Informativo 3 edição

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COMUNICA RECID

COMUNICA RECID CAMPO GRANDE/MS, 22 DE ABRIL/2013

VOLUME 1, EDIÇÃO 3

A REDE DE EDUCAÇÃO CIDADÃ –MS Escola de Educação Popular O que é? Educação Popular: uma Escola em Formação tem o propósito de intensificar a formação de lideranças, garantindo processos continuados e integrados de educação popular, objetivando a autonomia e o fortalecimento das lutas populares no Mato Grosso do Sul tendo em vista a construção de um projeto popular para a o Brasil. Esta formação consta das seguintes temáticas: 1° módulo: Estado e Sociedade 2º módulo: História das ideias e lutas sociais do Brasil e da América Latina 3º módulo: Experimentação da Práxis e Metodologia Freireana 4º módulo: Arte, Cultura e Comunicação 5º módulo: Democracia Participativa, República e Movimentos Sociais 6º: módulo: Sistematização Participação: Destina-se a todas as pessoas que tenham idade a partir dos quinze anos. A Escola está aberta a diversos atores sociais, representantes de entidades, movimentos e militantes das causas indígenas, negros e negras, quilombolas, LGBTs, mulheres, juventude, ciganos/as e também profissionais de Nesta edição:

Escola de Formação

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Organicidade Recid

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Lei 10.639

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Resistência indígena

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Fique Sabendo...

2ª Etapa da Escola de Educação Popular se iniciara em maio/2014, serão 06 módulos que ocorrerão até o mês de setembro, em Campo Grande/MS.

Exp-popular: Educadores (as) contratados (as): Dionédison Cândido, Fernanda Kunzler, Anísio Guató, Juliane Barbosa, Robson de Souza, Romilda Pizani. Edição: Equipe de Comunicação Recid MS Texto: Fernanda Kunzler, Robson Souza e Dionédison Cândido Imagens: Equipe de Comunicação

Fotos página 3:

https://www.google.com.br/ s e a r c h ? q=tia+Eva&tbm=isch&tbo=u &source=univ&sa=X&ei=Ix X U 6 e J6nNsASz1oB4&ved=0CCkQ sAQ&biw=1440&bih=785

A Rede de Educação Cidadã de Mato Grosso do Sul (Recid MS) já realizou esse ano três reuniões ampliadas. Como a Recid prima pela participação direta, formação e avaliação de seus processos, estas ampliadas desempenharam estes papéis, soma-se a isso a conjuntura macro nacional, que segue diferenciada por causa da Copa do Mundo e das Eleições, no plano micro, a finalização de um processo de cassação iniciada antes mesmo do ex-prefeito ter entrado no cargo enfim, a oposição vence, manipula a instituição democrática a seu bem prazer. Diante deste quadro a RecidMS organizou seu planejamento e já tem definido as datas da 2ª etapa de sua Escola de Educação Popular, que começará seu primeiro módulo nos dias 2 à 4 de maio, tendo continuidade o 2° Módulo 30, 31/maio e 01 junho; 3° Módulo 27 a 29 Junho; 4° Módulo 25 a 27 de julho; 5º Módulo 29 a 31 de agosto e por fim o 6º Módulo 26 a 28 de setembro. Cada um terá um tema diferente, no primeiro trabalharemos “Sociedade e Estado”, e por conseguinte “História das ideias e lutas sociais do Brasil e da América Latina”, “Experimentação da Práxis e Metodologia Freireana”, “Arte, Cultura e Comunicação”, “Democracia Par-

ticipativa, República e Movimentos Sociais” e “Sistematização”. Houve um esforço para programarmos as oficinas em nível Estadual, contudo, não conseguimos finalizar esse processo de sistematização, por isso, fica a dica para os grupos que estamos acompanhando e potencializando, entre em contato e vamos fortalecendo os processos de formação e lutas. Em nossas reunião ampliadas, um momento importante é a formação. Ao longo dessas três ampliadas conseguimos fazer o debate de pontos importantes para o fortalecimento de nossas lutas, na Ampliada de Janeiro Debatemos aspectos da formação histórica do Estado de Mato Grosso do Sul, voltado principalmente para a visão de desenvolvimento da época, além disso foi debatido e aprofundado alguns aspectos da metodologia freiriana. Na segunda Ampliada nos aprofundamos e vimos as limitações históricas da criação do Estado Brasileiro, principalmente quando olhamos as políticas públicas. E em nossa última ampliada, avançamos um pouco no debate da importância do Plebiscito Popular Soberano por uma Constituinte Exclusiva. (Robson de Souza)


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Já falei 10.639 vezes que Racismo é Crime. na bastante desafiador por que não é só contar a história é contribuir com que as pessoas que se sintam fora desse formato de pessoas perfeitas e aceita pela sociedade, possa se identificar com a luta da igualdade racial. O que nos faz ver o quanto é importante continuar discutindo a lei 10.639/03, seja no quilombo rural, no quilombo urbano, nas escolas, a onde tiver um grupo de pessoas negras ou não negras, é só conhecendo a história como ela realmente foi que podemos mudar o futuro.

