Girolando 124

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325 mg

SOMATOTROPINA

VOCÊ SABIA QUE PRODUÇÃO Leiteira E REPRODUÇÃO PODEM MELHORAR JUNTAS? A administração subcutânea de 325 mg de bST a cada 14 dias Promoveu aumento na produção de leite. Promoveu melhora na persistência da lactação. MAIS leite. MAIS lucro.

Efeito dos tratamentos com na resposta em fertilidade e manutenção da prenhez em vacas leiteiras Parâmetro

Tratamento

Controle 325 mg bST dose única 500 500

Prenhez no Prenhez nodia dia31 31(%) (%)

35,6 b b 35,6

37,5 ab ab 37,5

43,1 43,1 aa

Prenhez no Prenhez nodia dia66 66(%) (%)

29,9 b b 29,9

29,2 b b 29,2

38,0 aa 38,0

27,3 27,3bb

25,0 25,0bb

34,0 aa 34,0

Parição (%) Parição (%)

493 493

325 mg bST duas doses

Número devacas vacasavaliadas avaliadas Número de

490 490

Mais luc

A aplicação de 2 doses de 325 mg de bST: Você não pre Promoveu aumento nas taxas de prenhez. Promoveu aumento nas taxas de parição. MAIS prenhez, MAIS partos, MAIS leite.

Letras diferentes na mesma linha indicam diferença estatística. Adaptado de Ribeiro et al, Low Doses of Bovine Somatotropin Enhance Conceptus Development and Fertility in Lactating Dairy Cows. BIOLOGY OF REPRODUCTION (2014) 90(1):10, 1–12

NA MEDIDA ADEQUADA PARA TODOS OS REBANHOS

Mais de 3 ao longo d 4

Vantagens contínuas Mais leite por lacta por três lactações po


325 mg

SOMATOTROPINA

INDICAÇÃO E MODO DE USAR é

indicado para aumentar a fertilidade em vacas leiteiras em lactação durante o período próximo a implementação de programas reprodutivos, resultando em aumento da taxa de concepção e redução da mortalidade embrionária. Aplicar

nas inseminações (cio natural) e IATFs. Repetir 14 dias depois.

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325 mg

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cumulada m animais

2 mL RIC-BE 1 mL TEC-Relin aumentar sua produção. 5 mL PROGECIO

(D25) 14 dias depois

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Pronta para uso!

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Liberação lenta do princípio ativo.

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2 mL de ESTRON

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PRIMER (1º uso)

Lactotropin®

D0 (8:00) ® Lactotropin

Prolonga a vida das célulasD7 secretoras.

• Maior D9 persistência; sustenta D11 a produção de leite.

Seguro.

• Não coloca em risco animais e humanos.

(8:00)

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*Aplicar o POSILAC (2a. Dose) 14 dias após IA

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Agener, mais uma vez levando a todos os tipos de rebanhos e sistemas de produção de leite a possibilidade de aumentar a lucratividade

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REVISTA O GIROLANDO

MENSAGEM DA DIRETORIA

Odilon de Rezende Barbosa Filho PRESIDENTE

Eugênio Deliberato Filho VICE-PRESIDENTE

Marcos Amaral Teixeira 1º. DIRETOR-ADMINISTRATIVO

Márcio Luís Mendonça Alvim 2º. DIRETOR-ADMINISTRATIVO

José Antônio da Silva Clemente 1º. DIRETOR-FINANCEIRO

Luiz Fernando Reis 2º. DIRETOR-FINANCEIRO

Domício José Gregório A. Silva DIRETOR RELAÇÕES INST. E COMERCIAIS

José Renato Chiari DIRETOR TÉCNICO CIENTÍFICO

Tatiane Almeida Drummond Tetzner DIRETORA DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Aurora Trefzger Cinato Real DIRETORA DE FOMENTO E EVENTOS

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Estamos concluindo o nosso primeiro ano de gestão à frente da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando. E não foi nada como planejamos, mas foi vitorioso como sempre almejamos. Nem precisamos falar que a pandemia exigiu de todos muita resiliência e inovação, não só de nós, enquanto diretoria, mas de vocês, associados. Tivemos de buscar novos rumos, até parece que nosso slogan de campanha para a presidência da Girolando já previa esse turbilhão que seria 2020. Mas quem vive do leite está acostumado a dar a volta por cima e a encontrar alternativas para fazer o negócio prosperar. Assim, entramos para a história do agro brasileiro como a primeira associação de criadores a dar um formato televisivo para uma exposição de gado. E o sucesso da Megaleite na TV não passou despercebido no mercado, servindo de exemplo para outras entidades realizarem suas exposições em formatos similares. O agro é isso. É união de forças. Prova disso, é que tivemos uma adesão grande de novos associados que estão acreditando na raça Girolando para viabilizar seus projetos pecuários. Até outubro, foram 280 novos associados. Inovamos também na Pré-seleção de Touros Girolando, implantando novo formato com o intuito de aprimorar os critérios para a participação dos reprodutores, de ampliar a participação dos criadores/associados e de otimizar a aplicação dos recursos destinados ao Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando (PMGG). Com isso, queremos dar maior ênfase às avaliações genéticas/ genômicas. Promovemos uma redução significativa no custo da inscrição, passando de R$2.400,oo para R$400,00. No Controle Leiteiro, adotamos a coleta obrigatória de componentes de qualidade do leite (Controle de Células Somáticas, gordura e proteína), o que vai enriquecer as avaliações genéticas e genômicas da raça. Contamos, nessa ação, com a ajuda primordial do Fundo de Investimento do Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando, que está fazendo uso de seus recursos a fim de subsidiar parte das análises pelos próximos três anos. Quanto ao Serviço de Registro Genealógico, seguimos bem, com o número de animais registrados dentro do estimado para o ano. E olha que a estimativa de superar em mais de 80 mil o número de registros foi feita antes da pandemia, mas o criador está fazendo seu papel e investindo na raça mesmo em um ano atípico para a economia mundial. Aliás, a pecuária leiteira, em termos de preço do leite, também tem o que comemorar neste ano, com uma valorização importante tanto do leite produzido quanto de animais comercializados. Se a roda da economia gira bem, o produtor não se nega em investir em genética e serviços de qualidade. É o que estamos vivenciando em 2020. Deus queira que 2021 venha com a cura para essa doença que nos fez perder tantas pessoas queridas e abalou a vida financeira de muitas famílias. Fica aqui o nosso desejo de dias melhores e a esperança de podermos nos reencontrar presencialmente na Megaleite 2021 e em tantos outros eventos que sempre fizeram parte do nosso cotidiano. Um Natal e Ano Novo abençoado para todos!


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REVISTA O GIROLANDO

EDITORIAL

por Larissa Vieira Editora

Aprendizado, superação, recomeço. Com essas lições, 2020 está chegando ao fim, mas também cercado de interrogações sobre como será o ano seguinte. Para a pecuária leiteira não há dúvida de que, apesar da pandemia, os preços ficaram mais estáveis e houve valorização tanto de animais quanto do leite e derivados. Economicamente, o País ainda tem problemas a resolver para reduzir o desemprego, melhorar o poder de compra do consumidor e afastar de vez a Covid-19. Voltando os olhos para o agro, os investimentos porteira adentro cresceram, pois o produtor está mais capitalizado. A raça Girolando teve boa valorização dos animais, com boas médias nos leilões e boas vendas na porteira. O número de novos associados da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando também superou as expectativas, mostrando que a raça tem despertado o interesse dos produtores brasileiros. Contribui para essa valorização da raça os avanços alcançados em termos de melhoramento genético. Como trazemos em nossa matéria de capa, a Girolando está tornando viável desde pequenos a grandes projetos pecuários, por ser mais rústica, fértil e produtiva, independente da região onde se encontra a fazenda. Ao optar pela Girolando, os produtores estão conseguindo mais rentabilidade no negócio. E esses pecuaristas não abrem mão de investir em procedimentos de seleção que vão dos mais tradicionais, como o

Controle Leiteiro, até os mais recentes, como a genômica. Nesta edição você vai conhecer como criadores têm agregado valor ao rebanho, apostando nessas ferramentas de seleção e no que está por vir com a genômica. Outro tema relevante que trazemos é na parte sanitária. Com o verão chegando, os casos de mastite clínica podem aumentar e a prevenção é o melhor remédio. Além disso, mostramos cuidados com os bezerros para evitar a temida diarreia. Aliás, falando em bezerros conversamos com um especialista em sanidade, o médico-veterinário José Zambrano, que atua no Rehagro, capacitando profissionais e criadores em relação à sanidade animal. Em entrevista à Revista Girolando Zambrano fala sobre os pontos-chaves na criação de bezerras, como: colostragem, ambiente, instalações, umbigo e alimentação. Também trazemos resultados de pesquisa sobre a exigência energética proteica para animais Girolando durante a gestação e ainda outros estudos que estão em andamento na Universidade Federal de Viçosa, que hoje conta com um rebanho da raça graças à doação de associados. A volta das exposições é outro tema desta edição, assim como a data da Megaleite 2021. Tem muita novidade e espero que com esse espírito de inovação você comece o próximo ano. Boas Festas!

EXPEDIENTE Revista Girolando: Órgão Oficial da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando • Editora: Larissa Vieira lamoc1@gmail.com • Depto. Comercial: Mundo Rural (34) 3336-8888 - Míriam Borges (34) 9 9972-0808 miriamabcz@mundorural.org • Design gráfico: Yuri Silveira (34) 9 9102-7029 artes@mundorural.org • Revisão: Maria Rita Trindade Hoyler • Fotografias: Jadir Bison (34) 99960.4810 jadirbison@yahoo.com.br • Conselho editorial: Odilon de Rezende Barbosa Filho, Leandro Paiva, Consuelo Mansur Pereira Farah, Domício Arruda Silva, Tatiane Tetzner, Miriam Borges e Larissa Vieira • Impressão CTP: Gráfica 3 Pinti (34) 3326-8000 • Tiragem: 6.000 exemplares • Periodicidade: Trimestral (Março, Maio, Julho e Setembro) • Circulação: Dia 15 dos meses ímpares • Distribuição: Para todo o Brasil via correios e Disponível na versão on line no site www. girolando.com.br. • Redação: Rua Orlando Vieira do Nascimento, 74 - CEP: 38040-280 - Uberaba/MG • Telefone: (34) 3331-6000 • Assinaturas: R$ 98,00/ano – financeiro@mundorural.org • 22 anos de circulação ininterrupta revistagirolando

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@ogirolando

girolando.com.br

revistagirolando


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REVISTA O GIROLANDO

Índice MENSAGEM DA DIRETORIA 04 EDITORIAL 06 GIRO LÁCTEO 10 LANÇAMENTOS E INOVAÇÕES 12 DIARREIA EM BEZERROS – UM PROBLEMA COMUM DENTRO DAS PROPRIEDADES 16 OS AVANÇOS CONTRA A MASTITE CLÍNICA 18 GIROLANDO 4.0 22 CIÊNCIA E CAMPO EM UMA SÓ SINTONIA 24 EXIGÊNCIA ENERGÉTICA PROTEICA PARA ANIMAIS GIROLANDO DURANTE A GESTAÇÃO 26 VOCÊ REALIZA GESTÃO DE INDICADORES? 30 RETOMADA DAS EXPOSIÇÕES 40 GESTÃO DE SUCESSO 44 ENTRE OS TOP DA PRODUÇÃO DE GENÉTICA E DE LEITE 48 PRODUÇÃO DE DERIVADOS EM ALTA 52 UNIÃO EM NOME DA RAÇA 54 9 PONTOS SOBRE PLANEJAMENTO SUCESSÓRIO E AS NOVAS GERAÇÕES 56 CONSELHO 57 POR TRÁS DO SUCESSO DE UMA RAÇA 58 NOVOS ASSOCIADOS 59 GIROLANDO KIDS 60 FALE CONOSCO 62

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Controle leiteiro: uma ferramenta democrática

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“As bezerras são o futuro produtivo das fazendas”

50 MATÉRIA DE CAPA

Genética de alta performance em qualquer região 10


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REVISTA O GIROLANDO

GIRO LÁCTEO

Mudança na Royal DSM

A Royal DSM tem novo vice-presidente do negócio de Nutrição e Saúde Animal para Ruminantes Brasil. Quem assumiu o cargo foi Sergio Schuler, sucedendo Ariel Maffi, que se aposentará no fim deste ano. Mestre em Biotecnologia pelo Instituto Federal de Tecnologia de Zurique, Suíça, e mestre em Administração de Empresas pela Universidade de Chicago, Sergio Schuler tem mais de 20 anos de experiência internacional como executivo Sênior em importantes cargos de gestão e acumula vasto histórico de recuperação de negócios, sólida formação financeira e grande expertise em vendas e marketing. Investimento no agro A fintech Ceres Investimentos, que atualmente possui mais de R$700 milhões sob gestão, terá um canal exclusivo para atender os clientes do agronegócio que precisam de soluções financeiras. A empresa criou a Ceres Agrobank para ser a conexão entre as tecnologias em soluções financeiras e os investidores do setor agrícola, sendo o canal direto entre as mesas de operações e o produtor rural. A Ceres Agrobank

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por Miriam Borges

terá ainda a oferta de opções de negociação de Cédula do Produtor Rural (CPR) e contará com uma agência física, com atendimento dedicado a esse tipo de operação. A primeira unidade será implantada em Uberaba/MG, um dos maiores municípios produtores de grãos de Minas Gerais e maior polo de genética bovina de raças zebuínas do mundo. Em Uberaba está a sede operacional da Ceres Investimentos. Alterações no Estatuto Os associados da Girolando aprovaram no dia 21 de outubro, durante Assembleia Geral Extraordinária Virtual, propostas de alteração do Estatuto Social da entidade. Houve a participação de 138 associados. A votação ocorreu via Sistema WEB Girolando já que, por conta da pandemia, a Assembleia não pôde ser presencial. Todas as alterações aprovadas estão disponíveis para consulta no site da Girolando. Eleição CDT

O Conselho Deliberativo Técnico (CDT) da raça Girolando tem novo presidente. Durante reunião ocorrida no dia 19 de outubro, o zootecnista

Gustavo Gonçalves, que é coordenador Operacional do PMGG, foi eleito presidente do CDT, para a gestão 2020/2022. Segundo ele, o melhoramento genético da raça será o principal foco de ação do CDT nesses próximos anos. Durante a reunião, ainda foram debatidos temas relativos ao PMGG e ao Serviço de Registro Genealógico. A prioridade desta gestão será aumentar o volume de dados dos animais dentro do programa e garantir um maior acesso a essas informações. Em relação ao Registro Genealógico, as sugestões apresentadas objetivavam a desburocratização do processo. Todas as propostas aprovadas pelo grupo serão encaminhadas ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para validação. Reconhecimento Para reconhecer o trabalho dos associados na seleção e promoção da raça, a Girolando instituiu neste ano o Certificado do Ranking Nacional. Foram agraciados os cinco melhores classificados nas diversas categorias do Ranking Nacional 2019 – Modalidade Rebanho e do Ranking Nacional Girolando 2019/2020 – categorias Expositor e Criador. Foram enviados mais de 260 certificados para criadores em todo o País. Segundo o presidente da Girolando, Odilon de Rezende Barbosa Filho, esta é uma iniciativa que visa reconhecer o trabalho e empenho de todos os associados e que certamente será mantida para os próximos anos.


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REVISTA O GIROLANDO

LANÇAMENTOS E INOVAÇÕES

Combate a diarreias

A UCBVET Saúde Animal possui em seu portfólio um protocolo ideal para o tratamento de diarreias. O Cursotrat é um antimicrobiano à base de Colargol ou Prata Coloidal que possui poderosa ação bacteriostática e provoca intensa leucocitose, aumentando a resistência orgânica do animal contra os processos infecciosos. Além dessas propriedades, exerce ação oxidativa sobre as toxinas bacterianas, reduzindo-as a substâncias inócuas ao organismo do animal. Pode ser associado a Flunixina Injetável UCB, um potente anti-inflamatório à base de Megluminato de Flunixina 91,243mg que ainda possui ação antipirética, analgésica e antiendotóxica. Catálogo Nacional de Leite 2020/2021 A Alta lançou o novo Catálogo Nacional de Leite 2020/2021. O material contém informações atualizadas da maior bateria de touros avaliados genomicamente no mercado e que fazem parte da Central. Ao todo, o Catálogo 2020/21 traz 156 touros para atender os mais diversos mercados e sistemas de produção. Da raça Girolando são 60 animais, com destaque para o Guerreiro Maxima Fiv 2r Jatai, com um GPTA leite de 2.375 quilos, com acurácia de 68%. Guerreiro é filho do consagrado Elo Supersire Fiv Kub, também da bateria Alta, que possui em sua genética a vaca recordista CCG 1/4 HOL da raça Girolando, Maxima Baxter Fiv da Prata. Produção de embriões A ABS Global produziu 64.460 embri-

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ões nos laboratórios próprios e afiliados da empresa espalhados pelo mundo, no mês de agosto. Foi a maior produção em um único mês já registrada na história da ABS Global. Os laboratórios localizados no Brasil (próprios e afiliados) foram responsáveis por 48,2% (31.069) da produção de todo o grupo. Já no início de setembro o laboratório de Embriões da ABS em Uberaba registrou um recorde: em apenas um dia foram produzidos 1.905 embriões, após a aspiração de 8.525 oócitos de 213 doadoras em cinco fazendas, também em um único dia. No Brasil, a ABS Embriões dispõe de três laboratórios próprios (Uberaba/MG, Mogi Mirim/SP e Xinguara/PA) e oito afiliados.

garante a aplicação do produto em diversas receitas. A iniciativa é parte de um movimento focado no fortalecimento da marca, na experiência do consumidor e na aproximação com o mercado. Em 2020, o projeto da Embaré já resultou no lançamento do APP Sou Camponesa, no e-commerce próprio da empresa e na promoção “Sabor de Prêmios”, ação que busca aumentar a experiência do cliente com os produtos da marca nos mais diversos canais de compras. Monitoramento de vacas

Novas embalagens Camponesa

A Embaré lançou recentemente as novas embalagens da Camponesa, tradicional linha de lácteos da empresa. A proposta é levar o mesmo sabor e qualidade à mesa dos consumidores, mas com um visual mais moderno e condizente com a atual fase da companhia. A escolha por cores mais claras nas novas embalagens destaca a pureza dos produtos da marca, que são feitos com leite puro do campo e produzidos nos mais altos padrões de qualidade. As novas embalagens estão entrando no mercado de forma gradativa e poderão ser encontradas em breve nas principais redes de supermercados. Mais novidades Em conjunto com as novas embalagens, a Camponesa lança um novo produto no mercado: o leite condensado semidesnatado de 395 gramas. A nova versão é nutricionalmente mais leve, tem menos gordura e calorias. Mas a qualidade do produto entrega a cor e a textura semelhantes à da versão tradicional, o que

O sistema de monitoramento animal é uma saída para melhorar o desempenho da pecuária leiteira que possui margens cada vez mais apertadas. Com a solução de monitoramento de vacas Allflex SenseHub™, os produtores podem se beneficiar de uma nova abordagem de gerenciamento para as operações, que pode ajudá-los a melhorar suas decisões na hora de inseminar para maximizar a produtividade, por exemplo. A solução usa algoritmos comprovados pelo mercado para monitorar e analisar os comportamentos das vacas com base na atividade, ruminação, tempo comendo e outros comportamentos importantes. Ainda ajuda a aperfeiçoar as estratégias de reprodução, a aumentar as taxas de serviço e de concepção, a reduzir o intervalo entre partos e a melhorar o desempenho geral das características genéticas do rebanho e os custos de mão de obra ou detectar problemas de saúde de forma precoce, antecipando-se aos sinais visíveis de uma doença.


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ENTREVISTA

por Larissa Vieira

“As bezerras são o futuro produtivo das fazendas” Essa é a definição do médico-veterinário venezuelano José Zambrano, para essa categoria tão importante dentro do sistema produtivo das fazendas leiteiras. Ele acumula 12 anos de experiência em sanidade bovina a campo. Depois de se formar em Medicina Veterinária pela UCLA, em seu país de origem, veio aprimorar os estudos no Brasil. É mestre e doutor em Ciência Animal (clínica de ruminantes) pela UFMG. Também atua no Rehagro, capacitando profissionais e criadores em relação à sanidade animal. Em entrevista à Revista Girolando, Zambrano fala sobre os pontos chaves na criação de bezerras, como colostragem, ambiente, instalações, umbigo e alimentação. Confira: Girolando

José Zambrano

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Hoje estou animado porque muitas pessoas entenderam isso. Acredito que foi um trabalho de formiga de várias pessoas no Brasil, que juntaram forças. Muitas fazendas estão visando conforto para as bezerras, melhora nas instalações, adequada alimentação e cuidados básicos, como colostragem e cura de umbigo bem feita. Esse modelo de fazenda tem percentuais de mortalidade no aleitamento menor que 5%. Mas é claro que não posso generalizar; temos muitas fazendas também errando no básico, errando na quantidade de animais que suporta o bezerreiro, não respeitando métodos de higiene e muito menos vazio sanitário, além de outros manejos básicos no bezerreiro.

