MELANCIA mag #13 setembro

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MELANCIA mag

Cultura Visual & Lifestyle # 13 | Setembro 2016 | melanciamag.com MELANCIA

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@fromsomeoneinlove


MELANCIA cultura visual e livestyle mag #13 / setembro 2016

idealizadoras Juliana Lima & Mafalda Jesus sp e

al ci nks tha :)

Jessi Michelli | pintura e fotografia Vesna | tatuagem Silvia Marcon | artes plásticas e street art Skran | street art e ilustração Natasha Cabral | fotografia Nina Pandolfo | ilustração e street art The french fries | blogue de lifestyle e moda Lu Alves | fotografia e colecionadora Ana Henriques | texto e revisão Carol Sacco Família | Amigos

Capa e Contra Capa by: EttaVee

e-mail: melanciamag@gmail.com | www.melanciamag.com | facebook/melanciamag | instagram: @melanciamag


primeiro de muitos :) “Ra-tim-bum” ou “uma salva de palmas”, tanto faz. A forma como vamos cantar os “Parabéns a Você!” não faz assim tanta diferença. Ou faz? Sentimos que o que é realmente importante é partilharmos toda a nossa alegria neste primeiro aniversário da nossa revista. Há um anos, não imaginávamos que hoje estaríamos aqui. 1 ano! Fechámos um ciclo. Sem dúvida, este primeiro ano de vida da nossa deliciosa MELANCIA mag representa um marco. De conquistas, de superação, de conhecimento, de novos amigos. Mas, além de tudo isso (que já vale mais do que ouro) representa a descoberta de nós mesmas. E um desejo recíproco e intrínseco da Juliana e da Mafalda, esta dupla de criativas, de querer sempre mais. Vamo-nos reinventando a cada edição, procuramos marcar a diferença, ser originais, dar a conhecer temas interessantes, pessoas únicas, causas notáveis, sempre com uma pitada de cor! Olhamos para trás e vemos tantas coisas maravilhosas que já construímos convosco nestes últimos 12 meses, em cada uma das talhadas frescas e sempre atuais da nossa MELANCIA. Já conquistámos mais de 3.300 amigos no Facebook e mais de 1.100 no Instagram. Organicamente, pretendemos continuar a crescer. Por isso, também olhamos para a frente e percebemos as imensas possibilidades que temos diante dos nossos olhos. Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para vos surpreender e realizar algumas das 1001 ideias que temos sempre em ebulição nas nossas cabeças. Seja como for, continuamos com a promessa de nos divertirmos sempre. Cada dia mais! Vem connosco, atreve-te! Fica a promessa: o segundo ano será ainda melhor!!! ;)



A VIAGEM DA TUA VIDA por: Joana Marques

Não vou dizer que não tens de pensar duas vezes, porque tens. Pensa duas vezes se queres fazer uma das viagens da tua vida, ou até mesmo a viagem da tua vida! Abre o espírito, tenta pôr de lado algumas esquisitices naturais, esquece os pequenos medos e receios e vai! Quando deres por ti vais estar do outro do lado mundo com uma mochila às costas, onde a tua principal preocupação deve ser absorver tudo ao máximo. Observa as pessoas, envolve-te nas paisagens e descobre tudo o que não conheces. Começámos pela azáfama de Hong Kong, seguindo para o deslumbre do Vietname! Desde o calor sufocante de Hanói, às paisagens de cortar a

respiração de Sa Pa e ainda aos saltos e mergulhos em Halong Bay. Fizemos o Vietname de uma ponta à outra! E claro que o caótico trânsito de Ho Chi Minh não passou despercebido. O nascer do sol nos templos de Angkor Wat no Camboja, marcou a primeira metade da nossa viagem. A Tailândia foi o destino seguinte! Passando da loucura da noite na Kao San Road em Bangkok, às maravilhosas ilhas de Koh Panghan e Koh Tao. E para terminar este mês incrível, nada como voltar ao sítio onde tudo começou, Hong Kong. A verdade é quanto mais conheces mais queres conhecer, e estes quatro fizeram com que fosse um mês inesquecível!




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ALEXA MEADE

10 SKRAN

ESCOLHA DAS EDITORAS

TOMA NOTA

86 PINGPONG

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SILVIA MARCON

40

50

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NASH DOES WORK

NINA PANDOLFO

THE FRENCH FRIES

VESNA

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ETTAVEE

índice

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94 ESTILO QUE ANDA POR AÍ


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Fotografia & Pintura

Entrevista por: Juliana Lima Imagens : Divulgação

A responsável pela deliciosa capa desta edição tão espeical é uma artista americana que vive em Paris. Jessi Michelli nspirou-nos com as suas cores e toda a sua positividade. Indetificamo-nos com a sua forma de reinventar a sua própria arte e as suas boas intenções de espalhar a sua alegria e inspiração por ai. Não perca esta entrevista exclsuiva e saboreia-te com estas fatias de frutas e pinceladas com tantas cores e tão boa energia :)

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1) MELANCIA MAG: Quem é a Jessi Michelle ? ETTAVEE: Bonjour e Olá ! Meu nome é Jessi, tenho 29 anos, sou diretora de arte, artista e amante de cor, uma americana a viver em Paris. Eu sou o dona da EttaVee, uma loja online especializada em criações coloridas para o lar e escritório, como: pinturas, cadernos e posters. As minhas criações são alimentadas pelo amor pelas cores e pela positividade, na esperança de que elas levem um pouco de felicidade para os outros! 2) M: Porquê EttaVee? Explica-nos este conceito. E: O nome EttaVee vem de meus avós, CharlesEtta e Janie Vee. EttaVee começou originalmente como uma loja de jóias onde eu reciclava peças antigas, transformando-as em novas criações! A primeira peça que eu criei foi feita a partir de colar partido da minha avó, daí o motivo de eu ter escolhido usar os nomes dos meus avós :) Eu gostei tanto do nome que decidi mantê-lo quando eu mudei de jóias para arte. 3) M: Como surgiu a tua paixão pela arte? E: Eu sempre fiz arte desde que me lembro. Quando eu tinha 3 anos, fiz um grande cartaz de giz em homenagem ao meu filme favorito “A Pequena Sereia” na minha pré-primária. Foi então que meus pais perceberam que eu tinha algumas sensibilidades artísticas. Eles, então, colocaramme em aulas de arte com um artista amigo deles. Quando eu cresci, eu tentei muitas formas de arte, tais como, fotografia, criação de jóias, música, cerâmica, pintura, desenho e design gráfico. Estudei publicidade na graduação, mas sentia que faltava alguma coisa. Mudei-me para São Francisco em 2009 e frequentei a escola de arte que abriu a minha mente para novas maneiras de me expressar criativamente! E, então tive a sorte de encontrar um emprego em publicidade como diretora de arte, em que muitos dos meus interesses criativos poderiam ser de usados. 4) M: És uma menina americana, mas vives em França. Conta-nos porquê. E: O meu marido é francês. Eu conheci-o quando viva em São Francisco, mas mudámo-nos para Paris há cerca de três anos. Ele é chef de pastelaria e queria aperfeiçar as suas habilidades em Paris. Sempre quis viver no estrangeiro. É uma oportunidade gratificante, poder aprender a bela língua francesa e mergulhar na cultura. 5) M: Os teus de trabalhos artísticos são muito originais e criativos. Como começaste a fazer a tua arte com frutas reais e pintura brilhante? E: Quando comecei a fazer o material para EttaVee, as minhas primeiras peças eram ilustrações coloridas de frutas; como um abacaxi colorido nas cores do arco-íris, um limão roxo e amarelo e um morango verde. Há alguns meses, eu estava à procura de novas ideias para um projeto de estudo de cor e deparei-me com estas ilustrações das frutas e perguntei-me como seriam se fossem reais! Fui direto para o supermercado e comprei um abacaxi, um kiwi, uma banana, uvas e uma romã e não parei 12 MELANCIA


