Boletim Janela Aberta, nº 6, abril 2013

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AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DAS LARANJEIRAS

B OLETIM 6

J A N E L A A B E RTA ABRIL

PRÉMIO

2013

DE POESIA

C ATARINA P EREIRA HERDEIRO

7.ª edição

NESTA EDIÇÃO: PRÉMIO

1/2

DE POESIA

3 O 25 DE ABRIL DE 1974 CRONOLOGIA DE UMA 4/5/6 R EVOLUÇÃO

O 25

DE

ABRIL

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R EVOLUÇÕES F ILMES

COM

O D IA

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H ISTÓRIA

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blemas. Nada é menos verdadeiro. O poeta entende e dá voz, primeiro que todos, ao sofrimento, às dificulda-

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ANIMAIS AQUÁTICOS

MENINA DO

Palavras de abertura da coordenadora da Escola Básica Prof. Delfim Santos, na cerimónia de entrega dos prémios, no dia 23 de abril de 2013.

M AR

12 13

14/15 COMO TOMAR NOTAS O LIMPÍADAS DA 15 L ÍNGUA P ORTUGUESA O MUNDO EM QUE VIVI 16/17 CONCURSO NACIONAL 17 DE LEITURA 17 CONTADOR DE HISTÓRIAS

F AZ

22

DE CONTA

S EMANA Q UEM

DA

P OESIA

22 23

ME DERA ...

23

PONTO DE POESIAO

24

S ESSÃO

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DE

P OESIA

A F ADA O RIANA O MEDO É ...

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O B ICHINHO

26

P ESQUISA

DA SEDA

SOBRE OS

COELHOS

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T EATRO DO C UQUEDO V ISITA DE ESTUDO À G ULBENKIAN

27

P ATRONO D. P EDRO V

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EQ UI P A TÉCNI C A: Coordenação do projeto: Equipa da BECRE da ESDPV Revisão de artigos: Equipa da BECRE da ESDPV Conceção e montagem gráfica: Equipa da BECRE da ESDPV

27

O poeta apreende a realidade e expressa-a através da palavra, trabalhada até à exaustão, numa aliança de forma e conteúdo que nos apela, que nos impele, que é farol …. No passado, em épocas diferentes, mas também de crise, Camões com Os Lusíadas e Fernando Pessoa com a Mensagem revelam-nos uma escrita que, partindo da História passada do país, puxa pela alma lusitana, pelo orgulho adormecido do povo.

S EMANA EM MEMÓRIA 18 DO H OLOCAUSTO OFICINA DO HOLOCAUSTO 19/20 9.º ANO OFICINA DO HOLOCAUSTO 21 8.º ANO C ONFERÊNCIA D R . 22 R ICARDO P RESUMIDO O R APAZ DO PIJAMA ÀS RISCAS

flete uma época, um espaço, uma sociedade, passa mensagens, desperta sentidos, dá voz ao silêncio.

Alex Wijnen

Em épocas dominadas pelo materialismo, tende-se a desvalorizar o trabalho poético. Dos poetas, diz-se que são pessoas infelizes, que vivem fora da realidade, alienadas dos verdadeiros pro-

des, às injustiças. Dá voz àqueles que a não têm, deixando para a posteridade esse grito aflito, calado, que pode dizer tanto… A poesia, como qualquer outra forma de expressão de arte, re-

O poeta diz da Vida e do Homem, de uma forma bela e plurissignificativa, por vezes com sentidos ocultos, outras vezes com mensagens que nos acompanham, que nos unem em torno de um ideal, que fazemos nossas. No trabalho poético,


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PRÉMIO

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DE POESIA

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C ATARINA P EREIRA HERDEIRO

a matéria-prima é a palavra, em todo o seu sentido, e a musicalidade. E nada nos é mais familiar do que a palavra. A palavra faz parte do quotidiano do Homem, permite-lhe expressar-se, cumprir as suas necessidades comunicativas. Todos têm acesso ao verbo, à palavra, mas nem todos têm o talento para fazer dela expressão de arte maior. Transformar a palavra em arte requer talento e trabalho. A palavra criteriosamente escolhida para ser escrita é poderosa e permanece no tempo. Este prémio pode e deve servir para fomentar o gosto pela palavra e pelo seu poder, para desenvolver nestes alunos

P RÉMIO

DE

o talento que já se vislumbra, mas que precisa de ser incentivado, desenvolvido e trabalhado. Ficaremos felizes se alguns destes nomes premiados, um que seja, chegarem à idade adulta deste género literário. Terá valido a pena, em nome da poesia. Saúdo a professora Bernardette Pereira, Instituidora do Prémio, que escolheu esta forma de prolongar a memória da sua filha, Catarina Pereira Herdeiro, dando voz e expressão ao seu gosto pela palavra e pela poesia. Faço uma vénia à sua generosidade e dedicação. Saúdo a professora Rosete Lino, Comissária do Prémio, que a apoia e trabalha neste projeto.

(cont.)

Ambas escrevem poesia; a Rosete tem obra publicada, mas as duas são, acima de tudo, mulheres cultas que dão um exemplo de intervenção e de cidadania, em prol da educação pela arte da palavra. Saúdo todos os que cultivam o gosto pela poesia. Saúdo aqueles que elegeram a poesia como forma de comunicar o visível e o invisível e que procuram continuamente o seu espaço nesta forma de arte. Não desistam nunca! A História diz-nos que a recompensa chega quase sempre tarde, mas vale a pena. Para terminar, faço minhas as palavras do poeta Fernando Pessoa:

Jacqueline Hudon Verrelli

«Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena. Quem quer passar além do Bojador Tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu Mas nele é que espelhou o céu.» Maria Isabel Policarpo

P OESIA C ATARINA PEREIRA HERDEIRO

No dia 23 de abril, pelas 15:30h, decorreu a 7.ª edição – 2013 do Prémio de Poesia Catarina Pereira Herdeiro. Concorreram vinte alunos do 5.º ao 9.º anos, de seis escolas da mesma área geográfica da nossa Escola. A cerimónia da entrega do prémio foi presidida pela Vice-presidente da CAP,

Dr.ª Isabel Vicente, e pela Coordenadora da EB 2.3 Professor Delfim Santos, Dr.ª Isabel Policarpo.

