Revista Credisis & Negócios - Nº 18

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páginas 22 a 24

C A R T A A O L E I T O R | carta.credisis@gmail.com

O desafio do campo

Os exemplos de sucesso, como o projeto Ceasa, de Ji-Paraná, e o programa de agroindústrias de Ariquemes, são mostrados nesta reportagem, que traz ainda o trabalho de empresas rondonienses que industrializam alimentos produzidos no estado, gerando impostos, empregos e renda. Como tem acontecido ao longo da história, o caminho para a continuidade do desenvolvimento do estado, após a conclusão das usinas, virá do campo, da produção rural e da agroindústria. Resta buscar alternativas para aumentar a área plantada, melhorar a produtividade e diversificar a produção. Questões que são abordadas nas próximas páginas da revista.

UM NOVO CONCEITO DE COMPRA

páginas 48 a 51

Esse fenômeno provocou uma repentina elevação no consumo de alimentos, mas os levantamentos mais recentes mostram que 80% do que é consumido na cidade ainda vem de fora do estado. Este é o tema da matéria de capa desta edição, que mostra o desafio de se buscar soluções para aumentar a produção de hortifrutigranjeiros em Rondônia.

ATACADO

SAÚDE

SOLIDARIEDADE AO HOSPITAL DE BARRETOS

páginas 52 e 53

Porto Velho atravessa um período de forte expansão econômica e demográfica, que deverá se manter até o final da construção das usinas do Rio Madeira, em 2012. Milhares de pessoas de várias partes do país continuam vindo para a capital de Rondônia em busca de empregos e interessadas em novos negócios.

NATAL

ESPETÁCULO DE LUZES E CORES EM ROLIM

páginas 26 e 27

Boa leitura!

EXPEDIENTE Conselho Editorial: Presidente - Gilberto Borgio. Membros - Elton Pereira de Oliveira, Edna Okabayashi, Vornei Bernardes. Jornalista Responsável: Edna Okabayashi (DRT/RO 906). Redação: Sandro B. André (Jornalista DRT/PR 2425), Edna Okabayashi. Colaboradora: Adriana Albuquerque Fotografias: Sandro B. André, Edna Okabayashi e Donizete Marinho Projeto Gráfico: Raro de Oliveira. Diagramação: Érico Crokidakis. Diretor Comercial: Katuo Okabayashi (69) 8447.3276 Fotolitos e Impressão: Gráfica Líder ltda. Tiragem: 6.000 exemplares. Circulação Nacional: C.C.T. e Cultura Terra Verde | C.N.P.J.: 23.374.085/0001-73. Cartas à Redação: Avenida Guaporé, 2464 - Centro - Cacoal - CEP. 76.963-796. Fone: (69) 3441.1952 • (69) 8403.0867 • (69) 8456.1956 E-mail: editoracredisis@gmail.com

CARBONO

PROJETO DE 120 MILHÕES DE DÓLARES


TURISM O

Lazer e negócios em alto nível Moderno centro de convenções será um dos destaques do Hotel Catuaí, que está sendo construído em Cacoal

A

cidade de Cacoal é reconhecida dentro de Rondônia como exemplo de qualidade de vida, pela variedade e requinte de seus restaurantes e clubes noturnos, por seus espaços de lazer e entretenimento, e também por sua diversificada rede de hotéis e serviços ligados ao turismo. Em breve, Cacoal ganhará um novo e 4|Credisis & Negócios|Janeiro|2010

sofisticado espaço – o Hotel Catuaí – que inova ao oferecer um centro de convenções de alto nível, inédito na cidade, com capacidade para 500 pessoas, em ambiente climatizado, dotado happy-hour para hóspedes e o público externo, salão de festas de palco e luxuoso camarim, em modernas instalações. O empreendimento foi idealizado

pelos empresários Francisco Raposo e Marcos Molina, que trazem para Cacoal o estilo e o requinte encontrados no Hotel Catuaí de Jaru. “Temos um mercado potencial no ramo de turismo de negócios e de lazer, e Cacoal é a cidade perfeita para receber um empreendimento desse nível”, afirma Francisco Raposo. “Acreditamos que o


comprometimento com o meio ambiente será uma marca registrada do empreendimento”, diz. De acordo com o empresário Marcos Molina, “será um hotel absolutamente funcional, com destaque para os conceitos de economia, conforto e comodidade”. O Catuaí terá cerca de quatro mil metros quadrados de área construída, incluindo restaurante para 140 pessoas, pub exclusivo para happy-hour para hóspedes e o público externo, salão de eventos com capacidade para 300 pessoas, além do auditório para 500 pessoas. O hotel contará com uma moderna lavanderia industrial para atendimento do público interno e externo. Ao todo, serão 78 apartamentos, sendo 26 standard, 40 unidades luxo, 12 apartamentos superluxo e duas suítes presidenciais, com vista panorâmica da cidade. Com inauguração prevista para o primeiro semestre de 2010, o Hotel Catuaí está localizado na Avenida Castelo Branco, na região central de Cacoal.

Cacoal Cacoal é um município com aproximadamente 86 mil habitantes (segundo dados do IBGE), que se destaca pela qualidade de sua gastronomia, com sofisticados restaurantes de comidas típicas. A cidade possui ainda uma rede hoteleira de alto nível, que é conhecida em nível nacional e internacional.

Anualmente, em Cacoal, são promovidos eventos já tradicionais na agenda cultural de Rondônia e do norte do país – como o Festival de Gastronomia, o Festival de Pesca e o Baile do Havaí. A cidade também serve como referência regional na promoção de encontros na área empresarial ao longo do ano inteiro.

EMPREENDIMENTO NASCEU EM JARU

colocar alguma foto aérea de cacoal

O empreendimento em Cacoal nasce da experiência bemsucedida dos sócios Francisco Raposo e Marcos Molina. O empresário Francisco Raposo é proprietário do Hotel Catuaí em Jaru, inaugurado em 2007. Francisco Raposo atua desde 1980 como proprietário do tradicional Grupo Novalar, além de desenvolver a atividade de pecuarista na região. Já o empresário Marcos Molina é representante comercial de destaque nos segmentos de aço, móveis e eletrodomésticos, com atuação nos estados de Rondônia, Acre e Mato Grosso, representando marcas de padrão nacional e internacional, como Springer-Carrier, Century, Itatiaia e Singer.

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CAPA

O desafio da produção

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Crescimento econômico de Porto Velho, em ritmo “chinês”, abre novas perspectivas para quem produz alimentos no estado

A

economia de Rondônia está crescendo em nível recorde. A construção das usinas do Rio Madeira e inúmeras obras de médio e grande porte – algumas em andamento, outras previstas para iniciar em 2010 – contribuíram para o estado receber grande número de indústrias.

Em particular na capital, que centraliza investimentos vindos de todas as partes do país e até do exterior. Com isso, a população de Porto Velho vem crescendo de forma desordenada. Milhares de pessoas continuam chegando atrás de novos negócios. Muitas vêm para ficar. Esse fenômeno fez com que o

consumo de alimentos da capital tivesse uma elevação repentina. Uma explosão. Esse é um lado da moeda. O outro é que Rondônia pouco contribui para suprir os moradores de Porto Velho de alimentos. Cerca de 80% de tudo que é consumido vem de fora. Frutas, verduras e legumes produzidos no estado dificil-

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CAPA

Foto: Ney Cunha

mente chegam à capital. Na verdade, a produção de hortifrutigranjeiros de Rondônia está presente muito mais nas cidades do interior. E mesmo com todo esse mercado “aberto” em Porto Velho, os agricultores do estado não estão encontrando formas de vender sua produção na cidade. Muitos talvez nem tenham despertado para a nova realidade do estado. Outros, quem sabe, ainda esperam que algo aconteça para aumentarem ou diversificarem sua produção. Mas existem exceções. Uma delas é o projeto Ceasa. Criado pela Fundação Ji-Cred, em Ji-Paraná, o programa busca estimular a produção de forma organizada entre os agricultores. “Somos cooperativistas, acreditamos que esse modelo possa ser adotado pelos agricultores do estado, para aproveitar o ‘boom’ de oportunidades que surgiu em Porto Velho”, diz o presidente do Sistema Credisis, Gilberto Borgio. A idéia da fundação é aproveitar ao máximo o potencial da propriedade rural, com o menor custo possível. Roberto Dernei é um desses agricultores. Em apenas dois hectares de sua propriedade, na zona urbana de Ji-Paraná, sua família planta e

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[ ACIMA, AS TRÊS MARIAS, cartão postal da cidade. Abaixo, mercado de Porto Velho, com o consumo em elevação ]


MILHARES DE NOVOS MORADORES O crescimento populacional da cidade de Porto Velho superou todos os prognósticos realizados para a construção das hidrelétricas do Rio Madeira. Em 2005, quando foram realizados os estudos de impacto ambiental e social para a construção das usinas, Porto Velho tinha 350 mil habitantes. A cidade encerrou 2009 com uma população de quase 400 mil pessoas. E a previsão é de que o número de moradores continue crescendo na mesma proporção, superando a marca de 120 mil novos habitantes até o final das obras. De acordo com o titular da Secretaria Extraordinária de Projetos Especiais, engenheiro Pedro Beber, a previsão inicial era de que até a conclusão das obras, previstas para ocorrer em 2012, a capital tivesse um acréscimo populacional de 43 mil pessoas. Dados do IBGE de novembro passado, porém, revelam que os números iniciais já foram superados nestes primeiros anos de implantação do projeto das hidrelétricas. A expectativa é de que, nos próximos anos, sejam mantidos os níveis de crescimento revelados até o momento. O acelerado ritmo de expansão populacional levou o prefeito Roberto Sobrinho a pleitear aos investidores dos empreendimentos a ampliação das compensações ambientais e sociais previstas inicialmente no projeto. “Fomos surpreendidos pelo crescimento populacional acima da estimativa prevista inicialmente”.