As fotografias são imagens de divulgação, do arquivo pessoal e das redes sociais da artista.

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frutas desde então! Nós certificamo-nos sempre de que não vamos desperdiçar nenhuma fruta depois de fotografá-la. 6) M: Tens uma arte favorita? Aquela de que te orgulhas mais. Conta-nos qual e porquê? E: Hmmm esta é uma pergunta difícil! Eu acho que neste momento seria a minha série de frutas pintadas. Representam uma mudança no meu trabalho, em que percebi ser capaz de combinar o estilo gráfico da minha direção arte com o meu lado artístico da arte e com a minha alegria de brincar com as cores. 7) M: Conta-nos as tuas inspirações. E: Eu sou uma pessoa muito visual, que é inspirada por cores fortes e combinações de cores energéticas. Coisas que me inspiram: - exteriores das casas coloridas - jazz - as pessoas vibrantes - novos lugares - paletas de cores do mar, da natureza - plantas e selva - comida criativa e colorida. 8) M: Qual é o teu propósito de vida? E: O meu objetivo é viver uma vida de que me sinta orgulhosa, uma vida em que eu seja fiel a quem eu sou. Além disso, espero trazer felicidade aos outros com as cores brilhantes e a energia feliz da minha arte. Se ela pode simplesmente trazer um sorriso ao rosto de alguém ou inspirar outros para criar, então eu estarei mais do de feliz!

9) M: E o teu maior sonho? E: O meu maior sonho mudou ao longo do tempo. Eu costumava dizer que eu queria viver noutro país, o que eu estou a fazer agora :) Então, eu diria que o meu próximo maior sonho seria colaborar com uma grande marca, como Anthropologie, West Elm, Target ou Urban Outfitters e criar uma linha com eles! 10) M: Tens planos para o segundo semestre de 2016 ou para o próximo ano? Exposições pessoais, viagens, projetos? E: Eu espero fazer uma viagem para Marrocos ou Portugal antes do fim do ano. Acho que vou encontrar muita inspiração criativa nestes lugares, como os seus azulejos elaborados! Estou animada em colaborar com uma marca de casacos chamada Atypique Atipico, que será lançada na Semana de Moda de Paris. Espero, também, expor na Surtex em Nova Iorque, na próxima Primavera. Estou pronta para levar a minha arte para o próximo nível!! 11) M: Deixe uma mensagem para MELANCIA mag e para todos os nossos leitores :) E: É importante experimentar coisas novas para manter-se inspirado. Isso poderia incluir ouvir música que normalmente não ouves, visitar lojas que normalmente não visitas, viajar para um novo local ou ir a pé para casa de uma maneira diferente. Deixa-te inspirar pelos teus arredores e mantém-te curioso. Torna-te disponível e permanece aberto, a inspiração vai encontrar-te!

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@anitarrebita


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Tatuagem & Ilustração

Entrevista por: Mafalda Jesus Tatuagens por: Vesna

Rui Esteves, conhecido por Vesna, é um artista que usa a tatuagem como meio de expressão. Afirma que gosta de desafios e que o que o deixa mais satisfeito é o sorriso dos seus clientes quando vêm o resultado final. Tatua apenas há 3 anos, mas rapidamente se conseguiu afirmar neste mundo e criar uma forte identidade, sendo fácil reconhecer um trabalho da sua autoria. Lê a entrevista e deslumbra-te com a criatividade e técnica deste artista.

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1) MELANCIA: Quem é o Rui? VESNA: Sou um artista profissional que usa a arte da tatuagem como meio de expressão. Procuro dar sempre o meu melhor a cada trabalho que faço e ser o mais criativo possível. Gosto de desafios e especialmente no que toca na interpretação visual das ideias e conceitos que os meus clientes me trazem para o desenvolvimento das suas tatuagens. Mas o que me deixa mais satisfeito é o sorriso dos meus clientes assim que vêm o trabalho finalizado. 2) M: Quando e como soubeste que a tua vocação era a tatuagem? V: Não soube, disseram-me! Comecei a tatuar há coisa de 3 anos por mero acaso, pois não fazia ideia que esta era a minha vocação. Nunca tinha pensado em ser tatuador e até andava um pouco perdido por outros caminhos fora das artes, mas uma pessoa muito especial chamou-me para a ajudar e para eu aprender a tatuar com ela. Disse-me que tinha muito jeito, pois conhecia bem o meu trabalho de desenho e ilustração. Foi então que decidi experimentar e adorei. Hoje em dia é uma grande paixão e não me vejo a fazer outra coisa. Não foi e não

é um trabalho fácil, pois é bastante exigente e técnicamente complexo mas acho que é essa exigência que o torna especial. 3) M: Qual foi a sensação de tatuar pela primeira vez? V: Foi horrível, termia por todos os lados. Embora tenha sido num bom amigo, o respeito que tenho por estar a trabalhar na pele de uma pessoa e por estar a colocar uma marca permanente foi algo que me assustava bastante. Hoje em dia já é bastante mais fácil, mas faço o meu trabalho sempre nunca perder esse respeito. 4) M: Já te tatuaste a ti próprio? V: Sim, claro. É praxe! 5) M: Qual é a parte do corpo que gostas mais de tatuar? E, na tua opinião, onde dói mais? V: Gosto muito de tatuar braços e pernas. A dor é relativa, depende muito de cada um. E na realidade é algo que se suporta, caso contrário as pessoas não faziam tatuagens. Claro que quanto mais complexa é a tatuagem mais dói, mas no fim da sessão o pessoal esquece a dor e muitas vezes fica logo a pensar na próxima que vai fazer.