 Bianca Burlacchini P.

Prémio ex aequo

 Daniela Viriato Sequei-

 Catarina Ferreira dos Reis - 5.º Ano EB 2,3 Professor Delfim Santos

 Beatriz B. Marques Pereira - 8.ºAno EB 2,3 Professor Delfim Santos

de Barros – 9.º Ano EB 2,3 Professor Delfim Santos

Menção honrosa ra – 6.º Ano EB 2,3 Pedro de Santarém

 Alexandre Ribeiro da Eira – 8.º Ano Externato da Luz A equipa da BE Delfim Santos

Fernando Vicente


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DE

A BRIL

DE

Antes do 25 de Abril não havia liberdade. As pessoas não podiam falar mal do governo. Os polícias da PIDE (Polícia de Intervenção e Defesa do Estado) espiavam as pessoas e ouviam nos cafés, nas ruas, etc..

A censura era uma comissão que tinha de ver tudo o que era publicado. O que não era conveniente, por não ser de acordo com o governo, eles riscavam e proibiam a publicação.

Os polícias da PIDE iam às casas das pessoas prendê-las. Nas prisões, os polícias da PIDE torturavam as pessoas, que não podiam dormir durante 3 ou 4 dias. Os polícias obrigavam as pessoas a dizerem quem falava mal do governo e se as pessoas não diziam eram torturadas. Algumas não aguentavam o sofrimento e morriam. Se as crianças falassem mal do governo, os pais podiam ser interrogados e presos.

Em 1961, começou uma guerra em África chamada guerra colonial, onde os jovens de mais de 20 anos do sexo masculino tinham de ir. Muitos foram, mas outros, que não queriam ir, fugiam para outros países e não podiam voltar. Alguns voltaram depois do 25 de Abril de 1974.

As crianças e os jovens iam para a mocidade portuguesa, uma feminina e outra masculina, para os educarem para o regime.

25

1974

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DE

Dos jovens que foram para África, muitos morreram lá e outros sobreviveram, mas mataram pessoas do próprio país. Depois do 25 de Abril, as colónias tornaram-se países independentes: Angola, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné–Bissau e Mo-

çambique. Como todos começaram a ficar muito descontentes, um grupo de militares organizou, às escondidas, uma revolução contra a ditadura. Demorou muito tempo porque tudo tinha de ser muito bem preparado. Na noite de 24 para 25 de abril, os militares ocuparam as estações de rádio e de televisão, como tinham combinado. A música “E depois do adeus”, que era a música que tinha ganhado o festival da canção desse ano, serviu para dar um sinal para os outros militares avançarem. Quando ocuparam os principais pontos, os militares que estavam a ocupar uma das estações, inseriu a segunda senha, que era a música “Grândola Vila Morena”, uma das músicas proibidas. A seguir, prenderam os elementos da PIDE

e libertaram os presos políticos. Os jovens, que estavam exilados, voltaram. Os portugueses estavam tão contentes que nem conseguiam controlar a sua alegria. Uma florista começou a distribuir cravos pelos militares e estes enfiaram os cravos na ponta das espingardas. Assim acabou a ditadura e começou uma nova liberdade em democracia. Carolina Costa, Diana do Carmo, Mário Lucas Ndingati 4ºB da EB1/JI Frei Luís de Sousa

1974

Antes do 25 de Abril

ninguém podia dizer nada sobre a república, senão era preso, porque antigamente não havia liberdade. O Movimento das Forças Armadas,

composto por militares que tinham participado na guerra colonial, fez uma revolução. Depois, como as pessoas ficaram contentes, começa-

ram a atirar cravos e os militares puseram os cravos que as pessoas mandaram nos canos das espingardas. João Iria e João Pereira – 3º B da EB1/JI Frei Luís de Sousa


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DE UMA

REVOLUÇÃO

24 DE ABRIL

estavam controlados pelas forças revolucionárias.

Um grupo de militares comandados por Otelo Saraiva de Carvalho instalou secretamente o posto de comando do movimento golpista no quartel da Pontinha, em Lisboa. Entre eles estavam também o comandante Vítor Crespo, o major Sanches Osório, o major Garcia dos Santos e o major Hugo dos Santos.

No Norte, uma força do CICA 1, liderada pelo Tenente-Coronel Carlos Azeredo, toma o Quartel General da Região Militar do Porto. Mais tarde, estas forças são reforçadas por outras vindas de Lamego. Forças do BC9 de Viana do Castelo tomam o Aeroporto de Pedras Rubras. 4h15min

22h55min É transmitida a canção ”E depois do Adeus”, de Paulo de Carvalho, na rádio. Esta foi a primeira das senhas previamente combinadas pelos golpistas para sincronizar as operações. Assim, as operações iniciam-se com o assalto ao Rádio Clube Português, na Rua Sampaio e Pina, pelo 10.º Grupo de Comandos, para que esta estação fosse o posto de comando do Movimento das Forças Armadas. 25 DE ABRIL 0h20min É hora da segunda senha. A Rádio Renascença passa o

tema “Grândola Vila Morena”, de Zeca Afonso. Por esta hora, o movimento revolucionário do MFA já está em marcha! 0h30min Os militares do MFA ocupam a Escola Prática de Administração Militar. 1h00min É tomada a Escola Prática de Cavalaria de Santarém, ao mesmo tempo que se inicia a movimentação de tropas em Estremoz, Figueira da Foz, Lamego, Lisboa, Mafra, Tomar, Vendas Novas, Viseu, e outros pontos do país. 3h00min Entre as 03h15min e

as 03h25min começam a chegar as mensagens de êxito das operações ao posto de comando, instalado no Regimento de Engenharia 1, na Pontinha. O major Otelo Saraiva de Carvalho encarregado da coordenação das operações, recebe as mensagens de que Mónaco (nome de código para a RTP), México (nome de código para o Rádio Clube Português) e Tóquio (nome de código para a Emissora Nacional) já foram tomados. Os objetivos prioritários tinham sido alcançados, pois os canais de informação

