e foi para mim o começo da minha paixão por esta área. 3) M: De que forma é que o teu estilo artístico se relaciona com a tua personalidade? S: A Susboom tem um estilo avang-art minimalista de linhas finas. Este estilo normalmente exige alguma calma e paciência para conseguir fazer trabalhos com uma linha perfeita. A Susboom é também uma pessoa calma, paciente e perfeccionista, acho que as coisas se abraçam, e o resultado é sempre do agrado dos meus clientes. 4) M: Ainda te lembras da primeira tatuagem que fizeste? Como correu? S: A primeira tatuagem é algo que nunca se esquece, sendo que, a minha primeira cobaia foi o meu pai, que também estava a fazer a sua primeira Tattoo. Foi especial para mim pois foi um momento especial entre pai e filha e foi algo que eu nunca lhe pensei pedir. Acreditando nas minhas capacidades, foi o meu pai que se ofereceu para ser eu a fazer a sua primeira tattoo. A minha primeira tatuagem correu super bem e ficou muito bonita. Todo o processo foi feito em família com muitas risadas e no final uma bela tattoo, um pai orgulhoso e uma filha feliz.

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5) M: Quais são as maiores dificuldades desta profissão? S: As principais dificuldades na minha opinião é atingir a perfeição de tudo, seja na criatividade, na originalidade e principalmente atingir o aperfeiçoamento da técnica da tatuagem. É necessário muito estudo e dedicação para se ser um grande tatuador. 6) M: O que é essencial no teu dia-a-dia? S: Para mim o que é essencial no meu dia a dia, é que seja calmo e tranquilo e rodeado de bom ambiente entre mim e os meus clientes. Uso muito a música para me ajudar a criar a minha arte e para que eles fiquem o mais relaxados possíveis. Gosto de trabalhar em ambiente tranquilo. Por isso o meu estúdio ser privado. 7) M: Qual é o teu lema? S: Nunca desistir dos nossos sonhos e objectivos. Seguir em frente com as nossas ideias e realizando-as com um sorriso. Levar a vida a sorrir é sempre o ideal. 8) M: Que conselhos deixas a quem sonha ser tatuador? S: Que se for o que querem, não desistam. O segredo é saber se realmente querem esta arte para as suas vidas. Se quiserem, trabalhem para amanhã serem sempre melhores do que são hoje. Sejam responsáveis e honestos convosco e com os vossos clientes e não façam o que ainda não são capazes de tatuar. Não é uma profissão fácil, apreender a tatuar é bastante difícil, mas com amor e dedicação vocês são capazes de tudo. Força nada de desanimar... 9) M: Deixa uma mensagem à MELANCIA mag e aos seus leitores :) S: Quero agradecer a revista Melancia por esta oportunidade de estar nesta edição. É para mim um prazer enorme estar presente na vossa revista. Em relação aos leitores, podem conhecer um pouco melhor sobre o meu trabalho nas redes sociais. Quero vos dizer que os acredito muito que “o sonho faz o Homem...” espero que de alguma forma vos tenha inspirado e que sonhem muito e façam coisas fantásticas na vossa vida.

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Ilustração & Street art

Entrevista por: Juliana Lima Imagens:: Divulgação

Sai da freeente! Arte, design e rock ‘n’roll. Pode parecer um clichê mas esta é maneira mais simples, honesta e coerente de descrever esse duo de ilustradores goianos que dá pelo nome de “Bicicleta sem Freio”. Servindo como fonte de inspiração ou mesmo pesquisa para outros artistas que pretendem seguir um caminho parecido, BSF já foi um trio, um grupo de estudantes, e hoje segue comandada por Douglas de Castro e Renato Reno, dois artistas reconhecidos internacionalmente. Nesta entrevista, a dupla fala-nos sobre as suas referências e experiências neste percuso de sucesso. Acelera! Não percas esta oportunidade de conhecer mais sobre o mundo destes dois ilustradores que amam o que fazem!

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1) MELANCIA:Como definem “Bicicleta sem freio”? BICICLETA SEM FREIO: É difícil de responder essa pergunta, são dois “caras” que amam o que fazem e gostam de desenhar! 2) M: Falem-nos um pouco de vocês. BSF: Conhecemo-nos na universidade, estudando Artes Visuais, temos 32 anos e trabalhamos juntos há mais de dez anos. Douglas de Castro e Renato Reno. Ambos de famílias simples. 3) M: Como começou este projeto e quando sentiram que seria muito mais do que um passatempo criativo? BSF: Em 2004 fomos para um congresso de estudantes de Design, lá decidimos juntar-nos com alguns amigos de sala para aprender e trabalhar juntos. 4) M: Quais são as vossas inspirações e referências? BSF: Hoje com internet e as viagens fica complicado dizer. Mas gostamos muito de posters de espetáculos, Alfons Mucha, Rafael Grampá, Mateus Dutra, André Morbeck, Broken Fingaz, Yaia Giftm, Vhils e o Brasil. 5) M: Vocês são de Goiânia, Brasil, mas estão sempre a viajar e espalhar o vosso trabalho para todo o mundo. Já passaram por Portugal, onde fizeram um mural emblemático no Clube Naval de Lisboa, no Cais do Sodré. Fala-nos sobre essa experiência. BSF: Adoramos Portugal, país de muitas comidas e pessoas maravilhosas. Foi uma experiência muito agradável e transformadora, tivemos ajuda de muitas pessoas que se colocaram à disposição em troca de nada. Estamos-lhes muito gratos, o resultado foi fruto de muito esforço e colaboração.

6) M: Sabemos que nestas aventuras internacionais passaram por diversos eventos importantes do universo da arte como “Art Basel Miami”, de 2013, evento de street art que recebeu mais de 75 mil espectadores. Como começou esse processo e como é que se sentem com a internacionalização da vossa arte? BSF: No começo, a gente só queria viajar e conhecer outro país, recebemos o convite da JustKids para pintar, não tínhamos muita experiência. Ela acreditou em nós e fomos na loucura mesmo e sentimo-nos gratos e felizes pela proporção que está a tomar. 7) M: Como é o vosso processo criativo? Desde o momento da conceção até a execução. BSF: Desenhamos muito a mão e esboçamos a lápis, juntamos muito papel e usamos muito a mesa de luz. Depois da ideia pronta, finalizamos o desenho, num papel melhor, com pincel e nanquim e colorimos no computador. Mas o processo varia muito, cada mídia requer um meio. Pintamos também em tecido com tinta acrílica, às vezes. O processo é simples, o importante é conceber a ideia. 8) M: Deixem uma mensagem à MELANCIA mag e aos seus leitores ;) BSF: Tenham carinho e amor pelo que fazem, comprometam-se com uma produção sincera e diária. O trabalho é diário! Acreditem em vocês mesmos. Obrigado.

