Jornal de Juatuba e Mateus Leme - ed.704 (15.04.2023) .pdf

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SOB PRESSÃO, ADÔNIS RETIRA PROJETO DE DOAÇÃO DE TERRENO PARA MINERADORA

SEM REAJUSTE ANUAL, SINDSERJ SINALIZA GREVE

COM SALÁRIOS ATRASADOS, SERVIDORES DE MATEUS LEME FAZEM PARALISAÇÃO

Ex-servidor denuncia perseguição e diz que cultura “está deixando a desejar"

Prefeitura barra 1º

encontro de motos e carros antigos de Juatuba

Laudo aponta que criança com hidrocefalia não foi estuprada

Terreiro de Candomblé e Umbanda é registrado como Associação Cultural de Matriz Africana

Juatuba teme pela segurança de estudantes após prefeito

demitir

porteiros

Serra Azul prepara mais uma Festa do Leite no próximo final de semana

15 DE SETEMBRO DE 2018 - EDIÇÃO 480 - R$1,00 15 DE ABRIL DE 2023 - EDIÇÃO 704 10 ANOS JORNALDEJUATUBAEMATEUSLEME

Ex-servidor denuncia perseguição política e diz que cultura “está deixando a desejar em Juatuba”

“Não estou aqui pedindo misericórdia para ter meu emprego de volta. Estou aqui solicitando que nossa cultura seja respeitada. Esta semana, 30 alunos da capoeira ficaram na rua, esperando um transporte que foi cortado"

A reunião da Câmara começou diferente esta semana. Durante a leitura da pauta, alunos da capoeira e lideranças religiosas da Matriz Africana mostraram porque estavam em plenário: cantaram e fizeram preces à Nossa Senhora Aparecida, para que as comunidades fossem ouvidas.

A manifestação foi liderada pelo ex-gerente de cultura, Marcos Rodrigues, conhecido como “Mestre Guerreiro” que, quando estava à frente do cargo, atuava junto ao Congado, às comunidades negras e à capoeira no município.

Ocupando a tribuna do Legislativo, Mestre Guerreiro afirmou que acredita ter sido exonerado por “perseguição política”, porque teve que se ausentar do trabalho por um dia, por ter feito um procedimento dentário. “Um servidor não pode ir ao dentista: se ele for, pode ser exonerado. Mas Deus abençoe a vida da Secretária de Esportes e a cultura do município”, disse, se referindo à filha do prefeito Adônis, que assumiu recentemente a pasta e foi responsável pela exoneração.

“Quem agora está indo nos terreiros, nas roças e dando assistência à essas pessoas, para acompanhar pelo menos o trabalho que estão fazendo? Quando eu entrei no governo,

chorei lágrimas de sangue para conseguirmos implementar a Lei Aldir Blanc e, mesmo assim, não os recursos não foram bem utilizados e parte do valor voltou para o governo”, afirmou.

O ex-servidor cobrou o transporte público gratuito para os congadeiros e atletas da capoeira, que participam de atividades culturais fora do município. “Estamos aqui reivindicando o que sempre foi feito quando estive como servidor. Estamos fazendo isso sem guerra e de forma ordeira. A cultura do município acordou e se precisar, vamos fazer rodas de capoeira na porta da prefeitura e dentro da secretaria”, avisou.

Mestre Guerreiro criticou ainda o desempenho cultural do município pois, segundo ele, o que é feito hoje são apenas festividades, como o Juafolia e aniversário da cidade, com programações que estão longe de fazer parte da essência da cultura local.

“Não nos deixe voltar à época da chibata, onde as nossas atividades culturais eram reprimidas. Não estou aqui pedindo misericórdia para ter meu emprego de volta. Eu não sou político e não vivo da política. Eu quero representatividade; estou aqui solicitando que nossa cultura seja respeitada. A cultura não

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pode acabar; entram algumas pessoas e saem outras, mas ela tem que continuar”. Indignado, Guerreiro disse que esta semana, 30 alunos da capoeira ficaram na rua, esperando por transporte para ir a um evento em outra cidade, que foi cortado pela secretária de Esportes. “A gente quer que acabe essa perseguição. Vocês, vereadores não são a maioria do prefeito, mas a maioria do povo”, finalizou.

“Nós

vamos cobrar”

Em resposta à fala de Guerreiro, o presidente da Câmara,

Laécio do Silvestre, afirmou não poder entrar no mérito da exoneração, devido à legislação, que garante à prefeitura a livre exoneração e nomeação para cargos comissionados. No entanto, afirmou que “a Câmara continuará cobrando que a cultura aconteça na cidade”.

Já o líder do prefeito, vereador Jurandir dos Santos, disse que a cultura não vai acabar e que ela “continuará a ser desenvolvida, como sempre foi. “Vamos continuar investindo na capoeira e este será um investimento constante que iremos cobrar. Se estão

deixando de mandar o transporte para a cultura, a gente vai cobrar para que isso não aconteça, porque independentemente de sua presença ou não, a cultura tem que continuar”, completou Jurandir.

O líder do prefeito aproveitou para noticiar que além da feira livre implementada no Distrito de Francelinos, o município em breve instalará uma feira livre no Distrito de Boa Vista. “Peço a todos que visitem as feiras e consumam alimentos, comprem os artesanatos de forma a ajudar o comércio local”.

“Não só com fins políticos”

O vereador Ted Saliba, afirmou que a cultura deve funcionar independentemente de fins políticos. “Vê-se muito aqui na cidade a seguinte questão: se fulano estiver junto é atendido, se não estiver no grupo, não será atendido. A gente espera que nosso município realize um trabalho, independentemente de quem esteja no poder ou qualquer solicitação política. Sabemos da dificuldade da capoeira, principalmente na AMADEC, que toda vez que solicita, encontra dificuldades com relação ao transporte”, revela.

Ted ressaltou também a falta

de apoio à Banda Municipal, que recebeu recursos através do deputado Inácio Franco, a seu pedido e do vereador Léo da Padaria. “Na época conseguimos, com muito esforço, recursos para a compra de novos instrumentos, mas não vemos incentivo do município à atividade”, enfatizou Ted.

“Parceria com inciativa privada”

O vereador Léo da Padaria, que também é integrante do Conselho de Cultura do Município, informou que entre 2019 e 2021 o Estado distribuiu R$238 milhões em ICMS cultural e que 90% dos municípios mineiros foram contemplados.

“Quando não existe cultura na cidade, não existe ICMS Cultural. Eu levei esse assunto na última reunião do conselho e mostrei à consultora contratada pelo município. Quando mencionamos a banda de música, a capoeira e o terreiro, todas as atividades podem ser pagas e o município ser restituído pelo estado no ano seguinte. O que é investido na cultura é devolvido, saindo a custo zero. A gente deve procurar soluções e não empecilhos às atividades. Temos que buscar também parcerias com a inciativa privada e não depender só do público”.

Mineração Grafite Pedra Azul Ltda., cadastrada no CNPJ nº 04.774.753/0001-05, por determinação da Superintendência Regional de Meio Ambiente Supram Central Metropolitana / Superintendência de Projetos Prioritários, torna público que solicitou por meio do Processo Administrativo nº da Solicitação: 2021.06.01.003.0000173; Empreendimento Classe 3, na modalidade LAC2, Licença (LP+LI), para A-0207-0 Lavra a céu aberto - Minerais não metálicos, exceto rochas ornamentais e de revestimento; A-05-04-6 Pilha de rejeito/estéril de rochas ornamentais e de revestimento, pegmatitos, gemas e minerais não metálicos; A-05-01-0 Unidade de Tratamento de Minerais - UTM, com tratamento a seco, não instalados na área da planta de extração, no município de Mateus Leme.

O requerente informa que foram apresentados os Estudos de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), e que o RIMA encontra-se à disposição dos interessados no endereço eletrônico https://www.dropbox.com/sh/6qgfqxirh12mxzp/AACaB0sQnHwzS7MTaTgJljva?dl=0.

O requerente comunica que os interessados na realização da Audiência Pública deverão formalizar a sua solicitação, conforme o previsto na Deliberação Normativa COPAM nº 225, de 24 de agosto de 2018, no Prédio Minas, 2º andar. Cidade Administrativa do Estado de Minas Gerais, Rodovia João Paulo II, 4143. Bairro Serra Verde. Belo Horizonte- Minas Gerais- Cep: 31630-900, dentro do prazo até 12/06/2023.