O regime reagiu, com o ministro da Defesa a ordenar às forças sediadas em Braga para avançarem sobre o Porto, com o objetivo de recuperar o Quartel -General , mas estas forças tinham aderido ao MFA e ignoraram as ordens. 4h20min As forças da Escola Prática de Infantaria de Mafra controlam o aeroporto de Lisboa que é encerrado. O tráfego aéreo é desviado para Madrid e Las Palmas. 4h26min Leitura do primeiro comunicado do


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DE UMA

MFA, pela voz do jornalista Joaquim Furtado, aos microfones do Rádio Clube Português:

REVOLUÇÃO

quer português, apelamos para o espírito cívico e profissional da classe médica, esperando

“Aqui posto de comando do Movimento das Forças Armadas. As Forças Armadas portuguesas apelam a todos os habitantes da cidade de Lisboa no sentido de se recolherem a suas casas, nas quais se devem conservar com a máxima calma. Esperamos sinceramente que a gravidade da hora que vivemos não seja tristemente assinalada por qualquer acidente pessoal, para o que apelamos para o bom senso dos comandos das forças militarizadas, no sentido de serem evitados quaisquer confrontos com as Forças Armadas. Tal confronto, além de desnecessário, só poderá conduzir a sérios prejuízos individuais que enlutariam e criariam divisões entre os portugueses, o que há que evitar a todo o custo. Não obstante a expressa preocupação de não fazer correr a mínima gota de sangue de qual-

(cont.) ças militarizadas e policiais, que não estavam envolvidas no golpe, a recolherem aos seus quartéis e aí aguardarem as ordens do MFA. 05h00min

a sua acorrência aos hospitais, a fim de prestar a sua eventual colaboração, que se deseja, sinceramente, desnecessária.” Após a leitura do comunicado, foi tocada A Portuguesa, prosseguindo a emissão com a passagem de marchas militares, entre as quais a marcha "A Life on the Ocean Waves" de Henry Russell (1812-1900), que haveria de se tornar o hino do MFA. Seguiram-se outros comunicados apelando, não só à calma e ao recolher da população às suas casas, para que se evitassem confrontos com as Forças Armadas, como também apelos às for-

Silva Pais, diretor-geral da PIDE/DGS telefona a Marcello Caetano a informá-lo de que a revolução está na rua. Para salvaguardar a segurança do chefe de Governo, é decidida a sua ida para o quartel do Carmo. 06h00min A coluna militar que partira de Santarém sob a liderança de Salgueiro Maia chega ao Terreiro do Paço. O posto de comando é estabelecido no centro da praça com uma chaimite e uma autometralhadora EBR. Salgueiro Maia comunica a Otelo Saraiva de Carvalho o sucesso na ocupação de Toledo (Terreiro do Paço) e no controlo de Bruxelas (Banco de Portugal) e Viena (Rádio Marconi). A fragata “Almirante Gago Coutinho”, que na altura participava num exercício militar da NATO, re-

cebe ordens para abandonar as manobras no Atlântico e entrar no Tejo, com o objetivo de abrir fogo contra as forças revolucionárias estacionadas no Terreiro do Paço. Sob a ameaça de tal poder de fogo, Otelo ordena a Salgueiro Maia que proteja os militares e os tanques debaixo das arcadas da Praça do Comércio. 12h00min Depois de vencida a ameaça da “Gago Coutinho”, Salgueiro Maia vê-se a braços com um novo ataque das for-

ças do regime. Cinco carros de combate M/47 de Cavalaria 7, atiradores do Regimento de Infantaria 1 da Amadora e alguns soldados da PM de Lanceiros 2 são as novas forças enviadas pelo Governo. A coluna é coman-


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DE UMA

dada por um brigadeiro que recusa o diálogo com Salgueiro Maia e manda abrir fogo. Ninguém lhe obedece e a coluna acaba por se juntar a Salgueiro Maia. 12h30min A Baixa de Lisboa está repleta de populares que encorajam os soldados e lhes colocam cravos nos canos das G-3. O Quartel da GNR do Largo do Carmo é cercado pelas forças de Salgueiro Maia, onde se encontra o presidente do Conselho, Marcello Caetano. Este Largo foi pequeno para tantos populares, que se amontoavam, procurando posições com campo de visão, como árvores e telhados das casas circundantes. 16h00min Forças do CIOE controlam as instalações da RTP do Monte da Virgem e do RCP, no Porto. 16h30min Após negociações, Marcello Caetano decide render-se, mas apenas a um oficial de alta paten-

REVOLUÇÃO

(cont.)

te. Deste modo, pretendia evitar que o “poder caísse na rua”. 17h45min Chega ao quartel o general António de Spínola, para receber a rendição de Marcello Caetano. 18h45min É redigido o Decreto-Lei 171/74, que "entra imediatamente em vigor", visando a extinção da Direcção-Geral de Segurança, da Legião Portuguesa e da Mocidade Portuguesa. 19h30min Marcello Caetano e os ministros que com ele estavam no quartel do Carmo são transportados, numa Chaimite, para o posto de comando do MFA, na Pontinha. Mesmo depois da rendição de Marcello Caetano, e a consequente vitória da revolução, na sede da PIDE/DGS, na Rua António Maria Cardoso, os agentes do regime disparavam das janelas, facto que resultou em cinco mortes — as únicas de toda a revolução! À noite, os portu-

gueses assistem pela televisão às declarações da Junta de Salvação Nacional, composta pelo general Spínola, Rosa Coutinho, Pinheiro de Azevedo, Costa Gomes, Jaime Silvério Marques, Galvão de Melo e Diogo Neto, que são o rosto da nova era, que se iniciava no dia 25 de Abril de 1974, para Portugal. Recomendamos a visualização do filme da realizadora e atriz Maria de Medeiros, Capitães de Abril, uma obra que abordou a temática da Revolução de 25 de Abril de 1974, conciliando a realidade histórica com personagens fictícias. O filme é uma glorificação da figu-

ra do capitão Salgueiro Maia, cujo papel foi entregue ao ator italiano Stefano Accorsi. A história do filme centra-se nos acontecimentos ocorridos na noite do dia 24 e manhã do dia 25 de abril. A revolução não foi só isto. No entanto, é um filme correto, com uma reconstituição de época pertinente, onde o espectador tem acesso ao processo do fim da ditadura e ao início de uma nova fase da História de Portugal, que nos conduzirá a um regime democrático. Mais um filme com História … Equipa da BECRE da ESDPV