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1. Mural no Cais do Sodré, Clube Naval de Lisboa (Portugal). 2 e 3. Bananada 2015 – CCON foto por Ebert Calaça e Raphael Saboya 4. São Francisco – Hotel Des Arts 5. Mural Estarreja (Portugal) foto por Miguel Castr Oliveira 6. Ilustração JUSTKIDS. 7. POW! WOW! Hawaii 2016 8. Red, the brand new limited edition fine art screen print from Bicicleta Sem Freio 9. Mural Los Angeles, foto por www.kouryangelo.com. 10. Ilustração para @austromusic novo selo da Som Livre voltado à música eletrônica. 11. ORANGE SUNSHINE

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Humor, Vídeo e Música

Entrevista por: Juliana Lima Imagens: Divulgação

Beatriz Gosta, interpretada pela portuense Marta Bateria, é uma personagem de ficção que dá vida a um vídeo blogue super animado que dá muito o que falar. A boémia, o sexo, as relações humanas e o humor do quotidiano, abordados na primeira pessoa, são os temas centrais desta espécie de diário íntimo. Uma mulher de 30 anos, aventureira e dona do seu nariz, que conta histórias sem filtro, desafia tabus moralistas ou falsos pudores e que vai dando dicas úteis para causar sensação nesta vida mundana. Não perca esta entrevista #supertudo da Beatriz.

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1) MELANCIA: Quem é a Marta Bateira? BEATRIZ GOSTA: É difícil definir-me em meia dúzia de palavras. Sei lá, sou uma Mulher do Norte, de 34 anos, independente, que hoje se sente feliz e realizada com o que faz. Sou feminista, espontânea, carismática e desbocada, mas de forma consciente. Embora não pareça, sou insegura em tudo o que faço e bastante pessimista, vejo sempre o copo meio vazio, mas tenho tentando melhorar isso. 2) M: Sabemos que o projeto e a criação da Beatriz Gosta foi uma idealização tua com a tua amiga Ana Matos, aka Capicua (que entrevistamos na MELANCIA mag de Outubro). Agora, queremos saber de ti: Como tiveram a ideia e como tudo aconteceu? B: Eu era designer de Moda numa empresa têxtil em Paredes, acordava às 6h da manhã para ir trabalhar. Não desgostava do que fazia, mas sentia-me exausta, frustrada, aquilo não me estimulava nem realizava. A minha amiga Ana Fernandes (Capicua), farta de ouvir as minhas queixas e lamentos, depois de muitas conversas, virouse para mim e disse: “És uma óptima contadora de histórias, mega carismática, tens um jeitinho de falar muito próprio... e se gravássemos uns vídeos em formato vlog contigo a contar histórias do quotidiano e da vida boémia? Acho que o pessoal ia adorar!” Tentei gravar com uma amiga e editar sozinha, mas não resultou. Estava muito amador, expunha-me gratuitamente e não passava a mensagem que eu queria. A coisa só aconteceu quando os realizadores André Tentugal e o Vasco Mendes e o ilustrador Vítor Ferreira acreditaram e aceitaram trabalhar no projeto. 3) M: De onde veio o nome da personagem? B: Foi a Ana (Capicua) que criou o nome Beatriz Gosta, ela é genial e muito criativa! Naquela altura, ela tinha acabado de ler a biografia da atriz Beatriz Costa e achou que nós tínhamos

muita coisa em comum. Como ela, sou baixinha, de cabelo curto, falo gíria e calão, uso expressões brasileiras, não tenho papas na língua, e apesar de ser popularucha, os meus amigos são maioritariamente músicos, artistas e intelectuais. O “Gosta” tem a ver com a internet, as redes sociais, o pôr “like” no Facebook. 4) M: Entre “pau, pau, pau” e “Hello?” das várias histórias, como foi definir o estilo tão autêntico irreverente, feminista e um tanto desbocado da Beatriz? B: Foi muito simples e espontâneo. Eu facilmente absorvo e crio calão, é assim que eu me expresso, é a minha identidade. Para encarnar na Beatriz Gosta só tive de exagerar e extravasar ao máximo. Depois, já de mim, sou observadora e crítica, foco nos detalhes, e sou gráfica e sarcástica quando descrevo uma situação, acho que é isso enriquece as minhas histórias e as tornam tão reais. 5) M: As histórias da Beatriz são cheias de vida e realidade, com um toque de exagero e bom humor que só ela tem. Qual o teu processo de criação, inspirações e referências para cada conto? B: Os episódios são baseados em histórias reais, minhas, de amigos meus, ou de amigos de amigos meus, é por isso que o pessoal se identifica tanto. Depois há assuntos tabu, que eu acho importante abordar de uma forma leve e divertida. Eu verbalizo o que todos pensam, mas não têm coragem de admitir. Vivemos num país conservador, ainda há muito preconceito, desigualdade de género e isso sempre me incomodou. 6) M: Beatriz gosta transformou-se num fenómeno na internet portuguesa. Quando lançaste o projeto e começaste a publicar os vídeos, imaginaste toda a boa repercussão e este sucesso tão grandioso? B: Não. Quando começas a realizar um projeto, tu acreditas que aquilo vai dar certo, senão nem vale a pena fazeres. Durante MELANCIA 35


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o processo, o foco está em dar o melhor de ti. E também é importante que todos os envolvidos se divirtam com o que estão a fazer. Foi isso que aconteceu!

9) M: Sabemos que Marta tem outros heterónimos. Quais são outros? Fala-nos mais sobre este assunto. B: Eu acompanho e dobro a Capicua nos concertos, como Rapper sou a M7.Quando saio à noite e bebo uns copos transformo-me na Isabel. Ela é assanhada e a aventureira. Para quem não sabe, eu chamo-me Marta Isabel, daí o Isabel! Em 2008, fiz uma música chamada “À noite sou Isabel”, ouçam, vão perceber tudo!