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Prefeitura barra 1º encontro de motos e carros antigos de Juatuba

Alegação para falta de apoio é a vigência do decreto de contenção de despesas. No entanto, após publicação da norma, prefeitura já assinou contratos que somam quase R$2 milhões para eventos

Juatuba receberia pela primeira vez nos dias 06 e 07 de maio, no Poliesportivo Municipal, o 1º Moto Minas e também o 1º Encontro de Carros Antigos da cidade. No entanto, para a surpresa dos idealizadores do evento, o encontro foi barrado pela prefeitura.

Informações apuradas pelo Jornal de Juatuba e Mateus Leme, dão conta que após reunião com o Secretário de Governo no dia 02 de fevereiro, ficou definida a realização do “1º Moto Minas Juatuba”, que aconteceria em comemoração ao 31º aniversário da cidade. Após o acordo entre integrantes da Associação

Renova Minas e o Secretário, a solicitação de parceria foi formalizada e encaminhada à Secretária de Esportes e Cultura, Cristiane Campagnani Pereira, por meio de ofício.

No pedido oficial, a Associação solicita a utilização externa do Ginásio Poliesportivo, nos dias 06 e 07, para o encontro de motociclistas e triciclistas da região, bem como a realização de shows de bandas cover, barracas de alimentação e bebidas, espaço de lazer para as crianças e adolescentes, ações de saúde e minifeira de artesanatos. O pedido ainda detalha a arrecadação de alimentos não perecíveis para serem doados às famílias em situação de vulnerabilidade.

Foi solicitada também a parte

mediante a autorização de uso na Secretaria de Esportes e com emissão de alvará pelo município”.

Contraditório

Questionado pela reportagem, o integrante da Associação Renova Minas em Juatuba, Guilherme Moraes, afirma que a resposta da secretária é contraditória, já que existem contratos vigentes para auxílio aos eventos filantrópicos no município e que não seria criada uma nova despesa, conforme preconizado no decreto.

“Na primeira reunião, de imediato a prefeitura alegou que iria dar o apoio que solicitamos. Mas para a negativa, eles utilizaram o decreto como desculpa. No entanto, Juatuba já tem vigente contratos públicos que foram renovados recentemente que são em média de R$1,4 milhão, para a contratação de banheiro químico, tendas, palcos e outras questões que envolvem eventos. Qualquer pessoa ou entidade que queira utilizar a verba pública desses contratos pode, conforme preconiza a legislação vigente. Como esses contratos já foram feitos e estão ativos, não serão geradas novas despesas”, explica.

Contratos posteriores ao Decreto

de R$ 64.950,00 junto à Algiz Vigilância e Segurança EIRELI, que pretende realizar a prestação de serviços por empresa especializada em serviço de segurança profissional, para atuar durante eventos realizados pela secretaria municipal de educação, cultura e turismo, divisão de cultura. O segundo contrato tem a data do mesmo dia, no valor de R$77.940,00, que foi assinado junto à empresa Fest Eventos Produções LTDA – Me, que faz a locação de banheiros químicos.

Na sequência, a prefeitura realizou a contratação de tendas para eventos, junto à Jurandy dos Santos Elias, pelo valor de R$208 mil. No dia 22 de março, a prefeitura efetuou o pagamento de R$ 56 mil ao Centro de Formação de Atletas Ricardo Rone – LTDA, desta vez para a realização da “Copa Brasileirinho Internacional de Futebol de Campo”, que ocorreu nos últimos dias.

O valor do contrato mais alto representa a quantia de R$ 855.600,00, que tem a data de 04 de abril e foi assinado junto à empresa At Produções e Eventos EIRELI-ME, para a contratação de serviço de sonorização de micro, pequeno, médio porte e grande porte. Já Brener Lucas de Paula Silva – ME, receberá R$130 mil para a prestação de serviço de iluminação de pequeno, médio e grande porte no dia 05 de abril. Por último, a prefeitura assinou contrato na

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Com salários atrasados, servidores de Mateus Leme fazem paralisação

O recado foi dado há um mês e, em meio às promessas e desculpas de que a culpa seria do novo sistema de RH da prefeitura, os servidores de Mateus Leme deram um basta: o atraso no pagamento que se arrasta desde o início do ano e o dos professores desde agosto do ano passado, além do não recebimento de férias por alguns educadores, foram os motivos para que a paralisação fosse iniciada.

Em forma de protesto, o Sindicato dos Servidores Públicos de Mateus Leme, Sindserp, realizou na última quarta-feira, 12, uma assembleia extraordinária na sede da entidade para deliberar sobre a manifestação e paralisação dos servidores públicos que ocorreu nesta sexta-feira. De acordo com o Sindserp, a manifestação se faz necessária devido ao atraso no pagamento de

salários de diversos setores do serviço público, que ocorre mês a mês.

A mobilização dos educadores nesta sexta-feira contou com a presença de filiados da Associação Trabalhadores em Educação de Mateus Leme e a possibilidade de paralisação já

Conversar Com todos para FaZer melhor. a assembleia trabalha Com diálogo e independênCia.

havia sido ventilada no início de janeiro pelas duas entidades, após promessa de readequação dos pagamentos feitos pela administração. Vestidos de preto, os servidores se concentraram na porta da Câmara seguindo em passeata até a porta da prefeitura, onde ficaram até

o meio dia. Servidores gritaram palavras de ordem e portavam cartazes.

Na Educação, a paralisação dos servidores ocorreu de forma integral, e não houve aula. Segundo o Sindicato, odia será pago em uma outra data para que os alunos não fiquem prejudicados.

Na Saúde, o serviço funcionou com o mínimo 30% de pessoal efetivo em serviço. Os servidores dos outros setores, permaneceram com a marcação de ponto, antes e após a manifestação.

Em nota, o Sindicato esclareceu que as manifestações foram pacíficas e que todos os órgãos foram oficializados. “A greve é um direito previsto em lei federal e os servidores estão resguardados através do Sindicato. Estamos fazendo tudo conforme de forma correta e temos previsão legal para isso”, pontuou.

A Assembleia Legislativa de Minas Gerais sabe que, para representar 21 milhões de mineiras e mineiros, é preciso ter independência para fazer o que é necessário e dialogar para manter foco nas pessoas. Sempre com responsabilidade. É assim que trabalhamos para melhorar a vida do povo mineiro, dia após dia.

Página 4 Sábado, 15 de abril de 2023 almg.gov.br/participacao AcompAnhe e pArticipe

Presidente da OAB Mateus Leme vai acionar Copasa na justiça por cobrança indevida de taxa de esgoto

Vereadores querem saber do prefeito se as multas sugeridas pela CPI estão sendo pagas pela Companhia e se as intervenções e obras de abastecimento estão sendo executadas na cidade

O dilema da má prestação de serviços da Copasa nos municípios está longe de acabar. Mas esta semana, a novela teve um novo desfecho. O ex-vereador e atual presidente da Ordem dos Advogados do Brasil- Subseção Mateus Leme, Mionesi Nogueira, anunciou na Câmara que entrará com uma ação na justiça contra a companhia, pela cobrança indevida da taxa de tratamento do esgoto, que segundo o advogado, não é feita na cidade, uma vez que os resíduos são jogados nos principais cursos d´água que cortam Mateus Leme.

Dr. Mionesi convidou outros interessados a ingressarem junto dele com uma ação coletiva, solicitando a devolução dos valores pagos pelo serviço que não foi prestado e cancelando as cobranças futuras. Tudo isso será feito, segundo o advogado, pelo seu escritório

de advocacia, de forma a promover justiça social aos moradores de Mateus Leme que estão cansados de serem cobrados pelos serviços não prestados pela COPASA.

Em resposta ao advogado, os vereadores disseram que o papel da Câmara de fiscalizar foi feito, inclusive com a conclusão da Comissão Parlamentar de Inquérito, que mostrou que a Companhia não estava cumprindo o contrato assinado com o município. Os parlamentares relembraram que à época da CPI foram encaminhados ofícios ao prefeito, solicitando que ele representasse na justiça contra a Copasa por descumprimento do contrato com o município, mas nada foi feito até hoje.

Os vereadores lembraram também que foi contratada uma consultoria particular e feitas inúmeras investigações

que confirmaram que a cobrança de taxa de esgoto é irregular, uma vez que a Copasa não realiza o serviço.