“GOSTO DE DESAFIOS E ESPECIALMENTE NO QUE TOCA NA INTERPRETAÇÃO VISUAL DAS IDEIAS E CONCEITOS QUE OS MEUS CLIENTES ME TRAZEM PARA O DESENVOLVIMENTO DAS SUAS TATUAGENS. MAS O QUE ME DEIXA MAIS SATISFEITO É O SORRISO DOS MEUS CLIENTES ASSIM QUE VÊM O TRABALHO FINALIZADO.”

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“NÃO FAÇO TATTOOS TODOS OS DIAS, PREFIRO DAR ATENÇÃO À QUALIDADE E CRIATIVIDADE EM VEZ DA QUANTIDADE. COMO CRIO TUDO DE RAIZ PRECISO DE MAIS TEMPO.” 6) M: Normalmente, quantas tatuagens fazes por dia? Como organizas o teu dia? V: Não faço tattoos todos os dias, prefiro dar atenção à qualidade e criatividade em vez da quantidade. Como crio tudo de raiz preciso de mais tempo. Normalmente levo um dia mais ou menos para criar um ou dois desenhos e um dia para tatuar. Gosto de trabalhar com calma e tranquilamente. Quando não estou a tatuar ou a desenhar estou em reuniões com os clientes, mas não tenho um método específico pois tudo depende do que tenho de criar. 7) M: O que te inspira? V: Inicialmente inspirava-me muito em tatuadores que admiro, por uma questão de conseguir entender as técnicas que eles usam. Mas cada vez mais e desde sempre o que me inspira são as artes plásticas como a pintura, o desenho, a ilustração ou mesmo a gravura. Talvez seja porque o meu background artístico vem destas disciplinas. 8) M: Que coisas são essenciais no teu dia a dia? V: A calma, tranquilidade e o excelente ambiente que temos no nosso estúdio privado - Minimal Ink. O qual me permite sentir bem para poder trabalhar e que por outro lado também deixa os clientes bem mais relaxados na hora de serem tatuados. 9) M: Qual é o teu lema? V: Fazer e dar sempre o melhor de mim a cada coisa que faço.

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@braideamanda


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@joanarosac_illustration


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Artes Plásticas & Street Art

Silvia Marcon Entrevista por: Juliana Lima Imagens: Divulgação

Silvia Marcon é uma artista plástica do sul do Brasil, dona do projeto Mosáico Intervenção Urbana, marcado principalmente por suas várias re-leituras da famosa Monalisa, de Leonardo DaVinci. Nesta entrevista exclusiva, Silvia fala-nos sobre o seu gosto por arte, o seu processo criativo e a forma como ela trabalha a relação arte-público. Diverte-te!

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1) MELANCIA mag: Quem é a Sivia Marcon? SILVIA MARCON: Porto-alegrense, já transitou pelas Artes Plásticas e Arquitetura (UFRGS). Especializou-se na técnica de “smalti” em Milão e mosaico em mármore em Verona, o que proporciona no seu trabalho a mistura desses materiais com o mosaico cerâmico. Participa de murais coletivos no Brasil e exterior e de projetos que visam capacitar os jovens em comunidades de baixa renda de Porto Alegre. Tornou-se conhecida pelas intervenções em espaços públicos da cidade (street art, arte urbana, arte de rua, street mosaic) 2) M: Qual a tua formação? S: Sou publicitária (Famecos-PUCRS) 3) M: Quando percebeste o teu gosto por arte? S: Desde criança. Desde sempre amei e fiz arte. 4) M:E os teus projetos com mosaico e intervenção? Quando e como surgiram na tua vida? S: A partir de 2013 decidi largar meu trabalho formal para me dedicar integralmente a arte. Enfim, viver de arte. 5) M: As tuas interpretações com mosaico da famosa Monalisa é uma característica muito marcante nas tuas obras. Fala-nos sobre esta ideia e o teu processo criativo, de como escolhes e executas cada uma das versões. S: Instalar nas ruas (praças, locais públicos, estações de metrô, paradas de ônibus, etc) as releituras da famosa obra Monalisa é produzir uma nova forma de percepção do cenário urbano. A ideia dos mosaicos das Monas nas ruas é inverter a relação arte-público. Quanto a escolha de qual releitura vou fazer, vai do momento, ideias, inspirações.



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6) M: És de Porto Alegre, região Sul do Brasil. Entretanto vira e mexe viajas por ai. Conta-nos Apor onde já espalhastes a tua arte e como foi estas experiências fora da tua cidade natal.. S: No Brasil por enquanto nos estados de SP, RJ, PR, RS claro. E na Argentina e Colômbia. Adoro viajar e sempre que surge a possibilidade seja por algum edital ou convite de trabalho eu aceito. 7) M: Tens planos de levar o teu trabalho para outros cantos do mundo, como para Portugal ou até mesmo para a França, onde está a Monalisa original, de Leonardo da Vinci? S: Sim, tenho planos. 8) M: Na tua opinião, que noção é que um artista não deve perder? S: Que a arte existe para ser compartilhada e não elitizada. 9) M: Que coisas são essenciais no teu dia a dia? S: Café, sol, paz de espírito, fazer meu próprio horário. 10) M: Qual é o teu lema? S: O destino é uma questão de escolha 11) M: Deixa um recado à MELANCIA mag e aos nossos leitores :) S: Sigam seus sonhos com mais qualidade de vida e menos consumo.

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Ilustração e Streetart

SKRAN Entrevista por: Mafalda Jesus Trabalhos por: Ricardo Delaunay

Estivemos à conversa com Ricardo Delaunay, conhecido por Skran, um talentoso artista de rua proveniente de Almada. Antes de se entregar completamente à street art e ao grafitti, era gestor bancário, mas rapidamente percebeu que a vida de escritório não era para ele. Apresenta um estilo gráfico, em que a geometria é predominante e afirma que o movimento e a cor são essenciais no seu trabalho.