Os estudos mostram que uma criação de bezerras leiteiras bem feita interfere na produção futura do animal. Em termos gerais, como essa etapa vem sendo tratada nas propriedades brasileiras? Quais são os erros mais comuns na criação de bezerras? Sem dúvida uma bezerra bem criada representará uma vaca produtiva. Por muito tempo enxergamos as bezerras como tiradoras do lucro da fazenda, já que tinham um custo elevado e não conseguíamos visualizar o retorno. Mas esta categoria animal tem que ser observada de outro ponto de vista. As bezerras são o futuro da fazenda, e vai ter sim esse retorno econômico, mas vai demorar. E vai demorar de acordo com a criação que estamos dando para elas. Animais com ganho de peso maior serão mais bem desmamados no futuro e chegarão mais rápido ao peso para inseminar. Também terão o primeiro parto muito mais rápido, com produção superior ou adequada.

Girolando

José Zambrano

Os cuidados devem começar ainda no parto, em relação à sanidade, manejo e nutrição? Os cuidados começam, na verdade, na escolha do touro que vamos


usar para inseminar os nossos animais, seguido de manejo dessa vaca ou novilha gestante, e cuidados na vaca seca e/ou pré-parto. O melhor exemplo disso é o resfriamento de animais no pré-parto. Vários estudos mostram que o fenômeno chamado de “estresse calórico” interfere tanto na produção do animal quanto no da sua descendência, em produção e saúde. Monitoramento adequado do parto é importante, não se pode relaxar com os animais nesse momento, mas também não apavorar para realizar algum procedimento antes do tempo. Na minha opinião a base do sucesso se encontra no treinamento de pessoas para esta função. Girolando

José Zambrano

Girolando

José Zambrano

Girolando

José Zambrano

Após o nascimento, qual o manejo mais indicado em relação ao aleitamento e cuidados sanitários?

existe bezerreiro ideal para todas as fazendas. Acredito muito no bezerreiro que se adequa melhor para cada tipo de sistema. Temos trabalhado e defendido o sistema de casinha suspensa nos primeiros 30 dias de vida (período mais crítico), quando bem manejado e desenhado com resultados muito satisfatórios. O sistema tropical “argentino” também tem bons resultados quando bem manejado. É muito importante planejar a drenagem, principalmente na época de chuva. Girolando

José Zambrano

Cura de umbigo com tintura de iodo 10%, boa colostragem (o mais rápido possível) e ambiente adequado para esses indivíduos. Existe correlação das necessidades alimentares com o peso ao nascimento ou a quantidade de colostro e leite fornecidos varia conforme cada animal? Sim, de forma muito prática trabalhamos em fazendas com 10% a 15% do peso corporal, ou seja, se o bezerro pesa ao nascimento 40 quilos, usamos de 4 a 4,5 litros de um bom colostro (Brix superior a 22 graus) e higiênico. Atuamos em fazendas que ajustam a quantidade de colostro de acordo com o peso exato da bezerra, e outras propriedades colocam como rotina 4 litros de colostro nos animais. Lógico, caso se encontrem raridades nos pesos dos animais, bezerras com 50kg, por exemplo, deve ser ajustada essa quantidade. Como definir o melhor tipo de bezerreiro? Como a professora Sandra Gesteira (UFMG) costuma dizer, não

Girolando

José Zambrano

Que outros cuidados o produtor deve tomar com as instalações onde as bezerras vão ficar? Qualquer sistema deve ser planejado pensando no vazio sanitário. É muito importante ter a projeção de partos na fazenda e fazer os cálculos para entender se o bezerreiro vai atender a demanda de partos. Observamos muito nos sistemas uma falta de planejamento. Alguns produtores adotam a massagem em bezerras antes de determinados manejos. Essa prática pode contribuir para o desenvolvimento dos animais? Conheci essa ferramenta com o profissional Nilson Dornelas, na Fazenda Santa Luzia, localizada em Passos/MG. Essa ferramenta tem sido adotada por algumas fazendas na busca de animais mais mansos. Ir treinando os bovinos para não terem medo das pessoas e do manuseio. Este trabalho é contínuo até o momento da fêmea estar apta para ser inseminada e, posteriormente, após o primeiro parto, que é o momento de ir para ser ordenhada. É um trabalho que tem melhorado a mansidão para entrar na ordenha e ajudado a eliminar o uso de ocitocina. 17 16


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Equipe UCBVET

LEANDRO PAIVA

SANIDADE

Diarreia em bezerros – Um problema comum dentro das propriedades Cuidado com os bezerros é essencial para evitar problemas como diarreias.

A diarreia é uma das principais afecções que causam sérios impactos econômicos, produtivos e sanitários na criação de bovinos. É conhecida por ser uma doença multifatorial, resultante de vários fatores: baixa imunidade em decorrência de erros na transferência de imunidade passiva (colostragem); problemas ambientais; nutricionais; intoxicações e através de microrganismos patogênicos. Como consequência nas bezerras leiteiras, a diarreia pode trazer impactos negativos futuros, como: diminuição da produção na primeira lactação e consequentemente nas demais, além do aumento da idade ao primeiro parto. Os neonatos podem ser acometidos por diarreias de diferentes causas, podendo ser de origem infecciosa e não infecciosa ou uma interação entre esses fatores. As diarreias não infecciosas estão relacionadas geralmente pela manutenção dos bezerros em ambientes inadequados, erros de manejo e problemas nutricionais. Por outro lado, a diarreia infecciosa pode ser causada por bactérias, vírus e protozoários. Os principais agentes causadores de diarreias neonatais são: Escherichia coli enterotoxigênica (2,6 a 45,1%), Rotavírus (17,1 a 79,9%), Coronavírus (21,6 a 27,8%) e Cryptosporidium parvum (27,8 a 58,5%). A susceptibilidade à 18

doença irá variar de acordo com a idade, fator importante para auxiliar no diagnóstico e tratamento. Animais com idade inferior a 5 dias de vida geralmente são acometidos por Escherichia coli enterotoxigênica: essa bactéria se fixa nas células intestinais liberando toxinas que irão ocasionar o aumento da secreção de fezes. Bezerros acometidos por diarreias com idades entre 5 a 14 dias são comumente infectados por Rotavírus e Coronavírus que são ingeridos no alimento ou transmitidos por ambientes contaminados pelo vírus, causando atrofia das vilosidades intestinais, tendo como consequência má absorção de alimento e água, levando à diarreia. Nesta mesma faixa etária são comuns as infecções por Cryptosporidium e também por Salmonella. O Cryptosporidium é um protozoário que parasita o intestino de animais jovens, causando atrofias das criptas desse órgão, levando ao aumento da perda de água e açúcares nas fezes diarreicas. A Salmonella spp. é uma bactéria presente em alimentos e ambientes contaminados por fezes que podem causar graves consequências no organismo do animal, como inflamação, necrose e atrofia das vilosidades com aumento da secreção intestinal, desencadeando diarreias intensas que quando não são tratadas podem levar

o animal à morte. As infecções causadas pela Salmonella estão relacionadas a neonatos com idade de 5 dias de vida até o seu desmame. Por se tratar de uma doença multifatorial com vários agentes e intervalos de vida envolvidos, o diagnóstico precoce do agente causador poderá definir o sucesso do tratamento e, consequentemente, menor prejuízo financeiro. Independente dos agentes envolvidos a diarreia se caracteriza pela excreção de fezes com quantidades excessivas de água que pode conter de 5 a 10 vezes mais água que o normal. Além de aquosa, vários tipos de agentes podem causar a produção de fezes com odor fétido, coloração anormal, presença de muco e/ou sangue. Com a progressão da doença outros sinais se tornam evidentes, dentre eles: perda de apetite; diminuição de reflexo de mamada; apatia; incapacidade de se levantar; extremidades do corpo frias; febre e rápidos sinais de desidratação. Os animais que apresentam sinais clínicos de diarreia devem rapidamente ser separados dos demais, evitando a propagação da doença. Posteriormente o foco deve ser a eliminação do agente causador da diarreia através de um antimicrobiano que tenha ação efetiva, reidratar o bezerro e oferecer conforto retirando a dor e a febre que o animal possa vir a apresentar.


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REVISTA O GIROLANDO

Larissa Vieira

JADIR BISON

SANIDADE

Os avanços contra a mastite clínica Cuidados na hora da ordenha evitam a contaminação por bactérias causadoras da mastite

Saiba como reduzir a doença no seu rebanho, indo desde os cuidados tradicionais com o manejo das vacas, vacinação, até aplicativos que permitem uma série de medidas preventivas e tratamentos As chuvas começam a chegar por todo o Brasil e aí vem a necessidade de redobrar os cuidados com as vacas para evitar problemas como a mastite clínica, uma inflamação do tecido da glândula mamária. É que a mistura de calor, chuvas, e muito gado junto em áreas com bastante barro, ou seja, com condições ruins de higiene, favorecem a contaminação dos tetos e posterior infecção da glândula mamária por bactérias causadoras da doença, que é mais frequente no verão. Daí vem o prejuízo. Além de elevar os gastos com medicamentos, a doença pode ocasionar descarte e morte de animais precocemente, elevar os cus20

tos com mão de obra, aumento de descarte do leite e redução da produção dos animais doentes. Essa queda na produção leiteira pode variar de 20 a 40% por vaca doente. No Brasil, estudos mostram que a prevalência da mastite gira em torno de 10 a 11% de casos clínicos por mês, do total de vacas em lactação. Um índice considerado alto quando comparado a de outros países. Mundo afora o percentual está abaixo de 3%. O ideal seria ficar sempre abaixo de 5%, conforme orienta o médico veterinário e mestre em Nutrição e Produção Animal, Eduardo de Souza Campos Pinheiro. “A mastite clínica é principal-

mente causada por falhas no manejo do ambiente e da rotina de ordenha. Outro fator que favorece a maior incidência da doença é a fazenda não ter um trabalho de controle de bactérias contagiosas, já que, nesse caso, uma vaca pode contaminar a outra. A boa notícia é que, de acordo com os dados da OnFarm, um dos principais agentes causadores de mastite clínica e subclínica é a bactéria contagiosa Streptococcus agalactiae, que responde bem a tratamentos com antibióticos intramamários”, explica Pinheiro, que também é produtor de leite e é atualmente o diretor Técnico da OnFarm, empresa que oferece soluções para preservar a


saúde do úbere. Segundo ele, um trauma, lesão ou até alguma agressão química no úbere podem ser a porta de entrada para as bactérias causadoras da mastite. Por isso, os cuidados devem ser redobrados, tanto para evitar as lesões no teto quanto para deixá-lo totalmente limpo na hora da ordenha. É muito frequente a ponta ficar lesionada por conta da regulagem inadequada da teteira, já que o vácuo machuca o teto se não houver leite passando pelo canal. Nesse momento, se não tiver sido feita uma boa higienização, pode ocorrer a contaminação por micro-organismos de um ou mais quartos mamários via ducto do teto. “É preciso regular o equipamento de ordenha, de acordo com o úbere do animal e isso depende de alguns fatores, tais como o tipo do gado e da quantidade de leite que ele produz”, orienta. É necessário que o manejo na hora da ordenha seja criterioso também durante a limpeza dos tetos, que precisa ser muito bem executada. Usando luvas, para evitar a transmissão da mastite contagiosa e preservar sua saúde, o profissional responsável deve remover

todo o barro, de preferência sem lavar com água, mas, sim, usando o próprio produto de pré-dipping. Depois, deve proceder ao pré-dipping, com produto antisséptico adequado para eliminar as bactérias na pele. A imersão de cada teto, que deve ser coberto o máximo possível pelo produto, deve durar no mínimo e 30 segundos, para maior ação germicida. Na sequência deve-se secar com papel toalha limpo, uma ou duas folhas por teto, sem usar o mesmo papel para os demais. “No período das águas, talvez precise fazer dois pré-dippings para limpar melhor a área”, recomenda o médico veterinário. Terminada a ordenha é preciso fazer o pós-dipping para eliminar possíveis bactérias transmitidas pela teteira. Como animais com mastite clínica apresentam alterações como: leite em estado aquoso, grumos, pus e sangue, o teste da caneca de fundo preto realizado antes da ordenha ajuda a identificar animais com o problema. Também é recomendável que se avalie o úbere para ver se ele apresenta uma ou mais das seguintes alterações: inchaço, aumento de temperatura local, vermelhidão, aumento da sensibilidade dolo-

rosa e até endurecimento dos quartos mamários. Nos casos mais graves de mastite, os animais podem apresentar apatia, febre, desidratação, redução do apetite e, consequentemente, da produção leiteira. Outro indicativo de mastite é a alteração na contagem de células somáticas (CCS). Se ficar acima de 200 mil cel/ml, indica-se fazer a coleta de cultura microbiológica do animal para tentar identificar a causa da infecção. Tratamentos alternativos Prevenção contra a mastite é um dos melhores investimentos. “Com um bom manejo e tratamentos adequados é possível reduzir muito a doença do rebanho. Infelizmente não existe uma vacina que previna a mastite, mas algumas podem ajudar a reduzir o prejuízo causado por ela”, destaca Pinheiro. Segundo ele, estudos mostram que a vacinação contra Escherichia coli reduz a gravidade dos casos de mastite clínica, o que diminui gastos com tratamento da doença, já que na grande maioria dos casos de infecção leve por essa bactéria a vaca consegue se recuperar sozinha.

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JADIR BISON

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Pré e pós-dipping são essenciais para evitar mastite clínica

No período da secagem a recomendação é aplicar a primeira dose da vacina 60 dias antes da vaca parir, a segunda dose 30 dias antes do parto e uma terceira dose de 20 a 30 dias depois do parto. Também pode-se vacinar todas as vacas em lactação. Essa vacinação massal tem efeito de até 90 dias. No período das chuvas, a recomendação é para vacinar todas as vacas e não apenas aquelas que vão secar. Outra importante bactéria causadora de mastite, Streptococcus uberis, pode ser evitada com a vacinação. De acordo com Pinheiro, em breve essa vacina deve chegar ao Brasil. Cuidados com o ambiente - O local onde as vacas comem e bebem água deve estar sempre limpo, evitando barro. Para isso, é recomendado raspar o local para tirar a sujeira. Uma dica para melhorar o ambiente é plantar árvores no sentido Norte/Sul, e em fileira. Além disso, é preciso ter cuidado com a parte nutricional das vacas para não cair a imunidade. Parceria para combater a mastite - A Associação Brasileira dos Criado-

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res de Girolando e a empresa OnFarm firmaram parceria para estimular os produtores que trabalham com a raça a ter ainda mais controle da mastite em seus rebanhos. Os associados têm direito a desconto de 10% nas mensalidades do sistema de cultura na fazenda da OnFarm. As ferramentas oferecidas permitem não só o controle da mastite, mas também o uso racional de antibióticos e melhoria da qualidade do leite. “Oferecemos um sistema único e inovador que leva o controle da mastite para um novo patamar. Um dos diferenciais do serviço é que a empresa faz a cultura microbiológica na fazenda. O sistema permite o diagnóstico bem mais rápido, com o resultado saindo em 24 horas. Além de identificar a vaca doente mais precocemente, é possível detectar a bactéria causadora da doença antes de dar início ao tratamento e saber quais animais realmente estão infectados. Dessa forma, haverá maior assertividade dos protocolos de tratamento e economia com leite, que deixará de ser descartado”, esclarece o diretor Técnico da Onfarm. Segundo ele, o uso racional de an-

tibióticos não só interfere na redução de custos como também na qualidade do leite. Essa diminuição no uso desse medicamento é em média de 40%, para os casos de mastite clínica. “Conhecendo o agente em 24h, o produtor poderá adotar medidas de manejo como segregação, secagem antecipada, tratamento ou descarte. Essa rapidez é fundamental para o controle da mastite e redução da contagem de células somáticas”, acrescenta. O produtor ainda pode gerenciar tudo pelo aplicativo de celular: acompanhar os diagnósticos, criar protocolos de tratamento, taxa de cura por agente ou gerenciar as tarefas com os animais. Como conta com 850 laboratórios atendendo mais de 1.000 fazendas pelo Brasil, a empresa consegue disponibilizar pelo aplicativo os medicamentos mais usados e informar quais são as bactérias mais frequentes por região do País etc. Os interessados em participar da promoção da Girolando devem entrar em contato com a empresa OnFarm pelo número: 19 - 97144-1818 (WhatsApp). Mais informações podem ser obtidas através do http://onfarm.com.br/

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Pamela Itajara Otto - médica-veterinária e doutora em Zootecnia Simone Eliza Facioni Guimarães - professora da Universidade Federal de Viçosa Marcos Vinícius Barbosa da Silva – pesquisador da Embrapa Gado de Leite GUSTAVO GONÇALVES

GENÉTICA

Girolando 4.0 Rebanho Girolando terá ganhos significativos com a genômica

Genômica revela genes importantes para a produção de leite na raça A pecuária é uma das atividades mais importantes do agronegócio brasileiro, sendo que a produção de leite tem assumido posição de destaque, com aumento contínuo nas últimas décadas. É importante destacar que a maior parte do leite no Brasil é produzida em sistemas de pastejo localizados em ambientes desafiadores, o que enfatiza a importância da seleção de animais adaptados às diferentes regiões para o sucesso da produção de leite. Para atender a esses requisitos, a raça Girolando foi criada a partir do cruzamento de animais da raça Holandesa e Gir, objetivando a produção sustentável de leite em regiões tropicais e subtropicais. A raça Girolando está presente na maioria das fazendas leiteiras brasileiras e cerca de 80% do leite produzido no País é oriundo da produção de animais com alguma composição genética entre as raças Holandesa e Gir. Desde o ano 2000, verificou-se aumento significativo (51,29%) na produção média de leite em 305 dias na raça, passando de 3.599 para 5.445kg. As avaliações genéticas anuais de animais Girolando e a recente inclusão de in24

formações genômicas têm contribuído para o aumento da eficiência da seleção de touros e vacas jovens e avanços no Programa de Melhoramento Genético da raça Girolando (PMGG). Ao longo da última década, o uso de técnicas de genotipagem com chips de DNA vem fornecendo valiosas informações para o estudo das relações entre genes e fenótipos (características) de interesse para a pecuária, possibilitando a realização de diversos estudos, como o GWAS (do inglês genome-wide association studies ou estudos de associação ampla do genoma). Este estudo, usando marcadores moleculares, fornece uma abordagem poderosa para a identificação de regiões no genoma onde podem estar localizados genes associados a diversas características de importância econômica. Em 2018, a parceria entre a professora Simone Eliza Facioni Guimarães, da Universidade Federal de Viçosa, com o pesquisador Marcos Vinicius Gualberto Silva, da Embrapa Gado de Leite, e pesquisadores da Wageningen University & Research, na Holanda, uma renomada

universidade e de grande importância na área de pesquisa pecuária internacional, possibilitou a realização do primeiro estudo de GWAS para avaliação da produção de leite em até 305 dias na raça Girolando. Este estudo (“Single-step genome-wide association studies (GWAS) and post-GWAS analyses to identify genomic regions and candidate genes for milk yield in Brazilian Girolando cattle”), recentemente publicado no Journal of Dairy Science, foi conduzido e faz parte da Tese de Doutorado da médica veterinária Pamela Itajara Otto. Resumidamente, o artigo versa sobre a variação encontrada no DNA dos animais para a produção de leite em até 305 dias na raça Girolando e, também, a identificação de genes ligados a essa característica, tema de relevância para a pecuária leiteira, dada a grande importância do Girolando para a produção de leite no Brasil. O artigo traz, também, novas perspectivas de uso de aplicação da genômica nos programas de seleção e melhoramento dos rebanhos Girolando. Um importante ponto a ser desta-


CARLOS LOPES O artigo apresenta genes importantes envolvidos inclusive com o sistema mamário.