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CAPA

colhe 20 variedades de verduras, legumes e hortaliças. “Só para ter uma idéia, são quinhentas ‘cabeças’ de alface vendidas por semana na feira de Ji-Paraná. Nossa produção não consegue suprir toda a demanda. Vendemos tudo que é produzido”, afirma. Além do apoio técnico oferecido aos produtores cadastrados, a proposta da Ceasa é funcionar como um grande entreposto comercial de produtos agropecuários, como acontece nas grandes cidades brasileiras. “Temos clima apropriado, terras férteis e uma vasta área disponível para o plantio. Com o mercado consumidor em expansão, não faltam motivos para o produtor plantar. Mas é preciso fazer tudo de forma organizada, e o projeto Ceasa foi criado justamente para ajudar o agricultor a planejar sua produção, de maneira rentável e de forma que todos possam ganhar”, explica a coordenadora do projeto Ceasa, Ariadne Fernandes. Elias Francisco de Lima é um dos atacadistas da Ceasa de Ji-Paraná. Ele comercializa cerca de 90 toneladas de laranjas e melancias por semana. “A Ceasa é um ponto de referência. Mas é preciso que os agricultores daqui realmente se organizem. Do contrário, os produtores de fora do estado continuarão levando

vantagem”, avisa. O atacadista reconhece que a Ceasa melhorou muito seu negócio. “Faço vendas que não fazia antes. Atendo supermercados, hospitais, escolas, hotéis, lanchonetes, tenho um comércio garantido”. Na época da entressafra no estado, Elias traz produtos de fora. “Os produtores de Rondônia precisam produzir em escala, para poderem competir com o produto de fora, que tem nota fiscal e entrega na porta do cliente”.

O agricultor Edson Padovani cultiva tomates na zona rural de Ji-Paraná. Há três anos, ele decidiu se unir ao projeto Ceasa. Desde então, vem recebendo orientação técnica. “A equipe da Ceasa me estimulou a iniciar o plantio do tomate, acho que está valendo a pena”, explica. Na época da safra, colhe cerca de duas toneladas por semana. Na propriedade de 22 hectares, ainda predomina o café – que sozinho ocupa 16 hectares. O restante é ocupado por várias

[ O AGRICULTOR ROBERTO DERNEI participa do projeto Ceasa, em Ji-Paraná ] 10|Credisis & Negócios|Janeiro|2010


PRODUÇÃO AGRÍCOLA DE RONDÔNIA Arroz Produção: 157.691 t Área: 69.024 ha

Soja Produção: 357.424 t Área: 111.626 ha

Mandioca

Feijão

Produção: 497.837 t Área: 29.647 ha

Produção: 46.928 t Área: 66.759 ha

Cacau Produção: 17.484 t Área: 28.891 ha

Banana Produção: 49.473 t Área: 5.845 ha

Café Milho Produção: 368.112 t Área: 153.607 ha

Produção: 96.310 t Área: 156.294 ha

Fonte: IBGE - UE/RO - SEPAG/RO (Novembro/2009)

NÚMEROS DA PRODUÇÃO AGRÍCOLA Os mais recentes números da agricultura do estado de Rondônia fazem parte do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA). O estudo é realizado mensalmente pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a partir da Unidade Estadual do IBGE de Rondônia (EU/RO) e Supervisão Estadual das Pesquisas Agropecuárias (Sepag/RO). Os dados do LSPA relativo a novembro/2009 mostram o desempenho de alguns dos principais produtos agrícolas do estado (veja o quadro). Em resumo, o relatório do LSPA revela que ainda existe muito espaço para um aumento da produção agrícola interna. Uma análise feita pela equipe técnica da Fundação Ji-Cred, de Ji-Paraná, mostra que a demanda por alimentos se mantém em constante crescimento nos últimos anos, havendo uma intensificação principalmente na capital.

permitindo produzir mais e melhor, com o mesmo custo”, afirma um estudo elaborado pela fundação, especificamente para o projeto Ceasa. De acordo com os dados da Ceasa, em Ji-Paraná a demanda reprimida por alimentos atinge cerca de 80%. Essa enorme diferença é compensada pela importação de produtos agrícolas de outros estados, principalmente o Paraná e São Paulo.

Mas esse crescimento do mercado consumidor não está sendo acompanhado pelos produtores, que ainda utilizam uma área muito pequena de suas propriedades para a produção de hortifrutigranjeiros. “Utilizando tecnologias adequadas, a capacidade de produzir alimentos crescerá,

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CAPA

culturas – além do tomate, tem milho, pimentão, pepino e abóbora. “O desafio é ter continuidade, o ideal é fornecer o ano inteiro”, diz Edson. Para o secretário de Agricultura de Rondônia, Carlos Magno, a solução está na diversificação da produção e na criação de pequenas agroindústrias familiares. “Isso já está acontecendo em Ariquemes, por exemplo, e temos algumas iniciativas em outros municípios, mas precisamos expandir para que exista uma grande cadeia organizada em todo o estado”, diz Magno. Ele explica que o governo do Estado irá destinar, em 2010, R$ 6 milhões em programas de agroindustrialização, além da aquisição de 150 tratores para a recuperação de áreas degradadas. “Não temos dúvida que o campo será a solução para que nosso estado continue crescendo, mesmo após o fim das obras nas usinas de Porto Velho”, avalia o secretário. Apesar das dificuldades, existem muitas iniciativas bem-sucedidas dentro do estado de Rondônia. Como a produção de leite no município de Jaru, o cultivo de hortaliças e do frango caipira em JiParaná, a produção de frutas em Cacoal e o cultivo do arroz em São Miguel do Guaporé, relatados nesta reportagem especial, que você confere em mais detalhes nas páginas a seguir.

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Não temos dúvida que o campo será a solução para que o nosso estado continue crescendo, mesmo após o fim das obras nas usinas de Porto Velho” [ CARLOS MAGNO, secretário de Agricultura ]


AGROIN D Ú S T R I A

Ariquemes estimula

produção de alimentos

Município conseguiu melhorar produtividade de alimentos básicos como arroz, mandioca e café, e estimula agroindústria familiar para gerar empregos no campo

O

município de Ariquemes está ampliando a produção de alimentos com o objetivo de ser auto-sustentável. “Este é o caminho para garantir a segurança alimentar da população, afinal somos o que produzimos e comemos”, diz o secretário municipal da Agricultura, Adelino Folador. Números do município mostram que a produção de alimentos cresceu 30%

nos últimos anos, com destaque para as safras de arroz, mandioca, milho, cacau e café e para a produção de pescados. Ariquemes também desenvolve programas de geração de empregos a partir de estruturas baseadas na agroindústria familiar. São 43 pequenas instalações industriais de leite pasteurizado e derivados de leite, polpa de fruta, café, água de coco, embutidos, banana “in natura” e ovos.

O impacto socioeconômico dessa produção resultou na geração de 96 empregos diretos e centenas de empregos indiretos, com a produção de cinco mil litros de leite por dia, 64 toneladas anuais de polpa de fruta e 72 mil garrafas anuais de água de coco. O diagnóstico foi realizado em 25 propriedades rurais de Ariquemes, atendidas pelo programa, numa área total de 1.450 hectares – 58 hectares em média.

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LEITE

Bebida que

alimenta o produtor Em fase de crescimento, indústria de leite e derivados se destaca dentro do panorama agropecuário de Rondônia

A

produção e a industrialização do leite e seus derivados é uma das atividades de maior peso dentro do setor agropecuário de Rondônia. A produção interna é suficiente para abastecer não apenas o mercado de Porto Velho, mas todos os demais municípios do estado. Parte do produto industrializado é vendida para outros estados. Um bom exemplo do potencial de crescimento do setor é a indústria Italac, que está modernizando sua unidade industrial em Jaru. Em 2010, será inaugurada sua nova fábrica de leite em pó. “O objetivo é agregar valor ao produto”, explica o diretor industrial da Italac, Sérgio Botelho Teixeira. A indústria possui fábricas em Rondônia, Goiás e Rio Grande do Sul. A escolha por Jaru foi estratégica. A região concen-

[ FLÁVIO CORRÊA E SÉRGIO BOTELHO: incentivo à produção leiteira ]

tra a maior produção de leite do estado e uma das maiores do país. “Investimos no produtor local, dando as condições necessárias para que ele possa trabalhar com tranquilidade, em sintonia com a nossa política de excelência na qualidade dos nossos produtos”, diz Sérgio. Atualmente, a unidade de Jaru fornece leite tipo longa-vida para os principais municípios do estado. A indústria produz três milhões de litros mensais. Mas possui capacidade para industrializar o dobro. Quando for iniciada a produção do leite em pó, novos mercados poderão ser abertos. “Somos uma indústria em crescimento, que acredita no potencial de Rondônia”, afirma.

Vocação

De acordo com o vice-prefeito de Jaru, Flávio Corrêa, a produção de leite continua sendo a principal vocação agropecuária da região. Diretor da Cooaja (Cooperativa Agro14|Credisis & Negócios|Janeiro|2010

rural de Jaru), Flávio Corrêa acredita que o futuro de Jaru está na produção e industrialização do leite. “Buscamos estimular diversos produtos agropecuários, mas a vocação do município continua sendo a produção leiteira”, diz Flávio. “Importa trabalhamos para criar políticas de incentivo aos produtores de leite, sempre melhorando os conceitos de qualidade e de produtividade”. Segundo a Idaron (Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril de Rondônia), o município de Jaru possui um rebanho de 313 mil cabeças de gado leiteiro, sendo o principal rebanho do estado. Somado aos municípios vizinhos, possui rebanho com mais de 1 milhão de cabeças de gado leiteiro. Em todo o estado, o rebanho leiteiro soma 3,4 milhões de cabeças. Os números correspondem ao total de bovinos de leite vacinados em 2009, durante a campanha anual de combate à febre aftosa.