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1) MELANCIA: Quem é o Ricardo? SKRAN: Um “jovem” criativo, oriundo de Almada, que teve sempre um gosto pela arte e a inovação. Antes de dedicar-me totalmente ao graffiti, fui um gestor bancário no BES e percebi depois de alguns anos fechado num escritório, que estava sedento de pintar e decidi arriscar. 2) M: Porquê “skran”? S: Queria uma palavra que não tivesse significado, mas que tivesse impacto, que fosse diferente e que fosse fácil, juntei as letras que mais me agradam e dentro desta viagem cheguei à palavra “SKRAN”. 3) M: Como foi a tua primeira experiência com o graffiti? S: As minha primeiras experiências, eram junto com o meu irmão e um amigo (MINIMALANIMAL e DELEGA), às tantas da manhã nas ruas de Almada no ano de 2003. Quem me mostrou realmente a técnica do Stencil foram eles, fiquei fascinado pela simplicidade e pelas horas de convívio noite fora, a fazer os moldes para depois, espalhar pelas ruas, isto na altura era uma deliciosa aventura para nós que ainda éramos uns putos, tratava-se de pintura ilegal. 4) M: O que te inspira? S: Tudo o que for diferente, inovador, tenho um enorme gosto pela procura de artistas arrojados, que procuram novas técnicas, que arriscam na cor, no estilo e procuram sair da zona de conforto. 40 MELANCIA


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5) M: Como vês a situação da street art, neste momento, em Portugal? S: Esta mais que visto a enorme expansão que a Street Art tem tido em Portugal, seja na capital, seja nas aldeias, tem sido acolhida de uma forma tão positiva por parte de todos os Portugueses, hoje em dia quem não deseja ter a sua fachada do prédio pintada? Cada vez mais Portugal preenche uma panóplia de excelentes artistas com diferente técnicas e estilos, apesar de sermos um pais tão pequenino estamos cheio de de potencial. Apenas apesar do conceito do graffiti estar a ser “alterado” gostava de não deixar de ver e sentir o grafitti Ilegal, porque não podemos esquecer que esta é a verdadeira essência. 6) M: Como defines o teu estilo? S: Bem, penso que principalmente tratase de um estilo gráfico, por vezes gosto da ideia de movimento, o destaque de cor, dou principalmente foco ás expressões sobretudo do olhar.

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“CADA VEZ MAIS PORTUGAL PREENCHE UMA PANÓPLIA DE EXCELENTES ARTISTAS COM DIFERENTE TÉCNICAS E ESTILOS, APESAR DE SERMOS UM PAIS TÃO PEQUENINO ESTAMOS CHEIO DE DE POTENCIAL.”

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“O QUE É DEVERÁS IMPORTANTE PARA MIM É SERMOS LIVRES DE CRIAR E ACREDITARMOS NO NOSSO CUNHO E A NOSSA ARTE. CREIO QUE O AUGE MÁXIMO DENTRO DO GRAFFITI É O TRABALHO SER RECONHECIDO SEM SEQUER ESTAR ASSINADO...”

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7) M: Na tua opinião, que noção é que um artista nunca deve perder? S: Penso que enquanto artista nunca devemos perder a nossa identidade, é o fundamental. Não interessa se não somos os melhores a fazer realismo, se não traçamos de forma perfeita... O que é deverás importante para mim é sermos livres de criar e acreditarmos no nosso cunho e a nossa arte. Creio que o auge máximo dentro do graffiti é o trabalho ser reconhecido sem sequer estar assinado, é sinal que o teu estilo e o teu traço estão presentes, o que te tornará único. Outra noção fundamental é o respeito uns pelos outros artistas. 8) M: Que coisas são essenciais no teu dia a dia? S: É o meu livro de capa roxa, que me acompanha em todo lado a toda hora, onde

nos meus momentos vagos e de inspiração são descarregados para este meu sketchbook e também outra coisa muito essencial a minha câmara fotográfica, da qual registo varias imagens que me inspiram tenho uma enorme paixão pela fotografia, penso que são estas 2 “coisas” o essencial para o meu dia-a-dia. 9) M: Qual é o teu lema? S: Sempre bruto e sem medos, em frente é caminho. 10) M: Deixa uma mensagem à MELANCIA mag e aos seus leitores :) S: Obrigada MELANCIA mag pela entrevista, já ganharam mais um seguidor, continuem com o excelente trabalho, desejos de sucesso e mais artigos de street art.

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@hedgare_estrela


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@joanasmarinho


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Fotografia

Entrevista por: Mafalda Jesus Fotografias por: Natasha Cabral

De origens algarvias e apaixonada por animais, Natasha Cabral é uma fotógrafa de sucesso e uma mulher que teima em não crescer. Adora viver em Lisboa e acredita na igualdade de géneros, etnias e classes sociais. É formada em design, mas a fotografia acabou por roubar o seu coração. Para além de tudo isto, gosta de acreditar que os unicórnios existem. Diverte-te com esta entrevista cheia de humor e personalidade e deixa que as suas fotografias te façam viajar.

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“APESAR DE TER SIDO UM PROCESSO AUTO-DIDATA, SOU MUITO FELIZ POR HOJE PODER DIZER QUE VIVO DA FOTOGRAFIA E SOU UMA DAS PESSOAS SORTUDAS QUE FAZ AQUILO QUE GOSTA E AINDA CONHECE SÍTIOS E PESSOAS FANTÁSTICAS À CONTA DO TRABALHO. ”

1) MELANCIA: Quem é a Natasha? NATASHA: A Natasha é uma mulher que teima em não crescer, Nash para os amigos. Tenho um amor infinito por todos os animais, ainda que tenha pavor de aranhas, sou incapaz de as matar. Adoro viver em Lisboa, apesar de ser natural do Algarve. Sou feminista com muito orgulho, acredito na igualdade de direitos para todos os géneros, etnias e classes sociais. Adoro sapatilhas e já tenho uma boa coleção. Dou bastante importância ao meu estilo pessoal, gosto de deambular por lojas vintage em várias cidades e encontrar aquela peça de roupa que parece que foi feita para mim. Gosto de acreditar que os unicórnios existem. 2) M:Como é que a fotografia surgiu na tua vida? N: A fotografia surgiu na minha vida enquanto estava a tirar a minha licenciatura em Design. Comprei uma câmera para fotografar maquetes e outras coisas necessárias para o curso, e rapidamente passou de uma necessidade, para uma coisa que eu gostava realmente de fazer e quando dei por mim já estava a fotografar concertos e festas mais underground, e não parei até hoje. Apesar de ter sido um processo auto-didata, sou muito feliz por hoje poder dizer que vivo da fotografia e sou uma das pessoas sortudas que faz aquilo que gosta e ainda conhece sítios e pessoas fantásticas à conta do trabalho. 3) M:O que te dá mais prazer fotografar? N: Pessoas, gosto de captar aquele pedacinho de alma que se traduz numa expressão e que dura apenas um segundo, dá-me prazer fotografar artistas, músicos, principalmente porque este tipo de pessoas têm tendência a ter uma mentalidade mais aberta e um espírito mais livre, estando mais receptivos às minhas ideias e ao meu processo criativo. Também gosto de fotografar paisagens e posteriormente manipular a fotografia na edição, seja a nível cromático, de composição, ou o que eu achar que vai adicionar algo à imagem final para ir de encontro ao que tenciono transmitir. Ultimamente também me tem dado imenso prazer ‘brincar’ com a dupla exposição.

