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INÍCIO

Sumário

INTERNACIONAL Quatro portugueses nomeados para Melhor Artista nos Songlines Awards NOVOS DISCOS Fique a par dos lançamentos das próximas semanas

INTERNACIONAL Tony Carreira é Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras OS MELHORES DE 2015 Saiba quais foram os discos eleitos pelo público do Made in Portugal

REPORTAGEM Última reportagem de 2015 com The Legendary Tigerman na GZB NOTÍCIA Portugal é o país de destaque no Eurosonic 2017

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ENTREVISTA Ana Free regressa às suas origens na guitarra 2

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ENTREVISTA Ana Moura desvenda-nos um pouco mais do seu novo álbum

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INTERNACIONAL

António Zambujo, Gisela João, Mariza e Lura nomeados para Melhor Artista

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ntónio Zambujo está nomeado com o álbum ‘Rua da Emenda’ na categoria Melhor Artista (Best Artist). Na mesma categoria integra a lista a fadista Gisela João com o seu disco homónimo. Da lista faz ainda parte o disco ‘Mundo’ de Mariza, que já havia sido mencionado pela revista como um dos dez melhores do mundo. Lura, cantora nascida em Portugal e com ascendência cabo-verdiana integra também a lista para Melhor Artista (Best Artist) com o álbum ‘Herança’, que

tal como ‘Mundo’ da fadista Mariza também foi eleito como um dos dez melhores do mundo. As votações online decorrem até o dia 31 de janeiro, através do site da Songlines - www.songlines.co.uk/musicawards/ - e os quatro finalistas de cada uma das cinco categorias geográficas (África e Oriente Médio; Américas; Europa; Ásia e Pacífico Sul e Fusão) serão anunciados a 1 de abril e os vencedores galardoados a 6 de maio na edição de junho da revista. Refira-se que, os Songlines Music Awards foram lançados

Os Songlines Awards 2016 trata-se de prémios de uma prestigiada revista inglesa especializada em música.

As votações decorrem até o dia 31 de janeiro. Pode votar em: http:// www.songlines.co.uk/ music-awards/ 3

em 2008. Estes prémios visam celebrar e dar a conhecer os talentos musicais de todo o mundo, que estiveram em destaque na revista Songlines.

Os recentes álbuns de Mariza e Lura já haviam sido mencionados pela revista como dos 10 melhores discos do mundo.


NOVOS DISCOS

Novo disco de Aurea Chega às lojas em fevereiro

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oi na final do programa The Voice Portugal, no qual era mentora, que Aurea apresentou ao vivo o novo tema “I Didn’t Mean It”. O novo longaduração foi gravado e produzido por Cindy Blackman S a n t a n a (baterista com formação de jazz com vários discos a solo editados, conhecida pelo seu trabalho com Lenny Kravitz e também colaboradora habitual de grandes nomes como Joss Stone, G e o r g e Benson ou Santana) e

Jack Daley (músico de Lenny Kravitz durante 15 anos e um dos mais consagrados músicos de estúdio da actualidade; de entre os artistas com

quem colaborou destacam-se Joss Stone, Michael Jackson, Beyoncé, Jason Mraz, Iggy Pop, James Brown, Jay-Z, Mick Jagger, entre muitos outros) nos Studio X at the Palms (Las Vegas), onde já gravaram nomes como Lady Gaga, I m a g i n e Dragons, Mary J.Blige ou The Killers, entre muitos outos. O novo álbum, ainda sem nome definido, irá suceder ao platinado “Soul Notes”, lançado em Novembro de 2012.

“Passeio das Virtudes” chega dia 30 Novo disco dos Salto

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o próximo dia 30 de janeiro os Salto lançam o seu segundo álbum de originais com um concerto em Lisboa no Estúdio Time Out - Mercado da Ribeira. O concerto tem início às 22 horas e o bilhete custa 5 euros. “Passeio das Virtudes” foi gravado no Porto durante o 4

último verão. O álbum é composto por 12 temas e é o resultado dos primeiros dois anos dos Salto com 4 elementos - a Guilherme Tomé Ribeiro e Luís Montenegro juntaramse Filipe Louro (baixo) e Tito Romão (bateria).


SLOW Minta & The Brook Trout “Slow” é o novo álbum de Minta & The Brook Trout. São 11 canções que confirmam Minta & The Brook Trout como um dos mais estimulantes e sólidos projectos da nova música “made in Portugal” e prometem marcar este início de ano editorial. “I Can’t Handle The Summer” é o single de apresentação de “Slow” e já tem vídeo.