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DE

A BRIL

No dia 25 de Abril de 1974, os militares derrubaram a ditadura, para Portugal ter liberdade. Antes do 25 de Abril, as pessoas eram proibidas de fazer reuniões, de organizar manifestações e de dizer tudo o que pensavam. A PIDE (Polícia Internacional de Defesa do Estado), que prendia todas as pessoas que falavam mal do governo,

O 25

DE

20 anos do sexo masculino obrigados a ir para África. Alguns fugiram da guerra para outros países e nunca mais voltaram, e muitos voltaram depois do 25 de Abril de 1974.

controlava todas as conversas e os telefonemas; por isso, dizia–se que a PIDE tinha um ouvido em todo o sítio. Eles estavam disfarçados

e espiavam pessoas.

as

Desde 1961 até 1974, houve uma guerra a que deram o nome de guerra colonial, sendo os maiores de

As colónias tornaram-se países independentes depois do 25 de Abril: Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe. Linete Neganga e Rodrigo Almeida – 4ºC da EB1/JI Frei Luís de Sousa

A BRIL

Diogo Trindade, João Pedrosa e Pedro Soares - 4ºA da EB1/JI Frei Luís de Sousa .


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B OLETIM 6 R EVOLUÇÕES

Divulgação Científica Declaração da Independência dos EUA, 1776 Consideramos estas verdades como autoevidentes: que todos os homens são criados iguais, que são dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, que entre estes estão vida, liberdade e busca da felicidade.

Thomas Jefferson 1743-1826

Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, França, 1789

Revolução Francesa 1789

Art.1.º Os homens nascem e são livres e iguais em direitos. As destinações sociais só podem fundamentar-se na utilidade comum. Art. 2.º A finalidade de toda associação política é a conservação dos direitos naturais e imprescritíveis do homem. Esses direitos são a liberdade, a propriedade, a segurança e a resistência à opressão. Art. 3.º O princípio de toda a soberania reside, essencialmente, na nação. Nenhum corpo, nenhum indivíduo pode exercer autoridade que dela não emane expressamente. Constituição dos EUA, XIII Emenda, 1865 Não haverá, nos Estados Unidos ou em qualquer lugar sujeito a sua jurisdição, nem escravidão, nem trabalhos forçados, salvo como punição de um crime pelo qual o réu tenha sido devidamente condenado. Um boletim de voto tem mais força que um tiro de espingarda.

Abraham Lincoln 1809-1865

Nestas Democracias industriais e materialistas, furiosamente empenhadas na luta pelo pão egoísta, as almas cada dia se tornam mais secas e menos capazes de piedade.

Eça de Queirós 1845-1900

Constituição Portuguesa, 1976 Artigo 2.º Estado de direito democrático

25 de Abril 1974

Nivose – Janeiro

Isabel Ferreira de Almeida, docente da ESDPV

A República Portuguesa é um Estado de direito democrático, baseado na soberania popular, no pluralismo de expressão e organização política democráticas, no respeito e na garantia de efetivação dos direitos e liberdades fundamentais e na separação e interdependência de poderes, visando a realização da democracia económica, social e cultural e o aprofundamento da democracia Ventose – Março participativa.


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B OLETIM 6 F ILMES

COM

H ISTÓRIA

Le Concert, em português O Concerto, é um filme francês realizado por Radu M i h ai l e an u , em 2009, protagonizado pelo ator russo Aleksei Guskov e pela atriz francesa Mélanie Laurent. Andrey Simonovich Filipov (Guskov), um maestro russo arruinado pelo Partido Comunista por empregar músicos judeus, trabalha agora como empregado de limpeza no teatro Bolshoi, em Moscovo, mas vive obcecado com o seu último concerto, interrompido pelo KGB. Trinta anos depois do ocorrido, com a URSS já desmembrada, surge-lhe uma oportunidade de voltar a realizar o mesmo concerto e deixar, assim, para trás os fantasmas do passado. A orquestra do Bolshoi é convidada para atuar em Paris, no teatro Châtelet, e Filipov decide reunir os seus antigos músicos e apresentar a sua orquestra como sendo a daquele teatro.

A música que escolhe é de Tchaikovsky, mais especificamente, o Concerto n.º 35 para Violino e Orquestra: era esta a obra que Filipov dirigia nesse seu último concerto, antes da desgraça. Como solista, exige a violinista Anne-Marie Jacquet (Mélanie Laurent) que, aparentemente, está também ligada ao passado do maestro. O que se segue é uma história cómica, comovente e simplesmente irresistível, na qual seguimos Filipov na sua busca pelos seus antigos colegas e na preparação do que ele deseja ser o grande concerto da sua vida. Ao mesmo tempo, o filme dá-nos um retrato da Rússia, ou melhor, dos russos, saídos do comunismo. Cada um encara a mudança de maneira diferente: há aqueles que, antigos membros do Partido Comunista, acreditam ainda que podem reviver a Revolução e vi-

O Concerto vem ainda apegados aos símbolos do partido; há também os novos ricos, que não sabem o que fazer com tanto dinheiro; e há ainda os que aproveitam a viagem para procurar trabalho, ou fazer negócios em Paris. Todos revelam uma capacidade de adaptação extraordinária face à liberdade alcançada e às tragédias do passado. Mas o filme nunca se torna pesado, graças ao humor e à frescura utilizados pelo realizador. A música está sempre presente. É ela que une toda a orquestra, é ela que desperta emoções e é através dela que se comunicam mensagens que não podem ser expressas por simples palavras, que se revive o passado e se cria um novo futuro. É com Tchaikosvky que Filipov consegue chegar ao seu auge, e é graças à sua música que Anne-Marie descobre a verdade sobre o seu passado e en-

contra novos amigos. O Concerto pode não ser um filme famoso, nem uma obra-prima; algumas pessoas podem mesmo achá-lo inverosímil ou exagerado, mas é, sem dúvida, um bom filme. É uma prova de que não são precisas fortunas e grandes estrelas para contar boas histórias de amor, de mudança, de esperança. E uma prova de como a música clássica, mesmo nos dias de hoje, continua a despertar emoções e a adaptar-se à realidade, tanto pessoal como coletiva. Maria Teresa Oliveira, ESDPV, 12º 4, nº14