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4) M: Analógico ou digital? Porquê? N: Digital, apenas porque ainda não tive oportunidade de experimentar a fotografia analógica no seu inteiro. No entanto adoro o seu aspecto visual, tanto que muitas vezes edito as minhas fotos de forma a que se assemelhem ao que seria a sua versão analógica. 5) M: O que te inspira? N: O que me inspira é todo um universo de pessoas singulares e de culturas como a do hip hop em todas as suas vertentes, e como a cultura japonesa e todo o seu universo onírico. A moda no geral e alguns designers em particular, como por exemplo, o falecido Alexander McQueen, na literatura inspiramme escritores como o Haruki Murakami que me faz viajar e criar novos universos na minha cabeça, não esquecendo Fernando Pessoa e alguns dos seus heterónimos. No cinema inspiram-me realizadores como o Wes Anderson pela simetria e esquemas cromáticos presentes no seu trabalho, ou Sofia Copolla, que realizou um dos meus filmes preferidos de sempre, As Virgens Suicidas, pelo seu universo melancólico, atmosfera íntima e excelente fotografia. 6) M: Onde encontramos a Natasha quando não está a fotografar? N: Provavelmente em casa a editar fotos ou a partilhar a cabine com a Mafalda em FanfaNash. Fora isso, a viajar. Mas em quase todas as situações a câmera vem passear comigo, porque nunca se sabe quando ‘a foto’ vai aparecer diante dos meus olhos. 7) M: Que coisas são essenciais no teu dia a dia? N: Café, cigarros, óculos de sol e a minha câmera claro. 8) M: Qual é o teu lema? N: Na vida e na fotografia, quanto mais perto melhor. 9) M: Deixa uma mensagem à MELANCIA mag e aos seus leitores :) N: Caindo no risco de parecer cliché, aqui vai: façam sempre aquilo que realmente vos faz felizes, tenham sede de aprender e de conhecer coisas novas, e, lutem por aquilo em que acreditam, nunca esquecendo que a nossa liberdade acaba onde a do outro começa. :) 52 MELANCIA


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@sarajvieira


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Ilustração & Street Art

Entrevista por: Juliana Lima Imagens: Divulgação

Com traços suaves e de personalidade, ela consagrou-se como um dos nomes femininos mais fortes da arte contemporânea brasileira. Esta talentosa e doce artista, com obras espalhadas pelas ruas da cidade de São Paulo e em galerias pelo mundo, revela-nos nesta entrevista histórias sobre as suas referências e o seu percurso profissional. Inspira-te e vem connosco nesta viagem lúdica ao mundo da Nina, entre meninas de olhos grandes e expressivos, gatos e vagalumes.

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1) MELANCIA: Quem é a Nina Pandolfo? NINA: Uma mulher realizada profissionalmente, pois faz o que mais ama: pintar. Levar alegria, amor, um pouco de nostalgia, um pouco de leveza em tempo em que o mundo corre sem sair do lugar e acaba por perder pequenos detalhes da vida que nos fazem parar para sonhar. Uma mulher também realizada na vida pessoal, por ser quem sou. 2) M: Quando percebeste o teu gosto pela Arte? N: Sempre gostei muito de pintar e desenhar. Quando estava no 5º ano (mais ou menos com 11 anos), a minha professora de artes disse que meu trabalho se destacava muito dos outros alunos, e com isto comecei a perceber que realmente era diferente. Quando tinha 14 anos, decidi fazer o colegial técnico para já começar a ter contato com a profissão em que eu iria investir. Mas como uma adolescente fiz a inscrição para o vestibulinho (prova de seleção de alunos) para várias areas bem diferentes umas das outras, quando chegou o dia de ver o resultado, estava ansiosa e com medo, mas minha mãe disse para eu escolher a profissão em que eu colocasse amor, que eu amasse fazer, pois assim teria a satisfação pessoal e o reconhecimento dos outros, pois o amor é notável, é o diferencial, e que o dinheiro não é o mais importante e sim a felicidade. Foi então que me decidi pela arte. 3) M: Fala-nos sobre o teu início com projetos de street art e como foi fazer parte do grupo que levou o graffiti às galerias de arte e museus. N: Bem, na verdade comecei a pintar telas desde pequena. Aos 12 anos, experimentei fazer teatro de rua, foi então que passei a olhar para as ruas de uma forma diferente, como um palco, como um suporte para a arte, independente da linguagem. Isto ocorreu no final dos anos 80, começo dos 90. Comecei a reparar em alguns “desenhos” nas paredes, que, até então, para mim, eram pessoas que pintavam quadros como eu mas que

estavam a utilizar o espaço urbano para interagir diretamente com o público. Não tinha noção alguma do universo do Hip hop ou do graffiti e na época não tínhamos internet, revistas especializadas ou lojas do ramo. Foi então que iniciei a minha busca para conhecer a técnica e desenvolver o meu trabalho nas ruas de São Paulo. Como eu pintava telas antes de pintar na rua, para mim foi mais ou menos natural, normal, pois eram duas técnicas que eu já usava, duas linguagem que eu vivia diariamente. 4) M: Tens traços muito únicos, delicados e bastante femininos. Como caracterizas o teu trabalho?  N: É um pedaço de mim. Muitas vezes vejo uma expressão minha numa das minhas pinturas, um jeito de morder os lábios, ou um sonho que tive, enfim. Eu e meu trabalho somos iguais. Quem me conhece percebe a semelhança. Consegue ver que existe uma ligação. O meu trabalho é feito com todos os sentimentos bons, não consigo pintar ou criar se estou triste ou com problemas. E quando isto acontece, tento mudar os meus sentimentos para que isto não seja transferido para a pintura. 5) M: Observamos temas recorrentes nas tuas obras como a infância e a natureza. Fala-nos um pouco sobre as tuas referências e inspirações.  N: Creio que todas as mulherer têm um pouco da infância dentro delas. Ao mesmo tempo que somos empresárias, donas de casa, adultas... gostamos das coisas doces e meigas da infância, do lúdico, de perfumes, de cores... Acho que as mulheres têm isto mais do que os homens. Todas as minhas inspirações vêm da minha vida, de lugares em que passo, das pessoas ao meu redor, de sonhos, de coisas que vejo na rua, de histórias que outras mulheres contam. Gosto de ver mulheres fortes, guerreiras, que sorrirem ao verem um filhotinho de animal, ou que ficam com os olhos a brilhar perante uma linda caixinha de música com uma bailarina. MELANCIA 61