OUTRAS HISTÓRIAS Deolinda

O 4.º álbum dos Deolinda chama-se “Outras Histórias” e tem edição prevista para o dia 19 de fevereiro. O primeiro single dele retirado, “Corzinha de Verão” já está disponível em todas as plataformas digitais.

PRELUDE Darko

Darko assinalou o seu regresso em Dezembro de 2015 com o lançamento do EP “Prelude”. Destaque para a canção “Não me digas” que assinala o retorno de Zé Manel à escrita em português. Darko encontra-se atualmente a preparar o seu novo álbum a ser editado em Abril.

“No entanto, ela move-se” AMBAR apresentam disco de estreia

O

s AMBAR são uma banda de rock cantado em português. Com a premissa de que é na melodia e na harmonia que todos se entendem, os Lisboetas AMBAR editaram recentemente o seu álbum de estreia.

“Ser Fado” de Telmo Pires

Onze fados e um inédito de António Variações

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fadista, poeta e compositor Telmo Pires edita, em Fevereiro de 2016, o quinto álbum da carreira, “Ser Fado”. Este disco cristaliza, de forma madura e coerente, a sua ideia muito própria de fado. Um fado que nele, e em contracorrente com algum do fado que se cria agora, está cada vez mais próximo das origens, das raízes, da tradição. Um fado que vive essencialmente da voz, da guitarra portuguesa e da viola, que congrega alguns dos grandes clássicos do género – o Fado Vianinha de Francisco Viana, o Alfacinha de Jaime Santos, o Triplicado de José Marques ou o Versículo e o Bailado do enorme Alfredo Marceneiro, com letras originais de Telmo 5

Pires, Nuno Miguel Guedes e Daniel Lourenço – mas que também se abre, por vezes, a outros instrumentos e a fados não tradicionais compostos por Custódio Castelo, Davide Zaccaria ou o revolucionário Alain Oulman, que abriu novos e aventurosos caminhos a Amália e ao fado. Aqui, em “Ser Fado”, Telmo Pires canta dele “As Mãos que Trago” e “Mal Aventurado”. Destaques do álbum são também uma versão alternativa do clássico “Rosinha dos Limões” – o “Marujo Português”, de Linhares Barbosa e Artur Ribeiro – e um inédito absoluto com música e letra originais de António Variações, “Ao Passar por Braga Abaixo”.


NOVIDADES

Tournée “Futuro Eu” em Espanha David Fonseca atua em Barcelona e Madrid

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itra, o novo álbum dos Paus, foi gravado na residência e estúdio da banda, o HAUS. A banda tem a apresentação do disco ao vivo marcada para o dia do lançamento do disco, 12 de Fevereiro, no Cinema S. Jorge, em Lisboa. A primeira parte deste e de todos os espectáculos em Portugal fica a cargo de Cachupa Psicadélica. A digressão de “Mitra” começa em Lisboa e segue por vários pontos do país: 13 de Fevereiro em Coimbra (Teatro Gil Vicente); 19 de Fevereiro em Guimarães (Centro Cultural Vila Flor); 20 de Fevereiro em CasteloBranco(Cine-Teatro Avenida); 26 de Fevereiro em Ilhavo (Centro Cultural); 27 de Fevereiro em Faro (Teatro Municipal das Figuras) e a 5 de Março em Ovar (Escola de Artes e Oficios). Depois dos concertos em território nacional a banda portuguesa atua avança para uma série de datas internacionais que incluem Groningen, Utrecht, o festival Paaspop e o mítico Paradiso (Amesterdão), nos dias 23, 24, 25 e 26 de Março, respectivamente. A 27 de Março a banda atua na consagrada Ancienne Belgique (Bruxelas).

N

a “estrada” com “Futuro Eu” , David Fonseca anunciou recentemente a passagem da tournée por Espanha, para apresentações em Barcelona e Madrid, dando assim sequência à publicação no mercado local em Outubro passado do seu mais recente trabalho discográfico.

Assim, em Fevereiro, neste regresso a Espanha, David Fonseca apresentar-se-á em Barcelona na Music Hall, sala onde se tem apresentado regularmente; e, em Madrid, numa estreia, no Teatro Barceló. Os concertos decorrerão respectivamente a 18 e 19 de Fevereiro.

Gil do Carmo “A Uma Voz” No disco chega a 12 de Fevereiro

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ito anos depois, Gil do Carmo volta a focar-se na música a cem por cento, com um disco que é quase como uma impressão digital do seu autor. “A Uma Voz” tem as janelas abertas, uma vista desafogada sobre Lisboa e um claro olhar posto no mundo. Inteiramente escrito por si,

este é o quarto trabalho da carreira do cantor, ao lado de músicos que o ajudaram a encontrar um espaço próprio, como Yami, António Serrano, João Frade ou José Manuel Neto. “O Teu Cheiro a Café Torrado” é o single de apresentação.