cado nesse artigo é o uso da abordagem moderna e que nunca havia sido usada em bovinos anteriormente, chamada de BOA (do inglês breed-of-origin of alleles, que pode ser traduzido como a raça de origem dos alelos). Essa ferramenta foi recentemente desenvolvida pelos pesquisadores da Holanda para identificar a raça de origem dos alelos em aves e suínos cruzados e, posteriormente, adaptada para animais Girolando para a avaliação de características adaptativas e de produção de leite. É importante lembrar que cada marcador genético usado nas análises é composto por dois alelos, herdados um de cada pai. Como exemplo, pode ser citada a beta-caseína, onde duplicidade de alelos A2 em um animal o torna A2A2. Dessa forma, animais Girolando podem ter marcadores com dois alelos herdados da raça Gir ou então dois alelos da raça Holandesa ou, ainda, um alelo herdado de cada raça. Isso faz com que as informações genômicas de animais oriundos de raças criadas a partir de cruzamentos sejam compostas de um mosaico de regiões genômicas herdadas das diferentes raças parentais

(raça de origem), ou seja, um quebra-cabeça formado por peças que vieram da raça Holandesa e outras da raça Gir. Essas informações podem ser incluídas em modelos de avaliação genética ou genômica, permitindo avaliar se a raça que transmitiu o alelo pode afetar o desempenho de animais Girolando. Assim, animais que herdaram um “alelo X”, da raça Holandesa, podem ter desempenho diferente se o mesmo alelo fosse herdado da raça Gir. Essa é uma informação de grande relevância para o PMGG, que pode contribuir para avanços genéticos na raça. Os resultados encontrados na pesquisa, usando a abordagem BOA, mostraram que as diferenças existentes na produção de leite dos animais da raça Girolando dependem da raça de origem dos alelos. Alelos provenientes da raça Gir apresentaram maior variação do que alelos vindos da raça Holandesa. Essa diferença pode ser resultado do processo de seleção genética. A seleção de um alelo ou característica específica em sucessivas gerações pode resultar na fixação de alelos e perdas substanciais na diversidade genética, que podem ser intensificadas pelo uso da seleção genômica. Como o Programa Nacional de Melhoramento do Gir Leiteiro (PNMGL) foi iniciado mais recentemente, em 1984, em relação aos programas de seleção na raça Holandesa, a raça Gir não passou por um processo intensivo de seleção para produção de leite como ocorreu com a raça Holandesa, o que pode explicar a maior variação encontrada nos alelos herdados da raça Gir. Essas informações são de grande importância,

tanto para o programa de melhoramento genético do Gir quanto do Girolando, pois a intensificação da seleção genética do Gir pode contribuir para um melhor desempenho na produção leiteira e maior progresso genético do Girolando, contribuindo para maior rentabilidade aos produtores. O artigo também apresenta sete genes importantes (LEP, CLOCK, CASR, RC4, DOCK1, SLC15A2 e SND1), envolvidos com a produção de leite e sólidos, com o início da lactação e involução do sistema mamário durante o período seco da vaca. A involução e renovação da glândula mamária são essenciais para garantir que o tecido conserve sua capacidade de iniciar outro ciclo de lactação. Ainda é apresentado um gene (CASR) que atua na manutenção dos níveis de cálcio no sangue, protegendo o corpo do animal contra a hipocalcemia (também conhecida como febre do leite ou mal da vaca caída). O conhecimento desses genes é de grande importância e interesse ao PMGG, pois podem ser implementados na seleção genética da raça Girolando. A seleção para esses genes pode contribuir para a identificação de animais mais saudáveis e com melhor desempenho produtivo, como já vem sendo realizado com o DGAT1, gene relacionado à produção de sólidos, pelo PMGG. Essas informações podem ser utilizadas para direcionar o acasalamento e a escolha do sêmen, contribuindo com a seleção na raça Girolando e trazendo melhores resultados aos produtores, além de nos ajudar a desvendar e compreender cada vez mais a genética desta raça brasileira.

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ANTÔNIO PAULO NETO

GIROLANDO E VOCÊ

Ciência e campo em uma só sintonia Animais doados já estão na UFV

Parceria com a Universidade Federal de Viçosa (UFV) está permitindo a realização de novos estudos com a raça Girolando Graças à colaboração de diversos criadores de Girolando, novas pesquisas com a raça estão sendo desenvolvidas na Universidade Federal de Viçosa (UFV). Eles doaram 32 bezerras para o “Centro de Referência em Pesquisa da Raça Girolando”, no ano passado, e as pesquisas tiveram início desde então. Um dos experimentos realizados foi conduzido pela doutoranda Anna Luiza Lacerda Sguizzato, e ocorreu entre 17 de dezembro de 2019 e 23 de março de 2020. Sob a orientação do professor do Departamento de Zootecnia da UFV, Marcos Inácio Marcondes, o projeto visa avaliar o efeito da somatotropina recombinante bovina na puberdade das novilhas. “Referências da literatura demonstram uma ligação dos efeitos diretos e indiretos de hormônio do crescimento na puberdade. Portanto, utilizamos os animais que ainda não haviam entrado no estádio fisiológico caracterizado como puberdade. Essas fêmeas foram ginecologicamente avaliadas para presença ou não de corpo lúteo, como critério para participação no experimento. Dessa forma, dividimos os animais em diferentes grupos, que receberiam ou não a aplicação de rbST, a cada 14 dias, durante o período 26

experimental”, explica Anna Sguizzato. Durante os estudos, foram realizadas avaliações ultrassonográficas da glândula mamária para caracterizar o crescimento do parênquima, e fat pad da carcaça para caracterizar a deposição de gordura e crescimento da área de olho de lombo. Também foi feita ultrassonografia Doppler para observação do fluxo sanguíneo mamário. A avaliação reprodutiva das novilhas ocorreu semanalmente. “Coletas de sangue foram realizadas para avalição de metabólitos sanguíneos, mensurações de peso, altura e escore de condição corporal para avaliação do desempenho dos animais, um período de digestibilidade e biópsias de tecidos para uma avaliação mais precisa do controle da expressão gênica que poderia ser alterado de acordo com os tratamentos. Por fim, realizamos a aspiração folicular para avaliar os dados fenotípicos dos oócitos e expressão gênica”, informa. Com base nos resultados preliminares, os pesquisadores observaram algumas diferenças reprodutivas e no desenvolvimento da glândula mamária. O resultado final será publicado em breve.

Outra pesquisa iniciada com as novilhas é conduzida pelo doutorando Antônio Paulo de Oliveira Neto, sob a orientação da professora de gado de leite da UFV, Polyana Pizzi Rotta. “O projeto tem o objetivo de avaliar o quanto de diferença é gerada durante um período de gestação subnutrida, para um animal em comparação a outro nutrido adequadamente, de acordo com as suas exigências para a gestante e para o feto. Estão sendo avaliados no experimento 20 animais, formando dois tratamentos com 10 animais cada; um será nutrido adequadamente e o outro irá ter um déficit na energia fornecida”, esclarece. O experimento tem previsão de término em junho de 2021. Doações – Para o criador Afonso Celso de Resende, da Fazenda Segredo Velho, colaborar com o projeto é uma forma de buscar o avanço constante da raça. “Sabemos que temos um grande desafio de formar uma raça sintética. Superar o empirismo histórico do cruzamento das raças Gir e Holandês exigirá muito trabalho, pesquisa, perseverança e investimento. Uma forma de encurtar este longo caminho é contribuir com um projeto de pesquisa em uma renomada instituição de ensino,


Vários estudos serão conduzidos com as novilhas doadas

como é o caso da UFV”, assegura. Para o criador Paulo Gabriel Reis Nader, da Fazenda Santo Antônio da Bela Vista, que também doou um animal, o projeto é de extrema importância para a pecuária leiteira. “A decisão de doar a novilha foi muito rápida e fácil de ser tomada por conta dos resultados que virão dessa parceria. Entendemos que com esse rebanho formado na UFV e as pesquisas que lá serão desenvolvidas poderemos conhecer melhor a nossa raça e avançar”, destaca Nader. Segundo o criador Jean Vic Me-

sabarba e Aguiar Arrabal de Macedo Vicente, do Sítio Serra do Luar, contribuir para o projeto foi uma oportunidade de ajudar a construir o futuro da raça. “Tenho certeza que logo estaremos colhendo os frutos desses estudos. Ficamos ansiosos pela divulgação dos resultados, mas confiantes no trabalho da equipe de pesquisadores da UFV. Estaremos sempre apoiando a associação quando o assunto for desenvolvimento da nossa raça”, finaliza Jean Vic, que doou um animal para o projeto. As fazendas que doaram foram:

Chácara do Desengano Fazenda Amarela Fazenda Boa Fé Fazenda Cabo Verde Fazenda Eldorado Fazenda Engenho Velho Fazenda Estiva Fazenda Miraí Fazenda Morro da Mandioca Fazenda Nova Terra Fazenda Passatempo Fazenda Ponte Alta Fazenda Rachapau Fazenda Rancho Alegre Fazenda Rancho do Odilonzinho Fazenda Rancho da Paz Fazenda Recanto da Fulore Fazenda Retiro da Barra Fazenda Santa Anna Fazenda Santa Isabel Fazenda Santo Antônio da Bela Vista Fazenda São Cristóvão Fazenda São Felipe e São Tiago Fazenda São José Fazenda Segredo Velho Fazenda Valinhos Sítio Beira Rio Sítio São Francisco Sítio Serra do Luar

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O GIROLANDO REVISTA OREVISTA GIROLANDO

NUTRIÇÃO

J.G.B. Alves, A.P.O. Neto, F.P. Provazi e A.L.L. Sguizzato Unidade de Ensino, Pesquisa e Extensão em Gado de Leite, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa- MG, Brasil Polyana P. Rotta - Professora em Nutrição e Produção em Gado de Leite, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa-MG, Brasil

Exigência energética proteica para animais Girolando durante a gestação Pesquisas voltadas para a nutrição animal têm crescido nos últimos anos

Durante muito tempo foi difícil definir uma dieta adequada que permitisse a expressão do máximo potencial genético dos rebanhos. Contudo, as pesquisas voltadas para a nutrição animal têm crescido de forma considerável nos últimos anos. Analisar a necessidade de cada componente alimentar de forma isolada, como o balanceamento de proteínas digestíveis e não digestíveis no rúmen, carboidratos fibrosos e não fibrosos, aminoácidos, gorduras e aditivos, tem sido o ajuste fino necessário para aumentar a produção leiteira das fazendas. De forma geral, podemos colocar em ordem de importância e quantidade exigida, os nutrientes mais requeridos pelos bovinos, que são: energia, proteína, minerais e vitaminas. O termo manejo nutricional está ligado a todos os alimentos fornecidos aos animais, que na maioria das vezes referem-se à combinação de volumosos (silagem de milho, cana-de-açúcar, capim ou feno) e ao concentrado (ração formulada de acordo com a necessidade fisiológica de cada animal). 28

A importância de fornecer dieta balanceada para os animais é facilmente visualizada quando queremos que eles tenham bom escore corporal a fim de atender as demandas reprodutivas e ainda expressar sua capacidade máxima na produção de leite com bons valores de proteína e gordura. Segundo o NRC (2001), a exigência de energia é expressa em forma de energia líquida (EL), contudo, alguns fatores devem ser descontados para que se chegue a esse valor. A energia bruta é toda a energia contida no alimento (usada para comparar a capacidade energética de um alimento e outro), porém, os fatores do animal, como estado fisiológico (crescimento, gestação, produção de leite ou carne) e digestibilidade tendem a diminuir esse valor inicial. Para que os dados pudessem ser refinados foi criado o cálculo de energia digestível (ED), que corresponde ao valor da energia bruta menos o que é perdido nas fezes. A energia metabolizável (EM) é um valor ainda mais apurado, o qual retira da ED tudo o que é

perdido na forma de urina e gases. E por fim temos a EL, que corresponde à EM decrescida do que é perdido na produção de calor. Esta, sim, é a energia disponível para que o animal conserve suas atividades de crescimento, mantença, produção e reprodução. A transformação da EM para EL varia com as condições fisiológicas em que o animal se encontra e a quantidade de EM fornecida na dieta varia de acordo com as exigências de cada raça. O NRC (2001) conseguiu estimar os valores de eficiência de utilização (k) da energia metabolizável para cada fase de vida das vacas, porém, os estudos foram feitos com animais da raça Holandesa, o que dificulta na hora da formulação das dietas de grande parte das fazendas brasileiras, haja vista que 60% do nosso rebanho é composto por gado Girolando, graças a sua boa produção de leite concomitante à resistência ao clima tropical. Em se tratando de animais Girolando fica clara a escassez de informações na literatura quanto a essas exigências. Os dados utilizados atualmente para


Animais avaliados durante o experimento na Universidade Federal de Viçosa

a formulação das dietas são oriundos dos sistemas internacionais. O principal deles é o NRC (2001), com informações advindas do trabalho da década de 90. Entretanto, assim como as pesquisas para exigência de energia, as que estimam as exigências de proteína foram feitas com animais de raça pura (Holandesa), em ambientes com clima diferente do que encontramos no Bra-

sil e sistema de alimentação também diferente dos nossos. A partir disso foi realizado um experimento na Universidade Federal de Viçosa (UFV) com o objetivo de mensurar as necessidades proteicas e energéticas da raça Girolando durante a gestação. Os resultados obtidos constataram que a exigência de energia líquida para gestação (ELgest), até aproxi-

madamente os 230 dias de gestação, para animais Girolando são menores quando comparados as exigências de energia líquida para raça Holandesa. Após esse período, a ELgest supera a exigência prevista pelo NRC (2001). Para a exigência de energia metabolizável (EMgest) é possível afirmar que esta também é menor para os animais Girolando até aproximadamente os

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pode ser devido à deposição de proteína no útero e na glândula mamária. A principal diferença entre os dados é que o NRC (2001) não estima o aumento de proteína no úbere, o que pode justificar o menor valor ao final da gestação.

Proteína líquida na gestação (g/d)

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260 240 220 200 180 160 140 120 100 80 60 40 20 0

Atual estudo

NRC (2001)

120

160

200 Dias de gestação

240

280

Figura 1: Exigência de proteína líquida em relação aos dias de gestação, considerando o peso do bezerro ao nascimento igual a 40kg

235 dias de gestação, seguindo o mes-

um dos nutrientes mais importan-

gravídico. Esse aumento da energia re-

o ingrediente de maior custo em uma

EMgest foi utilizado o método interativo, indicando uma eficiência de 15%. O valor se aproxima do que é sugerido pelo NRC (2001), que é 14%. Esse valor é o mais baixo, quando comparamos com a eficiência para ganho e mantença. A menor eficiência se dá devido à alta demanda energética do útero gravídico e da glândula mamária nesse período, o que pode estar relacionado com o metabolismo oxidativo. Parte dessa energia é gasta na produção de calor ou na síntese e degradação muscular (turnover proteico), com o intuito de fornecer energia ao feto. A pesquisa também estimou quando se inicia a exigência de gestação. De acordo com os resultados obtidos, a exigência de gestação começa no dia 70 de prenhez. A literatura mostra que o desenvolvimento fetal começa antes dos 190 dias de gestação com os primeiros processos, como a miogênese e a organogênese. Dessa forma, autores sugerem que a exigência de energia para gestação seja considerada a partir dos 70 dias, diferentemente do recomendado pelo NRC. Ainda falando de exigências nutricionais, a proteína aparece como

que quando convertida em amônia, se torna um composto altamente poluente. Dessa forma, a melhor maneira de evitar gastos excessivos e de reduzir os impactos ambientais causados pela pecuária, é formulando dietas com as exigências adequadas de proteína dos animais. E para que isso seja feito é preciso conhecê-las. Com relação ao período gestacional, as recomendações segundo o NRC (2001) consideram as taxas de retenção proteica no feto, placenta, líquidos placentários, e útero, além da eficiência dos nutrientes para o crescimento materno. Já o estudo conduzido na UFV considera os requerimentos de proteína após os 190 dias de gestação e descreve a quantidade de proteína retida no útero gravídico, além de considerar as variáveis peso do bezerro ao nascimento e dias de gestação. Desses, o fator peso do bezerro ao nascimento é o que mais interfere nos resultados; portanto, tudo o que pode alterá-lo deve ser avaliado (raça do touro, raça da mãe, idade da mãe, ocorrência de parto gemelar, nutrição, entre outros). As atuais estimativas do NRC (2001) foram baseadas em um trabalho da década de 90 que utilizou vacas

Portanto, a eficiência de utilização proteínates (kp)nafoidieta calculada maneira Assim dos de ruminantes. mo padrão de ELgest. Ainda foideobserquevado a relação entre a ingestão de proteína metabolizável e as necessidades maior aumento de energia retida como em outros animais,dea proteína absorvida no intestino em no útero gravídicofossem entre iguais os dias 140 O éresultado proteína metabolizável a zero. encontrado foi quedelgado, a forma de aminoácidos, mas cerca de a 240 de gestação, quando comparakp é igual a 65,8%. Esse valor se encontra bem próximo do que o NRC (2016) 50% a 80% desse nutriente é dispodo com os dias 240 a 270 de gestação, sugere para bovinos de corte (65%); entretanto, o recomendado para bovinos diferente do padrão observado para a nibilizado através da proteína microleiteiros se aproxima da metade do que foi encontrado nesse trabalho biana sintetizada no(33%), rúmen.o Além da glândula mamária, que sofreu menor quealteração é muito baixo paracomparada a maioria dos pesquisadores. importância, a proteína é quando aonutricionistas útero sua egrande Portida fim,no os útero resultados apresentados acima são promissores para a pecuária dieta, aumentando o custonode produgravídico pode represenPaís, uma vez que ainda não há na literatura dados com relação às exigências tar maior crescimento prévio do útero ção se fornecida em excesso. Além de para animais Girolando. Ter conhecimento dessas informações faz comestá querelacionado a disso, o seu excesso suportar o crescimento fetal no com problemas final dapossa gestação. produção ser otimizada, já que os animais receberãoreprodutivos a demanda e com a ureia no meio ambiente, Paranecessária estimar apara eficiência do todo uso da nutricional expressar o seuexcreção potencial de genético.

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Holandesas multíparas de aproximadamente 714kg e os critérios avaliados foram apenas a taxa de crescimento e a composição do concepto. Para os cálculos que estimam os níveis de proteína foram considerados os dias de gestação e o peso do bezerro. A equação utilizada descreve o acúmulo de energia no útero. No atual estudo, para calcular o requerimento de proteína líquida, as estimativas foram feitas considerando o acúmulo de proteína no útero gravídico e na glândula mamária em função dos dias de gestação. As exigências de proteína líquida, segundo o NRC (2001) começam aos 190 dias e foram em média 20% maiores do que as encontradas no atual experimento nesse mesmo período de gestação. A partir dos 230 dias de prenhez, as exigências encontradas no experimento nacional foram maiores. Ao final da gestação (270 dias), os requerimentos proteicos foram 50,97% maiores do que o apresentado pelo NRC (2001). Também foi possível concluir que há alta taxa de demanda proteica a partir dos 200 dias de gestação. Esse aumento pode ser devido à deposição de proteína no útero e na glândula mamária. A principal diferença entre os dados é que o NRC (2001) não estima o aumento de proteína no úbere, o que pode justificar o menor valor ao final da gestação. Portanto, a eficiência de utilização de proteína (kp) foi calculada de maneira que a relação entre a ingestão de proteína metabolizável e as necessidades de proteína metabolizável fossem iguais a zero. O resultado encontrado foi que a kp é igual a 65,8%. Esse valor se encontra bem próximo do que o NRC (2016) sugere para bovinos de corte (65%); entretanto, o recomendado para bovinos leiteiros se aproxima da metade do que foi encontrado nesse trabalho (33%), o que é muito baixo para a maioria dos nutricionistas e pesquisadores. Por fim, os resultados apresentados acima são promissores para a pecuária no País, uma vez que ainda não há na literatura dados com relação às exigências de animais Girolando. Ter conhecimento dessas informações faz com que a produção possa ser otimizada, já que os animais receberão a demanda nutricional necessária para expressar todo o seu potencial genético.


