Considerações históricas e geográficas sobre o município de Almirante Tamandaré (PARTE - 1)

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CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

Nicolau (dono de sesmaria entre os rios Atuba e Palmital) e de João Ribeiro Cardoso". Segundo informações contidas na p. 364 do "Diccionario Histórico e Geographico do Paraná", elaborado por Agostinho Ermelino de Leão é identificado onde hoje fica o território da sede tamandareense o Sítio Cercado, ou seja, era o "nome primitivo do local em que se acha a Villa de Tamandaré. O Sítio do Cercado, em 1728 pertencia a Euzébio Simões da Cunha, que o transpassou para Antônio Alves Martins pela quantia de 100$000. Esse sítio foi registrado 1855 na parochia de Curityba". Ainda no contexto do texto oficial adaptado à nova regra ortográfica portuguesa feito por José Carlos Veiga Lopes, p. 16-17, é identificado que em 1º de fevereiro de 1745, o Sr. José Palhamo de Azevedo obtém uma sesmaria na região com a seguinte justificativa em seu pedido: "(...) pra sustentar este não tinha terras para cultivar e nem com que acomodar a criação de gado que tinha e porque na paragem chamada Itagoá, termo desta vila, havia muitas terras para povoar, nas quais pretendia acomodar-se aproveitando-as, especialmente na sorte de terras que teria uma légua começando no rio Itagoá, que dava nome a paragem, donde fazia esta barra no rio Barigui, correndo rio acima pelo dito Barigui, fazendo testada ao rumo norte ao campo de Butiatuba ou conforme o rio andasse com o sertão ao rumo de oeste, cuja paragem e distância de légua se achava maninha e despovoada"(1). Nas proximidades da "Descoberta da Conceição" de forma oficial se observa na Lista de Ordenanças da Villa de Curitiba que em 1777 existia o estabelecimento do bairro da Conceição. Na Lista de 1785 é informado que o bairro da Conceição tinha 24 casas. Um pouco mais distante dali, no ano de 1791, aparece o bairro de Campo Magro com 8 casas. A mesma localidade serviu como ponto fiscal do ouro explorado. Com o tempo, povoamentos específicos da região do atual município de Almirante Tamandaré começam a ganhar o status de Quarteirão subordinados à Vila de Curitiba. Ou seja, segundo o Doutor em História, Wellington Barbosa da Silva, o "quarteirão era a menor unidade administrativa e, mais do que isso, policial do município - sendo constituído, no mínimo, por um conjunto de 25 casas ou fogos. Cada conjunto de três quarteirões formava um distrito. Vale salientar que, para fins eleitorais, entendia-se por fogo a casa, ou parte dela, em que habitava independentemente uma pessoa ou família, de forma que em um mesmo sobrado, por exemplo, poderiam existir dois ou mais fogos". Neste contexto, observando a informação do periódico "Dezenove de Dezembro, de 25 de novembro de 1854", a região curitibana referente ao 4º Termo Judiciário e Policial que abrangia uma parte do futuro território inicial tamandareense possuía uma demografia média a qual é possível observar na própria distribuição do povoamento, que dos 27 quarteirões curitibanos, 9 se dispunham em território tamandareense, ou seja: Campo Magro, Cachoeira, Boixininga, Marmeleiro, Butiatuba, Pacutuva (Pacotuba), Tranqueira e Conceição.

LOPES, José Carlos Veiga. Aconteceu nos Pinhais: subsídios para as Histórias dos Municípios do Paraná Tradicional do Planalto. Curitiba: Editora Progressiva, 2007, p.16. (Observação: a destacada obra utilizada como referência nesta pesquisa possui textos com pilados de documentos “adaptados à linguagem atual” sem alteração de seu teor em relação ao original extraído do BOLETIM DO ARCHIVO MUNICIPAL DE CURYTIBA).

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