“A CPI tem o caráter investigativo e não tem o poder de punir, formular culpa ou julgamentos. Porém, tem o poder de cobrar dos poderes que se cumpra a legislação. Neste caso, quem deveria rescindir o contrato é a prefeitura que con-

tinua inerte, vendo de longe o sofrimento da população”, alegou o vereador Aldair.

Nada resolvido

O relatório final da CPI determinou que o prefeito ingressasse com uma ação na justiça suspendendo a cobrança de taxa de tratamento de esgoto pela Copasa, até que seja comprovada

a prestação de serviço à toda a população de Mateus Leme.

Ainda de acordo com o documento, o valor a ser pago em multa pela Copasa, deveria ser revertido para ações de saneamento básico no município, em especial para a aquisição de reservatórios de água para as comunidades do bairro Atalaia e adjacências.

O prefeito também deveria ter adotado medidas judiciais de forma a obrigar a Copasa a reiniciar as obras de distribuição de rede de água e esgoto, conforme contrato, concluindo todas as obras necessárias em um prazo limite de 100 dias, sob pena de pagamento de multa diária no valor de R$100 mil.

Ficou determinado ainda que até que as obras fossem finalizadas, a companhia seria obrigada a fornecer três caminhões pipas por dia às comunidades que sofrem com o

desabastecimento, sob pena de responder por crime contra a saúde pública. No entanto, as obras sequer começaram, a multa não foi paga e quem fornece a água por meio de caminhão pipa é a própria prefeitura, de forma esporádica. Com base nas reclamações, a vereadora Irene de Oliveira protocolou pedido de informação ao prefeito Renilton Coelho, sobre todos os atos administrativos e jurídicos adotados com relação à companhia. A vereadora questionou também quais foram as ações impetradas pelo escritório de advocacia, contratado pela prefeitura para gerir as ações contra a COPASA. Também foi solicitado por Irene, os valores pagos ao escritório até o momento e se as multas sugeridas pela CPI estão sendo pagas pela Companhia, e se as intervenções, obras e abastecimento estão sendo executadas.

Sindserj ameaça greve dos servidores por falta de reajuste

O Sindicato dos Servidores de Juatuba, Sindserj, anunciou a possibilidade de paralisação para sensibilizar a administração municipal quanto à necessidade da recomposição salarial anual. De acordo com o presidente da entidade, Geraldo Ricardo de Lima, ano passado, o aumento foi de apenas 7,02%, valor muito abaixo da inflação à época.

O sindicalista destacou que o reajuste desse ano pode nem ocorrer, já que deveria ter sido feito no mês passado e, para completar, o municí-

pio está vivendo um decreto de contenção de despesas, que segundo ele, é apenas para “inglês ver”. “O que nós vemos é o prefeito fazendo justamente o contrário do que propõe a contenção de despesas. Ele está contratando diversos comissionados para setores que já sentem o inchaço da máquina”. Em vídeo, Geraldo afirma que o prefeito Adônis realizou muitos gastos durante a pandemia e esqueceu que as receitas voltariam à normalidade após o período. “Se ele quisesse realmente economi -

zar, deveria fazer o corte de pessoal comissionado com altos salários, a começar da própria filha que é secretária de esportes. Outro exemplo é o secretário turista que trabalha em um gabinete de deputado. Existe até outro caso em que um comissionado já é aposentado com um alto salário. Quem está sendo penalizado com o decreto são apenas os servidores e os profissionais que ganham salário mínimo, infelizmente”, denunciou.

Em frente a um quadro branco e com uma varinha,

igual o prefeito costuma fazer, Geraldo afirmou que Adônis tem justificativa para tudo, mas que suas falas e afirmações não condizem com a realidade do município e tampouco ajudam quem está na ponta da máquina pública e à própria população. “Se esse aumento não for feito, convoco os servidores a fazer greve. É um absurdo total e um grande descaso com o funcionalismo. Tudo aos amigos do rei e nada à província que realmente movimenta e produz para a cidade”, alertou.

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Presidente de associação diz que Câmara deve “investigar atos do executivo, e não de entidades

O vereador Paulo Cesinha fez pedido de informação cobrando a apresentação de documentos de registro da Associação dos Trabalhadores da Educação de Mateus Leme. O questionamento do parlamentar foi durante a reunião ordinária desta semana, pois, de acordo com Cesinha, a entidade deve prestar contas ao Legislativo e justificar quais professores representa, bem como apresentar a lista de filiados da entidade.

Os vereadores Irene de Oliveira, Guilherme do Depósito, Aldair Guimarães e Wellington Batata se abstiveram do voto favorável ao pedido de informação, sob a alegação de que a Câmara não tem amparo jurídico para solicitar documentos de

registro de uma entidade privada, que não tem fins lucrativos e que também não recebe recursos públicos para se manter. O vereador Aldair Guimarães, que participou da assembleia de criação da entidade, destacou que ela é legal e regular e que se houvesse alguma dúvida, não seria necessário um pedido de informação e apenas uma explanação da presidente da entidade na tribuna da Câmara. A reportagem entrou em contato com a presidente da Associação, Queila Cristina de Assunção, para saber o que teria motivado o pedido de informação e a professora disse que ainda não recebeu documento oficial sobre a solicitação, mas que assistiu a reunião e não

entendeu o motivo.

“Somos uma entidade sem fins lucrativos, não somos autarquia. Realmente acredito que haja um equívoco. Existem tantas coisas para fiscalizar no nosso município. Um exemplo disso são os uniformes que poderiam estar sendo utilizados pelos alunos e foram recolhidos pela prefeitura nas escolas após denunciarmos a existência desses materiais guardados”, revelou.

Perseguição

Entre os professores, o pedido de informação do vereador soou como uma forma de perseguição política, já que ele é da base do prefeito Renilton Coelho. Outro alerta é que o pedido foi feito após a pre-

sidente da Associação solicitar a fiscalização dos vereadores nas escolas que guardavam os uniformes, que teriam sido comprados de forma irregular. “Os uniformes inclusive, em sua grande maioria, já estavam danificados. Ressalta-se que todos foram recolhidos pela prefeitura e não sabemos o destino dos mesmos. Isso sim, seria um motivo para investigação pois mostra mal uso do nosso dinheiro e de recursos públicos”, enfatizou.

Queila disse que na próxima semana vai responder todos os questionamentos dos vereadores na tribuna livre. “Somos independentes economicamente e lamento que uma entidade que luta por direitos, seja supostamente perseguida politica-

mente, uma vez que não podemos confiar em alguns dos nossos representantes”.

Esclarecimento dos uniformes

Recentemente, o presidente da Câmara, Chico da Venda e os vereadores Paulo Cesinha e Irene de Oliveira, durante uma fiscalização de rotina às dependências da Escola Municipal Judith Abreu Oliveira, para avaliar a estrutura da unidade de ensino, se depararam com diversos uniformes estocados na escola. Ao questionar a diretora, os parlamentares foram informados que os uniformes foram adquiridos em 2022 e que seriam entregues ainda neste semestre.

Inicialmente, não foi verifi-

cado qualquer projeto de Lei na Câmara, de autoria do prefeito, pedindo autorização para a compra de uniformes escolares. Uma compra anterior, no início da atual gestão, também foi feita sem aval dos vereadores e a liberação dos recursos foi barrada.

A suspeita inicial entre a comunidade escolar é que os uniformes tenham sido comprados novamente sem autorização do Legislativo. Para tentar sanar a dúvida, a vereadora Irene de Oliveira encaminhou pedido de informação, cobrando explicações acerca da aquisição dos uniformes estocados, bem como a nota com os valores da compra e a justificativa sobre o porquê de eles ainda não terem sido entregues aos alunos.

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PÂNICO NAS ESCOLAS JUATUBA TEME PELA SEGURANÇA APÓS PREFEITO DEMITIR PORTEIROS

Os ataques bárbaros que ceifaram a vida de quatro crianças em uma creche de Santa Catarina e feriu professores e alunos em um colégio de Manaus, colocaram o Brasil em pânico. O receio dos pais e políticos é que os episódios possam incitar outros jovens a planejar o mesmo contra a vida de estudantes de Juatuba e Mateus Leme.