“Heróis da Vida” é o novo tema dos Diabo na Cruz. Este tema inédito faz parte das sessões do último disco. O tema está disponível nas plataformas digitais.

“O Amor é Assim” é o novo tema dos HMB que conta com a participação da fadista Carminho. Este tema fará parte do novo álbum que o grupo se encontra a preparar. A banda Klepht está de regresso com um novo tema. “Manual de Uma Conquista” é o novo single, que se encontra disponível nas plataformas digitais.

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INTERNACIONAL

Tony Carreira é Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras

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ony Carreira recebeu no dia 15 de janeiro em Paris a medalha de Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras (Chevalier de l’Ordre des Arts et des Lettres), concedida pelo governo francês, através da Ministra da Cultura e da Comunicação. A medalha foi entregue ao cantor por Michel Drucker, apresentador francês, perante jornalistas franceses. “Já não se fazem artistas como tu, és tão gentil com um apresentador de televisão como com uma maquilhadora de bastidores”, referiu o apresentador. Através da sua página oficial de facebook, o cantor português referiu que esta é “uma homenagem que muito me sensibiliza e que quero partilhar com o meu público, sem o vosso apoio não estaria hoje a ser homenageado”. Apesar de feliz pela condecoração a cerimónia foi agridoce para o cantor português, que pretendia ser agraciado pelo Governo francês na Embaixada de Portugal, em Paris, mas o seu pedido foi recusado pelo Embaixador de Portugal. Esta situação gerou alguma polémica pelas redes sociais com inumeras críticas à decisão do embaixador português em Paris, José Filipe Moraes Cabral, de não permitir que o músico recebesse a medalha de

Cavaleiro da Ordem das Artes e Letras do governo francês na representação lusa em Paris. Apesar de ter ficado triste com a recusa Tony Carreira garantiu que “não mexe em

com o lançamento do último disco do cantor romântico, “Mon Fado”, em França. Um disco que revisita, na voz de Tony Carreira e com uma nova roupagem, grande êxitos

nada com o meu orgulho em como “Canção do Mar”, “Casa ser português”. Portuguesa”, “Aril au Portugal”, Esta homenagem coincide “Sodade”, entre outros temas. 7


ANA

MOURA entrevista

Tinha a preocupação de que este disco fosse diferente Depois do enorme sucesso do disco “Desfado”, que atingiu 5 platinas e é o disco mais vendido em Portugal nos últimos 10 anos, Ana Moura editou no final do ano passado o álbum “Moura”. O disco foi gravado em Los Angeles e produzido por Larry Klein, com quem a fadista já havia trabalhado no anterior disco. Este novo álbum traz, novamente, grandes nomes da música portuguesa como Carlos Tê, Samuel Úria, Jorge Cruz (Diabo na Cruz), Edu Mundo, Sara Tavares e Kalaf (Buraka Som Sistema). Há ainda palavras do escritor José Eduardo Agualusa, cuja música é composta pelo músico angolano Toty Sa’Med. O novo álbum de Ana Moura recebe também temas de músicos e autores que já haviam participado no “Desfado”, como Márcia Santos, Miguel Araújo, Pedro da Silva Martins que aqui se junta ao irmão Luís José Martins (Deolinda) e Pedro Abrunhosa. Integra ainda o disco, no reportório do fado tradicional – no qual Ana Moura faz questão de manter – Manuela de Freitas escreve sob o ‘Fado Cravo’ e Maria do Rosário Pedreira sob o ‘Fado Carlos da Maia’ (Sextilhas).



ENTREVISTA

Eu não tenho a pretensão de mudar o fado, apenas tento ser fiél ao meu percurso natural Numa altura em que tudo à nossa volta parece estar em constante desenvolvimento e inovação, a Ana Moura sentiu que a música, neste caso o fado, também precisava de ser mais desenvolvido? Daí a criação deste disco ‘Moura’? Eu acho que tudo na vida sofre uma evolução natural. Eu não tenho a pretensão de mudar o fado, apenas tento ser fiél ao meu percurso natural e a mim gravar um fado tradicional como já foi ‘n’ vezes gravado não me faz grande sentido. Eu prefiro gravar um fado tradicional e trazer o meu próprio cunho musical, em termos de arranjos. Mas não tenho como objetivo mudar o fado. Mas concordo que tudo na vida sofra uma evolução natural. O disco “Desfado” conquistou 5 platinas e é um dos discos mais vendidos nos últimos anos. O sucesso do anterior disco trouxe-lhe mais liberdade para puder continuar a arriscar na criação de discos diferentes do que habitualmente tinha feito? Sem dúvida! O “Desfado” foi um disco bastante arriscado e fezme conquistar uma liberdade em que mesmo que as pessoas não se identificassem, só a liberdade por ter gravado aquilo que eu queria já era muito importante para mim.

