Revista MIX 56

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ano vi . nº 56 . mai 2011

a r e v i s ta d o s s u P e r m e r c a d o s d o r n

suPermercados a Favor do meio-ambiente atitudes Para diminuir a rotatividade

APAS 2011 GERA NEGÓCIOS BILIONÁRIOS



márcia alves

editorial moraes neto

A matéria destaque da revista Mix deste mês fala sobre os problemas causados pelo uso das sacolas plásticas nos supermercados, os exemplos de cidades que já adotaram a substituição deste item por alternativas mais saudáveis para o nosso meio-ambiente e ainda revela os primeiros passos que a Assurn está dando para promover uma ação educativa nas lojas visando uma maior conscientização de todos sobre a importância desta medida. Mostramos também um balanço geral da APAS 2011, a importância de preparar as lojas para a inclusão de pessoas portadoras de deficiência no quadro de funcionários e algumas medidas que podem ser adotadas para diminuir a alta rotatividade nas empresas. Um grande abraço a todos! Geraldo Paiva Júnior Presidente da Assurn

Direção De criação Paulo Moreira pmoreira@firenzze.com eDição e reportagem Helouise Melo helo@firenzze.com fotografia Alex Fernandes contato@ alexfernandes.com.br Direção De arte Verônica Barbosa veronica@firenzze.com comercial Cícero Edson (84) 9115-1344 proDUção/trÁfego Melina Kassimati atendimento@firenzze.com financeiro Gerisvaldo Filho geris@firenzze.com DÚViDaS e SUgeStÕeS atendimento@firenzze.com A revista MIX é uma publicação da ASSURN, editada pela Firenzze Comunicação Estratégica Tiragem 3.000 Impressão Impressão Gráfica Correspondências dúvidas e sugestões atendimento@firenzze.com. Rua Souza Pinto, 1072 - CEP 59022-260. Natal-RN. (84) 2010-6306/6307. Estamos conectados: www.firenzze.com * twitter @firenzze * issuu.com/firenzze * facebook/firenzzecomunicacao * flickr.com/firenzze

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o sucesso da aPas 2011 oPortunidade consciente unidos em combate à dengue

Associação dos Supermercados do Rio Grande do Norte

presidente da aSSUrn Geraldo Paiva dos Santos Júnior Vice-presidente Eugênio Pacelli de Medeiros Delegado junto à aBraS José Geraldo de Medeiros Secretário geral Venício Gama Pacheco Diretor administrativo Jorge Luiz de Medeiros Diretor financeiro Marinaldo da Silva Vice-presidentes regionais Antônio Ferreira Júnior,

Fotógrafo:

Paulo Márcio Medeiros e Maria da Conceição V. Moura

Alex Fernandes


Fotos: alex Fernandes

e n t r e v i s ta

coragem e dedicação a revista mix entrevistou gilberto de oliveira Fernandes, ProPrietário do mercadinho PoPular rede Parceiros, há 12 anos no mercado Potiguar.

como surgiu o seu interesse Pelo setor suPermercadista? Através de amigos que já trabalhavam no comércio. Além disso, sempre trabalhei desde cedo no ramo de negócios com o meu pai. de que maneira você se atualiza Para um mercado tão concorrido? Pela troca de experiências da Rede Parceiros da Economia com os companheiros do grupo e associações, como a Assurn e o Sebrae. Para você, a que se deve o sucesso do negócio? O sucesso se deve a dedicação e a coragem de lutar junto aos nossos companheiros do grupo para que cresçamos, cada vez mais, de forma organizada e segura. o seu mandato na rede Parceiros é até junho. Fale um Pouco das ações mais imPortantes desenvolvidas como Presidente da rede. Investimos em cada supermercado para que os lojistas sintam o prazer de fazer parte da Rede Parceiros e privilegiados por ela. Investimos na reestruturação nas fachadas e na melhoria do visual das lojas, novos uniformes para os funcionários, aquisição de aparelhos para diminuir o custo de energia dos supermercados. Tudo isso sem nenhum custo para o empresário.