Apesar de em outras cidades a contratação de seguranças armados, porteiros e a intensificação do controle de entrada e saída de pessoas nas escolas municipais e estaduais serem a pauta do momento, Juatuba insiste em seguir na contramão, já que com o decreto de contenção de despesas, o prefeito demitiu todos os porteiros das escolas municipais.

As reclamações chegaram aos gabinetes dos vereadores esta semana e o que preocupa é o livre acesso de qualquer pessoa às unidades escolares. Em plenário, o vereador Ted Saliba, revelou que ficou surpreso quando esteve na Escola Maria Rita Duarte, em Boa Vista, “onde não havia nenhum porteiro na entrada”.

“A diretora me informou que tem se desdobrado para impedir que a escola fique sem uma inspeção na portaria, e segundo ela, tem colocado servidores fazendo esse controle durante a entrada dos alunos. Porém, ela disse que na maior parte do dia fica complicado, já que os profissionais desempenham outras atividades. O correto é a contratação dos porteiros novamente, até alinharmos um sistema de segurança mais efetivo”, revela.

Ameaças dentro das escolas

Durante a discussão do tema, o líder do prefeito, vereador Jurandir dos Santos, disse ser necessário o debate não apenas com o governo, mas também com a população. “Isso precisa ser debatido, porque as pessoas passam a achar normal esses ataques e querer reproduzir em todos os lugares. Inclusive, algumas professoras têm manifestado interesse em pedir exoneração após ameaças de alunos e familiares dos mesmos. Isso não pode ocorrer em nosso município; é preciso um plano de emergência entre a Câmara,

as escolas e o governo”.

Jurandir disse que em reunião com a Secretaria de Educação, foi solicitado um plano de segurança dentro das escolas, com a instalação de câmeras externas, de concertina nos muros e contratação de segurança.

Além da proposta do plano de ação, Jurandir destacou a necessidade de discussão do projeto de lei que propõe a criação da Guarda Municipal armada, datado de 28 de março do ano passado. O vereador disse que o projeto está parado há um ano na Câmara. “Proponho a análise urgente desse projeto, já que tem parecer de todas as comissões. Solicito um parecer jurídico para que possamos discutir a segurança pública no município e uma audiência pública para tratar o assunto em conjunto com a comunidade”.

Faltava orçamento

Após a fala de Jurandir, Ted Saliba, que era o presidente da Câmara na época em que o projeto foi apresentado, alegou que ele só não foi colocado em votação porque o executivo

solicitou prioridade em outras demandas, já que não havia previsão orçamentária à época para a implementação de uma guarda municipal, que vai gerar gastos em treinamento, realização de concurso e nomeação de profissionais. “Outra questão que observamos é que de acordo com uma resolução nacional, o município só pode ter guarda armada se tiver mais que 58 mil habitantes. Destaco também que as comissões ainda não deram o parecer sobre o projeto da Guarda Municipal. O único parecer que temos é o jurídico.

Câmeras não funcionam

O vereador Messias Leão disse que todas as escolas têm deficiências há muitos anos e que a prioridade é aprimorar a segurança. “Não adianta instalar mais câmeras nas escolas, se as que já existem, sequer funcionam. “Será que sabemos quem está saindo ou entrando nas escolas hoje, já que as câmeras não funcionam. Antes de prevermos mais gastos, devemos fazer funcionar o que temos”.

Outra sugestão do vereador é a realização de um treinamento junto aos educadores e servidores para auar em caso de emergências, pânicos ou até mesmo situações suspeitas. “Há alguns dias me deparei com um suspeito jogando pirulito por cima do muro para os alunos. Nenhum servidor viu a ação, ou sequer pode fazer nada, por desconhecer como agir, ou até mesmo pela falta de um profissional responsável e qualificado”, revelou.

Cooperação dos pais e responsáveis

O vice-presidente da Câmara, Eltinho da Agência, disse estar assustado com a repercussão e com o pânico de alunos e pais durante visitas nas escolas esta semana. O vereador criticou a forma precoce com que os pais autorizam o uso do celular, a permissão para que a criança ou adolescente acesse jogos violentos e a compra de réplicas de armas e até brinquedos e apetrechos agressivos, que podem influenciar na formação das crianças. “Estive em um sítio neste final de semana com

amigos e no momento em que ninguém estava olhando, um jovem de 12 anos pegou a faca e ficou golpeando a carne do churrasco, como se fosse um profissional treinado. Nesses momentos, nós pais, temos que observar e frear essas atitudes”, alerta.

Audiência pública

O presidente do legislativo, Laécio do Silvestre, disse que irá promover uma audiência pública sobre a criação da guarda municipal nos próximos dias e que vai convocar profissionais da segurança para participar, bem como representantes de cidades que já têm a guarda formalizada. Porém, de acordo com Laécio, o prefeito já deveria contratar segurança para as escolas. “Minha sugestão inicial ao prefeito é que ele contrate segurança privada para todas as 17 escolas e que ela seja coordenada por um P2. Ou seja, um comandante ou profissional da Polícia, que ficará responsável pela atividade de inteligência da unidade policial”, disse presidente da Câmara.

E não foi apenas a Câmara que recebeu as reclamações sobre a situação de insegurança nas escolas de Juatuba. O Jornal recebeu ligação de alguns pais que se dizem preocupados com a questão da segurança nas unidades educacionais do município.

“Moro no Vila Maria Regina e realmente a escola aqui não tem segurança, nem para os alunos e muito menos para os professores. Além disso, a escola que tem o muro baixo,

é afastada e está com muita sujeira e mato no entorno. Infelizmente, a educação de Juatuba está largada às traças. Tem três dias que não estamos mandando os nossos filhos para a escola, com medo dos últimos acontecimentos. A Educação, bem como toda cidade, infelizmente está abandonada”, opina Girlene dos Prazeres.

Já Lara Sofia que também é mãe de estudante da rede municipal, diz que a presença de um

porteiro é essencial no ambiente escolar, para controlar a entrada e saída dos alunos, notar ocorridos dentro da escola e observar os acontecimentos desde a entrada, a permanência e saída dos alunos. “A segurança na escola está deixando a desejar; são muitas brigas e todo tipo de gente entrando e saindo. A escola Maria Renilda, por exemplo, merecia uma segurança melhor. Sem porteiro, fica difícil e, sem câmeras, pior ainda”.

MPF quer moderação de conteúdos

O Ministério Público Federal requisitou ao diretor jurídico do Twitter Brasil informações sobre quais providências estão sendo adotadas, em caráter emergencial, para a moderação de conteúdos relacionados à incitação de violência e a notícias de possíveis ataques a escolas. Circulam nas redes e aplicativos informações sobre ações violentas em estabelecimentos escolares previstas para ocorrer nos próximos dias.

O pedido foi feito no âmbito

do inquérito civil público instaurado em 2021 com a finalidade de investigar a postura das principais redes sociais e aplicativos de mensagens no Brasil no enfrentamento das fake news e da violência digital. No documento, o procurador regional dos Direitos do Cidadão adjunto em São Paulo, Yuri Corrêa, requisitou à plataforma a relação de todos os perfis/ conteúdos apontados pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública como propagado-

res de informações que incitem à violência, com a discriminação de quais deles foram objeto de moderação, pela plataforma, em qual data e de que modo. Nos casos de conteúdos que não foram moderados, mesmo havendo a indicação, o procurador pede que seja informado o fundamento e apresentados os resultados das análises feitas à luz dos termos de uso da plataforma, em especial aquelas relacionadas à temática “segurança e crime digital”.

“Vamos parar Minas Gerais no massacre. Se vacilar na porta do Justino, eu vou picar a cabeça de todo mundo, Zé”. A frase é de um menor, estudante da Escola Estadual Domingos Justino Vieira, em Mateus Leme.

O jovem gravou um vídeo que circulou nas redes sociais, causando pânico e apreensão na cidade e, várias diretoras ligaram para a Polícia Militar, pedindo ajuda nesta terça-feira (11). As diretoras relataram que estavam recebendo ligações de pais de alunos apavorados, dizendo que não mandariam os filhos para as aulas de terça-feira, por temerem que ocorresse um atentado.

A partir das denúncias e do vídeo, os policiais conseguiram identificar o aluno e localizar a casa onde ele mora. Chegando na residência, o adolescente, que estava acompanhado dos pais, admitiu ter feito o vídeo e contou que teve a ajuda de dois primos, identificados por Paulo e Patrick.