“MUITAS VEZES DOU POR MIM A VER AS PESSOAS AO MEU REDOR COMO PERSONAGENS. O MEU UNIVERSO MISTURASE MUITO COM A MINHA REALIDADE.” 6) M: As tuas ilustrações apresentam personagens. Fala-nos sobre o teu processo criativo, se tem referências de pessoas reais e como concilia com o universo lúdico bastante presente nas tuas obras. N: Muitas vezes dou por mim a ver as pessoas ao meu redor como personagens. O meu universo mistura-se muito com a minha realidade. Acho que as pessoas criativas são como grandes antenas que a cada momento recebem uma nova influência, uma nova inspiração, independentemente de estares a criar algo ou não. Vivo o que pinto e pinto o que vivo. 7) M: Destaca um projeto teu de que te orgulhes e justifica a tua escolha. N: Puxa, eu sinto orgulho de todos os projetos em que me envolvo. Se não for para me orgulhar, não tenho motivos para fazê-los. 8) M: Sendo uma das pioneiras da street art no Brasil, gostaríamos de saber como vês a atuação das mulheres no cenário de street art nos dias de hoje. N: Vejo que as mulheres têm-se posicionado em áreas que antes eram consideradas masculinas, e isto também aconteceu no graffiti. A quantidade de mulheres na street art tem aumentado assim como tem subido o número de mulheres como motoristas de camião, ou na política. Somos ainda a minoria, mas já aumentámos a quantidade. As mulheres estão a perder o medo, a assumir os seus gostos e preferências por determinadas profissões e a mostrar que têm tanta capacidade quanto os homens.

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9) M: Apesar de teres sido casada com um dos Gémeos [Gustavo e Otávio Pandolfo, pioneiros do graffiti no Brasil], construíste a tua carreira com o teu talento e estilo próprio. Entretanto, gostaríamos de saber como te sentes pelo facto de o Otávio ser um artista atuante no mesmo ramo do que o teu e ser uma referência  mundial?  N: Vivemos 21 anos juntos, mas hoje somos somente bons amigos. Tenho orgulho da pessoa e do profissional que ele é. 10) M: Já participou em diversos projetos e exposições internacionais, em países como Alemanha, Cuba, Escócia, Grécia, Tokyo, EUA e Grécia... quando começaste a graffitar as ruas de São Paulo em 1992, imaginaste todo este sucesso? Como te sentes em relação as tuas conquistas? N: Bem, quando decidi ser artista, nunca imaginei onde chegaria. E cada conquista, cada país, cada projeto que faço é um grande presente para mim. Sinto-me mais do que abençoada por Deus por ter conhecido todos estes lugares, por ter levado o meu trabalho a tanta gente, por pessoas importantes admirarem o que faço. Sinto-me muito, mas muito abençoada por Deus e honrada em saber que hoje, algumas escolas do Brasil, estudam o meu trabalho. Ainda é muito estranho também, mas vejo como uma benção de Deus tanto reconhecimento.

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SETEMBRO É UM MÊS ESPECIAL PARA MELANCIA MAG. E TAMBÉM PARA NINA. ENQUANTO COMEMORAMOS O NOSSO PRIMEIRO ANO DE VIDA, A BRASILEIRA ESTREIA A SUA SEGUNDA MOSTRA INDIVIDUAL EM LONDRES INTITULADA “BEYOND MENINAS”. NESTA EXPOSIÇÃO, A ARTISTA REPRESENTA MENINAS QUE, INDEPENDENTE DA CULTURA OU RAÇA, TRANSMITEM FORÇA E FEMINILIDADE SIMPLESMENTE POR SEREM MULHERES. APLAUSOS DE PÉ PARA NINA! PARA QUEM ESTIVER POR TERRAS DE SUA MAJESTADE, A NÃO PERDER: GALERIA LAZARIDES, A PARTIR DE 9 DE SETEMBRO. 11) M: Na tua opinião, que noção é que um artista não deve perder? N: Um artista nunca deve deixar o seu universo ser dominado por críticas. Nunca deve perder aquilo que um dia o motivou a ser artista. 12) M: Que coisas são essenciais no teu dia a dia? N: Estar com os meus animais e pintar. Não consigo ficar muito tempo sem pintar ou criar novas histórias.  13) M: Qual é o teu lema? N: Viver com amor, independente das circunstâncias. 14) M: Deixa uma mensagem à MELANCIA mag e aos seus leitores :) N: Se fossemos como as crianças, que não sentem medo de arriscar, de tentar, de olhar de outra forma, com certeza viveríamos com menos stress, menos depressão...

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@sof_iaisabel


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@wildflower_wildheart


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Moda & Lifestyle

Entrevista por: Mafalda Jesus Fotografias: diulgação

Carolina Correia dos Santos, nasceu em Coimbra e é formada em arquitectura. Actualmente vive no Porto e divide-se entre a sua carreira de arquitecta e o seu projecto “the french fries”, um blog de lifestyle onde faz a fusão entre a fotografia, a moda e a arquitectura. Encanta-te com o mundo colorido e cheio de estilo da Carolina :)

