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DOCUMENTO

8 DEZEMBRO 2011 ANO 98 - N.º 4887 FUNDADOR: José Ferreira Lacerda DIRECTOR: Rui Ribeiro PREÇO: 0,80 euros (IVA incluído) SEMINÁRIO DIOCESANO – 2414-011 LEIRIA TEL. 244 821 100/1 • FAX 244 821 102 E-MAIL: jornal@omensageiro.com.pt WEB: www.omensageiro.com.pt

P. 8

FUNDADO EM 1914 DESTAQUE

RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS EMPRESAS

DO DONATIVO AO INVESTIMENTO COMUNITÁRIO outras formas de viver a solidariedade. Aferir qual o contributo das empresas para a comunidade e reflectir sobre o papel social das mesmas constituem os objectivos

principais da 2.ª edição do estudo “O investimento das empresas na comunidade”. Nesta edição, apresentamos alguns dos dados mais significativos e uma entrevista

com Nathalie Ballan, uma das responsáveis pelo referido estudo. E ainda alguns exemplos de quem coloca a teoria na prática. Páginas 2 e 3

DR

Estamos habituados a ver a prática da caridade associada apenas à forma de oferta de donativos. Em tempo de crise e de maior exigência, somos impelidos a descobrir

CULTURA

ECLESIAL

SOCIEDADE

História e património da região em concurso | P. 4

Colégio de São Miguel | P. 6

Primeiro encontro da caminhada “Em Rede” |P. 11

Programa especial | P. 4

Resultados da campanha do Banco Alimentar | P. 7

Reitor de Fátima | P. 11

Visita Pastoral de D. António Marto | P. 9

Bombeiros desafiam Prémio Villa Portela jovens ao voluntariado Grupo de 10 jovens em “busca vocacional” para Joel Correia SAMP comemora 138 anos Pela região | P. 5

Eventos de Natal...

Recolhidas 90 toneladas de alimentos Sinalização “engana” | Últ.

Católicos “obrigados” a ajudar quem precisa Mostra no Santuário | P. 11

Variantes já abriram “No Trilho da Luz”

Entrevista ao pároco de Santa Eufémia

“Valorizar a comunhão e a corresponsabilidade”


2 DESTAQUE

O Mensageiro 8.Dezembro.2011

EDITORIAL EDITORIAL

prui@iol.pt

Longe vai o tempo em que uma empresa era um mundo fechado em si mesmo. Sem referências à comunidade local de inserção, as empresas invadiam territórios alheios e na maioria das vezes eram motivo de instabilidade e contestação. Para amenizar as consequências de tal intromissão muitas delas começaram a criar condições no seu espaço interior que beneficiavam exclusivamente os seus funcionários ou empregados. Foi um longo caminho percorrido até à percepção de que cabia às empresas uma responsabilidade social primeiramente para com a localidade de implantação e depois a um nível mais vasto para com a sociedade em geral. Uma responsabilidade que é um dever directamente relacionado com os direitos que lhe cabem. Mas se as empresas foram percebendo essa responsabilidade e a vão assumindo lentamente, verificamos, agora, que a sociedade no seu todo ainda não percebe essa mesma responsabilidade. A atitude com que a comunidade se relaciona com a empresa é ainda entendida de forma desnivelada e apresenta contornos de uma subserviência que não tem sentido. A comunidade não tem que pedir, por vezes de forma humilhada, aquilo a que tem direito, porque tembém contribui para o bem da empresa. Física e emocionalEm tempo de mente muitas são as crise económica e cedências que requefinanceira, vamos rem justa retribuição. Aqui como em tanaprendendo tas outras situações da novas forma de vida, está em jogo a lóresponsabilidade gica que encontramos social e de prática desde os primeiros lida solidariedade vros da Bíblia e a que se chama Aliança. É esta que espelha a relação de Deus com o homem; é esta que depois molda as relações entre os homens e é esta que deve também descrever a relação com as instituições, com os animais e com a natureza. Afinal de contas, tudo na nossa vida se deve plasmar por este modo de vida contratual em que entre duas partes se estabelecem normas de direito e de dever. A solidariedade, em última análise, enquadra-se nesta visão, porque em última instância, nunca damos nada que não seja um direito daquele a quem damos. O destino universal dos bens, um dos pontos essenciais da Doutrina Social da Igreja, é aqui reforçado e reafirmado. Tudo é de todos e nada é de ninguém. Em tempo de crise económica e financeira, vamos aprendendo novas formas de responsabilidade social e de prática da solidariedade. O Mensageiro apresenta nesta edição os resultados de um estudo agora divulgado em que se foca a responsabilidade social das empresas para com a comunidade.

Responsabilidade social das empresas* DR

Rui Ribeiro

Tudo é de todos e nada é de ninguém

Do donativo ao investimento comunitário

Habituados a viver a caridade de forma pouco profissional, acabamos por acreditar que a mesma se reduz a uma única forma de manifestação. Por força de variadas circunstâncias habituamo-nos a entender a caridade e a solidariedade com um simples e algo frio estender da mão para dar uma esmola. E o que se passa a nível pessoal é transportado para o institucional. As empresas são convidadas à solidariedade, entendida na maior parte dos casos como a oferta de um donativo. Em tempo de crise e de maior exigência, vamos descobrindo outras formas de viver a caridade e a solidariedade. Aferir qual o contributo das empresas para a comunidade e reflectir sobre o papel social das mesmas constituem os objectivos principais da 2ª edição do estudo “O investimento das empresas na comunidade” divulgado este mês pela consultora Sair da Casca. Segundo o estudo apresentado, apesar da situação de crise em contínuo agravamento, os montantes investidos pelas empresas na comunidade não sofreram cortes entre 2008 e 2010. E, no ano em que se celebra, a nível europeu, o trabalho voluntário, é ainda uma notícia melhor o facto de se saber que, na amostra

que reuniu 52 empresas, 70% destas desenvolvem actualmente programas de voluntariado com um envolvimento expressivo dos colaboradores. A coesão interna da organização através de “um olhar e fazer” pelos outros parece constituir uma fórmula de sucesso com benefícios para ambas as partes. Falando em dinheiro, o valor que as empresas gastam em acções sociais é de 76 milhões de euros, sendo que a maior percentagem pertence às empresas que investem mais de um milhão de euros (37%) e, no extremo oposto, às que investem menos de 200 mil euros (25%). De realçar igualmente que 13% das empresas não comunicam ainda os montantes dos apoios, o que demonstra que esta área de actuação na comunidade continua a não ser encarada como as demais, faltando-lhe ainda dar passos cruciais em termos de rigor e exigência. O mesmo acontece com a comunicação de critérios de escolha dos projectos, instituições e iniciativas que contam com o seu apoio: apenas 25% das empresas o fazem. Se o voluntariado empresarial consiste numa tendência com um peso cada vez mais visível no panorama nacional, o mesmo acontece com o compromisso assu-

mido de contribuir para o combate à pobreza e exclusão social, não só a nível interno – de que são exemplo programas de empregabilidade ou de integração de pessoas com deficiência – mas também a nível externo, como comprovam os montantes investidos na comunidade e que privilegiam áreas tão diversas como a criação ou adaptação de produtos e/ou serviços para os tornar acessíveis a populações normalmente excluídas ou a criação de ferramentas financeiras alternativas para pessoas que não podem recorrer ao sistema bancário tradicional. E, nesta categoria, são cerca de 80% as empresas que abraçaram e estão a cumprir este compromisso. A solidariedade, que integra o apoio a instituições de solidariedade e o envolvimento em campanhas lideradas também por instituições, lidera o ranking, sendo seguida pela educação (com enfoque nas crianças e jovens) e pela cultura. As empresas optam também por ajudar causas que tenham atingido já um certo patamar de visibilidade. O apoio a idosos, a pessoas com dependências e a própria deficiência continuam a ser as causas menos divulgadas. Mas, em contrapartida, é notório o crescente envolvimento em projectos

Há bons exemplos de gestão...

O sucesso sem segredos Uma empresa de Palmela decidiu pagar a totalidade do subsídio de Natal a todos os seus 24 funcionários, repondo por sua iniciativa o valor equivalente ao que lhes foi retirado pelo novo imposto do Estado. A notícia teve divulgação televisiva, mas não se notou um eco nos meios de comunicação social que teria uma insolvência fraudulenta ou um mero acidente rodoviário. E merecia destaque, merecia ampla

difusão e merecia figurar como exemplar nos manuais de gestão empresarial. Porque não se tratou apenas deste “acto isolado”. Na reportagem, o gestor da empresa revelava que é prática regular “distribuir os lucros pelos funcionários, num valor que pode chegar a mais um ordenado de três em três meses”, bem como proporcionar-lhes refeições grátis, incluindo o almoço, as águas, o café e até as pastilhas elásticas. E as

educativos para a promoção de temáticas como a educação para a saúde, a prevenção rodoviária ou a protecção ambiental, nos quais as empresas trabalham numa lógica de proximidade com as entidades públicas, assumindo os encargos financeiros das iniciativas que apoiam. Por último e quando se fala na visão estratégica do papel da empresa na comunidade, o estudo aponta para uma tentativa crescente, por parte das empresas, em estruturarem a sua área de envolvimento, pese embora o facto de, muitas vezes, esta estruturação não ser ainda fruto de uma reflexão estratégica para definir, com eficácia, o papel da organização e as suas formas de actuação. De qualquer das formas, a ligação entre as estratégias de envolvimento com a comunidade e as estratégias de sustentabilidade tornou-se também mais clara nos últimos dois anos. Para perceber melhor o envolvimento das empresas com a comunidade onde estão inseridas transcrevemos uma entrevista com Nathalie Ballan, sócia fundadora da Sair da Casca e uma das responsáveis do estudo agora divulgado sobre o assunto. * Texto e entrevista da página seguinte adaptados de um trabalho de Helena Oliveira no portal VER (www.ver.pt)

regalias estendem-se a outras “mordomias”, como mais um mês pago de licença de maternidade ou um serviço de massagens… Em troca, nada. Ou melhor… em troca, a satisfação que todos os colaboradores da empresa entrevistados manifestaram, jurando não trocar esta empresa por nenhuma outra no mundo. (Felizmente, há mais destas no mundo, embora não muitas). E uma garantia: “Quando quero um voluntário, não preciso de pedir, tenho 24 ao dispor”, assegura o gestor. Como diria Jesus, “quem tem ouvidos para ouvir, oiça!...” LMF


DESTAQUE 3

O Mensageiro

8.Dezembro.2011ro.2011

Entrevista a Nathalie Ballan

“A actuação na comunidade continua a não ser encarada da mesma forma que as outras actividades”

Na primeira edição, afirmava que as empresas ainda não conseguiam ter “controlo” sob a sua acção social, pois “crescemos numa cultura de caridade e filantropia e existe ainda pudor, por parte das empresas, para abordar o seu papel social”. Face aos resultados desta 2ª edição, existiu alguma alteração significativa nesta visão do papel social das empresas? Hoje, 73% e 83% das empresas, respectivamente em 2009 e 2010, comunicam compromissos e/ou áreas de actuação, face a 62% na primeira edição do estudo. Houve uma grande melhoria a nível da gestão mas, no entanto, ainda não é prática corrente comunicar critérios de escolha de projectos ou instituições, sendo que apenas um quarto das empresas comunica critérios de escolha dos projectos, instituições, iniciativas apoiadas e, ainda menos, referem os sucessos e insucessos das acções. Cerca de 13% das empresas continuam a não comunicar dados relativamente ao investimento na comunidade. Ou seja esta área, de actuação na comunidade, continua a não ser encarada da mesma forma que as outras, mesmo existindo uma evolução indiscutível. Relativamente às causas mais apoiadas, que continuam basicamente a privilegiar a solidariedade, a educação e a cultura, é dito no estudo que “a tendência é sem-

Existem exemplos de caminhos, altamente inspiradores e coerentes com a missão e cultura do mundo empresarial DR

Que principais diferenças são de assinalar nesta segunda edição de “O Investimento das empresas na comunidade”? Em geral, as empresas definiram políticas ou linhas de actuação muito mais claras, já não tão dispersas e cada vez mais relacionadas com o seu contexto local. Em 2008, apenas 13% das empresas comunicava ter uma política ou estratégia de filantropia ou investimento na comunidade; em 2009 e em 2010 este valor subiu respectivamente para 65% e 87%. A ligação entre as estratégias de envolvimento com a comunidade e as estratégias de sustentabilidade tornou-se também mais clara, nos últimos dois anos, comparativamente a 2008. Nota-se uma maior procura de eficiência e eficácia. Os projectos de voluntariado ganham cada vez mais expressão e existe um compromisso de quase todos para contribuir para reduzir a pobreza e exclusão social.

pre dar visibilidade a quem já é (muito) visível. O mesmo “problema” acontece com as causas que a comunicação social divulga. A seu ver, como seria possível alterar esta realidade? Os relatórios de sustentabilidade são uma ferramenta de gestão e de comunicação servindo para comunicar o desempenho da empresa e os seus impactos. Às vezes, não é óbvia a escolha entre o que é mais visível e o que tem mais impacto. Até porque isso pressupõe haver critérios de avaliação e alguma medição, pelo menos de resultados. Ora, no caso dos projectos “sociais” ainda há pouco trabalho feito sobre os impactos e como as empresas não podem relatar tudo o que fazem porque seria informação a mais, tendem a privilegiar o que é mais conhecido ou que lhes pode dar mais visibilidade. Já é possível afirmar, visto que a responsabilidade social corporativa já não é a “novidade” e tem vindo a sofrer um processo de maturação, que as empresas já perceberam os benefícios de terem políticas de envolvimento com a comunidade que estejam alinhadas na sua estratégia geral de sustentabilidade? A grande maioria das empresas entende isso, mas é diariamente sujeita a diferentes pressões e, em muitos casos, é o único recurso para apoiar situações de emergência locais. Esta gestão da alocação de recursos é extremamente complexa e não pode ser vista só à luz do que diz a estratégia. O que nos parece mais interessante são as novas abordagens a esta actuação social. Existem exemplos de caminhos, altamente inspiradores e coerentes com a missão e cultura do mundo

empresarial, como o “negócio inclusivo”, promovido pelo World Business Council for Sustainable Development (WBCSD), e o social business de Muhammad Yunus. As empresas podem usar parte do orçamento disponível para a filantropia e investir num destes modelos, passando de uma atitude de “caridade” para uma postura de “investidores”. O “negócio inclusivo” tem, em geral, dois tipos de modelos: a empresa desenvolve bens ou serviços para as populações pobres, com características específicas e preços acessíveis e/ou a empresa integra as populações na sua cadeia de valor, como fornecedores ou distribuidores, criando novas competências e desenvolvendo a economia local. O social business é um modelo empresarial, criado para responder a necessidades sociais. A diferença com o modelo tradicional de negócio é que, depois do reembolso do investimento, os lucros são reinvestidos na comunidade ou na empresa. O objectivo é a auto-suficiência, o desenvolvimento da actividade e o fim da “subsídio-dependência” que permite à estrutura concentrar-se na sua missão social em vez de passar uma grande parte do seu tempo a angariar fundos. Estes dois modelos têm um ponto em comum: dão às pessoas a oportunidade de saírem do ciclo de pobreza e de serem actores. Traduzem a evolução da filantropia empresarial baseada no donativo, que pode continuar a existir nas situações em que a assistência é a única via, mas com maior exigência no que se refere à sua eficiência, para uma estratégia de investimento social.

Continua a não ser expressivo o número de empresas que mede o impacto dos seus projectos na comunidade. Como é possível “convencê-las” que esta avaliação tem uma dupla utilidade, para si mesmas e para os projectos que apoiam? Há cada vez mais uma procura de conhecimento sobre quais os impactos dos projectos desenvolvidos ou apoiados. Este é um tema sobre o qual a Sair da Casca se tem debruçado e sobre o qual pretendemos continuar a desenvolver trabalho no próximo ano. Em relação à medição do impacto, é preciso ter algum cuidado. Quem avalia o impacto não tem que ser necessariamente a empresa e as instituições do terceiro sector, até porque estas podem não ter nem tempo nem recursos e devem focar-se nos projectos. Outro aspecto muito importante é o de que é preciso analisar o que custa avaliar um projecto face ao financiamento total. Estamos numa fase embrionária e não apenas em Portugal. É normal haver uma tendência para uma exigência maior a nível, pelo menos, da organização dos projectos, dos resultados, eventualmente dos seus impactos. No que respeita ao retorno para a sociedade é ainda um tema quase experimental. Com o agravar das condições económicas do país desde a denominada Grande Recessão, em 2008, existem dados que comprovem que as empresas estão mais preocupadas em praticar uma responsabilidade social virada para o seu interior ou, pelo contrário, notam um maior esforço para ajudar “os que estão lá fora”? É mais comunicada e mais visível a preocupação das empresas com a sua responsabilidade social interna, para com os seus colaboradores. Cerca de 80% das empresas (dados relativos a 2010) que analisámos assumem um compromisso, por exemplo, através da criação de condições de empregabilidade ou de programas de integração de pessoas com deficiência. Não quer dizer que, antes, as empresas não tinham estas práticas, mas sim que talvez não lhes davam tanta visibilidade. Também não significa que tenham deixado de investir na responsabilidade social “externa”. Continuam a investir, mas o foco interno tornou-se mais evidente e claro.