Depois de apreender o adolescente, os policiais militares foram à casa de Paulo e lhe deram voz de prisão. Os dois

foram levados para a Delegacia de Mateus Leme. Os policiais também estiveram na residência do terceiro suspeito, identificado como Patrick e, incialmente ele não foi encontrado. Mais tarde, a PM conseguiu apreender o jovem. O teor do depoimento dos adolescentes e os motivos que os levaram a gravar o vídeo com a ameaça ainda não foram revelados.

Operação reforçada

As ameaças em Mateus Leme aconteceram menos de 24 horas depois da Polícia Militar lançar a Operação de Proteção Escolar, em que uma equipe especializada está percorrendo as escolas dos municípios para dar mais segurança aos estudantes, professores e funcionários. Os militares atuam com equipes multidisciplinares, fazendo guarda ostensiva na porta das escolas e nas comunidades do entorno.

Rede de proteção

Em decorrência dos últimos fatos envolvendo a segurança

das escolas, a prefeitura de Mateus Leme emitiu uma nota informando que há o contato contínuo da administração com as escolas e a Polícia Militar. “Graças aos esforços contínuos e à cooperação mútua, estamos conseguindo construir uma rotina de segurança eficaz que trará mais conforto à população”.

De acordo com a prefeitura, após os últimos acontecimentos, algumas medidas já estão em funcionamento, dentre elas, o contato contínuo com a administração das escolas e Polícia Militar, a recomendação de evitar aglomerações na porta das escolas.

“Durante o funcionamento escolar, todas as entradas estão sendo mantidas fechadas e monitoradas. Em caso de necessidade de adentrar às escolas ou obter informações, sugerimos que pais e responsáveis realizem agendamentos prévios junto à direção”, diz a nota.

A prefeitura também solicitou que as pessoas evitem espalhar Fake News, pois a divulgação desenfreada sem uma apuração, pode semear o pânico na comunidade.

Página 7 Sábado, 15 de abril de 2023
Pais dizem que Educação está “largada às traças”
Adolescente que ameaçou atacar a escola Domingos Justino é apreendido

Sob pressão, Adônis retira projeto que doava terreno a mineradora

Após grande repercussão negativa, pressão e protestos populares, o prefeito Adônis Pereira, encaminhou um ofício à Câmara, solicitando a retirada da pauta do projeto de lei que pretendia doar uma área de 325 mil metros quadrados à empresa Ecomining América Ltda, que tem como principal atividade econômica a extração de minério de ferro. A notícia da retirada do projeto da pauta foi dada pelo presidente da Câmara, Láecio do Silvestre, por meio de um vídeo nas redes sociais. Com o ofício em mãos, Laécio afirmou que o chefe do executivo, solicitou a retirada do projeto devido à falta de interesse da mineradora em se instalar no município.

Minimizando a vitória das lideranças que fizeram muita pressão contra o projeto, o

prefeito gravou um vídeo, afirmando que a instalação da empresa foi prejudicada devido às Fake News gravadas por meio de vídeos por cidadãos e políticos com interesse em integrar o poder.

“Juatuba não tem minério para minerar, pelo menos não conheço nenhum até hoje. A empresa que iria vir é rica, dona de mineração e vários negócios e atividades. Eu jamais retiraria esse projeto

por falatório de pessoas que começaram a campanha do ano que vem de forma antecipada, para voltar ao poder; pessoas que inclusive assumiram cargos na prefeitura de Juatuba”, disse Adônis.

O prefeito afirmou ainda que quem perde com a decisão da empresa é o município, que deixará de arrecadar e ofertar empregos para pessoas carentes. “Essas pessoas prejudicaram demais a popula-

ção. Nós precisamos arrecadar porque temos 750 ruas de terra e poeira que precisam de pavimentação. Quem sofreu foram as famílias mais pobres que precisam de empregos e quem ganhou com isso foram os ricos, que acham que o terreno cedido pelo estado é o fundo de quintal da casa deles”, afirmou o prefeito, se referindo aos moradores do Condomínio Village. Pelas redes sociais, diversos cidadãos criticaram a fala de Adônis, e observaram que o que a empresa iria trazer, ela retiraria o dobro. “As ruas que o senhor diz que serão asfaltadas, serão as mesmas que os caminhões pesados irão destruir. Sem contar a poeira que vai prejudicar a saúde de todos e também a devastação do meio ambiente”, disse uma internauta.

A vitória da mobilização: ex-procurador rebate prefeito e diz que a luta continua

continua e não vamos parar”.

Sobre a fala do prefeito no vídeo, Fernando diz que a proposta de destruição do meio ambiente foi derrotada pelo bom senso da comunidade de Juatuba, “que tomou conhecimento a tempo de impedir esse crime ambiental que seria realizado pela Administração Adônis”.

oportunamente, queremos dialogar com o prefeito e seus assessores sobre alternativas que compatibilizem desen -

volvimento econômico, preservação ambiental e qualidade de vida para todos”, alertou o advogado.

A possível vinda da mineradora para uma área próxima à Serra do Elefante, na divisa de Juatuba e Mateus Leme, foi muito criticada e dominou a pauta durante vários dias. O projeto do prefeito causou tanto desconforto e descontentamento, que no último final de semana cerca de 50 pessoas se juntaram em torno da Serra

do Elefante para um abraço simbólico contra a instalação da mineração no local. Junto à manifestação, também foram colhidas assinaturas contra a mineração na cidade. O advogado e ex-procurador do município, Fernando Gonçalves Rodrigues, que é também proprietário de um imóvel no Condomínio Village, localizado

próximo à Cruz das Almas, disse que a luta pela não implantação do Distrito Industrial IV em Cruz das Almas continua. “A nossa luta continua, contra instalação do distrito industrial poluidor no Capão da Cruz da Almas, apesar da retirada do projeto da mineradora. Afastamos a ameaça mais grave, mas a ameaça ao meio ambiente

Fernando salienta que o Município ganhará mais com ICMS ecológico se instituir uma área de conservação naquele território, do que colocando rejeitos de minério sobre as nascentes. “O prefeito foi derrotado, e por isso, reage querendo personificar um processo que é coletivo. Não somos contra o prefeito, somos contra uma proposta de industrialização incompatível com a conservação do meio ambiente. Somos pela preservação da qualidade de vida. Estamos abertos e,

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Terreiro de Candomblé e Umbanda é registrado como Associação

Cultural de Matriz Africana

Após 10 anos de funcionamento em Mateus Leme, o grupo de Candomblé e Umbanda Bakise Mona Ixi, antiga Casa do Pai Jaraguá, conseguiu registrar uma Associação cultural e tradicional de Matriz Africana no município. A Associação Cultural Bakise Mona Ixi, Casa dos filhos da terra, está localizada na rua Bélgica, 302, Jardim Mangabeiras.E para contar um pouco da história do grupo religioso e sobre o trajeto percorrido até o registro da Associação, o Jornal de Juatuba e Mateus Leme entrevistou o líder espiritual e Pai de Santo, Wellington Luiz de Castro Soares, de nome sacerdotal Tata Ximeango.

JML- Fale um pouco sobre o terreiro de Candomblé e Umbanda Bakise Mona Ixi de Mateus Leme. Quem foram os percursores dessa tradição religiosa no município? O que o registro da Associação representa para os líderes do terreiro e também aos fiéis? Como o terreiro se mantém? Em média, há quantas pessoas em comunhão no terreiro?

Tata Ximeango - Em 13 de outubro de 2013, a casa começou a funcionar como terreiro de Umbanda e em 2021 passou a funcionar também como terreiro de Candomblé. A partir de 2021, o Terreiro Casa do Pai Jaraguá passou a se chamar Bakise Mona Ixi. A tradição de Matriz Africana, como no Candomblé, chegou em Mateus Leme há 27 anos, com o Tat'etu Arabomi, que trouxe sua Casa de Candomblé para a cidade. Agora, no dia 4 de abril, o terreiro foi registrado juridicamente e a importância deste registro é assegurar a existência do movimento na cidade e também os direitos que os povos de Matriz Africana têm no contexto comunitário. O terreiro hoje se mantém com a colaboração dos associados, do pai de santo, dos filhos de santo e dos fiéis, que geralmente procuram um terreiro para auxiliar com problemas espirituais. O Bakise Mona Ixi faz encontros semanais com a presença de cerca de 35 pessoas.