Mesmo assim o disco saiu vencedor. Foi cinco vezes platina é o disco mais vendido na última década em Portugal, e isso deu-me segurança para me sentir uma vez mais livre para continuar a fazer aquilo que eu realmente queria. Este disco “Moura” é um disco que repete a produção e alguns dos compositores do “Desfado”, mas ainda assim é um disco musicalmente diferente, onde eu uso alguns instrumentos que não foram usados no “Desfado” e onde eu arrisco muito mais musicalmente falando, mais na produção ou na forma como a guitarra portuguesa foi tratada. É um disco uma vez mais arriscado, tal como foi o “Desfado”, mas ainda um bocadinho mais arriscado.

a segurança e a liberdade que me foi dada com o “Desfado” foram importantíssimas para que se fizesse este disco assim tão diferente.

Quanto à capa do disco onde vem retratada numa pintura com uma borboleta. A borboleta é o símbolo da transformação e da felicidade. É isso que pretende transmitir? Que é uma Ana Moura em A segurança transformação, mas feliz? e a liberdade Foi isso mesmo! A que me foi dada borboleta simboliza a ideia de metamorfose e com o “Desfado” da transformação e essa foram importantísvontade eu ganhei-a com o simas para que se “Desfado”, uma vez que estava fizesse este disco a repetir o mesmo produtor neste “Moura” e alguns dos Trouxe também mais compositores eu tinha a responsabilidade ou a preocupação de que este disco responsabilidade é sempre fosse diferente e consegui a mesma? musicalmente que assim O sentido de responsabilidade fosse, dai essa simbologia da acaba por ser o mesmo. Tenho borboleta. sempre a responsabilidade de fazer um disco bem feito mas é apenas nesse sentido, porque 10


Intitulou o disco como “Moura” porque de todos os discos que editou até ao momento, este é o com que mais se identifica? Podemos dizer que é um chamado disco homónimo? Eu não chamaria um disco homónimo. Eu acho que á medida que nós vamos gravando mais discos vão se tornando cada mais próximos daquilo que nós realmente somos e vamos ganhando uma maturidade que nos aproxima mais das nossas escolhas mais profundas. Mas eu achei que “Moura” era o nome indicado para o disco porque o tem dois temas que se chamam “Moura”, que são duas descrições daquilo que eu sou, segundo os letristas. Uma das músicas – “Moura Encantada” – faz esta analogia com as mouras encantadas com a minha história de vida – segundo a Manuela de Freitas – e fui pesquisar sobre as lendas das mouras encantadas e descobri que as mouras encantadas eram seres que tomavam diferentes formas e achei que era interessante, porque de facto este era o meu objetivo, que o disco tivesse essa simbologia. Portanto achei que “Moura” seria de facto o nome indicado para

simbolizar aquilo que é o que são estreantes. Pediudisco. lhes algum tipo de letra em particular? Pergunto isto (...) reparou devido aos dois temas com que eu dança- referência ao seu nome. Não pedi, mas é curioso que va muito à medida duas pessoas tiveram esta que ia cantando, e necessidade de me descrever. então decidiu escre- Mas, eu voltei a não pedir ver essa letra: «se o um tema que pudesse de alguma forma condicionar fado se canta e cho- os compositores, eu queria ra, também se pode que eles tivessem a liberdade total para escrever aquilo dançar». que quisessem e é engraçado que cada um foi para a sua discrição. Por exemplo, mesmo o “Fado Dançado” da autoria de Miguel Araújo, ele contoume que teve esta ideia para a letra, porque foi ver um concerto meu e reparou que eu dançava muito à medida que ia cantando, e então decidiu escrever essa letra: se o fado se canta e chora, também se pode dançar. As pessoas inspiraram se em algumas características minhas para compor e esse ponto de vista também é sempre interessante. Se eu desse um tema acho que os poderia condicionar e este lado é muito Neste disco tem engraçado de ver qual é a compositores que vem do característica que salta mais anterior disco e outros à vista. 11


