Considerações históricas e geográficas sobre o município de Almirante Tamandaré (PARTE - 1)

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CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

Foto: Galeria dos Prefeitos fez uma festa muito grande. Lá pelas tantas estavam jogando quando de repente ele abaixou a cabeça sobre a mesa. Todos pensavam que ele estava cansado por ter demorado a levantá-la, mas quando foram vê-lo estava morto. Pessoas da época contam que o velório foi acompanhado por um número muito grande de carroças, coisa nunca vista na região". O personagem principal que ficou gravado na oralidade popular foi o Coronel João Candido de Oliveira, que, segundo relatos de seu Generoso, recebeu o comando da Guarda Nacional do governo federal. Isto ocorreu, porque naquela época não existia quartel nas Prefeito Antônio cidades pequenas, e como o Brasil estava passando por recente tranBaptista de Siqueisição de sistema governamental, existiu a necessidade do governo ra, negociante, Precentral garantir que esta transição se concretizasse. Apesar de ser feito, Camarista, juiz distrital e assimaragato, o governo confiou a instrução militar da cidade a ele e nou a Ata de Instatambém a outros homens politicamente fortes da época, pois era lação do Município. uma das prerrogativas do Prefeito esta competência. Porém, um dos motivos que lhe caracterizaram a fama de autoritário foi justamente esta ordem de promover a instrução militar de civis. Diferente dos dias de hoje, todo cidadão brasileiro que completa 18 anos deve se alistar, porém nem sempre é convocado. Naquele tempo, havia alistamento, seguido de um sorteio, onde o "sortudo", deveria se apresentar. O problema é que muitos não apareciam, e diante desta situação, o coronel era obrigado por lei a buscar o fulano onde é que se encontrasse utilizando-se dos métodos que melhor se adequassem, independentemente da vontade do sorteado em não querer ir. Outro motivo era que o então Coronel João Candido de Oliveira era muito disciplinado e cumpridor do que lhe era confiado. Em decorrência disso, era muito exigente e enérgico, pois necessitava ver as coisas do jeito que lhe fora ordenado pelo governo central. No entanto, isto não foi uma ação exclusiva dele, pois outros Prefeitos e camaristas tiveram por ordem que exercer esta prerrogativa, cujas instruções eram feitas na rua mesmo, pois não havia local próprio. Auxiliavam os "coronéis", sargentos (militares de fato) destacados da capital. Eram poucos que gostavam desse treinamento militar. Porém, era a lei que com o tempo foi perdendo importância, e talvez por este motivo que algumas autoridades do período de final da década de 1920, deixaram de serem reverenciados ou considerados "coronéis", pois não eram mais vistos dando instrução militar na rua. O Sr. Generoso Candido, expressou que seu pai, "o Coronel João Candido de Oliveira era um homem de personalidade que quando chegava a algum lugar impunha respeito. Transmitia uma segurança e firmeza, percebida por todos e respeitada. Era um homem sincero, leal. Não falava bobagem, tampouco mal dos inimigos na política. Respeitava os inimigos como adversário político. Por este motivo que ele era sempre considerado, mesmo na derrota. Mudava governo, mas ele sempre tinha prestigio com o governo que assumia. Principalmente em reconhecimento pelo trabalho que exercia. Com os próprios filhos ele era também muito enérgico. Mas tinha um coração bom. Não judiava de ninguém, não maltratava ninguém. Se o procurassem, ele sempre atendia. Ele ajudou a organizar o município em 1889". Porém, apesar de ser bem visto, não pelo fato de ser coronel, mas porque era um negociante e pessoa respeitada no cenário paranaense, sofreu alguns atentados. Não de popula-

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