Considerações históricas e geográficas sobre o município de Almirante Tamandaré (PARTE - 1)

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CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

Junto ao cemitério foi erguida uma Capela. A obra teve início em 11 de fevereiro de 1939, e ficou pronta em 1942. O primeiro frei a ser sepultado foi Ricardo de Vescovana, falecido em 18 de junho de 1942. A decoração da capela foi executada por Paulo Kohl, o mesmo que pintou a igreja Nossa Senhora das Mercês, a Igreja de Tomazina, a Capela Nossa Senhora da Luz (Marmeleiro), entre outras. Devido ao tempo e a umidade, a pintura original foi refeita pelo pintor Pedro Lombardi em 2008. A capela possui estilo arquitetônico italiano, em homenagem a São Francisco e o Crucificado, onde por tradição é sepultado sob o altar todos os freis capuchinhos falecidos no Brasil. Porém, um fato curioso, é o contado pelo Sr. Albino Milek, que relatou que na época da II Guerra Mundial, quando um alemão ou descendente de alemão morria na Cachoeira, os poloneses da Colônia Antônio Prado não deixavam estes serem enterrado no Cemitério do Prado. Em represália a este fato, os alemães de São Venâncio não deixavam os poloneses falecidos serem enterrados no Cemitério da Cachoeira. Outra situação incompreensível para os dias atuais é que nas décadas anteriores a 1960, protestantes não podiam ser enterrados em cemitério de católicos e vice-versa. Por este motivo que o cemitério da Cachoeira também é conhecido como "cemitério evangélico". Outra situação marcante narrada por Albino Milek, era o sepultamento com esteira. As pessoas mais humildes costumavam dispor o falecido sobre uma esteira, em seguida este era enrolado, e as pontas amarradas (como se fosse uma linguiça), em seguida era colocado na cova e coberto com terra. Isto tudo, feito na frente de todo mundo. Nesta época, em que o caixão pronto era caro, existiam os carpinteiros que faziam caixão. Porém, este era feito simultaneamente ao velório. Enquanto o falecido era velado, o carpinteiro montava o caixão no quintal. Pelos relatos, "dava uma sensação ruim presenciar tudo aquilo". No século XIX, pela falta de cemitérios na região, grande parte dos moradores da Lamenha, inclusive os imigrantes, eram sepultados no cemitério do Abranches. A cruz que fica em cima do portão do cemitério foi doada pelo pai do Desembargador Isidoro Brzezinski, o Sr. Pedro (Piotr) Brzezinski, segundo Aroldo Mura G. Haygert em sua obra "Vozes do Paraná: retratos de paranaenses/João Osório Brzezinski", p. 5. Um artigo publicado na Folha de Tamandaré. "Não abra o caixão... O defunto está pelado", nº 83, 30 setembro de 1989, p. 6, apresentou uma situação curiosa, que marcou a "história dos guardamentos" de Almirante Tamandaré, e atualmente é contada como estória. Foi um fato ocorrido na década de 1960, na gestão do Sr. Domingos Stocchero. O Sr. Sebastião Bueno, ex-vereador do município, mas na época funcionário da prefeitura, foi encarregado de buscar o falecido no necrotério e se encarregar de comprar a roupa. Cumpriu a missão (em partes). Perdeu no caminho o dinheiro para comprar a roupa do defunto. Diante de tal situação, colocou o falecido no caixão, e o entregou a família, dizendo que não era para ser aberto. Pois, tinha morrido de uma doença muito grave. E se retirou do local para ver o que fazia. Quando retornou, dezenas de pessoas que cercavam o morto preparavam-se para abrir o caixão. Vendo aquilo, o "Bastião", começou a gritar: "Mingo, Mingo, não deixe abrir o caixão". O Prefeito Domingos Stocchero, assustado, quis saber o motivo. A resposta foi de espantar: "O pessoal do necrotério se esqueceu de colocar a roupa no defunto, ele está pelado!" (Caso real, envolvendo pessoa de uma família da Capivara). 437


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