ACEGE em Leiria

“O amor ao próximo é um critério de gestão” A ACEGE (Associação Cristã de Empresários e Gestores) desenvolveu em Leiria, nos últimos tempos, uma série de Seminários, abordando temas do interesse dos profissionais ligados às empresas e não só. Assumindo a visão evangélica do mundo da economia, esta entidade, sem ingenuidades e misticismos ocos, propõe uma antropologia moderna, onde o homem e o dinheiro se relacionam com desapego, sendo o lucro não um fim mas um meio, ressaltando a importância dos afectos entre os membros da comunidade empresarial. A primeira conferência realizou-se no dia 20 de Outubro e foi subordinada ao tema “Portugal Realidade e Esperança”, contando com a presença no elenco dos oradores de Faria de Oliveira, presidente da Caixa Geral de Depósitos, Nuno Fernandes Thomaz, vice-presidente da ACEGE e Armindo Monteiro, vice-presidente da CIP. Aprofundou-se o assunto crise económica e social e partilhou-se o entendimento sobre os desafios e esperanças enfrentados por Portugal. Neste evento, foi ainda lançado um Kit de boas práticas de gestão “AconteSer”, um conjunto de materiais com o objectivo de implementação de boas práticas nas PME. Já em Novembro, sucederamse 3 colóquios, participados por uma plateia comunicativa, cujos motes foram “Como receber a horas?”, “Conciliação família e trabalho” e “Como motivar colaboradores”, tendo como pano de fundo o título “Liderar com Responsabilidade”. António Pinto Leite, presidente da ACEGE, salientou recentemente que “o Amor ao próximo é um critério de gestão”, salientando como os valores cristãos podem ser lucrativos. “Contribuir para a melhoria da competitividade das empresas nacionais e dotá-las de instrumentos de gestão responsável é o grande objectivo do programa AconteSer”, apresentado recentemente que reúne a ACEGE, a CIP, o IAPMEI e a APIFARMA numa actividade conjunta de combate à crise. No fim de Outubro, o programa foi oficializado junto de 750 gestores, no contexto de uma ambiciosa acção a nível nacional.

Pedro Moniz


4 CULTURA

O Mensageiro 8.Dezembro.2011

História e Património da região em concurso

CINEMAS Teatro Miguel Franco (Leria) • O BARÃO | Drama | de Édgar Pêra | c/ Nuno Melo, Marcos Barbosa, Leonor Keil | 12 e 13 de Dezembro, 21h30 e 14 de Dezembro, 18h30 Cine-Teatro de Monte Real (Leria) • O REGRESSO DE JOHNNY ENGLISH | Comédia/Aventura | de Oliver Parker | c/ Ropwan Atkinson, Dominic West | 10 Dez., 21h30 e 11 Dez., 15h30

EXPOSIÇÕES

Teatro José Lúcio da Silva - Leiria •”Voando” - escultura de Luís Santos (~9/01) Teatro Miguel Franco - Leiria •”Presépios” - Lena Riscado (~8/01) Biblioteca Municipal Afonso Lopes Vieira - Leiria •”Todas as noites acordam no dia” - pintura de João Pereira (~30/01) Edifício Paços do Concelho - Leiria •”As Invasões Francesas” (~31/12) m|i|mo -Museu da Imagem em Movimento - Leiria •”Da suspensão do tempo e outros registos”-foto. e escultutras (~29/01) Célula e Membraba/a9)))) - Leiria •”Nora. Eine Idyle” - pintura e desenho de Jochen Dietrich (~2/01) Loja Ponto JA - Leiria •”Voluntariado 2011” (~16/12) Cervejaria Camões - Leiria •”Interpretações Cidade Velha” - serigrafias (~31/12) Casa-Museu João Soares - Cortes •”Os grafitos medievais do Mosteiro da Batalha” (~31/12) •”A República” (~31/01) Museu Joaquim Correia - Marinha Grande •”Engenhos sonoros” (exposição temporária) •”Retratos” (3ªs~6ªs) Galeria Municipal - Ourém •”Beleza Natural” - pintura (~24/12)

MÚSICA | TEATRO | EVENTOS

Teatro José Lúcio da Silva - Leiria •”Aladino e a gruta mágica” - teatro, patinagem, ginástica, canto ao vivo e magia (16/12, 10h30 e 15h00; 18/12, 17h00) Teatro Miguel Franco - Leiria •”Natal em Família” - concertos para bebés (11/11, 10h30, 11h45 e 15h00) •”Motofonia” - solo poético (17/12, 16h00) Biblioteca Municipal Afonso Lopes Vieira - Leiria •”Brrrr! Que frio especial!” - bebeteca (15 e 17, 15h00) •”O cavalinho de pau do menino Jesusu” (16,21 e 30/12, 11h e 15h) •”Tina e o Natal” - hora do conto (16,21 e 30/12, 11h00 e 15h00) •”Contar e encantar-pais e filhos” (17/12, 16h00) • Férias de Natal na Biblioteca - actividades (19/~29/12) m|i|mo- Museu da Imagem em Movimento- Leiria •”CINANIMA” - festival internacional de cinema de animação (13~17/12) •”Programa Pianola 2011” - filmes de Alexandra Estrela (15/12, 21h30) •”Câmara Obscura” - construção (17/12, 15h00) Edifício Banco de Portugal - Leiria •”Fábrica do Pai Natal” (~8/01) Jardim Luís de Camões - Leiria • Dança Juve-Criativa (10/12, 15h00~15h30) • Coro Infantil da Escola Amarela (10/12. 15h30~16h30) • Academia Vanda Costa (10/12, 16h30~17h00 • Academia de Ballet e Dança Annarella (10/12, 17h30~18h30) • Escola de Dança Regueira de Ponte (11/12, 17h30~18h30) Casa-Museu João Soares - Cortes • Oficinas de Natal (10 e 17/12, 15h00) Biblioteca Municipal - Marinha Grande •”Já sei voar” - hora do conto (3ªs, 11h00 e 5ªs, 15h00) S. Pedro de Moel • Djanira Costa Souvenirs - sarau poético (~31/12, 6ªs) Igreja do Mosteiro - Batalha • Concerto de Natal (11/12, 15h00) Cine-Teatro Municipal - Ourém •”Música para Sonhar-Tour 2012” - concerto (10/12, 21h30) Biblioteca Municipal - Ourém •”Lendas de Portugal” - hora do conto (14 e 28/12, 14h30~15h30) • Fora da estante - culinária (~30/12)

Prémio Villa Portela atribuído O vencedor do Prémio Villa Portela, distinção destinada a incentivar o gosto pela investigação no âmbito da História e do Património da região de Leiria e do concelho de Ourém, vai ser anunciado no dia 16 de Dezembro, pelas 18 horas, no auditório do Centro Associativo de Leiria. Instituído pelo investigador Ricardo Charters d’Azevedo, como forma de homenagear os seus antepassados que viveram na Villa Portela, e pela Associação para o Desenvolvimento de Leiria (Adlei), em parceria com a Câmara

Municipal de Leiria, o Instituto Politécnico de Leiria e a editora Gradiva, o Prémio Villa Portela tem o valor de dois mil euros. Os trabalhos que participaram no concurso foram avaliados por um júri constituído por cinco elementos, representantes da Câmara Municipal de Leiria, do Instituto Politécnico de Leiria e da Gradiva, um investigador e um representante da Adlei, que presidiu ao júri. Caso a obra premiada seja considerado de interesse público, a Adlei e a Gradiva responsabilizam-se pela sua

publicação. A primeira edição do Prémio Villa Portela realizou-se em 2011 e foi premiado o trabalho “Leiria: A evolução do espaço urbano da cidade moderna (19261974)”, sobre a história urbana e arquitectónica de Leiria, da autoria de Joel da Costa Correia, 25 anos, residente em Cortes, Leiria. O júri do concurso considerou que “… a obra reveste um evidente carácter inovador e contribui para acrescentar conhecimento inédito e motivar novos estudos, tanto no âmbito da história local leiriense

como ao nível nacional.” Os restantes trabalhos foram distinguidos com menções honrosas. A Villa Portela é um chalé inspirado na arquitectura dos chalés suíços de meados do século XIX que Roberto Charters Henriques d’Azevedo (bisavô de Ricardo Charters d’Azevedo, promotor do Prémio Villa Portela) mandou construir em Leiria, em 1894. “Era uma propriedade autosuficiente, uma espécie de enclave pitoresco nos arredores da cidade”.

Programa especial para o período festivo

SAMP comemora 138 anos Foi há 138 anos que nasceu a Sociedade Artística Musical dos Pousos que comemora o seu aniversário no dia 8 de Dezembro com uma programação especial que se irá estender por vários dias, de 2 a 19 de Dezembro. Ao longo do mês serão apresentados vários concertos, espectáculos e uma oficina para músicos filarmónicos e aprendizes de banda. O ponto alto desta grande festa será o dia 8,

com cerimónias oficiais de manhã e o concerto de aniversário que se realizará na Quinta das Palmeiras, às 16h30, com a Banda Filarmónica, o Coro SAMP, a SwingSamp e os Piccolini Filarmónicos. Integrados nos festejos estão ainda os espectáculos de natal de alguns dos projetos desenvolvidos pela SAMP: o Berço, o Jardim das Artes e o Novas Primaveras. De destacar também a

apresentação do 1º Plano de Desenvolvimento Estratégico da SAMP, para 2012-2014, no dia 9 de Dezembro, às 21h00, no Teatro Miguel Franco. A SAMP, para além da banda filarmónica que mantém actividade ininterrupta desde a sua fundação, conta com várias formações corais e instrumentais e com uma Escola de Artes com ensino oficial de Música. Desenvolve programas de ensino artístico para pú-

blicos-alvo desde a primeira infância até à terceira idade, de onde se destacam o seu programa “Berço das Artes” de que foi pioneira e se constitui como referência a nível nacional, e programas no âmbito dos efeitos terapêuticos das artes, nomeadamente da música, com uma forte intervenção social que mantém em parceria com diversas instituições, públicas e privadas, e órgãos do Estado.

Junta das Colmeias homenageia ex-autarcas

Na Biblioteca Municipal de Leiria

No dia 10 de Dezembro, a Junta das Colmeias vai homenagear os 15 autarcas que assumiram as funções naquela freguesia nos períodos da Primeira República, Ditadura Militar, Estado Novo e o pós-25 de Abril de 1974, até à actualidade. A cerimónia terá início às 16h30, com uma celebração eucarística em memória dos ex-autarcas, seguindo-se a actuação do Grupo Coral do Ateneu Desportivo de Leiria. Seguidamente, às 17h45, será inaugurada uma exposição permanente com as fotografias dos referidos ex-presidentes, de 1913 até 2009. A iniciativa contará ainda com o lançamento do livro “Os Presidentes”, sobre o mesmo tema, com foto, currículo e a recordação de alguns acontecimentos notáveis da época de cada presidente. O autor, o colmeense Silvino Gaspar, fez uma investigação da realidade autárquica deste período e efectua nesta obra o retrato demográfico e das origens da freguesia das Colmeias. Joaquim Santos

Até ao dia 30 de Janeiro de 2012, a exposição de pintura “Todas as noites acordam o dia”, da autoria de João Carlos Pereira, estará patente na Biblioteca Municipal de Leiria. Para João Carlos Pereira, este trabalho demonstranos que: “No meio estamos nós, breves passageiros a esticar idades, para as fazer durar, nós os construtores da destruição, os criadores da dor, os sós que julgamos amados, os cegos que apenas vemos a luz que roubamos ao sol. Todos rodamos a terra, para coleccionar dias e noites, alguns belos, outros amorfos, muitos tão iguais, que já não queremos. Olhamos o nosso olhar, e deitamos o tempo nas noites que acordam no dia.”

Presidentes das Colmeias retratados

“Todas as noites acordam o dia”

Lançamento no sábado

4.ª edição do “Couseiro” No dia 10 de Dezembro vai ser apresentada a 4.ª edição do “Couseiro ou Memórias do Bispado de Leiria”, transcrição da 2.ª edição, de 1898, com adaptação ortográfica à escrita corrente (antes do AO de 1990). A sessão decorrerá no Arquivo Distrital de Leiria, às 16h00, com apresentação a cargo do padre Luciano Coelho Cristino.


NATAL 5

O Mensageiro 8.Dezembro.2011

Dia 10 de Dezembro, no Mosteiro da Batalha

Câmara de Leiria

Oferta de pinheiros de Natal

O Coro do Orfeão de Leiria e o Coro de Câmara da mesma instituição apresentam, no dia 10 de Dezembro, pelas 15h00, na igreja do Mosteiro da Batalha, um Concerto de Natal dirigido pelo Maestro Pedro Miguel, que apresentará várias peças dedicadas à época. Fundado em Maio de 1946, o Orfeão de Leiria tornou-se o ex-libris cultural da cidade de Leiria,

DR

Concerto de Natal pelo Orfeão

como conjunto coral e como instituição referencial de cultura. Integrado nesta instituição, o Coro

de Câmara foi fundado em 1992 pelo professor Eli Camargo, maestro titular até 1996, sendo actualmente

dirigido pelo professor Pedro Miguel. Com concertos realizados por todo o país e com uma digressão a Itália, este Coro participa activamente nas iniciativas da Escola de Música do Orfeão de Leiria, nomeadamente nas temporadas de concertos “Flores de Música”, “Concertos com História”, e nos concertos de Natal e Páscoa.

Festas de Natal das escolas da Batalha A decorrer no pavilhão desportivo da Batalha, entre as 15h00 e as 17h00, do programa constam diversas actividades destinadas às crianças, destacando-se a participação dos Palhaços Cardinali e a actuação do

bem conhecido Zé Freixo & Donaltim. A animação está garantida e não faltarão os habituais presentes para todos os alunos. Na sexta-feira seguinte, dia 16, entre as 20h30 e as 02h00, será realizada no

pavilhão multiusos uma festa “White Party” (Festa Branca), dirigida aos alunos do 3.º ciclo e da Secundária, com DJ e muita animação. O protocolo pede que cada participante traga uma peça de roupa branca.

Companhia de teatro Colombiana apresenta

O Cine-teatro Municipal de Ourém propõe o espectáculo musical “Surpresa de Natal” pela companhia

colombiana KRASH, no dia 15 de Dezembro, em duas sessões: às 15h00 e às 21h30.

Natal no Museu de Arte Sacra e Etnologia

“Ó Meu Menino Jesus”

Por ocasião das férias de Natal, o Museu de Arte Sacra e Etnologia, dos Missionários da Consolata, em Fátima, irá promover de 19 a 23 de Dezembro a actividade “Ó Meu Menino Jesus”. A iniciativa destina-se a crianças a partir dos 6 aos 12 anos de idade, consistindo em visitas orientadas à “Sala dos Presépios e Meninos Jesus” com jogos de descoberta, ateliês de pintura, música e escrita, podendo as crianças apreciar a magnífica colecção de Presépios e Meninos Jesus do Padre António Rosado Belo, constituída por peças eruditas e populares do século XVI aos nossos dias, procurando-se assim chamar a atenção para o verdadeiro significado do Natal. O número mínimo para a realização de cada sessão é de 6 participantes, tendo como número máximo 20. Estão previstas duas sessões por cada dia, a primeira pelas 10h00 e a segunda às 14h00, com duração de 90 minutos, aproximadamente. É possível, mediante disponibilidade, agendar outras datas e horários.

estão debaixo da árvore! Uma produção da De Mi Para Si – Promoção de Eventos, Lda. e a companhia colombiana Krash Espectáculos que trazem a Portugal um espectáculo cheio de cor e alegria, onde se celebra o espírito do Natal de uma forma diferente.