Eu adormeço e acordo a pensar nesse concerto (...) Estamos a preparar imensas coisas No tema “Eu Entrego” conta com a participação de Omara Portuondo. Como surgiu esta colaboração? Eu há uns tempos atrás fui convidada pelos Buena Vista Social Club para cantar com eles e adorei a experiência. Conheci todos os músicos e a Omara Portuondo e criou-se uma empatia muito bonita. Quando acabei de gravar este tema todos nós sentimos que tinha um sabor bastante cubano e automaticamente o meu pensamento foi para a Omara e eu pensei em contar esta história por duas mulheres, no meu ponto de vista e no ponto de vista de uma mulher mais madura. E resultou muito bem. Para 2016 estão agendados

vários concertos, inlusive em Portugal onde uma das salas que irá atuar será o Meo Arena, a maior sala do País. Irá preparar algo especial para este concerto? Eu adormeço e acordo a pensar nesse concerto. Eu e a minha equipa estamos cheios de ideias. É a maior sala do nosso país e portanto não vai ser um concerto que se vai basear apenas na música, vai ser um espetáculo muito mais elaborado cenicamente. Estamos a preparar imensas coisas para fazer neste concerto. Estou ansiosa. No disco há temas em que a guitarra portuguesa tem uma sonoridade diferente, onde parece que estamos a ouvir uma guitarra elétrica. 12

No palco também irá tentar transportar a sonoridade do disco, com os respetivos instrumentos, para o concerto ao vivo? Esse é o grande desafio, porque há coisas que são difíceis de reproduzir, mas lá está, os desafios são sempre encantadores e esse é o grande desafio pelo qual nós estamos a passar neste momento e estamos a tentar reproduzir nos ensaios, para termos esses sons todos que caracterizam este álbum. Mas eu acredito que vai ser possível, aliás, esse é um dos meus maiores objetivos. Entrevista por: Daniela Henriques


CONCERTOS

Concertos extra da tour Moura Faro e Porto com datas extra

A

pós terem esgotado os dois primeiros concertos da tour ‘Moura’, Ana Moura anunciou o terceiro espetáculo no Teatro das Figuras, para dia 4 de abril. O Coliseu do Porto vai também receber a artista por duas noites: com os bilhetes quase esgotados para o concerto de 16 de abril, foi anunciada uma segunda data, a 15 de abril. Ana Moura passa ainda pelo Pavilhão Multiusos de Guimarães no dia 12 de março, a Arena de Évora a 1 de abril, que também se encontra quase esgotada, e a MEO Arena, em Lisboa, no dia 9 de abril, que está prestes a preencher metade da sua lotação.

Neste primeiro semestre de 2016 a digressão mundial de ‘Moura’ percorre a Europa e a América do Norte. O primeiro espetáculo além-fronteiras decorre em Paris, no Olympia

o primeiro dos quais já esgotado (20 e 21 de fevereiro no Casino 2000 LUX). Passa ainda pela Alemanha, Suíça, Áustria, Roménia e Estados Unidos, tendo concertos © Joana Constante

a 19 de fevereiro, e encontra- marcados em cidades como se quase esgotado. Ana Boston e Nova Iorque, onde Moura segue depois para dois atua no Carnegie Hall. concertos no Luxemburgo, ‘Desfado’, o álbum anterior de Ana Moura, atingiu a quíntupla platina, tornando-se no álbum mais vendido desta década, em Portugal.

Já o mais recente álbum de originais da faista - Moura foi lançado a 27 de Novembro de 2015 e chegou à platina em apenas duas semanas, mantendo-se nos lugares cimeiros do top nacional de vendas desde então. 13


No início de cada novo ano os leitores do Made in Portugal e os respetivos colaboradores do site elegem os melhores discos e músicas do ano anterior. Neste novo ano, as votações decorreram nos primeiros dias de janeiro, tendo os vencedores sido anunciados a 13 de janeiro. Agradecemos a todas as pessoas que votaram nos seus preferidos. Os nossos parabéns aos eleitos!

OS

MELHORES DE

2015

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1

N.º em todas as categorias

DAVID FONSECA é o artista mais votado nos Melhores do Ano 2015. Em todas as categorias ficou em 1.º lugar. Em outubro de 2015 lançou o seu primeiro álbum exclusivamente

em português. Futuro Eu, rapidamente passou a liderar o top nacional dos discos mais vendidos em Portugal e os concertos de apresentação esgotaram. Se 2015 foi um ano de sucesso para o cantor

natural de Leiria, 2016 não vai ficar aquém. São já vários os concertos agendados, de norte a sul do País, e também em Espanha.