SEXCEL LEITE TROPICAL GENÉTICA SEXADA É COM A ABS. Liderança ABSoluta com 60% de Share no Girolando 3/4 e 5/8 DESEMPENHO COMPROVADO - VOZ DOS NOSSOS CLIENTES Trabalhamos com a genética ABS desde 2016 e, este ano, começamos a usar o sêmen sexado Sexcel. Em comparação ao sêmen convencional, alcançamos as mesmas taxas reprodutivas, um ótimo resultado. Para o próximo ano, esperamos o nascimento de um maior número de bezerras, o que vai aumentar a nossa produção de leite. LOURIVALDO RODRIGUES Médico Veterinário Fazenda Flor da Serra - Limoeiro do Norte (CE)

Na Fazenda Mamona, 60% da reprodução da fazenda é através da FIV. As demais são realizadas com o sêmen sexado Sexcel. As duas estratégias são essenciais para intensificar o melhoramento genético, fazendo da ABS uma parceira incondicional no fornecimento de material genético. Estamos muito satisfeitos com os resultados. Com o Sexcel, a taxa de concepção está calculada em torno de 35%, com expectativa de crescimento. A pecuária leiteira é economicamente viável, porém, é seletiva e sabemos que é preciso ter eficiência para prosperar. MATOZALEM CAMILO Sócio-proprietário Fazenda Mamona - Ituiutaba (MG)

Hoje, temos duas oportunidades para o melhoramento genético e o aumento do rebanho, que são a transferência de embriões in vitro e a inseminação artificial, utilizando sêmen sexado. A tecnologia Sexcel veio para agregar valor a estas técnicas reprodutivas. Estamos observando excelentes resultados com o produto, tanto em novilhas como em vacas em lactação. MARCOS HENRIQUE COLOMBO PEREIRA Médico Veterinário Terra’s Milk Assessoria em Pecuária Leiteira - Passos (MG)

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REVISTA O O GIROLANDO GIROLANDO REVISTA

Bruno Marinho Mendonça Guimarães, Mariana Brito Gomes, Rafael Santana Ferraz Consultores do Rehagro

PIXABAY

GESTÃO

VOCÊ REALIZA GESTÃO DE INDICADORES? Imagine a seguinte situação: você está dirigindo um carro onde o painel não funciona e passa por um radar. Sem saber exatamente a sua velocidade, você não desacelera o suficiente e acaba recebendo uma multa de trânsito. Em uma situação pior, você desacelera muito mais que o necessário, fazendo com que outro veículo bata na sua traseira. Nesta analogia, o painel do carro nos mostra os indicadores do veículo, e não dar a devida importância para esses indicadores pode nos trazer vários problemas no percurso. É a partir do painel do carro que 32

sabemos quanta gasolina ainda nos resta, quantos quilômetros por litro o nosso carro está fazendo, dentre outros dados. Agora imagine que o carro é a sua fazenda e o painel é onde vemos os indicadores zootécnicos e econômicos. Trabalhar sem a gestão desses indicadores é como dirigir sem um painel, ou seja, é não saber se as bezerras estão com ganho de peso suficiente ou se as vacas estão emprenhando na velocidade adequada, por exemplo. Neste texto vamos falar um pouco sobre a gestão de indicadores e


como utilizá-la para motivar sua equipe de trabalho. O QUE É A GESTÃO DE INDICADORES? A gestão de indicadores consiste no monitoramento, avaliação e planejamento dos processos e atividades realizados na fazenda. Ela acontece através da análise dos dados coletados e pelo cumprimento

ou não das metas e objetivos estipulados para cada sistema. Os indicadores em fazendas de leite podem ser zootécnicos, econômico/financeiros ou operacionais, por exemplo: % de mortalidade de bezerras; % de novos casos de mastite; Gasto com medicamentos por litro de leite produzido;

Custo da novilha prenha; Hora máquina por atividade realizada; Colaboradores por litro de leite produzido. PORQUE FAZER A GESTÃO DE INDICADORES? Os indicadores são indispensáveis para gestão. São eles que fornecem os dados para análise, fundamental para que sejam tomadas decisões assertivas e se construa um caminho a ser percorrido para o desenvolvimento da atividade leiteira. O objetivo da gestão de indicadores é conseguir visualizar e mensurar a eficiência de cada setor e processo

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REVISTA O GIROLANDO

na fazenda, para que seja mais fácil identificar os pontos fortes e aqueles a serem otimizados. É um erro pensar que a gestão de indicadores só se aplica a grandes fazendas, ou até mesmo pensar que é algo transitório e passageiro para as que já possuem um sistema de gestão avançado. O estabelecimento de metas e a gestão dos indicadores devem, na verdade, ser realizados desde o início do negócio, independentemente do tamanho ou tipo de criação. O objetivo principal da gestão de indicadores é o de dar clareza e certeza do que está acontecendo na propriedade, não se baseando em achismos e sempre buscar melhorias! O QUE ISSO TEM A VER COM A MINHA EQUIPE? A rotatividade de mão de obra representa, atualmente, um dos grandes problemas enfrentados pelas fazendas produtoras de leite no Brasil. Além dos custos com rescisões, novas contratações e treinamentos, ela reduz a produtividade e o engajamento da equipe. São vários os fatores que influenciam nessa rotatividade, desde as condições de trabalho, distância percorrida das residências até as fazendas, salários, outras oportunidades de trabalhos, êxodo rural, até os conflitos internos na fazenda. Vários desses fatores causam a falta de motivação dos colaboradores. Motivação é o impulso, a vontade e a persistência de uma pessoa para realizar determinada tarefa, é a força que estimula a agir.

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Várias são as teorias que buscam os fatores que motivam pessoas no trabalho. Dentre as principais podemos citar a teoria das necessidades e a teoria da fixação de objetivos. A primeira, de autoria de Abraham Maslow, nos diz cinco necessidades motivadoras do trabalho: fisiológicas, de segurança, social, estima e de autorrealização, sendo as duas últimas de maior importância. Já a teoria da fixação de objetivos, de Edwin Locke e Gary Latham, explica que propor desafios a serem alcançados aumenta o desempenho dos colaboradores. Podemos perceber, então, que a motivação para trabalhar dificilmente será estimulada pela tarefa em si, mas pode ser guiada por metas e objetivos. Por exemplo: a alimentação das bezerras, quando feita exclusivamente para que não passem fome, acaba se tornando uma tarefa puramente mecânica. Se

essa atividade for vinculada ao objetivo de aumentar o ganho de peso das bezerras e a maior responsabilidade do colaborador, temos aqui um estímulo motivacional do trabalho, fazendo com que seja executado com maior cuidado e atenção, com o alimento e com o animal. A construção de metas e a gestão de indicadores podem ser bons fatores de motivação de pessoal. No entanto, é comum ver gestores construindo metas e planejando mudanças nas rotinas de trabalho sem consultar os colaboradores que o irão realizar ou, até mesmo, sem parar para observar suas rotinas de trabalho. Esse tipo de ação gera descontentamento dentro das fazendas, desagregando e desmotivando a equipe de trabalho. Construir uma meta é como olhar para frente: enxergar como quer ser e quais resultados alcançar no futuro. Para sua construção é fundamental olhar para trás: conhecer a fazenda e saber os resultados obtidos nos últimos meses. Mas não podemos nunca nos esquecer de olharmos para dentro: cada indivíduo é extremamente importante para o sucesso da atividade. Assim, a adesão da equipe é tão importante quanto os próprios indicadores. É necessário que cada colaborador entenda a importância em realizar anotações e que cada responsável participe na construção das metas do seu setor; afinal, ninguém melhor que ele para dizer o que é viável ser feito dentro do intervalo de tempo estabelecido. Se o seu foco nesse momento é


melhorar a qualidade do leite, por exemplo, identifique os indicadores pertinentes, como CCS, CBT, taxa de novos casos de mastite, escore de filtro de ordenha, dentre outros. Tenha em mãos os resultados relacionados à qualidade do leite de meses e anos passados, reúna-se com a equipe responsável, observe e converse sobre o manejo dos animais e sobre as atividades. Construa com seus colaboradores uma meta e um plano de ação, consultando-os a respeito das capacidades individuais em relação aos novos processos e à adaptação do novo manejo para toda a equipe. Sempre que necessário forneça treinamentos, tanto para que todos possam compreender a importância de se obter um leite de qualidade, quanto para capacitação técnica da equipe. E não se esqueça! Prepare-se para fornecer feedback positivo quando a meta for cumprida! Quando construídas em conjunto, as metas passam a ter outro valor: deixam de ser valores impostos e tornam-se desafios, que quando atingidos geram o sentimento de realização pessoal e maior disposição ao trabalho. Nada traz mais resultado que uma equipe motivada, bem relacionada e ciente da importância de sua função. COMO COMEÇAR? Basicamente: para analisar, precisamos primeiro mensurar e anotar! O primeiro passo é estabelecer os indicadores básicos, ou seja, aqueles de maior relevância que auxiliam na construção de metas para alcançar os objetivos. De maneira geral, os indicadores de uma propriedade devem ser: Objetivos: diretamente relacionados à eficiência da propriedade, devem ser um meio para monitoramento ou construção de um plano de ações. Relevantes: associados a pontos críticos, precisam estar vinculados aos objetivos principais da fazenda. Mensuráveis: devem se basear em dados confiáveis e de relativa facilidade de mensuração. Visíveis, de fácil entendimento: devem ser comunicados de maneira adequada aos colaboradores, de forma que possam acompanhar os resultados e estimular a adesão ao programa de gestão por meio dos indicadores. Comparáveis: optar por indicadores que permitam a comparação entre fazendas de sistemas e escalas diferentes, como os baseados em porcentagem dos animais ou custo por unidade produtiva. Adaptáveis: dada a influência do mercado, clima e meio ambiente na produção e desempenho em fazendas de leite, é necessário que os indicadores não sejam fixos, adaptando-se a fatores como as estações climáticas, manejo nutricional ao longo do ano, dentre outros. É muito importante saber quais indicadores usar, pois quando são mal definidos podem gerar interpretações erradas. Além disso, devem ser escolhidos de acordo com cada manejo e cada realidade. Tempo e esforço não devem ser empregados em atividades que não são relevantes ou em metas inalcançáveis: cada fazenda é única e merece gestão personalizada. 35


REVISTA O O GIROLANDO GIROLANDO REVISTA

Larissa Vieira

DIVULGAÇÃO

CONTROLE LEITEIRO

Controle leiteiro: uma ferramenta democrática Controladora da Girolando Katilene de Moraes durante atendimento na fazenda Boa Vista

Não importa o tamanho do rebanho, os ganhos para seleção da raça com os dados gerados pelo controle leiteiro oficial são importantes e impactam inclusive o Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando (PMGG). A partir desta edição você vai conhecer o trabalho de propriedades que estão utilizando esse serviço de forma eficaz. Outra mudança é em relação ao Relatório de Lactações que vinha sendo publicado aqui na revista, mas como estava ficando um documento muito extenso impossibilitava a divulgação de outras reportagens e artigos técnicos. O relatório continua disponível na íntegra no site da Girolando. E para facilitar o acesso ao documento, estamos publicando no final desta reportagem um código QR code, que direciona direto para o site, bastando apontar o leitor de código de seu celular para o QR code. 36


Criadora de Girolando Mila de Carvalho sempre investiu no Controle Leiteiro

Uma das ferramentas mais tradicionais e simples para quem faz seleção de animais leiteiros, o Controle Leiteiro é realizado desde 1940 na Fazenda Recreio, quando quem tocava o negócio era o senhor Joaquim, avô da atual proprietária Mila de Carvalho Laurindo e Campos. “Quando passamos a fazer parte da Associação da Girolando, em 2008, o controle ganhou a chancela oficial da entidade. Isso nos permitiu comercializar animais com produção comprovada, aumentando a confiabilidade dos dados produtivos”, destaca Mila. Hoje, a propriedade, que está localizada no município de São José de Ubá/RJ, tem cerca de 100 animais no controle leiteiro, das raças Girolando, Gir, Guzerá e Guzolando. Na opinião da criadora, trata-se de uma ferra-

menta a mais no processo de seleção de seu plantel, uma vez que possibilita identificar os animais mais produtivos e também avaliar a qualidade do leite produzido, já que durante o controle são coletadas amostras para avaliar os percentuais de proteína, gordura, sólidos e contagem de células somáticas. “Privilegiamos animais que, além da produção, demonstrem persistência leiteira, baixa CCS. Tudo isso sem descuidarmos da eficiência reprodutiva”, acrescenta a criadora. No total, o rebanho conta com aproximadamente 1.000 cabeças, sendo 82% de Girolando. Como o Controle Leiteiro Oficial emite diversos relatórios, esta é uma ferramenta importante na gestão do rebanho. O criador consegue ter acesso ao Relatório de Acompanha37


Pernambuco Tocantins Espírito Santo Distrito Federaldo Sul Total Rio Grande Rio Grande do Norte Tocantins Rondônia Total Alagos Paraná Mato Grosso 500 Pernambuco 450 Rio Grande do Sul Tocantins 400

Histórico de

1 0 9 4 335 1 4 1 4 335 3 3 Ativos no Associados 1 0 1 452 449 411 1

0,30% 0,00% 100,00%0,30% 0,30%

2,69% 1,19% 1,19% 1,19% 0,90% SCL 0,90% 0,30% 0,00% 0,30% 397 0,30%

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resultado animais mais produtivos e geneticamente superiores. Nos rebanhos que eu atendo tenho notado 366 387 359 500 442 Total 335 100,00% 385 350 uma grande evolução na produção 465 335 452 450 397 300 449 das matrizes controladas”, informa a 411 400 366 387 359 250 zootecnista e controladora oficial da 385 350 216 Histórico de Associados Ativos no SCL 335 200 Girolando, Katilene Lima de Mora300 199 500 150 442 es, que atende rebanhos na região de 465 250 452 450 100 397 449 Goiás. 411 216 400 200 366 387 359 50 Conhecer a evolução de produção 385 199 350 335 150 0 300 de cada uma das vacas do plantel é 100 250 um dado essencial para quem tra216 50 200 balha na pecuária leiteira. Essa in199 1500 formação auxilia o criador a definir 100 lotes homogêneos para produção de 50 leite. “Quando falamos dos benefí0 cios do controle leiteiro, sejam para o Número Total de Lactações Encerradas* pequeno, médio ou grande produtor, se utilizado de forma correta e cons18000 ciente, os avanços genéticos podem 16371 16000 14771 ser notados em todos eles, além de Número Total de Lactações Encerradas* 14000 auxiliar em manejos simples e rotiNúmero Total de Lactações Encerradas* 18000 12124 12000 neiros da fazenda, como por exem18000 16371 10894 16000 plo a separação dos lotes para ali10000 10759 10553 14771 16371 16000 mentação adequada de acordo com a 14771 14000 8000 8049 14000 produção”, acrescenta Katilene. 6863 12124 6319 12000 6000 12124 12000 Uma prova de que os pequenos 5564 10894 10894 10000 10759 4000 rebanhos também podem ser be10000 10759 10553 10553 3714 2332 1894 2829 neficiados com o controle leiteiro é 8000 8049 2000 8000 8049 1419 6863 a Fazenda Boa Vista, em Jataí/GO, 1191 6863 6319 6000 6319 0 6000 5564 atendida pela controladora Katilene. 5564 4000 3714 2332 1894 4000 O proprietário, José Renaldo Fran3714 2332 2829 1894 2000 1419 * 2829 co, tem um plantel de 73 animais, 1191 2000 0 1419 sendo 17 em lactação. Desde 2018, 1191 0 da Produção Mensal, ao Relamento seus rebanhos e, com isso, escolher adotou o controle leiteiro por acre* tório Individual de Lactação e ao Re- desde logo animais que serão descar- ditar que conhecer a real produção latório de Avaliação Genética. “Com tados e aqueles que serão utilizados das vacas durante e entre as lactações * 9000 de produção em mãos, os os dados para passar sua genética para a futu- é primordial na tomada de decisão Número Total de Lactações Encerradas* criadores podem ver a realidade de ra geração. Assim, eles terão como relativa ao melhoramento genético 442 465 Histórico

(por composição racial)

8000

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Número Lactações1/2 Encerradas* 1/4 Total de 3/8 5/8

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3/8Número 1/2Total de 5/8Lactações PS Encerradas* 3/4 (por composição racial)

8000

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304 315

757 757 442

442 870

488 488 373 373 588 PSPSlactações 0 0 divulgadas 0 0 nos relatórios 0 relatórios 0 sitedo 0 *somente 0 do 0 site *somente lactações divulgadas nos

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1/4 lactações 65 divulgadas 136 no site 159 * Inclui apenas

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39162375 4496 3916 5497 4496 7193

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14841141 1502 1484 1369 1502 1398 195 118 228 195 253 228261

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10352009 13642010 2097 2011 2342 20123277 20132405

97 183 196 304 315 * Inclui apenas lactações divulgadas no site 3/8 20 45 94 54 153 221 379 404 Número de Controladores Credenciados por Estado 870 (atualmente) 1/2 437 729 757 442 1305 1814 2134 Número de Controladores Credenciados por Estado (atualmente) 5/8 256 335 488 373 588 628 970 1134 Estado Número de Controladores % PS Minas *somente lactações divulgadas nos relatórios do site 0 0 0 0 0 0 0 0 Gerais 57 de Controladores 47,11% Estado Número % Paulo 11 9,09% 2097 3/4 São 433 649 834 509 1035 1364 2342 Minas Gerais 57 47,11%

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KATILENE MORAES

Renaldo e a esposa Amancia com a fêmea Estraordinária e seu filho Extraordinário. Estatísticas do Serviço de Controle Leiteiro (SCL) Número de Associados Inscritos por Estado (atualmente) Estado

Número de Associados

%

185 40 30 15 16 9 10 9 4 4 4 3 3 1 0 1 1

55,22% 11,94% 8,96% 4,48% 4,78% 2,69% 2,99% 2,69% 1,19% 1,19% 1,19% 0,90% 0,90% 0,30% 0,00% 0,30% 0,30%

335

100,00%

Minas Gerais São Paulo Goiás Bahia Mato Grosso do Sul Rio de Janeiro Sergipe Espírito Santo Distrito Federal Rio Grande do Norte Rondônia Alagos Paraná Mato Grosso Pernambuco Rio Grande do Sul Tocantins

Total

Histórico de Associados Ativos no do rebanho. “Antes, fazia oSCLcontrole leiteiro da fazenda, mas não tinha a precisão que tem um controle oficial pela Girolando. Hoje, com os relatórios de produção em mãos, já consigo definir com o auxílio técnico da Katilene, não só os lotes, mas quais fêmeas serão utilizados como doadoras”, informa o criador, cujo rebanho produz diariamente 430 litros. Os números dede Lactações desempenho dos Número Total Encerradas* animais também estão sendo usa500

442

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450 400

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dos para traçar uma nova estratégia nutricional na Fazenda Boa Vista. Como os animais ficam confinados no inverno e a pasto no verão, mas sem um grande reforço na suplementação, José Renaldo observou pelos dados do controle uma variação expressiva na produção ao longo do ano. “Vou investir mais em nutrição, aumentar a área de silagem, para que os animais recebam comida suficiente para expressarem melhor seu

real potencial de produção. Isso me dará mais precisão na hora de selecionar os animais, sem correr o risco de descartar uma boa vaca por conta dessa deficiência alimentar”, acredita o criador. Segundo Katilene, o controle leiteiro realmente é uma ferramenta de grande ajuda no manejo alimentar. “Ele não só auxilia na identificação de animais superiores, comprovadamente mais produtivos, bem como na tomada de decisão quanto ao manejo alimentar, otimizando a pro-

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221

379

404

525

489

1/2

437

729

757

442

870

1305

1814

2134

2484

2375

3916

4496

5497

7193

8489

5582

5/8

256

335

488

373

588

628

970

1134

1367

1141

1484

1502

1369

1398

1525

1059

195 7000

0

0

0

0

0

118

1035

1364

2097

2342

3277

2405

* Inclui apenas lactações divulgadas no site

1000

2017

2016

2015

2014

2013

2012

2011

2010

2009

2008

0

2007

PS

Fonte: Departamento de Provas Zootécnicas, Girolando 2020.

