MOLUSCOS E SAÚDE PÚBLICA EM SANTA CATARINA

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ESPINDOLA et al., 1992, FERRARI & HOFMANN, 1992, HOFMANN, 1994, TONI 1994, ALCÂNTARA, 1995, SLONSKI, 1996, SCHLEMPER JUNIOR et al., 1996, PIRES et al., 1997, CARVALHO et al., 2001). Outro grupo que igualmente vem ganhando atenção relevante no Estado, entre outros, é o pertencente às popularmente denominadas “lesmas lixa” (SIMONE 1999 c: 4), moluscos terrestres desprovidos de concha representantes da família Veronicellidae (THOMÉ et al., 2006: 50-51), pela sua importância econômica agrícola, ambiental, e principalmente na saúde pela sua condição de comprovados transmissores de verminoses (THOMÉ, 1975, 1976, 1993; TEIXEIRA et al., 1993; MORO & HEMP, 1995; MILANEZ & CHIARADIA, 1999; SANTOS & THOMÉ, 1999; DEBONA, 2000, 2001; CHIARADIA & MILANEZ, 2002 a, b; MAURER et al., 2002; CORTINA et al., 2003; CHIARADIA et al., 2004). Consta na literatura especializada (SERRA-FREIRE & NUERNBERG, 1992: 263) que para se estabelecer programas de controle de doenças parasíticas, e reconhecer a sua dispersão espacial, é imprescindível conhecer as espécies de hospedeiros vertebrados e invertebrados envolvidos no ciclo dos vermes nas regiões a serem trabalhadas. A precariedade nos sistemas de abastecimento de água, esgotamento sanitário, coleta e destino final dos resíduos sólidos, drenagem urbana, bem como a higiene e hábitos alimentares inadequados, se constituem em risco para a saúde da população, sobretudo para as pessoas mais carentes dos países em desenvolvimento, que ainda ficam com sua dignidade afetada, pelo que ampliar o acesso ao saneamento é fundamental para melhorar a qualidade de vida e reduzir a pobreza, um dos objetivos essenciais do desenvolvimento sustentável, toda vez que a universalização do saneamento ambiental está entre as ações prioritárias da Agenda 21 brasileira, lembrando que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), “a cada 1 real investidos em saneamento básico são economizados de R$ 4,00 a 5,00 em operações de saúde pública” (IBGE, 2004), estimando-se em R$ 15 bilhões o custo anual no Brasil em geral associado aos impactos na saúde decorrentes justamente do saneamento ambiental inadequado (FUNASA, 2006). O desenvolvimento deste estudo permitirá, dentro da sua área de concentração e limitações, conhecer, monitorar e avaliar a atual situação de saúde no Estado, relacionada às condições de saneamento ambiental, e subsidiar necessárias ações nesta área, sendo que a respeito o IBGE (2004) aponta como Indicadores relacionados ao Saneamento Ambiental Inadequado os seguintes 17 itens: Desflorestamento, Qualidade de Águas Interiores, Balneabilidade, Acesso a Serviço de Coleta de Lixo Doméstico, Destinação Final do Lixo, Acesso a Sistema de Abastecimento de Água, Acesso a Esgoto Sanitário, Tratamento de Esgoto, Rendimento Familiar per Capita, Rendimento Médio Mensal, Taxa de Mortalidade Infantil, Oferta de Serviços Básicos de Saúde, Taxa de Escolarização, Taxa de Alfabetização, Escolaridade, Adequação de Moradia e Existência de Conselhos Municipais. Assim, são objetivos da presente contribuição: - Estabelecer e mapear a ocorrência de moluscos continentais hospedeiros vetores de endemias em Santa Catarina, assim como a incidência espacial das doenças (verminoses) por eles transmitidas no Estado.

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