Pais e crianças do Orferão de Leiria

Natal dos pequeninos com oficina do “Zero|Cinco” O “Zero|Cinco”, projecto do Orfeão de Leiria Conservatório de Leiria (OL CA) destinado a crianças entre os zero e os cinco anos, vai assinalar o Natal com a realização de um oficina de trabalho alusiva a esta época festiva. O evento irá juntar pais e crianças num momento musical lúdico, que pretende potenciar o desenvolvimento emocional e cognitivo dos mais pequenos. A iniciativa de Natal do projecto “Zero|Cinco” terá lugar na Sala Polivalente do edifício sede do OL CA, situado na Avenida 25 de Abril, em Leiria, sábado, dia 17 de Dezembro. DR

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“Surpresa de Natal” “Surpresa de Natal” levará o público a uma cidade mágica onde os habitantes estão prestes a celebrar o Natal. Entre eles, vive Gork, que foi criado num outro sítio e pensa de maneira diferente. No meio de algumas peripécias, veremos o que é mais importante nesta época: o espírito de amizade ou os presentes que

Câmara de Leiria e ACILIS

Sorteio de vales de compras

Associação de Pais do Agrupamento promove Dirigida aos alunos do pré-escolar e 1.º e 2.º CEB do Agrupamento de Escolas da Batalha, realiza-se no dia 11 de Dezembro, domingo, a festa natalícia organizada pela Associação de Pais desta instituição.

A Câmara Municipal de Leiria tem à disposição dos munícipes cerca de 170 pinheiros de Natal, que podem ser levantados nas instalações dos Bombeiros Municipais de Leiria, a qualquer hora do dia. No total, a Autoridade Florestal Nacional do Centro Litoral ofereceu cerca de 200 pinheiros à Câmara Municipal de Leiria, 30 dos quais foram entregues aos estabelecimentos de ensino que manifestaram interesse em ficar com um exemplar. Os pinheiros em causa provêm de desbastes programados pela Autoridade Florestal Nacional, com base em critérios que têm como objectivo o abate das árvores em excesso, por forma a permitir que os melhores exemplares se desenvolvam.

No âmbito das diversas iniciativas promovidas para animar a época natalícia em Leiria e com o objectivo de contribuir para dinamizar o comércio tradicional e o centro da cidade, a Câmara Municipal de Leiria, em parceria com a Acilis (Associação Comercial e Industrial de Leiria, Batalha e Porto de Mós), vai realizar um sorteio de vales de compras, no valor de 50 euros cada um. Todos os munícipes que efectuarem compras nas lojas aderentes, entre os dias 1 e 22 de Dezembro, ficarão habilitados ao sorteio de vales de compras, independentemente do valor que gastaram, que terão de ser utilizados nos estabelecimentos do comércio tradicional que aderiram à iniciativa. As verbas provenientes da venda das cadernetas aos comerciantes aderentes serão entregues a uma das 55 Instituições de Solidariedade Social (IPSS) do concelho, através de um sorteio, que se realizará no dia 23 de Dezembro.

Na Casa-Museu João Soares

“Oficinas de Natal” A Casa-Museu João Soares irá realizar, durante os sábados do mês de Dezembro as “Oficinas de Natal”, destinadas às crianças entre os 6 aos 10 anos, das 15h00 às 17h00.

Nas igrejas do concelho da Marinha Grande

Concertos de Natal

A Câmara Municipal da Marinha Grande vai promover vários Concertos de Natal, a realizar nos dias 11 e 18 de Dezembro, pelas 16h00, nas igrejas das três freguesias do concelho. Com esta iniciativa, a Câmara Municipal pretende assinalar a quadra natalícia oferecendo aos munícipes um momento musical intimista onde serão interpretados temas da época, de autores portugueses e estrangeiros.

No Moinho do Papel

“Mercado de Natal” Para assinalar a época do Natal e durante o mês de Dezembro, o Moinho do Papel, em Leiria, no âmbito das suas actividades regulares de serviço educativo, vai ajudar a criar lindos anjos, estrelas e quem sabe o próprio Pai Natal. Nos dias 17 e 18 de Dezembro, este Museu estará aberto ao público entre as 9h30 e as 12h e as 14h30 e as 17horas, com um Mercado de Natal, onde será possível apreciar pequenos e originais presentes, produzidos por artesãos e artistas locais. Durante aquele fim-de-semana, a entrada no Moinho do Papel será gratuita, permitindo uma visita livre que possibilita observação de todos os engenhos em funcionamento.


6 SOCIEDADE

O Mensageiro 1.Dezembro.2011

Zumba, Danças Latinas, Hiphop, Flamenco e Sevilhanas

No Colégio de S. Miguel

O Orfeão de Leiria Conservatório de Artes (OL CA) tem já abertas as inscrições para os novos cursos livres de dança, em que crianças, jovens e adultos poderão aprender vários géneros como a Zumba, as Danças Latinas, Hip-hop, Flamenco e Sevilhanas. Estas novas disciplinas, dinamizadas pela Escola de Dança do Orfeão de Leiria (EDOL), terão lugar no edifício sede do OL CA, de segunda a sábado, sendo que as aulas para jovens e adultos decorrem em horário pós laboral. Henrique Pinto, presidente do OL CA, refere que «esta iniciativa tem como principal objectivo divulgar a dança na região, e proporcionar novas experiências culturais e artísticas a pequenos e graúdos», acrescentando ainda que «o funcionamento de algumas destas aulas de dança em horário pós laboral é uma mais-valia para aqueles que sempre quiseram experimentar a modalidade, mas por questões de incompatibilidade de agenda nunca tiveram oportunidade de o fazer».

Nos dias 29 e 30 de Novembro o comando dos Bombeiros Voluntários de Fátima realizou sessões de divulgação do seu trabalho no Colégio de São Miguel junto dos alunos do ensino secundário. Estas sessões públicas tiveram como objectivo principal a sensibilização dos jovens alunos do ensino secundário à prática de actividades de voluntariado (2011 Ano Europeu do Voluntariado) onde pudemos ouvir a partilha de alguns bombeiros com diferentes profissões, mas que vivem o voluntariado dando o seu precioso tempo e trabalho. Os jovens aprenderam mais sobre a protecção civil, segurança em grandes eventos públicos, as técnicas de socorro em casos de emergência, combate a incêndios florestais e urbanos, acompanhamento a idosos, etc. Para além do desafio feito pelo comandante Gaspar, pelo oficial André Maurício e pelo bombeiro de primeira Hugo Fonseca, os jovens foram esclarecidos e informados acerca da possibilidade de serem bombeiros

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osé Ferreira de Lacerda nasceu a 23 de Abril de 1881, em Monte Real, num seio de uma família com fracos recursos financeiros, justamente no ano em que em Portugal, na sua Monarquia como regime em diminuição de popularidade, se efectuou a conhecida “Reforma da Contabilidade Pública” - (Carta de Lei de 25 de Junho, de Lopo Vaz de Sampaio e Melo), concretizada através da publicação do Terceiro Regulamento Geral da Contabilidade Pública (Decreto de 31 de Agosto), com muitas inovações introduzidas. Surgiu nesse mesmo ano a designação de Orçamento Geral do Estado, na mesma forma organizativa que tem hoje. Outra coincidência histórica da data de nascimento de José Lacerda tem a ver com o ano corresponder à decisão histórica do Papa Leão XIII que autorizou a remodelação diocesana em Portugal, consumada no ano de 1882. Esta decisão também se deve à política liberal daquela época que

Bombeiros desafiam jovens ao voluntariado

cortou com realidades do passado. A pacata vila de Monreal deu ao mundo um menino muito especial que, mais tarde, se revelou como uma das figuras mais influentes nas mudanças históricas e estruturais de Leiria, no plano eclesial e da sociedade leiriense do início do século XX. No mês de Setembro de 1893, com 12 anos de idade, José Lacerda entra no Seminário Menor de Leiria, onde se viria a destacar como aluno exemplar. A sua vida como seminarista é pautada por uma extremosa dedicação, conseguindo obter destacados resultados nas suas prestações escolares. Daí que, em 1899, José Lacerda já estava a requerer admissão ao Seminário Maior de Coimbra, para cumprir o seu primeiro ano de Teologia. Nos tempos de menino e de jovem, José Lacerda, para além de bom aluno, torna-se de forma gradual, num interessado pela história do distrito de Leiria mas

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Orfeão abre novos cursos de dança

voluntários e simultaneamente estudantes (podendo ter ajudas para pagar propinas quando forem alunos do ensino superior) ou mais tarde acumularem com outra actividade profissional. Os jovens poderão também seguir carreira de oficial de bombeiros profissionalmente. Afinal ser bombeiro é um ato de cidadania maior e mais pró-activa… Mais do que falar «do que se faz», foi muito importante a partilha «do por que se faz?».

Assim, foram dados alguns testemunhos neste encontro expressões como: «dar aos outros um bocado de nós, dar com o coração sem esperar nada em troca, fazer alguém feliz, … Viver a solidariedade e em geral o amor pelo próximo é um sentimento que enobrece os corações e enriquece os actos dos alunos do Colégio de São Miguel e não só, que não ficam indiferentes a quem mais precisa quer espiritual quer materialmente.

Vista de Leiria do final do século XIX, nos tempos do menino José Lacerda

também sobre o contexto nacional, numa época em que o republicanismo cada vez mais se afirmava como solução ou alternativa nos destinos do País. Mas, José Lacerda, adoptou nas suas identificações políticas a valorização do regime monárquico, vendo-o como soberano e o melhor para os cidadãos, defendendo-o. Em Portugal, no final do século XIX, a discussão pública e política trazia uma percepção crescente da necessidade de existir uma alternativa governativa, intensificando-se a

vontade de afastar a Monarquia dos centros de decisão dos destinos do País. Crescia cada vez mais uma corrente republicana que colocava em causa a considerada cansada e duvidosa Monarquia, num Portugal que se preparava para o alvorecer de um mundo moderno. Por outro lado, existiam movimentações políticas dos monárquicos para um maior controlo das correntes republicanas, no sentido de encontrar equilíbrios e consensos, evitando as tentativas do derrube de regime, do que resultava

No Colégio de São Miguel muitos são os alunos já comprometidos com o voluntariado, e à pergunta “Por que razão és voluntário?” eis algumas das respostas: Porque o desafio do voluntariado me leva a dar de mim tudo o que tenho; Ajudar o outro é uma obrigação cívica de quem é bom cidadão e eu quero sê-lo; Eu sou aquilo que faço, e o voluntariado é algo que me torna melhor; O voluntariado completa uma parte de mim; Se eu ajudar, o mundo pode melhorar; Me completa e faz crescer; Porque o outro é meu irmão … E se restam dúvidas sobre os benefícios destes actos de solidariedade para com os outros, saiba-se que segundo um estudo cientifico, ficou provado que ser solidário produz uma sensação de relaxamento, de serenidade e bem-estar provocada pela libertação da ocitocina e dopamina e nada é mais gratificante que receber um sorriso como agradecimento. Sílvia Neves

um gradual agravamento da convivência política entre as duas facções opositoras. Lembramos que a 31 de Janeiro de 1891, quando José Lacerda tinha apenas 10 anos, deu-se uma revolta republicana que, embora fracassada, desencadeia a partir desta data, um caminho que conduziria Portugal à mudança de regime. A partir de 1893, ano que José Lacerda ingressa no Seminário Menor de Leiria, regeneradores e progressistas assumem o poder do Reino mas a oposição republicana vai afirmandose cada vez mais. O menino cresce e ganha cada vez mais uma cultura política monárquica, talvez por ser um regime muito próximo do seio da Igreja Católica, obviamente valorizada nas suas aprendizagens com os seus superiores e professores da época. No final do século XIX e na passagem para o século XX, o jovem José Lacerda dava, também ele, um início a uma mudança signifi-

JOSÉ FERREIRA LACERDA: SACERDOTE JORNALISTA

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Joaquim Santos Jornalista

O germinar de uma vida histórica cativa na sua vida pessoal e profissional que seria mais tarde premiada com notáveis realizações históricas de que daremos conta. José Lacerda vai andar a par do novo paradigma do País e do seu distrito, sendo uma das figuras que mais fervosamente interveio no seu rumo histórico.


SOCIEDADE 7

O Mensageiro 1.Dezembro.2011

Leiria na segunda fase do projecto, com estudo de 12 hospitais

HSA integra projecto europeu de análise da qualidade dos serviços de saúde O Hospital de Santo André (HSA) integra o DUQuE (Deepening our understanding of quality improvement in Europe), um projecto de investigação europeu sobre a qualidade dos serviços de Saúde de oito países. Este projecto analisa a relação entre as estratégias da qualidade e a cultura das organizações, o envolvimento dos profis-

sionais e o empowerment dos doentes, e a qualidade dos cuidados prestados nos hospitais europeus, que é medida em termos de efectividade clínica, segurança do doente e participação no seu tratamento e plano de cuidados. A primeira fase, que incluiu 30 hospitais de cada país, já está completa, e o HSA tem agora em curso a segunda fase, integrando

um grupo mais restrito de apenas 12 unidades de Saúde portuguesas. Amália Pereira, membro da Comissão da Qualidade do HSA, é a interlocutora deste hospital no projecto, e afirma que «temos o maior interesse, e orgulho, em integrar este projecto, já que nos permite uma autoavaliação que é fundamental para o nosso crescimento e

aperfeiçoamento». «A colaboração dos profissionais que contactámos foi imprescindível para o sucesso da primeira fase, que completámos no fim de Agosto, e que nos permitiu integrar também a segunda fase, em que o grau de exigência e de envolvimento de todos é maior», salienta.

“Rua bem tratada é convite à entrada” desta nova campanha, já que é este o cenário que se pretende atingir através da adopção de práticas ambientalmente correctas. A iniciativa arrancou a 24 de Novembro e vai ser promovida através de contacto pessoal e distribuição de folhetos que abordam conteúdos relacionados com o correcto acondicionamento, separação e deposição de resíduos,

salientando as responsabilidades cívicas e ambientais no que toca à utilização de espaços públicos. “Lixo indiferenciado num saco bem atado”, “lixo depositado, contentor fechado”, “cartão espalmado” são alguns dos gestos salientados e que, se forem postos em prática, trazem benefícios, não só para o ambiente e para a rua, como também para

o negócio. Paralelamente, e com vista a melhorar a qualidade do serviço oferecido, são também dadas algumas dicas úteis, relacionadas, entre outras, com a valorização de resíduos específicos (óleos, rolhas, tampas de plástico…), a aposta em produtos de qualidade e a garantia da higiene e segurança dos produtos comercializados.

Colégio Dr. Luís Pereira da Costa solidário coordenadora do projecto, «é numa postura de colaboração com a comunidade que esta instituição de ensino cooperou activamente na recolha, transporte e armazenamento dos alimentos, no dia 27 de Novembro». «Considero fundamental contribuir-se para a mudança de atitude dos

mais jovens relativamente ao que os rodeia e propiciar acções que sejam verdadeiramente transformadoras e que se manifestem numa sociedade mais justa socialmente», remata. Note-se que os Bancos Alimentares Contra a Fome de Leiria-Fátima e do Oeste registaram um aumento de

pedidos de ajuda em mais 20 por cento, em relação a Maio do ano passado. A campanha decorreu nos concelhos de Leiria, Batalha, Porto de Mós, Marinha Grande, Ourém, Pombal, Ansião, Figueiró dos Vinhos e Pedrógão Grande, no total de 59 supermercados.

Resultados da campanha do Banco Alimentar

Recolhidas 90 toneladas de alimentos O portal online de doação de alimentos para o Banco Alimentar www.alimentestaideia.net - recolheu um total de 90 toneladas de alimentos, num valor total de 105.292,77 euros, ultrapassando, assim, em 22 toneladas o vo-

lume de alimentos doados online em Maio. Ao portal acederam mais de 60.000 internautas, a partir de 91 países. A campanha de recolha no canal online decorreu em simultâneo à campanha em supermercados e

à campanha de Ajuda Vale. A iniciativa decorreu também no canal online em www.alimentestaideia.net -, concluiu ontem, dia 4 de Dezembro, a angariação de bens alimentares doados online, ultrapassando a quantidade de alimentos

Até ao próximo dia 16 de Dezembro, vai estar patente na Galeria da Loja Ponto JA da Direcção Regional do Centro – Leiria a exposição “Voluntariado 2011”, integrada no “Ano Europeu do Voluntariado”. Esta exposição tem por objectivos sensibilizar o público e, em particular, os jovens para a importância que se reveste o Voluntariado na Sociedade e dar a conhecer o que se faz de melhor em Voluntariado na Região Centro. A mostra engloba um conjunto de Instituições, entidades e Associações Juvenis nacionais, locais e regionais ligadas ao Voluntariado em áreas diversificadas: social, associativa, cultural, saúde, ambiente, desportiva e voluntariado europeu. Paralelamente decorrerá no dia 7 de Dezembro o Seminário “ Voluntariado e Cidadania à Escala Glob@l”, dirigido a escolas, onde serão abordados vários temas ligados ao Voluntariado.