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DAS

MENTIRAS

As várias datas comemorativas de festas religiosas, como o Natal e a Páscoa, ou de festas profanas, como efemérides nacionais e os dias da Mãe, do Pai ou da Criança, todas possuem uma história, uma origem. Uma das datas mais curiosas, e provavelmente a mais antiga, é a do Dia das Mentiras. Também conhecida por Dia dos Bobos, Dia das Petas ou Dia dos Tolos, o Dia das Mentiras é celebrado no 1.º dia de abril e, embora amiúde seja aproveitado para humilhar e ridicularizar situações e pessoas, na sua essência, traduz-se na utilização da mentira com o objetivo de pura diversão. Pregar mentiras nesse dia, aos familiares, aos amigos, aos vizinhos ou aos colegas de trabalho, é uma brincadeira saudável, desde que se mantenha o respeito e desde que delas não resulte qualquer prejuízo para os visados. Curiosamente, já em

Chiara Giorgiutti

1885, Teófilo Braga, in O Povo Português nos seus Costumes, Crenças e Tradições, referia que, nos Açores, a data era conhecida por “dia das petas” e no Porto por “dia dos enganos”. De acordo com a teoria dominante, a celebração deste dia terá a origem numa alteração no calendário (do juliano para o gregoriano) decretada em França. Com efeito, segundo o calendário juliano, imposto no ano 45 a.C. por Caio Júlio César, o início do ano coincidiria com o equinócio da primavera entre 20 e 21 de

março. Porém, porque na época medieval esse calendário não era respeitado por todos (muitas aldeias e paróquias celebravam o Ano Novo na festa da Anunciação, em 25 de março, enquanto outras prolongavam o ano velho até 31 de março e só comemoravam esta festividade no dia 1 de abril), em 1582, o papa Gregório III, visando uniformizar a data do início do ano, substituiu o calendário juliano pelo gregoriano, tendo o Ano Novo início não no equinócio da Primavera, mas no 1.º dia de janeiro. O monarca francês

Carlos IX (século XVI) também decretou que, em França, seria adotado o calendário gregoriano, passando o novo ano a ser comemorado no dia 1 de Janeiro. Sucedeu, contudo, que essa decisão ou era desconhecida ou não foi bem aceite por muitos franceses. Muitos aproveitaram a teimosia de uns e a falta de lembrança ou a ignorância de outros, para satirizar o facto, através de brincadeiras pitorescas (mentiras inofensivas, partidas, envio de presentes estranhos e convites para festas falsas), conhecidas por “plaisanteries”, levando outros, chamados de “bobos de abril” a comemorar, por engano, em 1 de abril o dia de Ano Novo. Serão, pois, estas brincadeiras que, tendo-se perpetuado, enraizado e expandido durante séculos, terão criado esta simpática tradição em muitos


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DAS

MENTIRAS

países. Por exemplo, em Inglaterra, quem "cai no primeiro-deabril" é chamado de noodle (pateta); em França, poisson d'a-

(cont. monarca, os franceses terão aproveitado este facto para o ridicularizar. Outra explicação defende que a data

latim hilaris, (cf. hilariante), celebrada em 25 de março na Roma Antiga, ou à celebração indiana Holi, de 31 de março (festival que comemora a chegada da primavera e que envolve brincadeiras como a de se lambuzarem uns aos outros com cores).

Algumas mentiras que fizeram história

Pam López

vril (peixe de abril); na Escócia, april gowk (tolo de abril); nos Estados Unidos, april fool (bobo de abril). Existem outras explicações para esta manifestação, mas não têm uma conexão clara com o dia das mentiras, como é caso da que refere que foi justamente nesse dia que o príncipe Loraine, ao fugir do Castelo de Nacy, terá enganado o rei Luís XIII, com intenção de brincar com ele, nadando pelo rio Meurthe. Porém, devido à impopularidade do

corresponderia a uma antiga festa romana. Segundo o historiador americano Joseph Boskin, professor da Universidade de Boston, em Roma já se pregavam mentiras durante o equinócio de primavera, pelo que os enganos de 1.º de abril são anteriores à reforma do calendário por Gregório. Por outro lado, segundo a Enciclopédia Britânica, esta tradição pode ser comparada à festa Hilaria (ou Dia da risada romana), do grego ἱλάρια e do

Seja como for, neste dia, para além das brincadeiras entre colegas, amigos, familiares ou vizinhos, também os órgãos de comunicação social, escrita ou falada, mesmo os mais importantes, se empenham em protagonizar a mentira (a notícia falsa) mais verosímil ou original, conseguindo muitas vezes enganar os seus leitores ou ouvintes, em particular os menos atentos.

emitiu uma peça jornalística sobre uma árvore que produzia spaghetti, na Suíça;  Em 1976, o astróno-

mo Patrick Moore anunciou que um alinhamento gravitacional entre Plutão e Júpiter às 9h 47m reduziria a gravidade terrestre e seria possível flutuar;  A rede de restau-

rantes fast-food Burger King publicou, em 1998, um anúncio que promovia um novo hambúrguer para canhotos;  O diário britânico

The Independent anunciou, em 2011, que Portugal havia vendido Cristiano Ronaldo à Espanha por 160 milhões de euros. Equipa da BECRE da ESDPV

A título de curiosidade, eis algumas mentiras que, veiculadas no dia 1 de abril pelos órgãos de comunicação, ficaram famosas:  Em

1957,

a

BBC

Gabrielle Richard


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B OLETIM 6 E LABORAÇÃO

DA HISTÓRIA

OS

ANIMAIS AQUÁTICOS

O António Brito fez esta história na BE, em tempo de livre acesso, e organizou-a em livro. No tempo da turma, ilustrou-a com a Beatriz Garcia, a Joana Faria, o Manuel Aleixo e o Marco António. Depois foram pesquisar, para saber mais coisas sobre cada um dos animais da história. A seguir, apresentaram ambos os trabalhos à turma. Inácia Santana, docente da EB1/JI Frei Luís de Sousa