7) M: As pessoas devem reconhecer-te na rua e chamar-te muitas vezes Beatriz Gosta. Certo? Tens alguma história engraçada sobre estas situações para contar-nos? Adoraríamos saber aquela que mais te marcou! B: Na noite de São João no Porto, veio um rapaz ter comigo aos berros: “Beatriz, tira uma selfie comigo, por favor! A dama que eu quero traçar é mega tua fã. Se eu lhe mostrar uma foto contigo, vou ganhar pontos e aposto que vou facturar direto!” Outra situação engraçada foi no festival “Milhões em Festa”, veio um rapaz ter comigo, já com uma moca descomunal, e disse: “não queres ir ali as casas de banho comigo? Preciso de mostrar te a minha pila, urgente! Estou preocupado com o tamanho dela. Depois de ver o teu vídeo “pilomancia” acho que ela é pequena ou média pequena. Preciso da tua opinião!” Credoooo, virei-me para ele e disse: “vamos ter que lamentar, mas ver uma pila aqui e agora, não vai ser possível. Se te fizer sentir melhor, manda foto para o meu e-mail, que eu dou-te o meu humilde parecer!” Os homens preocupam-se muito com o pirilau e acham que o prazer da mulher só passa pelo tamanho do mesmo. Estão tão enganados! 8) M: E do lado bem pessoal, teus gostos e teu estilo se confundem com o da Beatriz? Quais as principais semelhanças e diferenças. Fala-nos sobre a convivência da Marta com a personagem. B: Eu dei coisas da Marta à Beatriz Gosta, ambas são feministas, boémias, têm sentido de humor, são espontâneas e desbocadas. Mas a Marta não está sempre divertida e histérica. Às vezes sou tímida, insegura e bicho do mato, fecho-me e não me apetece falar nem estar com ninguém.

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10) M: Quais os próximos passos e projetos da Marta? Se puderes contar-nos, adoraríamos saber! B: No YouTube, vai sair em breve a terceira temporada de Beatriz Gosta, mais babados fortes, mais histórias. Vou continuar com a rubrica/consultório sentimental “lencinho de papel”, onde respondo a dúvidas e apoquentamentos dos meus queridos seguidores. Haverá novidades, estamos a pensar noutros formatos e rubricas, mas não quero adiantar muito. Por enquanto, todas as terças, às 23h, estou no programa “Esquadrão do Amor”, no canal Q, a trocar ideias com a Ana Markl, Carlão e Cláudio Ramos. Todas as sextas, às 9h20 da manhã, estou na rádio antena 3 com a rubrica #quemacreditavai. E mais ao menos até ao Natal, todas as quintas, as 22h45, estarei no programa “5 para a meia-noite” com a rubrica “Sentido da vida”, ao lado do Alvim e da Blaya. De resto, não sei, o futuro a Deus pertence! 11 ) M: Qual o teu lema? B: Procura conhecer-te, aceitar-te, ser uma pessoa melhor e sê feliz com o que tens! 12) M: Deixa uma mensagem à MELANCIA mag e aos seus leitores :) B: Sê feliz e deixa os outros serem!


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10 1. Locutora de Continuidade do canal RTP Memória. 2. 3. 4. e 5. Fotos de Marta Bateria nas redes sociais de Beatriz Gosta 4. “Hello!!” 6 e 7. identifier.. Foto por Nuno Sousa Dias 8. Beatriz e Capicua em Palco. SBSR 2016 Foto por Paulo Homem de Melo 9. “SBSR 2016 - Foto por Lais Pereira 10. M7 em palco.

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Ilustração & Street art

Entrevista por: Mafalda Jesus Ilustrações por: RAM

Começou a atuar ilegalmente nas ruas em 97 e a partir daí foi sempre a abrir. Miguel Caeiro, mais conhecido como RAM, é um artista contemporâneo muito à frente, como ele diz ,“um viajante do tempo com a máquina avariada, preso no hoje”. Com um percurso e um portfólio recheado, conduziu sempre o seu trabalho por caminhos experimentais, criando uma linguagem singular e muito própria no mundo da intervenção urbana. As explosões dinâmicas e psicadélicas de cor e energia, criam obras que nos hipnotizam e não nos deixam indiferentes. A capa desta edição, da sua autoria, é a prova disso.

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“AS INFLUÊNCIAS SÃO MUITAS E VARIADAS, E POR ISSO TAMBÉM NÃO TENHO UM FORMATO CONSISTENTE DE CRIAÇÃO, APESAR DE TER UM ESTILO QUE ME DEFINE... ”

1) MELANCIA: Quem é o Miguel? RAM: O Miguel é muita coisa... acima de tudo, é alguém que tem um grande respeito pelo ser humano e pelo nosso planeta azul... É alguém que se questiona sobre a evolução humana e do cosmos... De certa forma, um viajante do tempo com a máquina avariada, preso no hoje... É alguém que aproveita o curto espaço de tempo de vida, para de certa forma comunicar tudo o que experiência através do graffiti no espaço urbano. É um humano que olha para cima e se questiona sobre diversos assuntos. Acho mais fácil falar do RAM... 2) M: Porquê “RAM”? R: RAM... No princípio era Ramsés, mas vindo eu de uma época em que o graffiti era ilegal, Ramsés tinha muitas letras para pintar e acabaria por demorar muito tempo, logo abreviei para RAM. RAM acabou por naturalmente fazer sentido, pois sendo eu rápido a pintar RAM significa R.apid A.erosol M.ovement. 3) M: Para quem não conhece, como descreverias o teu trabalho? R: Pós - Graffiti - Orgânico - Futurístico com pormenores visionários Rusticó/Psicadélicos. Free-Style SEMPRE. 4) M: Quais foram as maiores influências para o desenvolvimento da tua identidade artística? R: As influências são muitas e variadas, e por isso também não tenho um formato consistente de criação, apesar de ter um estilo que me define... Sempre andei num flow muito meu e fruto dos lugares e pessoas que tenho tido a oportunidade de conhecer. O mar e Sintra sem dúvida. Felizmente venho de uma época sem internet e sem influências exteriores e forçadas, tal como sinto nos artistas mais jovens dos dias de hoje.

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5) M: O teu portfólio está em constante crescimento. Consegues eleger um trabalho? R: Gosto que o meu melhor trabalho seja sempre o último que realizei e se tivesse que eleger “O” melhor, de certeza que escolheria um em que me tivesse divertido e arriscado bastante tecnicamente. Provavelmente uma colaboração com outro artista ou uma das aventuras com o Gonçalo “Mar”, meu companheiro nos ARMcollective. 6) M: O que é essencial no teu dia-a-dia? R: O riso e a alegria da Margarida, minha namorada, juntamente com a família e os amigos. Paredes para pintar e surfar. Acreditar que é sempre possível continuar a realizar os meus sonhos e ultrapassar todas as barreiras que o sistema vai preparando. Pulmões para continuar a pintar com Sprays. 7) M: Onde encontramos o Miguel quando não está a pintar? R: Em casa ou na Double Trouble (meu estúdio/galeria) ou num lugar longe de Portugal, com cultura, palmeiras, ondas perfeitas, de água quente e onde também acabarei por pintar. 8) M: Qual é o teu lema? R: ...Vontade e sonho de ser muitos... We ARM ON... 9) M: Deixa uma mensagem à MELANCIA mag e aos seus leitores :) R: Sumo de Melancia: 1. Tirar a casca da melancia e retirar com cuidado todas as grainhas | 2. Juntar uma colher de chá de Canela, gengibre e 8 folhas de poejo | 3. Juntar água e 3 cubos de gelo | 4. Varinha mágica até ficar liquido (juntar mais água até este ponto) | 5. Passar num espremedor e juntar uma folha de Hortelã | 6. Enjoy... | 7. Desliguem os telemóveis e tecnologias para melhor apreciarem tudo o que a mãe natureza fez questão de nos proporcionar.