Discutir a questão racial em Campo Grande-MS, assim como em qualquer lugar neste país , faz com que nós negros e não negros, vá de encontro com tudo o que é nos imposto através de uma cultura dominadora pré conceituosa e sem qualquer sentimento de humanidade. Aqui neste Estado que foi dividido a 37 anos, antes Mato Grosso e hoje Mato Grosso do Sul, a história do nosso povo hoje afro sulmatogrossense, não é contada como realmente foi, quando se fala na Guerra do Paraguai, não se conta que muitos dos nossos irmãos morreram por sonhar com a liberdade já que era-lhes prometido se conseguisse voltar da guerra, cheios de esperança milhares foram e não voltaram e os que voltaram ficaram a deriva da própria sorte, carta de alforria na mão mas, com alguma parte do seu corpo mutilada, essa história não se conta. Quando se abre o livro de história sobre Campo Grande, não se vê a história de Eva Maria de Jesus, que depois de conseguir comprar sua carta de alforria decidiu tentar a sorte lá... Pelas bandas do então na época Mato Grosso, nos livros se vê a história de Antonio Pereira, desbravador, homem de muitas posses, e

boas relações políticas. Mas como Eva Maria de Jesus (Tia Eva), era uma exescrava e trazia como seu, todo o conhecimento dos seus ancestrais não só na crença religiosa mas também na sabedoria de vida, ela se tornou uma pessoa muito conhecida, prestava serviços para a comunidade fazendo partos e bendições e todos a chamavam carinhosamente de Tia Eva, ela era devota de São Benedito, depois de ter comprados alguns hectares de terra ela decidiu construir uma igreja em homenagem e devoção a São Benedito, assim todos os anos no mês de maio, de geração em geração acontece o terço em devoção a São Benedito e, com o passar do tempo o que era um dia de terço, hoje acontece uma semana de atividades incluindo o terço todos os dias, apresentações culturais, palestras e varias outras atividades. Hoje o nosso maior desafio é fazer com que a lei 10.639/03, seja de fato emplementada não só aqui mais em todo o país dando o direito as nossas crianças de conhecer a sua história como realmente aconteceu, chega de ver as imagens nos livros de negros/as acorrentados, submissos e em situação de inferioridade. Pensando assim o nosso trabalho se tor-

O conhecimento é o caminho para a liberdade e a partir daí teremos mais pessoas nas escolas, nas universidades, teremos mais pessoas com acesso a saúde, moradia digna e menos jovens negros a margem da marginalidade. E a Rede de Educação Cidadã - MS, através de oficinas, rodas de conversas, seminários, contribui e muito para que esse debate não seja pontual e sim continuo valorizando, respeitando e compreendendo o saber popular. Romilda Neto Pizani


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diversas áreas do conhecimento. Serão trinta vagas e para se inscrever, solicite a ficha de inscrição. E-mail: recidms@hotmail.com ou 3042 8262.

Educação Popular X Autonomia dos povos indígena de Mato Grosso do Sul Violações Direitos humanos em Mato Grosso do Sul, tem colocado população indígena numa situação alarmante devido à morosidade da demarcação de terras. Violência contra indígenas em MS, tem repercutido mundo a fora, chamou atenção de outros países que repudiaram atitude do Estado Brasileiro pelo descaso aos povos originários. A participação das lideranças indígenas no processo de Educação Popuar Freireana na Rede de Educação Cidadã, possibilitou uma nova visão pela luta do seu povo. A pedagogia freireana adequou exatamente à realidade indígena que trouxe o fortalecimento das lutas, identidades e saberes ancestrais das comunidades tradicionais como meio de construir a autonomia necessária que possa fazer face aos processos de invasão cultural. Em 2010, iniciou-se um processo de formação em prática na aldeia Água Branca, abordando o tema “I Forum Fun-

diária PIN Taunay/Ipegue”, que possibilitou criação da nova organização do povo terena, devido que, nos anos anteriores, percebia que as ações eram muito individuais que muitas vezes não obtinha resultado positivo. Após vários oficinas de formação nas aldeias, lideranças indígenas decidem fortalecer a criação de uma nova organização que possibilitaria aldeias de outras região apresentar suas demandas e suas dificuldades. Em 2011, povo terena iniciou um processo de mobilização juntamente com outras etnias de MS, na aldeia Imbirussú, e então surge criação „‟HanaitiHo‟únevoTerenoe”(G ran-de Assembléia do Povo Terena). O povo terena então decidem lutar em defesa de seus direitos e contra a repreensão imposta aos povos indígenas de Mato Grosso do Sul. Ocorre uma grande mobiliza-

ção contra lei do demônio o “PEC 215” que dá ao Congresso poderes para demarcar terras indígenas que resultou a ocupação da Câmara Nacional dos Deputados em Brasília. Diante da situação do povo terena, a decisão é reocupar suas terras tradicionais que foram roubadas pelos fazendeiros para criação de gados e outros, no qual esta ação do povo terena, repercutiu no Brasil e no mundo. Fez Governo Federal se deslocar até em Mato Grosso do Sul após índio terena ser assassinado pela Polícia na reintegração de posse. A luta ainda continua, povo indígena esta em pé em defesa de seus diretos e de meio ambiente. Dionédison Candido Terena


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