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16 MAIO 2013 ANO 99 - N.º 4960 FUNDADOR: José Ferreira Lacerda DIRECTOR: Rui Ribeiro PREÇO: 0,80 euros (IVA incluído) SEMINÁRIO DIOCESANO – 2414-011 LEIRIA TEL. 244 821 100/1 • FAX 244 821 102 E-MAIL: jornal@omensageiro.com.pt WEB: www.omensageiro.com.pt

Arquivo/LMFerraz

DR

Arquivo

FUNDADO EM 1914


2 DESTAQUE Nota de Agradecimento Com esta edição dos jornais “A Voz do Domingo” e “O Mensageiro”, a diocese de Leiria-Fátima encerra um ciclo de mais de oito décadas de coexistência de dois semanários ao serviço da informação eclesial. No próximo dia 30 de Maio, um novo jornal surgirá, assumindo a riqueza histórica do passado e apresentandose no presente e para o futuro como a “voz” e o “mensageiro” da comunicação que pretendemos estabelecer com os diocesanos. Terá, precisamente, o título de “Presente”. Porque quer afirmar-se como resposta actual e actualizada às exigências dos nossos dias nesta área. Porque surge como veículo da informação e

O Mensageiro 16.Maio.2013

formação que a Diocese oferece aos seus fiéis. Porque deseja estar junto e ser porta-voz das suas várias comunidades, serviços e dinamismos. Esta foi uma decisão difícil, mas que se afirmava necessária, conforme tem vindo a ser explicado pelos serviços que tutelaram o processo. Não fechamos os jornais existentes, antes os reinventamos para, juntos numa única publicação, cumprirem melhor o papel evangelizador que têm prosseguido desde há tantos anos. Neste momento de mudança, o meu sentimento é sobretudo o de uma sincera e profunda gratidão para com todos os que, em tão longa história, contribuíram para que ambos levassem por diante essa missão bela e feliz de anunciar os valores do Reino de Deus

Editorial

LUZ E ESPERANÇA

Missão cumprida Nesta edição apresentamos a despedida do título O Mensageiro que assim deixará de entrar nas nossas casas. Foram 98 anos de caminhada lado a lado com o leitor e com um objectivo bem definido (in)formar. Mas aqui como na vida importa viver a lógica da semente, a lógica do Evangelho: “é preciso que o grão de trigo morra para que dê fruto”. Este é o fundamento da fé, a que a Ressurreição de Jesus dá força. Ainda em tempo Pascal, o anúncio do fim do nosso jornal preconiza o nascimento de um novo título. É Páscoa na nossa Diocese e na nossa Igreja Diocesana. Ao longo dos anos muitos foram os amigos que vestiram a camisola desta publicação. Tantos que, em tempos idos, chegaram a reunir-se anualmente para são convívio e estreitamento dos laços. O jornal acabou por se tornar o espelho desses amigos, o que nem sempre contribuiu para um melhor serviço jornalístico. Mas também houve momentos, e creio que os últimos anos o provaram, em que se tornou mais próximo do que é o jornalismo. Claro que poderíamos ir mais longe, mas isso também exigia outros meios, humanos e técnicos, tempo e condições. Todos estamos cientes disso mesmo. Agora surge uma nova publicação. É a nossa publicação e por isso mesmo vamos estima-la, acarinha-la e ajuda-la a crescer. Nela se espelhará o que somos e o que vivemos como Igreja Diocesana, por isso mesmo empenhemo-nos para que corresponda cada vez mais à nossa verdade. Além do mais ela é o resultado dos passos dados ao longo dos muitos anos que a Diocese tem de prática jornalística. Só pode, por isso, crescer. O Mensageiro pede, por isso, aos seus leitores, amigos, assinantes que se tornem amigos do seu novo amigo. Só unidos, de consciência clara, seremos verdadeiramente continuadores daquela obra que na manhã do Pentecostes irrompeu na história humana. O Mensageiro será sempre o nosso jornal, sobretudo pelo enorme papel que desempenhou na restauração da diocese, razão primeira do seu aparecimento. Missão cumprida. O Director, Rui Ribeiro

Joaquim Santos Jornalista

Ser jornalista e mensageiro

MENSAGEM

Ana Vala Jornalista

“Vestir a camisola”

através da comunicação social. Guardamos no coração a grata memória dos fundadores, os padres José Ferreira de Lacerda (O Mensageiro, 1914) e José Galamba de Oliveira (A Voz do Domingo, 1933), que colocaram as suas vidas e talentos jornalísticos ao serviço da Igreja e do Evangelho, levando aos irmãos a mensagem da fé e o testemunho das expressões da caridade cristã nesta diocese. Estendo este agradecimento, em meu nome pessoal e como Bispo desta diocese de Leiria-Fátima, a todos os que alimentaram e serviram estes periódicos ao longo do tempo, desde os directores, administradores, redactores e outros funcionários que neles trabalharam, até aos colunistas, correspondentes, colectores e outros voluntários

que os serviram. E, por fim, aos anunciantes, assinantes e leitores em geral, que justificaram a sua continuidade e os acarinharam com o seu interesse e apoio. Não faço desta uma nota de despedida, mas sim de merecido reconhecimento, por ocasião deste virar de página para um novo capítulo da mesma história. A todos queremos acolher no novo projecto, que é da Igreja e para a Igreja. Contamos com todos para que cumpra a missão evangelizadora que assume, com a graça e as bênçãos de Jesus Cristo, a verdadeira e única “comunicação” de Deus. Leiria, 16 de Maio de 2013 † António Marto, Bispo de Leiria-Fátima

A

passagem de um jornalista pelo O Mensageiro, no período 2005 a 2013, é marcada por um simbolismo valioso. Os anos de estreita colaboração a este jornal, que se me foi revelando com toda a sua importância na história de Leiria, constituem uma honra e motivo de orgulho. Nestes oito anos, muitos acontecimentos importantes da vida desta região fiz registar nas páginas deste jornal, especialmente nas vertentes sociais e culturais. Tentei ser jornalista para e com a comunidade de leitores. A força de um jornal reside na óptica de

operar com os cidadãos. Nenhum jornal sobrevive encerrando-se em si mesmo. É por esse motivo que entre o director deste título que hoje encerra (Rui Ribeiro) e os meus colegas de redacção (Ana Vala, Pedro Jerónimo e Luís Miguel Ferraz) tentei sempre levar mais longe a afirmação de O Mensageiro, como voz da Igreja mas também de todas as forças vivas deste imenso distrito de Leiria. Pelo caminho destes oito anos, ficaram também marcas pessoais profundas, umas de difícil aceitação, mas outras de grande significado. Só para exemplificar, em 2006 o jornal deu

notícia, na sua primeira página, do falecimento de uma filha de um colaborador e em 2011 da tese de mestrado que homenageia José Ferreira de Lacerda, o fundador deste título, materializando um sonho. Muitos acontecimentos que se entrelaçaram com o quotidiano das notícias, continuando sempre a percorrer a minha profissão que tentei cumprir com devoção e compromisso. Fui jornalista e mensageiro. E hoje, deixo uma última mensagem a todos os leitores de O Mensageiro: o fim das coisas é quando o homem quiser.

U

os “autores” principais, os apoiantes e até os menos simpatizantes foram-me dado a conhecer. Num mundo onde todos os dias há informação diferente eu fui, sem me aperceber, “vestindo a camisola”, fui aprendendo com os mais conhecedores, com quem trabalhei e trabalho mais de perto, um bocadinho de outras tarefas, fui mais além do “bater tecla” pois, quando “se veste a camisola” o interesse em aprender, em saber mais e fazer mais não é preguiçoso em aparecer. Envolvi-me num projecto há muitos anos pensado e senti-me, sinto-me, parte dele. Não olho para o meu trabalho como uma simples

função, olho com carinho e como algo que vai ficar para a história. Um desfecho, já previsto, mas nunca sentido, não era o que esperava, nem eu, nem decerto o fundador deste órgão de comunicação social, que vai mais além de informar quem o lê. Pretende, o mais antigo semanário do distrito de Leiria, formar os leitores. Aqueles que não se contentam com a informação dita “normal”. Fica toda a sua história, ficam todos os elementos que nela participaram e fica o carinho que se dedica a um projecto quase centenário. Um bem-haja a todos os assinantes, leitores e amigos deste projecto.

ma tarde de sol e calor, onde só em mim se sentia um friozinho, aquele frio nervoso quando estamos perante uma mudança… Foi assim há sete anos, altura em que fui apresentada aos membros da redacção do jornal O Mensageiro. Cheguei com uma função muito simples: “bater tecla”, ajudando assim o director a preparar as páginas eclesiais. Parecia simples. Quatro colegas numa redacção, o resto dos colegas de outros serviços e os chefes. O tempo foi passando e o desconhecido jornal passou a fazer parte da minha vida… a sua história, o seu percurso ao longo dos anos,


DESTAQUE 3

O Mensageiro 16.Maio.2013

Admirador incondicional de O Mensageiro e do seu fundador

No fim deste ciclo de O Mensageiro, recuperamos o primeiro assinante do jornal, um apaixonado da causa, desde a primeira hora. Frutuoso da Silva Neto é o seu nome. As pessoas partem mas a sua obra fica. No caso de O Mensageiro e o seu fundador José Ferreira de Lacerda, muita história e muitas estórias ficarão registadas nos anais de Leiria, desde a data da sua fundação a 7 de Outubro de 1914 até 16 de Maio de 2013, do nº 0 até ao nº 4960. Mas, se existiu um projecto jornalístico que serviu de factor principal para o restauro da Diocese de Leiria que fora perdida no século XIX, o elemento principal que sempre deu alma a este periódico foi os seus assinantes espalhados por todo o mundo. Os leitores de O Mensageiro foram sempre muito mais que simples consultores das edições do título jornalístico. Muitos escreveram, participaram

MENSAGEM

Pe Rui Ribeiro

Director d’O MENSAGEIRO

Sala familiar

em várias iniciativas, intervieram, observaram, questionaram, tiveram dúvidas por algum momento, mas nos quase 99 anos de semanário mais antigo do distrito, sempre souberam que se destacou pela sua qualidade e isenção jornalística, pelos conteúdos informativos e formativos, pela mensagem e interpretação religiosa que fez nos assuntos de cada semana. Foi o caso do assinante número um de O Mensageiro. No momento de despedida do semanário mais antigo do distrito, achámos por bem conhecer o fundador dos assinantes de O Mensageiro. Frutuoso da Silva Neto reconheceu o valor do nosso jornal em 1914, tornando-se no primeiro assinante deste periódico que veio para mudar a história da cidade de Leiria, especialmente da sua Diocese de Leiria. Foi leitor atento do jornal até 1934, ano do seu falecimento, com 89 anos de

idade. Três meses depois do nascimento de O Mensageiro, foi também um dos fundadores da Caixa de Crédito Agrícola de Leiria, instituição que assinalará a 1 de Janeiro de 2015 o seu centenário. Era natural da Marinha Grande mas muito novo, em 1863, vem para a convivência da cidade de Leiria. A sua primeira actividade foi caixeiro, tornando-se mais tarde sócio da casa Leitão & Compª, vindo alguns anos depois a fundar a Loja dos Netos. Leiria do tempo de Frutuoso da Silva Neto, segundo apontamento do jornal O Mensageiro no momento do falecimento do seu assinante número um, “era servida pela carreira de Chã de Maçãs, pelo resto da antiga mala-posta, sem ligações com nenhuma freguesia, fazendo-se essas ligações a cavalo ou carros de bois”. Frutuoso da Silva Neto, como assinante primeiro do jornal O Mensageiro,

também era um participante interessado na vida religiosa da recente Diocese de Leiria restaurada. Era comum referenciar com entusiasmo as “procissões dos Passos e de Nossa Senhora da Encarnação, o encontro da Irmandade da Misericórdia com a Irmandade dos Passos debaixo do arco, que dava ingresso na Praça pelo lado do jardim, antigo rocio, local da feira”. O assinante mais antigo de O Mensageiro acompanhou sempre a vida do nosso jornal, acompanhando-o sempre até ao último dia da sua vida. Agora, é o jornal que mais contribuiu na história de Leiria do século XX de Leiria que faz malas e parte para o obituário dos jornais. Parte sim, mas de cabeça erguida. A história que normalmente só analisa de forma concreta muitos anos depois já atesta a invulgar e valiosa vida deste semanário que certamente não dirá adeus. Até já. Joaquim Santos