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Tatuagem

mônica gomes Entrevista por: Mafalda Jesus Tatuagens por: Mônica Gomes

Mônica Gomes, nasceu em São Paulo, no Brasil, e começou a tatuar aos 16 anos. Uma artista e viajante do mundo, viveu 3 anos na Irlanda e decidiu mudar-se para Lisboa, depois de ter vindo cá passar a sua lua de mel. Neste momento entrega o seu talento à loja “Queen of Hearts” no Lx Factory, onde impressiona quem por lá passa, com trabalhos delicados, repletos de cor e energia.

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1) MELANCIA: Quem é a Mônica? MÔNICA: Brasileira, do interior de SP. Tenho 29 anos. Estudei arte a vida toda, em muitas vertentes. Mas nunca deixei a tatuagem de lado. 2) M: Quando soubeste que a tatuagem era o teu futuro? Como começou esta aventura? M: Eu demorei muito pra ver tatuagem como profissão que eu levaria pra vida, afinal comecei tatuar aos 16 anos. Na época eu vendia desenhos a tatuadores locais, e depois de um tempo o incentivo pra tatuar veio deles! 3) M: Na tua opinião, o que é essencial para ser um bom tatuador? M: Buscar melhorar sempre! Se preocupar com a saúde além da arte! Se atualizar com frequência! 4) M: Ainda te lembras da primeira tatuagem que fizeste? Como correu? M: A primeira foi bem sem planejar, quando um amigo quis que eu o tatuasse, durante uma conversa entre amigos e tatuadores! Foi uma andorinha colorido no braço, e tá do mesmo jeito até hoje! Foi divertido! Não demorou muito, eu já estava tatuando no studio em questão!

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5) M: Trocaste São Paulo por Lisboa, o que te levou a esta mudança? M: Na verdade eu estou na Europa há alguns anos! Viajei bastante e morei na Irlanda por três anos. Ja havia o plano de mudar de país, e quando viemos (eu e meu marido) para Lisboa de lua de mel, resolvemos que esse seria nosso próximo destino! 6) M: O que é essencial no teu dia-a-dia? M: Ter um tempo pra mim, um pouco de silêncio. Já que no trabalho é sempre movimentado e tudo mais... nada melhor que chegar em casa e ter um momento relaxante. 7) M: Qual é o teu lema? M: Lamentar não resolve problemas. 8) M: Onde encontramos a Mónica quando não está a tatuar? M: Aqui em Lisboa, eu estou tatuando no “queen of hearts LxFactory”. Temos outra loja no Bairro Alto, mas eu atendo na loja da Lxfactory, em Alcântara. 9) M: Deixa uma mensagem à MELANCIA mag e aos seus leitores :) M: Fiquei muito feliz pelo convite! É sempre bom ter um pouquinho mais de contato com pessoas dentro do país, já que estou aqui há pouco tempo. Ficaria muito feliz em recebê-los no Studio. Absorvam arte, absorvam conhecimento!


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“EU DEMOREI MUITO PRA VER TATUAGEM COMO A PROFISSÃO QUE EU LEVARIA PARA A VIDA, AFINAL COMECEI TATUAR AOS 16 ANOS.”

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Música

Entrevista por: Juliana Lima Imagens: Divulgação

Uma das multi-instrumentistas mais destacadas da nova vaga da música brasileira, LaBaq, apresenta o seu primeiro álbum, “Voa”, que nasce da experiência de anos nos principais circuitos da música independente dentro e fora do Brasil. Em Novembro, a sua tournée internacional passará por Portugal. Aproveitamos este momento de tantas conquistas e realizações para conversar com a artista que nos falou das suas expectativas e ansiedade.

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1) MELANCIA: Conta-nos de forma breve: “Quem é LaBaq?” LABAQ: Uma artista, brasileira, curiosa, amante de guitarras, de pessoas e com sede de aprender e ir adiante. 2) M: Quando descobriste o teu real gosto pela música? L: Nem consigo pensar num tempo em que oficializei esse gosto, foi muito natural, desde muito pequena estive muito conectada ao que dizia respeito à música. 3) M: Brasileira, alternativa, única, talentosa, solene, criativa. Tens características que encantam qualquer um. Entretanto, gostaríamos de saber de ti. Nas tuas palavras, no teu sentimento, consegues descrever-nos o teu estilo? L: Fico lisonjeada! Sempre digo que sofro para me classificar. Se fosse numa palavra só, seria impossível, mas, com carinho, digo que há algo de experimental, há algo de MPB [música popular brasileira] sim, mas distante daquele rótulo mais tradicional que estamos acostumados a ouvir. Em Espanha colocaram-me também no “indietronic” e gosto muito dessa palavra ... Circulo por aí também. 4) M: Qual é a mensagem principal da tua música e o que gostavas de transmitir às pessoas? L: Eu lembro-me de quando eu me apercebi de que as pessoas estavam a ouvir o que “saía de mim” e aquilo poderia mudar o dia de alguém e que tudo ia, então, para além do meu coração e das coisas que me afligiam e que naturalmente viravam música. Quando me dei conta disto, senti a responsabilidade que é ser criadora hoje, ser compositora. Eu quero falar de ser melhor, de enxergar muitos lados de uma mesma situação, de amor, de coração feliz, de coração partido, afinal, se quem me segue quer ouvir sobre isso, já me considero um ser feliz demais.

LaBaq por Javier Fuentes.