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1) MELANCIA: Quem é a Carolina? CAROLINA: Uma arquitecta formada na universidade do porto, que sentiu necessidade de criar o seu próprio caminho. 2) M: Como surgiu a ideia de criar este blogue? C: Foi muito orgânico, nada muito pensado. Surgiu numa altura em que partilhava muitas fotos no meu facebook e o blog surgiu como uma necessidade de ter o meu próprio espaço e uma necessidade de responder às crescentes perguntas sobre viagens e dicas dos meus amigos do facebook. 3) M: Porquê “the french fries”? C: Foi num lanche em familia. Falávamos de nomes e como eu sou louca por batatas fritas, o nome thefrenchfries ficou. 4) M: Como geres e organizas as publicações? C: Não tenho nenhuma regra, quero acreditar que sou muito organizada e que é por isso que consigo estar em vários lugares ao mesmo tempo. Mas para responder à pergunta, publico sempre o máximo que consigo. 5) M: O que te inspira? C: Tudo. Penso que é fácil encontrar beleza em todo o lado. É 72 MELANCIA

muito fácil encontrar inspiração em todos os lugares comuns. 6) M: A arquitectura continua a fazer parte da tua vida? C: Continua, e acredito que nunca vai deixar de fazer. 7) M: Que coisas são essenciais no teu dia a dia? C: Estou constantemente em contacto com os meus pais, irmã e namorado, por isso o meu telefone é mais que essencial. Na verdade, penso que seja o único objecto que não consigo mesmo dispensar nos meus dias. Tudo o resto , “as coisas” que me são essenciais, prendem-se àquilo que gosto e quero fazer nesse determinado momento. 8) M: Qual é o teu lema? C: Não tenho nenhum lema, mas acredito que somos mesmo do tamanho dos nossos sonhos, e acredito mesmo que não há limites quando queremos mesmo. 9) M: Deixa uma mensagem à MELANCIA mag e aos seus leitores :) C: Que vos continuem a seguir e a incentivar entrevistas como esta :)


“...O BLOG SURGIU COMO UMA NECESSIDADE DE TER O MEU PRÓPRIO ESPAÇO E UMA NECESSIDADE DE RESPONDER ÀS CRESCENTES PERGUNTAS SOBRE VIAGENS E DICAS DOS MEUS AMIGOS DO FACEBOOK.”

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@hedgare_estrela


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Pintura & Fotografia

alexa meade Artigo por: Ana Alexandra Henriques Pinturas por: Alexa Meade

E se, em vez de na tela tradicional, uma pintora optasse por pintar no corpo humano, criando um retrato “vivo”? É exactamente isto que a norte-americana Alexa Meade se propôs fazer, criar imagens em 2D com modelos em 3D. E, pelo que vais poder ver, foi uma aposta ganha!

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“O TEU CORPO É A MINHA TELA” Para vingar no mundo artístico, seja qual for a área escolhida, ser original e marcar a diferença são características fundamentais no caminho para o sucesso. Alexa Meade até poderia ser considerada uma pintora tradicional, se tivermos em conta as suas obras figurativas. Porém, em vez de na habitual tela, ela pinta directamente no corpo humano dos modelos que com ela trabalham, fazendo com que estes se “encaixem” nos cenários que escolhe como fundo, aparentando tratarse de um quadro em 2D. “Apercebi-me de que, pintando desta forma, conseguia que a profundidade se esbatesse, fazendo com que toda a cena, seres humanos e o resto, parecessem um quadro em duas dimensões”, refere, no seu site oficial [www.alexameade.com], a norteamericana, que está prestes a completar 30 anos. O resultado é surpreendente e confunde o cérebro de quem vê de uma forma “deliciosa” ou “assustadora”, afinal, nem todos estão preparados para um “quadro vivo” . E até mesmo quando Alexa se junta às suas criações,

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a ilusão e o efeito pretendidos mantêm-se. Ou seja, a pintora acaba por trabalhar exactamente com o oposto do clássico trompe d’oeil (“engana o olho), técnica artística que, com truques de perspectiva, cria uma ilusão ótica que faz com que formas 2D aparentem possuir três dimensões. Afinal, o pretendido é mesmo fazer com os seus “modelos vivos” pareçam figuras planas! E podes tirar as fotos que quiseres, dos mais variados ângulos, acredita, a imagem (que na realidade não tem nada de plano) vai parecer bidimensional, sem qualquer tipo de “truque” digital. COMO TUDO SE PROCESSA A primeira parte do trabalho prende-se com o cenário que servirá de fundo às suas obras. Para lhe dar vida, Alexa diz precisar de entre dois a cinco dias. De seguida, é necessário pintar as roupas que o modelo irá vestir, despendendo nesta tarefa uma a quatro horas. No dia em que está junto a si a pessoa que fará parte da sua criação, a pintora dá os retoques finais, tendo em conta o tom de pele do modelo e o cenário em si.


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“GOSTO DO EFEITO, DA INTENSIDADE DO OLHAR NO MEIO DA TINTA. ALÉM DE AGARRAR QUEM VÊ, FAZ COM QUE O QUADRO GANHE VIDA E CRIA UMA TENSÃO ENTRE O 2D E O 3D” Contudo, Meade não pinta totalmente as pessoas que trabalham consigo, há sempre um local onde o seu pincel não chega. “Muitas vezes, prefiro deixar os olhos como realmente são”, explica, acrescentando: “Gosto do efeito, da intensidade do olhar no meio da tinta. Além de agarrar quem vê, faz com que o quadro ganhe vida e cria uma tensão entre o 2D e o 3D”. DA CAMPANHA DE OBAMA PARA O MUNDO Nascida em Washington DC, EUA, a 3 de Setembro de 1986, Alexa Meade trabalhou como assessora de imprensa na campanha de Barak Obama, em 2008. Mas, foi apenas depois de se ter licenciado em Ciência Política, com distinção, no Vassar College, que decidiu que queria ser artista, mudando-se para Los Angeles, em 2013. Tendo como objetivo criar a ilusão de que o mundo é um quadro em 2D, a norte-americana cruza fronteiras, criando instalações artísticas e retratos encomendados, pintando pessoas que se tornam parte da paisagem urbana, como elementos de arte de rua “viva”. As fotografias do seu trabalho estão espalhadas por galerias e museus, um pouco por todo o mundo e a sua mestria é reconhecida, tendo trabalhado com marcas como MINI Cooper e Ralph Lauren, e em outros tantos projetos. FICA O AVISO! “Se eu quiser pintar o teu retrato, eu vou pintá-lo em ti, fisicamente falando. Isso também significa que provavelmente vais acabar com uma orelha cheia de tinta, porque eu preciso de pintar o teu ouvido no teu ouvido “, confessa, divertida, numa entrevista. Convém não esquecer: “O teu corpo é a minha tela!”