GENÉTIC A

Melhorando

o que já é bom

Cruzamento das raças Gir e Holandês resulta no gado Girolando, que produz até dez vezes mais leite que a média em Rondônia

A

produção de leite em Rondônia vem crescendo em qualidade, graças à presença da raça Gir Leiteiro. O produtor Geovani Nunes Barroso foi o pioneiro na introdução dessa variedade na região de Jaru. Proprietário da fazenda Curralinho, de 580 hectares, às margens da BR-364, Geovani tem um rebanho com mais de mil cabeças de gado leiteiro. Boa parte é fruto do cruzamento do gado Gir com Holandês, resultando na raça Girolanda. “O gado Girolando é mais resistente ao clima quente que o Holandês e produz leite em grande quantidade”, explica o pecuarista.A campeã de produção na fazenda atinge a impressionante média de 30 litros por dia – que representa dez vezes a média do estado de Rondônia. Em geral, as vacas da fazenda Curralinho produzem de 18 a 26 litros por dia – tota-

lizando 18 mil litros por mês. As matrizes são filhas e netas de grandes campeãs de Uberaba (MG). “A grande campeã brasileira vem daquela região, produzindo 47 litros diários”, ressalta Geovani. A fazenda desenvolve o melhoramento genético da raça. Possui laboratório para transferência de embriões e promove a venda de touros Gir PO e de fêmeas prenhes. Também produz novilhas a partir de “barrigas de aluguel” – que são as vacas comuns que ajudam na reprodução das raças Gir e Girolando. Em 2009, fechou a venda de 40 touros. “Uma novilha da raça Gir pode custar cerca de R$ 10 mil, um touro PO custa R$ 5 mil e uma novilha Girolanda R$ 3 mil, dependendo da carga genética de cada animal”, explica Geovani. Por causa dos preços elevados, o pecuarista denuncia a venda de gado da raça Gir de corte como se fosse gado leiteiro

em Rondônia. “Ambos são muito parecidos fisicamente, mas a produtividade é muito diferente”, explica. “O governo deve procurar alternativas para evitar que os produtores continuem sendo prejudicados”, avisa. Geovani trabalha com o melhoramento de raças há dez anos. Além de comercializar para produtores de todo o estado de Rondônia, possui compradores no Acre, Roraima, Mato Grosso, Venezuela e Bolívia. Ele tem planos para expandir seus negócios para a Colômbia e outros países da região. E já trabalha com uma nova raça: o gado Jersey. “Estou iniciando os cruzamentos do Gir com o Jersey, é uma boa promessa para o futuro”, completa.

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AVES

O superfrango

caipira

Produtor rural aposta na criação do frango caipira Label Rouge, opção mais saudável ao consumidor e mais lucrativa para quem produz

U

m produtor rural de Ji-Paraná apostou na criação do frango caipira para oferecer uma carne mais saudável para quem compra e mais rentável para sua propriedade. “Nosso produto atende uma demanda por alimentos mais saudáveis, de alto valor nutritivo, sem o uso de hormônios ou qualquer outro tipo de substância prejudicial à saúde, e com preços acessíveis”, explica Doriedson Chiamulera. O produtor instalou em Ji-Paraná, há pouco mais de quatro anos, a Granja Pedrez, responsável pelo abastecimento de mercados e feiras livres do município, com uma média semanal de abate de 500 aves, além do fornecimento de mais 250 aves vivas. Atualmente a Granja Pedrez possui 14 galpões de semiconfinamento, cada um com capacidade para 800 aves. O produtor trabalha em sistema de rodízio. Cada galpão tem uma data específica para o abate, garantindo a disponibilidade semanal de aves em idade de abate. De início, o granjeiro fez uma pesquisa diretamente com os feirantes e a população para saber qual produto teria maior apelo junto aos consumidores. Até que ele conheceu o frango Label Rouge, uma raça bem adaptada ao clima ji-paranaense e que preenchia todos os requisitos dos exigentes consumidores em relação à qualidade, preço e sabor da carne. Sua criação é diferente das raças utilizadas pelas grandes indústrias. O manejo se aproxima muito da criação tradicional do frango caipira. “Essa é uma vantagem

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[ DORIEDSON CHIAMULERA: vantagem competitiva do frango caipira ]

competitiva diante do atual perfil do mercado consumidor, que opta por carnes mais nobres e saudáveis”, diz. O rápido crescimento dos frangos, principalmente da raça Label Rouge, é resultado de muitos anos de investimento em pesquisa científica. Nesse período, houve grandes avanços genéticos e na melhoria das áreas relacionadas ao ambiente de criação, nutrição, sanidade, instalações e manejo em geral. As aves recebem uma ração balanceada composta por farelo de soja, farelo de milho e complementos alimentares, como

sal e vitaminas, atendendo as exigências para atingir todo o potencial genético da raça. Em sua propriedade de 12 hectares, na zona rural de Ji-Paraná, Doriedson possui abatedouro próprio. Emprega três funcionários, que fazem o abate diário de 100 aves. De um plantel de duas mil aves, a Granja Pedrez cria hoje cerca de10 mil aves. O produtor destaca uma das principais vantagens desta raça quanto ao tempo em que a ave está pronta para o abate. “É uma raça melhorada geneticamente e por


FRANGO À MODA FRANCESA isso adquiriu características que tornam viável a sua criação e comércio. O tempo de abate é menor e a qualidade da carne é superior ao frango caipira comum”. Os pintinhos são adquiridos com um dia de vida, previamente vacinados, de uma incubadora industrial de Espigão do Oeste, que fornece para todo o país. São criados em confinamento, em galpões fechados, protegidos de predadores, vento e chuva, até seus 25 dias de vida. Depois são transferidos para galpões de semiconfinamento, previamente higienizados para não correr o risco de contaminação por doenças. Ao completarem 90 dias, as aves já estão dentro da variação de peso entre 1,7 quilo e 2,5 quilos, e prontas para o abate. A prefeitura de Ji-Paraná é responsável pelos serviços de inspeção e fornecimento de licença sanitária, dentro de rígidos padrões de controle. “Isso agrega maior valor ao produto e garante a comercialização de uma carne saudável ao consumidor”, conclui.

O frango caipira Label Rouge é um híbrido desenvolvido na França pelo Instituto Agrícola (ISA), a partir do cruzamento de raças rústicas, na década de 80, com objetivo de substituir o faisão. Apresenta alta rusticidade. Possui carne mais firme e pode ser criado em sistema de semiconfinamento. De coloração mista e pescoço pelado, é conhecido como a “galinha do pescoço pelado”.

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GRÃOS

arroz das águas Festa do

Com muita chuva e calor à vontade, plantio do arroz cresce a cada nova estação das águas em São Miguel do Guaporé

Q

ue o arroz é um dos ingredientes do prato típico do brasileiro, todo mundo sabe. Mas o que talvez muita gente não saiba é que Rondônia pos­ sui clima e solo excelentes para o plantio desse grão. A produção do estado é de aproximadamente 160 mil toneladas por ano. A área de plantio em todo o estado corresponde a 69 mil hectares. Os principais municípios produtores são Ariquemes, Vilhena, Vale do Anari e a região do Vale do Guaporé. Em São Miguel do Guaporé, o agricultor Rudi de Ros, e seu irmão Reni de Ros, plantam arroz há seis anos. Os resultados são considerados extremamente satisfatórios. “A cada ano que passa, aumentamos a área plantada”, diz Rudi, que iniciou com 50 hectares e hoje tem uma área de 510 hectares destinada exclusivamente ao arroz das águas. 18|Credisis & Negócios|Janeiro|2010

A colheita começa em janeiro e se estende até o final de abril. A produtividade alcança 63 sacas por hectare. Em dezembro, a cotação da saca de 60 quilos estava em R$ 33,00. Toda a área é arrendada. A produção atinge quase 2 mil toneladas por ano e é destinada para a indústria de Ji-Paraná. Toda a lavoura é mecanizada. São duas colheitadeiras e quatro tratores. Sete pessoas trabalham na propriedade. “Aqui temos chuva e calor à vontade, o clima ideal com um solo bastante fértil, e o resultado é superior à lavoura do sul”, diz Rudi, que deixou a cidade catarinense de Treze Tílias em busca de terras mais baratas e produtivas em Rondônia. Descendente de italianos, Rudi aprova o cooperativismo de crédito, representado em São Miguel do Guaporé pela CrediVale. “É um excelente negócio para o cooperado, é uma segurança para todos nós”, conclui.

PRINCIPAIS PRODUTORES

ARIQUEMES 4.755 hectares / 13.314 toneladas VILHENA 4 mil hectares / 12.000 toneladas VALE DO ANARI 4.000 hectares / 12.000 toneladas S. FRANCISCO E S. MIGUEL DO GUAPORÉ 4.378 hectares / 9.847 toneladas Fonte: IBGE – UE/RO – SEPAG/RO



FRUTA S

Prontas para o

consumo

[ JOSÉ LUIZ TRASPADINI, diretor da indústria It Polpas ]

A fábrica de polpas de fruta, com sede em Cacoal e consumidores em vários estados da região norte, confirma presença no mercado de Porto Velho

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Durante a estação das águas, acontece a colheita da acerola

A

indústria de alimentos It Polpas, de Cacoal, divide sua produção entre frutas cultivadas dentro de Rondônia e variedades trazidas de outros estados. A empresa produz polpa congelada de frutas e está presente nos principais municípios do estado, incluindo Porto Velho. “Compramos acerola, cupuaçu, maracujá, goiaba, araçá, açaí e coco produzidos em Rondônia, e trazemos uva, pêssego, amora, abacaxi e cacau de outras regiões”, explica o diretor da

It Polpas, José Luiz Traspadini. A empresa possui áreas de cultivo próprio – casos do cupuaçu e da acerola. Nos meses de novembro a abril, época das águas na Amazônia, ocorre a colheita da acerola. Dos 450 pés existentes são retiradas cerca de 40 toneladas de fruta por ano. “Na época da colheita a gente não pára, algumas árvores chegam a render 25 quilos de uma única vez”, diz o agricultor Ademar Eler, arrendatário de uma área de dois hectares pertencente à indústria, onde fica a colheita da acerola.