Cooperação Europa -África Está a decorrer a terceira fase de candidaturas para o financiamento de projectos iniciais de cooperação Juventude|frica/Europa. O financiamento inicial de cooperação para a África/Europa na área da Juventude é uma atribuição de subvenção destinada a promover o intercâmbio de jovens da África e da Europa, networking e participação política dos actores não-estatais. As bolsas são de 2.000 euros no máximo, por projecto. O financiamento tem como objectivo fortalecer o papel das organizações juvenis como actores da sociedade civil e da juventude (líderes), capacidade de organizar e tomar medidas, bem como fortalecer a participação dos jovens na política Euro-Africana de cooperação. Para projectos a implementar durante o período de 1 Março a 30 Outubro 2012 o prazo para apresentação de candidaturas é 29 de Janeiro de 2012.

Centro de Interpretação Ambiental de Leiria

Campanha de recolha de alimentos Pela sétima vez consecutiva, os alunos, encarregados de educação, professores e auxiliares de acção educativa do Colégio Dr. Luís Pereira da Costa participaram na recolha de alimentos organizada pelo Banco Alimentar contra a Fome de Leiria-Fátima. Segundo Elisa Nazário,

Exposição “Voluntariado 2011”

Projectos do Conselho da Europa

Acção de sensibilização para comerciantes A Câmara da Batalha e a empresa SUMA estão a promover uma iniciativa de sensibilização aos comerciantes, visando o cuidado “com igual respeito das suas instalações e da rua, de modo a acabar com a acumulação de resíduos nos passeios junto dos seus estabelecimentos, visão desagradável e que convida a não entrar ou voltar”. “Rua Asseada” é o nome

IPJ de Leira apresenta

doados em Maio. Entre 24 de Novembro e 4 de Dezembro, foram doados online 90 toneladas de alimentos, por 3.135 doadores, perfazendo um total de 105.292,77 euros. O portal foi acedido por 91 países, destacandose entre os principais do-

Cultivar de forma sustentável

No dia 17 de Dezembro, entre as 14h00 e as 18h00, Eunice Alves, arquitecta paisagista e permacultora, vai estar no Centro de Interpretação Ambiental (CIA), para ensinar o que é a permacultura e, como utilizar este sistema para fazer uso da terra de maneira produtiva e consciente, permitindo a subsistência pessoal. Criar alternativas simples e práticas para um estilo de vida sustentável e saudável é o desafio que Eunice Alves apresentará a todos os participantes nesta iniciativa, destinada a jovens e adultos. Criada pelos australianos Bill Mollison e David Holmgren, nos anos 70, a permacultura oferece ferramentas para o planeamento, a implantação e a manutenção de ecossistemas cultivados no campo e nas cidades, de modo a que exista diversidade, estabilidade e resistência dos ecossistemas naturais, salvaguardando a subsistência das gerações futuras.

adores, além de Portugal, a Suíça, França, Brasil e Angola reflectindo o elevado envolvimento solidário além fronteiras, sobretudo pelos Portugueses residentes no estrangeiro. O portal que contou com mais de 60.000 visitas

e 43.000 visitantes únicos, sendo as principais fontes de acesso ao portal os canais MSN.pt (que só no dia 26 de Novembro gerou cerca de 24,000 cliques no portal), seguido do Facebook, do próprio website do Banco Alimentar e do Sapo.


8 ECLESIAL

O Mensageiro 8.Dezembro.2011

[COLUNA SEMANAL]

CAMINHO... COM A

CARTA PASTORAL

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2. Testemunhas de Cristo no mundo

Para reflexão...

ino de Deus. ” ao serviço do Re do un m como do a lm a nossa realidade 2.4. Os cristãos “a ogneto retrata Di a rta Ca da • O texto ã? o «cidadãos do comunidade crist ia vivemos com qu ró pa e/ ã»? ad id un consciência crist • Na nossa com o, guiados pela lh ge an Ev ao is mundo, fié

Família há oito Séculos DR

2.4. Os cristãos “alma do mundo” ao serviço do Reino de Deus Verificamos pois que os cristãos estão presentes no mundo, em todos os âmbitos da sociedade; e devem estar aí segundo a sua identidade, isto é, como cidadãos do mundo, fiéis ao Evangelho, guiados pela consciência cristã (cf. GS n. 76). Este é o seu modo de estar no mundo ao serviço do Reino de Deus. A vocação dos cristãos é ser “alma do mundo”, estar dentro do mundo como “o fermento” no meio da massa. Esta dupla atenção constitui o “paradoxo da experiência cristã” de que fala um escrito do século II: os cristãos são homens como todos os outros, participantes da vida na cidade e na sociedade, dos sucessos e falhanços experimentados pelos homens; mas são também ouvintes da Palavra de Deus, chamados a transmitir a diferença evangélica na história, a dar uma alma ao mundo, para que a humanidade possa caminhar em direcção à plenitude do Reino de Deus. “Os cristãos não se distinguem dos outros homens nem pela sua terra, nem pela sua língua, nem pelos seus costumes. Porque não habitam cidades exclusivamente suas, nem falam uma língua estranha, nem levam um género de vida à parte dos outros (...), mas habitando cidades gregas ou bárbaras, segundo a sorte que a cada um coube, e adaptando-se no vestuário, na comida e demais género de vida aos usos e costumes de cada país, dão mostras de uma conduta peculiar, admirável e, por confissão de todos, surpreendente. Moram nas sua respectivas nações, mas são peregrinos; cidadãos, não diversos dos outros, participam nos deveres e encargos de todos, mas tudo olham e sofrem como estrangeiros... Parecem demorar-se na terra e, na realidade, são cidadãos do Céu... Conformam-se às leis estabelecidas, mas com o seu modo de viver ultrapassam as leis... Como todos geram filhos, mas não abandonam os que nascem; põem mesa em comum, mas não o leito... Os cristãos passam como peregrinos entre as realidades temporais, voltados para a incorruptibilidade nos céus. Deus destinou-os a tão sublima missão; não mais lhes é consentido desertála... Os cristãos são no mundo aquilo que a alma é no corpo” (Carta a Diogneto, 5-6). Em recente alocução, o Papa Bento XVI comenta assim este texto: “Não renegueis nunca o Evangelho em que acreditais, mas estai no meio dos demais homens com simpatia, comunicando com o vosso próprio estilo de vida um humanismo que lança as raízes no cristianismo, dispostos a construir com todos os homens de boa vontade uma sociedade mais humana, mais justa e mais solidária”.

Vasos de argila

Trazemos o tesouro do nosso ministério em vasos de barro para que tão excelso poder se reconheça vir de Deus e não de nós (2 Cor 4,7). No grande edifício espiritual da Ordem de Santa Clara, embora o alicerce seja firme e sólido e a cabeça de condição divina, os seus membros têm pés de barro, quebradiço e, como qualquer instituição formada por pessoas humanas, está sujeita aos limites e fragilidades próprios da sua condição. A nossa vocação é o maior de todos os benefícios que diariamente recebemos do nosso benfeitor, o Pai das misericórdias, escreveu Santa Clara no seu Testamento. Na verdade, a vocação da Irmã Clarissa é um tesouro preciosíssimo que, como afirma S. Paulo, guardamos em vasos de barro. Também ao longo da sua história a Ordem de santa Clara viveu momentos difíceis, de crise, momentos bons e menos bons. Mas como Deus tem sempre a última palavra, quando necessário, faz surgir das pedras filhos de Abraão. Por isso, quando a barca parece ir ao fundo, está lá sempre a mão divina que se estende e faz nascer homens e mulheres, profetas ousados, que tomam em suas mãos o timão e conduzem o bar-

co a bom porto. Homens e mulheres segundo o coração de Deus, que por Ele se deixam conduzir a reavivar a chama que ainda fumega, unicamente pelo desejo e a firme vontade de edificar, reconstruir e aperfeiçoar a obra começada. Assim, nesta longa história de oito séculos de vida das Irmãs Clarissas, surgiu Santa Coleta Boylet nascida em França, no ano de 1381 e que foi protagonista do movimento reformador da Ordem. Em 1253, ano da morte de Santa Clara já existiam 111 mosteiros. Como já referimos surgiram, ainda em vida de Santa Clara, três Regras – a Regra do Cardeal Hugolino, a Regra de Inocêncio IV e a Regra que ela mesma escreveu. Nesta altura, apenas um pequeno número de mosteiros adoptou a Regra de Santa Clara. Então, em 1263 o Papa Urbano IV querendo unificar os mosteiros sob uma mesma legislação promulgou uma nova Regra. Segundo esta Regra os mosteiros uniam-se sob o nome de “Ordem de Santa Clara”, observava-se a clausura com força de voto e era permitido “receber, possuir e reter em comum rendas e propriedades”. Passaram a existir duas Regras: a Primeira, escrita por Santa Clara, e a Segunda de Urba-

no IV, que se distanciava do viver simples e austero de Altíssima Pobreza, que elevou ao cume da santidade Clara e as suas primeiras seguidoras. Ao longo dos anos, por razões várias, os mosteiros adoptaram a Regra de Urbano IV. Progressivamente, devido às vicissitudes sociais e culturais foi-se perdendo o primitivo fervor: deu-se ocasião à decadência da clausura, abriram-se as portas à degradação dos costumes, da disciplina e do rigor. É nesse contexto que no princípio do século XV surge um movimento renovador protagonizado por uma jovem clarissa francesa – Coleta de Corbie – que, após ter professado num mosteiro de Clarissas, se abre à exigência do Espírito de Deus para este grande empreendimento espiritual de recuperar o genuíno espírito de Clara de Assis. Elaborou Constituições que o Papa Pio II aprovou em 1458. Sem nada omitir ou acrescentar à Regra de Santa Clara, reafirmou os pontos principais: total pobreza, tanto pessoal como comunitária, espírito de oração e contemplação, amor fraterno, profunda vivência eucarística, completa renúncia a propriedades, bens, rendas ou do-

tes, valorização do capítulo conventual como expressão de corresponsabilidade de todas as Irmãs. Fomentou o trabalho como meio normal de subsistência. Os mosteiros deviam ser simples, sóbrios, sem nada de supérfluo ou precioso. Na clausura viveriam apenas as Irmãs que tivessem professado, dispensando e excluindo todas as que não professassem a Regra. Incrementou a formação permanente das Irmãs, tanto a nível espiritual como intelectual, ordenando que todos os mosteiros tivessem uma adequada biblioteca. Esta reforma rapidamente irradiou a sua luz e beleza para vários países da Europa onde muitos mosteiros adoptaram este novo ideal evangélico que Clara tinha actualizado com o seu viver. Em tudo, o nosso Deus é um Deus próximo que faz caminho com o seu povo e jamais abandona aqueles que n’Ele confiam. Estreita é a porta que conduz à vida, mas é a única que nos leva à verdadeira alegria, aos braços de Deus. Na verdade a exigência evangélica, vivida com fidelidade, é esse tesouro delicado e frágil que transportamos em vasos de argila. Irmãs Clarissas de Monte Real


DIOCESE 9

O Mensageiro 8.Dezembro.2011

Visita Pastoral à Diocese Entrevista ao padre Bernardo Pereira Morganiça, pároco de Santa Eufémia

O Bispo diocesano, D. António Marto, esteve em visita pastoral à paróquia de Santa Eufémia, de 17 a 20 de Novembro. A esse propósito, entrevistámos o pároco, padre Bernardo Morganiça. O que pensa desta iniciativa do Bispo diocesano de fazer uma visita pastoral a todas as paróquias? Esta iniciativa parte da reflexão do Bispo de assumir a sua missão na Diocese, como pastor e guia, que procura estar presente na acção pastoral das comunidades. O Bispo deve conhecer a Igreja particular que é a Diocese que lhe foi confiada pelo Santo Padre. Como pastor e guia, deve revestir a imagem do Bom Pastor que conhece as suas ovelhas, e estas, pela proximidade com o pastor, também o conhecem e sabem escutar a sua voz. Na visita pastoral, o Bispo vem até nós exercer a sua missão de ensinar, santificar e governar, mas em que o governo e o poder são um serviço, ao jeito de Jesus. Como se preparou a comunidade para o receber? A partir de Agosto, no jornal paroquial “Mais Além”, foi publicada a

carta de anúncio da Visita Pastoral do Senhor Bispo, que posteriormente foi recordada nos meses seguintes. Com alguma antecedência, foi convocado o Conselho Pastoral e outros elementos, para constituirem vários grupos: um que apresentasse a proposta de programa; outro a reflexão sobre os temas propostos; e ainda outro que fizesse o levantamento sócio-religioso que antecipadamente era pedido, para que o senhor Bispo tivesse o conhecimento antecipado da comunidade que vinha visitar, a extensão da paróquia, as estruturas paroquiais e sociais existentes, a sua vitalidade, comunhão e corresponsabilidade, entre outros dados estatísticos. Qual foi o critério na elaboração do programa? Foi apresentado um programa que, no nosso entender, poderia dar resposta aos objectivos propostos pelo nosso Bispo: Proporcionar a todos o encorajamento e um renovado encontro com Cristo… Valorizar o sentido da corresponsabilidade… Promover a comunhão eclesial… Avivar em todos os fiéis cristãos a consciência da missão… Procuramos propor espaços e momentos para o encontro pessoal e o exercício do múnus pastoral do Bispo… O programa começou por privilegiar um encontro celebrativo com todos os cristãos de mais idade e os doentes. Também

Fotos: DR

“Valorizar a comunhão e a corresponsabilidade”

os grupos paroquiais tiveram a possibilidade de escutar do senhor Bispo a palavra esclarecedora e oportuna, estreitando os laços de comunhão e aprofundando o sentido da unidade paroquial e a corresponsabilidade na acção pastoral. A Junta da freguesia aceitou o convite para colaborar activamente na proposta do programa, para que o senhor Bispo se encontrasse com as forças vivas da autarquia, na área cívica, cultural, desportiva e empresarial. Houve encontros com os mais novos: crianças, adolescentes e jovens. O programa também teve em atenção as famílias, os casais e os pais. De forma geral, como decorreu a visita? Podemos dizer que a visita correu muito bem. Com muita alegria, satisfação e empenho de todos os que se sentiram tocados pela novidade desta acção pastoral do nosso Bispo, que por certo para ele terá sido cansativa, mas que para todos nós, embora viesse destabilizar hábitos e costumes, foi muito gratificante. Tivemos pena que, apesar de tudo, alguns não

estivessem abertos à novidade… Houve algum momento especial que queira destacar? Certamente, para todos os que participaram, houve o seu momento especial, que terá sido marcado pela mensagem transmitida pelo Bispo, pelo contacto, pela proximidade, talvez mesmo pelo sorriso e pelo carinho. Deus serve-se dos mais simples sinais para Se comunicar a cada um. Podemos registar a celebração com os doentes e idosos, as catequeses com os mais novos, a encenação pelo TASE “Ensaios Sobre o Amor”, adaptação da peça original “A Loja do Ourives”, do Papa João Paulo II, terminando com a celebração de encerramento e administração do Crisma. Temos registadas as mensagens do nosso Bispo e o desafio que deixou a todos. Qual a principal mensagem ou marca deixada por D. António? A principal mensagem vem na sequência do objectivo da visita, que referia a valorização do sentido da comunhão e da cor-

responsabilidade do povo de Deus, revitalizando os organismos de participação e os ministérios nos vários sectores da pastoral. Isto exige uma nova mentalidade e uma conversão no modo de ser Igreja, ou sentido de pertença à Igreja. Quais as expectativas criadas a partir da visita? Podemos dizer que ainda estamos a digerir todos os ensinamentos, celebrações e gestos. Já identificámos algumas prioridades. Após a releitura das várias mensagens que foram deixadas e que registámos, nomeadamente, na Eucaristia do Crisma e despedida, iremos tomar algumas decisões em ordem à renovação da dinâmica paroquial, pensando concretamente na pasto-

ral familiar, juvenil e na renovação e dinamização do Conselho de Pastoral Paroquial. Este conselho deve ser reestruturado para funcionar conforme as normas que o regem. Ser verdadeiro motor de toda a pastoral paroquial, que não pode ser simplesmente de manutenção, mas de missão. A nova evangelização, para a qual o papa nomeou, recentemente, o Conselho Pontifício, deve definir-se pelos objectivos já definidos por João Paulo II, que passam “pela instauração da civilização do amor, da solidariedade no mundo e da renovação da própria Igreja, de tal maneira que seja capaz de prestar este importante serviço evangelizador a toda a humanidade”.