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quais os seus Planos daqui Pra Frente? Permanecer na Rede Parceiros para que ela cresça cada vez melhor e que continuemos atendendo as necessidades dos nossos clientes de bairro, pois isso faz parte do perfil do grupo.

Fale um Pouco sobre a assurn. A Assurn é uma associação que nos ajuda com ótimas informações sobre o varejo, tira as nossas dúvidas sobre assuntos relacionados ao setor e nos auxilia para continuarmos fortes neste mercado tão competitivo.


mercado

atitude consciente Falta de capacitação e preconceito. Estas são as principais dificuldades encontradas pelos portadores de deficiência ao buscarem um lugar no mercado de trabalho, de acordo com Anna Eugênia Pinheiro Rebouças, psicóloga responsável pelo setor de Mercado de Trabalho da Corde (Subcoordenadoria para a integração das pessoas portadoras de deficiência do Rio Grande do Norte), órgão vinculado à Secretaria da Justiça e da Cidadania. Diante disto, e com a obrigato-

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riedade da inclusão destes trabalhadores nas empresas com a lei de cotas para deficientes, em vigor desde 1991, os supermercados precisam estar atentos à adaptação destas pessoas em seu quadro de funcionários. Com base no perfil solicitado pela empresa, a Corde procura adequar o funcionário à função solicitada. No caso específico de supermercados, o treinamento se faz dentro da própria empresa, respeitando as limitações de cada pessoa que foi encami-

nhada pelo órgão e o processo seletivo da loja. Quando solicitado pelo supermercado, a Corde realiza treinamento, principalmente com o setor de RH e funcionários que lidam diretamente com essas pessoas encaminhadas, no sentido de minimizar os problemas relacionados ao preconceito e falta de comunicação entre a equipe. A Subcoordenadoria possui também uma parceria com o Senai e o Senac com o propósito de oferecer cursos de capacitação, objetivando


a qualificação profissional destas pessoas para o mercado de trabalho. Sobre a atitude que os varejistas devem ter diante da necessidade de adaptação das pessoas portadoras de deficiência nas lojas, Anna Eugênia, opina que se deve “trabalhar o relacionamento diário destas pessoas com os funcionários ditos “normais”, com o objetivo de diminuir as questões referentes à exclusão”.

Pela lei de cotas para deficientes nas empresas (Lei 8213/91, Art. 93), a empresa com 100 ou mais funcionários está obrigada a preencher de dois a cinco por cento dos seus cargos com

ExEmplo potiguar

beneficiários reabilitados, ou pessoas portadoras de deficiência, na seguinte

O Nordestão possui 117 pessoas portadoras de deficiência em diversas funções da empresa, como recepcionista de caixa, embalador e auxiliar de escritório. A contratação iniciou em agosto de 2000, com 20 funcionários, e o início das atividades foi de adaptação, tanto para o supermercado, quanto para os portadores de deficiência. Foram feitas reuniões com as lideranças dos setores para o início de uma nova realidade na empresa. “Tivemos que nos adaptar e respeitar o ritmo e a capacidade de cada um desses colaboradores. Mostramos a eles que todos temos deficiências e eficiências que logo foram observadas, nestes colaboradores, como superação, aproveitamento das oportunidades surgidas e vontade de vencer”, explica a gerente de recursos humanos do Nordestão, Rosane Felismino. O Ministério do Trabalho através do Núcleo Pró-dignidade concedeu ao Supermercado Nordestão o título de Empresa Inclusiva por cumprir as exigências contidas na Convenção 111 da OIT (Organização Internacional do Trabalho) que visa promover a igualdade de oportunidades a todos, sem discriminação.

proporção: até 200 funcionários (2%), de 201 a 500 funcionários (3%), de 501 a 1000 funcionários (4%), de 1001 funcionários em diante (5%).