Evolução da Produção de Leite 7000 6000 5000 4000 3000 2000 1000 0

Ano de Parto Prod. Leite Total

Aponte a câmera de seu celular para o QR code abaixo e acesse as lactações encerradas. Se preferir acesse o site da Girolando www.girolando.com.br

2018

2000

2017

3000

2016

4000

2006

5/8

2015

5000

2014

6000

Relatório de Lactações completo

40

1/2

2013

7000

2012

dução e permitindo que os animais expressem todo o seu potencial produtivo”, informa a controladora. A criadora Mila concorda, mas ressalta que na observância da evolução produtiva do rebanho Ano de Partonão é possível levar em conta somente o resultado quantitativo das lactações, uma vez que fatores como dieta podem interferir de modo significativo no resultado. “Assim, quando a dieta dos animais é alterada, não justificando o investimento na produção leiteira, em virtude do comportamento do mercado de lácteos, podemos ter registros de lactações numericamente menores, mas que não significam um retrocesso na evolução, e sim um baixo investimento na produção leiteira”, esclarece. O hábito de realizar controle leiteiro mensal do rebanho é considerado por muitos especialistas norte-americanos o marco inicial da profissionalização da pecuária norte-americana, que permitiu para eles saírem de 1.500 litros de leite por vaca/ano, em 1930, para uma média superior a 10 mil kg de leite. Apesar de ser uma tecnologia antiga, ela ajuda com que outras ferramentas mais modernas avancem, como por exemplo, a genômica. Um desafio é aumentar o número de rebanhos participantes, que hoje está em torno de 350 criatórios. “A informação do controle leiteiro é a ferramenta básica para os programas de melhoramento. Não existe

2011

Evolução da Produção de Leite

2010

100,00%

2005

3/8

da raça, a Estraordinária Hugo FIV 2R Jataí. Ela é a PS mais bem colocada no Sumário de Vacas 2020, e a 15ª 4000 entre todas as Top 1000, com média de lactação de 15.700kg em 365 dias. 3000 Dois filhos da Estraordinária foram 2000 genotipados e já despertaram o interesse de uma central de insemina1000 ção”, anima-se José Renaldo. 0 A criadora Mila 2013de Carvalho 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2014 2015 e Campos também 1/4 65 136 159 97 183 Laurindo 196 304 315 396 335une as 488 3/8 20 45 94 54 153 informações 221 379 525 489 552 do404controle leiteiro às 1/2 437 729 757 442 870 obtidas 1305 1814meio 2134 2484 2375 3916 por de outras ferramen5/8 256 335 488 373 588 628 970 1134 1367 1141 1484 tas, 0como 0por exemplo a genômica e seleção de 0touros de relatórios se PS lactações *somente divulgadas 0 e nos 0vacas do 0 sitenão0 0 0 118 195 o Teste de Progênie. Vários reproduhá um3/4sistema bastante de1035 433 649 834eficiente 509 1364 2097 2342 3277 2405 3378 coleta de informações do controle tores da Fazenda Recreio participam * Inclui apenas lactações divulgadas no site leiteiro, assim como as informações da prova zootécnica que avalia os touros. A fazenda também genotipa zootécnicas, pedigree, Credenciados de repro-por Estado Númerode de Controladores (atualmente) dução, dentre outras. Infelizmente, seus animais, priorizando os tourinhos Girolando,% reprodutores aptos Estadodos rebanhos ativos Número de Controladores somente 15% na Minas Gerais 57 para o Teste de47,11% Progênie e as fêmeas GirolandoSãoparticipam do Serviço de 11 Paulo 9,09% jovens CCG 1/4 HOL + 3/4GIR, para Controle Leiteiro Oficial. Isso reflete Mato Grosso do Sul 7 5,79% superiores ainde forma negativa nas avaliações ge- 6 identificar os animais Goiás 4,96% Rio de Janeiro trabalhar como futunéticas/genômicas. O criador precisa 6 da jovens para 4,96% Bahia se conscientizar de que controlando 64 ras doadoras. 4,96% Espírito Santo 3,31% A controladora Katilene ressalta suas vacasRondônia está contribuindo para o 3 2,48% depende de váGrosso 2,48% avanço daMato raça como um todo”, expli- 3 que, como a genética Pernambuco 2,48% que possa ser realca o pesquisador da Embrapa Gado 3 rios fatores para Ceará 2 1,65% uma forma de agrede Leite,Distrito Marcos Vinícius Barbosa da 2 mente expressa,1,65% Federal gar confiança à genética esperada é Silva. Tocantins 2 1,65% Rio Grande do Sul Renaldo não abre 2 por meio da aferição 1,65% real da produO criador José Sergipe 2 ção dos animais. 1,65%“Isso conseguimos mão deRioaliar o controle leiteiro a ouGrande do Norte 1 0,83% controle leiteiro. Os tras tecnologias. Já iniciou a genoti- 1 obter através do Pará 0,83% 0,83%tendo o cuidado de pagem dasParaná bezerras e mantém todas 1 criadores já estão 0,83% e utilizá-las as fêmeasAmazonas registradas em controle. 1 obter essas informações Alagoas 1 0,83% na hora de tomar uma decisão sobre “Foi controlando meu rebanho que Total 121 100,00% identifiquei uma novilha recordista a seleção do rebanho”, pontua.

2009

121

2004

1/4

2008

Total

2003

233 3252

2007

47,11% 9,09% 5,79% 4,96% 4,96% 4,96% 3,31% 2,48% 2,48% 2,48% 1,65% 1,65% 1,65% 1,65% 1,65% 0,83% 0,83% 0,83% 0,83% 0,83%

2002

326 4947

2006

%

57 11 7 6 6 6 4 3 3 3 2 2 2 2 2 1 1 1 1 1

2001

261 4638

2018

Número de Controladores

2000

253 2680

3/4

5000

Estado Minas Gerais São Paulo Mato Grosso do Sul Goiás Rio de Janeiro Bahia Espírito Santo Rondônia Mato Grosso Pernambuco Ceará Distrito Federal Tocantins Rio Grande do Sul Sergipe Rio Grande do Norte Pará Paraná Amazonas Alagoas Fonte: Departamento de Provas Zootécnicas, Girolando 2020.

Prod. de Leite Total (kg)

228 3625

(por composição racial)

6000

Número de Controladores Credenciados por Estado (atualmente)

Prod. Leite Total

3378

310 323

2004

509

Número Total de Lactações Encerradas*

2020

553 531

2003

834

2019

634 647

2002

649

2018

532 621

2001

433

2017

470 578

2000

3/4

2016

488

Prod. de Leite Total (kg)

PS lactações *somente nos relatórios do 0 divulgadas 0 0 0 site

2015 552 8000

2005

0 1/4

2016 470 578 4496 1502 228 3625


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REVISTA O GIROLANDO

ANDRÉ JUNQUEIRA

EXPOSIÇÕES E EVENTOS

Retomada das exposições Premiação da Melhor Fêmea Jovem Girolando Portuguesa 5947 Cardinals FIV JM Monte Alverne

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Melhor Macho Jovem CCG 3/4 Calendário King DOC IS Olhos D’ Água

Melhor Fêmea Jovem CCG 3/4 Rachapau Babalu 2644 Dream FIV

Melhor Fêmea Jovem CCG 1/4 Rachapau Malandra 5726 Tabu FIV

Melhor Fêmea Jovem CCG 1/2 Rachapau Neblina 5882 Dream FIV

ANDRÉ JUNQUEIRA

Depois de meses sem a agitação das pistas de julgamento por conta das restrições da pandemia do Covid-19, o calendário de eventos começa aos poucos a ser retomado. A Exposição Virtual de Gado Jovem, ocorrida nos dias 1° e 2 de outubro, em Oliveira/ MG, foi a primeira ranqueada que aconteceu após os meses de paralização. Participaram em pista de julgamento, 114 exemplares, entre fêmeas e machos. Estiveram em pista animais Girolando, CCG 1/4HOL+3/4GIR, CCG 3/4HOL+1/4GIR e CCG 1/2HOL+1/2GIR. O jurado responsável foi Thiago Nascimento Brito de Castro, tendo como jurado de admissão Raphael Stacanelli. Todos os julgamentos foram transmitidos pelo canal da ZRTV no Youtube. O Melhor Expositor Girolando e CCG 3/4HOL + 1/4GIR foi Geraldo Magela dos Santos Neves (Também Melhor Criador 3/4 e Melhor Afi-

ANDRÉ JUNQUEIRA

A qualidade do Girolando foi destaque em Minas e Alagoas no final de outubro. E a Megaleite 2021 já tem data definida


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DIVULGAÇÂO Julgamento durante o Circuito Nordestino Girolando 2020/2021

xo). Já Ronaldo de Souza Queiroz foi o Melhor Expositor e Melhor Criador CCG 1/2HOL+1/2GIR e André Nogueira Junqueira o Melhor Expositor e Melhor Criador CCG 1/4HOL+3/4GIR. O Melhor Criador Girolando foi Luiz Carlos Bandoli Gomes. A Melhor Fêmea Jovem CCG 1/2 foi Rachapau Neblina 5882 Dream FIV, do expositor Geraldo Magela dos Santos Neves. A Melhor Fêmea Jovem CCG 1/4 foi Rachapau Malandra 5726 Tabu FIV, do mesmo expositor. A Melhor Fêmea Jovem CCG 3/4 foi Rachapau Babalu 2644 Dream FIV, do mesmo expositor. O Melhor Macho Jovem CCG 3/4 foi Calendário King DOC IS Olhos D’ Água, do expositor Condomínio Fazenda Olhos D’ Água. A Melhor Fêmea Jovem Girolando foi Portuguesa 5947 Cardinals FIV JM Monte, do expositor Geraldo Magela dos Santos Neves. EXPOAGRO 2020 No Nordeste, a retomada das pistas foi durante a 70ª Exposição Agropecuária e Produtos Derivados de Alagoas – EXPOAGRO 2020, em Maceió/AL. O evento sediou a Etapa do Circuito Nordestino Girolando 2020/2021, ocorrido de 24 de outubro a 1° de novembro. Os julgamentos de animais foram conduzidos pelo jurado Juscelino Alves Ferreira. A Melhor Fêmea Jovem CCG 1/2HOL+1/2GIR foi Hannah 44

Nobre do Saliba, de propriedade de Cristina Gonçalves de Freitas. A Melhor Vaca Jovem CCG 1/2 foi São Thomé Charla Byway e a Grande Campeã CCG 1/2, Bica Aftershock 89 FIV Faz. São José, ambas da mesma expositora. A Melhor Fêmea Jovem CCG 1/4HOL+3/4GIR foi Amorosa FIV Otton Baeba ASO, de Alexandre Sacramento de Oliveira. A Grande Campeã CCG 1/4 foi Feição FIV Fardo da Luana, de Fúlvio Breno de Oliveira Lima. A Melhor Fêmea Jovem CCG 3/4HOL + 1/4GIR foi Dominique Altagoldcup ASO, de Alexandre Sacramento de Oliveira. A Grande Campeã CCG 3/4 foi Olívia FIV Miranda Monterey Rancho do RO, de Alexandre Carlos Mendes. A Melhor Fêmea Jovem Girolando foi Gotinha Dream FIV do Saliba, de Cristina Gonçalves de Freitas. O Melhor Expositor e Melhor Criador 3/4 foi Alexandre Carlos Mendes. A Melhor Criadora Girolando foi Zirlene Soares Pereira. A Melhor Expositora Girolando foi Cristina Gonçalves de Freitas. O Melhor Criador CCG 1/2 foi Emílio Silva. A Melhor Expositora CCG 1/2 foi Cristina Gonçalves de Freitas. O Melhor Criador CCG 1/4 foi Alexandre Sacramento de Oliveira. O Melhor Expositor CCG 1/4 foi Fúlvio Breno de Oliveira Lima. O Melhor Afixo foi Rio do Leite, do criador Paulo Ricar-

do Maximiano. O evento foi promovido pela Associação dos Criadores de Alagoas – ACA e teve o apoio da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando. Megaleite 2021 Com a expectativa de reunir mais uma vez as principais raças leiteiras do Brasil em um único evento, a Megaleite 2021 (Exposição Brasileira do Agronegócio do Leite) já tem data marcada. A próxima edição da feira será realizada de 16 a 19 de junho do próximo ano, no Parque da Gameleira, em Belo Horizonte/MG. A expectativa é de que mais de mil animais das raças Girolando, Gir Leiteiro, Holandês, Pardo-Suíço, Guzerá, Simental, Indubrasil e Jersey participem das competições de julgamento ou torneio leiteiro. Também serão realizados leilões, rodadas de negócios, palestras, reuniões de entidades do setor, ações voltadas para o público infantil, dentre outros eventos. Segundo a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, a expectativa é de superar os números da edição de 2019, quando a feira movimentou cerca de R$ 30 milhões em leilões e vendas ocorridas nos estandes das empresas expositoras. Em 2020, por conta da pandemia, a versão presencial da feira não ocorreu, sendo realizada a Megaleite na TV.


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REVISTA O GIROLANDO

DIVULGAÇÃO DE HEUS

MATÉRIA DE CAPA

Gestão de sucesso Fazenda Rancho Grande é modelo de sucessão familiar, diversificação na atividade e alta produção de leite em sistema intensivo com animais Girolando A história da Rancho Grande começou em 1933, quando o senhor Aneite Reis herdou 26,4 hectares de terra em Três Pontas, sul de Minas Gerais (MG), e passou a cultivar café, criar e comercializar bovinos de leite. Ao seu lado, dona Enóe Na46

zaré Reis, a matriarca de uma família de quatro filhos e responsável por mantê-los unidos até hoje em torno da fazenda, um exemplo de propriedade familiar que consegue prosperar por gerações. Dona Enóe, atualmente com 93

anos, certamente é a principal razão que faz com que, geração após geração, as pessoas da família Reis escolham permanecer na agropecuária. “Isso é muito gratificante, pois meus netos optaram em dar continuidade ao trabalho na fazenda, que iniciei


familiar está garantida por, pelo menos, mais uma geração. O gestor da Rancho Grande acredita que a pecuária leiteira carrega o maior potencial de crescimento dentro da propriedade. “Temos área para expandir, produzir mais alimentos e um rebanho com uma base genética muito forte para a produção de leite. O conhecimento do Bruno em reprodução possibilita melhorar geneticamente nosso rebanho de forma consistente. Além disso, investimos fortemente em treinamento e gestão de pessoas, buscando a melhoria contínua das tarefas e dos processos dentro da fazenda. São fatores que nos fazem acreditar na evolução da atividade. É um grande desafio”, disse Flávio. Com o tempo, a produção leiteira foi ganhando importância e paixão. A formação do rebanho começou em 2001, pelas mãos do médico veterinário Bruno Reis, filho de José Carlos, que multiplicou o melhoramento genético dentro da fazenda, utilizando intensamente a tecnologia de transferência de embriões (TE) e a fertilização in vitro (FIV). “Nós começamos a perceber que a qualidade dos animais que vendíamos despontava cada vez mais em muitas fazendas e nas pistas de julgamento por todo o Brasil. Foi quando, em 2011, decidimos investir definitivamente na pecuária de leite”, contou Bruno. A formação do rebanho teve como base principal a vaca Vera Cruz Tatuagem, da raça Holandesa,

da “prateleira de cima” do proprietário Amauri Andrade Pereira, respeitado conhecedor e criador da raça. Uma de suas filhas mais conhecidas é Curiosa do Rancho Grande, uma vaca CCG 1/2 sangue holandês (HOL), filha de Modelo de Brasília x Vera Cruz Tatuagem, com lactação encerrada de 10.503kg de leite e uma das principais doadoras do rebanho. RAÍZES RURAIS

anos atrás e, nela, manter a família unida”, acredita dona Enóe. Hoje, boa parte da família possui alguma responsabilidade no gerenciamento da fazenda, seja ela direta ou indiretamente no café ou no leite. José Carlos dos Reis, único homem e o mais velho entre os três filhos de dona Enóe, representa a primeira geração de herdeiros da fazenda. Desde muito cedo, José Carlos assumiu o trabalho na fazenda, juntamente com seu pai Aneite. “Em 1942, ele conseguiu construir a sede da fazenda, e quando eu tinha mais ou menos oito anos, cerca de 65 anos atrás, ele começou a produzir leite para sustento próprio. A venda de bezerras leiteiras e a comercialização de vacas predominava nesse período”, afirmou José. Além da pecuária leiteira, a propriedade de 1.850 hectares se dedica à cafeicultura e à produção de cereais (milho, soja, sorgo e aveia). Aproximadamente 15% da produção agrícola retorna para a pecuária de leite em forma de silagem de milho ou grãos reidratados de milho. “Seria muito difícil uma propriedade com as nossas dimensões ter estabilidade com apenas uma cultura. Certamente, a diversificação das atividades contribui para a sustentação do negócio como um todo, seja para o capital de giro, na compra de insumos ou outras vantagens”, ressaltou o engenheiro agrônomo e gestor administrativo do grupo, Flávio Reis, filho de José Carlos e irmão de Bruno Reis. Parece claro que a sucessão

A partir dessa base genética, Curiosa gerou grandes filhas e netas que brilharam nas pistas, na categoria CCG 3/4 HOL, sendo elas as vacas JEL R. Grande Garrafa TE e a JEL R. Grande Faculdade, que foram campeãs em diversas exposições nacionais. “Ela foi o ‘divisor de águas’ do nosso criatório. Além disso, muitos touros em destaque nas centrais de sêmen são filhos da Curiosa, como: JEL Rancho Grande Doorman Matheus TE e JEL Rancho Grande Iota Júpiter TE. Júpiter é irmão materno de Garrafa”, contou o veterinário. São nove touros Girolando alojados em centrais atualmente, todos filhos da grande Curiosa. Assim, a Rancho Grande se tornou referência nacional em gené-

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RAÍZES RURAIS

tica Girolando, principalmente na produção de animais com grau de sangue 3/4 HOL. Fato comprovado mais uma vez durante a Megaleite de 2019, realizada em Belo Horizonte, onde foram aclamados pelo grande campeonato com a grande Campeã Nacional CCG 3/4 J.E.L. Rancho Grande MR Olry FIV, e um terceiro lugar com a J.E.L. Rancho

RAÍZES RURAIS

Grande Balisto Norma TE, uma vaca que carrega títulos obtidos por onde passou. Esses animais retratam exatamente o conceito de um Girolando moderno e eficiente, altamente produtivo e com muito tipo corporal. “Essas vacas retratam todo o nosso trabalho e objetivo dentro da fazenda; são as nossas modelos de produção. Queremos animais com alta produção de leite, muita saúde e boa estrutura corporal. Afinal, ter belas vacas é muito prazeroso para qualquer produtor de leite que lida diariamente com esses animais”, enfatizou Bruno.