9 a 11 de Dezembro

Bidoeira 9 de Dezembro (sexta-feira) 15h30 – Recepção junto à Igreja paroquial 15h45 – Recitação solenizada do Rosário na Igreja 16h30 – Encontro com os idosos na CASBI 20h30 – Encontro com a comunidade da Texugueira, na Igreja 21h00 - Encontro paroquial da Família, na Texugueira 10 de Dezembro (sábado) 15h00 – Encontro com as crianças da Catequese e Escuteiros (Lobitos) 16h00 - Encontro com as crianças da catequese e Escuteiros 17h30 - Encontro com a Junta de Freguesia, Assembleria de Freguesia e Associações Culturais e desportivas da fregesia 20h00 - Missa vespertina com a Comunidade da Bidoeira de Baixo 21h15 - Assembleia paroquial no auditório da Igreja da Bidoeira de Cima 11 de Dezembro (domingo) 16h00 – Missa de encerramento, com o Santo Crisma, na Igreja 17h30 - Festa de encerramento, com merenda partilhada, no Centro da Bidoeira de Cima


10 ECLESIAL

O Mensageiro 8.Dezembro.2011

Antífona de Entrada: cf. Filip 4, 4.5 Leitura I: Is 61, 1-2a.10-11 Salmo Responsorial: Lc 1, 46-48.49-50.53-54 (R. Is 61, 10b); Refrão: Exulto de alegria no Senhor. Repete-se Ou: A minha alma exulta no Senhor. Repete-se Leitura II: 1 Tes 5, 16-24 Aclamação ao Evangelho: Is 61, 1 (cf. Lc 4, 18) Refrão: Aleluia. Repete-se; O Espírito do Senhor está sobre mim: enviou-me a anunciar a boa nova aos pobres. Evangelho: Jo 1, 6-8.19-28 Apareceu um homem enviado por Deus, chamado João. Veio como testemunha, para dar testemunho da luz, a fim de que todos acreditassem por meio dele. Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz. Foi este o testemunho de João, quando os judeus lhe enviaram, de Jerusalém, sacerdotes e levitas, para lhe perguntarem: «Quem és tu?». Ele confessou a verdade e não negou; ele confessou: «Eu não sou o Messias». Eles perguntaramlhe: «Então, quem és tu? És Elias?». «Não sou», respondeu ele. «És o Profeta?». Ele respondeu: «Não». Disseram-lhe então: «Quem és tu? Para podermos dar uma resposta àqueles que nos enviaram, que dizes de ti mesmo?». Ele declarou: «Eu sou a voz do que clama no deserto: ‘Endireitai o caminho do Senhor’, como disse o profeta Isaías». Entre os enviados havia fariseus que lhe perguntaram: «Então, porque baptizas, se não és o Messias, nem Elias, nem o Profeta?». João respondeu-lhes: «Eu baptizo na água, mas no meio de vós está Alguém que não conheceis: Aquele que vem depois de mim, a quem eu não sou digno de desatar a correia das sandálias». Tudo isto se passou em Betânia, além do Jordão, onde João estava a baptizar. Palavra da salvação.

Cânticos|IV Domingo do Advento (18/12/11)

INÍCIO: Fiz de ti a luz das nações - Lau 403

Janela Sobre a Missão

Dia de Emoções Grandes (II) (continuação da edição anterior) Como era dia de festa, no fim da missa houve um almoço de porco e cabrito (que por aqui não é assim tão frequente) num espaço improvisado para este fim que contou com a presença da equipa missionária e catequistas representantes de várias comunidades. A “sobremesa” do almoço foram dois cânticos dedicados à Angélica, um que falava da necessidade de manter cuidados de higiene e outro de esperança. Aqui em Angola (como em grande parte de África) o canto é uma das melhores formas de transmitir mensagens e conhecimentos. No fim carregámos o que faltava nos veículos da nossa “frota” (Camião, jipe e carrinha) e rumámos ao Sumbe com pena da despedida mas o coração quente pela sementeira realizada. Nesta segunda-feira alguns de nós vamos para Luanda com os nossos missionários que amanhã rumarão para Portugal. Um grande bem-haja a todos eles por aquilo que cada um deu a esta missão.

AO SABOR DA PALAVRA

SALMO RESPONSORIAL: Senhor cantarei eternamente - Lau 756 APRESENTAÇÃO DOS DONS: Feliz és tu poque acreditaste - Lau 923 COMUNHÃO: O trigo que Deus semeou - Lau 618 Eis a escrava do Senhor - Lau 1078 PÓS-COMUNHÃO: A minha alma glorifica o Senhor - Lau 104 FINAL: Quero ser como tu - Lau 946

Sábado 19h00 – Sé 19h30 – Franciscanos

MISSAS DOMINICAIS

Domingo 08h30 – Espírito Santo 09h00 – Franciscanos 09h45 – Paulo VI 10h00 - S. Francisco 10h30 – Franciscanos 10h00 – S. Romão 11h00 – S. Agostinho 11h00 – Hospital 11h30 – Cruz da Areia 11h30 – Seminário e Sé 18h30 – Sé 19h30 – Franciscanos 21h30 – Sª Encarnação

Pe. Francisco Pereira pe.francisco@mac.com

3º Domingo do Advvento 11 de Dezembro de 2011

Um coração vestido “No dia seguinte o príncipe voltou. - Era melhor teres vindo à mesma hora, disse a raposa. Se vieres, por exemplo, às quatro horas da tarde, às três já eu começo a ser feliz. À medida que o tempo avançar, mais feliz me sentirei. Às quatro horas já começarei a agitar-me e a inquietar-me; descobrirei o preço da felicidade. Mas se vieres a uma hora qualquer, nunca posso saber a

DR

Leituras III Domingo do Advento (11/12/11)

que horas hei-de vestir o meu coração... São precisos ritos.” Este excerto de O Principezinho fala-nos da chegada e da alegria que ela provoca, não só o acontecimento mas sobretudo a sua expectativa, o antecipar a alegria que se vai aproximando. Também nós vamos preparando o nosso coração para receber o Amigo, vestindo o nosso coração de amor, humildade e calor para receber a maior maravilha de Deus. E nós, muitas vezes, corremos o risco de esquecer que devemos vestir o coração para receber o verdadeiro Principe que é Jesus, afogueados que andamos com mil e um preparativos que acabam por esconder o real motivo desta festa. Ou então vestindo-o de tanta coisa que acaba por ficar sem espaço para o mais importante. É por isso que S. João vai exortando os judeus a prepararem os caminhos do Senhor, e que, apesar de pregar no deserto, não descansa no anúncio da mensagem, com a consciência real do seu papel de preparador. Ele está apenas

interessado em levar os seus interlocutores a acolher e a “conhecer” Jesus, aquele que o Pai enviou com uma proposta de vida definitiva e de liberdade plena para os homens. Deus não utiliza métodos espectaculares e assombrosos para intervir na nossa história e para recriar o mundo; mas Ele vem ao encontro dos homens e do mundo para os envolver no seu amor através de pessoas concretas, com um nome e uma história, pessoas “normais” a quem Deus chama e a quem confia determinada missão. Diz S. Paulo: Não apagueis o Espírito, não desprezeis os dons proféticos; mas avaliai tudo, mantendo o que é bom. Provavelmente, nem toda a gente entendia e estava aberta às interpelações que o Espírito fazia através de alguns membros da comunidade... Paulo recomenda aos cristãos de Tessalónica que saibam tudo analisar com cuidado e discernimento, sem preconceitos, de coração aberto à novidade de Deus, guardando “o que é bom” e afastando-se de “toda a espécie de mal”.

Uma comunidade construída de acordo com estes princípios - que vive a sua existência histórica com alegria e serenidade, que louva o seu Senhor e que está permanentemente atenta para discernir e aceitar os dons do Espírito - é uma comunidade “santa” e irrepreensível, preparada para acolher, em qualquer momento, o Senhor que vem. Também Isaías anuncia a chegada daquele que anuncia a Boa-Nova aos infelizes, a tratar os corações torturados, a proclamar a emancipação aos cativos e a liberdade aos prisioneiros, a promulgar um ano de graça do Senhor. Esta mensagem de esperança e de alegria é dada não aos ricos e aos poderosos, mas ao mais humildes, aqueles que, aparentemente, não têm razões para se alegrar são os que receberão uma alegria verdadeira porque não é artificial, não provém de coisas mas de pessoas. “Os homens [...] compram coisas feitas aos mercadores. Mas como não existem mercadores de amigos, os homens já não têm amigos”.


DIOCESE 11

O Mensageiro 8.Dezembro.2011

Grupo de 10 jovens em “busca vocacional” “Estou numa fase em que necessito de me encontrar com Deus e de conhecê-lo verdadeiramente. Penso seriamente que este itinerário vocacional vai ser uma grande ajuda para realizar a minha descoberta e delinear o meu futuro «à luz do Evangelho». Foi deste modo que um jovem de 19 anos justificou a sua adesão à proposta de aprofundamento vocacional denominada “Em rede”, que teve o seu primeiro encontro neste Domingo, 4 de Dezembro, em Fátima. Os 10 jovens, rapazes e raparigas universitários ou já na vida profissional, começaram por conhecer

os seus companheiros bem como a equipa que os acompanha, depois, tomaram contacto com a realidade da vocação a partir da Bíblia, mediante a leitura orante da palavra de Deus e uma catequese, conviveram e partilharam inquietações e descobertas. No final, a satisfação foi notória bem como a esperança de que a continuidade da experiência corresponda às suas expectativas e necessidades espirituais. Este itinerário terá continuidade durante os próximos meses, até Maio, ao ritmo de um encontro mensal. A meio do percurso haverá um tempo mais pro-

longado para uma experiência espiritual de dois dias. A orientação é assegurada por membros dos serviços diocesanos de animação vocacional e de pastoral juvenil, representando as diferentes vocações: sacerdócio, vida consagrada e matrimónio. As Irmãs da Aliança de Santa Maria são quem acolhe o grupo na sua própria casa e ajudam na animação musical e na oração. Esta ajuda aos jovens resulta de um apelo e proposta do bispo de Leiria-Fátima, na sua carta pastoral “Descobrir a beleza e a alegria da vocação cristã”, publicada em 2006. D. An-

tónio Marto convidou os jovens a darem um “projecto belo” à sua vida e a fazerem “uma experiência de fé, em grupo” com a finalidade de “buscar a vontade de Deus na própria vida, orientar a liberdade e a escolha do projecto de vida para servir o projecto de Deus no mundo na parte que a cada um diz respeito”. Este projecto iniciou-se na Diocese no ano de 2007, repete-se em cada ano, e por ele já passaram mais de três dezenas de jovens, alguns dos quais encontraram nele uma clarificação para o rumo a dar à própria vida. Padre Jorge Guarda

Reitor do Santuário de Fátima

O reitor do Santuário de Fátima considera que os católicos estão obrigados a responder às necessidades dos mais pobres e salienta que a instituição está a reforçar a dimensão social e caritativa. “Por muita necessidade que cada um de nós tenha, pode sempre ajudar alguém. E esse será um desafio não só para aqueles que são peregrinos de Fátima mas também um desafio lançado por Nossa Senhora a todos os que partilham a mesma fé”, afirmou o padre Carlos Cabecinhas no passado dia 1, no Santuário da Cova da Iria. As declarações aos jornalistas foram feitas depois de o responsável ter anunciado que a pergunta “Quereis oferecer-vos a Deus?” é o tema do Santuário para 2011-2012, no quadro das comemorações do centenário das aparições, que será assinalado em 2017. A interrogação, que segundo o testemunho das crianças Lúcia dos Santos e Francisco e Jacinta Marto lhes foi dirigida a 13 de Maio de 1917 pela Virgem Maria, na sua primeira apa-

DR

Católicos “obrigados” a ajudar quem precisa

rição, recorda que “neste tempo de crise e de drama para tanta gente” ninguém está dispensado de “ajudar quem quer que precise de ajuda”, sustentou o sacerdote. “As pessoas procuram o Santuário não apenas pela mensagem de esperança mas também pela ajuda material, sobretudo nestes tempos conturbados”, referiu o sacerdote, acrescentando que a instituição, de acordo com os seus estatutos, mantém o apoio às entidades colectivas que requerem apoio. Os recursos financeiros são insuficientes para atender os pedidos: “O Santuário não tem capacidade

para responder a todas as solicitações e não pretende ser a solução para esses problemas. Pretende, isso sim, dar resposta imediata a algumas necessidades, e isso temo-lo muito a peito”. O responsável referiu à ECCLESIA no início de Julho, menos de um mês depois da tomada de posse como reitor, que entre as suas prioridades estava a “dimensão sociocaritativa”, nomeadamente na actual situação de “crise económica”. O reitor sustenta que a mensagem de Fátima “não perdeu nenhuma da sua frescura” e continua a ser “plenamente atual, sejam quais forem as circunstân-

cias”, como é comprovado pelo facto de o Santuário ser “um fenómeno plenamente eclesial mas também plenamente popular, no sentido em que as multidões acorrem”. As dimensões “mais relevantes” do programa para 2011-12 destacam as vertentes da evangelização, tornando Fátima uma “escola de fé”, além da “caridade” e da profecia, visando esta “surpreender” e chamar a atenção “para as dificuldades e desafios do mundo actual para a fé cristã”. O conjunto de iniciativas previsto compreende um ciclo de conferências, ao ritmo de uma por mês, até Abril de 2012, e um simpósio teológico-pastoral nos dias 15 a 17 de Junho, que vai abordar os “Horizontes contemporâneos da entrega de si”. De acordo com o testemunho, reconhecido pela Igreja Católica, das três crianças conhecidas como Pastorinhos de Fátima, ocorreram seis aparições da Virgem Maria na Cova da Iria e imediações, uma a cada mês, entre Maio e Outubro de 1917.

BREVES

DR

Primeiro encontro da caminhada “Em rede...”

Exposição sobre aparições de Fátima

«Explosão de luz»

Uma “explosão de luz” baseada nas descrições da Irmã Lúcia sobre a Santíssima Trindade aguarda os visitantes no último dos três núcleos da exposição sobre as aparições da Virgem Maria, que o Santuário inaugurou no passado dia 1 de Dezembro. A mostra intitulada “No Trilho da Luz” converge para um espaço inspirado pela revelação da tríade Pai, Filho e Espírito Santo, segundo a visão manifestada à Irmã Lúcia dos Santos, uma das videntes da Cova da Iria, quando habitava um convento da cidade espanhola de Tuy. O responsável pela Secção de Arte e Património do santuário recordou que o bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, ao reflectir sobre as intervenções marianas ocorridas entre Maio e Outubro de 1917, afirmou que a visão de Tuy constitui a sua “abóbada” e “chave luminosa”. O comissário salientou que a mostra, integrada no segundo ano de preparação para o centenário das aparições, acentua a centralidade de Jesus Cristo, de acordo com a mensagem de Fátima: “A luz não é a da Virgem mas a de Deus. Ela é o caminho para essa luz”. A exposição é composta por uma custódia de Joana Delgado que alude à iconografia do anjo da paz e da eucaristia, e uma pintura executada no final da década de 40 do século XX por Adolf Baeyens, onde a Virgem de Fátima é tratada como medianeira junto do seu filho, Cristo. O responsável salienta que as exposições do Santuário pretendem oferecer “uma parte informativa e uma parte emocional”, recorrendo à arquitectura, design, textos e peças de arte, para que o visitante possa fazer “uma experiência da Mensagem de Fátima” que não é nem “litúrgica nem mística, mas visual”. A exposição, com entrada livre, está patente até 31 de Outubro de 2012 na igreja da Santíssima Trindade.

Equipa de pastoral Familiar organiza encontro

Jubileu Matrimonial na Maceira

A Equipa de Pastoral Familiar da Paróquia de Maceira irá organizar no próximo dia 18 de Dezembro o “Jubileu Matrimonial” integrado na Celebração Eucarística Dominical. Estão convidados todos os casais que celebrem ou celebraram durante este ano 25, 50 ou 60 do Sacramento do Matrimónio e que queiram celebrar o Dom recebido de Deus na sua vocação ao Matrimónio. A equipa de Pastoral Familiar de Maceira está no seu 2º ano de actividade e é composta por 3 casais, 1 religiosa e o Pároco e tem por objectivo principal contribuir para tornar as famílias cada vez mais próximas de Deus.”