Trabalho do 1ºA da EB1/JI Frei Luís de Sousa


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B OLETIM 6 E LABORAÇÃO

DA HISTÓRIA

A

MENINA DO

M AR

A Ana Beatriz escreveu esta história, em livre acesso, inspirada na história com o mesmo nome de Sophia de Mello Breyner, lida na sala. Mais tarde, em tempo da turma, foi revista, organizada em livro e ilustrada. Inácia Santana - professora responsável pela BE da EB1/JI Frei Luís de Sousa

Trabalho do 3ºA da EB1/JI Frei Luís de Sousa


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J

ANELA

COMO

A

B E RTA

TOMAR NOTAS

Saber tirar notas ou apontamentos de maneira eficaz é uma habilidade que contribui para o êxito de pesquisa de informação. As notas constituem um material de trabalho de uso pessoal: o estudante tira notas para memorizar a informação, para poder reler e compreender melhor o sentido do que anotou. A maneira de tomar notas evolui segundo as etapas da pesquisa e segundo as necessidades encontradas. Na tomada de notas, quer esta seja simples ou elaborada, a utilização de fichas, de um programa de base de dados ou de tratamento de texto revelam-se meios eficazes. Tomar notas é uma forma de sintetizar a informação, criando uma linguagem documental própria. A atividade de tomar notas não se refere apenas à síntese de textos de suporte variado, pois também devemos tomar notas nas aulas. De um modo geral, podemos enunciar três formas que nos permitem seleccio-

nar a informação essencial do texto de base: a. pequenos resumos – as diversas notas podem não estar articuladas entre si, sendo constituídas por pequenas frases completas que vão resumindo os conteúdos essenciais; b. palavras-chave – as notas não constituem um texto com frases completas, mas são constituídas por palavras particularmente significativas que selecionamos e que podemos organizar de forma esquemática; podem usar-se setas e outros sinais para evidenciar as relações entre as palavras registadas; c. mapas ou diagramas – as notas são organizadas em mapas que podem combinar frases esquemáticas com palavras-chave. Os apontamentos por palavras-chave são, evidentemente, mais sintéticos do que os apontamentos por frases-resumo, que requerem uma escrita mais rápida, sobretudo quando há muita informação. No entanto, as frases tornam-se mais

úteis passado algum tempo, pois as relações entre as palavras-chave podem ser esquecidas. Assim, tomar apontamentos é uma atividade que: − Facilita a concen-

tração na leitura. − Promove o relacio-

namento das ideias do(s) texto(s). − Obriga à identifica-

ção das ideias principais. − Torna a leitura e o

estudo mais ativos. − Facilita

a leitura/ estudo posteriores.

Como anotar? Podem ser utilizadas várias técnicas para organizar os apontamentos, desde textos até esquemas. Recorrer a sinais convencionais, abreviaturas, siglas, símbolos, pictogramas oficiais, cuja significação é bem conhecida; Utilizar códigos: sublinhar, destacar a cor, enquadrar a informação, para pôr em evidência ou indicar

uma prioridade ou uma hierarquia; Inspirar-se numa ficha catalográfica, em resumos existentes, fichas técnicas ...; Suprimir palavras de ligação sem prejudicar o sentido e a compreensão; Sintetizar informações provenientes de diversas fontes; Criar uma ficha principal, à maneira de um índice; Estabelecer ligações hierárquicas entre as fichas a partir das palavras-chave, dos descritores, dos títulos e subtítulos, dos assuntos, das etapas do processo; Criar fichas pouco densas, bem identificadas; evitar a utilização de uma única ficha demasiado carregada de informações; Utilizar um programa de texto ou de base de dados; Deixar (no texto) uma margem lateral

Esquema de chavetas


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B OLETIM 6 COMO

(cont.)

TOMAR NOTAS

complexos para os reformular por palavras suas;

Mapa de ideias

em branco, destinada a permitir anotações em revisões posteriores; Os esquemas podem ser úteis. Há muitos modelos possíveis: esquemas ou mapas. Que anotar? A definição de uma palavra, de uma ideia, de um conceito; As palavras-chave do assunto de pesquisa; O título do docu-

O LIMPÍADAS

DA

mento e o índice da CDU, ou o endereço electrónico URL; O título do documento e o cabeçalho indicativo do assunto ou os seus descritores; O título do documento, o título do capítulo e a página; Os cabeçalhos de assunto da ficha catalográfica correspondente às palavras-chave do assunto de pesquisa; Textos

técnicos

ou

Resumo de um parágrafo ou de um capítulo em algumas linhas, identificando as ideias principais e secundárias, as ideias gerais e específicas, os factos e as opiniões; Algumas frases que podem ser utilizadas textualmente, como a citação, indicando com exatidão a referência, isto é, transcrevendo com precisão, e por ordem, os factos, as opiniões, as ideias, os argumentos a favor ou contra. Conclusão Pelas vantagens que tirar apontamentos traz para a leitura/o estudo e para as re-

visões posteriores, justifica-se a sua utilização. Há que não esquecer que a sua eficácia depende, entre outros aspetos, de uma boa identificação das ideias principais e do relacionamento entre as ideias, da sua avaliação dos apontamentos tirados e consequente reformulação, do treino e aperfeiçoamento da sua utilização. Bibliografia Wright, A. - How to improve your mind. New York: Cambridge University Press. 1992 Zenhas, A., Silva, C., Januário, C., Malafaya, C., e Portugal, I. - Ensinar a estudar, Aprender a estudar (4.ª ed.). Porto: Porto Editora. 2002 Equipa da BECRE da ESDPV

LÍNGUA PORTUGUESA

Realizou-se, nos dias 10 e 17 de abril, a 2.ª eliminatória das Olimpíadas de Língua Portuguesa. Foram já apurados, em cada categoria

(Ensino Básico e Ensino Secundário), os três alunos finalistas, a saber, Ensino Básico: Adriana Nunes (n.º 1), 8.º1 Ana Luísa Silva (n.º 3), 8.º1 Catarina Freira (n.º13), 8.º1

Ensino Secundário: Pedro Antunes (n.º 21), 11.º1 Ana Cavaleiro (n.º 2), 11.º3 Maria Teresa Oliveira (n.º17), 12.º 4