Por trás desses belos animais de pistas existe um grande trabalho na Rancho Grande rumo à alta produ48

tividade, quebrando aquele famoso paradigma de muitos produtores de que “vacas de pista não são as que queremos no curral”. Por muitos anos, o sistema de produção utilizado na Rancho Grande foi o semi-intensivo, com animais de composição racial CCG 1/2 HOL + 1/2 GIR, CCG 3/4 HOL+ 1/4 GIR, alimentados com dieta total em grandes piquetes. Na seca ou no inverno, os problemas não eram grandes, mas na época das águas ou do verão, o desafio era enorme. “No verão, os animais sofriam muito com o excesso de lama, e as altas temperaturas e umidade provocavam forte estresse térmico, casos de mastites, queda de imunidade e surgimento de várias enfermidades que impactavam muito negativamente na produtividade deles. Consequentemente, nosso descarte de vacas para abate era elevado e a viabilidade do sistema já começava a ser discutida”, apontou o veterinário Bruno Reis. Em novembro de 2017, as vacas em lactação antes em sistema semi-intensivo foram alojadas em um sistema de Compost Barn, com capacidade para abrigar 280 animais em lactação. Inicialmente, essa mudança gerou questionamentos, pois muitos técnicos levantavam a seguinte pergunta: Seria certo construir uma estrutura cara para abrigar animais da raça Girolando, sendo que a grande virtude da raça é a rusticidade? Realmente é uma excelente pergunta, porém muito difícil de ser respondida. Até então, estamos falando de algo inovador, e somente o tempo e os resultados responderão a essa pergunta. “Nós não enxergamos outra saída a não ser mudar de sistema ou encerrar a atividade; quando chovia eu não conseguia dormir, pensando em como seria o dia seguinte, pois já não conseguíamos mais controlar o excesso de lama“, lembrou Bruno. Atualmente a fazenda produz em torno de 8.500 litros diários, com média de produção por vaca em torno de 33 litros, em três ordenhas diárias. O rebanho hoje, em grande parte, é composto por animais CCG 3/4 HOL e uma pequena parte com animais puros da raça Holandesa, em torno de 35%. Quando analisamos separadamente as mé-

dias diárias entre os animais da raça Girolando e Holandesa, é notória a superioridade das vacas Holandesas, que hoje se encontram com média diária em torno de 37kg de leite. No entanto, algumas lactações encerradas na Rancho Grande nos surpreendem, como o Girolando, que pode expressar seu potencial produtivo sob uma situação de conforto. Um exemplo seria a Vaca J.E.L Rancho Grande Avalon Lentilha, com projeção para 305 dias de 11.435 litros, e hoje se encontra com produção de 55kg/dia, com 130 dias em lactação. Já o lote de novilhas são animais produzindo em torno de 32kg de leite/dia, praticamente animais CCG 3/4 HOL. Vamos dar como exemplo a grande campeã J.E.L Rancho Grande MR Orly FIV, uma vaca de primeiro parto que chegou nos 48kg diários de produção e com prenhez positiva com 120 dias em lactação. Fazendo uma analogia: quando não tinha Compost Barn, no lote de novilhas as médias não passavam de 26 litros/dia, e no verão tínhamos queda em torno de 20 a 25% na produção. “No período de verão, ainda é desafiador, mas não observamos mais grandes quedas de produção, a persistência na produção é algo visível. E, complementando, hoje a fazenda tem excelentes números reprodutivos, estamos com uma taxa de prenhez em torno de 29%, e esse número só vem aumentando“, ressaltou Bruno. RAÍZES RURAIS

RAÍZES RURAIS

REVISTA O GIROLANDO

O Compost Barn não é um sistema apenas para vacas Holandesas, é um sistema para os produtores que querem aumentar sua produtividade. Independentemente da raça ou grão de sangue, Compost Barn é e será uma realidade para alojar vacas de alto potencial produtivo. E o Girolando, por meio de um intenso e


rápido melhoramento genético, vem ao longo dos anos exemplificando animais com muita produção leiteira. Os animais CCG 3/4 HOL da Rancho Grande vêm correspondendo positivamente a essa mudança de sistema. “São animais altamente produtivos, e logicamente as exigências nutricionais e conforto estão muito próximas às recomendações para animais da Raça Holandesa“, destacou o nutricionista e Supervisor Técnico Comercial – Ruminantes da De Heus, Vitor Silveira. Com a introdução dos animais no Compost Barn, o número de animais CCG 1/2 HOL diminuiu no sistema. Muitas vendas e descartes voluntários foram feitos propositalmente, pois o foco seria deixar animais com altas produções e livres do uso de ocitocina, e por critério de seleção, as vacas CCG 1/2 HOL acabaram perdendo espaço no sistema. No entanto, a permanência de algumas vacas CCG 1/2 HOL no sistema também demonstrou o impacto do conforto em produção de leite para esse grau de sangue: “Temos animais CCG 1/2 HOL hoje no

Compost produzindo mais de 50kg/ dia, em sistemas de piquetes em que essas produções não apareciam”, relatou Bruno. Para manter a reposição de animais CCG 3/4 HOL no sistema, a fazenda mantém uma pequena parte de doadoras CCG 1/2 HOL. São produtos de grandes vacas Holandesas da linhagem da Fazenda Vera Cruz com afamados touros da raça Gir, como: Modelo, Teatro, Gabinete, Vale Ouro e Castelo, que por meio da TE e FIV são acasaladas com sêmen de touros da raça Holandesa de alto valor genético e posteriormente coletados os embriões que serão transferidos para vacas ou novilhas que servirão de “barriga de aluguel“. No entanto, vale ressaltar que trabalhar com animais Girolando em sistema de Compost Barn pode ser uma estratégia para se ter toda a fase de recria mais “barata” por dia, comparada com animais da raça Holandesa. Logicamente, o fato de ser mais barata por dia poderá levar a um custo maior até o primeiro parto, pois levará mais tempo para parir, comparado com o manejo inten-

sivo de novilhas Holandesas. Visto que muitas fazendas ainda têm estruturas ideais apenas para as vacas em lactação e isso deve ser levado em conta na escolha de qual grau de sangue será trabalhado Por fim, fica claro que a composição racial CCG 3/4 HOL é uma opção totalmente plausível para aqueles que queiram introduzir seus animais em um sistema de Compost Barn. A produção de leite que esses animais Girolando na Rancho Grande estão apresentando, no caso, especificamente em sistema de Compost, comprova a viabilidade econômica desses animais para esse tipo de sistema. A grande dificuldade realmente é a permanência da composição 3/4 HOL no sistema. Por esse motivo, muitos rebanhos que inicialmente adotaram essa estratégia, aos longos dos anos, a raça Holandesa predominou no sistema. “Com a evolução constante da genética das vacas CCG 1/2 HOL e CCG 3/4 HOL, será impossível não falar em conforto para esses animais para manter seu alto potencial de produção“, finalizou Vitor Silveira.

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REVISTA O GIROLANDO

MATÉRIA DE CAPA

RAÍZES RURAIS

Larissa Vieira

Entre os Top da produção de genética e de leite Projeto de expansão do condomínio rural Canto Porto coloca a fazenda entre as principais produtoras de leite do País. E tudo isso com um rebanho Girolando A tecnificação das fazendas leiteiras tem permitido um avanço impressionante no volume de leite produzido nas últimas décadas, principalmente nos grandes projetos pecuários. Como apontou o levantamento Top 100 2020 Milkpoint, a média diária de 20.796 litros registrada em 2019 é 217,8% maior que a registrada em 2001. No ranking, estão 19 propriedades que produzem leite com rebanho Girolando. Uma delas é o condomínio rural Canto Porto, em Mogi Mirim/SP, que ocupa a 70ª posição do Top 100 2020, 50

mas nos próximos anos deve subir várias posições. Está em andamento um projeto de expandir a produção em três vezes até 2024, saltando dos atuais 22 mil kg/ dia para 70 mil kg/dia. Hoje, são 833 vacas em lactação, dentro de um rebanho geral de 3.062 cabeças nas duas fazendas do grupo, Santo Antônio e São Francisco. Os animais em lactação são das composições raciais CCG 1/2HOL + 1/2GIR (67%), CCG 3/4HOL + 1/4GIR (30%), Girolando e CCG 7/8HOL + 1/8GIR (1%), além de Gir Leiteiro (2%). Já são 32 anos atuando na pecuária

leiteira, período em que as estratégias para consolidação do negócio foram mudando para atingir alta produção, mas com qualidade e rentabilidade. “Iniciamos com animais de outra raça e em sistema de free stall. A proposta era produzir leite tipo A, o que fizemos até o ano 2000. Depois, começamos os trabalhos para produção de embriões com a Invitro Brasil (atualmente ABS Global), que tem como um dos segmentos de atuação a comercialização de genética para produtores de todo o Brasil. Voltamos a produzir leite em 2009, quando passamos a


DIVULGAÇÃO CANTO PORTO

Thiago Nogueira Marcantonio, veterinário geral da Canto Porto

criar animais da raça Gir Leiteiro com o objetivo de produzir doadoras para o projeto. Fazendo a lactação desses animais e de animais da raça Girolando, que eram criados a pasto, vimos que a margem lucrativa do leite era bem interessante e resolvemos expandir o processo. Hoje, atuamos na comercialização de genética e produção de leite”, conta Thiago Nogueira Marcantonio, veterinário geral da Canto Porto. Em termos de melhoramento genético, a fazenda tem utilizado várias ferramentas para chegar a um Girolando de alto valor. Entre elas está a genômica, assim como a pontuação das filhas. No rebanho Gir todos os animais são genotipados. No Girolando isso é feito em algumas matrizes em destaque e suas filhas, por conta do custo da ferramenta. “Avaliamos as filhas, para pontuar as mães, pois são os produtos que estamos comercializando. Devido à grande pontuação genômica das novilhas e bezerras, estamos preconizando a aspiração desses indivíduos para um maior avanço do melhoramento genético”, explica o médico veterinário. Nos acasalamentos, a Canto Porto busca animais com pontuação alta em: produção leiteira, pernas e pés, força leiteira, saúde, fertilidade das filhas, fluxo de leite e temperamento. De acordo com Marcantonio, os últimos resultados mostram que o criatório está sempre melhorando de acordo com a categoria. As bezerras são as mais pontuadas do genoma, seguidas pelas novilhas, primíparas em lactação e doadoras secas. Dentro do PMGG, a fazenda participa do Controle Leiteiro Oficial, cujos dados são utilizados na pontuação geral

das matrizes. “E temos um critério interno de avaliação que pontua pernas e pés, fluxo de leite, morfologia produtiva, força leiteira e temperamento. O mais impactante na pontuação da matriz, são as pontuações de suas filhas sempre”, esclarece. Esse sistema de seleção adotado tem garantido a confiança do mercado, elevando a procura pela genética Canto Porto. A fazenda comercializa embriões de doadoras das raças Girolando e Gir. A base para formação desse grupo veio de tradicionais criatórios, tais como: Calciolândia, Terra Vermelha, MB Agrícola, Campo Alegre e Fazendas do Basa. “Utilizamos sêmen sexado dos melhores touros Holandeses. Temos produzido animais Girolando de alta produção e matrizes doadoras de alta qualidade, uma genética indispensável para aqueles que buscam alta produção leiteira”, informa o médico veterinário da Canto Porto. Segundo ele, o mercado de genética

está aquecido e em franco crescimento. Atuando em três frentes (venda de animais puros, de sêmen e de embriões), o criatório estima que fechará 2020 com a comercialização de 4.500 a 5.000 embriões. “Para o ano que vem estimamos que haverá um incremento de 100% no volume vendido. A procura por embriões está bem expressiva”, informa. 2020 tem sido um ano de conquistas para a Canto Porto, com a valorização e reconhecimento de sua genética pelo mercado. De acordo com Thiago Nogueira Marcantonio, a propriedade obteve excelentes resultados no ranking Nacional Girolando, colocando 232 animais entre as Top 1000. Em 2018, a Canto Porto tinha 54 vacas no Top 1000 Girolando, ou seja, crescimento de aproximadamente 330%. Em 2020, das 20 primeiras vacas CCG 1/2 do ranking, 19 são da Canto Porto, sendo que as 10 primeiras posições dessa categoria são de animais da fazenda. “Ainda obtivemos o título de maior média de valor genético (categoria 400-800 animais) pelo terceiro ano consecutivo, e maior média de leite na mesma categoria pelo segundo ano consecutivo”, comemora. Na parte comercial os números também são animadores. No leilão realizado neste ano houve recorde anual de preço do Girolando. “Estamos mais contentes ainda com os compradores, que levaram animais de grande valor genético e com certeza vão trabalhar muito bem essas matrizes e contribuir para o melhoramento genético nacional. A genética Canto Porto tem se tornado cada vez mais expressiva nos resultados, fruto de um trabalho sério e comprometimento de toda a equipe”, finaliza Thiago Marcantonio.

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MATÉRIA DE CAPA

DIVULGAÇÃO SÃO BENTO

Larissa Vieira

Genética de alta performance em qualquer região Vacas Estância São Bento

A grande adaptabilidade da raça Girolando às adversidades climáticas permitiu à Estância São Bento colocar em prática um projeto de produção de genética e de leite altamente rentável e de qualidade Goiás está entre os estados de melhor desempenho na pecuária, seja ela de leite ou de corte, e também na agricultura, com uma das maiores produções de grãos do País. Além da vocação para o agro, os investimentos nas mais modernas tecnologias ajudaram a dar um salto na quantidade e na 52

qualidade dos alimentos produzidos. No caso da pecuária leiteira, isso inclui utilizar uma genética capaz de dar resultado mesmo em áreas de altas temperaturas, como no município de Campinorte, interior de Goiás. O criador Adauto Luís Caumo, da Estância São Bento, viveu essa realida-

de. Quando iniciou na atividade, em 2007, utilizava uma raça de alta produção, mas que não era adaptada ao clima do Estado. Com isso, a criação das bezerras era muito difícil e ele viu os custos com sanidade e outros itens aumentarem, tornando o negócio pouco rentável. “Em 2015, decidi bus-


DIVULGAÇÃO SÃO BENTO

Adauto Caumo comanda a Estância São Bento

car por animais mais rústicos e bem adaptados à região. E o Girolando logo se mostrou ser o gado ideal para a fazenda. Todos os índices zootécnicos melhoraram, sem perder em nada na produção. Reduzimos os casos de morte de bezerras, de doenças e de descarte das vacas, além da queda nos custos de produção”, lembra Adauto. Hoje, o rebanho da Estância São Bento é formado por 90% de animais Girolando, sendo várias composições raciais, dentre elas CCG 3/4, CCG 1/2, CCG 1/4, além do Girolando propriamente dito. São 700 cabeças no total e cerca de 270 vacas em lactação. Isso garante produção diária de 10 mil kg/leite, em sistema de três ordenhas. A formação do rebanho começou com a aquisição de embriões CCG 3/4, composição maior até hoje dentro do plantel. A genética foi multiplicada por meio de biotecnologias como a FIV, utilizada em larga escala e chega a corresponder a 98% dos nascimentos. Participante do PMGG, utilizando ferramentas como Controle Leiteiro e genoma, a propriedade trabalha com uma forte pressão de seleção. “Se a fêmea não emprenha em até 300 dias, é descartada. Já nos acasalamentos valorizamos características como qualidade do úbere e vida produtiva, dentre outras. Só usamos touros que sejam muito equilibrados, tanto Holandês quanto Girolando CCG 3/4”, explica o criador. No último Controle Leiteiro aferido, a média de produção das CCG

1/2 foi de 41,5 kg/leite, das CCG 3/4 foi de 38 kg/leite e das CCG 5/8 foi de 33,4 kg/leite. Foram controladas 167 fêmeas. Na Estância São Bento são produzidas 400 prenhezes por ano. Uma parte fica na fazenda para repor o plantel e cerca de 150 prenhezes são comercializadas. A venda de novilhas fica em torno de 250 exemplares ao ano. “O mercado está muito aquecido. Vendemos muita novilha prenha, bezerra e bezerro para a região de Goiás e também em leilões, que têm alcan-

çado boas médias”, informa Adauto. E não é só na parte de comercialização de genética que o Girolando vem se mostrando atrativo. A rusticidade da raça levou à melhoria da qualidade do leite produzido. O índice de gordura está em 4% e o CCS (controle de células somáticas) está dentro do nível exigido. “A saúde do Girolando é um grande diferencial. São animais que resistem muito bem às altas temperaturas de Goiás, mantendo produção alta e sem apresentar recorrentes problemas sanitários. Até nos índices reprodutivos, com o uso da FIV, tivemos aumento”, diz o pecuarista. Segundo ele, a taxa de prenhez é de 37% e 47% de concepção. Na Estância São Bento, as fêmeas são desafiadas logo cedo, quando chegam a 14 meses, desde que atinjam o peso mínimo de 380kg. Com isso, as primíparas estão conseguindo parir com 580kg. E na ordenha o resultado também é animador. Com produção em confinamento, a Estância São Bento conta com sistema de compost barn. A média de leite produzido por vaca gira em torno de 38kg/dia. “Os custos ficaram mais caros em 2020, mas o Girolando está nos permitindo atingir maior rentabilidade, por ser menos exigente e mais saudável”, ressalta Adauto.

Novilhas em confinamento na Estância São Bento

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MATÉRIA DE CAPA

DIVULGAÇÃO IPÊ ROXO

Larissa Vieira

Produção de derivados em alta Criadora Geisy Lene de Souza

Com leite de Girolando, a Fazenda Ipê Roxo produz queijo e sorvete de iogurte no Piauí. Um nicho de mercado que não sabe o que é crise A raça Girolando viabiliza não só projetos de produção de leite e de genética. Em Altos, interior do Piauí, a Fazenda Ipê Roxo vem investindo em um nicho de mercado em expansão e que não tem sido afetado pelas oscilações do preço do leite. A criadora Geisy Lene de Souza viu na produção de queijos e de sorvete de iogurte uma alternativa para melhorar a rentabilidade de seu negócio. E tudo feito com leite de Girolando. “A pecuária leiteira no Piauí passa por um momento difícil. Os insumos 54

sempre são mais caros devido à logística, e o valor do leite é muito baixo comparado a outras regiões, como o Centro-Oeste, por exemplo. Por isso, decidi apostar na raça Girolando, que tem alta produção leiteira, heterose e precocidade. É um gado mais resistente ao clima do Nordeste”, esclarece Geisy, cuja família sempre produziu leite em Goiás. Ao decidir trilhar o mesmo caminho, mas em realidade geográfica diferente, ela viu que precisava de um gado capaz de produzir bem mesmo

nas condições climáticas do Piauí. Hoje, conta com um rebanho de 53 vacas, sendo 41 em lactação. As doadoras Gir Leiteiro são a base genética para formação do Girolando, atualmente vacas CCG 1/2HOL+1/2GIR, mas a meta é ter também vacas CCG 5/8HOL + 3/8GIR dentro da fazenda. Segundo a criadora, o melhoramento genético é um dos principais pilares da propriedade. “A Ipê Roxo é uma fazenda que tem só três anos de existência, mas com um trabalho de seleção de 50 anos. Esta é a ideia: usar todas


as ferramentas que temos disponíveis para obtermos qualidade e não quantidade”, assegura. Com o apoio da Girolando, das Embrapas Meio Norte e Gado de Leite e da ABCGIL, a fazenda está utilizando sêmen de touros do Teste de Progênie de Girolando e Gir Leiteiro nos procedimentos de IATF. A expectativa é promover o melhoramento genético do rebanho com o uso dessa genética para, em breve, poder ofertar ao mercado animais geneticamente superiores. “No início das aquisições do plantel da fazenda tive muita dificuldade em encontrar uma genética de ponta aqui no Estado, pois quem tinha não abria mão. Isso me fez buscar muitas vacas em Minas Gerais, Goiás e outros estados. Nossa meta é ter uma genética de alta lactação para o clima do Nordeste e, com isso, atrair produtores para aquisição do gado da Ipê Roxo, por que não? Animais adaptados e com ótima lactação entram em qualquer plantel”, diz confiante Geisy. Além da IATF, a fazenda investe na transferência de embriões e na genotipagem dos animais. Outra ferramenta da qual não abre mão é o Controle Leiteiro. “Dentro desse sistema de seleção, buscamos animais de boa produção leiteira, adaptados ao nosso clima e, claro, um GPTA sempre melhorador para repassar para sua descendência”, garante a criadora. A Ipê Roxo realiza duas ordenhas mecânicas por dia e três alimentações no cocho. Para amenizar o clima para as vacas, a sala de espera conta com ventiladores. Elas ainda recebem ba-

nho para garantir o bem-estar animal. Já na parte nutricional, a boa luminosidade da região e a água em abundância no subsolo favorecem a produção de volumoso de qualidade o ano todo. É utilizado o capim BRS Capiaçu e o milho produzido na fazenda é utilizado para silagem. A irrigação é utilizada nos períodos de seca. As melhorias na genética do rebanho e na infraestrutura da fazenda garantiram uma produção de leite maior, que hoje gira em torno de 865 kg/dia. A maior parte vai para a produção do sorvete de iogurte, o cremosinho Creme Bom. Da fábrica instalada na Ipê Roxo saem diariamente 40 mil cremosinhos, que são comercializados nos estados do Piauí, Maranhão, Bahia e Ceará. A procura pelo produto é grande e nem sempre

DIVULGAÇÃO IPÊ ROXO

DIVULGAÇÃO IPÊ ROXO

Geisy na fábrica de cremosinho

o leite produzido na fazenda consegue suprir a demanda. Uma parte menor do leite é usada para fabricação de queijo coalho e queijos especiais. A capacidade da queijaria é de 60kg/dia, mas nem sempre é possível chegar a esse volume por conta do total de leite produzido diariamente, que muitas vezes não é suficiente para fabricação dos dois produtos da fazenda. “Queremos ampliar para 2.500 kg/dia daqui a três anos, para atender a grande demanda. No calor não tem nada melhor que um cremosinho gelado, e os queijos não dão pra quem quer. Não posso reclamar de nada, só agradecer a Deus”, declara Geisy. Segundo ela, o segredo é inovar sempre. O próximo passo será a venda de animais melhoradores para disseminar a genética Girolando pelo Piauí. Para todos esses projetos, ela conta com o apoio do marido, Reldieme Ferreira Coelho. “Trabalhamos juntos na lida da fazenda incansavelmente e somos muito realizados. Presenciar em todo momento um gado com uma genética que só te dá orgulho não tem preço”, finaliza a criadora.

