O GIROLANDO 88

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Jadir Bison

sofram interrupções no desenvolvimento nesta fase. Importante destacar o costume arraigado de fornecer-lhes o leite de vacas sob tratamento de mastite, ou seja com resíduos de antibióticos e presença de bactérias agressivas. Isto, com a constância do uso, provoca no organismo uma disbiose ou um tipo de desequilíbrio da flora intestinal. Neste cenário, os casos de diarreias profusas e persistentes são frequentes, com complicações (pneumonias), evoluindo frequentemente para o óbito. A desidratação das bezerras, as pneumonias e o enfraquecimento geral (má absorção) favorecem o outro grave problema, que é a maior suscetibilidade ao carrapato, complicando todo o quadro, por além de sugar sangue, transmitir a Tristeza Parasitária Bovina. Logicamente que os tratamentos de mastite devem ser realizados quando necessário e o leite destas vacas não merece ser jogado fora. Ele pode ser fornecido para as bezerras, mas o produtor deve evitar esta situação ao máximo e praticar, sempre, manejos preventivos contra mastites. Se for utilizar o leite contaminado, lembrar-se de algumas estratégias, como a pasteurização ou fervura do leite antes de fornecê-lo às bezerras. Isso ajuda desde que feito com cuidado (temperatura). É preciso avaliar a real necessidade de utilizar antibióticos, pois o simples aparecimento de grumos no teste da caneca de fundo escuro não é sinal automático de mastite a ser tratada. Uma mastite aguda passível de tratamento com antibióticos deve ter ao menos dois dos sinais clássicos: dor, rubor, tumor e calor. Se estes sinais não existirem, e verificar-se apenas os grumos, não

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é recomendado medicar nesta ordenha, pois se trata apenas de uma drenagem orgânica natural. Em nossa experiência, mais da metade das aplicações de antibióticos são evitáveis, simplesmente porque não se tratam de mastite e sim de auto-limpeza orgânica, porém este é um assunto muito amplo. Ambiência e Rotinas: dentre as estratégias, a questão do ambiente é vital. Muitos sistemas e esquemas existem, desde os mais radicais (casinhas elevadas) até os mais naturais (piquetes coletivos). A decisão de qual é o melhor é muito difícil, pois cada propriedade tem a sua realidade, disponibilidade de espaço e possibilidades de investimento. Entretanto, algumas rotinas contribuem para melhorar o desempenho, ao evitar doenças e crises, como: limpeza adequada dos baldes; diluição do sucedâneo; qualidade da água; temperatura do leite ou sucedâneo; quantidade de leite fornecida; troca periódica de lugar das casinhas; fornecimento de fibras longas; correção semanal da quantidade de ração fornecida; registro de ocorrências; avaliação do grau de carrapateamento através da contagem de teleóginas; controle da temperatura retal em caso de dúvidas, entre outras. As rotinas devem focar na observação e ações preventivas e corretivas, visando permitir que as bezerras ganhem o máximo de peso, com um mínimo de crises. Principais desafios Pode-se dividir em três principais problemas, por ordem de importância: Diarreia / Tristeza parasitária / Pneumonia Estas doenças frequentemente se somam


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