12 MUNDO/PORTUGAL

MUNDO Papa propõe oração para mudar mundo

Ciclo de catequeses sobre Jesus Bento XVI apelou aos católicos, para que dediquem mais tempo à “oração”, como testemunho espiritual num “mundo frequentemente fechado ao horizonte divino”. Na audiência pública semanal, que juntou cerca de seis mil pessoas na sala Paulo VI, do Vaticano, o Papa iniciou um novo ciclo de catequeses, sobre a “oração de Jesus”, após ter ter tratado alguns exemplos do Antigo Testamento (os livros da Bíblia anteriores ao nascimento de Cristo). A oração, disse, atravessa “todos os momentos” da vida de Jesus, “guiando-o até ao dom total de si mesmo, segundo os desígnios de Deus Pai”. “Jesus é o nosso mestre de oração. Mas, quem o ensinou a rezar? O seu coração de homem aprendeu a rezar com a sua mãe e a tradição judaica, mas a sua oração brota duma fonte secreta, porque Ele é o filho eterno de Deus, que, na sua santa humanidade, dirige ao seu Pai a oração filial perfeita”, referiu, em português. Bento XVI questionou os presentes sobre “quanto tempo” dedicam à “relação com Deus”: “É através da nossa oração fiel e constante, na amizade profunda com Jesus, vivendo nele e com Ele a relação filial com o Pai, que poderemos abrir, no mundo, as janelas para o Céu”. Após esta intervenção, o Papa saudou os peregrinos de língua portuguesa, a quem desejou “uma prática de oração constante e cheia de confiança”.

Santa Sé torna-se membro da OIM

“Voz ética perante novas situações” A Santa Sé tornou-se membro da Organização Internacional para as Migrações (OIM), com sede em Genebra, Suíça, após ter sido admitida pela assembleia plenária do organismo, revelou o portal de notícias do Vaticano. A OIM, nascida após a II Guerra Mundial, celebra em 2011 o seu 60.º aniversário, data que foi recordada por Bento XVI este domingo. “Confio ao Senhor quantos, muitas vezes forçadamente, têm de deixar o seu próprio país ou não têm nacionalidade. Ao encorajar a solidariedade para com eles, rezo por todos os que se esforçam para proteger e assistir estes irmãos em situação de emergência, expondo-se também a grandes fadigas e perigos”, disse o Papa. Em declarações à Rádio Vaticano, o observador permanente da Santa Sé junto das instituições da ONU sediadas em Genebra, D. Silvano Maria Tomasi, refere que a Santa Sé quer “estar presente e participar nos esforços” da OIM, com uma “voz ética” que ajude a interpretar as “novas situações”. “Neste momento, vemos no mundo um contínuo crescimento dos migrantes, dos refugiados, de gente em movimento por várias razões”, constatou. A Santa Sé integra agora, plenamente, a Organização Internacional para as Migrações, com o objectivo de “sublinhar a sua participação neste fenómeno de enorme relevo e que, apesar da crise económica, se prevê que continue a crescer”. D. Silvano Tomasi manifestou o desejo de cooperação a “nível operativo”, através da rede de organizações católicos que já estão “empenhadas no campo das migrações”.

O Mensageiro 8.Dezembro.2011

PORTUGAL Mensagem assinala final do Ano Europeu e projecta novo ciclo

«Envelhecimento Activo» A Confederação Portuguesa do Voluntariado apelou a uma “maior e mais cuidada atenção aos outros”, designadamente aos “concidadãos que vivem em situação de maior empobrecimento”. Numa mensagem pelo Dia Internacional dos Voluntários, enviada à Agência ECCLESIA, a direcção da Confederação destaca o “culminar” do ‘Ano Europeu das actividades voluntárias que promovem uma cidadania activa’ (AEV), celebrado durante 2011. “Chegar ao cume não é terminar a tarefa, mas atingir mais uma etapa. E a que se pretendia alcançar com a celebração deste Ano Europeu revelou-se muito significativa para o reco-

nhecimento da importância do voluntariado como forma efectiva de praticar uma autêntica cidadania”, pode ler-se. O Centro de Congressos de Lisboa acolheu o encerramento oficial do AEV 2011 e a transição para o ‘Ano Europeu do Envelhecimento Activo e da Solidariedade entre Gerações’ 2012. Esta cerimónia contou com a presença do ministro da Solidariedade Social, Pedro Mota Soares, de Fernanda Freitas, presidente nacional do AEV 2011, e Elza Chambel, presidente do Conselho Nacional para a Promoção do Voluntariado. Para a Confederação Portuguesa do Voluntariado, é necessário que

não se esqueça a “causa galvanizadora” deste ano, procurando “impulsionar iniciativas mais criativas para responder às novas necessidades”. Nesse contexto, sublinha-se a importância de “aumentar o número de voluntários nas organizações, não só porque há pessoas que sentem as dificuldades dos outros e se disponibilizam para entrar em projectos de superação das consequências e causas da crise, como os afectados por ela optam por servir, graciosamente, a comunidade”. A mensagem da Confederação propõe a criação de “novos paradigmas de organização social e económica que não permitam a

existência de crises como a actual e valorizem mais a pessoa como destinatário do desenvolvimento”. Quanto a 2012, o documento destaca as “potencialidades do envelhecimento activo e do diálogo intergeracional”, em ligação com a celebração deste ano. “Ser voluntário é uma boa opção para se ir envelhecendo activamente e um modo de ser e de estar em que se pode servir um bem comum, aproveitando a experiência dos mais velhos e a ousadia dos novos”, indica a direcção da Confederação Portuguesa do Voluntariado, presidida pela Caritas Portuguesa.

Colóquio sobre a convocatória de João XXIII

«Grandes Marcos do Concílio Vaticano II» O Instituto Diocesano da Formação Cristã do Patriarcado de Lisboa promove um ciclo de conferências sobre os «Grandes Marcos do Concílio Vaticano II» A primeira sessão será dia 15 deste mês, no auditório da Igreja do Coração de Jesus, e contará com a in-

tervenção de Paulo Fontes, professor da Universidade Católica Portuguesa (UCP), que apresentará o contexto socio-cultural da convocatória do concílio Vaticano II. O comunicado enviado à Agência ECCLESIA realça também que Juan Ambrósio, professor da UCP, falará

também sobre a dimensão profética do texto da convocatória. Esta iniciativa - pretende assinalar os 50 anos da convocatória deste acontecimento – terá também uma mesa redonda com testemunhos das expectativas geradas pela convo-

“Pedaços de vida que geram vida”

Livro de Paul Schebesta

“Pedaços de vida que geram vida” é o título do livro que reúne “experiências e vivências em missão” de D. António Marcelino, bispo emérito de Aveiro. A obra será apresentada publicamente no dia 12 de Dezembro, na Biblioteca Municipal de Aveiro, pelas 18h00, contando com a intervenção do economista António Bagão Félix. Neste livro das edições Paulinas, D. António Marcelino relata memórias que são “desafios e graças”, acu-

Os Missionários do Verbo Divino organizam, no dia 13 de Dezembro, pelas 18h00, na Sociedade de Geografia de Lisboa, a sessão de lançamento do livro “Portugal – A Missão da Conquista no Sudeste de África”, do historiador, antropólogo, etnólogo e linguista alemão Paul Schebesta, que foi missionário em Moçambique, na região da Zambézia, de 1911 a 1916. A apresentação estará a cargo do historiador José Mattoso

Bagão Félix apresenta livro de D. António Marcelino muladas ao longo de 56 anos de padre e 36 de bispo. “Há acontecimentos e situações que vivemos, mas não nos pertencem só a nós. Há vidas destinadas a ser berço de acolhimento de graças para as repartir pelos outros. Não se é padre nem bispo para si próprio”, escreve na abertura da obra.

catória com a presença de monsenhor Vítor Feytor Pinto; Manuela Silva e José Vítor Adragão. Uma forma do referido instituto assinalar, ao longo de 2012, os 50 anos decorridos do início do Concílio Vaticano II.

“Portugal - a Missão da Conquista no Sudeste de África” Tr a ta-se de uma tradução do original alemão “Portugals Konquistamission in Südost-Afrika”, que vem preencher uma importante lacuna na historiografia da missionação e da presença portuguesa em Moçambique.


OPINIÃO 13

O Mensageiro 8.Dezembro.2011

LUZ ENTRE OS HOMENS

Pe. Jorge Guarda

Vigário Geral da Diocese

http://padrejorgeguarda.cancaonova.pt

Isabel da Hungria, a rainha ao serviço dos pobres

N

um hino litúrgico de Advento, a Igreja implora: “Vinde, Jesus, /Brilhe no mundo vossa Luz./Vinde, Senhor,/ Reine entre os homens vosso Amor”. O que se implora ao Céu teve uma resposta na vida e obra da rainha Santa Isabel da Hungria,

RECORTES Miguel Alvim Advogado

O Natal não é uma campanha

chamada também de Turíngia, tia-avó da nossa Rainha Santa. Nela brilhou a luz da fé; e os doentes e os pobres foram por ela amados com grande generosidade e dedicação. O papa Bento XVI falou dela na catequese de 20 de Outubro de 2010. Filha de André II, rei da Hungria, e de Gertrudes de Merânia, Isabel nasceu em 1207. Prometida por motivos políticos em casamento a Luís, duque hereditário da Turíngia, na Alemanha central, para ali foi levada aos 4 anos, tendo então sido celebrado o noivado no castelo de Wartburg, na cidade de Eisenach. Estudou alemão, francês, latim, música, literatura e bordado. Entre ela e o noivo acabou por despontar um amor genuíno. Isabel viveu desde nova a fé cristã com grande devoção e o amor pelos pobres. Na corte, o seu estilo de vida destoava das opções comuns. Não suportava as contradições entre a fé professada e a prática da vida

P

ortugal tem a alma doente. Uma empresa com responsabilidades, líder do retalho em Portugal (dona de mais de 700 lojas em Portugal e com 39.400 colaboradores ao seu serviço), decidiu partilhar connosco a sua concepção de Natal. Para a SONAE, o Natal é uma diversão. Uma diversão atrevida e sensual. De ginásio pop foleiro e adereços rascas de licra. É a mensagem deprimente e má (porque falsa), da campanha comercial para a época do humano-animal Popota – mascote da insígnia Modelo agora integrada no universo Continente –, ao som de uma adaptação da música On The Floor, de Jennifer Lopez. Uma campanha que está maciçamente presente em televisão, rádio, imprensa, internet e exterior. Alegadamente, o conceito “remete para uma viagem pelos vários

quotidiana. Pela sua sensibilidade e estilo de vida incomodava os membros da corte e tornou-se alvo de murmúrios e mesmo de repreensões. Praticava assiduamente as obras de misericórdia em relação aos pobres, aos doentes e às vítimas de injustiça e da violência. Saía do seu palácio para socorrer pessoalmente os necessitados. Denunciado este comportamento ao marido, ele não só o aprovou como respondeu: “Enquanto ela não vender o meu castelo, estou feliz!” É neste contexto de serviço e de generosidade para com os pobres que se insere o milagre do pão transformado em rosas, mais tarde também atribuído a Santa Isabel de Portugal. Do seu matrimónio nasceram três filhos. Quando Isabel ouviu contar a história da conversão e do modo de vida de Francisco de Assis, entusiasmou-se e decidiu-se ainda mais seguir a Cristo pobre e crucificado e a

mundos da Popota, através de vários cenários que marcam as brincadeiras das crianças”. Infelizmente, este apelo não nos remete nem para as crianças, nem para a sua santa inocência, nem para o sagrado acontecimento do Natal de Jesus Cristo. Devolve-nos, antes, para uma verdade gravemente lesada e ofendida. Como é óbvio, tratase de uma vergonhosa aplicação comercial que troça de coisas sérias e importantes, um indutor de consumo que a Sonae descarregou (vomitou) na praça pública. Esta “coisa” só merecia uma coisa do povo católico, a verdadeira revolução nos seus hábitos de consumo e no panorama comercial português (tal como dizia a implementação do primeiro hipermercado português pela SONAE, em 1985): um maciço e definitivo boicote. É Natal.

amá-lo nos pobres. A sua vida espiritual foi apoiada e orientada por frades franciscanos, que foram seus directores espirituais. A rainha, por sua vez, ajudou os frades menores a construir um convento. Em 1227, o rei Luís IV associou-se à cruzada e partiu para a expedição. Na despedida, Isabel, oprimida pelo sofrimento mas animada pela fé, respondeu ao marido: “Não te impedirei. Entreguei-me totalmente a Deus e agora devo dar-Lhe também a ti”. A febre dizimou as tropas e vitimou também o rei, ainda antes de embarcarem. Perante a notícia, a rainha ficou amargurada e retirou-se na solidão. Depois começou a ocupar-se dos assuntos do reino. Porém, o seu cunhado usurpou o trono e expulsou do castelo a viúva com os seus filhos. Só duas servas permaneceram com ela. Os filhos foram confiados a alguns parentes e Isabel teve que mendigar e trabalhar para

OPINIÃO

Bagão Félix Economista

Silenciosamente

sobreviver. Entretanto, alguns parentes defenderam-na e reabilitaram o seu nome, pelo que, em 1228, Isabel pode receber uma renda apropriada e passar a viver no castelo da família em Marburgo. Foi então que, ainda na sua cidade de Eisenach, se consagrou totalmente a Deus. Indo depois para Marburgo, aí começou a dedicar-se generosamente ao serviço dos pobres. O seu director espiritual conta que “pouco tempo mais tarde, construiu um hospital, recolheu doentes e inválidos e serviu à sua mesa os mais miseráveis e desamparados”. Quando o sacerdote a repreendeu por aqueles excessos, “Isabel respondeu que dos pobres recebia uma especial graça e humildade”. Nos últimos três anos da sua vida, ocupou-se na prática de obras de misericórdia no hospital que fundara. Faleceu em 1231, aos 24 anos de idade. Tornou-se, podíamos

dizer assim, uma mulher consagrada no meio do mundo. Com outras amigas formou uma comunidade religiosa. Os abundantes testemunhos sobre a sua santidade de vida levaram a que, apenas a quatro anos da sua morte, o Papa Gregório IX a proclamasse santa. É padroeira da Ordem Terceira Regular de São Francisco e da Ordem Franciscana Secular. Sobre esta mulher cristã, o Papa Bento XVI observa: “Na figura de Santa Isabel vemos como a fé e a amizade com Cristo criam o sentido da justiça, da igualdade de todos, dos direitos dos outros, e criam o amor e a caridade. E desta caridade nascem inclusive a esperança e a certeza de que somos amados por Cristo, e que o amor de Cristo nos espera, tornando-nos assim capazes de imitar Cristo e de O ver nos outros”.

E

Se ao défice de natalidade (nascem 100.000 crianças quando precisaríamos, no mínimo, de 160.000), juntarmos o progresso assinalável da esperança de vida, constatamos o rápido envelhecimento da população: em 1970 havia 34 pessoas com mais de 65 anos de idade por cada 100 crianças e jovens. Agora aproximamo-nos de 120 velhos por cada 100 crianças! As escolas fecham e os lares não chegam. O Estado Social só sobreviverá com uma primavera demográfica. Reduzir abonos, agravar custos de saúde infantil, eliminar deduções fiscais de educação é um sinal errado. Há países com uma boa evolução em resultado de políticas públicas de apoio à natalidade: a Holanda e os países nórdicos, além da Irlanda que é o único país da UE que repõe as gerações. Nós por cá andamos mais entretidos com a espuma do dia e a promoção de políticas anti-natalistas. Entretanto, a ameaça avança. Silenciosamente. In Jornal de Negócios (02/11/11)

ntre défices e dívidas, pouco se fala do que será, porventura, o maior défice que germina lentamente: o de natalidade. Dele resultará um dos maiores problemas que legaremos aos vindouros: a insustentabilidade do actual modelo social público. Pelo menos, com razoabilidade de custos e equidade. Foram agora conhecidos números que, em condições desejáveis, teriam levantado reflexões e propostas. Refiro-me aos dados mundiais sobre a taxa de fecundidade da mulher. Portugal ocupa a penúltima posição: 1,3 filhos por mulher. Em todo o mundo, pior só a Bósnia! Um valor igual a 62% do necessário para o equilíbrio geracional (2,1 filhos). Um índice que, há 40 anos, chegava aos 3 filhos. Esta vertigem só tem sido atenuada pela notável evolução da mortalidade infantil que não chega agora às 3 crianças por mil (no 1º ano de vida), quando há 40 anos atingia 55 nadovivos!