D

jornal. Por isso, aceitei os dias sem folga, as correrias, os gastos a todos os níveis e nunca apresentei este trabalho para me recusar a qualquer outro trabalho que me foi solicitado como padre da diocese de Leiria. A minha colaboração foi inteiramente gratuita e honesta. Assim foram-se acumulando as actividades ao passo que as forças e capacidades foram-se desgastando. Ao terminar esta função, confesso que sinto por isso um enorme alívio emocional, físico e psicológico. Como pároco sinto o peso dos trabalhos pastorais que ao fim de semana se acumulam. Precisamente ao fim de semana acrescia o peso de pensar a edição semanal. Fazer um jornal todas as semanas não

é fácil e exige muito esforço e empenho. Só experimentando se reconhecerá esse esforço. Obviamente, como jornalista, fica alguma tristeza por deixar um trabalho que me alicia e interiormente me fascina. Apesar de tão criticada e tão mal olhada, a profissão de jornalista é aliciante e está tão próxima da do padre. Claro que nos dias que correm são muitas as portas que se abrem e qualquer pessoa se pode tornar um “jornalista” de um momento para o outro. Aliás, cada vez mais a comunicação se faz com estes “jornalistas” que o são sem o serem. Estarei por isso, por aí, alimentando a veia jornalística que sinto dentro de mim. Como padre, quero associar-me aos meus

esde 2005 que assumo as funções de director de O Mensageiro. Foram oito anos de dedicação, empenho e esforço pessoal. Quando assumi as funções, tive plena consciência de que o fazia por uma questão de amizade e colaboração. Tratava-se de uma ajuda, a título pessoal, ao reitor do Seminário Diocesano, que seria o director nato do jornal. Acabara de vir de Paris onde tinha estudado Comunicação Social, e as minhas ideias pessoais sobre um jornal diocesano eram, e continuam a ser, bem diferentes daquelas que a linha editorial de O Mensageiro apresentava. Este facto deu ainda maior ênfase à minha decisão. Mais que o jornalista, era o padre que aceitava coordenar a edição semanal do

DR

Frutuoso da Silva Neto: o primeiro assinante do restaurador da Diocese

Frutuoso da Silva Neto acompanhado pela sua esposa

colaboradores destes oito anos. Muitas histórias, muitas aventuras, dias mais alegres e dias mais pesados. A redacção do jornal foi uma autêntica sala familiar nestes anos (fico feliz porque esta foi a característica que mais me entusiasmou no curso de comunicação que fiz). Para esses colaboradores vai a minha sentida gratidão, o meu respeito e a minha palavra de sincero reconhecimento. Eu conheci, senti e apreciei a sua dedicação, e guardei-a. Quantas vezes me senti edificado pela sua postura e empenho?! Ainda como padre, quero estender o meu reconhecimento às paróquias que sirvo e que foram lesadas, em tempo, dedicação e presença, pelo encargo semanal da edição

do jornal. Permita Deus que possa compensar este deslize. Ao novo título que agora será editado faço votos sinceros de sucesso e longa vida. A experiência acumulada nestes anos poderá eventualmente ser útil em algum momento e nesse sentido deixo clara a total disponibilidade para o que for preciso. Finalmente, porque esta foi a razão de assumir estas funções, quero legar de ânimo feliz ao Seminário Diocesano, na pessoa do seu reitor, esta minha colaboração. Foi este o meu contributo de oito anos para esta instituição que aprecio e estimo.


4 ENTREVISTA

Padre Gameiro recorda o fundador de O Mensageiro e os anos como administrador do jornal

“A Diocese de Leiria tinha sido extinta e ele apareceu como um lutador por esta causa. Os primeiros anos do jornal falam disso. Ele falava deste facto com muito orgulho e paixão. Era realmente um homem apaixonado“ “Um homem daqueles que dedicou toda a sua vida à freguesia e aos seus pobres, não merecia aquele fim. Senti uma tristeza profunda”

Da paixão transmitida à herança recebida

Coube-lhe por “herança” O Mensageiro, após a morte do fundador, Pe Lacerda. Foram-lhe ainda transmitidos o entusiasmo e a paixão pela causa do jornal. Dedicou-lhe quase quatro décadas da sua vida, grande parte desse tempo como administrador. Fazemos aqui uma viagem às memórias de António das Neves Gameiro, padre e “guardião” deste quase centenário. Por Joaquim Santos*

Pedro Jerónimo/Arquivo

Nasceu em São Simão de Litém, concelho de Pombal, na quarta-feira de Cinzas, 14 de Fevereiro de 1934, sendo baptizado no fim-de-semana seguinte, na igreja paroquial da sua terra-natal. Foi o menino António que depois frequentou a escola primária da Bica (por cima de uma taberna) até à terceira classe, indo depois para a escola nova do Carvalhal para concluir a quarta classe. O exame de admissão ao Seminário de Leiria na Rua Marcos de Portugal foi um passo na sua vida que lhe ditaria seguir uma vida religiosa de que se orgulha. A ordenação sacerdotal aconteceu em 12 de Agosto de 1956, pelo Bispo D. João Pereira Venâncio, naquela época auxiliar de D. José Alves Correia da Silva, celebrando posteriormente a sua primeira missa na capela de Riba D’Aves a 15 de Agosto. Seguidamente residiu no Seminário de Leiria. Nesse período, assumiu ser pároco interino da Sé, de 2 de Novembro a 6 de Janeiro de 1957, altura em que entrou o Cónego Perdigão para prior, ficando como Vigário Paroquial, juntamente com o Pe. Jacinto de Sousa Gil num período de dois anos. Depois houve a necessidade de Jacinto de Sousa Gil seguir para Angola, ingressando seguidamente como capelão militar. O Pe. António Gameiro assumiu a Sé de Leiria durante doze anos com o Cónego Perdigão e o Pe. Manuel Sapata Ribeiro, que veio substituir o Pe. Jacinto de Sousa Gil, oito anos como Coadjutor e quatro como Pároco. Foi justamente nessa época, em 1964, que viria a fundar o «Ninho», uma instituição que acolhia as crianças das mulheres trabalhadoras, funcionando numa casa nas escadas de Santo Estêvão. Volvidos esses anos veio para o novo Seminário de Leiria como orientador espiritual durante onze anos, assumindo outras funções como ecónomo. Na sua administração que considera de grande dificuldade, o Pe. António Gameiro recorda o falecimento de um caseiro que faleceu debaixo de um tractor, sendo esse momento de grande tristeza e complexidade. Mas, uma das suas maiores dedicações seria a Paróquia de Marrazes onde como ele próprio nos referiu «estive durante vinte e cinco anos, um mês, uma semana, um dia e uma hora». Este longo período viria a significar uma experiência muito agradável e quando perdeu a sua visão e por consequência a faculdade de leitura, ingressou na Casa do Clero em Fátima, onde actualmente reside. Nos seus cinquenta e quatro anos de vida sacerdotal, agradece a Deus ter descoberto este caminho, trilhado com imenso amor e sentido de vida. Foi esta fé e este acreditar que deram e continuam a dar substância a um Homem que tem sempre no seu dia-a-dia, um lindo sorriso para todos os que com ele se cruzam. Por amar a cidade de Leiria, tem nas suas recordações a urbe de outrora. Em relação ao seu tempo, recorda os tempos de menino com 11 anos que ingressa o Seminário, passeando na cidade com ruas de calçada de calhau, existindo nestes tempos outra realidade, mais evolução. Está irreconhecível. Mas, é grato por ter vivido com o aglomerado populacional do centro de Leiria, lembrando as antigas visitas pascais porta-a-porta, quase como hoje existem nas aldeias. Mais tarde perdeu-se. Lembra-se também do lugar onde está a rodoviária, dos campos imensos onde hoje são avenidas, dos locais onde se prendiam os burros quando os seus donos vinham ao mercado. O Pe. António Gameiro foi uma pessoa próxima do Pe. José de Lacerda. O vínculo iniciou aquando da sua morte, tendo-lhe pedido que o jornal «O Mensageiro» fosse sempre uma voz da Diocese de Leiria, restaurada com o decisivo contributo do periódico. Assim aconteceu, assumindo acumular o cargo de administrador de «O Mensageiro», dinamizando-o até ao ano de 2008. JS

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O Pe António Gameiro foi um guardião de O Mensageiro do Pe José de Lacerda, ao ser administrador do jornal durante várias décadas. Como é que surgiu essa tarefa? Quando faleceu o Pe. Lacerda, em Setembro de 1971, ele deixou ao Seminário Diocesano de Leiria, em testamento, o jornal O Mensageiro. Eu era ecónomo do Seminário e foi neste momento de quase luto que senti que teríamos de prosseguir com este projecto que tanto tinha dado ao Seminário, também a Leiria. Desde o tempo da sua morte, transporto comigo uma imagem tão dramática. O seu corpo foi velado sozinho, num caixão que foi colocado na igreja dos

“Posso dizer que o jornal me caiu nas mãos com a morte do Pe. Larceda” “Penso que foi um bom pastor, no tempo dele” “Eu quis continuar com o jornal como um valor, um património do Seminário de Leiria” “(...) disse-lhe: - Eu vou para os Marrazes, deixo a administração do Seminário, mas fico com a administração do jornal, até quando for preciso”

Pedro Jerónimo/Arquivo

Apontamentos biográficos

O Mensageiro

Milagres. Um homem daqueles que dedicou toda a sua vida à freguesia e aos seus pobres, não merecia aquele fim. Senti uma tristeza profunda. Este acontecimento também o impulsionou a dedicar-se ainda mais ao O Mensageiro? Sim. Eu quis continuar com o jornal como um valor, um património do Seminário de Leiria. Durante os anos em que estive na sua administração, procurei que não fosse um encargo para o Seminário. Graças a Deus conseguiu cumprir. O Pe Francisco ficou como director e eu como administrador. Quando tive de ir para a Paróquia dos Marrazes, deixei a administração do Seminário mas pedi ao Dr. Pascoal que nunca deixasse morrer O Mensageiro. E disse-lhe: - Eu vou para os Marrazes, deixo a administração do Seminário mas fico com a administração do jornal, até quando for preciso. Assim me mantive. Como é que surge uma ligação tão forte e dedicada a um jornal? Surge de uma grande

paixão pessoal. Sempre achei que um jornal é um valor da Igreja. Se deixarmos perder um periódico como O Mensageiro é um púlpito que a Igreja perde para se transmitir a mensagem cristã ao povo de Deus. Tive a preocupação de este jornal nunca ser um peso ou empecilho para o Seminário ou para os outros sacerdotes, encarregados da orientação daquela casa como escola de vocações sacerdotais. Este jornal que trabalhou nas instalações do Seminário, fez com que tivesse uma graça de proporcionar alguns benefícios para o Seminário com o dinheiro de O Mensageiro. Comprámos uma carrinha para o Seminário e outras coisas que na minha memória não lembra. Beneficiou também a Diocese e a Sé de Leiria. O Órgão de tubos da Sé foi pago através de uma campanha do jornal, não o prejudicando, apenas com o espaço ocupado com a campanha dos benfeitores. Depois do órgão estar montado e pago, iniciámos a campanha do carrilhão, outro encargo económico suportado pelo esforço do jornal. Mesmo assim não se


ENTREVISTA / OPINIÃO 5

O Mensageiro 16.Maio.2013

conseguiu todo o dinheiro mas a dívida foi saldada pelo Presidente do Cabido, Pe. Luciano Cristino.