Futuro Eu - melhor álbum Chama-me Que Eu Vou - melhor canção Deixa Ser - melhor dueto (com Márcia) Futuro Eu - melhor videoclip 15


Os melhores álbuns

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Moura é o nome do 6.º álbum de estúdio de Ana Moura. O disco foi Gravado em Los Angeles com o multi-galardoado produtor Larry Klein.

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Quarto Crescente, o 3.º álbum de Márcia foi gravado entre Lisboa e o Rio de Janeiro. O disco contou com a produção de Dadi Carvalho.

4

Best Youth são Catarina Salinas e Ed Rocha Gonçalves. Ambos comporam e produziram Highway Moon, o disco de estreia da dupla.

Para Sempre é o 3.º disco de originais de Dengaz. O álbum de rap/ hip hop foi produzido pelo português Twins.

6

7

8

9

Moullinex, é este o nome do projeto a solo de Luís Clara Gomes, que em 2015 editou Elsewhere. Este é o 2.º álbum do dj e produtor.

10

Passou de Walter Benjamin para Benjamim e editou Auto Rádio, o primeiro álbum inteiramente em português.

O

melhor EP de

2015

Half Fiction é o 2.º álbum dos The Happy Mess. O novo trabalho contou com a produção de Rui Maia (Mirror People, X-Wife).

20 anos depois de ter editado o 1.º álbum, Camané lançou novo disco. A par dos anteriores Infinito Presente contou com produção de José Mário Branco.

5

Caixa Negra é o mais recente disco dos GNR (Rui Reininho, Toli César Machado e Jorge Romão). O álbum conta com produção de Mário Barreiros.

O primeiro disco dos BÚSSOLA foi considerado o melhor EP de 2015. O registo homónimo, composto por cinco temas, apresentam um mapa de amores e dissabores passados onde o registo intimista marca o norte desta Bússola. Num universo folk, com alma de voz e na guitarra acústica e corpo feito com arranjos de acordeão, contrabaixo, bateria e guitarra eléctrica Os Bússola foram ainda considerados pelo Made in Portugal a Banda Revelação de 2015.

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Os melhores EP’s

Os melhores temas

2

1 Chama-me que eu vou (David Fonseca) 2 Mas Só Se Quiseres (D’Alva) 3 Medusa (Capicua) 4 Asteroid (Mesa) 5 Dili (Sean Riley & The Slowriders 6 Melhor de Mim (Mariza) 7 Os Teus Passos (Benjamim)

Diabos à Solta é o nome EP da banda de rock Amor Cão. O EP conta 5 temas, que se encontram disponíveis para download gratuito.

ISAURA foi considerada pelo Made in Portugal como a Artista

3

Revelação de 2015. O EP Serendipity foi considerado o 3.º melhor EP de 2015. Os temas do disco de estreia foram compostos por Isaura, alinhados de forma a querer contar uma história. O próprio nome do EP não foi escolhido ao acaso: serendipity é uma palavra que resume a ideia de como tudo acontece por uma razão e que estamos ligados por pontos que tornam as nossas conexões obrigatórias. O EP encontra-se disponível para download gratuito no site da NOS Discos.

Os melhores duetos

4

Uma Cena Nossa é o EP de estreia de Strata G. O disco lançado pelo rapper natural da Marinha Grande conta com a participação de DIRO, Sir Scratch, NBC, entre outros.

1 David Fonseca & Márcia – Deixa Ser 2 Camané & Gisela João – Meu Limão De Amargura 3 David Carreira & Ana Free – In Love 4 Diogo Piçarra & Isaura – Meu é Teu 5 Joana Barra Vaz & Selma Uamusse – Tanto Faz 6 Capicua & Valete – Medusa 7 Agir & Regula – Deixa-te de merdas

5

WACK é um projeto fusion de música rap com jazz, funk e rock, formado em 2012 pelas mãos de Dikas, Tanb, Muzik e Dj Ketzal. Sem Pés Nem Cabeça é o 2.º EP do grupo.

Os melhores videoclip’s

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1 David Fonseca – Futuro Eu 2 peixe : avião – Quebra 3 GNR – Cadeira Eléctrica 4 NTS – Contra Lição 5 Noiserv – Don’t say hi if you don’t have a time for a nice goodbye



REPORTAGEM

O Natal, o Rock n´Roll e...

The Legendary Tigerman

T

he Legendary Tigerman deu continuidade à sua tradição de Natal e mais uma vez voltou a tocar na Galeria Zé dos Bois, no dia 25 de dezembro.