14 INSTITUCIONAL CARTÓRIO NOTARIAL DA BATALHA Notária: Sónia Marisa Pires Vala Certifico, para fins de publicação, que por escritura lavrada hoje, exarada de folhas seis a folhas sete, do Livro Cento e Setenta e Oito – B, deste Cartório. Martina dos Santos Rodrigues Francisco NIF 242 828 590, solteira, maior, natural de França, de nacionalidade portuguesa, residente na Rua da Paz, n.º28, Casal da Cruz, Caranguejeira, Leiria, declara que, com exclusão de outrem é dona e legítima possuidora do prédio rústico, composto de terra de semeadura com nove oliveiras, com a área de mil oitocentos e noventa metros quadrados, sito em Lapa, freguesia de Colmeias, concelho de Leiria, a confrontar de norte com António da Silva e outros, de sul com regato, de nascente com Avelino dos Santos – herdeiros e de poente com Serafim Francisco, não descrito na Segunda Conservatória do Registo Predial de Leiria, e inscrito na matriz predial rústica sob o artigo 17.255, com o valor patrimonial de 24,89; Que adquiriu o referido prédio, no ano de mil novecentos e oitenta e oito, por doação verbal de Joaquim Rodrigues Francisco, viúvo, residente na Rua do Outeiro, n.º212 A, Toco, Memória, Leiria, não dispondo de qualquer título formal para os registar na Conservatória, mas desde logo entrou na posse e fruição do mesmo. Que em consequência daquela doação verbal, possui o identificado prédio em nome próprio há mais de vinte anos sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu inicio, posse que sempre exerceu sem interrupção e ostensivamente com o conhecimento de toda a gente e a prática reiterada dos actos habituais de um proprietário pleno, com o amanho da terra, recolha de frutos, conservação e defesa da propriedade, pagamento das contribuições e demais encargos, pelo que, sendo uma posse pacifica, contínua, pública e de boa fé durante aquele período de tempo, adquiriu o prédio por usucapião. Batalha, três de Dezembro de dois mil e onze. A Funcionária com delegação de poderes, (Lucília Maria Ferreira dos Santos Fernandes)

CARTÓRIO NOTARIAL DA BATALHA Notária: Sónia Marisa Pires Vala Certifico, para fins de publicação, que por escritura lavrada hoje, exarada de folhas oito a folhas nove, do Livro Cento e Setenta e Oito – B, deste Cartório. Albertina Maria dos Santos Rodrigues NIF 207 875 049 solteira, maior, natural da freguesia de Colmeias, concelho de Leiria, residente na Rua da Paz, n.º28, Casal da Cruz, Caranguejeira, Leiria, declara que, com exclusão de outrem é dona e legítima possuidora do prédio rústico, composto de terra de pinhal com mato, com a área de mil e noventa e sete metros quadrados, sito em Tôco, freguesia de Colmeias, concelho de Leiria, a confrontar de norte com herdeiros de Avelino dos Santos, de sul com Joaquim Francisco, de nascente com caminho e de ponte com Luís Francisco Louceiro, não descrito na Segunda Conservatória do Registo Predial de Leiria, e inscrito na matriz predial rústica sob o artigo 17.147, com o valor patrimonial de 36,71; Que adquiriu o referido prédio, no ano de mil novecentos e oitenta e oito, por doação verbal de Joaquim Rodrigues Francisco, viúvo, residente na Rua do Outeiro, n.º 212 A, Toco, Memória, Leiria, não dispondo de qualquer título formal para o registar na Conservatória, mas desde logo entrou na posse e fruição do mesmo. Que em consequência daquela doação verbal, possui o identificado prédio em nome próprio há mais de vinte anos sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu inicio, posse que sempre exerceu sem interrupção e ostensivamente com o conhecimento de toda a gente e a prática reiterada dos actos habituais de um proprietário pleno, com o amanho da terra, recolha de frutos, conservação e defesa da propriedade, pagamento das contribuições e demais encargos, pelo que, sendo uma posse pacífica, continua, pública e de boa fé durante aquele período de tempo, adquiriu o prédio por usucapião. Batalha, três de Dezembro de dois mil e onze. A funcionária do delegação de poderes, (Lucília Maria Ferreira dos Santos Fernandes)

FARMÁCIAS DE SERVIÇO Central (8), Godinho Tomáz (9), Higiene (10), Antunes (11), Lis (12), Oliveira (13), Sanches (14) e Tomáz (15)

TELEFONES ÚTEIS

Bombeiros Municipais - 244 832 122 | Bomb. Vol. Leiria (Ger.) - 244 882 015 | Bomb. Vol. Leiria (Urg.) - 244 881 120 | Bomb. Volunt. Batalha - 244 765 411 | Bomb. Volunt. P. Mós - 244 491 115 | Bomb. Volunt. Juncal - 244 470 115 | Bomb. Volunt Ourém - 249 540 500 | Bomb. V. M.te Redondo - 244 685 800 | Bomb. Volunt. Ortigosa - 244 613 700 | Bomb. Volunt. Maceira - 244 777 100 | Bomb. Vol. Marinha - 244 575 112 | Bom. Volunt. Vieira - 244 699 080 | Bom. Voltun. Pombal - 236 212 122 | Brigada de Trânsito - 244 832 473 | Câmara M. de Leiria - 244 839 500 | Câmara Eclesiástica - 244 832 539 | CENEL (Avarias) - 800 246 246 | C. Saúde A. Sampaio - 244 817 820 | C. Saúde Gorjão Henriques - 244 816 400 | C. P. (Est. de Leiria) - 244 882 027 | Cruz Vermelha - Leiria - 244 823 725 | Farmácia Avenida - 244 833 168 | Farmácia Baptista - 244 832 320 | Farmácia Central - 244 817 980 | Farmácia Coelho - 244 832 432 | Farmácia Higiene - 244 833 140 | Farmácia Lino - 244 832 465 | Farmácia Oliveira - 244 822 757 | Farmácia Sanches - 244 892 500 | Governo Civil - 244 830 900 | Guarda N. Republicana - 244 824 300 | Hospital de S.to André - 244 817 000 | Hospital S. Francisco - 244 819 300 | Polícia Judiciária - 244 815 202 | Polícia S. Pública - 244 859 859 | Polidiagnóstico - 244 828 455 | Rádio Táxis - 244 815 900 | Rádio Alerta - 244 882 247 | Rodoviária do Tejo - 244 811 507 | Teatro JLS (Cinema) - 244 823 600

Registo no ICS N.º 100494 Semanário - Sai à 5ª Feira Tiragem média - 3.000

O Mensageiro 8.Dezembro.2011

CARTÓRIO NOTARIAL DE LEIRIA Notária: Sónia Marisa Pires Vala Certifico, para fins de publicação, que por escritura lavrada hoje, exarada de folhas quatro a folhas cinco, do Livro Cento e Setenta e Oito – B, deste Cartório, Paulo Manuel dos Santos Rodrigues Francisco NIF 182 487 946 e mulher Elisabete Pereira da Silva Rodrigues Francisco, NIF 181 790 246, casados sob o regime da comunhão geral, naturais ele de França, ela de Zâmbia, ambos de nacionalidade portuguesa, residentes na Rua da Paz, n.º28, Casal da Cruz, Caranguejeira, Leiria, declararam que, com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores dos seguintes prédios, ambos sitos na freguesia de Colmeias, concelho de Leiria: Um – rústico, composto e terra de semeadura com uma oliveira, com a área de quatrocentos metros quadrados, sito em Lapa, a confrontar de norte com Manuel António Novo, de sul com Serafim Francisco, de nascente com Manuel Antunes Inglês e outros e de poente com André da Silva, não descrito na Segunda Conservatória do Registo Predial de Leiria, e inscrito na matriz predial rústica sob o artigo 17.263, com o valor patrimonial de 1,89; Dois: rústico, composto de terra de pinhal com mato, com a área de mil metros quadrados, sito em Tôco, a confrontar de norte com Luís Francisco, de sul com Joaquim Francisco, de nascente com caminho e de poente com António Ribeiro, não descrito na Segunda Conservatória do Registo Predial de Leiria, e inscrito na matriz predial rústica sob o artigo 17.146, com o valor patrimonial de 6,66; Que o marido adquiriu os referidos prédios, no ano de mil novecentos e oitenta e oito, por doação verbal de Joaquim Rodrigues Francisco, viúvo, residente na Rua do Outeiro, n.º212 A, Toco, Memória, Leiria, não dispondo de qualquer título formal para os registar na Conservatória, mas desde logo entrou na posse e fruição dos mesmos. Que em consequência daquela doação verbal, possuem os identificados prédios em nome próprio há mais de vinte anos sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu inicio, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente com o conhecimento de toda a gente e a prática reiterada dos actos habituais de um proprietário pleno, com o amanho da terra, recolha de frutos, conservação e defesa da propriedade, pagamento das contribuições e demais encargos, pelo que, sendo uma posse pacífica, contínua, pública e de boa fé durante aquele período de tempo, adquiriram os prédios por usucapião. Batalha, três de Dezembro de dois mil e onze. A funcionária com delegação de poderes, (Lucília Maria Ferreira dos Santos Fernandes)

Cartório Notarial de Leiria A cargo do Notário Pedro Tavares Certifico, para fins de publicação, que neste Cartório e no Livro de Notas para Escrituras Diversas nº 213-A de folhas cento e vinte e nove a folhas cento e trinta se encontra exarada uma escritura de Justificação Notarial no dia vinte e nove de Novembro de 2011. Outorgada por Dr. José Luís de Oliveira Pereira Ruivo e mulher Maria Emília Carreira Pereira Ruivo, casados em comunhão geral, naturais de Santa Eufémia, Leiria, residentes na Urbanização do Valverde, lote 53, Marrazes, Leiria, nif 124 244 785 e 105 257 710, na qual disseram: Que, com exclusão de outrem são donos e legítimos possuidores do automóvel com a matriculo ZO-69-47 da marca Toyota Corolla 1600 Lift Back XLI, registado a favor de Lian Francis Whittaker, ausente em parte incerta, pela apresentação três de vinte e seis de Março de mil novecentos e noventa e um. Que entraram na posse do veículo por volta de mil novecentos e noventa e cinco por compra meramente verbal feita ao referido Lian Francis Whittaker. Que, assim, vêm possuindo esse veículo como seu, há mais de dez anos, como proprietários e na convicção de o serem, utilizando-o como meio de transporte, fazendo as suas revisões e reparações, lavagens, mudanças de óleo e abastecimento de combustível, cumprindo as obrigações fiscais a ele relativas, posse que vêm exercendo ininterrupta e ostensivamente, com conhecimento de toda a gente e sem oposição de quem quer que seja, assim de modo pacífico, continuo, público e de boa fé, pelo que adquiriram por usucapião a propriedade sobre o mesmo. Que dada a forma de aquisição originária não têm documentos que a comprovem. Que para suprir tal título vêm pela presente escritura prestar estas declarações de justificação em ordem ao estabelecimento de novo trato sucessivo no registo automóvel. Vai conforme ao original na parte fotocopiada não havendo na parte omitida nada que amplie restrinja, modifique ou condicione a parte fotocopiada. Maria Leonor de Almeida Pereira, funcionária do Cartório em epígrafe, no uso de competência cuja autorização pelo Notário respectivo foi publicado nos termos da Lei sob o número 128/3 a 31/01/2011, em Leiria, vinte e nove de Novembro de dois mil e onze. A Funcionária, (Leonor Pereira)

F. Costa Pereira Médico Especialista Doenças da boca e dentes

Rua João de Deus, 25- 1º Dt. - LEIRIA CONSULTAS COM HORA MARCADA 2ª, 4ª e 5ª: 11h-13h e 15h-19h, 3ª: 10h-13h e 15h-19h, Sábados: 9h30-15h Tel. 244 832406

Dr. Rui Castela Médico Especialista - Doenças dos Olhos Operações - Contactologia

CONSULTAS ÀS TERÇAS E QUINTAS FEIRAS POR MARCAÇÃO Consultório - R. João de Deus, 17-1ºEsq. - Leiria

Telefones: 244 832 288 e 244 870 500

Fundador José Ferreira Lacerda Director Rui Ribeiro (TE416) Redacção Luís Miguel Ferraz (CP5023), Joaquim Santos (CP7731), Ana Vala (CP8867). Paginação O Mensageiro Colaboradores Ambrósio Ferreira, Américo Oliveira, André Batista (Pe.), Ângela Duarte, Carlos Alberto Vieira, Carlos Cabecinhas (Pe.), José Casimiro Antunes, Francisco Pereira (Pe.), D. João Alves, João Filipe Matias (CO798), Joaquim J. Ruivo, Jorge Guarda (Pe.), José António C. Santos, Júlia Moniz, Maria de Fátima Sismeiro, Orlando Fernandes, Paulo Adriano Santos, Pedro Jerónimo, Pedro Miguel Viva (Pe.), Saúl António Gomes, Sérgio Carvalho, Verónica Ferreirinho, Vítor Mira (Pe.). Administração / Publicidade André Antunes Batista (Pe.). Propriedade/Sede (Editor) Seminário Diocesano de Leiria - Largo Padre Carvalho - 2414-011 LEIRIA - Reitor: Armindo Janeiro (Pe.) Contribuinte 500 845 719 Contactos Tel.: 244 821 100/1 - Fax: 244 821 102 - Email: jornal@omensageiro.com.pt - Web: www.omensageiro.com.pt Impressão e Expedição Empresa do Diário do Minho, Lda - Tel: 253 303 170 - Fax: 253 303 171 Depósito Legal 2906831/09

Tabela de Assinaturas para 2011 Destino Nacional Europa Resto do Mundo

Normal Benfeitor 20 euros 40 euros 30 euros 60 euros 40 euros

Preço avulso - 0,80 euros


DESPORTO 15

O Mensageiro 8.Dezembro.2011

Orientação | Dezanove pódios em Coruche

COC vence na Taça de Portugal

Natação | Dois títulos nacionais em seis pódios

10.ª J. 27.11.11

III Divisão

11.ª J. 11.12.11

1.º 2.º 3.º 4.º 5.º 6.º 7.º 8.º 9.º 10.º 11.º

série D

Beneditense x Alcobaça (0-0) Bombarralense x Marinhense (1-3) Pampilhosa x B.C. Branco (1-2) Sp. Pombal x Peniche (1-0) Sourense x Riachense (3-1) Folgou:Tocha Equipa Pampilhosa B.C. Branco Sp. Pombal Sourense Tocha Beneditense Marinhense Alcobaça Peniche Bombarralense Riachense

J 9 9 9 9 9 9 10 9 9 9 9

V 6 5 5 4 3 2 3 1 1 0 0

E 1 3 3 4 3 6 2 5 5 6 2

D 2 1 1 1 3 1 5 3 3 3 7

Alcobaça x Bombarralense (15h00) Tocha x Pampilhosa B.C. Branco x Sp. Pombal (15h00) Peniche x Sourense (15h00) Riachense x Beneditense (15h00) Folga: Marinhense

Pts 19 18 18 16 12 12 11 8 8 6 0

1.º 2.º 3.º 4.º 5.º 6.º 7.º 8.º 9.º 10.º 11.º 12.º 13.º 14.º 15.º 16.º

I LIGA

II LIGA

Académica x Beira-Mar (0-1) Nacional x Marítimo (2-2) Benfica x Sporting (1-0) Feirense x Rio Ave (2-0) Gil Vicente x U. Leiria (2-1) Porto x Sp. Braga (3-2) P. Ferreira x Olhanense (1-1) V. Guimarães x V. Setúbal (3-0)

Atlético x Moreirense (2-3) Freamunde x Santa Clara (1-2) Oliveirense x Sp. Covilhã (2-0) Trofense x Estoril (0-1) U. Madeira x Arouca (2-2) Belenenses x Naval (0-1) Penafiel x Portimonense (0-3) D. Aves x Leixões (1-3)

Equipa Porto Benfica Sporting Marítimo Sp. Braga Olhanense Gil Vicente Beira-Mar Académica V. Guimarães V. Setúbal Nacional Feirense U. Leiria Rio Ave P. Ferreira

J 11 11 11 11 11 11 11 11 11 11 11 11 11 11 11 11

V 8 8 7 6 5 3 3 3 4 4 3 3 2 3 2 2

E 3 3 2 4 4 5 5 4 1 1 2 2 4 0 2 2

D 0 0 2 1 2 3 3 4 6 6 6 6 5 8 7 7

Pts 27 27 23 22 19 14 14 13 13 13 11 11 10 9 8 8

Sp. Braga x P. Ferreira (dia 9, 20h15, Sport Tv1) Beira-Mar x Porto (dia 10, 18h30, Sport Tv1) Sporting x Nacional (dia 10, 20h30,TVI) Rio Ave x Gil Vicente (16h00) V. Setúbal x Feirense (16h00) U. Leiria x V. Guimarães (18h15, SportTv1) Marítimo x Benfica (20h15, SportTv1) Olhanense x Académica (dia 12, 20h15, Sport Tv1)