JML- Qual é sua ascendência no candomblé? E do ponto de vista da iniciação, como foi sua história para entrar no candomblé? Qual o seu percurso e ligações afro descendentes desde sua iniciação religiosa? Para você, o que é o Candom-

blé e a Umbanda?

Tata Ximeango - Eu nasci em 1.993 em uma família que já tem história em comunidades tradicionais; com 16 anos eu abracei e aceitei minha ancestralidade e entrei para o Candomblé e a Umbanda. Passei pela casa da minha tia que toca ketu, que fica localizada na cidade de Buritizeiro. Depois me mudei para Belo Horizonte e fiquei por alguns anos no terreiro de Jejé. Mas há 10 anos, eu conheci o meu Pai de Santo, Tat'etu Arabomi, dirigente do terreiro de Candomblé Bakise Bantu Kasanje. Hoje sou o Tata Ximeango, Pai de Santo, do Bakise Mona Ixi e casa do Boiadeiro Pai Jaraguá, onde celebro os ensinamentos dos meus antepassados. O Candomblé e a Umbanda representam para mim a união entre nós e os nossos ancestrais.

JML- Como tem sido para você, exercer o cargo de pai de santo em uma cidade do interior? O que foi

mais difícil de vivenciar durante a sua trajetória? Algum fato, seja do candomblé ou da sociedade em geral, lhe impactou?

Tata Ximeango - Mesmo Mateus Leme sendo uma cidade do interior, eu fui bem recebido quando me mudei. Como todo lugar onde existem pessoas, existe também o preconceito, o racismo, a homofobia e a intolerância religiosa. Em Mateus Leme também existe, mas graças a Exu, Tat’etu KAVUNGO a todos os Nkises e a Nzambe, não sofri nenhum tipo de ameaça ou nenhuma forma de preconceito que me fizesse temer morar e viver nessa cidade. Pelo contrário, fui bem recebido, hoje faço parte e sou conhecido em todo município. O pai de santo, como qualquer outra pessoa, passa por momentos difíceis, mas o Candomblé é uma família muito unida, e essa união ameniza as dificuldades. Por isso, sempre chegamos a uma solução

mais rápida para os problemas. De um modo geral, o que me deixou perplexo positivamente, foi a demonstração de carinho à nós neste ano: na época do carnaval, nossa Casa foi para a rua com um bloco, para representar nossa ancestralidade, e fomos recebidos de braços abertos pela cidade. Por mais que tivesse ali alguém com intolerância religiosa, preconceito ou racismo, não teve espaço para expressar seus preconceitos, já que brilhamos e conseguimos levar alegria aos foliões durante o carnaval da cidade. Foi muito bonito e emocionante ver todas as pessoas vibrando com nossa energia espiritual, sejam elas de qualquer credo religioso.

JML- Como você compreende a figura de Exu no Candomblé e na Umbanda? Como desmistificar o pré-conceito e a intolerância religiosa, combatendo a ideia de que o Candomblé e a Umbanda são do mal? O que diz às pessoas que acham que a religiosidade praticada por vocês seria tida como “macumba”?

Tata Ximeango - Para mim, Exu tanto no Candomblé quanto na Umbanda significa tudo em cima da terra, porque Exu é a comunicação entre os seres humanos o lado material espiritual. Exu é o próprio caminho onde passamos, a própria situação que vivemos. A figura de Exu está ligada à nossa sexualidade, ao nosso suor e a nossa comunicação entre seres humanos. Exu é originário da Umbanda porque no Candomblé se cultua Nzila Nkise, que dá força para Exu nos ajudar. Resumidamente, Exu caminha nos caminhos de Nzila.

JML- Há algumas coisas em relação à tecnologia moderna que o candomblé ainda resiste. As casas tradicionais não permitem gravar, filmar, fotografar e etc. Como é na Casa de Mateus Leme?

Tata Ximeango - Eu concordo em manter uma tradição de que as pessoas não devem gravar, filmar e fotografar os fundamentos e situações internas. Mas quanto ao festejo, ao culto externo aberto ao público, eu não vejo nenhum tipo de problema em tirar fotos, encher o mar e gravar. Esse costume de não ter fotografias e não poder divulgar, nas casas tradicionais mais antigas, era pelo fato do preconceito, da intolerância religiosa, que infelizmente era sofrida por todos os negros e por todos que decidissem participar do terreiro. Hoje, nós temos força e sabemos que a prática do nosso culto, da nossa religião está enraizada na nossa pele, no nosso alimento, na nossa fala. Nossa cultura resiste e vive a África; somos ascendentes e descendente de povos negros que foram escravizados, por isso, na minha casa eu permito que tirem fotos e que façam gravações. Fazemos isso aqui para não ficarmos mais escondidos. Chega de ficar escondido, chega de ter medo. Nós temos o nosso espaço e vamos ocupá-lo. E se você tem algum receio de sofrer algum tipo de intolerância religiosa e não participa de nossas tradições, saiba que sem luta não há a extinção da prática que se perpetua há tantos anos. Venha fazer parte dessa corrente do bem e fazer parte dos filhos da terra.

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Serra Azul prepara mais uma Festa do Leite no próximo final de semana

Destaque da programação é show da dupla sertaneja Gino e Geno

Mesmo em meio à turbulência política vivida em Mateus Leme com a cassação do prefeito Dr. Renilton e do vice, Andinho, a Festa do Leite já está programada para ocorrer em Serra Azul e, apesar de a prefeitura ainda não ter feito a publicação oficial do evento, a 11ª edição da festa será nos próximos dias 22 e 23 com o tradicional desfile de charretes decoradas e distribuição de leite para o público.

A festa seguirá os mesmos moldes do evento anterior, com a disponibilização de estandes para exposição de produtores e fomento de pro-

dutos da economia do município. Haverá também desfile das

“Princesas do Leite” e diversos shows com artistas locais, com

destaque para a apresentação da dupla sertaneja Gino e Geno e Vinícius Fernandes.

A festa tem apoio de empresários, produtores rurais, além das Polícias Militar e Civil.

Gastos

Em 2022, a festa rendeu polêmicas e críticas devido aos custos que chegaram a quase R$400 mil. Porém, em contato com a reportagem esta semana, alguns moradores de Serra Azul afirmam que a estrutura que será montada este ano será maior e, “com certeza os gastos vão superar os R$ 400 mil”.

Câmara aprova Fundo Municipal de Políticas Penais

O projeto de lei que instituiu o Fundo Municipal de Políticas Penais para viabilizar recursos e meios para a execução de programas, ações, atividades e projetos, visando a consolidação da política penitenciária em Juatuba foi aprovado por unanimidade na reunião do legislativo essa semana.

A matéria, de autoria do vereador Marcos Leiturista, vai possibilitar o financiamento e apoio aos programas voltados para a reinserção social de presos, internados e egressos do Sistema Peni-

Obras para receber gasoduto

Presidentes das Câmaras de Juatuba e Mateus Leme afirmaram que irão buscar informações junto à GASMIG

O projeto de expansão do gasoduto em Juatuba e Mateus Leme deve ser concluído em dois anos. O cronograma foi apresentado pela direção da Gasmig recentemente, e a obra prevê cerca de 300 km de rede com investimento de até R$ 780 milhões. O início das obras, chamada “Linha Tronco”, que vai atender o Centro-Oeste, deverá começar em julho deste ano, com a finalização prevista para agosto de 2025.

Em Divinópolis e Itaúna, a previsão é que as intervenções

de expansão do gasoduto aconteçam de março de 2024 a agosto de 2025. A linha de transmissão atenderá, além de Juatuba e Mateus Leme, os municípios de Divinópolis, Betim, Sarzedo, São Joaquim de Bicas, Igarapé e Itaúna. A chegada do gás para a indústria é fundamental. Segundo o vice-presidente da FIEMG Centro-Oeste Eduardo Soares, ele disse que a região tem uma indústria bastante diversificada e a nova fonte de energia vai atrair mais empresas. Durante entrevista, Eduardo

afirmou que o gasoduto é um dos eixos de desenvolvimento da região. Ele citou a importância da atualização de leis para impulsionar a ampliação de investimentos. Segundo ele, é importante que os municípios analisem as legislações referentes ao Uso e Ocupação de Solo e o Código de Obras e Posturas. As atualizações, segundo ele, vão permitir a expansão do setor da Construção Civil nos municípios.