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MATÉRIA DE CAPA

DIVULGAÇÃO REAL H

Dener Dias

União em nome da raça Titular do Girolando Rosa dos Ventos Ednaldo Silva e o gerente Edgar Barbosa

Os benefícios da parceria entre o Girolando Real e Girolando Rosa dos Ventos, dois criatórios unidos em nome da genética e da produção de leite Em setembro o touro Facebook Real FIV Gillespy da Rondinela teve 50% de suas cotas arrematadas por valor substancial. Uma parceria altamente benéfica para dois grandes criatórios ganhava mais um elo forte. De um lado, a Fazenda Vale da Rondinela (Jaraguari/MS), berço do 56

Girolando Real. Sua tradição abrange quase 20 anos de dedicação e três gerações de apaixonados pela produção de leite, começando pela matriarca Sra. Olga Trefzger Cinato, repassando para a sua filha, a médica veterinária Aurora Trefzger Cinato Real, diretora de Fomentos e Eventos do Girolan-

do. Seu esposo, o médico veterinário Marcelo Renck Real é também um dos grandes responsáveis pela produção da família, atuando ainda como presidente do Núcleo dos Criadores de Girolando do MS. Mais recentemente o jovem Claudio Franco Cinato Real, igualmente médico veterinário e


DIVULGAÇÃO REAL H

As três gerações da família Real

apaixonado pela raça representa a terceira geração a contribuir, sem medir esforços, para a evolução da produção do Girolando Real. O resultado de tanto empenho é alta produtividade e aprimoramento genético já reconhecido nas pistas e torneios. O próprio touro Facebook é um exemplo da qualidade desse plantel. Foi eleito o 2° melhor Touro Girolando Genômico 3/4 (PMGG Junho/2019), sendo três vezes Grande Campeão, tendo seu GPTA ampliado de 1.003,5kg para 1.433kg. Tem ainda a Fascinante Patativa Modelo Volta Fria, duas vezes Melhor Progênie Mãe Nacional, e a Hera Real Facebook, filha do touro Facebook com GPTA melhor do que o do pai e PTA genômico destaque nacional. Por sua vez, o Girolando Rosa dos Ventos, do criador Ednaldo Alves da Silva, possui pouco tempo de existência, cerca de um ano, mas já reúne o que há de mais moderno e eficiente quando o assunto é produção de leite. Sua sede, a Fazenda Maria Antônia (Nova Andradina/MS), possui uma produção altamente tecnificada e com qualidade admirável. Conta com dois módulos de ordenhas robotizadas de última geração funcionando a todo vapor. Anexo ao compost barn que abriga os cerca de 140 animais em lactação, os equipamentos funcionam 24 horas por dia. A produção diária beira os 2 mil litros. O girolandista conta que houve uma quebra de paradigma quanto à entrada dos animais Girolando 1/2 sangue na máquina. Alguns achavam

que os animais precisariam de manejo para acessar o robô; entretanto, o que acontece, fato que nossa reportagem pôde constatar in loco, é que o 1/2 sangue, por ser mais ágil, muitas vezes “fura a fila” na sala de espera para entrar na frente. “Eu tive que acreditar, acreditar e acreditar no Girolando. Hoje ele me dá esse resultado: as maiores produções que eu tenho dentro do compost são com o gado Girolando 1/2 sangue”, explica Ednaldo. HOMEOPATIA NO COCHO Parcerias como a desses criatórios proporcionam a troca de experiências e informações fundamentais para o amadurecimento do processo produtivo. A homeopatia, por exemplo, é amplamente utilizada para prevenção e tratamento de doenças em ambas as propriedades, servida junto à alimentação do rebanho.

Edgar Barbosa, gerente da fazenda Maria Antônia, conta que as mastites, por exemplo, foram controladas com homeopatia logo no início da produção. Outras patologias, como os problemas de cascos e as infestações de parasitas, também estão controladas através do uso contínuo da terapêutica no rebanho. Ele também destacou que, recentemente, o uso de um núcleo especial com medicamentos homeopáticos ajudou a solucionar um grave problema reprodutivo, baixando consideravelmente os índices de partos distócicos e a retenção de placenta. “Hoje eu posso falar com conhecimento de causa que nós resolvemos o nosso problema de retenção de placenta, de inchaço excessivo da parte mamária das vacas. E também, a entradas desses animais na lactação está sendo mais rápida. Hoje nós temos fêmeas com dez dias de paridas que já estão chegando no pico de produção”, explica Edgar. Esses são apenas alguns exemplos práticos do quanto uma parceria bem estabelecida e a troca de informações podem estar começando. E contribuindo para o desenvolvimento dos criatórios. Sobretudo para quem, graças a isso, hoje pode desfrutar de uma boa produção, caminhando a passos largos na evolução genética dos seus animais. “Eu agradeço muito ao pessoal do Girolando Real que nos ajuda muito e nos orienta tanto na questão nutricional e também genética. Agradeço de coração. Estou feliz pela parceria”, conclui o criador.

Ordenha na Rosa dos Ventos

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Cilotér Borges Iribarrem Sócio-fundador da Safras & Cifras NEGATIVE SPACE

SUCESSÃO

9 PONTOS SOBRE PLANEJAMENTO SUCESSÓRIO E AS NOVAS GERAÇÕES 1. O Mundo do Trabalho tem hoje gerações muito diferentes. Eles estão distribuídos entre: fundadores, nascidos antes de 1945 e Baby Boomers, nascidos entre 1946 e 1963; e os sucessores, que fazem parte das gerações X, Y e Z, nascidos entre 1964 até depois de 1991. 2. A geração dos fundadores tende a acreditar que os filhos não terão interesse na empresa da família, por se dedicarem a outras áreas e atividades. Porém, os sucessores têm uma visão diferente do mundo e das suas próprias vidas, assim como do modo de trabalho dos fundadores. É importante que ambos concordem com os aspectos de liderança, conceito de trabalho, estudo, tecnologia, relacionamentos afetivos etc., de forma que a família empresária tenha condições para trabalhar em sociedade, ainda que os filhos se dediquem de forma direta ou indireta na empresa da família. 3. O crescimento tecnológico encurtará ainda mais os prazos, o que significa uma mudança total na história da humanidade. As capacidades de adaptação e de mudança são muito importantes para que seja possível trabalhar numa sociedade familiar, e elas só serão atingidas se as famílias as entenderem e praticarem. 4. O mundo tal como percebemos não vai existir mais, desde as formas de comunicação fantásticas nas redes 58

sociais, seja em termos de trabalho como de lazer e interação das pessoas. Temos muitos exemplos que jamais imaginávamos que poderiam acontecer. Uber, que está associado a valores de vida moderna, massividade, flexibilidade, agilidade, que não possui carros e através de uma plataforma digital é possível unir desejo de quem quer prestar um serviço e a necessidade de quem o requer. E AIRBNB, a empresa com a maior quantidade de lugares para alugar no mundo, que não tem um imóvel. 5. A continuidade da empresa familiar está ligada à necessidade de crescimento sustentável dos negócios. Tal crescimento só vai funcionar através de sistemas colaborativos e abertos, com interações, transparência e decisões consensuais e não mais unilaterais. Para que ocorra esta unidade e a continuidade da empresa nas mãos do grupo familiar, é necessário criar regras para que a relação FAMÍLIA X PATRIMÔNIO X NEGÓCIO dê certo. 6. Ações são feitas pela Safras & Cifras juntamente com as Empresas Rurais Familiares para que as relações funcionem. Implementação de Acordos Societários, Código de Conduta, Protocolo Familiar e Fórum Familiar, Estabelecimento de Canais de Comunicação entre os membros da família e Formação dos membros da família, através de Cursos para Sucessores.

7. Resultados positivos são adquiridos com implementações individuais ou em conjunto, dependendo da família. Estabelecimento de relações societárias sólidas do grupo familiar, definição da entrada e saída de membros da família na empresa, definição dos poderes dos administradores, deveres e obrigações dos sócios com a empresa, controles gerenciais econômicos e financeiros, remunerações e distribuição de resultados, funções dos membros da família que trabalham na empresa, utilização de bens da empresa e preparação para implementação da Sucessão. 8. O compromisso com a continuidade e crescimento da empresa é necessário. Não apenas através de novos investimentos, mas também preparando de maneira adequada os membros das novas gerações com competência, profissionalismo e espírito societário, o que só ocorrerá através de estruturas de governança que permitam implementar ações. Tais ações terão um impacto importante tanto na continuidade quanto no crescimento das empresas familiares. 9. Empresas que não se adaptarem não sobreviverão nas mãos do grupo familiar. Mesmo que continuem produzindo, correm o risco de ser através de outros grupos familiares diferentes do da família dos fundadores.


Associação Brasileira dos Criadores de Girolando Triênio 2020-2022 PRESIDENTE: Odilon de Rezende Barbosa Filho VICE-PRESIDENTE: Eugênio Deliberato Filho 1º. DIRETOR-ADMINISTRATIVO: Marcos Amaral Teixeira 2º. DIRETOR-ADMINISTRATIVO: Márcio Luís Mendonça Alvim 1º. DIRETOR-FINANCEIRO: José Antônio da Silva Clemente 2º. DIRETOR-FINANCEIRO: Luiz Fernando Reis DIRETOR RELAÇÕES INST. E COMERCIAIS: Domício José Gregório A. Silva

DIRETOR TÉCNICO CIENTÍFICO: José Renato Chiari DIRETOR DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS: Tatiane Almeida Drummond Tetzner DIRETOR DE FOMENTO E EVENTOS: Aurora Trefzger Cinato Real CONSELHO FISCAL: Afonso Celso de Resende Alexandre Honorato José Luiz Zago CONSELHO CONSULTIVO: Everardo Leonel Hostalácio Alexandre Lopes Lacerda Paulo Cruz Martins Junqueira

Marcelo Renck Real Ronan Rinaldi de Souza Salgueiro SUPLENTES CONSELHO FISCAL: Marcos José de Paiva Gustavo Frederico Burger Aguiar João Eduardo Benini Reis SUPLENTES DO CONSELHO CONSULTIVO: Adaulto Augusto Nascimento Feitosa Paulo Victor Sousa Machado Leonardo Xavier Gonçalves Nelson Ariza Olavo de Resende Barros Junior

Conselho de Representantes Estaduais: AL AL AL AM AM BA BA BA BA CE DF ES ES GO GO GO MG MG MG MG MG

Alexandre Gondim da R. Oiticica André Gama Ramalho Marcos Ramos Costa Ildo Lúcio Gardingo Muni Lourenço Silva Júnior Cláudio Micucci Vaz Almeida Fernando Luiz Andrade Rocha Francisco Peltier Queiroz Filho Valdemir Acácio Osório Diego Teixeira Brito Léo Machado Ferreira Rodrigo José Gonçalves Monteiro Marcos Corteletti Ildo Ferreira (in memoriam) Adauto Luís Caumo Rogério Omar Correa Bernardo Sousa Lima Mattos de Paiva Wander Campos Marcos Rodrigo Bernardo Silva Alex Lima Alves Luiz Cláudio Bastos de Moura

MG José Eduardo Coelho Branco Junqueira Ferraz MG Paulo Roberto Andrade Cunha MG Evandro do Carmo Guimaraes MG João Machado Prata Junior MG Rodrigo Lauar Lignani MG Arildo Benetti Ferreira MG Rubens Balieiro de Souza MG Maria Cristina Alves Garcia MG Maria Helena Freitas dos Santos MG Marcelo Pinto Pelegrini Cancela MG José Coelho da Rocha MG Roberto de Azevedo Rezende MG Sérgio Reis Peixoto MG João Dario Ribeiro MS Fábio Taveira Sandim MS Gustavo Henrique Panucci da Silva MS Thiago Barros Xavier MS Thiago Nogueira Lemos MT Aylon David Neves PA Adelino Junqueira Franco Neto PB Antônio Dimas Cabral

PE Cristiano Nobrega Malta PI José Gomes do Amaral Neto PR Ronald Rabbers PR Bernardo Garcia de Araújo Jorge RJ Cipriano Bairral RJ Jean Vic Mesabarba e Aguiar Arrabal de M. Vicente RJ André Luís Gonçalves de Souza RJ José Gabriel Souza Machado RN Ricardo José Roriz da Rocha RN Alexandre Carlos Mendes RN Manoel Montenegro Neto RO Darcy Afonso da Silva Neto RO Gilberto Assis Miranda RO Otayr Costa Filho RS Álvaro José Bombonatto RS José Adalmir Ribeiro do Amaral RS Roberta Quinteiro de Medeiros Rigol SE Lafayette Franco Sobral SE João Bosco Machado SP Rubens Aparecido Câmara Júnior SP Raul de Oliveira Andrade Neto

SP SP SP SP SP SP SP SP TO

Paulo Gabriel Reis Nader Eduardo Lopes de Freitas Pedro Luiz Dias Fructuoso Roberto de Lima Filho Roberta Bertin Barros Alexandre Pereira da Costa Paulo Massanori Yamamoto Fernando Antônio de Macedo Napoleão Machado Prata

CDT Membros Natos Fernando Augusto, Leandro Paiva Membros Efetivos Edivaldo Júnior, Fábio Fogaça, Gustavo Gonçalves, José Renato Chiari, Maurício Coelho, Marcello Mamedes, Olavo Barros Júnior, Samuel Bastos, Tiago Ferreira

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GIROLANDO E VOCÊ

CLÁUDIA MONTEIRO

Larissa Vieira

Por trás do sucesso de uma raça Euclides durante julgamento no exterior

JORGE BORBA

A partir desta edição da Revista Girolando você vai conhecer um pouco da história dos profissionais que têm ajudado a construir uma raça cada vez mais eficiente e produtiva

Técnico da Girolando Euclides Prata

Não podíamos deixar de iniciar esta nova seção da Revista com o colaborador que conta maior tempo de dedicação à Associação Brasileira dos Criadores de Girolando. O zootecnista Euclides Prata acumula 38 anos de trabalho na entidade, como técnico de registro. Viajou o Brasil e outros países promovendo a raça, tanto no campo quanto nas pistas de julgamento. Uma paixão pela pecuária leiteira herdada do pai, o criador Mardônio Prata dos Santos, que ajudou a fundar, em 1978, a Associação de Girolando, na época chamada Assoleite, e era o sócio de número 2. “Ele sempre acreditou que a união dos criadores por meio de uma associação poderia consolidar a raça no País. Foram tempos de muita dedicação e decisivos para o futuro do Girolando”, lembra Euclides. Do ideal defendido pelo pai para a realidade no campo, ele acompanhou toda a trajetória da raça desde o início, desde momentos de incerteza de alguns criadores em 60

relação ao potencial do Girolando, há quase quatro décadas, até os dias atuais, com a confirmação não só porteira adentro, mas nas avaliações genéticas e genômicas. “O produtor passou a ver bons resultados no curral e isso levou a um investimento maior em genética. O melhoramento da raça é dinâmico e precisa ser constante, pois não se faz um bom rebanho da noite para o dia. É preciso selecionar sempre com base em novas informações e utilizando ferramentas confiáveis”, destaca o técnico. Euclides lembra que dentro desse processo de evolução um dos pontos decisivos foi a conscientização dos criadores para o uso de touros Girolando. “Muitos não tinham confiança em usar os nossos reprodutores, mas à medida que o Teste de Progênie foi se consolidando e os resultados das avaliações foram publicados pela Embrapa, esse receio foi acabando. O PMGG foi fundamental para esse reconhecimento do mercado. Hoje, somos a raça leiteira nacional que mais vende sêmen no Brasil”, informa. Ele faz questão de reforçar que nesse desafio inicial de difusão da raça outros técnicos, que infelizmente já faleceram, foram fundamentais: Paulão, Enedino e Jesus. O mercado internacional também soube valorizar essa evolução da raça. Como técnico de registro e jurado, Euclides atuou não só no Brasil, mas em vários países da América do Sul. Ele foi o primeiro técnico a realizar um registro genealógico de Girolando na Venezuela, país que adquiriu um grande volume de animais na última década. A convite do governo venezuelano, passou uma semana rodando o país para

conhecer os projetos leiteiros locais. “O Girolando adaptou-se muito bem à Venezuela e muitos dos projetos tiveram sucesso”, lembra Euclides. Também foi pioneiro nas pistas, sendo um dos primeiros jurados brasileiros de Girolando a atuar em exposições fora do país, dentre eles a Colômbia. “Esse foi um dos países que mais levou genética brasileira para fazer o Girolando. Hoje, os criadores têm um gado de boa qualidade. Outro país que evoluiu na pecuária com o Girolando é a Bolívia”, pontua. Segundo Euclides, o mercado internacional dá muito valor a animais com avaliação genética/ genômica, por isso, o criador brasileiro precisa aprimorar cada vez mais seu processo de seleção. Sobre o futuro da raça, ele não tem dúvidas: haverá uma demanda cada vez maior. “O nível que o Girolando atingiu em um curto espaço de tempo mostra o grande comprometimento dos criadores com a evolução da raça. E ainda podemos ir muito além, nos próximos anos, com a consolidação de novas ferramentas de seleção, dentre elas a genômica”, espera Euclides. Pai de Pedro, que está concluindo o curso de Medicina Veterinária, e casado com Tereza, que o acompanha nas suas andanças a trabalho pelo Brasil, ele acredita que a raça Girolando continuará sendo um elo importante na sua família e também entre produtores e profissionais que aprendeu a admirar em todos estes anos de atuação na Associação Brasileira dos Criadores de Girolando.


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NOVOS ASSOCIADOS ESTES SÃO OS NOVOS CRIADORES E ENTIDADES DE CLASSE QUE PASSARAM A INTEGRAR O QUADRO SOCIAL DA GIROLANDO NOS MESES DE JUNHO, JULHO E AGOSTO DE 2020 Nº CRIADOR MUNÍCIPIO 9789 ADRIANO PEREIRA DOS SANTOS JARAGUÁ - GO 10010 AGROPECUÁRIA TRÊS MEIA OITO OITO RIO DE JANEIRO - RJ 10021 ALAN DOS SANTOS LEMOS NOVA FRIBURGO - RJ 10050 ALBERTO BANDEIRA SEGUNDO JOÃO PESSOA - PB 10013 ALDEANE VIDAL RODRIGUES DE OLIVEIRA ITABUNA - BA 10041 ALDO GERALDO LIBERATO CONTAGEM - MG 7923 ALESSANDRA MERRICHELLI ITAJUBÁ - MG 10016 ALYSSON SENRA SILVA RIO POMBA - MG 9984 AMARILDO JOSÉ CARNEIRO ARAXÁ - MG 10029 ANDRE FERREIRA LOPES SÃO JOSÉ DOS CAMPOS - SP 10002 ANDRE LUIZ FERREIRA DE OLIVEIRA BOM DESPACHO - MG 9999 ANDRÉA PETROLINI MONTE APRAZÍVEL - SP 10096 ÂNGELO DE SOUZA CRESPO NETO CAMPOS DOS GOYTACAZES - RJ 10079 ANTÔNIO AUGUSTO CARVALHO COSTA MONTE CARMELO - MG 10028 ANTÔNIO GONÇALVES VILELA GOVERNADOR VALADARES - MG 9986 ARMANDO JOSE LAPA FILHO SALVADOR - BA 10076 AUREO CÁSSIO DE CARVALHO SANTA RITA DE CALDAS - MG 9988 BRUNO BRITO LONGO NOVA FRIBURGO - RJ 10092 CARLOS ANTONIO DE CARVALHO BAMBUÍ - MG 10094 CARLOS HENRIQUE RIBEIRO DOS REIS FEIRA DE SANTANA - BA 9993 CLÁUDIO HUMBERTO DE OLIVEIRA PIRES JOVIÂNIA - GO 10035 CLENILDO CHAVES COUTINHO BAMBUÍ - MG 10018 CONDOMÍNIO FAZENDA OLHOS D’ ÁGUA POMPÉU - MG 10042 CONDOMÍNIO FAZENDA SFALSINI LAÇO FORTE GOVERNADOR VALADARES - MG 9983 DAVID RICARDO SOUZA CAMPOS TRAJANO DE MORAES - RJ 10037 DELAINE BRAULIO DE MELO TAUBATÉ - SP 10058 DONIZETE OLIVEIRA DE SOUZA SÃO JOSÉ DOS CAMPOS - SP 10057 DORYVAL MORAES RIOS ITAPECERICA - MG 10074 EDSON FERREIRA ROCHA IBIÁ - MG 8138 EDVALDO DE PAULA COSTA OLIVEIRA - MG 10062 ELIOMAX RESENDE SENA JI-PARANÁ - RO 10061 ELLEN CAROLINE DA SILVA MAXIMO ANDRADINA - SP 9989 FÁBIO ANDRADE FERREIRA COMENDADOR GOMES - MG 10053 FAUSTO DA COSTA SILVA ITAPURANGA - GO 10089 FED.DA AGRICULTURA E PECUÁRIA DO ESTADO DO AMAZONAS MANAUS - AM 9994 FLÁVIO ANDRADE AMARAL LAGOA DA PRATA - MG 10011 FRANTHESCO CARNEIRO ANDRADE ITAPAGIPE - MG 10060 FREDERICO REZENDE FRANCO PRATA - MG 9992 GENIR GENARO LEMOS CAMPO GRANDE - MS 10064 GERALDO ARRUDA MAIA IPATINGA - MG 10040 GILBERTO DORIA DANTAS NETO ARACAJU - SE 10026 GUSTAVO OLIVEIRA MACHADO AREADO - MG 10019 GUSTAVO RODRIGUES MAGALHÃES PASSOS - MG 10045 HÉLITON VALÉRIO SANCHES BRANDÃO VIRGOLÂNDIA - MG 10047 IGOR DE SOUZA CANDIDO MORRINHOS - GO 9995 INÁCIO GONTIJO CARMO DO CAJURU - MG 10031 IRANY ZUCOLOTO JARU - RO 10043 JAIRO RODRIGUES DE OLIVEIRA NATAL - RN 10051 JEAN PAULO GOTELIP CABRAL RIO BRANCO - AC 10085 JOÃO JOSÉ DE SOUSA OURILÂNDIA DO NORTE - PA 10087 JOSÉ ALBERTO BARROSO BARRETO ARAPIRACA - AL 10054 JOSÉ CUSTÓDIO DE FARIA JI-PARANÁ - RO 10073 JOSÉ DO ANARAL RIBEIRO GOMES CAMPOS DOS GOYTACAZES - RJ 10048 JOSÉ GERALDO CASTIGLIA BARUERI - SP 10000 JOSÉ IRANDES BATISTA TAPIRA - MG 10098 JOSÉ IRINEU ANTONIO DOURADOS - MS 10080 JOSÉ JOAQUIM DE ALMEIDA FIGUEIREDO VITÓRIA - ES 10072 JOSÉ MARIA TEIXEIRA URUPÁ - RO 10059 JULIANO DA FONSECA RODRIGUES MUTUM - MG