[ A EMPRESA cultiva o cupuaçu... ]

No caso do cupuaçu, a área de cultivo também é arrendada e chega a produzir 20 toneladas por ano. Na época da safra, a indústria chega a empregar 50 pessoas. “A polpa do cupuaçu e do açaí é fornecida para uma indústria gaúcha, em troca da polpa de uva, pêssego, amora e coco”, explica José Luiz Traspadini. Parte da produção vem das outras duas unidades da It Polpas, em Plácido Castro (AC) e Humaitá (AM), que produzem o açaí. Formada por cinco irmãos, a empresa chega a industrializar mais de 2,5 mil toneladas de polpa de frutas por ano.

[ ...e também colhe a acerola ] Credisis & Negócios|Janeiro|2010|21


ATACAD O

Um passo à frente da

concorrência 22|Credisis & Negócios|Janeiro|2010


Em Ariquemes, um gigante na distribuição de produtos para estabelecimentos do comércio varejista investe pesado e “reinventa” o seu próprio negócio

I

novar significa melhorar o que já é bom. E quando se trata de negócios, inovar é fundamental. Foi pensando nisso que os empresários Alcides e Carlos Zirondi, de Ariquemes, investiram pesado para “reinventar” o próprio negócio. A família Zirondi é proprietária da Brasil Distribuidora – gigante regional no comércio de produtos de consumo em larga escala para hospitais, supermercados, lojas e um sem-número de

estabelecimentos em dezenas de municípios de Rondônia, Mato Grosso, Acre e Amazonas. Depois de vinte anos vendendo produtos com qualidade a preços competitivos, o empresário e seu filho, Carlos Zirondi, decidiram aplicar toda essa experiência na sofisticação de seu próprio negócio. Criaram a Brasil Super Atacado, uma megaestrutura somente comparável aos principais distribuidores do centro-sul do

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ATACAD O

frios, carnes e outros produtos afins – com procedência garantida e descontos progressivos no atacado. Também estará disponível toda linha de produtos de alta tecnologia – como

televisores de plasma, computadores e eletrodomésticos. E toda linha de cama, mesa e banho, além de produtos de uso doméstico, incluindo milhares de itens à disposição do público consumidor.

país. “A localização estratégica de Ariquemes e sua importância para a economia do estado foram essenciais para escolhermos a cidade como ponto de partida para esse serviço inovador em Rondônia”, diz Alcides Zirondi. A nova empresa tem como foco atender os pequenos varejos e também os grandes consumidores. Um segmento formado por bares, restaurantes, hospitais, hotéis e lanchonetes - aquele que normalmente agrega valor ao seu produto - e também por pequenos comerciantes varejistas, sem deixar de fora o consumidor final. “Nosso principal diferencial será o menor preço, a compra com qualidade, e a possibilidade do cliente negociar o preço final na gôndola”, explica Carlos Zirondi. “Vamos atender uma demanda reprimida de empresários do ramo de alimentação, que até agora não tinham alternativa para negociar preços em suas compras semanais, voltadas para abastecer o seu negócio”. Com uma área construída de 5 mil metros quadrados, a Brasil Super Atacado inicia suas atividades atendendo a todos os 14 municípios da região de Ariquemes. Serão ofertados gêneros alimentícios previamente embalados em caixas – incluindo

Oferecemos a possibilidade do cliente negociar o preço final na gôndola

[ ALCIDES E CARLOS ZIRONDI: novo conceito de compra ] 24|Credisis & Negócios|Janeiro|2010



CLIMA

Carbono que vale milhões de dólares Estudo realizado na Terra Indígena Sete de Setembro mostra que floresta em pé poderá render US$ 120 milhões durante os próximos 40 anos

O

brasileiro Almir Suruí participou em dezembro da Conferência Mundial do Clima (COP-15), em Copenhague, na Dinamarca. Almir apresentou o projeto de venda de créditos de carbono, elaborado para a Terra Indígena Sete de Setembro. Os estudos, que acabam de ser concluídos, apontam para um potencial equivalente a R$ 120 milhões em investimentos em créditos de carbono na reserva indígena nas próximas décadas. Segundo o levantamento, existem aproximadamente 190 mil toneladas de carbono que podem ser gerados dentro das terras do povo Suruí em trinta ou quarenta anos. “Isso significa um investimento perfeitamente possível de ser realizado nos próximos anos, que poderá levar muitos recursos para o nosso povo e, por tabela, para o município de Cacoal e o estado de Rondônia”, afirmou o líder indígena. As primeiras negociações para a venda dos créditos de carbono já aconteceram durante a realização da COP-15. “Nossos técnicos concluíram

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um estudo realizado nos últimos dois anos e, com estes números em mãos, e o aconselhamento técnico do Funbio (Fundo Brasileiro para a Biodiversidade), iniciamos o diálogo com instituições interessadas

na aquisição dos créditos de carbono”, revelou Almir Suruí. De acordo com o cacique, existe interesse de empresas e instituições de vários países desenvolvidos, incluindo os Estados Unidos e a Holanda. “O povo Suruí agora está avançado, possui embasamento jurídico e assessoria técnica indispensáveis para uma negociação nesse nível”, declarou. Almir Suruí participou da COP-15 em dois momentos distintos: num painel paralelo sobre o “Projeto Carbono Suruí”, no dia 12, e numa palestra sobre o “Papel dos Povos Indígenas e o Meio Ambiente”, no dia 16. “A floresta tem condições de permanecer em pé, de forma economicamente sustentável, nosso desejo é que as pessoas entendam que não queremos prejudicar ninguém, e sim buscar soluções para que haja sustentabilidade econômica, cultural e ambiental”, finalizou.

Amazônia é o melhor lugar para créditos de CO2 Um estudo publicado em dezembro durante a realização da Conferência Mundial do Clima, em Copenhague, destacou que a região amazônica será o melhor lugar do


UM DOS 100 BRASILEIROS MAIS INFLUENTES planeta para se investir em créditos de carbono. O estudo indica que o futuro mercado de créditos de carbono florestais poderá render US$ 20 bilhões anuais até 2020 aos países amazônicos. O relatório sugere que 85% dos melhores lugares para retornos de carbono florestal estão na região amazônica, particularmente no Brasil e no Peru, onde existem altos índices de desmatamento, terras baratas, capacidades de mercado instaladas e vontade política para salvar as florestas. O índice é calculado com base no potencial biológico da área para a armazenagem de carbono e no custo de oportunidade do local em termos de proteger a floresta ao invés de cortá-la por madeira ou limpar o terreno para agricultura e pasto. O índice também leva em conta o risco de investimento baseado na capacidade de cada país de fiscalizar e negociar suas florestas, a facilidade de negócio, a estabilidade política e as condições de governança local. “É o primeiro estudo mundial a exibir de forma tão ampla os melhores lugares para entrar no mercado de carbono florestal”, afirma Nigel Purvis, chefe da Climate Advisers e diretor do projeto.

O líder indígena Almir Suruí foi escolhido pela revista Época como um dos 100 brasileiros mais influentes de 2009. Esta é a primeira vez que um representante indígena é incluído na lista. A revista destacou que Almir Suruí “uniu diferentes gerações dentro das tribos e digitalizou as aldeias indígenas brasileiras”. O cacique Almir afirmou, em Rondônia, que a inclusão de seu nome na lista “foi uma grande surpresa, que me deixou muito feliz e honrado”. Almir lembrou que poucos representantes da região norte do país foram incluídos na relação da revista Época. “Considero essa homenagem muito importante do ponto de vista pessoal e também como estímulo ao nosso projeto de desenvolvimento sustentável do povo Suruí”. A revista fez uma síntese da trajetória de Almir Suruí, que aos 14 anos, e falando poucas palavras em português, iniciou sua caminhada dentro do movimento indígena. A publicação cita as recentes iniciativas que incluem o mapeamento da floresta, com apoio do Google Earth, além de estudos para comercializar créditos de carbono e projetos de geração de emprego e renda que permitam manter a floresta em pé.

AMAZÔNIA: REDUÇÃO DAS CHUVAS PREOCUPA O aquecimento global no Brasil pode ter efeitos 20% maiores que a média global até o fim do século, com grandes impactos sobre os índices pluviométricos do país, de acordo com um novo estudo do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), lançado durante a COP-15, em parceria com o Met Office Hadley Centre, da GrãBretanha. As consequências econômicas para o país são desastrosas, já que uma redução no regime de chuvas do Brasil teria efeitos diretos sobre a produção de energia elétrica - 70% da qual é gerada por hidrelétricas, como as que estão sendo construída no Rio Madeira. Além disso, as pesquisas alertam para os efeitos do desmatamento - que deixa o clima mais quente e seco. Se mais

de 40% da extensão original da floresta amazônica for desmatada, isto pode significar a diminuição drástica da chuva na Amazônia. Isso certamente afetará a produção agrícola em toda a região. Segundo os pesquisadores, 40% de desmatamento ou um aquecimento global entre 3°C e 4°C representariam o ‘tipping point’, ou seja, o ponto a partir do qual a floresta corre o risco de desaparecer. Segundo as projeções, com um acréscimo de temperatura de 6,6%, as chuvas na Amazônia podem cair 40%, literalmente transformando a região. Desde a década de 80, o Inpe vem aplicando modelos climáticos globais como ferramenta para estudar os impactos do desmatamento na Amazônia sobre o clima.