E as suas conversas com o Pe Lacerda? Falou com ele sobre a sua presença na Grande Guerra? Tive conversas com o Pe Lacerda, sobre a sua experiência nas trincheiras da guerra, contando as peripécias que viveu no campo de batalha. Aquilo que mais me interessava e gostava de ouvir nos seus comentários, foi o amor que ele teve no restauro da Diocese. Foi para isso que ele fundou o jornal. A Diocese de Leiria tinha sido extinta e ele apareceu como um lutador por esta causa. Os primeiros anos do jornal falam disso. Ele falava deste facto com muito orgulho e paixão. Era realmente um homem apaixonado.

Pedro Jerónimo/Arquivo

Ele era uma figura de grande carisma. Sim, a freguesia dos Milagres e os seus pobres eram a grande família do Pe Lacerda. Ele viveu para o seu povo até ao último momento. E volto a lembrar aquele momento

Agradecido!

Joaquim Santos/Arquivo

Quer rebuscar nas suas memórias a sua intimidade com o Pe José de Lacerda? Estive particularmente com ele no período da sua doença rápida e fulminante. Morreu com uma hérnia estrangulada, vitimando-o em poucos dias. Posso dizer que o jornal me caiu nas mãos com a morte do Pe Larceda.

triste, em que o seu caixão estava sozinho na Igreja. Mas, sei que um padre se dá ao seu povo, sem esperar qualquer recompensa. Esta coisa do celibato tem muito que se lhe diga. O celibato é alguém que se dá sem interesse nenhum. Foi como Cristo que morreu abandonado por todos, menos pelo Pai. «Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?». O Lacerda ficou assim, na Igreja do Senhor dos Milagres. Não quero com isto dizer que o seu povo fosse ingrato para com ele, porque não foi. O Pe Lacerda nem sempre conseguiu ser uma figura consensual, assumindo mesmo funções que não promoviam a sua popularidade. Ele era uma pessoa que se dedicou ao seu povo. Quis educar o povo e conseguiu educá-lo. Eu não me esqueço daquilo que acontecia com os baptismos. As pessoas iam ter com ele ao seu escritório para baptizar os seus filhos fora do período convencionado. Ele, cheio de regras, quando ouvia os pais que de forma desmazelada tinham deixado passar o prazo de um mês, questionava-os «então, traz a licença?». Quando a resposta era negativa, dizia «então vá buscá-la a Leiria». Ele obrigava os paroquianos que não cumpriam com o requisito a virem a pé à Câmara Eclesiástica, tirarem a licença como castigo de não terem baptizado os

filhos no prazo que estava marcado, até um mês de idade. Ele procurava de algum modo educar os seus paroquianos. Ele foi o pai daquele povo, à sua maneira. Penso que foi um bom pastor, no tempo dele. O que distingue O Mensageiro da Voz do Domingo, periódico que surgiria mais tarde? O Mensageiro, jornal mais antigo, surgiu com a finalidade de restaurar a Diocese de Leiria. Manteve-se até aos nossos dias, graças a Deus. Depois a Voz do Domingo nasceu com o Dr. Galamba e seguiu o seu caminho como órgão oficial da Diocese. O jornal O Mensageiro não cheirava a cera, teve um carisma mais secular, do mundo, das lutas de ordem política e material e não tanto doutrinal, da Igreja, da sacristia. São dois jornais que caminham lado a lado. O Pe José Lacerda foi sacerdote, capelão militar e jornalista? São as três insígnias que ficam bem no peito daquele grande homem chamado José Ferreira de Lacerda. Foi ousado um homem sair de uma cidade com fortes características rurais e com o conforto da sua actividade, ter partido e arriscado a sua vida no palco da Grande Guerra, na Flandres? Sim. Muito ousado. Deixou cá o Jupéro (Pe.

Júlio Pereira Roque) que continuou a sua missão no jornal. Não sei se ele foi porque já tinha esse espírito combativo ou se o forjou esse espírito entre a metralha dos canhões da Grande Guerra. Se calhar, uma coisa e outra são verdade. Foi prestar apoio religioso aos soldados. Sobretudo o ânimo, uma vontade férrea de caminhar com os seus homens. Que tempos são estes em relação aos do Pe José de Lacerda e ao período em que o Pe António Gameiro foi criança e jovem? A sociedade evoluiu. O materialismo entrou muito na vida das pessoas. Muitas também entraram em crise de fé. A juventude entrou num rumo muito próprio. O que salvaguarda a Igreja é o facto dos seus responsáveis continuarem sempre atentos ao que o Espírito Santo vai fazendo aparecer na Igreja, como tábua de salvação. Se não se aproveita isso, a Igreja vai atrasando o seu passo. A Igreja há-de encontrar a sua porta de saída. Quem dirige a Igreja é o Espírito Santo e não a esperteza saloia dos homens importantes.

* Entrevista realizada a 4 de Janeiro de 2011, para a dissertação de mestrado “José Ferreira de Lacerda: O sacerdote jornalista: A crónica sobre a Grande Guerra no jornalismo leiriense”, do mesmo autor.

A

memória sobre jornais remonta aos meus tempos de catraio. Havia um que entrava lá em casa todas as semanas. Já era um “membro da família” desde Agosto de 1971. Na verdade, à época aqueles que viriam a ser os meus Pedro Jerónimo Jornalista pais trabalhavam no estrangeiro e ainda mal se conheciam. Curioso é que a minha mãe era como que a “jornalista” daquele comunidade de emigrantes, enviando regularmente notícias sobre o que lá longe se passava. Numa época em que ainda não havia Internet, esta era uma forma dos familiares que por cá estavam irem mantendo o contacto com eles. Outros tempos. O jornal e eu voltaríamos a cruzar-nos algumas décadas depois. Num período de mudanças pessoais e em que procurava um trabalho em part-time, que pudesse conciliar com o último ano do curso que frequentava, sou abordado pelo Pe Gameiro. Conhecia-o como pároco dos Marrazes. Era ainda administrador daquele jornal e havia lá uma oportunidade. Da primeira conversa à reunião única e decisiva passaram poucos dias. Ele e o então reitor do Seminário de Leiria recebiam-me. “- Saiu um jornalista e precisamos de alguém que ajude na paginação do jornal”, dizia-me então o Pe Vírgilio – actual bispo de Coimbra. Ainda hoje me recordo da resposta dada pronPensava que tamente: “- Não sei, mas ia encontrar aprendo!” E assim foi. pessoas de Dia 9 de Dezembro de idade avançada, 2003. Era o primeiro na tal como os redacção e logo em pleno computadores e fecho de edição! Sentei-me os procedimentos. ao lado do então chefede-redacção e fiquei ali o Enganei-me dia todo, a vê-lo escrever e redondamente! paginar. Quanto às primeiras impressões, recordo a surpresa. Pensava que ia encontrar pessoas de idade avançada, tal como os computadores e os procedimentos. Enganei-me redondamente! Afinal o tal “jornal dos padres” – que ouvia de algumas pessoas – não era assim tão pré-histórico como o “pintavam” (só mesmo na idade). Pelo menos no modo de fazer, porque quanto ao conteúdo, já era conhecido. Um percurso de aprendizagem começou, assim, na redacção e estendendo-se ao ensino. A paixão por esta nova área do saber levou-me a abandonar uma licenciatura em engenharia e ingressar numa de comunicação social. Entretanto surgiu o doutoramento, que nem fazia parte dos planos. E o jornal lado-a-lado nesta caminhada. Assim se mantém até hoje, porque também continua a chegar, como sempre, à caixa do correio. Neste fim de ciclo, não posso estar mais do que agradecido: ao D. Virgílio, pela oportunidade, e aos Luís, Mónica, Sandra, Rui, Orlando, Lucília, Joaquim, Ana, Cláudia, Artur, Silva, Casimiro e Ambrósio, pela caminhada, aprendizagem e amizade. Por fim, e não menos importantes: ao Pe Gameiro, por tudo; a O Mensageiro, por ser o “meu” jornal; a Deus, por me ter proporcionado estas vivências, que a partir de hoje se renovam.

RESSONÂNCIAS


6 CULTURA

O Mensageiro 16.Maio.2013

Museu da Batalha

CINEMAS

Teatro Miguel Franco (Leiria) • GUIA PARA UM FINAL FELIZ | Comédia Dramática| de David O. Russell | c/ Robert de Niro, Bradley Cooper, Jennifer Lawrence | 22 de Maio, 18h30 e 21h30. • OS MARRETAS | Comédia/Animação | de James Bobin | 26 de Maio, 11h00. • 00:30 A HORA NEGRA | Drama | de Kathryn Bigelow | c/ Chris Pratt, Jessica Chastain, Joel Edgerton | 26 de Maio, 15h30 e 21h30. Cine-Teatro (Monte Real) • MADAGASCAR 3 | Animaão | de Tom Mcgrath, Eric darnell, Conrad Vernon | 31 de Maio, 11h00.

EXPOSIÇÕES

Castelo - Leiria •”Habitantes e habitats” - pré e proto-história na bacia do Lis •”Korrodi e o restauro do Castelo de Leiria” - exposição permanente Teatro José Lúcio da Silva - Leiria •”Os filmes que não vi aqui...” (22/5~30/6) Teatro Miguel Franco - Leiria • Biblioteca Municipal Afonso Lopes Vieira - Leiria •”Arte de recordar” - aguarelas de Inês Neves (~29/05) m|i|mo -Museu da Imagem em Movimento - Leiria •”Corpo e corpos, transgressões e narrativas” (18/05~29/06) •”(Re)Conhecer Leiria” (~15/06) •”Oficina do olhar” - exposição permanente Edifício Banco de Portugal - Leiria •”Sobreviventes” - fotografia de Filipe Silva (~18/05) Nekob-Maroc Café - Leiria •”Marrocos-um paraíso por descobrir” - Behindnature (~18/05) Casa-Museu João Soares - Cortes •”A República” - colecção de António Pedro Vicente (~31/05)

MÚSICA | TEATRO | EVENTOS

Castelo - Leiria •”Contos ao pôr-do-sol” - sessão de música (19/05, 18h00) Estádio Municipal Dr. Magalhães Pessoa e Estacionamento - Leiria • Feira de Leiria - tradicional Feira de Maio (~26/05) Teatro José Lúcio da Silva - Leiria •”David Fonseca & Orquetra de Jazz de Leiria” - música (21/05, 21h30) •”Às escuras” - teatro de animaão (24/05, 21h30) •”Lar Doce Lar” - teatro (31/05, 15h00 e 21h30) Teatro Miguel Franco - Leiria •”Loucos por amor” - teatro (17/05, 21h30) • Festival de Teatro juvenil (21/05) •”Pistolas, pilantras e problemas” - tearo (30/05, 22h00) Biblioteca Municipal Afonso Lopes Vieira - Leiria • Histórias com ursos - hora do conto (17, 24 e 29/05, 10h30 e 14h30) •”A árvore das tocas” - BEBETECA (18/05, 16h00) •”Contar e encantar” - história surpresa para pais e filhos (25/05, 16h) m|i|mo - museu da imagem em movimento - Leiria •”O adulto em psicoterapia:da avaliação à intervenção (~7/12, 9h~13h) •”(Re)Conhecer Leiria - tertúlia (18/05, 17h00) Jardím Luís de Camões - Leiria •”Artes e ofícios” - XXV Desfile Etnográfico de Leiria (19/05, 15h00) Pátio Mercado Sant’Ana - Leiria •”Meta d’Artes criações urbanas” - artesanato urbano (25/05, 10h30) Ateneu Desportivo - Leiria •”Roda a saia” - danças tradicionais (18/05, 14h00~20h00) • Workshop de dança (18/05, 22h00) • Música ao vivo - concerto (19/05, 14h00~17h00) • Workshop de dança (19/05, 17h00)

Com o tema “Os Amores D’El Rei D. Dinis”

Candidato a “Melhor Museu Europeu do ano 2013”

Recriações históricas regressam ao Castelo de Leiria

O Museu da Comunidade Concelhia da Batalha é candidato ao Prémio “Melhor Museu Europeu do Ano 2013” cujo resultado será divulgado a 18 de Maio – Dia Internacional dos Museus. Por isso, o Museu estará em festa, na noite de Sábado, e convida os visitantes a uma viagem criativa de homenagem aos “conhecimentos transmitidos pelos museus”.