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5) M: E as tuas referências e inspirações, quais são? L: A ​ nnie Clark (St Vincent), Joni Mitchell, Jack Garratt, John Frusciante, Juana Molina, Thom Yorke e Radiohead, Nirvana, por aí. :) 6) M: Apesar de já teres um percurso musical com muitos feitos como cantora, compositora e instrumentista, agora estás a lançar o teu primeiro disco, com 11 músicas de autoria própria. O que podemos esperar de voa? L: O “Voa” foi feito com todo carinho do mundo. Muita dedicação de todas as partes envolvidas, tudo muito pensado e isso eu creio que se reflete logo ali, ao primeiro play, o que me deixa bastante feliz. Eu esperei tanto tempo pra fazer um primeiro disco, pois sentia que ainda não encontraria um caminho coeso pra seguir, sabe? Ontem eu ouvi de Maria Gadú que o disco está coerente e fiquei radiante de alegria, pois é mesmo isso, esse momento, essa coerência no escolher das faixas, das texturas que seguiríamos. 7) M: Do interior de São Paulo para o mundo. Vais lançar o teu primeiro disco em tournée internacional. Como te sentes com esta conquista? L: L​ isonjeada, feliz, honrada, saltitante, privilegiada, acima de tudo. Fico feliz em poder lograr estar aqui e mais ainda, por ver o disco ser bem recebido em países pelos quais tenho tanto carinho, como Portugal. 8) M: Somos uma revista luso-brasileira, por isso destacamos que entre os dias 6 e 18 de Novembro vais andar de Norte a Sul de Portugal. Como te preparaste e quais as tuas expectativas para estes concertos? L: Sabe que andam me escrevendo ansiosos com o concerto e


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“ O “VOA” FOI FEITO COM TODO CARINHO DO MUNDO. MUITA DEDICAÇÃO DE TODAS AS PARTES ENVOLVIDAS, TUDO MUITO PENSADO E ISSO EU CREIO QUE SE REFLETE LOGO ALI, AO PRIMEIRO PLAY, O QUE ME DEIXA BASTANTE FELIZ.” eu, óbvio, fico ansiosa de volta. É muito especial poder sair de tão longe e ser recebida com esse carinho e as pessoas que estão envolvidas em fazer esses espetáculos acontecerem são extremamente lindas, preparando tudo connosco com muito carinho. Espero poder corresponder às expectativas que estamos a gerar e estar em contato com quem me tem recebido de braços tão abertos. 9) M: Que noção é que um artista nunca deve perder? L: ​De que sozinhos não somos absolutamente nada, por mais auto-suficientes que às vezes tentemos ser. 10) M: Qual é o teu lema? L: Voa!​ 11) M: Deixa uma mensagem à MELANCIA mag e aos seus leitores :) L: Povo lindo, espero mesmo poder estar em contato com vocês nesses dias de Portugal, agradeço bastante as mensagens que me enviam e vou esperar abraços após os concertos (é uma intimação). :*

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@ana.rita.almeida


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@sof_iaisabel


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Ilustração

Rita Ravasco Entrevista por: Mafalda Jesus Ilustrações por: Rita Ravasco

Estivemos à conversa com Rita Ravasco, uma talentosa artista alentejana, que nos falou sobre o seu percurso no mundo da arte e sobre os seus processos de criação. Actualmente vive em Lisboa e colabora com vária entidades como a Sábado, o Gps, Soregra Editores, Book a Street Artist, entre outros… Estudou Artes Plásticas e para o desenvolvimento do seu trabalho utiliza diversas técnicas, começando na ilustração, passando pela fotografia, pintura e vídeo. Acredita que a sua capacidade de lidar com a pressão, o rigor e a exigência que tem consigo mesma, são o segredo para os bons resultados. Perde-te no mundo criativo da Rita :)

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1) MELANCIA: Quem é a Rita? RITA: O meu nome é Rita Ravasco, nasci em 1989, sou natural de Mourão, uma bela vila no Alentejo onde vivi até aos 14 anos. Segui a área de artes na Escola Secundária Santa Maria em Sintra, ao terminar o ensino secundário ingressei em Artes Plásticas - Pintura e Intermédia no Instituto Politécnico de Tomar, que terminei em 2013. Atualmente vivo e trabalho em Lisboa, onde continuo a desenvolver os meus projetos na área das Artes. Em Abril/Maio de 2015, venci o primeiro lugar do concurso de Ilustração Contemporânea Portuguesa com o tema Passagens. Colaboro com a Sábado, GPS e Puz Color Zen, Jack&Kaos, Soregra Editores, Forbrain Snoezelen Room, Book a Street Artist, Melodraw, Morango Bar, entre outras... Acho que o meu trabalho é a minha carta de apresentação, penso que sou exigente comigo e com o que faço, mas para que aconteça esta exigência tenho que gostar mesmo do que estou a fazer, tem que haver algo que me cative, não vou desenhar um limão só porque sim, vou desenhar o limão porque vejo algo mais, não é apenas um limão. 2) M: O que te levou até ao mundo da arte? R: O que me levou a este universo foi descobrir que conseguia criar algo novo com base da realidade existente e no meu universo pessoal. Costumo sempre dizer que o que me despertou este interesse e vontade de ir mais longe, foi uma simples brincadeira na primária com plasticina. Nunca fui uma criança muito extrovertida, gostava de ficar no meu canto e nesse dia, quando todos brincávamos com plasticina, acabei por criar um dinossauro, ainda tenho presente na memória a cor e a forma, era amarelo fluorescente e graças aquela “brilhante” criação, todos queriam brincar comigo, acho que neste momento, aos 5 anos de idade tive o primeiro contato com o universo artístico, ainda que de forma inconsciente, encontrei ali o meu lugar no mundo. 3) M: Onde fazes a diferença? R: Cada artista constrói a sua expressão, a sua linguagem plástica, neste ponto de vista conseguimos encontrar diferenças deliciosas ao apreciarmos vários artistas. Pode haver linguagem com que nos identificamos mais ou menos, podemos ainda encontrar um artista que veneramos de tal modo que, tudo o que faça nos desperta interesse. No meu entender cada espetador que aprecia, reconhece a linguagem de cada artista, mesmo sem ter certeza que aquele determinado artista que fez aquela obra, ele consegue reconhecer o autor mesmo sem confirmação apenas por observação, consegue reconhecer sinais que liguem aquela obra a um artista. Acho que é isso que diferencia, agora, se o meu trabalho tem esta característica é uma pergunta que só um espetador atento pode responder.