Inicialmente estava agendado somente um concerto, mas face aos bilhetes rapidamente terem esgotado dia após dia foram sendo agendados mais concertos, tendo Paulo Furtado e os músicos que o acompanharam em palco, atuado quatro dias seguidos. E foram com quatro dias de rock and roll e blues que se celebrou o Natal na GZB em Lisboa e se abriu portas para o novo ano.

SOCIAL

Aceda a facebook. c o m /m a d e i n p o rtugalmusica e veja todas as fotos do concerto de The Legendary Tigerman, no dia 26 de dezembro, na Galeria Zé dos Bois.

Fotografias:

Luís Flôres

www.luisflores.pt


NOTÍCIA

N

o seguimento de uma proposta conjunta da AMAEI – Associação de Músicos Artistas e Editoras Independentes e da Antena 3, rádio nacional que pertence à rede EBU – European Broadcasting Union, foi confirmado na edição deste ano do Eurosonic que Portugal será o país de destaque na edição de 2017 da maior conferência profissional de música e showcase festival da Europa. WHY Portugal é a marca criada pelas entidades envolvidas nesta candidatura para que, durante um ano de trabalho contínuo, seja possível agregar artista e profissionais da indústria da música portuguesa numa base de dados bastante completa a ser apresentada ao Comité de Programação do Festival composto por Robert Meijerink, Joey Ruchtie, Ruud Berend, Peter Sikkema, Peter Smidt e Cathelijne Baron que, num momento mais próximo do evento, irá divulgar os artistas portugueses convidados a integrar a programação especial do Eurosonic dedicada a Portugal. O Eurosonic Noorderslag

Portugal é o país de destaque no Eurosonic 2017

acontece na cidade holandesa de Groningen e celebrou a sua 30ª edição este ano. Conta com mais de 3.900 profissionais da indústria da música, mais de 340 showcases de artistas holandeses e internacionais e 175 painéis e conferências. É o ponto de partida para o debate e principal rede de contactos para a indústria da música internacional focado na música europeia, digressões, festivais, música ao vivo e media. O sítio oficial da marca WHY Portugal já está em funcionamento e em sintonia com o Eurosonic. Neste momento, está disponível no site um relógio cuja contagem decrescente termina no dia 13 de abril, data coincidente com um dos primeiros workshops WHY Portugal, integrado no Westway LAB, único festival profissional de música em Portugal. Atualmente, qualquer pessoa e/ou entidade interessada em constar da base de dados nacional que está a ser desenvolvida pela equipa WHY Portugal, poderá inscrever-se através da plataforma para começar a receber informação regular sobre a marca e, no desenrolar deste processo, um formulário 20

específico para um maior envolvimento com as ações a desenvolver durante os meses de trabalho que culminam com o grande destaque a Portugal no Eurosonic. Ao longo do ano de 2016, a AMAEI, curadora desta plataforma, vai desenvolver uma série de sessões de esclarecimento para profissionais da área da música, começando já no mês de fevereiro. Estas sessões de esclarecimento serão anunciadas atempadamente, também através da plataforma WHY Portugal e suas redes sociais. Um dos grandes objetivos é evitar a centralização da informação, levando a informação a todos os interessados através de sessões em pontos chave do país. Após o workshop de dia 13 de abril, a equipa WHY Portugal estará, também, presente num circuito de feiras de música internacionais nas quais a AMAEI tem já presença regular, de forma a sedimentar o projeto e promover a sua divulgação junto dos profissionais da indústria da música que frequentam estes eventos.


NOTÍCIA

Eles reservaram os Coliseus!

António Zambujo e Miguel Araújo com 17 concertos

Começaram por anunciar somente duas datas nas salas mais emblemáticas do país, Coliseus do Porto e Lisboa, no final do mês de Julho de 2015, mas tal foi rapidez com que os bilhetes esgotaram para as primeiras datas que foram sendo anunciadas novas datas... e eis que estão agendados 17 concertos para os Coliseus: 9 em Lisboa e 8 no Porto.

Nestes concertos, os músicos irão partilhar com o público canções dos respetivos reportórios, algumas das quais compostas e escritas em conjunto, intercaladas com momentos de conversa. Dezassete noites que ficarão certamente na memória de todos os que a elas assistirem e também na história da música nacional. Em suma, serão duas vozes, duas guitarras e dois dos maiores talentos da música portuguesa.