As recriações históricas estão de regresso, nos dias 20 e 21 de Julho, ao Castelo de Leiria com “Os Amores D’El Rei D. Dinis”. Uma actividade que, este ano, porque já não beneficia dos fundos comunitários, terá um custo de três euros de entrada. Nos dias 24 e 25 de Agosto, decorre a terceira edição do Entremuralhas Festival Gótico, apresentado por Gonçalo Lopes, vereadora da Cultura na

Câmara Municipal de Leiria como um “caso de estudo de empreendedorismo cultural”. As actividades “Castelo d’Atore” e “Yoga no Castelo” continuam a fazer parte da programação habitual do Castelo de Leiria. Gonçalo Lopes adianta “Criou-se o estigma que não era possível fazer programação cultural no Castelo. O primeiro concerto que promovemos em 2010, que trouxe a Leiria Rão Kiao e

Yanan, teve casa esgotada e muitas reclamações de pessoas que ficaram à porta”. Desde então, têm sido realizados diversos eventos “de sucesso no Castelo de Leiria, com reflexos evidentes no número de visitantes” conclui o vereador. Em 2009 visitaram o monumento 42.784 pessoas e, em 2012, 47.225 pessoas. O Vereador da Cultura acredita que, até ao final deste ano, será possível atingir 50 mil visitantes.

De 18 de Maio a 29 de Junho

Exposição colectiva de artes plásticas O mIiImo - museu da imagem em movimento, em Leiria acolhe a partir do dia 18 de Maio a exposição colectiva de artes plásticas, “Corpo e Corpos, transgressões e narrativas”, como forma de assinalar o Dia Internacional dos Museus e ficará patente ao público até dia 29 de Junho. A exposição revela os suportes de pintura, escultura, fotografia, dança, vídeo e as experiências dos artistas convidados, Maria João Franco, Alexandre Baptista, Filipe Curado,

Nelson Dias, Helena Beatriz (Escola Annarella), Andrea Inocêncio, Isabel Lima e Carla Cruz, bem como artistas cuja obra incorpora o acervo do museu, Jochen Dietrich e Paulo Henrique. Para Genoveva Oliveira, curadora da exposição, as performances “reflectem uma investigação conceptual e formal, mas também narram um novo caminho que se abre à exploração da dimensão corporal e da sua performance, obras de uma construção com diversos discursos sociais. A relação

da figura da mulher, por vezes heroína, por vezes personagem anónima ou omitida é analisada e reflectida nas questões sobre a violência física e psicológica, bem como outras problemáticas de género visíveis nas obras dos artistas, onde as referências simbólicas marcadamente portuguesas estão presentes, como parte integrante dos desafios prementes da sociedade contemporânea”. Esta mostra permite ainda uma nova leitura

sobre o acervo do mIiImo, articulando obras como um zootrópio, fotografias, vídeo, cartonados e imagens estereoscópicas na articulação que se estabelece com as obras dos artistas convidados, constituindo um desafio que permite novas narrativas e interpretações. A inauguração, desta exposição está marcada para as 21h30, de Sábado, e depois poderá ser visitada de Segunda a Sexta-feira das 10h00 às 13h00 e aos Sábados das 14h00 às 17h30.

No Teatro José Lúcio da Silva

Fadista “Cristina Nóbrega canta José Luís Tinoco” em Leiria No dia 17 de Maio, pelas 21h30, o Teatro José Lúcio da Silva, em Leiria, será o palco do espectáculo “Cristina Nóbrega canta José Luís Tinoco” que apresentará o novo disco da fadista, ainda não editado, e por isso, em absoluta estreia. Trata-se de um disco

de fusão, com fado, jazz, bolero e salsa, com letras e música de José Luís Tinoco e outros autores. A fadista conheceu o compositor José Luís Tinoco, no final de 2011, numa cerimónia de entrega de prémios da Sociedade Portuguesa de Autores, tendo

os dois sido premiados, respectivamente nas categorias de intérprete e compositor. José Luís Tinoco, músico, poeta e compositor, 81 anos, nasceu em Leiria, no berço de uma família ligada à música e às artes, e conta no seu currículo com alguns

dos mais belos temas da música popular portuguesa do século XX, como “No teu poema”, “Um homem na cidade” e “O amarelo da Carris”. Os bilhetes custam 12,50 euros.


SOCIEDADE 7

O Mensageiro 16.Maio.2013

Na feira de Maio

Espaço Leiria tem Saúde promove palestras e rastreios

DR

O espaço “Leiria Tem Saúde” está localizado no Topo Norte do Estádio Municipal Dr. Magalhães Pessoa e surge integrado na programação, deste ano, da tradicional Feira de Maio de Leiria. Para esta Quinta-feira, pelas 18h00, está agendada uma palestra “Hidroterapia, mais do que uma ginéstica uma terapia de cura” que terá como orador o técnico de reabilitação física e fisioterapia Vítor Rainho que explicará em que consiste a Hidroterapia, como deve ser feita e que doenças pode prevenir. Nos dias 17 e 24 de Maio decorrerão mais duas palestras. A primeira tem como tema “Dúvidas sobre a saúde oral” e, a segunda, “A importância da nossa postura corporal”.

A empreitada custa 153.750 euros

Através do microcrédito

Batalha outorga acordo com Millenium BCP para dinamizar empreendedorismo

Hospital Distrital de Pombal em obras durante dois meses O Centro Hospitalar Leiria-Pombal está a realizar obras de recuperação do edifício do Hospital Distrital de Pombal (HDP), estando prevista a substituição das coberturas e recuperação de platibandas do edifício principal. Hélder Roque, presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Leiria – Pombal (CHLP) salienta que “este é um momento de viva satisfação, encontrando-se em vias de resolução uma das nossas prioridades

iniciais”. “A afirmação do HDP na sua comunidade, que queremos cada vez mais reforçada, faz-se também pelas condições físicas e estruturais das suas instalações e equipamentos proporcionadores das necessárias condições de segurança para os doentes e utentes em geral, e de trabalho para os seus funcionário”, adianta o presidente. Hélder Roque refere ainda que “estas são obras indispensáveis para a melhoria da qualidade dos

espaços e dos serviços do Hospital de Pombal, que trarão, seguramente, grandes benefícios aos utentes”. “Foram avaliadas as condições em que o edifício se encontra, em termos de segurança e conforto, para os utentes e funcionários e concluiu-se a necessidade de uma intervenção imediata, destinada a suster as condições deficientes em que se encontra aquele edifício e a repor os parâmetros exigidos nos tempos actuais”, explica. Este projecto enquadra-se

no âmbito das exigências do processo de acreditação pela Joint Commission International já iniciado pelo HDP, e que recentemente atribuiu a acreditação de qualidade ao Hospital de Santo André, unidade de Leiria. As obras têm a duração prevista de dois meses e têm um custo de 153.750 euros, valor suportado por financiamento próprio do Centro Hospitalar LeiriaPombal. Numa segunda fase serão intervencionadas as fachadas deste edifício.

Delegação de Leiria tem mais de 100 anos

Cruz Vermelha assinalou 148 anos A Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) comemorou o seu 148º aniversário, no passado dia 8 de Maio, recordando que foi fundada em Genebra em 1822 por Jean Henry Dunant com fins de apoio humanitário e a sua grande intervenção deu-se em 1859, após o massacre na Batalha de Solferino travada no norte de Itália entre o exército imperial austríaco e as forças aliadas de França e da Sardenha. A I Convenção de Genebra para a melhoria das condições dos feridos das forças armadas em campanha realizou-se em 1864 e

Portugal esteve representado pelo médico José António Marques, em nomeação do Rei D. Luís I. A Cruz Vermelha tem como Missão prestar assistência humanitária e social, em especial aos mais vulneráveis, prevenindo e reparando o sofrimento e contribuindo para a defesa da vida, da saúde e da dignidade humana. Em Portugal a CVP tem aproximadamente 50 mil sócios, 130 delegações e seis mil voluntários. A Delegação de Leiria da CVP também é mais que centenária, uma vez que, já totaliza 109 anos e

dispõe de Posto de Socorros e Serviços Clínicos; Equipas de Socorro, no âmbito da Protecção Civil. Também mantém uma colaboração com o INEM; com o Banco Local de Ajudas Técnicas; a Loja Social para recolha, tratamento e distribuição de roupas, mobiliário e brinquedos; Teleassistência; Emergência Social – Linha 144 (para todo o Distrito de Leiria); Recolha de alimentos e sua distribuição aos necessitados; Actividades no meio Prisional (Programa “REVIVE+”). Além disso acompanha 175 agregados familiares e tem, em mãos, vários pro-

jectos: Juventude – Projecto Lápis que engloba actividades de Lazer e para a inserção social; Projecto CONFUSÃO – COM+FUSÃO cujo objectivo é unir os jovens em projectos de animação positivos; Projecto Alimentação Saudável “Copos – Quem Decide És Tu”; Apoio a Grupos de Famílias Anónimas e Narcóticos Anónimos; Cursos de Socorrismo para Internos e Entidades externas (Empresas) e um Centro de Equipamentos Logísticos na freguesia dos Pousos.

Com o objectivo de dinamizar o empreendedorismo junto da população do concelho, a Câmara Municipal da Batalha outorgou um acordo com o Millennium BCP para que os interessados tenham acesso ao microcrédito. O acordo em causa pretende “divulgar e promover o recurso ao microcrédito como instrumento de apoio à criação do auto-emprego e de combate eficaz à exclusão social e à pobreza, tendo como objectivo o estímulo ao aparecimento de iniciativas empresariais no concelho da Batalha” avança a Câmara da Batalha em comunicado. De acordo com dados do Millennium BCP, o recurso “à prática do microcrédito já apoiou a criação de cerca de 2106 negócios, que geraram, aproximadamente 3266 novos postos de trabalho”.

O fecho está previsto para o final deste mês

Raul Castro discorda do encerramento dos CTT Santana Até ao final deste mês de Maio, os CTT Santana devem encerrar, sendo os serviços transferidos para a Av. Heróis de Angola e da Marquês de Pombal. A situação não agrada aos comerciantes da zona central de Leiria que consideram que a saída dos Correios será “prejudicial para o comércio da zona”. O encerramento desta loja faz parte do plano nacional de racionalização de custos que a Administração Central dos Correios de Portugal está a levar a cabo. Raul Castro, presidente da Câmara Municipal de Leiria “discorda” do encerramento de Correios de Santana “sem existir alternativa” adianta a autarquia em comunicado. Por isso já fez chegar a sua opinião a quem de direito. A intenção dos CTT é concentrar a actividade da estação dos Correios de Santana e da Avenida Marquês de Pombal, no edifício onde se situava a Casa de Saúde de Leiria. No primeiro caso, porque a Portugal Telecom pretende reocupar as instalações e, no segundo caso, porque a estação da Avenida Marquês de Pombal não reunirá as melhores condições de atendimento. O autarca defende, contudo, que “a estação dos Correios de Santana não deve ser encerrada antes de as novas instalações abrirem ao público, pelo que está disposto a abordar este assunto directamente com o Presidente dos CTT, caso não obtenha uma resposta favorável nos próximos dias”.


8 ECLESIAL

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DIOCESE 9


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Leituras| Domingo de Pentecostes

JANELA SOBRE A MISSÃO

Antífona de Entrada: Sab 1, 7 ou Rom 5, 5; 8, 11 Leitura I: Actos 2, 1-11 Salmo Responsorial: Salmo 103 (104), 1ab e 24ac.29bc30.31.34 (R.30) Refrão: Enviai, Senhor, o vosso Espírito e renovai a face da terra. Repete-se. Leitura II: 1 Cor 12, 3b-7.12-13 Aclamação antes do Evangelho: Refrão: Aleluia. Repetese. Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor. Refrão. Evangelho: Jo 20, 19-23 Na tarde daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas da casa onde os discípulos se encontravam, com medo dos judeus, veio Jesus, apresentou-Se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco». Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos ficaram cheios de alegria ao verem o Senhor. Jesus disse-lhes de novo: «A paz esteja convosco. Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós». Dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo: àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados; e àqueles a quem os retiverdes ser-lhes-ão retidos». Palavra da salvação.