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4) M: Destaca um trabalho teu e explica porquê. R: Uma missão complicada... Escolhi o Hério, um trabalho recente, no qual usei algumas técnicas pela primeira vez. Este trabalho surgiu por brincadeira, apenas para testar, uma mera curiosidade, aliás como quase todos os restantes personagens que tenho vindo a criar. Estes personagens estão ligados com o meu universo pessoal e artístico. Há um tempo atrás, depareime com algo que me chateava, conseguia desenhar e pintar sem dificuldade alguma, mas nunca me tinha confrontado a mim mesma com a criação de algo novo, algo que não tivesse referência em algo existente, criar de raiz, não fazer uma interpretação do que já existia, usar apenas o meu universo e as minha capacidades técnicas, algo que me levasse a sonhar. Desde pequena que sou doida por todo o tipo de colecionismo (principalmente brinquedos, o colecionismo é um elemento presente no meu trabalho). A criação destas personagens surge também em resposta a esta necessidade de colecionismo, crio estas personagens ainda que sem propósito concreto, elas não existem porque um cliente pediu, elas existem para me confortar, é como se estivesse a criar um exército de personagens fictícias, que tencionam aumentar e um dia dar-

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lhe uma nova forma, passar estas personagens para esculturas pormenorizadas, é algo que tenho vindo a trabalhar e que tenciono evoluir. 5) M: O que te inspira? R: O meu trabalho não segue uma linha única, os temas são diversos dependendo da intenção, uso sempre como referência fotografias tiradas por mim ou na maioria das vezes imagens retiradas da internet. Gosto de unir o real com o imaginário e por sua vez com o meu universo artístico e pessoal. O tema animais é algo sobre o qual gosto de trabalhar, pegar em imagens banais de animais que nos transmitem sempre algo de cómico, meigo, carinhoso e mostrar essa mesma imagem mas com outra mensagem. Oos animais parecem com olhares tristes, por vezes cegos, olhos em espiral.... Ainda que os trabalhos aparentem cores alegres e vivas, a sua mensagem não é de alegria... A esta expressão também é comum juntar corpo humano, metade humano metade animal, retirar a alegria e naturalidade inocente de uma animal, aplicando-lhe a sobriedade do homem, talvez por isso eles se tornem tristes. Tal como na utilização de imagens de animais, a utilização da figura humana também é com referência em fotografia. Nós


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“UM ARTISTA NÃO DEVE ESQUECER OS SEUS IDEAIS, NÃO DEVE AVANÇAR COM UM TRABALHO SE A IDEIA BASE FOR CONTRA AQUILO EM QUE ACREDITA SÓ PORQUE VAI SER BEM PAGO.”

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pessoas temos sempre a tendência de esconder algo com os olhos, tal como nos animais os olhos dizem muito sobre cada ser, em algumas das minhas ilustrações surge representações de figuras hu- manas mas de olhos vendados, há sempre um face oculta em cada um de nós. Tenho também um outro tipo de trabalho onde uso a figura humana, neste caso um projeto onde recorro à utilização de figuras públicas (imagens soltas da internet) e crio sobre as mesmas uma interpretação plástica, não alterando a ideia inicial de retratar um individuo, que no geral é reconhecido por todos, ainda que seja um simples e comum mortal, ganha outra dimensão por fazer parte do nosso senso comum. Um outro ponto relevante no meu trabalho é a expressão plástica que lhe é aplicada, como se o conjunto do trabalho fosse inacabado, apesar de ser um traço bastante expressivo resulta como uma linguagem inacabada, despreocupada e pouco trabalhada, como se tratasse de um registo de diário gráfico, onde vamos colec- tando imagens, desenhos, bilhetes e tudo um pouco, memórias e influências... Tenho também vários artistas que me inspiram, como Arthur Bispo do Rosário, Gabriel Orozco, Dulk, Etam Cru, Paul Neberra, Jim Mckenzie, Tim Burton, Michael Kutsche, entre tantos outros... 6) M: Que coisas são essenciais no teu dia-a-dia? R: A rotina, preciso que a rotina exista, preciso de silêncio, do meu silêncio acompanhado com música e os meus companheiros de trabalho Leonardo Tíbia, Belchior Maria e Gordon’s (cão e gatos, também eles surgem representados nos meus trabalhos). Preciso de estar naquele espaço, a fazer

aquelas coisas, se isto não acontecer pode ser grave e durante a semana não há a produção desejada, o que destabiliza bastante. 7) M: Na tua opinião, que noção é que um artista nunca deve perder? R: Um artista não deve esquecer os seus ideais, não deve avançar com um trabalho se a ideia base for contra aquilo em que acredita só porque vai ser bem pago. É verdade que nesta área é difícil poder fazer estas escolhas e que todos os “clientes” devem sair impressionados ao máximo, mas o artista não pode envolver o seu trabalho em algo que não acredita. 8) M: Onde encontramos a Rita quando não está a desenhar? R: É difícil não me encontrarem a desenhar... Mas há pelo menos duas horas por dia que trabalho também com crianças e aqui nem sempre estou a desenhar, apesar de também o fazer nessas duas horas. 9) M: Qual é o teu lema? R: Acredito que consegues tudo o que queres e que as dificuldades só existem se tu quiseres. Basta haver persistência, disciplina, empenho e principalmente acreditares naquilo que mais queres e com o tempo, sem tu dares conta, já aconteceu. 10) M: Deixa um recado à MELANCIA mag e aos seus leitores :) R: Quero agradecer à MELANCIA mag por este desafio e a todos os leitores este momento expositivo, que só acontence por existirem muitos curiosos por aí... MELANCIA 77


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Criatividade e Fotografia

Rodrigo de Castro Artigo por: Juliana Lima Fotogrqafias: Rodrigo de Dastro

Amigo pessoal de muitos anos, Rodrigo de Castro, mais conhecido pela turma da faculdade por Rogô, apresenta uma trajetória profissional adimirável. Publiciário, trabalhou em grandes de São Paulo, teve passagem por Lisboa e hoje está a viver e trabalhar em Nova Iorque. Nesta entrevista exclsuiva, Rodrigo falanos sobre o seu processo criativo e projetos pessoais, que vai muito além do copy de grandes campanhas publicitárias.

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“EU SEMPRE ME INTERESSEI POR TODO E QUALQUER FORMATO EM QUE SE POSSA EXPRESSAR E EXERCITAR CRIATIVIDADE. SEJA ATRAVÉS DA ESCRITA, DA MÚSICA, DA FOTOGRAFIA, DA PINTURA OU DO QUE QUER QUE SEJA.”

1) MELANCIA mag: Quem é a Rodrigo de Castro? RODRIGO DE CASTRO: Depois de uma busca rápida no Google descobri que é o Deputado Federal mais votado na história do estado de Minas Gerais. Mas também sou eu, criativo publicitário. Adepto do Corinthians, do signo caranguejo e nascido em São Paulo. 2) M: QComo percebeste o teu gosto pela área criativa? R: Foi algo muito natural. Desde muito novo que estive ligado à música, graças aos meus pais, e acho que isso ajudou-me a abrir os olhos - e os ouvidos - para o mundo das Artes. Através da música descobri o gosto por escrever; depois disso, tornarme redator foi um pulo. 3) M: Quando começaste, imaginavas que ias ter todo este sucesso? Fala-nos sobre o início da tua carreia. R: Ter sucesso é algo muito relativo, e poderiamos ficar horas aqui a discutir o que é ou não sucesso. Posso dizer que sempre tive certeza de que um dia estaria a trabalhar numa agência renomada em Nova Iorque. Não por arrogância, mas simplesmente por acreditar que, tendo as ferramentas necessárias, podemos tudo o que quisermos. E desde o começo da minha carreira, lá na agência Jr. da