A prova final tem lugar nos dias 17 de maio (Ensino Básico) e 21 de maio (Ensino

Secundário), em hora a divulgar em breve. Alice Costa docente da ESDPV


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J

ANELA

O PINIÕES

A

B E RTA

DOS NOSSOS LEITORES SOBRE O LIVRO

Foi uma leitura bastante benéfica. (…) Esta obra fez-nos perceber o quão horríveis eram as condições de vida no tempo dos Nazis e como as pessoas, ainda assim, tinham esperança. Pudemos concluir que, nos dias de hoje, as situações não são nada parecidas e é um privilégio ter direito às condições e oportunidades de vida que nos são dadas ou oferecidas João Soares, André Fonseca, João Matos e Martim Choon 8.ºE, EB 2.3 Prof. Delfim Santos

É um livro que recomendo pelo facto de envolver o leitor na história e levá-lo a presenciar alguns dos momentos mais importantes e difíceis da vida das personagens. Este livro é um exemplo dos tempos de amor e de dificuldades que os Judeus passaram durante o tempo de perseguição. Afonso Fernandes, Rui Reis e Ricardo Paredes 8.ºF, EB 2.3 Prof. Delfim Santos

O livro está escrito de uma forma apelativa a todas as ida-

des; esse é na nossa opinião o ponto forte da obra e da escritora. Gostei muito do livro, é muito interessante. Uma obra recheada de sentimentos apelativos. Um livro fantástico, com uma emoção brilhante. Recomendo! Este livro toca o coração de todos. André Pinto, David Pereira, Francisco Martins, João Silva 8. E, EB 2.3 Prof. Delfim Santos

Esta história retrata bem a dificuldade que os Judeus tinham em viver a sua vida, pacificamente. Este livro desperta vários sentimentos, tais como a tristeza, o entusiasmo e, até, alguma alegria. Uma forma diferente de ouvir contar a história dos Judeus. Parece-me que esta obra é bastante triste e também me causa uma revolta, pois havia discriminação por parte dos nazis, relativamente aos Judeus. Leonardo Santos, Ricardo Parreira, Rodrigo Costa, Sandro Reis 8.ºF, EB 2.3 Prof. Delfim Santos

O M UNDO

EM QUE VIVI

(…)A escritora tem um dom natural. Dizemos isto por causa da maneira como escreveu o livro. Detalhou muito bem os espaços, as personagens e tudo o resto, fazendo parecer que estávamos a viver a própria História. Admirámos cada página, cada sentimento, cada momento, cada emoção, cada palavra. Fica-se muito surpreendido pela diferença entre a infância e a fase adulta que a autora descreveu no seu livro. Carolina Araújo, Joana Pinela, Joana Portugal 8.ºF, EB 2.3 Prof. Delfim Santos

“O Mundo em que vivi” é um livro que dá vontade de ler até depois de os pais mandarem ir dormir. Um livro que até dá gosto ler e reler vezes sem conta. Um livro lindíssimo e com um extenso vocabulário. Este livro baseia-se na história da Segunda Guerra Mundial, o que me interessou bastante, visto que,

é um tema que me desperta um certo interesse, também porque me fará refletir um pouco acerca da vivência das pessoas naquela época. Filipa Ferraz 8.ºD, EB 2.3 Prof. Delfim Santos

Ao ler este livro, inicialmente, as palavras fugiram-me, deixando-me um certo vazio. A continuação da leitura tornou-se cativante, com uma linguagem simples e bastante expressiva. As palavras fluíam da boca da narradora, naturalmente. Ao longo do livro, dividido em pequenos episódios, a narradora foi relatando o mundo em que viveu, numa Alemanha dominada pelo


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ANELA

O PINIÕES

A

B E RTA (cont.

DOS NOSSOS LEITORES

nazismo e perseguidora dos judeus. Sendo de origem judia, a autora viveu na “pele” os horrores de uma guerra mortífera. Ilse Losa viveu num mundo que não era o seu, mas que esta-

va entranhado corpo.

Bruna Santos e Tiago Matias 8.ºD, EB 2.3 Prof. Delfim Santos

Sinceramente, um dos livros mais cativantes e intensos que alguma vez lemos.

C ONCURSO NACIONAL Os três alunos selecionados na fase de Escola realizaram a prova da fase Distrital no anfiteatro da Torre do Tombo. A Cláudia, a Matilde e o Tiago representaram a nossa Escola e, apesar de não

C ONTADOR

DE

no

DE

Sabemos agora que ter uma religião diferente pode ser discriminatório. Fica-se exposto a uma grande violência e a um imenso desrespeito. Ser Judeu sempre foi muito difícil, condenado a uma vida de

LEITURA

terem sido selecionados para a Fase Nacional, estavam muito bem preparados e até falaram dos livros que tinham lido para a prova. Uma revisão da matéria! Enquanto esperavam pelos resultados visitaram a Torre

Sara Mendonça e Diana Oliveira 8.ºH, EB 2.3 Prof. Delfim Santos

Fase distrital do Tombo e a exposição “O Foral Novo: Registos que contam histórias”. Por fim, assistiram à prova oral entre os três concorrentes selecionados (3º ciclo e Secundário). Destes três concorrentes só foi apurado um para ir à

H ISTÓRIAS

Nos dias 11 e 12 de abril, tivemos a presença, na nossa escola, do excelente contador de histórias António Fontinha. Este ano todas as turmas do 5.º ano

perseguição e dor, mas, sem dúvida, esta história prende-nos de forma emocionante, quando acompanhamos o crescimento interior da personagem principal, Rose.

final Nacional do 3º ciclo. A Equipa da BECRE da EB 2.3 Prof. Delfim Santos

ANTÓNIO FONTINHA

ouviram contos da tradição oral portuguesa. As turmas do 7.º e 9.º anos ouviram contos de Eça de Queirós, de Manuel da Fonseca e contos com o diabo, relacionados com os autos de Gil Vicente. Durante estes dois dias, 20 turmas da Escola distribuídas por oito sessões passaram pela BE a quem o António Fontinha encantou com a sua arte de contar.