Cânticos| Santíssima Trindade

Pe. Vitor Mira

vitormira67@gmail.com

Uma Visita Especial

P

or aqui estamos bem, graças a Deus. Agora estamos no Sumbe, mas em breve iremos a Calulo participar na peregrinação diocesana ao Santuário de Nossa Senhora de Fátima Peregrina.

ondjoyetu.blogspot

(19/05/2013)

Entretanto, gostaríamos de partilhar convosco uma presença amiga que tivemos connosco durante o mês de Abril: o Luís Matias. Tendo-se deslocado a Angola por motivos de trabalho e sendo um dos principais pontos de apoio na sua passagem por este país a cidade do Sumbe, não poderia deixar de vir visitar-nos. Várias vezes esteve aqui

connosco em nossa casa e passámos juntos momentos muito agradáveis. Se recebemos com gosto todas as pessoas, quanto mais um amigo como o Luís, ainda por cima sendo da nossa diocese de Leiria-Fátima e uma pessoa de tão agradável presença e convivência. E parece que o Luís ficou mesmo contagiado pela missão. Imaginem que lançou a ele próprio o desafio

de juntar mais 250 amigos aos nossos “Mil & Tal Amigos”. Independentemente no que conseguir em termos concretos, só o gesto e a forma apaixonada como lançou esta campanha falam por si. Muito obrigado amigo Luís. Fica uma fotografia tirada na nossa capela. Um abraço para todos.

muitas pessoas, sobretudo jovens recebem o Crisma, o sacramento pelo qual lhes é transmitido o Espírito Santo, que conjugado com o seu crescimento na Fé, feito durante os anos da catequese, os leva a ser cristãos mais conscientes. E um cristão consciente é aquele que cada dia é capaz de se maravilhar com as obras que Deus vai realizando em favor dos homens. Mas Deus age hoje no mundo sobretudo através desses mesmos homens. Por isso é necessário que cada um seja capaz de ver esta acção de Deus nos irmãos, e sobretudo, que cada um seja imagem de Deus, colaborando com ele na edificação do Reino. Jesus no Evangelho diz: “A paz esteja convosco”. Esta saudação tem como objectivo mostrar que Ele está ao nosso lado para nos ajudar, para nos dar a paz, mas não uma paz passiva, à maneira das religiões ou filosofias orientais, não a paz no nirvana, do aniquilamento total que nos desliga do que é humano. A paz que Jesus nos traz é uma paz inquieta, porque nos obriga a sair de nós mesmos, dos nossos

comodismos. É isto que aconteceu aos que estavam reunidos no cenáculo: lá estavam eles com medo dos judeus, mas depois de ficarem cheios do Espírito de Deus, o mesmo Espírito que Jesus recebeu quando foi baptizado no Jordão, saíram para fora e começaram a anunciar a boa nova, a anunciar a paz que Deus lhes dera. A primeira maravilha depois deste acontecimento é que todos os estrangeiros que estavam na cidade percebiam o que dizia cada um dos apóstolos, pois ouviamnos na sua própria língua. A nossa abertura a Deus e ao seu Espírito leva-nos também a perceber cada vez melhor aquilo que Ele nos quer dizer. Mas não podemos guardar este dom só para nós, assim como os apóstolos não continuaram fechados no cenáculo, temos de sair para fora, temos de manifestar o Espírito que está em nós, como nos diz o Apóstolo S. Paulo na 2ª leitura. Mas a manifestação do Espírito tem de estar ordenada ao bem comum e não apenas para nosso crescimento pessoal. Jesus chama ao Espí-

rito Santo «o Defensor». A palavra grega significa «advogado». A sua função é fazer surgir a verdade e tomar a defesa do acusado, de «dar testemunho em seu favor». Estamos assim no contexto de um processo em tribunal. O acusado é Jesus e, através d’Ele, é toda a humanidade: «Eis o homem!», disse Pilatos. O acusador é aquele que São Pedro chama «vossa parte adversa, o Diabo», o Maligno. Só tinha um fim em vista: levar os homens para longe da luz. O Juiz é Deus. Jesus envia o seu Espírito, o Espírito de Verdade, que denuncia à face do mundo as mentiras do Maligno. No Pentecostes, Ele proclama a vitória do Ressuscitado sobre as forças de divisão e constitui os apóstolos como testemunhas autênticas desta Boa Nova. Desde dois mil anos, de geração em geração, o Espírito do Pentecostes continua a chamar homens e mulheres para lhes confiar a mesma missão: serem testemunhas autênticas da verdade dada em Jesus, o Ressuscitado. Aí se encontra o mistério secreto e incandescente do mistério da Igreja.

(26/05/2013) Início Feliz o Povo de quem o Senhor é Deus - Lau 1135 Pai, Filho, Espírito Santo - Lau 639

AO SABOR DA PALAVRA

Salmo Responsorial Como sois grande em toda a terra - Lau 229 Apresentação dos dons Recebestes um espírito/Abbá, ó Pai - Lau 716 Eu creio em Ti Senhor - Lau 54 Onde há caridade / Onde haja caridade - Lau 625 Comunhão Glória ao Pai que nos criou - Lau 413 Vós todos os que me tendes sede - Lau 888 Deus amou de tal modo o mundo - Lau 274

Pe. Francisco Pereira pe.francisco@mac.com

Pós-Comunhão Glória a Ti, Jesus Cristo - Lau 411 Ao Deus do Universo - Lau 155 Final Ditosos os que te louvam sempre- Lau 297 Ide por todo o mundo - Lau 155

Pe. Francisco Pereira pe.francisco@mac.com

Solenidade de Pentecostes 19 de Maio de 2013

Shalom

MISSAS DOMINICAIS

Sábado 19h00 – Sé 19h30 – Franciscanos Domingo 08h30 – Espírito Santo 09h00 – Franciscanos 09h45 – Paulo VI 10h00 - S. Francisco 10h30 – Franciscanos 10h00 – S. Romão 11h00 – S. Agostinho 11h00 – Hospital 11h30 – Cruz da Areia 11h30 – Seminário e Sé 18h30 – Sé 19h30 – Franciscanos 21h30 – Sª Encarnação

C

ada dia que passa encontramos coisas novas que nos maravilham, mas à medida que vamos envelhecendo vamos perdendo a capacidade de nos maravilharmos com as coisas que nos rodeiam, porque se tornam habituais. O hábito cria a rotina e a rotina acaba por tirar a beleza das coisas. Celebramos agora mais um Pentecostes, e neste dia


ECLESIAL 11

O Mensageiro 16.Maio.2013

Família há oito séculos

Pedras Vivas - Beata Francisca Capitâneo

A

través do Processo de Canonização de Santa Clara é possível reconstituir a vida desta Pedra viva da Ordem. Teve a graça de viver durante largos anos na companhia de Santa Clara no mosteiro de S. Damião, em Assis. Massariolla foi chamada a depor no Processo, como nona testemunha, a 24 de Novembro de 1253, com o nome de Irmã Francisca de Messer Capitâneo de Coldimezzo, monja do Mosteiro de São Damião. Então, declara sob juramento que entrou no Mosteiro no mês de Maio de 1232. Desde muito jovem que sentiu o chamamento à vida consagrada. O projecto de seus pais porém é muito diferente pois pretendem que ela case com um jovem da mesma condição social. Perante a decisão irredutí-

vel de seus pais adoeceu gravemente por seis anos. Alguns dos seus familiares levaram-na a Santa Clara e obtiveram sua cura. Mas jovem aristocrata jamais regressaria ao castelo. O Mosteiro seria para sempre a sua morada. A notícia mais antiga dos condes de Coldimezzo remonta ao século XII, quando Bonconte de Todino, avô de Massariolla, funda o Mosteiro de São Vito no Vale de Óppio e o doa aos Monges Beneditinos. O castelo de Coldimezzo surgia entre a Comuna de Assis e Todi, perto de Paciliano, que os antigos documentos imperiais assinalavam como termo de divisão entre os dois territórios, Todi e Assis. Actualmente, no local, existem apenas rochedos, selva, restos de

mosteiros destruídos e rochas em ruínas. Também do Castelo de Coldimezzo restam somente poucas ruínas, o que permite ver a solidez dos seus antigos muros. Os condes eram de estirpe longobarda e disso se gloriavam. Num pergaminho de 11 de Maio de 1197, o filho de Bonconte, o Conde Guido, pai da beata Francisca, oferece aos Monges Beneditinos mais um terreno ao longo da estrada que conduz ao Castelo de Coldimezzo. Guido, que é profundamente cristão, pede aos Monges, em troca, que rezem por ele. Em 1199, o conde Guido e os seus três irmãos, reunidos no mesmo castelo com Reinaldo, Abade do Mosteiro de S. Vito estreitam um vínculo de perpétua e recíproca ajuda: os Monges

comprometiam-se a defender a família, honrar e acolher cada um deles e seus descendentes, sempre que o quisessem, no Mosteiro ou nas suas localidades. São tempos difíceis. As cidades comunais insurgem-se contra os senhores de castelos. Coldimezzo, colocado entre Assis e Todi, está entre dois fogos. E os condes, seguindo um sistema muito difundido naquela época, procuram a salvação, colocando os seus bens sob a salvaguarda de um poder mais forte, o Mosteiro, cujas possessões vastíssimas confinavam com as de Coldimezzo. O exército comunal de Assis alcança as fortalezas que surgem nos cumes das colinas e sobre as margens dos rios; muitas torres são destruídas pelas chamas. Os condes fogem

de Assis e procuram refúgio em Perúgia. Estava para explodir entre as duas cidades aquela guerra sangrenta, onde São Francisco esteve envolvido, aos dezassete anos. Os condes de Coldimezzo são perseguidos pelo espectro da fome e da miséria. Também jovem Massariola foi apanhada nesta situação socio-política. Depois de algum tempo de exílio o seu pai estabeleceu-se em Assis. Em 1232, ao ingressar no Mosteiro, Massariola recebe o nome de Francisca, em honra do Santo Fundador, Francisco de Assis, já canonizado pela Santa Igreja. Em São Damião, a Irmã Francisca assistiu ao assalto dos sarracenos, cujo facto narra em detalhes no Processo de Canonização de Santa Clara. No seu

depoimento, refere ainda as prodigiosas curas realizadas pela santa Madre; ela própria foi curada por ela duma doença grave, que lhe atacava a cabeça e a fazia gritar com dores. No momento da morte, quando Clara comungava, Francisca viu na hóstia o Menino Jesus, de singular beleza. Por estas narrativas extraordinárias, percebe-se que era uma alma de eleição, atraída para o Alto, do qual fazia contínua experiência na sua vida humilde e simples. No ano de 1258 escutou a voz divina que a chamava: Vem, esposa de Cristo e recebe a coroa que o Senhor preparou para ti desde toda a eternidade.