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Universidade Metodista, eu sabia que queria fazer trabalhos relevantes e que tocassem as pessoas. Fico feliz de estar a conseguir fazer trabalhos dos quais eu me orgulho bastante. 4) M: De grandes agências em São Paulo, passaste por Lisboa e agora, conquistaste NYC. Conta-nos um pouquinho do teu percurso no mercado publicitário. R: O meu percurso no mercado publicitário mistura-se muito com meu percurso pessoal, já que muitas das agências em que trabalhei estão sediadas em países diferentes. Comecei tudo no Brasil em agências como J3P e Artéria, fazendo panfletos para empreendimentos imobiliários e anúncios B2B de remédios. Do Brasil fui para Londres, estudar Inglês. De Inglaterra, fui parar à Y&R Lisboa. De lá, mudei-me para Hamburgo, onde estudei dois anos na Miami Ad School Europe, passando por agências como Jung von Matt, Wieden + Kennedy SP e DDB NY. Depois dessa maratona, fui contratado na DDB de Nova Iorque, onde fiquei dois anos. Passei ainda um tempo na BBH NY, antes de voltar para o Brasil e trabalhar na J.Walter Thompson durante um ano. Atualmente, estou de volta à DDB NY. 5) M: E agora, com tantos prémios conquistados, e diretor criativo associado de uma das maiores agências globais, como te sentes? R: É muito gratificante, apesar de nunca parecer suficiente. A cada passo que damos, percebemos que o caminho continua a ser longo. Eu só espero que esse caminho um dia me leve a uma casa no campo, com um estúdio de música e um monte de árvores de fruto. :)

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6) M: Sabemos que apesar de seres copy, tens um grande gosto e interesse por imagens. É só explorarmos o teu feed no instagram. Fala-nos sobre este teu interesse com a fotografia. R: Eu sempre me interessei por todo e qualquer formato em que se possa expressar e exercitar criatividade. Seja através da escrita, da música, da fotografia, da pintura ou do que quer que seja. O meu pai sempre gostou muito de filmar e fotografar, acho que o meu gosto vem daí, mas foi de há alguns anos para cá que comecei a praticar com mais intensidade e a desenvolver projetos fotográficos. 7) M: Gostaríamos de destacar um dos teus projetos pessoais chamado “Pics and TSongs tips”, em que associas sempre uma fotografia autoral a uma música. Conta-nos como surgiu a ideia e o teu propósito. R: Para fazer um projeto pessoal nos tempos livres, é quase fundamental que seja relacionado com algo de que gostamos. Porque é algo que vai tomar o pouco tempo livre que nos sobra, então que seja algo que nos traz prazer. Fotografia e música sempre foram duas paixões minhas, então unir as duas num projeto é algo que me deixa muito satisfeito, já que posso exercitar fotografia e ainda é uma desculpa para pesquisar muitos músicos novos. 8) M: Dos teus projetos, entre profissionais ou pessoais, gostaríamos de saber o que mais te orgulhas. Consegues? :) Conta-nos qual é e porquê. R: Inevitavelmente é o “New Beginnings”. Acho que esse projeto sempre será o meu favorito. Parte disso é porque eu sei a dificuldade que foi para colocar dois bailarinos principais do New York City Ballet a fazer uma performance no topo do 1. 2. 3. 4. 5. 9. Rogodrigo De Freitas nas suas redes soaciais. 6. Pic Song:“Fight For your Right” Beastie Boys 7. Pic Song: “Happy Sunday” DJ Nori 8. Pic Song “TheCross” NAS. 10. Pic Song: “Cleaning Up The Street” Adrian Younge 11. Pic Song“Skycraper” Bad Religion 12. New Beginnings, NYC Ballet 13. Pic Song“Screens” Glass Oaks 86 MELANCIA

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World Trade Center, no dia 12 de Setembro. Outra parte é pelo desempenho em si. Assistir a Maria Kowroski e Ask la Cour, dançando uma coreografia de Christopher Wheeldon, para uma música de Arvo Part, no topo do World Trade Center 4, em construção, enquanto a cidade de Nova Iorque acordava para o dia 12 de Setembro de 2013, foi algo que eu jamais poderei esquecer. E mesmo que me esqueça, poderei sempre ir ao Youtube e recordar. 9) M: Que noção é que um artista não deve perder? R: O amor pela Arte. A honestidade. E a noção da responsabilidade de ter nas mãos uma arma poderosa que pode mudar a cabeça de outras pessoas. 10) M: Qual é o teu lema? R: Faça, execute, produza. Vale mais uma ideia ‘maisou-menos’ executada, do que uma genial guardada na gaveta. 11) M: Deixa uma mensagem à MELANCIA mag e aos seus leitores :) R: Obrigado pelo tempo, pelo espaço e pelo carinho. Continuem fazendo esse trabalho bacana que vocês fazem. E quando visitarem Nova Iorque, apareçam lá em casa para uma cerveja! 12

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#melanciamag @anitarrebita

@catmadeira685

@marijares @j.victoria.miranda

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@mararq


@sof_iaisabel

@anamax_1965

@pointeshots

@hedgare_estrela

@diana_olivetree

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CAMERAMaN JOAO JESUS

Português, operador de câmara, 33 anos. Casado com a Juliana Lima, o lado brasileiro desta nossa deliciosa dose de melancia mensal, João mudou-se com a Ju para o Brasil há meses atrás. Resolvemos fazer esta entrevista rápida, não só para falarmos das suas primeiras impressões da sua nova casa, mas também para saber sobre os seus 3 meses intensos num projeto em Aracaju, Sergipe. Vamos lá saber mais sobre as aventuras do João entre sudeste e nordeste do Brasil. 1) Quem é João Jesus? É um miúdo de 33 anos que adora fotografia, cinema, música e desporto, que tenta ganhar a vida com os seus hobbies. 2) Quando soubeste que a filmagem era o teu caminho profissional? Desde muito pequeno que o eternizar um momento à distância de um click me fascinava. Poder contar histórias pelo meu ponto de vista tornou-se um objectivo diário para a minha vida. 3) Há alguns anos estiveste no Brasil de passagem e apesar de só teres visitado o Rio de Janeiro sabemos que gostaste muito da viagem. Agora vives em São Paulo, apenas a 40 min de avião do Rio. Conta-nos as tuas impressões e as principais diferenças entre a cidade maravilhosa (RJ) e a cidade da garoa (SP). O Rio de Janeiro é tudo de bom, sinto-me como peixe na água na cidade maravilhosa, um dos meus objectivos a médio prazo é mudar-me para lá. São Paulo é uma cidade com uma oferta cultural fora do normal, há sempre algo para fazer e para nos enriquecer a mente, mas também é uma cidade onde de repente as 4 estações do ano aparecem num só dia e que para fazeres 15km de carro demoras 2 horas.