Nº CRIADOR MUNÍCIPIO 10030 KLÉBER NUNES RIBEIRO JI-PARANÁ - RO 9996 LAERSON FRAGOSO MAGALHÃES CONTAGEM - MG 9985 LAILA MARNARDI CUNHA OVIDIO NEVES PARANAÍBA - MS 10088 LEANDRO PASQUALINI DE CARVALHO GUARANÉSIA - MG 9846 LEONARDO COSTA DA ROSA CAMPO GRANDE - MS 10012 LEONARDO DE MATOS XAVIER TEÓFILO OTONI - MG 10067 LEONARDO MARTINS NORMANHA GOIÂNIA - GO 10093 LINDIOMAR ISMAEL DOS SANTOS JOÃO DOURADO - BA 10015 LOURIVAL BOTELHO SANTA CRUZ DO RIO PARDO - SP 10036 LUÃ DE OLIVEIRA RESENDE MAGALHÃES RESENDE COSTA - MG 10034 LUCAS SILVA BRIZZANTE INOCÊNCIA - MS 9987 LUCIANO PEREIRA FERRER CARMO DE MINAS - MG 10022 LUÍS AUGUSTO TEIXEIRA LARANJEIRA SEBASTIÃO LARANJEIRAS - BA 10086 LUIZ ADÁLIO CANUTO DE SOUZA MACEIÓ - AL 10039 LUIZ FLÁVIO FERREIRA BARBACENA - MG 8433 LUIZ HENRIQUE TEIXEIRA PEREIRA DE MELO BOM DESPACHO - MG 10023 LUIZ HUMBERTO DI MARTINO BORGES UBERABA - MG 9997 LUIZ OTÁVIO SOARES GOIÂNIA - GO 10065 MARCELO DE SOUSA BOGADO CATAGUASES - MG 10005 MÁRCIO DE AZEVEDO GONTIJO BELO HORIZONTE - MG 10038 MARCOS HUMBERTO VILLELA CONCEIÇÃO DO RIO VERDE - MG 10049 MARIA HELENA DE OLIVEIRA ALVES CARMO DO CAJURU - MG 10033 MARINA REBELLO ATHAYDE MONTES CLAROS - MG 10020 MARINHO DE SOUSA NETO NATAL -RN 10063 MAURÍCIO NOVAES DE OLIVEIRA LARANJAL - MG 10014 MAX ANTÔNIO SOUZA MORAIS CAMPO GRANDE - MS 10095 MSMT - INSTITUTO DE PESQUISA AGROAMBIENTAL CAMPO GRANDE - MS 10017 MURILLO NARDACCHIONE SALES - SP 10009 NEUMAN DA CONSOLAÇÃO VALLES GUANHÃES - MG 10075 PAULO ANTÔNIO MIRANDA BARROS JÚNIOR PINDAMONHANGABA - SP 10006 PAULO HENRIQUE ARCOS SIQUEIRA CARVALHO NATÉRCIA - MG 10027 RAFAEL COSTA MARTINS BOM DESPACHO - MG 10070 RAIMUNDO FERREIRA GUERRA INHAPIM - MG 10001 RICARDO CAMPOS MELLO SÃO JOSÉ DOS CAMPOS - SP 10044 RICARDO WAGNER DE OLIVEIRA IPANGUAÇU- RN 9998 ROBERTO LUIZ ALBUQUERQUE TELES SALVADOR - BA 10066 ROBERTO PAIVA DE MENEZES NANUQUE - MG 4575 ROBERTO SANCHEZ DA COSTA SÃO PAULO - SP 10083 RODOLFO OLIVEIRA DE DEUS/MICHEL GONÇALVES DE SOUZA AREADO - MG 8656 RODRIGO NAVES MUNDIM MONTE CARMELO - MG 10007 RODRIGO VIEIRA SILVA VICENTINÓPOLIS - GO 9991 ROGERIO TEODORO DE SOUSA UBERLÂNDIA - MG 10084 ROMEU ANTÔNIO DA SILVA SÃO SEBASTIÃO DO OESTE - MG 10003 RONALDO LUIZ RESENDE DA COSTA SÃO JOÃO DEL REI - MG 10097 SAMUEL GUIMARÃES DA CUNHA ANÁPOLIS - GO 9982 SÉRGIO ELY VALADÃO GIGANTE DE ANDRADE COSTA CACHOEIRA PAULISTA - SP 10004 SÉRGIO SILVA SOUZA PRATA - MG 10082 SÔNIA MARIA PEGORARO RODRIGUES NOVA ANDRADINA - MS 10046 TARIK NAZIH SALEH ABDEL KADER WEHRMANN BRASÍLIA - DF 10056 TIAGO BATISTA DA SILVA MANHUAÇU - MG 10068 TIAGO BROWNE FERREIRA ITAPERUNA - RJ 9990 VALQUIRIO LEONARDO DE MENEZES ITARANTIM - BA 10052 VANIA MARIA RODRIGUES BANDEIRA BELO HORIZONTE - MG 10071 VANIR FERREIRA LAMIM ALÉM PARAÍBA - MG 10090 VICENTE DE PAULA PADIAS ITUIUTABA - MG 10008 VINICIUS GRAMA TAKAMATSU PROMISSÃO - SP 10025 WANDERLEI PATERLINI LUCATELI JUIZ DE FORA - MG 10024 WILDE PIMENTA LEMOS NOVA ANDRADINA - MS 10032 WILSON FURQUIM DE ALARCAO CACHOEIRA ALTA - GO

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GIROLANDO KIDS

Explique para seus amiguinhos Você talvez tenha muitos amigos que sempre moraram na cidade e nunca viram uma vaca de perto. E tem muita coisa bacana acontecendo na fazenda que eles precisam saber. Então, bora lá bater um papo com nossa amiga Girolando, uma vaquinha muito esperta que vai te contar novidades toda edição da revista: As vacas são animais herbívoras, isso quer dizer que elas adoram comer vegetais como o capim. Elas também comem ração (que pode ser feita com vários tipos de grãos, por exemplo milho, soja, caroço de algodão, etc), ou plantas, como a palma forrageira (mais comum no Nordeste do Brasil), mandioca e várias outras. Elas gostam de ficar um bom tempo deitadas (umas 8 horas por dia) para ajudar o corpo a aproveitar bem todo o alimento consumido. Isso chama ruminação. A vaca remastiga o alimento bem devagar para deixá-lo bem mastigadinho e, assim, ser melhor absorvido no sistema digestivo. Quanto mais tempo a vaca fica “de boa”, deitada, melhor será a saúde dela, inclusive dos seus cascos. Ela também produz mais leite se descansa bem. 62 62


E falando em leite, se você quer ficar forte e saudável é legal tomar leite todo dia. Ele tem proteínas, vitaminas e minerais, principalmente o cálcio, que ajudam a deixar seus ossos e dentes mais fortes, e daí você cresce com saúde. O leite também é uma ótima fonte de hidratação. Depois de brincar ou de fazer exercício, você pode tomar um leite geladinho para matar a sede. Se quiser misture com frutas congeladas para fazer um gostoso e saudável milkshake. Bom demais!

Camila - Fazenda Triângulo

Laura Manfrê - Estância Santo Antônio

Elena - Rancho Três Irmãos

Helena - Girolando MS

Quer ver a foto do seu filho na revista Girolando? Envie a foto junto com o nome da criança e da propriedade para o e-mail imprensa@girolando.com.br 63 63


REVISTA O GIROLANDO

FALE CONOSCO

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Depto. Financeiro / ADM / MKT Dúvidas / Reclamações: faleconosco@girolando.com.br SUP. TÉCNICA TÉCNICOS PMGG EQUIPE DE CONSULTORES TÉCNICOS DO SRGRG

Associação Brasileira dos Criadores de Girolando

Nome

Cargo/Profissão

Telefone

Assessoria Executiva da Diretoria Secretaria Executiva da Diretoria Marketing Secretaria Executiva do Departamento Técnico Reprodutivo DNA Genealogia Protocolo Bottons ADT Departamento do Colégio de Jurados Controle Leiteiro PMGG / Teste de Progênie Superintendência Administrativa e Financeira Compras Grife Contas a pagar Cobrança Contabilidade Recursos Humanos Faturamento Superintendência de Tecnologia da Informação Web Girolando Assessoria de Imprensa Gerência de Projetos

Email

Cidade/UF

jmauad@girolando.com.br diretoria@girolando.com.br marketing@girolando.com.br cjrg@girolando.com.br reprodutivo@girolando.com.br dna@girolando.com.br genealogia@girolando.com.br protocolo@girolando.com.br bottons@girolando.com.br adt@girolando.com.br cjrg@girolando.com.br scl@girolando.com.br pmgg@girolando.com.br sup.administrativo@girolando.com.br compras@girolando.com.br grife@girolando.com.br contas@girolando.com.br cobranca@girolando.com.br contabilidade@girolando.com.br rh@girolando.com.br faturamento@girolando.com.br sup.tic@girolando.com.br duvidasweb@girolando.com.br imprensa@girolando.com.br projetos@girolando.com.br

Leandro de Carvalho Paiva Edivaldo Ferreira Júnior Gustavo Sousa Gonçalves

Superintendente Técnico - Zootecnista Sup. Téc. Suplente e Coord. Téc. do SRGRG - Zootecnista Coordenador Técnico do PMGG - Zootecnista

(34) 99108-1925 / 99998-2928 (34) 99113-2315 / 99686-3813 (34) 99188-6291 / 99651-7836

sup.tecnico@girolando.com.br Uberaba/MG Uberaba/MG ejunior@girolando.com.br gugoncalves@girolando.com.br Uberaba/MG

Raphael Henrique Machado Stacanelli Frederico Eduardo Martins de Paiva José Wagner Borges Júnior

Consultor Técnico - PMGG - Zootecnista Consultor Técnico - Zootecnista Consultor Técnico - Zootecnista

(37)99919-7808 /(34)99969-1517 (34) 99159-3213 (34) 98823-8267 / 99971-4367

rstacanelli@girolando.com.br fmartins@girolando.com.br jowagner@girolando.com.br

Oliveira/MG Uberaba/MG Uberaba/MG

Emilio Afonso da Silva Filho Gabriel Khoury da Costa Ahed Farias Abu El Haj Cléssio José Gomes Moreira Diogo Balderramas Hulpan Pereira Érico Maisano Ribeiro Wewerton Bibiano Resende Rodrigues Rubens Assis Freitas Euclides Prata dos Santos Neto Fernando Boaventura Oliveira José Renes da Silva Juscelino Alves Ferreira Limírio Cézar Bizinotto André Nogueira Junqueira Pétros Camara Medeiros Antônio Carlos Alves Brum Dagmar Aparecido Rezende Ferreira Maurício Bueno Venâncio Silva Ariana de Miranda Barros Thiago Cavalcanti de Almeida Gilmar Sartori Júnior Kléber Nunes Ribeiro Marcello de Aguiar R. Cembranell Breno de Morais Cavalcanti Nilton Cézar Barcelos Júnior Samuel Silva Bastos Geraldo Gomes Pereira da Silva Neto

Consultor Técnico - SRGRG - Méd. Veterinário Consultor Técnico - SRGRG - Zootecnista Consultor Técnico - SRGRG - Méd. Veterinário Consultor Técnico - SRGRG - Méd. Veterinário Consultor Técnico - SRGRG - Zootecnista Consultor Técnico - SRGRG - Zootecnista Consultor Técnico - SRGRG - Zootecnista Consultor Técnico - SRGRG - Eng. Agrônomo Consultor Técnico - SRGRG - Zootecnista Consultor Técnico - SRGRG - Zootecnista Consultor Técnico - SRGRG - Zootecnista Consultor Técnico - SRGRG - Zootecnista Consultor Técnico - SRGRG - Zootecnista Consultor Técnico - SRGRG - Zootecnista Consultor Técnico - SRGRG - Méd. Veterinário Consultor Técnico - SRGRG - Méd. Veterinário Consultor Técnico - SRGRG - Méd. Veterinário Consultor Técnico - SRGRG - Zootecnista Consultor Técnico - SRGRG - Zootecnista Consultor Técnico - SRGRG - Zootecnista Consultor Técnico - SRGRG - Méd. Veterinário Consultor Técnico - SRGRG - Zootecnista Consultor Técnico - SRGRG - Méd. Veterinário Consultor Técnico - SRGRG - Méd. Veterinário Consultor Técnico - SRGRG - Méd. Veterinário Consultor Técnico - SRGRG - Zootecnista Consultor Técnico - SRGRG - Méd. Veterinário

(92) 99128-0364 / 98115-5667 (75) 99981-0581/(34)99284-0581 (85) 99994-7701 (88) 99608-4982 / 99272-5788 (61) 99853-1020 (28) 99939-1501 (32) 99979-6419 / 99105-8015 (64) 99244-2320 (34) 99972-3965 (34) 99248-0302 (34) 99972-7882 / 99113-9613 (34) 99978-2237 (34) 99972-2820 (37)99964-8872]/(31)99413-3808 (31) 97512-3456 (33) 99905-6480 (67) 99679-3440 (65) 9920-2004 (94) 99154-0569 (81) 99945-6439 (43) 9972-7576 (69) 9912-9020 / 9933-5883 (34)98851-2831/(51) 98047-7565 (79) 99988-3326 / 99125-1393 (34)98403-7452/(17) 99656-3380 (12) 99606-5779 / 98120-0879 (63) 9974-8219 / 9255-8219

emilio.medvet@hotmail.com gabriel.khoury@hotmail.com ahed944@gmail.com clessiomoreira@hotmail.com d.balderramas@yahoo.com.br eribeiro@girolando.com.br mais_genetica@yahoo.com.br rubensassisfreitas@gmail.com eneto@girolando.com.br fboaventura@girolando.com.br jsilva@girolando.com.br jferreira@girolando.com.br lbizinotto@girolando.com.br anjcativo@hotmail.com pmedeiros@girolando.com.br acarlosbrum@gmail.com dagmarezende@hotmail.com mvenancio@girolando.com.br aryana.barros@hotmail.com talmeida@girolando.com.br gilmar@mamelle.com.br kribeiro@girolando.com.br fmartins@girolando.com.br br_cavalcanti@yahoo.com.br nbarcelos@girolando.com.br sbastos@girolando.com.br ggp.1@hotmail.com

Manaus/AM Feira de Santana/BA Fortaleza/CE Fortaleza/CE Brasília/DF Guaçuí/ES Divino de São Lourenço/ES Itarumã/GO Uberaba/MG Uberaba/MG Uberaba/MG Uberaba/MG Uberaba/MG Oliveira/MG Belo Horizonte/MG Manhuaçú/MG Campo Grande/MS Cuiabá/MT Redenção/PA Recife/PE Arapongas/PR Ji-Paraná/RO Santa Cruz do Sul /RS Aracaju/SE São José Rio Preto/SP Jacareí/SP Araguaína/TO

Telefone: (34) 3331-6000 Site: www.girolando.com.br E-mail: girolando@girolando.com.br


Aumente sua produção de leite de 15 a 25% com Lactotropin®

Praticidade! Pronta para uso!

Características

Diferenciais

Liberação lenta do princípio ativo.

• Resposta ao longo de TODOS os 14 dias do ciclo de aplicação. Produção ADICIONAL de +1,6 kg/dia de leite em relação ao bST concorrente.1

Efeito cumulativo.

• Aumento da resposta a longo prazo. Desempenho médio adicional por animal de até + 483 kg de leite por lactação em relação ao bST concorrente (REF).

Prolonga a vida das células secretoras.

• Maior persistência; sustenta a produção de leite.

Confiável.

• 1o bST do mercado e único bST aprovado pelo FDA.

Seguro.

• Não coloca em risco animais e humanos.

Sustentação científica.

• Resultados consistentes por pesquisas independentes.

Permite o máximo uso dos recursos.

• Maior lucratividade, mais leite com o mesmo número de vacas e sem aumentar os custos fixos.

Fórmula / Indicação / Modo de usar • Indicações de uso: aumentar a produção de leite em vacas leiteiras saudáveis.

LOCAL DE APLICAÇÃO Sim

Sim

• Seringas 500 mg sometribove zinco (1 dose). • Aplicação a cada 14 dias, de forma subcutânea. • Iniciar a partir da 9ª semana de lactação (57-63 DEL) até 2 semanas antes da secagem.

Injete diretamente em uma das depressões adjacentes à inserção da cauda.

CONCORRENTE: Falta de praticidade. Difícil manejo

Praticidade! Seringa preenchida pronta para aplicação. FÓRMULA: cada seringa contém Sometribove zinco 500,0 mg, Veículo q.s.p. 1,4 ml. • INDICAÇÃO E MODO DE USAR: LACTOTROPIN® INJETÁVEL é indicado para suplementar os níveis plasmáticos de Somatotropina, com a finalidade de promover o aumento da produção de leite em vacas adequadamente nutridas e sadias, a partir da 9ª semana pós-parto. LACTOTROPIN® INJETÁVEL deve ser aplicado por via subcutânea, a cada 14 dias, seguindo-se os procedimentos de desinfecção normalmente indicadas para essa via de aplicação. Para facilitar a injeção, recomenda-se deixar que as seringas atinjam a temperatura ambiente antes da aplicação. 1 - De Morais et al. 2017. Lactation performance of Holstein cows treated with 2 formulations of recombinant bovine somatotropin in a large comercial dairy herd in Brazil. J. Dairy Sci. 100:1-12.

Produzido em nossa Fábrica Union Agener - Augusta, Georgia - EUA.

Consulte sempre um Médico Veterinário.

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FALE CONOSCO

5min
pages 62-64

GIROLANDO KIDS

1min
pages 60-61

NOVOS ASSOCIADOS

5min
page 59

POR TRÁS DO SUCESSO DE UMA RAÇA

3min
page 58

9 PONTOS SOBRE PLANEJAMENTO SUCESSÓRIO E AS NOVAS GERAÇÕES

3min
page 56

UNIÃO EM NOME DA RAÇA

3min
pages 54-55

ENTRE OS TOP DA PRODUÇÃO DE GENÉTICA E DE LEITE

8min
pages 48-51

RETOMADA DAS EXPOSIÇÕES

4min
pages 40-43

PRODUÇÃO DE DERIVADOS EM ALTA

4min
pages 52-53

GESTÃO DE SUCESSO

10min
pages 44-47

VOCÊ REALIZA GESTÃO DE INDICADORES?

21min
pages 30-39

DURANTE A GESTAÇÃO

10min
pages 26-29

DIARREIA EM BEZERROS – UM PROBLEMA COMUM DENTRO DAS PROPRIEDADES

2min
pages 16-17

GIRO LÁCTEO

2min
pages 10-11

CIÊNCIA E CAMPO EM UMA SÓ SINTONIA

4min
pages 24-25

GIROLANDO 4.0

6min
pages 22-23

OS AVANÇOS CONTRA A MASTITE CLÍNICA

7min
pages 18-21

EDITORIAL

1min
pages 6-9

LANÇAMENTOS E INOVAÇÕES

8min
pages 12-15
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