Considerações históricas e geográficas sobre o município de Almirante Tamandaré (PARTE - 1)

Page 60

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

na região das Pombas (morto por atropelamento) e um vivo na região do Sumidouro/ Boixininga em 2012; Rato-do-mato (Akodon spp), (Oryzomys spp), (Scapteromys tumidus) e (Wilfredomys oenax). Existem outros mamíferos que ainda são vistos com frequência como: Irara (Eira barbara), Mão-pelada (Procyon cancrivorus), Furão (Galictis cuja), Cutia (Dasyprocta azaral), Ouriço-cacheiro (Sphiggurus villosus), (Coendou villosus), Preá (Cavia aparea), Tatu-mulita (Dasypus septemcinctus), Tatu-galinha (Dasypus novemcinctus), Tatu-de-rabo-mole (Cabassous tatouay), Capivara (Hidrochaeris hydrochaeris), Gambá-de-orelha-branca (Didelphis albiventris), Gambá-de-orelha-preta (Didelphis aurita), Cuíca (Gracilinanus microtarsus), a rara Paca (Coelogenis paca) e o Serelepe (Sciurus ingrami) e (Guerliguetus ingrami), Lontra (Lutra paranensis). Dentre estes animais citados, se destaca historicamente a capivara por deixar de legado o nome ao "Rio das Capivaras" que corre no norte, noroeste do município no início do século XIX. Merece destaque também a paca, por inspirar o nome da localidade do Pacotuba. Infelizmente é um animal raro, pois Jayme de Loyola e Silva na obra História do Paraná, volume II, p. 432, observava e relatava em 1969 que "as pacas existem em todo o Estado do Paraná, não em tão grande quantidade como há alguns anos, pois é uma carne muito apreciada, mais ou menos como a de leitão e além disso a caça muito atraente". Outro mamífero que ganha destaque no contexto dos contos e lendas locais de forma indireta é o serelepe, como é relatado na obra histórica oral "Tamandaré: Contos e Lendas de um Povo", elaborada e coordenada pela Mestra Josélia Kotoviski: Algumas pessoas antigas relatam "que quando é tempo de pinhão aqui em Almirante Tamandaré, os saci-pererês saem de noite para comer. Eles ficam em cima do pinheiro e comem até se encher. Por isto que quando as pessoas saíam para pegar pinhão encontravam alguns no chão e outros comidos". Ou seja, este pinhão comido caído, é na verdade o resto que o serelepe comeu, que é um animal típico da floresta de araucária. Foto: Antonio Ilson Kotoviski Filho, 2013 Existe na cidade o mamífero voador denominado de morcego. No artigo de Michel Miretzki, "Morcegos do Estado do Paraná, Brasil (Mammalia, Chiroptera): riqueza de espécies, distribuição e síntese do conhecimento atual", foi possível identificar aproximadamente 17 espécies no município, sendo duas na região do Juruqui: Sturnira lilium e o Molossus molossus. Este animal se vincula muito de forma direta e indireta às crenças locais, que dizem traz má sorte se entra nas casas, e por isso é um animal sacrificado em oferendas e trabalhos de magia. Nos contos locais aparece de forma indireta e oculta pela personagem "bruxa" ou pelo "saci-pereSerelepe (Sciurus ingrami) rê", como é possível identificar no conto "As bruxas do Haras Tamandaré" presente na obra histórica oral "Tamandaré: Contos e Lendas de um Povo" elaborada e coordenada pela Mestra Josélia Kotoviski: "Na época que o Parque Ambiental Anibal Cury era uma propriedade particular denominada de Haras de Tamandaré, trabalhou um rapaz de nome Daniel. 61


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.