com isso. Tanto estava a filmar num bairro de luxo, como 30 minutos depois tinha que ir filmar para um bairro onde vês cavalos a morrer à fome na rua e pessoas sem perspectiva de futuro e com condições de vida que ninguém merece. Por outro lado, a alegria de viver dos aracajuanos e o modo como me receberam, não tem igual. É uma cidade que vai deixar muitas saudades, por vários motivos. 6) Conta-nos alguma situação engraçada destes teus primeiros 5 meses a viver no Brasil. Há várias! Mas um exemplo foi em Aracaju, encontrei uma pastelaria portuguesa, decidi entrar e perguntar quem é que era português ali, de repente vem um senhor de 92 anos, que está no Brasil desde os seus 18, ficou tão feliz de conversar com um português, e só passado uma hora de conversa é que consegui sair de lá. O problema é que eu estava a meio de uma filmagem. 7) Quais as tuas expectativas para os próximos tempos? Tentar conhecer o máximo deste país lindo, assim como a América do Sul e toda a sua cultura. Além disso, poder continuar a fazer aquilo que eu mais gosto, filmar!

4) E a saudade da tua Lisboa, como está? Ainda dá para controlar, é óbvio que as saudades da família, dos amigos e da luz única que só encontras em Lisboa já pesa, mas com tanto por descobrir neste lado, tento não pensar nisso. 5) Foste à Aracaju como diretor de fotografia de um projeto com duração de 3 meses. Como foi a experiência de filmar todos os cantos desta cidade nordestina? Foi fantástico, uma abertura para uma realidade que eu desconhecia, longe do que eu estava à espera, tanto para o bem como para o mal, as diferenças sociais são muito acentuadas no Nordeste e para mim foi complicado lidar MELANCIA 91


Toma Nota PORTUGAL

MERC’ART No Time Out Market, vai nascer a primeira galeria de arte suspensa de Lisboa, composta por obras de 50 artistas nacionais, que podem ser consagrados, conhecidos, emergentes ou embrionários. A Merc’Arte é um mercado de arte temporário, criado com o objectivo de dinamizar, democratizar e partilhar a ilustração e a arte urbana. A primeira exposição vai acontecer dia 17 de Novembro e prolongar-se até dia 18 de Dezembro, onde os visitantes poderão adquirir edições limitadas, assinadas pelos autores de 15 a 25 euros e originais a partir de 250 euros. Sabe mais em: facebook.com/mercart2016

FLAT

Para quem (não) quer ficar em casa Um apartamento num primeiro andar em Santos é uma das mais recentes novidades no circuito das noites de Lisboa. A particularidade é que abre apenas aos sábados. Nos outros dias pode ser alugado para festas e eventos privados. Se queres reunir os amigos mas não tens um terraço com vista para o Tejo, fala com a Camila. É ela a responsável pelo Flat e não se trata de uma estreia. O Le Chat, nas Janelas Verdes, e O Bom, o Mau e o Vilão, na Rua do Alecrim, têm a mesma assinatura. Dois casos de sucesso a caminho de três. Sabe mais em: www.oflat.pt

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Toma Nota BRASIL

GALERIA NICOLI, EM SAO PAULO 2016 E NOVAS PERSPECTIVAS Completado o seu primeiro ano de existência, a Galeria Nicoli tem aprofundando seu projeto ini- cial e trazido novas possibilidades para o mercado da arte. Com novas representações, em 2016 recebeu em seu grupo de artistas a grafiteira Marina Zumi, com sua primeira exposiçaõ indivual de fine art, ENTREGA, em cartaz no espaço até 15 de novembro. Neste ano deu início a um novo projeto cultural/ educacional com parceria com a ETEC Guaracy Silveira, de Pinheiros, recebendo alunos de design de móveis para um circuito de palestras com o curador e os designers representados pela galeria, fomentando o desenvolvimento desses jovens e a difução de conhecimento. Sabe mais em: www.galerianicoli.com.br

EXPERIÊNCIA ALICE, EM SAO PAULO MOSTRA EXCLUSIVA E INTERATIVA Um dos personagens mais icônicos e atemporais da literatura, a Alice, do clássico Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll, apresenta pela primeira vez uma mostra exclusiva e interativa dedicada à sua história. De 6 de outubro a 30 de novembro, a exposição que foi projetada para ser vivenciada e não somente assistida, estará no Shopping JK Iguatemi, em São Paulo. Os mais de 150 anos de Alice são exibidos em 15 ambientes que misturam o clássico com experiências tecnológicas, prometendo encantar todas as gerações. Pioneira, a mostra foi idealizada e concebida no Brasil, onde é exposta pela primeira vez. A experiência, concebida em uma estrutura de 800m², começa com uma sala com ilustrações e livros inéditos de Alice, uma das personagens mais ilustradas do mundo. Sabe mais em: www.jkiguatemi.com.br MELANCIA 93


Das EDITORas

young spirit

LOOK FEMININO

CAMISOLA - ADIDAS | CALÇAS -TOPSHOP MALA - KATE SPADE NEW YORK TÉNIS - CONVERSE | CASACO - ZARA

escolha de:

Juliana Lima

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LOOK MASCULINO

LONGBOARD - SECTOR 9 | CALÇAS- LEVI’S CAMISA- OFFICINE GENERALE TÉNIS - VANS | GORRO - ACNE STUDIO

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black flower

LOOK FEMININO

CAMISOLA- ZARA | CALÇAS- PULL&BEAR RELÓGIO-PARFOIS | TÉNIS -ADIDAS FITA -BLANCO | MALA - ZARA

escolha de:

Mafalda Jesus

keep it simple LOOK MASCULINO

CASACO - SNEAKER FREAK T-SHIRT - ADIDAS | CALÇAS - ZARA TÉNIS - NEW BALANCE MELANCIA 95


anda POR AÍ KELLY ANTUNES IDADE: 22 anos PROFISSAO: Colaboradora na Loja Pimkie Este mês partilhamos o street style da Kelly, uma jovem com um estilo fresco e descontraído, que está sempre a par das novas tendências.

LOOK: Pimkie

O MEU HOBBIE É o convivo com os meus amigos O MEU ESTILO É gosto de adaptar o estilo às várias ocasiões , mas normalmente gosto de me sentir prática e descontraída mas com um toque fashion 96 MELANCIA


@dumussi


by: RAM

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