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colorindo :) LU ALVES

Lu Alves, 33 anos. Publicitária de formação, fotógrafa por vocação. Comprou os seus primeiros toy art em 2013, hoje perde de vista a quantidade total da coleção. Sempre acompánhamos de perto a coragem e a alegria desta brasileira, de São Paulo. Por isso resolvemos partilhar um pouco do olhar e do mundo encantado da Lu por aqui. Aproveita este Ping Pong especial e inspira-te. 1. Quem é Lu Alves? É uma boa pergunta! Ainda estou à procura de saber quem sou. 2. Quando é que soubeste que a fotografia era o teu caminho profissional? Acho que a fotografia despertou algo diferente em mim, que eu nunca havia sentido antes... Decidi seguir esse sentimento, e acho que tem dado certo. 3. Levas uma vida cheia de cores, sorrisos e leveza. Como achas que este perfil ajuda no teu trabalho? Trabalhar com aquilo de que a gente gosta de verdade às vezes nem parece trabalho. É uma troca. Tento sempre mostrar meu amor pelo meu trabalho, e isso acaba por resultar em algo mais leve. 4. Como percebeste o teu gosto e decidiste iniciar a tua coleção de TOY ART? A coleção começou com os toys do Beatles (AMO Beatles) em 2013, e desde então nunca mais parei, e a coleção cresce de dia para dia. 5. Fala-nos um pouco dos teus projetos pessoais (blogue e canal de vídeos) e, se tiver e puder partilhar o próximo, também gostaríamos de saber o que está por vir. Em relação a isso muitas mudanças estão por vir, pretendo reformular todo o blogue, e em consequência disso, o canal também. Imprimir um pouco mais da minha personalidade e do Lipe também. Mostrar um pouco das coisas que mais gostamos de fazer, sendo a principal delas viajar. Enfim, espero em breve estar com tudo novo :) 6) Quais as coisas essenciais no teu dia a dia? Coisas simples como um bom dia, uma chávena de chá, estar com quem amo... o resto a gente corre atrás, não é mesmo? Com muito trabalho, dedicação e amor.

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Toma Nota PORTUGAL

NÓMADA O novo restaurante do Saldanha, que combina sushi e cozinha contemporânea. Francisco Bessone e Mário Ribeiro, ex-chefs de um dos mais famosos restaurantes de sushi da margem sul: o Sushic, juntaram forças e abriram portas a um novo conceito. E como nem toda a gente gosta de sushi, este espaço possibilita juntar, no mesmo restaurante, um grupo de amigos com diferentes preferências gastronómicas. A ementa é de fazer crescer água na boca, começando no naco nómada, de vitela e massa folhada recheada, passando pelo prego de atum com escabeche e acabando nas deliciosas e frescas peças de sushi. Sabe mais em: www.nomadalisboa.com

NUTWOOD Nutwood, um conceito criado a pensar em amantes de gelados e de cães. “De cães?” perguntam vocês. Sim, porque nesta gelataria em Torres Vedras, para além de encontrar uma grande variedade de sabores naturais, feitos com fruta e produtos de grande qualidade, há também gelados para os nossos amigos de quatro patas. Existe também a preocupação em ter ofertas sem lactose, sem glúten e sem açúcar, para que qualquer um possa desfrutar do prazer de comer um gelado. Sabe mais em: facebook.com/NutwoodGeladaria

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Toma Nota BRASIL

FRIDA KAHLO GANHA EXPOSIÇAO DE FOTOS EM SAO PAULO A exposição “Frida Kahlo - Suas fotos/Olhares sobre o México”, que já passou por países como Alemanha, Estados Unidos e Nova Zelândia, entra em cartaz e~m S~ão Paulo a partir do dia 03 de Setembro no MIS (Museu de Imagem e Som) e fica até dia 20 de novembro. Muitas das fotos que integram a mostra foram clicadas pela própria artista. Outras, pelo seu grande amor, o pintor Diego Rivera. Algumas ainda são da autoria do próprio pai da pintora, um dos maiores incentivadores de sua carreira. Imagens colecionadas por Frida, presentes de amigos e grandes fotógrafos como Man Ray e Pierre Verger, também estão pelas paredes. São 241 imagens, cada uma, mostrando uma face desta tão renomada artista mexicana. A não pertder. MIS: Avenida Europa, 158. www.mis-sp.org.com

BRASIL RECEBE “PORTUGAL, PORTUGUESES” FOTOGRAFIAS, PINTURAS, ESCULTURAS E INSTALAÇÕES DE GRANDES DIMENSÕES O Museu Afro Brasil, instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, abre a exposição temporária “Portugal Portugueses Arte Contemporânea” no dia 08 de Setembro. Considerada a maior exposição de arte portuguesa contemporânea já realizada no Brasil, a mostra integra uma trilogia sobre a mais nova produção artística da África, de Portugal e do Brasil. Uma seleção de mais de 40 artistas, de profundos vínculos com o país lusitano, apresentará trabalhos que contemplam recortes artísticos diversos. A Exposição é gratuita e permanece em cartaz até o dia 08 deJjaneiro dae 2017. Saiba mais em: www.museuafrobrasil.org.br MELANCIA 87


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PARABÉNS! 1 ANO DE MELANCIA MAG BOLO E FOTOGRAFIA POR: GABRIEL CAMPINO

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#melanciamag @anitarrebita

@anamax_1965

@diana_olivetree @mararq

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@ sof_iaisabel


@braideamanda

@joanasmarinho

@_green_r @ritagandumalvarez

@hedgare_estrela

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Das EDITORas

girl night out

LOOK FEMININO

VESTIDO - GUCCI | SANDÁLIAS -TOP SHOP MALA - MOFE | ANEL - BAGUERA

escolha de:

Juliana Lima

basic hype

LOOK MASCULINO

CAMISA - LEVIS | CALÇAS- COLCCI T-SHIRT- NEW ERA | RELÓGIO- CASIO SAPATOS - LEVIS | CHAPÉU - NEW ERA

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flower vibe

LOOK FEMININO

CASACO- ADIDAS | TÉNIS - NEW BALANCE TOP E CALÇAS-TOP SHOP

escolha de:

gold blue

Mafalda Jesus

LOOK MASCULINO CAMISA - GLOBE CALÇAS - ELEMENT TÉNIS - PUMA RELÓGIO - NIXON

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anda POR AÍ CAROL SACCO

IDADE: 32 anos PROFISSAO: Publicitária Este mês partilhamos o street style de uma grande amiga. Era sábado e a Carol estava a passear pelo bairro de Pinheiros (São Paulo, Brasil) com o namorado. Estavam a procura de apartamentos para arrendar e depois pararam num restaurante gostosinho para almoçar :)

LOOK : Casaco: Zara Camisola: Cantão Calças: Siberian Ténis: Zara Óculos: Ray-Ban

O MEU HOBBIE É Adoro sair por ai pra fotografar! O MEU ESTILO É Acho que eu nao tenho um estilo definido (risos). Adoro misturar e brincar com roupas de estilos diferentes. E amo tudo que é confortável.

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@fromsomeoneinlove


by: EttaVee

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