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inFormar Para Prevenir Fotos: divulgação

O supermercado RedeMAIS Daterra em parceria com o Centro de Controle de Zoonoses de Natal promoveu em maio, no bairro do Alecrim, uma ação educativa com os clientes, funcionários e alunos das escolas próximas. A iniciativa partiu pela sensibilização da loja, que teve alguns funcionários acometidos pela doença, e resolveu fazer algo mais no combate ao mosquito. A campanha alertou para a importância da prevenção da doença, através de algumas etapas que mobilizaram a população. A ação teve algumas etapas, iniciando com a distribuição de panfletos a clientes e funcionários da loja e com a presença de um locutor alertando sobre os riscos de deixar a água parada. Em seguida, foram promovidas palestras educativas em duas escolas do município, atingindo uma média de 1500 crianças e adolescentes, bem como no auditório da loja. Por fim, como fechamento da campanha, aconteceu uma caminhada no bairro com funcionários e educadores do Centro de Controle de Zoonoses, que distribuiu panfletos educativos com o objetivo de conscientizar os moradores sobre o seu papel no combate à dengue. Pensando em incentivar os alunos do bairro a se mobilizarem com a causa, o Daterra está realizando um concurso cultural, que implica na criação de um cartaz sobre o projeto “RedeMAIS no combate à dengue”, a ser confeccionado pelos alunos. O objetivo é fazê-los pensar sobre os possíveis focos do mosquito e, desta forma, saber como eliminá-los. O melhor cartaz de cada escola será premiado com uma bicicleta. “Pensar em um projeto dessa dimensão é pensar em responsabilidade social. É não se omitir frente aos problemas que acometem a sociedade e poder fazer diferente, fazer a nossa parte”, explica a responsável pelo recursos humanos do RedeMAIS Daterra, Lívia Vilela. 8 • r e v i s ta m i x


Ações desenvolvidas pelo supermercado RedeMAIS DaTerra com clientes.

Para Edna Jales Diniz Rebouças, Educadora em Saúde do Zoonose, “Essa ação nos ajuda a chegar mais fortes ao nosso objetivo, que é a distribuição de informação à população. É importante que outros empresários adiram a essa ideia, pois a prevenção não é de responsabilidade apenas das instituições públicas e sim, de todos nós”. A intenção do projeto é servir como incentivador para uma disseminação da ação para todas as lojas pertencentes à RedeMais supermercados. r e v i s ta m i x • 9


alex Fernandes

c aPa

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unidos Pelo Fim das

sacolas

Plásticas As sacolas de plástico surgiram no final da década de 50 e eram motivo de orgulho e símbolo de status e praticidade para as donas-de-casa. Hoje, o seu uso exagerado é considerado um grande vilão na preservação ambiental. Produzido com resina virgem, derivada do petróleo, sua queima é uma das grandes responsáveis pelo aquecimento global. Além disso, o plástico leva, em média, 400 anos para se decompor. A utilização das sacolas foi um dos temas da 27ª Feira Internacional de Negócios em Supermercados (APAS 2011), que aconteceu em maio, em São Paulo. Na abertura do evento, o governo de São Paulo assinou um convênio com a Associação Paulista de Supermercados (APAS) para eliminar o uso de sacolas plásticas nos supermercados do Estado. As sacolas vão custar R$ 0,19. A Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo (SMA) formalizou a criação de um Grupo de Trabalho para estudar a viabilidade da extinção do uso de sacolas plásticas nos supermercados paulistas. O grupo faz parte de uma iniciativa

riccardo carvalho

O presidente da Assurn, Geraldo Paiva Júnior, apoia a substituição das sacolas por outras alternativas.