O Jornal de Juatuba e Mateus Leme questionou os presidentes das Câmaras

acerca das possíveis atualizações. Laécio do Silvestre e Chico da Venda, afirmaram que os poderes legislativos ainda não foram notificados pela Gasmig e nem provocados pelos prefeitos acerca de quaisquer atualizações na legislação. No entanto, os vereadores “encaminharão ofício à Companhia, questionando sobre as medidas a serem adotadas para o desenvolvimento e a instalação do gasoduto nas duas cidades, para que tudo ocorra dentro do cronograma”.

tenciário, além de programas de alternativas penais. De acordo com a matéria, as receitas para a criação do fundo e manutenção dos programas de reinserção serão provenientes do Fundo Penitenciário Nacional; recursos consignados em orçamentos anuais do Município; doações e contribuições de pessoas físicas ou jurídicas, de órgãos ou entidades federais, de outros estados e municípios; convênios, acordos ou contratos. O projeto, veta a construção, ampliação ou manutenção de unidades prisionais.

Legislativo aprova programa “Primeiro Emprego” em Juatuba

O projeto de lei que pretende instituir o programa ”Primeiro Emprego” foi aprovado por unanimidade nesta semana, durante a reunião da Câmara de Juatuba. A matéria, de autoria da vereadora Vanessão, visa fomentar a inserção de adolescentes e jovens adultos no mercado de trabalho, capacitando e os incorporando nas mais diversas áreas da economia local, além de incentivar o desenvolvimento de cooperativas micro, pequenas e grandes, para manutenção da geração de renda no município.

Após sancionado, o programa vai beneficiar jovens de 16 a 24 anos, com frequ-

ência e matrícula em curso de primeiro, segundo ou terceiro grau. O projeto autoriza s prefeitura a repassar um incentivo de 20% às empresas que contratares os jovens participantes do programa pelos primeiros seis meses do contrato de trabalho, ou abater o referido valor no ISSQN ou IPTU pago pela empresa. As empresas pequenas por sua vez, poderão contratar até 20% da sua força de trabalho, já as grandes, 30%, dando prioridade aos jovens em situação de pobreza, que estejam estudando. Deverão ser destinados pelo menos 5% dos postos de trabalho às pessoas com deficiência.

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Cidades da região terão que atualizar legislações de Ocupação do Solo e do Código de

Justiça Federal decide reestruturar a Subseção Judiciária de Contagem

Na última semana, o Jornal de Juatuba e Mateus Leme noticiou que a única sede da Justiça Federal na região, que fica localizada no bairro Eldorado em Contagem, seria fechada sob a justificativa de reorganizações jurisdicionais e administrativas do Tribunal Regional Federal de Minas Gerais.

No entanto, em sessão extraordinária realizada nesta terça-feira, 11, o Plenário do Tribunal Regional Federal da 6ª Região decidiu não fechar, mas apenas reestruturar a Subseção Judiciária de Contagem. A decisão do plenário administrativo do TRF6, adotada por ampla maioria por 12 votos a dois, não implica a extinção ou o fechamento da Justiça Federal em Contagem, mas, somente, a sua reestruturação, com a

transferência das três varas federais para Belo Horizonte, e instalação de duas unidades de atendimento avançadas em substituição, uma em Contagem e outra em Betim. As três varas transferidas continuarão a funcionar normalmente em Belo Horizonte, processando e julgando ações da mesma especialidade juiza-

dos especiais, com destaque para as ações previdenciárias, e execução fiscal, evitando e compensando o acréscimo de serviço ocasionado com a transferência para Belo Horizonte, dos processos da Subseção Judiciária de Contagem. Já a UAA de Contagem, reforçada pela nova unidade de Betim, continuará ofer-

tando à população de Contagem, Betim, Igarapé, Juatuba, Mateus Leme e São Joaquim de Bicas, que hoje integram a subseção judiciária, os serviços de atermação, ou seja, propositura da ação sem advogados, perícias médicas previdenciárias e assistenciais, atendimento acerca do andamento dos processos e estrutura para realização de audiências virtuais, sem necessidade de deslocamento à sede da Justiça Federal em Belo Horizonte. Além disso, a decisão do TRF6 determinou a realização de estudos para verificar a possibilidade de ampliação da área de abrangência das duas UAA’s, para incluir outras cidades, além das que hoje integram a Subseção Judiciária de Contagem.

“Mulas” com drogas de Juatuba são interceptadas em Itabira

Esta semana, na Rodovia MG-129, Km31, em Itabira, durante Operação Policial Rodoviária, um veículo Ford Fiesta, cor preta, placa HKC7434, recebeu ordem de parada, mas fugiu dos policiais militares rodoviários que conseguiram abordar o veículo, logo após a tentativa de fuga.

Durante as buscas pessoais foi percebido que os dois ocupantes estavam com as pernas trêmulas e, na busca veicular foi localizada uma caixa lacrada com fitas adesivas no porta-malas, contendo em seu interior 12 barras de maconha. O passageiro declarou que receberia a quantia de R$

600,00 para pegar a caixa com a droga em Juatuba e fazer o transporte até Itabira, e que o condutor receberia R$ 300,00 para realizar o frete com o veículo. De acordo com um dos homens, quem lhe contratou foi um indivíduo do “Morro do Papagaio”, na barragem Santa Lúcia, em Belo Horizonte, no

Laudo aponta que criança com hidrocefalia não foi estuprada

Um episódio chocou os cidadãos mateus-lemenses essa semana: Uma criança de quatro anos, com hidrocefalia, morreu no domingo de Páscoa, na UPA Thiago Cardoso depois de demorar ser atendida. Porém, as suspeitas iniciais era que a garotinha tinha sido estuprada.

Segundo a equipe médica, a paciente apresentava sinais de violência sexual: nas genitálias havia indícios de abuso, visível dilatação anal, ausência de pregas anais e rompimento de hímen. A mãe da criança, de 30 anos, que acompanhava a menina na UPA, não viu a filha morrer porque “estava ocupada mexendo no celular”, conforme ela mesmo relatou.

internada na última sexta-feira após apresentar os mesmos sintomas estomacais. Ela foi atendida e liberada na manhã de sábado. A Polícia Militar deu voz de prisão aos pais da criança pelo crime de abandono de incapaz e eles foram conduzidos para a Delegacia de Plantão de Betim, mas prestaram esclarecimentos e na sequência, foram liberados.

entanto, o indivíduo não quis dizer o nome do traficante.

Diante dos fatos, foi dado a voz de prisão em flagrante à dupla que foi conduzida juntamente com as drogas e aparelhos celulares para a delegacia de polícia civil. O veículo foi apreendido e encaminhado ao pátio do reboque.

Caminhão e carreta batem e tombam na Fernão Dias

Uma batida entre uma carreta e caminhão interditou completamente a Rodovia Fernão Dias, nesta quarta-feira (12). Os veículos de carga colidiram na Serra de Igarapé, na altura do km 516, no sentido Belo Horizonte. Com

o impacto, carreta e caminhão tombaram na pista. Os motoristas de cada um dos veículos saíram ilesos, mas após uma avaliação médica da equipe da Arteris, empresa que administra o trecho, um dos homens foi encami-

nhado para o Hospital Regional de Betim com ferimentos leves.

Poucas horas após o fechamento total em Igarapé, motoristas enfrentavam 10 km de congestionamento na Fernão Dias. O acidente acabou for-

çando os motoristas a pegarem uma rota alternativa, seguindo pela MG-431 até Itaúna, passando por Mateus Leme, Serra Azul e retornando na sequência a rodovia Fernão Dias, no km 497 em Betim.

Um médico que atendeu a criança também constatou que ela já estava morta, com temperatura fria e princípio de rigidez cadavérica. Foi quando ele perguntou à mãe sobre o estado da filha e ela disse que não percebeu nada, pois achava que ela estava dormindo e ficou ao telefone.

A criança foi levada para a sala vermelha da UPA, onde a equipe tentou manobras de reanimação, sem sucesso.