DOM DA FÉ

fala o credo em seguida, de modo muito telegráfico. Creio... na santa Igreja católica. A comunidade dos cristãos é dada a todos os batizados como uma verdadeira mãe e uma família espiritual. Ela é constituída por todos os verdadeiros fiéis de Cristo unidos pelo seu amor. Cristo nos seus discípulos e estes no seu Senhor formando um corpo vivo, isto é a Igreja. E o Espírito Santo é a sua alma, Aquele que a une, dinamiza e conduz mediante os inúmeros dons que nela distribui a todos os fiéis, quando e como lhe apraz. Ninguém pode verdadeiramente ser cristão sem estar em comunhão com a Igreja e sem a amar, pois “amar Cristo e a Igreja: trata-se da mesma coisa” (R. Schutz). A Igreja é no mundo sinal e instrumento da presença de Deus na humanidade. Nos fiéis cristãos e na comunidade que eles formam há santidade e pecado, grandeza e baixeza, virtudes e defeitos, pois nela se misturam a graça e a ação divina com os talentos e as fraquezas humanas. Mas ela não deixa de de ser amada e habitada por Deus, precisando sempre de se purificar e renovar,

para corresponder à sua missão no tempo. Creio... na comunhão dos santos. A expressão indica tudo aquilo em que os cristãos partilham, as coisas santas que Deus dispõe para que os seus filhos recebam as graças divinas, como a Palavra e os Sacramentos. Mas também os dons e bens espirituais que doam uns aos outros. E ainda a doação mútua no amor realizando uma verdadeira comunhão de pessoas. Assim os cristãos se edificam espiritualmente uns aos outros. A Igreja é, na verdade, mais do que a realidade visível, ela abraça os vivos e os mortos. Uns e outros podem ajudar-se e estão em comunhão espiritual. Entre todos os membros do corpo eclesial de Cristo há “um intercâmbio e uma circulação se sangue que não têm fim” (Von Balthasar). Santos, num sentido amplo, são todos os fiéis cristãos que confiam em Cristo, lhe pertencem pelo batismo e vivem unidos a Ele, quer caminhem na terra quer já tenham morrido. Já não vivem para si próprios mas para Cristo e, por Ele, para os irmãos mediante o amor. Creio... na remissão

dos pecados. Há em todo o homem capacidade para o bem e para o mal, força e fraqueza, virtude e defeito, talento para amar e energia para odiar e ferir o seu próximo. Por isso, facilmente ele se torna culpado face a Deus e em relação ao seu próximo. Ora, pela sua misericórdia e bondade, Deus oferece ao homem o perdão dos seus pecados, o apagamento de todas as suas culpas. Só Deus o pode fazer. Realizao através de Cristo. O Pai e o Filho infundindo o dom do Espírito de santidade no coração gelado do pecador, diz Von Balthasar, pode ele começar “a fundir e o amor nele começar a brotar”. Então é possível ao pecador arrepender-se e deixar atuar nele a graça divina que o purifica e o renova. Há sempre uma esperança para o homem pecador. A misericórdia e o perdão de Deus são maiores e mais poderosos que o pecado. É sempre possível deixarse transformar pela graça divina e entrar com Cristo no paraíso divino. Creio... na ressurreição da carne. A morte não é a última palavra sobre a vida do homem. Ele é destinado à vida. O próprio Cristo

afirmou: “Eu sou a ressurreição e a vida... Quem crê em mim, ainda que tenha morrido viverá” (Jo 11,25). A fé cristã afirma a ressurreição do homem todo, também da sua carne, do seu corpo físico que será transformado em corpo espiritual. “Também para o corpo há espaço em Deus” (Bento XVI). O difícil para nós é compreender o como isso acontecerá. S. Paulo usou a metáfora da semente, dizendo que o corpo é semeado desprezível, mas ressuscita glorioso (cf 1 Cor 15, 43). Creio... na vida eterna. “Eu não morro; entro na vida”, proclamava S. Teresa de Lisieux, no final da sua vida terrena. Na verdade, o homem é criado para a vida e não para a morte. É esse o anseio que há no seu coração e tal é a promessa de Deus e a vocação que lhe oferece. A vida eterna é a que o próprio Deus vive e partilha com o homem ao revelar-se a ele e convidá-lo a viver em relação e comunhão consigo. Para o crente em Cristo, a vida eterna começa no batismo, atravessa a morte e não tem fim. É a vida no amor de Deus. Isto é o Céu. Não é fácil imaginá-lo, como afirma a

Escritura: “O que os olhos não viram, os ouvidos não ouviram, o coração do homem não pressentiu, isso Deus preparou para aqueles que o amam” (1 Cor 2,9). O inferno é o contrário: uma vida sem amor, sem esperança. “Quem não ama permanece na morte...” (cf 1 Jo 3, 14-15). Assim termina o “credo” da fé cristã. Começa na profissão de Deus criador e conclui-se com a afirmação da vida sem fim em comunhão com Deus. Envolve quer a história do mundo quer a vida do homem e da humanidade inteira. Nada fica fora da luz e das promessas de Deus. A fé cristã é companhia perene, caminho e horizonte infinito para a nossa vida. Pela fé tornamo-nos com Cristo vencedores de todas as adversidades da vida.

Pe Jorge Guarda

Vigário Geral da Diocese

Creio em Deus dador da vida http://padrejorgeguarda.cancaonova.pt

O

símbolo da fé chamado “dos Apóstolos” ao narrar a história de Deus amor termina na referência ao Espírito Santo, sem nos dizer nada dele. Jesus e a palavra de Deus falam-nos muito dele. O apóstolo Paulo, por exemplo, diz-nos que é o Espírito de Deus quem nos revela “as coisas que são de Deus” e nos dá a sabedoria divina. Ele é quem nos dá a vida divina e nos leva a conhecer “os dons da graça de Deus” (cf 1 Cor 2, 6-12). De alguns desses dons nos

Irmãs Clarissas de Monte Real

Nota final: Com este artigo, despeço-me dos leitores de “O Mensageiro”, que, como é sabido, suspende a sua publicação para dar lugar a um novo jornal. Voltarei com uma outra série de escritos ao convívio daqueles que acolherem a nova publicação.


12 DIOCESE

Actividade de carácter social e humanitário Os escuteiros do Agrupamento 1166 - Amor, da Região de Leiria, pertencentes ao Corpo Nacional de Escutas, o maior movimento de jovens a nível nacional, estão a organizar uma actividade “Amor Solidária” que terá lugar entre os dias 20 e 26 de Maio. Este evento tem como principais objectivos: a recolha de bens alimentares e artigos de higiene para a Conferência de São Vicente Paulo – Amor (instituição que apoia as pessoas carenciadas em todo o território nacional, através de núcleos locais); sensibilizar a população a fazer rastreios e check-up mais regularmente; e ainda alertar a população para os perigos do quotidiano (segurança em casa, burlas, etc.). Durante a semana de 20 a 25 de Maio irá decorrer, nos estabelecimentos da zona, uma recolha de bens alimentares por meio de cestos colocados em vários estabelecimentos. No domingo dia 26 de Maio, serão desenvolvidas várias actividades no largo central de Amor em frente da Junta de freguesia: palestra (workshop) sobre burlas e extorsão, a cargo da GNR de Leiria; rastreios de tensão, diabetes, auditivo, visual, colesterol; recolha de sangue; ateliê 112 e prevenção e segurança em casa - gás, electricidade - Bombeiros Voluntários da Ortigosa; incentivo a alimentação saudável: Cozinha saudável e económica (WorkShop gastronómico) – a cargo da Escola de Hotelaria de Fátima. Este agrupamento integra a IV secção; são caminheiros (jovens entre os 18 e os 22 anos) e têm como ideal o espírito do Homem Novo e o Servir quem necessita de ajuda.

Retiro “O Tesouro da Fé, Dom para todos”

Proposta de aprofundamento da fé

A Fundação Maria Mãe da Esperança (FMME), da diocese de Leiria-Fátima, vai organizar nos próximos dias 24 a 26 de Maio de 2013, no Seminário de Leiria, um retiro intitulado “O Tesouro da Fé, Dom para Todos”. Partindo, assim, do tema indicado pelo Bispo diocesano para este ano pastoral, esta será uma oportunidade para “descobrir, aprofundar e crescer na fé”, com orientação do padre Jorge Guarda, vigário-geral da Diocese. Numa nota de divulgação, o secretariado da FMME aponta a base temática para esta proposta de retiro: “No dia do teu baptismo, tu ou alguém que respondeu por ti disseram que pediam à Igreja de Jesus Cristo a fé, que serve para alcançar a vida eterna. A fé é Jesus Cristo, actuante na sua Igreja. Essa sementinha da fé, depositada em ti no ato baptismal, deve crescer na e com a Igreja, ou então, ela fica condenada a ser em ti uma sementinha atrofiada, onde os valores e as acções de Cristo não são visíveis e são mesmo deturpados”. É para evitar esse “atrofio na fé” que este retiro vai fornecer pistas de oração, meditação e compromisso cristão. E todos são convidados, homens e mulheres, velhos e novos... as inscrições podem fazer-se pelos seguintes contactos: 244745042 (Quinta-feira a domingo), 936268302 ou 968395099.

16.Maio.2013

“Em rede, para vidas com sentido”

Grupo de Jovens descobre Vocações Cristãs Ao longo de seis meses, um grupo de 12 jovens, rapazes e raparigas, seguiu um itinerário vocacional “tentando seguir o caminho de Deus de uma forma muito particular”, por sentirem “dentro de si uma enorme vontade de querer alcançar algo mais”. “Tentaram saciar a sua sede através do amor de Deus, sendo esta uma sede que não se explica mas se sente e se vive. Esta caminhada permitiu que, passo a passo, fôssemos percebendo a verdadeira essência de cada vocação e qual delas se poderia vir a enquadrar na vida de cada um”, assim testemunha uma das raparigas. O final foi no domingo, 5 de Maio. A satisfação pela experiência vivida era bem visível nos rostos de todos. A proposta, denominada “em rede, para vidas com sentido”, visava proporcionar aos jovens um conhecimento das diversas vocações cristãs e das condições mediante as quais cada um pode perceber o dom divino e o apelo para seguir a que lhe é dirigida. Leitura orante da palavra de Deus, silêncio, catequeses, DR

“Amor solidária”

O Mensageiro

partilha interpessoal, testemunhos, cânticos, acompanhamento espiritual personalizado, exercícios espirituais num fim-desemana e convívio foram os ingredientes oferecidos, mês a mês, pela equipa vocacional diversificada que fez caminho com o grupo. Também o bispo D. António Marto se encontrou com os jovens e partilhou a sua própria experiência vocacional. A iniciativa envolve os serviços diocesanos da pastoral juvenil e vocacional e tem lugar, em Fátima, numa comunidade das irmãs da Aliança de Santa Maria, que acolhe os jovens e dá a

sua colaboração. Na equipa organizadora há também um casal, pois se entende valorizar igualmente a vocação ao matrimónio e à vida cristã laical e não somente o sacerdócio e a especial consagração a Deus. Esta realização resulta da indicação de D. António Marto que, na sua carta pastoral “Descobrir a beleza e a alegria da vocação cristã”, de 2006, entre os meios de animação e acompanhamento, referia “os itinerários vocacionais específicos para grupos de jovens, rapazes e raparigas, que querem fazer uma reflexão séria e pessoal em ordem ao discernimento da sua opção e projecto de

vida”. Desde 2007, já mais de cinquenta jovens fizeram esta experiência, tendo alguns descoberto a sua vocação pessoal. Segundo o testemunho da jovem citada, “estes projectos ajudam-nos a parar e a reflectir sobre o que na nossa vida é verdadeiramente importante e do que está a mais. A passagem por estas experiências permite que tenhamos uma ligação muito mais próxima com Deus, e a paz interior que se manifesta torna-se muito mais duradoura”. Este itinerário vocacional “é um desafio aberto a todos os que querem ter uma vida com sentido, uma vida mais gratificante cuja base que a sustenta é Aquele que deu a vida por nós e que nos ama de tal forma que nos encaminha todos os dias rumo à santidade e à felicidade”. Em Outubro será de novo lançada a proposta aos jovens para constituir outro grupo para o próximo itinerário, que decorrerá de Dezembro a Maio.

Padre Jorge Guarda

Manifestar publicamente a fé

“Passeata da Fé” na Maceira A paróquia da Maceira vai organizar uma “Passeata da Fé”, no próximo dia 25 de Maio, com partida marcada para as 18h30, na igreja da Maceira Liz (fábrica), rumo à igreja paroquial, num percurso de cerca de 1500 metros. Segundo o pároco, padre Marcelo de Moraes, a iniciativa visa “aceitar o desafio” proposto pela Igreja para este Ano da Fé, através de um “passeio pela rua principal da vila, com faixas e cartazes,

como forma de manifestar publicamente a fé”. Estarão presentes cerca de 800 crianças da catequese, bem como os seus familiares e “todo o povo da Maceira que quiser participar”. Tendo em conta a época em que vivemos, “em que julgamos necessário mostrar ao mundo que acreditar ajuda-nos a enfrentar a vida com coragem e a ser mais solidários”, esta será também uma forma de “convidar todos os participantes a rezar pela situa-

ção do nosso país e pedir a Deus pelos desempregados e pelas famílias mais carentes”, refere o pároco, indicando que “ultimamente a pastoral sócio-caritativa da paróquia tem ajudado perto de 50 famílias que precisam de mantimentos, sem contar as outras famílias que já são ajudadas por outras entidades locais”. Uma participação especial será a da imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima, que chegará à paróquia no dia 24 e ficará até

ao dia 26 de Maio. Na missa deste domingo, a paróquia fará a sua profissão pública da fé, como proposto pelo Santo padre na carta “Porta da Fé”, com a renovação das promessas baptismais. Para preparar esse momento, “haverá na quarta-feira dessa semana uma catequese paroquial sobre o credo e uma celebração de entrega do credo, convidando-se os paroquianos a recordarem a data do seu baptismo”, explica o padre Marcelo.