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riccardo carvalho

que contempla ainda um convênio da SMA com a APAS para a promoção de uma campanha educativa de incentivo à substituição das sacolas plásticas por embalagens biodegradáveis. iniciativas pEla substituição No dia 22 de fevereiro de 2011 foi lançada uma campanha educativa que livraria Belo Horizonte das sacolas plásticas descartáveis a partir de 18 de abril de 2011. Intitulada “Sacolas plásticas nunca mais”, a ação mobilizou vários setores da sociedade para a substituição do plástico pelas sacolas retornáveis, biodegradáveis e caixas de papelão e estimular o uso também de carrinhos ecológicos e cestas para o carregamento das compras nos supermercados. A campanha atingiu também a mídia alternativa, com a divulgação em ônibus e nas próprias lojas. Em 30 dias, Belo Horizonte 1 2 • r e v i s ta m i x

deixou de utilizar cerca de 14 milhões de sacolinhas plásticas ou cerca de 60 toneladas de material plástico. Na Europa, empresários do setor também estão aderindo a alternativas para o carregamento das compras. Na Itália, maior consumidora de sacolas plásticas da Europa, com uma taxa de uso per capita de mais de 300 ao ano ou cerca de um quarto dos 100 bilhões de produtos importados da China, Tailândia e Malásia, teve este item banido dos supermercados a partir de 1° de janeiro deste ano, substituído por bolsas de tecido ou papel. Em São Francisco, as sacolas de plástico foram banidas. Hoje, somente as feitas de produtos derivados do milho ou de papel reciclado podem ser usadas. Outra solução é a cobrança de uma taxa por sacola, como acontece na Irlanda desde 2002. O dinheiro é revertido em projetos ambientais.

A Comissão Européia lançou no dia 18 de maio deste ano uma consulta pública, que vai até agosto, para decidir o melhor caminho para a redução do uso de sacolas plásticas. Com cada europeu usando 500 sacolas plásticas por ano e toneladas de plástico sujando o Mar Mediterrâneo, (cerca de 250 bilhões de pedaços de plástico, com peso total de 500 toneladas, que demoram centenas de anos para se decompor), a Comissão pode proibir seu uso em lojas ou taxá-las para combater a poluição. Em alguns Estados da União Européia, sacolas plásticas foram proibidas em lojas e os consumidores devem pagar por elas nos supermercados, mas esta não é uma regra geral no bloco. supErmErcados do rn quErEm o fim das sacolas até 2012 A Assurn, Associação dos Supermerca-


dos do Rio Grande do Norte, alerta para a necessidade de iniciar uma campanha no estado para a substituição gradativa das sacolas plásticas por outras alternativas no transporte das compras, seguindo o exemplo de outras cidades no mundo. Para o presidente da Assurn, Geraldo Paiva Júnior, essa grande mudança passa também pela conscientização da população pela preservação do meio-ambiente: “O consumo de sacolas plásticas atualmente é muito grande. Além de transportar compras, as pessoas também usam para depositar lixo. São atitudes que só prejudicam a natureza, e causam prejuízos também às cidades, com bueiros entupidos e um volume cada vez maior de resíduos. Está na hora de tudo isso mudar”. A ideia conta agora com o apoio de pelo menos dois integrantes do poder legislativo - que estão prestes a apresentar projetos de lei sobre o tema - o deputado Fábio Dantas e o vereador Assis Oliveira. Ambos se prontificaram a apresentar projetos de lei visando a proibição das sacolas já em janeiro de 2012. A distribuição das embalagens plásticas custa hoje 1% do faturamento dos supermercados e a iniciativa em eliminá-las permitirá aos supermercadistas investirem mais na estrutura das lojas, no atendimento aos clientes e na contratação de novos funcionários. Calcula-se que sejam consumidas aproximadamente 300 milhões de sacolas anualmente no Rio Grande do Norte. “Certamente teremos uma fase de adaptação e educação ambiental, mas é tudo por uma boa causa. Hoje alguns supermercados de bairro e lojas de atacado já fazem a substituição.”, disse o presidente da Assurn, Geraldo Paiva.