O Caparica Primavera Surf Fest 2016 regressa em força com uma programação de luxo que se alarga a cerca de duas dezenas de artistas e DJs que oferecerão o ponto final para dias cheios de ondas que permitirão a centenas de atletas brilhar em uma dúzia de diferentes provas nacionais e internacionais. Quanto ao cartaz musical são vários os artistas já confirmados: Márcia; Moullinex; Jimmy P; The Black Mamba; Carlão; Dj Ride; Boss AC; Átoa, entre outros. O evento decorre na Praia do Paraíso de 17 a 26 de Março. Mais informações em www.caparica-primaverasurffest.pt 21


ENTREVISTA

É um disco que re crescimento pessoal Em dezembro de 2015 Ana Free lançou o seu novo EP. O disco folk/ pop intitulado “The Weight Of The Soul”, consiste num projecto intimista com 5 canções, no qual Ana regressa às suas origens na guitarra. Escrito e produzido em Los Angeles, em conjunto com o produtor Argentino Rodrigo Crespo, Ana Free explora sons novos e orgânicos, como o bandolim. O single de lançamento, “Say It To Me”, conta com a participação da cantora nomeada para um Grammy Latino Debi Nova.

No dia 4 de dezembro editaste o teu novo EP. O que podemos esperar deste novo trabalho? O novo EP tem 5 músicas e cada uma tem a sua própria personalidade. O fio condutor do disco é sem dúvida um som fresco de folk/pop. É um disco que revela o meu crescimento pessoal dos últimos anos e em que se nota um desenvolvimento artístico também.

Os temas deste disco são histórias da minha vida contadas de uma maneira mais íntima

com fortes raízes na música pop. O novo EP tem origem mais na música folk. O novo disco foi também, tal como o “Together”, produzido pelo produtor Argentino Rodrigo Crespo. Ele é excelente no que faz, tem muito talento e nós já temos muita confiança no que diz respeito à música. Os temas deste disco são histórias da minha vida contadas de uma maneira mais íntima. As pessoas vão ficar a conhecer melhor as histórias da minha vida e espero que possam também relacionar-se com os temas duma forma profunda.

Porque intitulas o EP com “The Weight Of The Soul”? Para mim, as emoções têm cada uma um certo peso. As emoções vêm da nossa alma, algo misterioso. Pensei que, como este disco fala das Que diferenças emoções e das experiências encontramos nestes temas que tenho vivido nos últimos que integram este novo tempos, se pudesses “pesar” trabalho, em relação ao a alma, isso seria uma anterior? representação do teu estado O “Together” é um trabalho emocional em qualquer 22

momento. Estas músicas juntas, o “peso” das emoções deste disco, refletem o meu percurso emocional enquanto vivia as novas aventuras na Califórnia.

Say It To Me” é o single de apresentação que conta com a participação de Debi Nova. Como surgiu esta colaboração? Sempre gostei do repertório da Debi Nova, ela é uma artista com muito talento e respeito-a muito. Já foi nomeada a um Grammy Latino entre várias outras coisas incríveis. Quando soube que ela estava também por Los Angeles decidi entrar em contacto com ela para sugerir que fizéssemos algo juntas. Ainda bem que aceitou o convite. Estou muito orgulhosa desse tema. Este EP é a primeira parte de um novo álbum ou será somente um EP? É um EP e sinto que está muito


evela o meu l dos últimos anos completo. Não há mais nenhuma música que sinta que esteja a faltar. Não q u e r i a adicionar mais a este disco, queria mantê-lo

simples.

Nos últimos anos tens colaborado com vários artistas nacionais e internacionais. Com quem tens o grande sonho de colaborar? Tanta gente! Nem sei por onde começar… O Bruno Mars, talvez? Acho que podíamos fazer uma colaboração muito gira. Alguém tem o contacto dele?!

Ser uma das 10 finalistas da competição a nível nacional foi uma honra

O ano passado participaste na competição Guitar Center e foste escolhida por Dow Was (produtor de Rolling Stones, Bob Dylan, entre outros), como uma das finalistas. Como foi a experiência? Foi incrível e única… Algo mesmo especial. O Don Was é um dos produtores mais procurados dos Estados Unidos portanto ser escolhida por ele para ser uma das 10 finalistas da competição a 23

nível nacional foi uma honra. Adorei cada segundo.

Estou muito contente por ver os meus colegas e amigos a vingarem na música aqui

Qual a tua opinião da atualidade da música em Portugal? A música portuguesa é muito sentida e sempre gostei disso. As letras são poéticas e bonitas. Estou a muito contente por ver os meus colegas e amigos a vingarem na música aqui em Portugal. Acho que o nível de produção também deu um salto grande. Está cada vez melhor!

Entrevista por: Daniela Henriques


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