De acordo com a Polícia Militar, a vítima foi internada no início da manhã com náuseas e vômito. No fim da tarde, a criança ficou em observação sob os cuidados da mãe. A criança tinha sido

A Polícia Civil informou, nesta sexta-feira, 14, que a menina de quatro anos não foi estuprada. Segundo a polícia, no laudo pericial que atestou a causa da morte não foi encontrado nenhum vestígio de abuso sexual. Foi constatado que a menina morreu por parada respiratória e compressão cerebral. "Inicialmente foi levantada a notícia que a menor teria falecido pela prática de abuso sexual pelos familiares, no entanto, em razão do decurso das investigações até esse momento, quer seja pelas provas periciais, quer seja pelas provas testemunhais colhidas não foram identificados atos ou condutadas que demonstrassem um suposto abuso sexual da menor”, explicou o delegado Diego Nolasco Rego.

Página 11 Sábado, 15 de abril de 2023
“Não foi estuprada”, diz laudo

SOCIAis em mateus leme

FALECIMENTO

Com tristeza reportamos o falecimento da querida psicóloga Carlene Bueno de Oliveira, esposa de Filipe Otávio e mãe de João Filipe e Arthur Ivo, na terça-feira, dia 11 de abril. O velório e sepultamento foi na quarta, dia 12, no Cemitério central de Mateus Leme. Os familiares agradecem a todos pelo carinho e amizade, não só pela presença, bem como pelas mensagens.

ANIVERSÁRIOS

No sábado, dia 08, Isis Rocha Oliveira comemorou o niver, recebendo muitos cumprimentos e o carinho dos familiares e amigos. Parabéns e que Deus ilumine sua vida sempre!

O estudante de Medicina Veterinária Ítalo Silva Campos fez aniversário no dia 14 e reuniu alguns amigos para comemorar a data. Parabéns.

JUATUBA

No dia 06 de maio, sábado, tem inauguração do Forró Nosso Encontro, a partir das 18 horas. Na ocasião haverá apresentação da Banda Pégasus e também do sertanejo Jota Max. O Forró fica na Rua Josefina Fabris, 152, Nova Esperança, em Juatuba.

AZURITA

Está programado curso de Equitação e Provas Sociais, nos dias 08 e 09 de julho, com Aline Gonçalves no Rancho MR com abordagem dos temas: assento e postura, empunhadura, apresentação em provas, noções básicas de rédea, técnica para provas funcionais e equilíbrio. Mais informações pelo telefone 9 9962-9946, falar com Noely e são vagas limitadas. O Rancho MR fica na Estrada da Cachoeira, no Distrito de Azurita.

SANTO EXPEDITO

A Festa de Santo Expedito da Comunidade Jardim de Alah, em Mateus Leme, começa neste domingo, dia 16 e vai até quarta-feira, dia 19. A programação será a seguinte: domingo, dia 16, às 17 horas, celebração da Santa Missa na Capela de Santo Expedito, com a celebração da primeira Eucaristia das crianças da comunidade; segunda, dia 17, às 17 horas, celebração da palavra; terça-feira, dia 18, às 19 horas, Santa Missa e na quarta, dia 19, às 17h30, reza do terço na Fazenda Suzana, em seguida carreata com a Bandeira do Padroeiro até a Capela de Santo Expedito e às 19 horas, celebração da Santa Missa e levantamento da Bandeira.

RODEIO

Vem aí o Sétimo Rodeio JD em touros e prova dos três tambores de Mateus Leme, de 12 a 14 de maio, valendo vaga para Barretos, com locução de Diogo Bueno. No Rodeio vão acontecer vários shows musicais, são eles: dia 12, sexta-feira, Loubet; dia 13, sábado, Os Parazim e no domingo, dia 14, Nolli Brothers. Vale marcar presença.

PESQUEIRO DA MATA

Na sexta-feira, quem se apresentou no Pesqueiro da Mata em Mateus Leme, foi o cantor Vinícius Fernandes e na sexta-feira, dia 21 de abril, tem Rock da Inconfidência, com início às 19h30min, com a Banda Radiação e às 22 horas apresentação da Banda Texas. O primeiro lote custa R$20. Uma boa pedida para a noite de sexta.

Página 12 Sábado, 15 de abril de 2023
MARCELINO
NILTON
Um click especial de Cleide Nilza Cândido
A aniversariante Geralda Campolina, brindando com os amigos Dorival e Neliene Os amigos Luiz Diniz, Ítalo Campos, Gustavo Lopes, Yago Pozzolini e Rayan Moreira Integrantes das Bandas Radiação e Texas, que estarão no Pesqueiro da Mata, na sexta-feira, dia 21 Marília, da Banda Pégasus, e o sertanejo Jota Max, que estarão na inauguração do Forró Nosso Encontro, em Juatuba, no dia 6 de maio Gabriel Guttemberg Santos, sempre marca presença nos acontecimentos culturais e sociais da cidade

PODCASTS DA WEB RÁDIO SPASSO

Página 13 Sábado, 15 de abril de 2023

QUE HISTÓRIA É ESSA? AS AMARGAS, NÃO!

Outro dia eu e um amigo conversávamos acerca de reminiscências de nossa juventude, quando ele observou que em geral a gente privilegia as memórias que nos foram boas.

Temos a mania de apagar (ou deletar) os acontecimentos menos felizes. Pelo menos é assim quando a gente conversa com alguém sobre eles.

Isso justifica o título aí em cima: “As amargas, não!”, copiado ipsis literis o nome de um livro de lembranças do poeta gaúcho/ carioca Álvaro Moreyra (1888-1964). Então, vamos buscar apenas as doces recordações, aquelas lembranças com as quais saboreamos com alegria e um sorriso estampado na cara.

Cê lembra de quando a gente se reunia na casa de um amigo, para juntos irmos a um programa da

turma? A casa do amigo era o quartel-general de um grupo de rapazes (e, de vez em quando, de moças também) que saía para se divertir num dia comum, para rezar, ir à escola ou para o ensaio do teatro. Lá, a gente acabava usando pente do amigo, o espelho

do banheiro, o creme de cabelo, filava um tiquim de perfume e, até, um trem de comer. Generosas eram as mães que ofereciam àqueles moleques um pedaço de bolo com café, biscoitos, ou até – oba! – janta feita com o que sobrou do almoço. Íamos à casa do amigo

para brincar, trocar figurinhas, combinar um passeio ou para nada, apenas para estar juntos. Chegávamos à casa do amigo e, já no portão, dávamos o sinal da nossa presença: um assobio ou um grito (de guerra) conhecido nosso. Às vezes chegávamos entrando porta adentro. Éramos da cozinha da casa e a casa – como a minha naquele tempo – não tinha trancas nas portas. E, por isso, era um entra e sai o tempo todo. “A casa fervia de gente, de amigos dos meninos”, como dizia a mãe. Cê lembra quando ficávamos dias, meses, até um ano, atrás de uma música, de um disco ou de um livro? Aí, era muito bom quando um amigo nos convidava para ir à sua casa ouvir aquela música, escutar o disco daquele cantor “que é o máximo” ou ver o livro

que ele acabara de adquirir. Acompanhávamos com entusiasmo e, às vezes com uma ponta de inveja, as considerações do amigo sobre aquele artista, determinada faixa do LP ou trechos do livro de poesias. “Que letra, cumpádi! Que melodia, repara só, sô!”, empolgava o companheiro. Queríamos saber de tudo daquela preciosidade. Queríamos ter uma daquelas também, ainda que fosse por pouco tempo. “Cê me empresta?”, pedíamos com disfarçada humildade.

Nos reuníamos aos domingos na pracinha da churrascaria Casa Velha, para ver a turma toda, trocar ideias, conversar fiado. Falávamos de livros, cinema, teatro, coisas de homem, assuntos de mulher... Achávamo-nos geniais.

Cê lembra dos passeios

de fim de semana nos sítios? Geralmente íamos de ônibus até um certo trecho, depois, andávamos pra caramba em estrada de terra. Aí, a natureza era o tema da conversa. Fazíamos reuniões para programarmos o passeio no sítio e os piqueniques, especialmente para falarmos da comida e da bebida. Muita batata, para fritar. Pipoca. Linguiça para assar no fogão de lenha. Não pode faltar baralho para as rodadas de Buraco e Truco. Cê lembra quando a gente saía para ver o por do sol?

Ah o por do sol no morro do Bonfim! E a lua, vista do terreiro da casa da roça? Massa demais. Doida demais. Mãe, me dá essa lua! Eu quero ver o por do sol, lindo como ele só. E gente pra rir e viajar – a pé, de ônibus, de charrete ou de carro velho!

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