evento

apas 2011 termina com geração de novos negócios A 27ª edição do Congresso de Gestão e Feira Internacional de Negócios em Supermercados, realizado pela APAS - Associação Paulista de Supermercados, entre 9 e 12 de maio, no Expo Center Norte, terminou com um volume de negócios estimado em R$ 5 bilhões. O número representa um crescimento de mais de 10% se comparado ao evento anterior. O Rio Grande do Norte foi representado no evento com a participação de cerca de 130 supermercadistas, que aproveitaram a oportunidade para se atualizar com as novidades do setor. Entre os fatores que contribuíram para esse incremento está a internacionalização do evento, que neste ano recebeu 50 companhias de diversos países, como Alemanha, Turquia, Tailândia, Itália, Espanha, Portu1 4 • r e v i s ta m i x

gal e Finlândia, além de mais de 150 visitantes de todo o mundo. No total, foram mais de 70 mil inscritos e 3,7 mil congressistas durante os quatro dias. Outro aspecto que favoreceu os acordos comerciais foi o incentivo do governo paulista. Durante a abertura, o governador Geraldo Alckmin anunciou a extensão do prazo de recolhimento do ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e prestação de Serviços, em 30 dias. “A feira foi um sucesso. Aumentamos o volume de negócios, fechamos convênios importantes para a profissionalização do setor e ainda discutimos temas relevantes para o futuro do mercado supermercadista”, analisa João Galassi, presidente da APAS. A APAS 2011 abordou o tema “Inovação simpli-


Fotos: márcia alves

João Galassi, presidente da APAS

ficando a vida do consumidor”. Para tanto, além das palestras, foi apresentada a pesquisa “Tendências do Consumidor”, que indicou o comportamento futuro do mercado e destaca os fatores que continuam alimentando o crescimento econômico. Esse novo tipo de análise auxiliará os supermercadistas a entenderem melhor as necessidades dos consumidores e a buscar a inovação que eles demandam. “Temos uma grande oportunidade nas mãos e quem ganha é o setor”, afirma João Galassi. congrEsso A 27ª edição do Congresso de Gestão contou com cerca de 100 palestras nacionais e internacionais, com a abordagem de temas sobre a gestão no varejo, de forma a agregar conhecimentos indispensáveis ao dia a dia das lojas. Entre os palestrantes, Daniel W. O’Connor, da consultoria norte-americana Retail Net Group, que desenvolve estratégias e soluções de mercado, Richard Winter, presidente do POPAI mundial,

Ronaldo Fenômeno e Alexandre Tadeu Costa, presidente fundador da Cacau Show, entre outros. O varejo na internet e a necessidade de atuar de forma diferenciada nos mercados emergentes foram alguns dos temas discutidos no evento. “O mundo virtual ainda é pouco explorado pelo setor supermercadista e as economias emergentes têm necessidades específicas que precisam ser reconhecidas”, complementa Galassi. sobrE o sEtor O setor de supermercados faturou R$ 201,6 bilhões em 2010, dos quais R$ 61,3 bilhões (30,4%) no Estado de São Paulo. Gera aproximadamente 1 milhão de empregos diretos e cerca de 3 milhões indiretos. Em São Paulo, o volume de empregos diretos é de 240 mil e indiretos 800 mil. São 81 mil lojas em todo o país, somando 19,7 milhões de metros quadrados de área de vendas. Divulgação: FSB Comunicações r e v i s ta m i x • 1 5


e s t r at é g i a

diminua a rotatividade! O varejo é um dos setores que mais empregam no país e, durante algum tempo, defendeu-se uma estratégia de manter a alta rotatividade nos super e hipermercados para controlar as despesas com folha de pagamento. Mas uma mudança nessa visão pode estar começando. De acordo com o Estudo de Remuneração do Hay Group, feito em 2010 com as principais redes de varejo do País, 90% das empresas do segmento definiu como objetivo a diminuição da rotatividade nas lojas. 1 6 • r e v i s ta m i x


Fotos: divulgação

Segundo o levantamento, a área que mais sofre com a alta rotatividade continua sendo a operacional, com um índice de 43%. A última pesquisa, porém, indica que a porcentagem é maior nos centros de distribuição, atingindo 51% do quadro anual de pessoas. É importante descobrir, portanto, quais são as causas do problema e o que os supermercadistas podem fazer para evitar. r e v i s ta m i x • 1 7