OPINIÃO 13

O Mensageiro 16.Maio.2013

RECORTES

Pe Anselmo Borges Professor de Filosofia

O bispo R. Williams enfrenta o ateu R. Dawkins

1-

Não tem faltado a denúncia das patologias da religião. Como ser insensível ao sofrimento das vítimas da pedofilia do clero? Vítimas de escrúpulos, vítimas da humilhação intelectual, vítimas da intolerância

OPINIÃO

João César das Neves Economista

Disparates plausíveis

N

uma crise económica seria de esperar um uso intenso de ciência económica. Foi o esquecimento dos seus princípios que nos trouxe à situação e só ela nos ajudará a sair dela. Até os que acham que a crise advém dos erros da teoria não têm nada melhor para pôr no seu lugar. Mas a economia tem princípios simples difíceis de usar, como mostram as discussões populares. A nossa doença é clara, mas, obcecados com as

religiosa, de um deus mesquinho e escravizador... O historiador católico Jean Delumeau escreveu: “As minhas investigações convenceram-me de que a imagem do Deus castigador e vingativo foi um factor decisivo para uma descristianização cujas raízes são antigas e poderosas”. Parece que, enquanto pôde, o clero controlou a vida sexual dos fiéis, a ponto de outro historiador, Guy Bechtel, afirmar que a fractura entre a Igreja católica e o mundo moderno se deu na teoria do sexo e do amor, com uma confissão inquisitorial centrada na actividade sexual. Será preciso lembrar os homens e mulheres que foram assados nas fogueiras da Inquisição e não só, porque tinham ideias novas? E houve o medo-pânico da mulher, que se chegou a acusar de manter relações sexuais com o diabo. E os

livros considerados heréticos também foram queimados. E houve as cruzadas, as guerras de religião, a missionação forçada. Pio VI condenou essa “detestável filosofia dos Direitos do Homem”. Pio IX condenou expressamente a evolução como uma aberração. No século XX, o teólogo E. Drewermann escreveu: “Há 500 anos, a Igreja recusou a Reforma; há 200, o Iluminismo; há 100, as ciências naturais; há 50, a psicanálise. Como viver com tantas rejeições?” Apesar de tudo, creio que é inegável que, no cômputo geral, o saldo é superior a favor da religião, nomeadamente do cristianismo. E não estou sozinho nesta apreciação. 2-Cada quarta-feira, a Cambridge Union Society, um clube de debate ligado à Universidade de Cambridge, realiza um debate sobre temas actuais. No passado

dores da medicação, quase ninguém a refere. A esmagadora maioria dos disparates actuais advêm de não se lidar com a questão, resolvendo um problema que não temos. Omitindo a dureza da situação, tudo fica desfocado e confuso. Portugal tem uma das dívidas externas mais elevadas do mundo. A história mostra que nunca se saiu de situações semelhantes sem fortíssima queda do consumo e redução do nível de vida. Gritar contra os sacrifícios ou, pior, fingir que seriam evitáveis pode ser compreensível, mas é tolice ou, pior, flagrante desonestidade. Por dolorosa que seja a quimioterapia, perante um cancro não há alternativa. O nosso mal agrava-se porque, como a dívida foi acumulada ao longo de décadas, a estrutura económica ficou distorcida, adaptando-se a níveis de despesa insustentáveis. Isso significa que muitos empregos e capitais estão em actividades condena-

das. Assim, além da perda conjuntural de empresas, devida ao aperto da austeridade, sofremos a eliminação definitiva de ocupações fictícias, que a dívida alimentou. Em cima das radiações, há que fazer dolorosa fisioterapia. Logo, os que se indignam com a famigerada austeridade só podem ignorar a realidade da situação. Os caminhos fáceis que recomendam gerariam mais, não menos, sofrimento. Repudiar ou renegociar a dívida, sair do euro, rejeitar a troika são vias para o isolamento e alienação dos mercados, que nos afastariam de vez da estabilidade e de-senvolvimento. O Governo tem errado muito, mas a oposição mente com todos os dentes. E sabe quem mente. Portugal está numa situação económica muito exigente e delicada, que implicará tratamento difícil e demorado. Se o cumprir, sairá mais forte e resistente. As experiências da Alemanha ou da América Lati-

dia 31 de Janeiro, com a presença de mais de 800 pessoas, sendo a maioria constituída por estudantes universitários, o tema era debater a necessidade da religião neste século, a partir das seguintes perguntas: “A religião é compatível com a vida do século XXI? Como pode conseguir-se que encaixe com as leis e os valores modernos? E se fosse compatível, a religião faz mais bem do que mal?” Para o debate, partindo da premissa, “A religião não tem espaço no século XXI”, foram convidados vários intervenientes, entre os quais o arcebispo Rowan Williams, que deixou há pouco a liderança da Igreja Anglicana, e o biólogo Richard Dawkins, ateu convicto e apóstolo do ateísmo a nível mundial. Segundo R. Dawkins, a religião é “redundante e irrelevante”, para lá de “uma traição à inteligência, uma

na, a quem a austeridade do início do século permitiu resistir com sucesso à crise seguinte, mostram bem como os sacrifícios valem a pena. Se os rejeitarmos, esperam-nos décadas de estagnação, como na Grécia actual ou em Portugal há cem anos. A conclusão indiscutível é não existir outro caminho senão aperto e reforma. Só não sabemos a rapidez e a eficácia com que será seguido. Uma sociedade flexível e diligente consegue resultados mais rápidos. Neste campo, Portugal é um exemplo internacional. Apesar dos protestos compreensíveis, muitos portugueses têm resistido

traição ao melhor de nós, ao que nos torna humanos”, continuando: “parece responder à pergunta enquanto a não examinas e te dás conta de que o não faz. Espalha explicações falsas, quando se poderia ter oferecido explicações reais, explicações falsas que obstaculizam a iniciativa de descobrir explicações reais.” No contexto científico, funciona como um “charlatão pernicioso”. Em suma: a sociedade funcionaria melhor, se as religiões estabelecidas desaparecessem. Para R. Williams, a religião “foi sempre uma questão de construir comunidades, uma questão de construir relações de compaixão e de inclusão”. A questão fundamental é ver qual deveria ser a atitude que se tem para com ela. Os direitos das pessoas “têm profundas raízes” nas comunidades

aos cantos de sereia da facilidade, mudando de vida enquanto suportam os brutais correctivos. Nesta vasta crise europeia, o País destaca-se pela positiva. Se o quadro geral é simples, as miríades de opções diárias que o definem são complexas. Aí é fundamental um outro princípio económico, que a generalidade das análises mediáticas omite. A Economia lida com escolhas, comparando custos e benefícios, maximizando o ganho líquido. Esta é a sua abordagem lógica e pragmática, com resultados provados, mas, como todas, com limites. A economia funciona mal no absoluto, pois

de fé. “A Declaração dos Direitos Humanos não teria sido o que é se não tivesse havido o debate filosófico e religioso.” Assim, o respeito pela vida humana e a igualdade são inerentes a todas as religiões organizadas. Por isso, pretender que “o compromisso religioso deve ser um assunto meramente privado vai contra a história da religião”. No final, depois de todas as intervenções, parte do público votou. Aí, os favoráveis à afirmação “a religião não tem espaço no século XXI” saíram derrotados: 136 contra 324. A religião autêntica pratica o amor, faz comunidades, oferece transcendência e sentido final. Mas é claro que, também no domínio da religião, se não pode abandonar a presença da razão crítica.

In DN Opinião 4-5-2013

face à transcendência não há escolhas. Ora um dos truques mais usados pelos que não querem mudar de vida é fingir que a questão em debate é metafísica. Por isso, boa parte das argumentações actuais parecem religiosas, invocando valores imperiosos, taxativos, que apenas admitem a solução inelutável que o arguente preconiza. Assim não há escolha e a discussão cessa. Portugal sairá da crise, mas apenas se usar a economia. Esta é uma ciência estranha, com princípios elementares de aplicação complexa. A consequência é uma enorme quantidade de ideias falsas mesmo parecidas com a verdade. É muito fácil usar argumentos aparentemente sólidos para dizer grandes asneiras. Hoje, esses disparates plausíveis dominam as discussões.

In DN Opinião 6-05-2013


14 OPINIÃO / INSTITUCIONAL

O Mensageiro 16.Maio.2013

Em jeito de homenagem a dois grandes sacerdotes, construtores de dois semanários, jornal O Mesageiro (1914) – Pe. José Ferreira Lacerda e o jornal A Voz do Domingo (1933) – Mons. José Galamba de Oliveira

O jornalista

Duas paixões, um grande amor!

A palavra vai sair breve e sincera Dizendo ao leitor só a verdade O que se passa na aldeia ou na cidade Seja no Inverno frio ou Primavera! E o leitor atento à notícia Lê-a ávido de muita esperança, Num País parado que não avança Tão falhado de Fé e de Carícia!

Num tempo errado, dois homens certos Ergueram do lamaçal, só a verdade, Com a valentia de homens espertos Fizeram do ‘quase nada’ a Cristandade! E a Cristandade galgou barreiras Venceu agruras e tempestades, Foi atacada de mil maneiras Com vis calúnias e falsidades!

Jornalista é íntegro, é honesto É Sabedoria fiel em cada gesto!

Como o azeite que vem ao de cima Mesmo na água perversa e suja Também o sol faz o clima E da verdade ninguém lhe fuja!

A História é feita de sentenças De grandes guerras, grandes presenças Escrita audaz deste Cronista, Escreve Joaquim, dilata a História Para que alcances a vitória E seres um eterno Jornalista!

UM GRANDE AMOR VAI APARECER Para os leitores sérios e honrados, Os dois jornais vão conviver Como convivem dois namorados!

Dono das palavras bem certinhas Senhor da seara sem ervas daninhas…

A. de Sá Pessoa Leiria, 1 de Maio de 2013 Para o Joaquim Santos, dedicado jornalista de O Mensageiro, um interessado pela história desta região

Que Deus os guie e Deus os guarde Nesta tarefa tão triunfal, Doce leitura ‘A CHAMA ARDE’ Em Salmo bem timbrado e Divinal!!!