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IMOBILI Á R I O

Pronto para

construir

Condomínio de alto padrão em Cacoal atende público que deseja construir residências de luxo, em área nobre da cidade, sem abrir mão do conforto e da segurança

C

acoal está ganhando um novo bairro de alto padrão: o Jardim Europa. Totalmente planejado e urbanizado, trata-se do maior lançamento imobiliário do ano, na cidade que é reconhecida em todo o estado pela qualidade de vida, organização urbana e ampla oferta nos ramos de comércio e de serviços. Os empresários Marcos Stecca e Thiago Tanaka comemoram o sucesso do empreendimento. “Nossos clientes formam um público de alto nível, que reúne as classes A e B da cidade, além de investidores de todo o estado e até de

[ THIAGO TANAKA E MARCOS STECCA: infra-estrutura completa ]

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INFRA-ESTRUTURA outras regiões do país”, explica Thiago, diretor da Saraiva Empreendimentos. Os primeiros compradores estão rindo à toa. Isso porque a valorização aconteceu muito rapidamente, na mesma progressão em que as obras de infra-estrutura iam avançando. “Comercializamos 70% das unidades antes da conclusão da obra, executada em apenas 120 dias”, explica Marcos, diretor da Imobiliária Stecca. “Em apenas dois meses, houve uma valorização de 40% no valor dos terrenos, acima de qualquer expectativa”, diz. “Poucas vezes assisti um fenômeno de vendas nessa velocidade”, afirma. “Pessoas que não aderiram de pronto acabaram se arrependendo depois, pois a valorização aconteceu em questão de poucas semanas”, comemora. O sucesso do empreendimento revela uma nova tendência em Rondônia: a construção de condomínios de luxo em áreas nobres das cidades. O Jardim Europa segue essa mesma linha: totalmente urbanizado, com pavimentação asfáltica, rede de luz, água e esgoto, já está pronto para receber as futuras residências mesmo antes de concluir a etapa de vendas. Thiago Tanaka faz questão de dedicar o sucesso do empreendimento a seu pai, o pioneiro Valdenir Saraiva Penha. “Sem ele, nada disso teria sido possível”. Marcos Stecca já antecipa os planos para o futuro, baseado na experiência bem-sucedida. “Estamos preparando um novo lançamento para 2010, que vai ser ainda mais ousado”, promete. “Os investidores novamente estarão de olho, pois certamente poderão repetir seus lucros”, acredita Thiago.

O condomínio possui 225 lotes, a um custo unitário que beira os R$ 50 mil, cada um com área superior aos 430 metros quadrados. A obra está em fase final e totaliza 217.800 metros quadrados, incluindo dois lagos e bosque, seguindo também uma tendência dos principais centros urbanos do país. De uma área de nove alqueires, antes utilizada como pasto, surgiu o novo empreendimento imobiliário. “Apostamos neste nicho de mercado, formado por investidores que buscam valorização rápida do imóvel e um novo conceito de moradia, em bairros nobres, com toda infra-estrutura e segurança”, diz Marcos Stecca.

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I NFRA-E S T R U T U R A

Caravana inspeciona obras estratégicas

Comissão de Viação e Transportes da Câmara Federal vistoria obras da BR-429 e da ponte de Ji-Paraná e cobra recursos do Governo Federal

U

ma caravana da Comissão de Viação e Transportes (CVT) da Câmara dos Deputados realizou visita técnica para verificar as obras de duplicação da ponte sobre o Rio Machado, em Ji-Paraná, e aos municípios beneficiados pela pavimentação da rodovia 429. Coordenada pela deputada federal Marinha Raupp, a.caravana foi composta pelo senador Valdir Raupp, deputado federal Natan Donadon, prefeitos, vereadores, representantes do DNIT e lideranças comunitárias.

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Em Ji-Paraná, integrantes da caravana destacaram a importância de se acompanhar a execução das obras de alargamento da ponte. Engenheiros responsáveis pela duplicação da ponte disseram que, em virtude das chuvas, a conclusão das obras só deverá ocorrer em fevereiro. O superintendente do DNIT em Rondônia, Ribamar Oliveira, considerou a visita da CVT como estratégica no processo de liberação de recursos. O senador Valdir Raupp citou a iniciativa da deputada Marinha em aprovar a visita da CVT, e disse que

esse trabalho vai respaldar a atuação dos parlamentares, em Brasília, no processo de liberação de recursos. O prefeito José Bianco, de Ji-Paraná, fez questão de, mais uma vez, agradecer ao senador Raupp e à deputada Marinha pela liberação de mais de R$ 20 milhões para as obras da ponte. A deputada Marinha disse que em relação à visita as obras de alargamento da ponte, a missão oficial da Câmara dos Deputados vai defender a liberação de recursos para a construção de travessias urbanas. A parlamentar lembrou que o


Miguel de Souza, diretor do DNIT, destacou a importância da caravana como caminho político para a liberação de recursos

[ CAMINHADA NA PONTE SOBRE O RIO MUQUI, uma das primeiras obras licitadas na rodovia ]

[ AUTORIDADES POLÍTICAS participaram de reuniões em todos os municípios do Vale do Guaporé ]

senador Acir Gurgacz já destinou emendas para a execução da obra. Quanto a BR-429, será produzido um documento com vistas a subsidiar o grupo de trabalho do PAC, explicou. De Ji-Paraná, a caravana seguiu para os municípios de Presidente Médici, para uma visita ao trevo; Alvorada do Oeste (visita as obras de pavimentação da 429 da nona linha até Alvorada); Distrito de Terra Boa; São Miguel do Guaporé; Seringueiras; São Francisco e São Domingos. A visita foi encerrada em Costa Marques, já na fronteira com a Bolívia.

O empresário Airton Gurgacz representou o irmão, senador Acir Gurgacz, durante a caravana Credisis & Negócios|Janeiro|2010|31


PIONEIR I S M O

Admirável

estado novo A homenagem ao empresário Gilberto Miranda revela o pensamento dos pioneiros, personagens que mudaram a realidade e construíram com suas mãos o estado de Rondônia 32|Credisis & Negócios|Janeiro|2010


[ DEPUTADO Tiziu Jidalias; os empresários homenageados, João Gonçalves e Gilberto Miranda; e o presidente da AL, deputado Neodi de Oliveira ]

[ O EMPRESÁRIO Gilberto Miranda recebe o cumprimento do defensor público geral do estado, Carlos Biazzi ]

S

e Rondônia fosse um adjetivo no dicionário, ele seria pioneirismo. Foram centenas, milhares de pioneiros, vindos de todos os recantos do país nas décadas de 70 e 80. O empresário Gilberto Miranda, de Ariquemes, é uma testemunha viva dessa época. Escolhido para receber o título de Cidadão Honorário de Rondônia, entregue pela Assembléia Legislativa do Estado, em 15 de dezembro, ele lembra com orgulho dos primeiros anos e dos desbravadores daqueles tempos. “Quero compartilhar essa homenagem com todos aqueles que acreditaram no sonho de colonizar nosso estado e

transformá-lo em referência brasileira de desenvolvimento”. “Sou um dos sobreviventes da malária”, diz Miranda, que construiu ao lado da esposa Shirley, um dos mais tradicionais patrimônios empresariais do estado, o Grupo Gima, que reúne concessionárias de veículos em dez municípios rondonienses e emprega centenas de pessoas. Mineiro, Miranda chegou sem alarde em Ariquemes, em 1976, para montar uma pequena oficina mecânica. Na época, a esposa trabalhava como professora, depois funcionária pública e bancária. Vieram atrás do sonho brasileiro, alimentado pelo regime militar, que naquele tempo

pregava a velha máxima do “Integrar para não entregar”. “Hoje falta patriotismo”, se queixa o empreendedor, que em poucos anos viu sua atividade crescer, e hoje alcança números de uma sociedade globalizada. “Antigamente eu consertava 30 carros por mês. Hoje, fazemos a manutenção de 3 mil veículos”, se admira. Consertar carros podia ser considerado um luxo naqueles tempos de pioneirismo. “Para chegar a Ariquemes, enfrentamos 1.300 quilômetros de estradas de chão, desde Cuiabá”, recorda. “Peguei 34 malárias, perdi alguns amigos pelas doenças tropicais”. O empresário cita

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PIONEIR I S M O

uma frase do presidente norte-americano Roosevelt: “Esse lugar é impróprio para se morar”. Depois de 35 anos de trabalho duro, o empresário já está na fase seguinte: encaminhar o gerenciamento das empresas para os três filhos genuinamente rondonienses. “O desafio da sucessão nas empresas está sendo colocado em prática, todos eles estão engajados”, conta Miranda, que aos 58 anos, dedica seu sucesso a todos os empreendedores pioneiros e, de maneira especial, à esposa e companheira Shirlei Miranda.

Empresas O Grupo Gima está presente nos municípios de Jaru, Rolim de Moura, Cacoal, Ji-Paraná, Ouro Preto, Machadinho, Buritis, Pimenta Bueno, Ariquemes e Porto Velho. Sua política está voltada para a excelência no atendimento ao cliente e, por esse motivo, já recebeu diversos prêmios nacionais das montadoras. Possui uma política totalmente voltada

à valorização dos colaboradores. Neste sentido, destina bolsas aos funcionários que desejarem cursar o ensino superior. Além disso, realiza projetos sociais como forma de integração com a população, em parceria com escolas, hospitais e a comunidade em geral.

“Todas as empresas têm obrigação social com as pessoas, com a comunidade, por meio de algum projeto. Não basta recolher impostos. Apenas vender e consertar carros não me satisfaz, tenho que fazer algo mais, algo que realmente fará a diferença para as outras pessoas”, conclui.