Alguns supermercados do país desenvolvem ações com o intuito de diminuir a rotatividade, como a criação de programas voltados à qualidade de vida, treinamento dos líderes na gestão de pessoas, a implementação de uma política salarial acima da média de mercado, dentre outras. Na RedeMAIS Supermercados, o departamento de recursos humanos trabalha o ser humano de forma diferenciada, buscando sempre a motivação, a satisfação e o bem-estar dos colaboradores. Mensalmente acontecem treinamentos direcionados às necessidades dos profissionais e, no momento, a Rede está investindo em cursos de Marketing Pessoal, a fim de padronizar e valorizar a imagem, postura e o comportamento, tanto do público masculino, como do feminino. Além disso, serão promovidos treinamentos de Primeiros Socorros, com o intuito de capacitar os profissionais para agirem em momentos de emergência na loja. Outras iniciativas desenvolvidas e aprovadas pelos funcionários são: convenção anual, comemoração dos aniversariantes do mês, valorização dos funcionários destaques e incentivo à conclusão dos Ensinos Fundamental e Médio. “O segredo para mantermos um quadro de colaboradores efetivos e estáveis é estabelecendo um elo entre a empresa e o colaborador, pois diante dessa parceria, doação e contribuição, o sucesso será simultâneo para ambos, e assim, o trabalho se tornará mais prazeroso”, revela Rebeca Thyara, do departamento de recursos humanos da Rede. Todos esses esforços indicam que algumas empresas começam a enxergar a alta rotatividade como um problema e não mais como uma forma de simplesmente conter despesas. Equipe da RedeMAIS Supermercados

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síntese jurídica

tiago lima

contratação do Portador de deFiciência dra. cristiane berti*

A Lei 8.213/91 prevê que as empresas façam a contratação de pessoas portadoras de deficiência ou beneficiários reabilitados ao mercado de trabalho, em proporção ao número de trabalhadores que elas possuem. Contratado, a dispensa desse trabalhador só poderá ocorrer após a contratação de substituto em condição semelhante. Uma empresa que possua mais de 100 empregados deverá preencher de 2% a 5% dos seus cargos, com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência, na seguinte proporção: até 200 empregados, 2%; de 201 a 500 empregados, 3%; de 501 a 1.000 empregados, 4%; mais de 1.001 trabalhadores, 5%. Portadora de deficiência é aquela pessoa que apresenta, em caráter permanente, perdas ou anormalidades de sua estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica, que gerem incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser humano (Decreto 914/1993).

Já beneficiários reabilitados são todos os segurados e dependentes vinculados ao Regime Geral de Previdência Social– RGPS, submetidos a processo de reabilitação profissional desenvolvido ou homologado pelo Instituto Nacional do Seguro Social – INSS. Quando a empresa não tem excedente no percentual mínimo legal de funcionários deficientes ou reabilitados, a dispensa injustificada de um funcionário com essas características, somente poderá ocorrer após a contratação de substituto em condições semelhantes. Ou seja, a demissão de uma pessoa com deficiência ensejará nova contratação de semelhante. As empresas que não cumprirem a legislação estarão sujeitas a multas elevadas, além das intervenções do Ministério Público do Trabalho – MPT, que atua fiscalizando as relações entre empregados e empregadores. Desde de 1° de janeiro deste ano, a empresa que for flagrada descumprindo a lei, poderá receber multas que variam de R$

1.523,57 a mais de R$ 100.000,00. Quem necessitar de ajuda para encontrar candidatos deficientes a uma vaga de emprego, pode procurar os postos do Sistema Nacional de Empregos (SINE), que mantêm cadastros desses candidatos. Quanto aos reabilitados, esses podem ser encontrados nos Centros e Unidades Técnicas de Reabilitação Profissional do INSS. Importante esclarecer ainda, que o funcionário com deficiência pode ter direito a uma jornada especial de trabalho, podendo ter um horário flexível e reduzido, com proporcionalidade de salário, dependendo de sua necessidade especial, como locomoção e tratamento médico.

* Advogada Trabalhista crisberti@aaol.adv.br

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