Leiria, 13 de Maio de 2013-05-14 A. De Sá Pessoa

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Fundador José Ferreira Lacerda Director Rui Ribeiro (TE416) Redacção Pedro Jerónimo (CP7104), Joaquim Santos (CP7731) e Ana Vala (CP8867). Paginação O Mensageiro Colaboradores Ambrósio Ferreira, Américo Oliveira, André Batista (Pe.), Ângela Duarte, Carlos Alberto Vieira, Carlos Cabecinhas (Pe.), Cláudia Mirra, José Casimiro Antunes, Francisco Pereira (Pe.), João Filipe Matias (CO798), Joaquim J. Ruivo, Jorge Guarda (Pe.), José António C. Santos, Júlia Moniz, Maria de Fátima Sismeiro, Orlando Fernandes, Saúl António Gomes, Vítor Mira (Pe.). Administração / Publicidade André Antunes Batista (Pe.). Propriedade/Sede (Editor) Seminário Diocesano de Leiria - Largo Padre Carvalho - 2414-011 LEIRIA - Reitor: Armindo Janeiro (Pe.) Contribuinte 500 845 719 Contactos Tel.: 244 821 100/1 - Fax: 244 821 102 - Email: jornal@omensageiro.com.pt - Web: www.omensageiro.com.pt Depósito Legal 2906831/09 Impressão e Expedição Empresa do Diário do Minho, Lda - Tel: 253 303 170 - Fax: 253 303 171

Tabela de Assinaturas para 2013 Destino Nacional Europa Resto do Mundo

Normal Benfeitor 20 euros 40 euros 30 euros 60 euros 40 euros

Preço avulso - 0,80 euros


DESPORTO 15

O Mensageiro 16.Maio.2013

liga portuguesa de futebol profissional

CJB histórico

liga portuguesa de futebol profissional

I Liga

II Liga

29.ª Jornada 11 de Maio Rio Ave x Gil Vicente (2-1) Marítimo x V. Guimarães (1-0) Sporting x Olhanense (1-0) Estoril x Beira-Mar (2-1) Académica x Paços de Ferreira (1-1) Sp. Braga x Nacional (1-3) Moreirense x V. Setúbal (2-1) Porto x Benfica (2-1)

40.ª Jornada 8 de Maio D. Aves x Sp. Covilhã (1-0) Tondela x Atlético (2-1) U. Madeira x Marítimo B (0-1) Feirense x Trofense (1-1) Naval x Freamunde (2-2) Benfica B x Porto B (1-1) Sp. Braga B x Santa Clara (1-0) Leixões x Sporting B (1-3) Penafiel x Oliveirense (0-1) Portimonense x V. Guimarães B (2-2) Belenenses x Arouca (1-2)

1.º 2.º 3.º 4.º 5.º 6.º 7.º 8.º 9.º 10.º 11.º 12.º 13.º 14.º 15.º 16.º

Equipa Porto Benfica P. Ferreira Sp. Braga Estoril V. Guimarães Rio Ave Sporting Marítimo Nacional Académica V. Setúbal Gil Vicente Moreirense Olhanense Beira-Mar

J 29 29 29 29 29 29 29 29 29 29 29 29 29 29 29 29

V 23 23 14 15 12 11 11 10 9 10 6 7 6 5 5 5

E 6 5 12 4 6 7 6 9 10 7 10 5 7 9 9 8

D 0 1 3 10 11 11 12 10 10 12 13 17 16 15 15 16

Pts 75 74 54 49 42 40 39 39 37 37 28 26 25 24 24 23

30.ª Jornada 19 de Maio Benfica x Moreirense .Todos os jogos às 16h00 V. Setúbal x Sp. Braga Nacional x Académica Paços de Ferreira x Porto Gil Vicente x Estoril Beira-Mar x Sporting Olhanense x Marítimo V. Guimarães x Rio Ave federação portuguesa de futebol

III Divisão D 7.ª Jornada - Fase de subida 12 de Maio Alcanenense x Sp. Pombal (2-2) Sernache x Ol. Hospital (2-0) Sourense x Caldas (0-1) 1.º 2.º 3.º 4.º 5.º 6.º

Equipa Sourense Sernache Alcanenense Caldas Ol. Hospital Sp. Pombal

J 7 7 7 7 7 7

V 4 5 4 2 1 1

E 1 0 1 1 2 3

D 2 2 2 4 4 3

Pts 35 32 30 30 26 25

8.ª Jornada - Fase de subida 19 de Maio Ol. Hospital x Sp. Pombal .Todos os jogos às 17h00 Caldas x Sernache Sourense x Alcanenense 7.ª Jornada - Segunda fase 12 de Maio Penelense x Marinhense (4-2) Alcobaça x Torres Novas (5-0) Mortágua x Beneditense (2-2) 1.º 2.º 3.º 4.º 5.º 6.º

Equipa Marinhense Torres Novas Penelense Alcobaça Mortágua Beneditense

J 7 7 7 7 7 7

V 4 3 3 3 3 1

E 1 1 1 1 2 2

D 2 3 3 3 2 4

Pts 26 25 23 19 17 17

8.ª Jornada - Segunda fase 19 de Maio Torres Novas x Marinhense .Todos os jogos às 17h00 Beneditense x Alcobaça Mortágua x Penelense

41.ª Jornada 12 de Maio Santa Clara x Feirense (0-1) Freamunde x Benfica B (0-0) Sp. Covilhã x Naval (0-0) Trofense x Belenenses (1-2) Arouca x U. Madeira (3-0) Marítimo x Tondela (4-1) Atlético x D. Aves (0-2) Sporting B x Portimonense (2-1) Oliveirense x Leixões (0-2) V. Guimarães B x Penafiel (2-4) Porto B x Sp. Braga B (1-1) 1.º 2.º 3.º 4.º 5.º 6.º 7.º 8.º 9.º 10.º 11.º 12.º 13.º 14.º 15.º 16.º 17.º 18.º 19.º 20.º 21.º 22.º

Equipa Belenenses Arouca Leixões Sporting B D. Aves Benfica B Portimonense Oliveirense Santa Clara Penafiel Tondela Feirense U. Madeira Porto B Sp. Braga B Marítimo B Naval Atlético Trofense Sp. Covilhã Freamunde V. Guimarães B

J 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 40 41 41 41 41 41 41 40

V 28 21 18 17 16 15 16 16 15 15 15 14 12 13 12 13 13 12 9 6 7 5

E 7 10 14 15 17 16 13 12 13 12 11 11 17 14 13 7 17 8 13 17 12 15

D 6 10 9 9 8 10 12 13 13 14 15 16 12 14 15 21 11 21 19 18 22 20

Pts 91 73 68 66 65 61 61 60 58 57 56 53 53 53 47 46 44 44 40 35 33 30

42.ª Jornada 19 de Maio Feirense x Sp. Braga B .Todos os jogos às 16h00 Benfica B x Santa Clara Naval x Porto B Belenenses x Freamunde U. Madeira x Trofense Portimonense x Atlético Penafiel x Sporting B V. Guimarães B x Oliveirense Leixões x Sp. Covilhã D. Aves x Marítimo B Tondela x Arouca federação portuguesa de futebol

III Divisão E 6.ª Jornada - Segunda fase 12 de Maio Cartaxo x U. Tires (2-0) Amora x Peniche (2-1) Real x Pêro Pinheiro (2-2) 1.º 2.º 3.º 4.º 5.º 6.º

Equipa Pêro Pinheiro Real U. Tires Amora Peniche Cartaxo

J 7 7 7 7 7 7

V 4 4 4 3 1 1

E 2 1 2 3 0 0

D 1 2 1 1 6 6

Pts 31 28 27 25 14 6

7.ª Jornada - Segunda fase 19 de Maio Peniche x U. Tires .Todos os jogos às 17h00 Pêro Pinheiro x Amora Real x Cartaxo

ANDEBOL – Um golo a dois segundos do fim do terceiro e derradeiro jogo do título, afastou o Colégio João de Barros (CJB) do lugar mais desejado. Ainda assim, sagrou-se vice-campeão nacional da 1.ª Divisão (seniores femininos), que se traduz na melhor classificação de sempre. Depois da vitória no primeiro jogo (22-21), em casa, seguiu-se uma derrota no segundo (2227), em Aveiro. Foi pois necessário um terceiro, para decidir o campeão nacional. O Alavarium, a jogar novamente em casa, conseguiu-o (22-21).

Jogos decisivos em agenda

1

2

COC domina ORIENTAÇÃO – Um total de 14 títulos foi o saldo do Clube de Orientação do Centro (COC) nos Campeonatos Nacionais de Distância Longa e Sprint (Osso da Baleia, Pombal, 4 e5 de Maio). Entre eles destaque para os de Tânia Olaio (D14), Joaquim Sousa (H40), Anabela Vieito (D40), Luísa Mateus (D45) e Rui Antunes (H55).

3

associação de futebol de leiria

HONRA

4

28.ª Jornada 12 de Maio Lisboa e Marinha x Bombarralense (4-3) Portomosense x Avelarense (7-0) Vieirense x Meirinhas (0-1) GRAP/Pousos x Pataiense (5-1) Atouguiense x Marrazes (3-2) Alvaiázere x Pelariga (1-1) Nazarenos x Pousaflores (4-1) Fig.Vinhos x Guiense (1-4) 1.º 2.º 3.º 4.º 5.º 6.º 7.º 8.º 9.º 10.º 11.º 12.º 13.º 14.º 15.º 16.º

Equipa Portomoense Marrazes Guiense GRAP/Pousos Nazarenos Pelariga Meirinhas Pousaflores Pataiense Vieirense Fig.Vinhos Atouguiense Lisboa Marinha Alvaiázere Avelarense Bombarralense

J 28 28 28 28 28 28 28 28 28 28 28 28 28 28 28 28

V 19 17 15 16 14 13 12 13 11 11 11 10 9 4 4 2

E 4 7 8 5 4 7 7 3 8 7 6 3 4 4 3 6

D 5 4 5 7 10 8 9 12 9 10 11 15 15 20 21 20

Pts 61 58 53 53 46 46 43 42 41 40 39 33 31 16 15 12

29.ª Jornada 19 de Maio Guiense x Atouguiense .Todos os jogos às 17h00 Marrazes x GRAP/Pousos Pousaflores x Vieirense Meirinhas x Alvaiázere Pelariga x Lisboa e Marinha Bombarralense x Portomosense Figueiró dos Vinhos x Avelarense Pataiense x Nazarenos

5 Festa em alguns pontos do distrito de Leiria, na sequência dos títulos distritais que vão sendo conquistados. Aproxima-se o final de mais uma época desportiva e fim-de-semana após fimde-semana, novos campeões vão surgindo. Os últimos foram o C.C Ansião [1], que conquistou a Taça Distrito da Associação de Futebol de Leiria (futebol 11, seniores masculinos), frente à U.D. Leiria (1-0); o G.C. Alcobaça [2], que se sagrou campeão da 1.ª Divisão (futebol 11, juvenis masculinos), após vencer a U.D. Serra (5-4, após grandes penalidade); o A.C. Leiria [3], que conquistou a 2.ª Divisão (futsal, seniores masculinos), na sequência da vitória sobre o Condestável A.C. (5-4, após grandes penalidades); a A.C.R.D. Louriçal [4], que venceu a final do campeonato distrital (grupo B, futsal, juvenis masculinos), frente ao E.C. Benedita (3-2); e o A.D.R.C.Vidigalense, que conquistou a 1.ª Divisão (futsal, seniores masculinos), graças à vitória perante A.R.C. Catarinense (5-2). Fotos: Associação de Futebol de Leiria

FUTEBOL – U.D. Leiria ou A.D.R.C. Moita do Boi, uma destas equipas sagrar-se-á campeã distrital da 1.ª Divisão. O jogo decisivo está agendado para o Estádio de Pombal, 19 de Maio, 17h00, e colocará frente-a-frente os vencedores das séries sul e norte, respectivamente. Curiosamente a equipa comandada por Luís Bilro não guarda boas recordações do palco do jogo, pois foi lá que perdeu a Taça Distrito, no passado dia 12, perante o C.C. Ansião. Um dia antes (18), Campo de Valo dos Frades, 17h00, decidirse-á a Taça Distrito da Associação de Futebol de Leiria (AFL), juvenis masculinos, entre Caldas S.C. e Grupo Recreativo Amigos da Paz (Pousos). FUTSAL – O Pavilhão dos Pousos é o palco escolhido para as finais da Taça Distrito da AFL, nos escalões de iniciados masculinos e juniores femininos, agendadas para 19 de Maio. A primeira colocará frente-a-frente o C.C.R.D. Burinhosa e o G.R. Serro Ventoso (16h00), enquanto que a segunda envolverá o A.D. Portomosense e a A.C.R.D. Louriçal, respectivamente. No mesmo dia, mas no Pavilhão do Complexo Escolar do Furadouro (Óbidos), será a vez de S.C.E. Bombarralense e Peniche A.C. decidirem a Taça Distrito, no escalão de infantis masculinos. Um dia antes (18), o “caneco” referente ao escalão de seniores masculinos será decidido entre A.C.D. Igreja Velha e A.D.R.C. Vidigalense, jogo a ter lugar no Pavilhão da Nazaré, 18h00.


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16MAIO2013

A comunicação é o areópago dos tempos modernos. Papa João Paulo II, Redemptoris Missio


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