[ DEPUTADO TIZIU JIDALIAS, autor da homenagem na AL; Gilberto Miranda; o prefeito José Bianco, de Ji-Paraná; e a esposa do homenageado, empresária Shirley Miranda. ] 34|Credisis & Negócios|Janeiro|2010


[ O PRESIDENTE DO SINDICATO DE REVENDEDORES DE VEÍCULOS e proprietário da Buritis Caminhões, Enrique Pacheco; Gilberto Miranda; e o empresário Augusto Cesar Maia Pyles, distribuidor exclusivo da New Holland para Rondônia ]

[ FOTO ACIMA: O casal Ieda e Ildon Chaves, promotor de Justiça; o empresário Gilberto Miranda; e o promotor e secretário geral do Ministério Público, Heverton Aguiar ]

AO LADO: O casal Shirley e Gilberto Miranda, com o promotor de Justiça, Heverton Aguiar. ABAIXO: Gilberto Miranda e a esposa, filhos e cônjuges ]

ABAIXO: Gilberto Miranda e a esposa, filhos e cônjuges ]

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JARU

Bons negócios em novo endereço Cooperativa de Crédito de Jaru comemora volume recorde de ativos financeiros e inaugura moderno prédio para atender aumento crescente no número de cooperados

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PARCERIA PARA O DESENVOLVIMENTO

A

Cooperativa de Crédito Rural de Jaru – JaruCredi – comemorou, em grande estilo, seus oito anos de fundação. No dia 18 de dezembro, diretores, cooperados e autoridades municipais e estaduais e do Senado Federal, celebraram a inauguração do novo prédio da instituição financeira. Os números da instituição são extremamente positivos e impressionam até os cooperados mais otimistas. Somente nos últimos dois anos, a cooperativa teve um crescimento de 150% no número de associados – passando de 170 para mais de 430 filiados – e uma carteira de ativos que hoje beira os R$ 12 milhões. “Estamos ganhando uma agência totalmente nova e extremamente

“A JaruCredi simboliza a força e a capacidade de superação de nossa gente”. A afirmação é do empresário e pecuarista Heberton Carminati, que encontrou no cooperativismo a parceria necessária para suas atividades empresariais e uma alternativa viável ao desenvolvimento local. Carminati mantém uma relação consolidada com o cooperativismo por meio da JaruCredi, a quem ele atribui a retomada do crescimento econômico do [ O EMPRESÁRIO Heberton Carminati ] município de Jaru. “Temos vivenciado uma excelente fase de prosperidade coletiva. Por isso, devemos acreditar e praticar os princípios cooperativistas”, afirmou, ao destacar os bons serviços que a diretoria da instituição tem prestado aos seus cooperados. O empresário Gilberto Borgio, presidente do Sistema Credisis, afirmou que em tempos de crise econômica, a permanência dos recursos financeiros na cidade movimenta a economia e melhora os índices de qualidade de vida da população. “A inauguração da nova sede da JaruCredi é a materialização do sucesso alcançado nos últimos anos”. O senador Valdir Raupp (PMDB), um dos mais atuantes interlocutores do sistema cooperativista em Brasília, chamou a atenção para a força do cooperativismo na região norte do Brasil e apontou o modelo como sendo estratégico no processo de consolidação da economia do estado. “Estamos crescendo acima da média nacional, e o cooperativismo de crédito tem participação ativa neste processo”.

[ DIRETORES DA JARUCREDI, empresários e políticos prestigiaram a solenidade ] Credisis & Negócios|Janeiro|2010|37


JARU

confortável, que representa a expansão da nossa cooperativa e se traduz no atendimento por excelência ao nosso público cooperado”, afirma o presidente da JaruCredi, Heraldo Bonfim Soares. O prédio possui instalações modernas e sofisticadas, com soluções inovadoras em cada detalhe. São 527 metros quadrados de área construída, em dois pavimentos, incluindo um auditório para eventos, com equipamentos de ponta.

No quesito segurança, a cooperativa investiu num sistema completo, incluindo porta giratória e câmeras espalhadas por todo o prédio, monitoradas por uma central interna. O prédio também segue as normas de acessibilidade, dispondo de uma rampa para pessoas com necessidades especiais. “Contratamos um escritório de arquitetura para executar um projeto que privilegia o conforto dos nossos coope-

rados, superando o que existe de melhor em outras instituições financeiras”, explica Rivânia Batista de Souza, conselheira administrativa da JaruCredi. Para o empresário José Carlos Machado de Lima, proprietário de uma das mais tradicionais lojas de Jaru, a inauguração do novo prédio simboliza uma nova fase para a cooperativa. “É uma sede imponente que traduz o sucesso da nossa cooperativa”, avalia.

A nova agência representa o processo de expansão da cooperativa e se traduz no atendimento por excelência ao público cooperado”

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[ HERALDO BONFIM SOARES, presidente da JaruCredi ]


Temos uma instituição que cresce e conquista novos associados, contribuindo a cada dia para o desenvolvimento de Jaru”

O presidente da Associação Comercial e Industrial de Jaru, Jefferson Luiz Przybsz, lembra que a JaruCredi é a grande parceira da associação e um patrimônio da

[ INAUGURAÇÃO DO PRÉDIO DA JARUCREDI reuniu diretores e autoridades ]

[ JEFFERSON LUIZ PRZYBSZ, presidente da Associação Comercial de Jaru ]

cidade. “Temos uma instituição que cresce e conquista novos associados, contribuindo a cada dia para o desenvolvimento de Jaru”, resume.

A nova sede da JaruCredi fica na Rua Rio de Janeiro, 3125 (Setor 2), em Jaru. Informações aos cooperados pelo telefone (69) 3521-5050.

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LIDERAN Ç A

Homenagem

ao líder cooperativista Presidente do Sistema Credisis recebe reconhecimento público durante o 1º Encontro dos Ramos do Cooperativismo

O

s dez anos dedicados à aplicação dos valores cooperativistas - que se baseiam na ajuda mútua, responsabilidade, democracia, igualdade, equidade e solidariedade - renderam homenagem da OCB/Sescoop ao presidente do Sistema Credisis, Gilberto Borgio. O reconhecimento público ao líder cooperativista aconteceu durante o 1º Encontro dos Ramos do Cooperativismo, realizado de 29 a 31 de outubro, em Ouro Preto do Oeste. O evento, que abordou o tema “Governança e Gestão Cooperativista: Tendências do Cooperativismo Nacional”, teve a presença de

diretores, cooperados e funcionários dos diversos segmentos do cooperativismo de Rondônia. “Esse reconhecimento é fruto do trabalho das pessoas que fazem o Sistema Credisis”, afirmou Gilberto Borgio. “Juntos temos buscado esse apoio das pessoas que fazem parte das nossas singulares, que realmente vivem em cooperativa. É desta forma que conseguimos chegar onde estamos, fortes e sólidos, após 10 anos de muita luta. Por isso, esse prêmio é dividido com todos aqueles que ombrearam conosco a causa do cooperativismo”, afirmou. Para o presidente da OCB-RO, Salatiel

[ GILBERTO BORGIO foi homenageado durante evento da OCB/Sescoop ] 40|Credisis & Negócios|Janeiro|2010


UMA TENDÊNCIA PARA O PRESENTE COOPERATIVAS DE CRÉDITO GANHAM ESPAÇO COMO ALTERNATIVA RENTÁVEL E SEGURA PARA APLICAÇÕES DE EMPRESAS E INVESTIDORES Num cenário dominado pela elevação das taxas e serviços bancários, empresas e investidores estão optando cada vez mais por movimentar seus recursos no cooperativismo de crédito. Rodrigues, essa homenagem “é um reconhecimento ao apoio dado ao cooperativismo rondoniense. Precisamos trazer o cooperativismo para dentro do coração e assim contribuir cada vez mais com a comunidade. É muito mais fácil atender ao coletivo do que o individual”, explicou.

Projetos de Lei Durante o encontro, Gilberto Borgio solicitou apoio dos parlamentares presentes para a aprovação de diversos Projetos de Lei que tramitam atualmente na Câmara dos Deputados e Senado Federal. Gilberto citou a Agenda Legislativa do Cooperativismo, um conjunto de informações que por meio delas é possível orientar e facilitar a defesa dos interesses cooperativistas, principalmente no âmbito do Poder Legislativo Federal, onde as cooperativas dos 13 ramos da economia brasileira desenvolveram um modelo próprio de representação, a Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop). “Só através da aprovação dessas leis que é possível avançar na Legislação. Em alguns países, como o Canadá, existem grandes Bancos Cooperativistas que, em média, são responsáveis pela movimentação de 50 % das transações financeiras do país”, salientou Gilberto, afirmando que atualmente a meta do cooperativismo é crescer de 2% para 10% da participação de mercado, no período de cinco anos, e para tanto necessita do apoio maciço do Poder Legislativo.

Na busca por melhorar seus negócios, pequenos e médios empresários e empreendedores de Rondônia e de todo o país estão descobrindo as vantagens de trabalhar com as cooperativas. O acesso facilitado ao capital de giro, com juros menores e prazos maiores, é uma das grandes vantagens das cooperativas de crédito, mas não é a única. O tratamento personalizado aos cooperados, que estão livres das intermináveis filas das instituições financeiras, é um exemplo. Mas existem outros. “Uma cooperativa é uma associação entre pessoas com a mesma visão de futuro, valores, propósito e motivação”, diz um experiente consultor financeiro. “É um processo coletivo de muito diálogo, reuniões em grupo e orientações de pessoas experientes com este modelo de negócio”. A Organização das Cooperativas Brasileiras é quem orienta a implantação, acompanha seu funcionamento e fiscaliza o registro de cooperativas de crédito em cada estado. As instituições são verificadas junto à Receita Federal, Estadual e Municipal e aos órgãos de pesquisa de crédito, além do Banco Central do Brasil. As cooperativas de crédito têm funcionamento igual ao de qualquer instituição financeira. Como se trata de uma ação coletiva, os custos das operações, taxas de juros e tarifas são reduzidos, pois o interesse da cooperativa de crédito é apoiar os negócios dos seus associados e estimular a economia da sua região. Criado há pouco mais de dez anos, o Sistema Credisis teve início com um pequeno grupo de associados. Atualmente, possui um capital estimado em R$ 120 milhões e distribui sobras para milhares de cooperados anualmente. “Não existe nenhum outro sistema que divida sobras e que tenha um tratamento diferenciado como esse que recebemos”, afirma o empresário e pecuarista Heberton Carminati, do município de Jaru. “O sistema financeiro, além de cobrar taxas elevadas, não proporciona condições favoráveis como uma cooperativa”, diz. “Hoje temos nossa própria instituição, e a confiança de que este é o melhor sistema para todos”.

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ENTREVISTA

A FORÇA DO COOPERATIVISMO GILBERTO BORGIO

PRESIDENTE DO SISTEMA CREDISIS

E

m 2009, o prêmio Nobel de Economia foi concedido a uma pesquisadora norte-americana, a professora Elinor Ostram, por seus estudos sobre o cooperativismo como alternativa econômica de sucesso. Para o presidente do Sistema Credisis empresário Gilberto Borgio – esse prêmio reflete o atual momento do cooperativismo de crédito, como uma forte tendência para o presente e o futuro da economia mundial. Este é o tom da entrevista concedida por Borgio em dezembro, em que ele faz um balanço das atividades de 2009.