1.º 2.º 3.º 4.º 5.º 6.º 7.º 8.º 9.º 10.º 11.º 12.º 13.º 14.º 15.º 16.º

Equipa Atlético Santa Clara Moreirense Leixões Estoril Naval Oliveirense Penafiel D. Aves Freamunde Sp. Covilhã Arouca Belenenses Portimonense U. Madeira Trofense

J 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10

V 6 5 5 5 4 4 4 4 3 3 3 2 2 3 2 2

E 2 3 2 1 4 3 3 3 4 4 2 5 4 1 3 2

DR

DR

prata nos 200 metros livres, e Diogo Parrilha da Silva (Clube de Natação de Alcobaça), bronze nos 200 metros estilos, foram os restantes atletas a somarem títulos ao currículo. Segundo a Federação

Portuguesa de Nataçao, Filipa Vilas Ruivo (Desportivo Naútico da Marinha Grande) registou o melhor desempenho entre as atletas do escalão júnior – 4.º lugar nos 400 metros livres.

associação de futebol de leiria

liga portuguesa de futebol profissional

HONRA

D 2 2 3 4 2 3 3 3 3 3 5 3 4 6 5 6

Pts 20 18 17 16 16 15 15 15 15 15 11 11 10 10 9 8

Moreirense x Belenenses (dia 8, 20h15, SportTv1) Naval x Estoril (dia 10, 16h00) Santa Clara x U. Madeira (11h15, SportTv1) Arouca x Oliveirense Leixões x Trofense Sp. Covilhã x Freamunde Atlético x Penafiel Portimonense x D. Aves

1.º 2.º 3.º 4.º 5.º 6.º 7.º 8.º 9.º 10.º 11.º 12.º 13.º 14.º 15.º 16.º

J 10 10 10 10 10 10 9 10 10 10 10 10 10 9 10 10

V 8 6 6 6 4 5 4 4 3 3 2 2 2 1 1 1

E 1 3 2 2 4 1 2 2 5 2 4 4 3 4 2 1

D 1 1 2 2 2 4 3 4 2 5 4 4 5 4 7 8

associação de futebol de leiria

associação de futebol de leiria

I Divisão

I Divisão

NORTE

Portomosense x Biblioteca (1-0) Avelarense x Ansião (1-2) Nazarenos x Alq. Serra (1-0) Fig.Vinhos x Marrazes (2-0) Meirinhas x Pedroguense (3-1) Guiense x Alvaiázere (2-0) GRAP/Pousos x Pataiense (2-0) Atouguiensex Vieirense (2-2) Equipa Alq. Serra Pataiense Guiense Portomosense Nazarenos GRAP/Pousos Atouguiense Alvaiázere Vieirense Fig.Vinhos Marrazes Meirinhas Avelarense Biblioteca Ansião Pedroguense

O leiriense Lis Tiger Club (LTC) registou um total de 10 pódios no Torneio de Natal do Judo Clube do Juncal, que decorreu naquela localidade, a 3 de Dezembro. Rodrigo Reis e Joana Aleixo (1.º lugar), Maria Silvério, Pedro Ferreira e Marco Soares (2.º), e Mariana Santos, David Flores, Ricardo Silvério, Miguel Flores Ramos e Miguel Silva (3.º), foram os atletas do LTC que mais se destacaram, entre os cerca de 50 que participaram no torneio.

Diogo Parrilha da Silva

8.ª JO.04.12.11

liga portuguesa de futebol profissional

federação portuguesa de futebol

César Faria

Kaminskaya, que valeram a Os Pimpões um lugar (6.º) entre os clubes que mais subidas ao pódio registaram – Porto (1.º, 25 medalhas). César Faria (Bairro dos Anjos, Leiria), medalha de

Dez pódios de Natal

Pts 25 21 20 20 16 16 14 14 14 11 10 10 9 7 5 4

Marrazes x Alvaiázere Ansião x Portomosense Alq. Serra x Avelarense Fig.Vinhos x Meirinhas Pataiense x Guiense (todos os jogos às 15h00) Pedroguense x Atouguiense Biblioteca x GRAP/Pousos Vieirense x Nazarenos

1.º 2.º 3.º 4.º 5.º 6.º 7.º 8.º 9.º 10.º 11.º 12.º

9.ª JO.11.12.11

Fátima x Louletano (15h00) Pinhalnovense x Reguengos Juv. Évora x Monsanto Mafra x Carregado Caldas x Sertanense (15h00) 1.º Dezembro x Tourizense Moura x Oriental Vendas Novas x Torreense

Victoria Kaminskaya

10.ª JOR. 04.12.11

Pts 21 19 19 19 18 16 14 14 12 12 12 10 10 9 8 5

11.ª JOR. 18.12.11

D 1 3 3 3 2 2 4 4 2 4 4 6 4 3 6 7

DR

E 3 1 1 1 3 4 2 2 6 3 3 1 4 6 2 2

10.ª JOR. 27.11.11

V 6 6 6 6 5 4 4 4 2 3 3 3 2 1 2 1

11.ª JOR. 11.12.11

J 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10

A atleta Victoria Kaminskaya (Os Pimpões, Caldas da Rainha), com duas vitórias no campeonato nacional absoluto de piscina curta, decorrido em Silves nos dias 2 a 4 de Dezembro, é o principal destaque entre aqueles que representaram clubes do distrito de Leiria. Estes, registaram um total de seis subidas ao pódio. Medalhas de ouro nos 200 e 400 metros estilos, e prata nos 200 metros bruços e 100 metros estilos foram o saldo de

11.ª JOR. 27.11.11

11.ª JOR. 11.12.11

Fátima x Moura (2-0) Louletano x Pinhalnovense (1-0) Reguengos x Juv. Évora (2-1) Monsanto x Mafra (0-0) Carregado x Caldas (3-1) Sertanense x Vendas Novas (1-0) Torreense x 1.º Dezembro (1-1) Tourizense x Oriental (0-4)

12.ª JOR. 11.12.11

10.ª JOR. 27.11.11

SUL

Equipa Torreense Vendas Novas Pinhalnovense Fátima Oriental Carregado Sertanense Louletano Mafra 1.º Dezembro Moura Juv. Évora Tourizense Monsanto Reguengos Caldas

Judo | Torneio no Juncal

Vitória rima com Kaminskaya

II Divisão B

e Rosário Barros (D40). Em virtude deste desempenho, o COC foi o melhor colectivo da prova, resultado que o consagrou como “clube campeão da época 2011”, refere em comunicado. Ainda segundo o clube leiriense, tratou-se da “última prova pedestre da corrente época”, que contou com “414 atletas inscritos, 57 atletas do COC”.

Moita do Boi x Castanheira de Pêra (5-0) Boavista x Pelariga (0-1) Alegre e Unido x Arcuda (adiado) Motor Clube x Ranha (5-0) Pousaflores x Matamourisquense (2-0) Caseirinhos x Ilha (2-1) Equipa Moita do Boi Pelariga Pousaflores Mata Mourisq. Motor Clube Alegre e Unido Boavista Ranha Cast. Pêra Arcuda Ilha Caseirinhos

J 8 8 8 8 8 7 8 8 8 7 8 8

V 7 6 5 3 4 4 4 3 2 1 1 1

E 0 1 1 4 1 0 0 1 0 2 2 0

D 1 1 2 1 3 3 4 4 6 4 5 7

21 19 16 13 13 12 12 10 6 5 5 3

Ilha x Castanheira de Pêra Arcuda x Boavista (todos os jogos às 15h00) Pelariga x Moita do Boi Mata Mourisquense x Alegre e Unido Ranha x Pousaflores Caseirinhos x Motor Clube

8.ª JO.04.12.11

federação portuguesa de futebol

1.º 2.º 3.º 4.º 5.º 6.º 7.º 8.º 9.º 10.º 11.º 12.º 13.º 14.º 15.º 16.º

Longo) foram os atletas do clube leiriense a subir ao lugar mais alto do pódio. Ao 2.º lugar subiram Ana Gouveia (D11), Pedro Roberto (H15), Isabel Monteiro (D50), Cátia Marques (D21B), Marta Fernandes (Promoção 1, Fácil Curto) e Ricardo Oliveira (H35), seguindo-se-lhes, no 3.º lugar, Guilherme Reinoite (H11), Diana Silva (D15), Catarina Ruivo (H15)

1.º 2.º 3.º 4.º 5.º 6.º 7.º 8.º 9.º 10.º 11.º

8.ª JO.04.12.11

DR

Nove vitórias em 19 pódios. O feito é do Clube de Orientação do Centro (COC) no III Troféu do Sorraia, que decorreu em Coruche no dia 3 de Dezembro. Liane Batista (D11), Sara Roberto 1(D13), João Bernardino (H13), Joaquim Sousa (H35), Luísa Mateus (D45), Palmira João (D50), Albano João (H50) e Filipe Reinoite (Promoção 3, Fácil

SUL

Nadadouro x Lisboa e Marinha (0-2) Santo Amaro x Unidos (3-1) Praia da Vieira x Os Vidreiros (1-0) Outeirense x Juncalense (2-0) Pilado x Gaeirense (2-0) Folgou: Maceirinha Equipa Lisboa Marinha Outeirense Gaeirense Pilado Juncalense Praia da Vieira Maceirinha Os Vidreiros Santo Amaro Nadadouro Unidos

J 8 7 7 8 7 7 7 7 7 7 8

V 8 5 5 4 4 4 2 2 1 1 0

E 0 1 0 0 0 0 2 1 2 1 1

D 0 1 2 4 3 3 3 4 4 5 7

Ilha x Castanheira de P~era Arcuda x Boavista (todos os jogos às 15h00) Pelariga x Moita do Boi Mata Mouriquense x Alegre e Unido Ranha x Pousaflores Caseirinhos x Motor Clube

Pts 24 16 15 12 12 12 8 7 5 4 1


ÚLTIMA 8DEZEMBRO2011

Eu nunca adivinho. É um erro capital teorizar antes de se ter dados. Sem nos darmos conta começamos a torcer os dados para se encaixarem nas nossas teorias, em vez de elaborarmos teorias que se acomodem aos factos. Sir Arthur Conan Doyle, médico e escritor escocês, criador de Sherlock Holmes [1859-1930]

Confusão na sinalização “engana” condutores

Já estão em pleno funcionamento os lanços da ligação da A8 à A1 em Leiria (IC36) e da variante da Batalha (A19), bem como a nova rotunda aérea junto à entrada para os Parceiros, incluídos na subconcessão do Litoral Oeste adjudicado à AELO – Autoestradas do Litoral Oeste, em Janeiro de 2009. O IC36 tem uma extensão de 6,6 km e desenvolvese a sul da cidade de Leiria, entre o nó do IC2/IC8 e o nó da A1 nos Pousos, tendo ainda um nó de ligação nas Cortes. A A19 começa em S. Jorge, na rotunda de saída para Alcobaça, atravessa todo o concelho da Batalha e termina junto à saída do Estádio de Leiria. Tem uma extensão de aproximadamente 14 km e três nós

de ligação à rede viária envolvente (S. Jorge, Batalha e Azóia). Este dois novos troços têm tipologia de autoestrada e estão sujeitos a um regime de cobrança de portagem com recurso ao sistema exclusivamente electrónico, sem possibilidade de pagamento manual no local, sendo este apenas possível em regime de pós-pagamento. Segundo a Estradas de Portugal (EP), “para poderem circular neste novo troço, os utilizadores devem possuir ou adquirir um dispositivo electrónico nas lojas da Via Verde ou nos balcões do CTT, ou proceder ao pagamento voluntário da taxa de portagem dirigindo-se aos balcões dos CTT e da rede Payshop, no prazo de cinco dias úteis, contados a

TAXAS DE PORTAGEM

A19 Classe 1 Classe 2 Classe 3 Classe 4 Nó São Jorge - Nó da Batalha 0,55 1,00 1,30 1,40 Nó da Batalha - Nó Azóia – A8 0,60 1,05 1,35 1,55 IC36 Classe 1 Classe 2 Classe 3 Classe 4 Nó A8/A19 - Nó de Cortes 0,25 0,45 0,60 0,65 Nó de Cortes - Nó de Pousos 0,25 0,45 0,60 0,65

partir do segundo dia após a passagem, bastando para isso indicar o numero da sua matrícula”. Já agora, convém referir que estas modalidades de pós-pagamento, para quem não tem dispositivo electrónico, vão “ter custos adicionais administrativos”, como se lê no site da EP, pelo que deverá contar com o pagamento de mais uns cêntimos além da tabela. E, claro, quem esquecer o pagamento, receberá em casa uma factura ainda mais agravada. Condutores “ao engano” Muitos têm sido os condutores que entram por engano nas novas variantes, sobretudo na A19, quando se deslocam no sentido Leiria-Batalha, uma vez que a saída para a antiga N1/IC2, em frente ao Leiria Shopping obriga ao desvio para a faixa da direita e a sinalização não é muito clara quanto a isso. Mesmo as pessoas que conhecem bem esta zona, uma vez que estavam habi-

Sérgio Claro / IMAGEREPORTER

Variantes já abriram ao trânsito

tuadas e seguir em frente naquela zona, repararam tarde demais que, seguindo pelas faixas centrais na subida do Alto Vieiro, já não há volta a dar… a próxima saída já só é possível no nó da Batalha, junto ao Casal do Marra. Pelas queixas que têm surgido, verifica-se que alguns desses condutores nem se apercebem de que estão a utilizar uma autoestrada com portagem, pois não estão familiarizados com os novos pórticos de cobrança. A EP já emitiu informação de que todas

as passagens estão registadas desde o primeiro minuto e serão devidamente cobradas, apesar de se ter verificado uma falha no sistema de cobranças póspagamento nos locais indicados, durante as primeiras semanas. Às “moscas” Não temos números oficiais e ainda é cedo para avaliar o impacto destas novas vias na circulação local. Mas, numa observação “a olho nu”, é evidente a fraca adesão dos automobilistas pelos novos troços, numa

clara fuga ao pagamento de portagens. Tirando a referida entrada “por engano” de muitos condutores, tem-se registado uma diminuição dos que optam por essa via. De facto, quem circular pelo antigo IC2, na travessia pela Batalha, certamente verificará que o caudal de trânsito não se alterou muito. A ver vamos se será cumprida a razão pela qual se construiu esta A19, desviar o trânsito da frente do Mosteiro de Santa Maria da Vitória. Luís Miguel Ferraz

Obra de Paulo Fontes apresentada na Universidade Católica

“Elites Católicas em Portugal: o Papel da Acção Católica (1940-1961)” “Elites Católicas em Portugal: o Papel da Acção Católica (19401961)” é o título do livro, da autoria de Paulo F. de Oliveira Fontes, apresentado no passado dia 5 de Dezembro, na Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa. O volume de 1033 páginas e um CD, editado pela Fundação Calouste Gulbenkian e pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, resulta da tese de doutoramento deste investigador do Centro de Estudos de História Religiosa (CEHR) da UCP. Nele se analisa a evolução dos movimentos da Acção Católica Portugesa (ACP) numa época de reconfiguração do regime político ditatorial que dominava em Portugal e em que a própria Igreja Católica preparava mudanças no seu interior – o

Concílio Vaticano II, do qual se assinalam em 2012 os 50 anos do início, estava já em andamento nos últimos anos a que o estudo de Paulo Fontes se refere. Na sessão de apresentação,

intervieram o Bispo do Porto, D. Manuel Clemente, o historiador Luís Salgado de Matos e o reitor da universidade, Manuel Braga da Cruz, todos eles ligados, de alguma forma, à tese de douto-

ramento que serviu de base à obra de Paulo Fontes. Na ocasião, foi referida a importância deste estudo – pioneiro na sua extensão, profundidade e forma de abordagem – para a

“compreensão do papel da ACP na dinâmica eclesial e social do País”, nomeadamente, quanto à “formação e formas mais significativas” das elites católicas da época. Apontando “as questões do contexto e de institucionalização da ACP”, aqui de revela como se formou um “escol” e, ao mesmo tempo, uma dinâmica de intervenção junto das “massas” populares, em ordem à “restauração católica” do país. Como defendeu Manuel Braga da Cruz, que assina o prefácio deste livro, “esta era uma obra absolutamente necessária e será, a partir de agora, uma incontornável fonte para qualquer estudo que se faça sobre este movimento da Igreja Católica”. LMF


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