Credisis & Negócios: O que representa para o cooperativismo esse aval da ganhadora do Nobel da Economia? Gilberto Borgio: É a consolidação de um modelo que tem se mostrado altamente eficaz, quando observados todos os princípios de governança. Na prática, o cooperativismo se apresenta como uma terceira via que, pela autogestão, se contrapõe à teoria econômica convencional. A essência do cooperativismo está fundamentada na ativa participação dos cooperados, autogestão, estrutura descentralizada e democrática. São com esses conceitos e com esses valores que buscamos gerir nossas cooperativas, na certeza de que estamos contribuindo para o crescimento de nossos cooperados e construindo para a consolidação de uma sociedade mais justa e igualitária. Credisis & Negócios: Quais são os fundamentos do cooperativismo? Gilberto Borgio: A meu ver, o fundamento filosófico do cooperativismo está na essência do ser humano e

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tem respaldo em princípios e fundamentos da vida cristã, em especial nos conceitos de comunhão e solidariedade. Já no ordenamento jurídico, os fundamentos do cooperativismo são, entre outros, identificados pela adesão voluntária de seus integrantes, por não visar lucro, pela gestão democrática e livre, pelo fato de que as suas decisões são conjuntas e tem como foco o cooperado, captando entre estes para distribuir ao final do exercício. Credisis & Negócios: Qual a fórmula para o sucesso deste modelo? Gilberto Borgio: É considerado um modelo de empresa alternativa, que, diferente de uma empresa comum, em lugar de focar o lucro, focaliza as pessoas, aumentando o poder dessas pessoas no mercado, uma vez que, baliza suas operações nos fundamentos, valores e princípios do cooperativismo. Vejo, dessa forma, que a cooperativa é ao mesmo tempo uma entidade social (um empreendimento financiado, administrado e controlado coletivamente) a serviço


de seus associados, embora seja uma empresa, que tem que ser eficiente e eficaz. Credisis & Negócios: O que diferencia a cooperativa de crédito de outras instituições financeiras? Gilberto Borgio: A cooperativa de crédito mantém uma relação direta com o associado. Isso reduz a burocracia e também o custo operacional dos serviços. Estas vantagens podem ser verificadas, principalmente, no acesso ao crédito, rapidez e personalização do atendimento. Além do fato que todo o excedente das operações retorna ao cooperado. Credisis & Negócios: Como o setor cooperativista enfrentou a crise econômica? Gilberto Borgio: Tínhamos o controle do nosso negócio. Isso nos permitiu monitorar os acontecimentos externos, e adotar medidas que nos possibilitaram crescer, mesmo em tempos de crise. Credisis & Negócios: Que benefícios o cooperativismo traz aos municípios e à sua população?

geração de mais empregos e renda. Credisis & Negócios: As cooperativas têm algum envolvimento com projetos voltados à comunidade? Gilberto Borgio: Sim. Além do forte vínculo que mantemos com os nossos cooperados, também atuamos em projetos que beneficiam diretamente a população. Credisis & Negócios: Quais são estes projetos? Gilberto Borgio: São projetos de atendimento à comunidade carente ou em situação de risco social. No caso de Ji-Paraná, temos a Fundação Ji-Cred, uma instituição que presta atendimento social às famílias, educacional às crianças, jovens e adultos, e de orientação técnica aos produtores rurais ligados ao Ceasa. E o projeto Aeroporto, que gera empregos e ajuda a desenvolver o município. Credisis & Negócios: Onde o Sistema Credisis está presente?

Gilberto Borgio: Pesquisas demonstram que, nos municípios onde há presença de cooperativas, o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é maior.

Gilberto Borgio: Atualmente estamos presentes em 40% dos municípios rondonienses e também no estado do Acre. Isso nos permite contribuir de forma efetiva no desenvolvimento dos municípios onde estamos presentes.

Credisis & Negócios: Como o cooperativismo influencia na qualidade de vida das pessoas?

Credisis & Negócios: Quais são as expectativas para o ano de 2010?

Gilberto Borgio: Diferente das instituições financeiras tradicionais, que centralizam seus recursos nos grandes centros econômicos do país, as cooperativas de crédito fazem o dinheiro circular dentro da própria cidade e de sua região. Isso oportuniza novos negócios e a

Gilberto Borgio: Temos a expectativa de mantermos os excelentes índices de crescimento no volume de recursos movimentados e também em relação à ocupação territorial, com a abertura de novos postos de atendimento cooperativo (PACs) em diversos municípios.

Atualmente estamos presentes em 40% dos municípios rondonienses e no estado do Acre, contribuindo efetivamente para o desenvolvimento dessas regiões”

Credisis & Negócios|Janeiro|2010|43


JI-PARAN Á

O lugar onde

os sonhos se realizam 44|Credisis & Negócios|Janeiro|2010


Fundação Ji-Cred amplia atividades para jovens e adultos e mostra que o cooperativismo é o caminho ideal para superar as dificuldades de inserção social

D

o you speak english?” A pergunta “você sabe falar inglês?” já pode ser respondida por uma turma de alunos do Espaço Social Sonho Meu, da Fundação Ji-Cred. Esta é uma das novas atividades criadas para atender 170 crianças e jovens que frequentam diariamente o projeto. Ao todo, são cerca de 20 diferentes aulas que incluem dança, música, teatro, informática e até uma brinquedoteca. Iniciado em 2007, o Sonho Meu é um dos quatro projetos sociais desenvolvidos pela fundação, em Ji-Paraná. Além dele, a Cooperativa Artesam, a Central de Abastecimento (Ceasa) e a administração do aeroporto municipal são iniciativas pioneiras em Rondônia e que servem como modelo para muitas cidades do interior do país. “Nossa força e nosso diferencial estão no cooperativismo”, resume o presidente do Sistema Credisis, Gilberto Borgio, ao definir a linha de atuação e de sustentação dos projetos sociais. A fundação é mantida pela cooperativa de crédito Ji-Cred, que completou dez anos de atividades em 2009.

“Os mais de 400 associados da Cooperativa Ji-Cred uniram esforços para contar com uma instituição da própria cidade, que mantém os recursos dentro de Ji-Paraná, e o resultado desse crescimento financeiro se reflete diretamente nos projetos de responsabilidade social da fundação”, avalia o presidente da Cooperativa Ji-Cred, Milton Crevelaro. Com o sucesso no campo social, a Fundação Ji-Cred conquistou a credibilidade necessária para ganhar o apoio de importantes parceiros dentro e fora de Ji-Paraná. “Hoje temos parcerias nos mais diversos níveis, seja na área educacional, com a Ulbra (Universidade Luterana) e Prefeitura local, seja na produção agrícola, com o Senai e o Governo do Estado e parlamentares federais, e também na ampliação das instalações voltadas para as crianças, que deverá acontecer a partir de convênios com o Governo Federal”, explica o presidente da Fundação Ji-Cred, Elton Pereira de Oliveira.

Sonho Meu

“No início das atividades do projeto Sonho Meu, algumas pessoas tinham

dúvidas se nossas ações teriam efeito, mas os bons resultados não demoraram a aparecer”, lembra o diretor-executivo da Fundação Ji-Cred, Norberto Gohl. “Hoje, temos uma fila de espera de mais de duzentas famílias, que aguardam ansiosas pela abertura de uma vaga para que seus filhos também possam participar do projeto”, revela. Para que as vagas possam ser ampliadas, porém, é necessário que mais pessoas colaborem, de forma permanente. As doações de alimentos, através do programa Mesa Brasil, são uma das maneiras de garantir refeições saudáveis para as crianças, reduzindo custos para a fundação. “Temos empresas que doam materiais que podem ser usados na confecção de artesanato, doações de roupas e brinquedos, tudo isso é sempre muito bem-vindo”, explica a coordenadora do Espaço Social Sonho Meu, Angela Haidamus.

Jovens e adultos

Mas os jovens e adolescentes já não são o único público atendido pelo projeto social. Graças às parcerias e à criatividade da equipe da fundação, em 2009, as ati-

[ AULAS DE INFORMÁTICA para crianças e jovens da Fundação Ji-Cred ] Credisis & Negócios|Janeiro|2010|45


JI-PARAN Á

vidades foram ampliadas para atender os adultos também. “Temos aulas de informática para pessoas dos oito aos oitenta anos”, diz o instrutor. “São pessoas que tinham um medo incrível do computador, e hoje ficam muito à vontade. Eram excluídos da sociedade, hoje já fazem parte do mundo digital”

As aulas do EJA – programa de Educação para Jovens e Adultos, – também representam uma forma de inclusão de muitos adultos. “Algumas dessas pessoas não sabiam ler e escrever, e outras não tiveram a oportunidade de concluir o ensino fundamental, realmente é gratificante ver o resultado do aprendizado na vida

[ EMPREGO E RENDA para as cooperadas da Artesam ] 46|Credisis & Negócios|Janeiro|2010

deles”, diz a professora.

Jovens

Os jovens que participam do projeto também são estimulados a se preparar para o futuro mercado profissional. Eles participam de mini-cursos profissionalizantes dentro do projeto. Alguns já trabalham como monitores. Este é o caso dos alunos Roberto e Eudes. Roberto é monitor das turmas de teatro e de informática, enquanto Eudes dá aulas de dança. “O projeto foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida, aqui tenho a oportunidade de participar como aluno e agora também como professor”, diz Roberto, que recentemente teve sua peça de teatro incluída num festival de Ji-Paraná. Para a maioria das crianças, os benefícios vão muito além. “O projeto significa uma alternativa para muitas crianças que vivem em famílias com os mais diversos problemas que se possa imaginar”, explica a assistente social Lidiane Costa. “São crianças que muitas vezes ficam sozinhas em casa, e jovens que estariam perambulando pelas ruas, e aqui no projeto estão descobrindo um caminho para se tornarem cidadãos. Eles são o futuro de nossa cidade e do nosso país”, conclui.


[ ALUNOS em apresentação pública ]

[ PROPRIEDADE RURAL DE JI-PARANÁ inscrita no projeto Ceasa ]

[ APOIO CONCRETO ao aeroporto da cidade ]

[ AULAS DE JUDÔ, entre diversas atividades esportivas ] Credisis & Negócios|Janeiro|2010|47


SAÚDE

Unindo esforços

pela vida

Empresários de Rondônia apóiam iniciativas do Hospital de Câncer de Barretos, que atende gratuitamente e é referência internacional no tratamento da doença

48|Credisis & Negócios|Janeiro|2010

O

câncer é uma das doenças que mais matam no Brasil e no mundo. Como não existe nenhum hospital especializado no tratamento da doença em Rondônia, um grupo de empresários se uniu ao Grupo de Apoio aos Portadores de Câncer (GAPC). A finalidade da instituição é apoiar as ações do Hospital de Câncer (HC), na cidade paulista de Barretos, instituição que é referência na América Latina em pesquisa e tratamento da oncologia. “Dezenas de rondonienses são encaminhados para o hospital de Barretos, todos os anos, e achamos que o mínimo a fazer seria criar ações para apoiar essas pessoas e o próprio hospital”, explica o presidente da Cooperativa Ji-Cred, Milton


HOSPITAL É REFERÊNCIA Centro de referência em toda a América Latina no combate e prevenção do câncer, o Hospital de Câncer (HC), da Fundação Pio XII, localizado em Barretos (SP), desenvolve um importante trabalho na área da oncologia com objetivo de devolver a esperança de vida a milhares de pacientes brasileiros. Com cerca de 150 médicos e 1.400 funcionários, atende uma média diária 2,8 mil portadores de câncer, vindos de todo o país. Com objetivo de receber e tratar pacientes que não tinham condições de pagar pelos altíssimos custos de um tratamento contra o câncer, o médico Paulo Prata projetou e tornou realidade o Hospital de Câncer de Barretos - Fundação Pio XII. Com isso, surgiu um pequeno hospital começava suas atividades no ano de 1967, com apenas quatro médicos, que trabalhavam em “tempo integral, dedicação exclusiva e caixa único”. O atendimento de qualidade dispensado aos pacientes ganhou dimensões e hoje é referência nacional na área de oncologia. O HC possui sofisticados equipamentos necessários para prevenção, diagnóstico e tratamento de câncer, além de equipe médica multidisciplinar, especializada e altamente qualificada, inclusive para transplante de medula óssea. Desenvolve pesquisas em áreas da biologia molecular, protocolos clínicos e banco de tumores. Possui três unidades móveis de prevenção, que percorrem cerca de 105 mil km/ano, por cidades de sete estados do Brasil, realizando exames preventivos de câncer de pele, colo de útero, mama e próstata. Em 2006, o departamento de prevenção realizou 36.270 atendimentos na busca ativa e diagnosticou 1.230 novos casos de câncer. A grande conquista, obtida com este rastreamento, é a taxa de 60% de casos de câncer de mama descobertos em seu estágio inicial, o que possibilita 95% de chances de cura, números que se igualam e superam muitos países do primeiro mundo.

Crevelaro, que é um dos apoiadores do GAPC de Rondônia. “Trata-se de um hospital que oferece excelente nível de tratamento e, por incrível que pareça, não cobra nada dos pacientes, pois atende quase que exclusivamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde)”, diz a jornalista Silvia Cristina Amâncio Chagas, coordenadora do HC em Ji-Paraná. Uma das ações do GAPC programada para acontecer em breve será o leilão “Direito de Viver”, que terá o apoio da Cooperativa Ji-Cred e da Loja Maçônica Humanidade e Fraternidade, de Ji-Paraná. “A meta deste grupo de apoiadores é envolver todos os segmentos da sociedade ji-paranaense como forma de agradecimento ao excelente trabalho que a instiCredisis & Negócios|Janeiro|2010|49


SAÚDE

tuição vem fazendo, no atendimento às pessoas que receberam o diagnóstico de câncer”, diz Milton Crevelaro. O hospital de Barretos tem números que impressionam. Chama a atenção o déficit mensal da instituição: R$ 3,4 milhões. “Apesar do déficit, o hospital mantém suas portas abertas graças ao apoio e à solidariedade de inúmeras cidades que se organizam para dar as condições financeiras que a instituição necessita, além das contribuições dos artistas parceiros, iniciativa privada e da classe política”, diz o diretor-geral do

hospital, Henrique Prata. Segundo Henrique, Rondônia tem dado uma demonstração de solidariedade muito importante pelas doações feitas e principalmente pela confiança de mandar seus pacientes para Barretos há tantos anos, mesmo quando o HC ainda era uma instituição bem pequena. E para privilegiar os rondonienses e facilitar o acesso ao tratamento, Prata afirmou que futuramente será criado um Centro de Prevenção em Rondônia, após a conclusão de todo o projeto para Barretos, o que, acredita, está perto de acontecer.

NÚMEROS DO HC

99%

DOS ATENDIMENTOS SÃO REALIZADOS VIA SUS

2.800

ATENDIMENTOS/DIA EM MÉDIA

6.000

REFEIÇÕES DIÁRIAS

26

ESTADOS ATENDIDOS MAIS O DISTRITO FEDERAL

2.000

QUILOS DE ROUPAS LAVADAS AO DIA [ A JORNALISTA SILVIA CHAGAS e o diretor do HC, Henrique Prata ]

1.328

LOCALIDADES ATENDIDAS

(1.238 MUNICÍPIOS E 90 DISTRITOS)

R$ 3,4 MILHÕES DE DÉFICIT MENSAL

650

CAPACIDADE DE PESSOAS

(PACIENTES E ACOMPANHANTES DISTRIBUÍDOS EM 13 ALOJAMENTOS)

1.400 FUNCIONÁRIOS

[ O CASAL MILTON E ROSA CREVELARO, com Tereza Barroso ] 50|Credisis & Negócios|Janeiro|2010

CERCA DE 150 SÃO MÉDICOS


VOLUNTÁRIOS DE ARIQUEMES ENTREGAM CHEQUE O projeto para ajudar o Hospital do Câncer de Barretos ganhou dimensões não esperadas em Ariquemes. A afirmação é dos voluntários que formaram o Comitê da Solidariedade, e entregaram à direção da instituição filantrópica um cheque no valor de R$ 682.131,29. O dinheiro é o fruto do leilão “Direito de Viver”, realizado recentemente na cidade.

alcançar os nossos objetivos com a ajuda de voluntários”, resume.

“Toda a sociedade de Ariquemes se uniu em torno do projeto e conseguimos realizar um grande evento, leiloando 1.222 animais”, explica o pecuarista Antônio Custódio, presidente do Comitê. Segundo o presidente da Fundação Pio XII, Henrique Prata, o leilão realizado em Ariquemes foi o maior já realizado no Brasil, em prol do HC Barretos. “Nós ficamos felizes quando vemos a população se mobilizar. A nossa missão é ajudar as pessoas que sofrem de câncer e só conseguimos

Apenas neste ano, Ariquemes encaminhou mais de 120 pacientes para receberem tratamento no HC Barretos – sendo que boa parte são pessoas que estão retornando, para receberem o acompanhamento clínico. “Nós fizemos a nossa parte e queremos que no próximo ano mais pessoas se envolvam nesta causa”, explica o presidente da Associação Comercial e Industrial de Ariquemes, Donizetti José, do Comitê da Solidariedade. Participam da campanha a Cooperativa de Crédito Rural de Ariquemes (Crediari), Cooperativa dos Pecuaristas da Região de Ariquemes (Cooperari), Associação dos Pecuaristas de Ariquemes (APA), Lojas Maçônicas, Lions Clube, Igreja Católica, Igrejas Evangélicas, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e Polícia Militar , além de centenas de voluntários.

[ CARAVANA DA PREVENÇÃO DO CÂNCER: um dos muitos serviços oferecidos pelo HC ] Credisis & Negócios|Janeiro|2010|51


ESPETÁ C U LO

“Natal de Luz”

encanta adultos e crianças

Milhares de luzes em cores vivas, combinadas à beleza da orquestra e coral de Natal, comemoram a chegada da festa cristã a Rolim de Moura

A

população de Rolim de Moura resgatou o clima natalino com a realização do espetáculo “Noite de Luz”. A festa foi realizada no início de dezembro, na praça dos Imigrantes, com a presença de centenas de participantes da Orquestra Jovem de Rondônia e do Coral do Comércio, do maestro Rafael Fontinelle.

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A decoração de Natal permaneceu até os primeiros dias de janeiro, tendo como pano de fundo o colorido de milhares de pequenas lâmpadas, que deram mais luz e vida ao prédio da Igreja Matriz e às principais ruas da cidade. Para a promoção do “Natal de Luz”, foram investidos cerca de R$ 55 mil, numa iniciativa da Cooperativa de Crédito de Rolim de Moura (RolimCredi), Associação

Comercial e Industrial de Rolim de Moura (Acirm), Centrais Elétricas de Rondônia (Ceron) e Caixa Econômica Federal. “Temos um município iluminado e alegre, propício à confraternização e à magia do Natal”, ressaltou o presidente da RolimCredi, Volmir Rodegheri. “Quando unimos nossas forças, tudo fica mais fácil de se concretizar”, declarou. “Há muito tempo não acontecia


nenhuma atividade relacionada ao Natal, este projeto provou que a união das classes e entidades envolvidas com a sociedade pode sim fazer a diferença e transformar a realidade local”, afirmou Volmir. O presidente da Acirm, Luiz Ademir Schock, disse que o objetivo principal foi “resgatar as tradições desta época do ano e transformar a cidade na capital natalina da região, com a intenção que o local se torne um ponto turístico”. Ao todo, foram colocadas 69 figuras decorativas luminosas e mais de 480 conjuntos de lâmpadas, enfeitando mais de 70 pontos do município, além da praça dos imigrantes e o Anfiteatro Municipal. O ponto principal do “Natal de Luz” foi o prédio da Igreja Matriz, contornada com 1.700 metros de mangueiras luminosas e 1.500 piscas-piscas. Encantando o público, um presépio com figuras em tamanho real, o teleférico e a “Casa do Papai Noel”.

[ DIRETORES DA ROLIMCREDI e voluntários comemoraram o Natal de Luz ]


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