Percebemos, pelos sorrisos felizes e opiniões, que os alunos souberam ouvir con-

tar o António Fontinha. A Equipa da BECRE da EB 2.3 Prof. Delfim Santos


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ANELA

SEMANA

A

B E RTA

EM MEMÓRIA DO

Durante a semana de 15 a 19 de abril, a equipa da BE, os professores de Português, de História e

de Educação Visual trabalharam em conjunto nesta atividade. Nas aulas de Português e Educação Visual, os alunos do 8.º ano leram e trabalharam o livro "O Mundo em que vivi" de Ilse Llosa e desenvolveram o projeto "Cria capas! à volta de O Mundo em que vivi". Os alunos foram redatores e designers, elaborando uma nova capa para o livro com paratextos inéditos e design personalizado. A BE organizou as exposições e a oficina. Tivemos uma ex-

HOLOCAUSTO

posição de 20 painéis cedidos pela Memoshoá intitulada “Dar Testemunho” que ocuparam todo

o bloco A. Organizámos dois painéis, um sobre o Museu Judeu de Berlim, que incluía a página do diário da professora Bernardete, e outro biográfico sobre Anne Frank. Promovemos a coleção da BE relacionada com o tema. Havia também a exposição do projeto “Cria capas” e a "Mala de Anne Frank". Esta ajudava a transportar os alunos ao imaginário juvenil da época. Na oficina viveu-se um novo ambiente de aprendizagem. Os alunos percorreram os vários espaços de exposições e

Oficina ouviram as explicações enquanto olhavam as imagens, os objetos e os livros. Viram depois um Power Point na sala de Multimédia que incluía um documentário conduzido pelo jornalista Daniel Oliveira, realizado em Auschwitz durante o Euro 2012 (Alta Definição). Por fim, os alunos do 8.º ano realizaram uma tarefa com "p al av ras -l uz" e "palavras-sombra" e produziram textos muito bonitos. Os alunos do 9.º ano tinham de viajar no

tempo até 1942 e escrever uma página de um diário. Realizaram a Oficina todas as turmas dos 8º e 9º anos da Escola. Terça-feira, dia 16 de abril, fomos visitados pelo Dr. Ricardo Presumido, da Associação Memoshoá,

que fez uma conferência para 2 turmas do 9.º ano. Na 4.ª feira, dia 17 de abril, tivemos mais uma sessão de cinema com o filme " O rapaz do pijama às riscas". Todas as turmas foram muito colaborantes e ficámos todos sensibilizados para saber mais sobre o que se passou durante aqueles terríveis anos e, ao mesmo tempo, conscientes de que só o Homem faz crueldades destas, assim como só ele as pode evitar. A Equipa da BECRE da EB 2.3 Prof. Delfim Santos


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B OLETIM 6 O FICINA

DO

HOLOCAUSTO

Escreve uma página do teu Diário És um(a) jovem de 15 anos, que vive na Alemanha em 1942 e observas o que se está a passar à tua volta. 15 de abril de 1942 O meu diário Hoje, a minha vida mudou. Quando cheguei à escola, não vi muitos dos meus amigos e pelo caminho os meus vizinhos e amigos alemães olhavam para mim com indiferença. Senti-me como uma peça fora do seu enorme puzzle e questionei-me se eles tentaram colocar-se no meu lugar ou se pertencia ali. Apesar de sermos uma família influente e com boas condições de vida, não escapamos às perseguições e à violência nas ruas. Na rádio, só ouvimos propaganda nazi, com ideias muito diferentes das nossas; para eles não passávamos de ratazanas, que deviam aniquilar. Tenho receio de que a “nossa gente” desapareça e temo, também, pela minha própria vida. Prometo voltar a es-

9.º ano

crever para ti, assim que puder. Beijinhos. Inês Martins e Sílvia Rodrigues 9.ºE, EB 2.3 Prof. Delfim Santos

O Meu Diário Hoje, os tios Gretel foram levados por uns homens com um símbolo nazi no fato. A mãe disse para não me preocupar. Também nunca gos-

A mãe nunca me deixa ouvir rádio. Diz que não são coisas para a minha idade. Não são coisas para a minha idade?! Eu já não brinco com bonecas! Arrumei-as todas na caixa da cave para parecer mais adulta. Curiosamente, começo a sentir saudades delas. Queria também con-

Meinster

tei muito da tia Gretel e ela também me odiava. Na escola, ouvia a professora dizer que temos de aproveitar ao máximo o que ainda temos. Começo a perceber que algo se está a passar à nossa volta. Ninguém me quer dizer, mas eu sei.

tar-te que a Anne e o Peter foram passar férias na Espanha. Bem, na verdade, acho que eles não queriam ir. O pai disse-lhes que surgiu um emprego no Norte de Portugal. Tão longe! Não sei porque há necessidade dos pais irem trabalhar para lá, mas também não

pretendem contar-me. Quando tiver notícias digo!

mais

Bjs. Joana e Hugo 9.ºC, EB 2.3 Prof. Delfim Santos

A sensação que cresce no meu âmago é como uma sede implacável sem esperança de alívio. A cada dia que passa mais pessoas queridas desaparecem e o desespero só aumenta. Por toda a parte os rostos fecham-se com medo, medo pelos que amam, medo por si próprios. Para onde fora a paz que tanto se prezava? Onde estão aquelas curvas nos rostos de cada um a expressar alegria? Cresce cada vez mais uma raiva aqui dentro; o mundo não é aquele lugar que eu pensava ser. Queria ser ainda mera criança e não ter noção da tirania à minha volta, não ter essa angústia pelos injustiçados e repugnância por essa injustiça. O mundo perdeu a cor; a terra que deveria ser um misto de alegria, agora tem a cor negra do universo. Bianca e João. 9.º C, EB 2.3 Prof. Delfim Santos


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O FICINA

DO

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B E RTA

HOLOCAUSTO

Jun

Hoje, acordei e olhei para a janela e vi o mesmo céu debaixo do qual se revela a injustiça humana. Questionei-me em relação à origem desta perseguição. Fui almoçar fora perto do Gueto quando me deparei com centenas de Judeus a entrarem para um comboio de mercadorias. Entre eles estava o Ezequiel, um amigo meu, que foi forçado a viver num gueto com a sua família. Senti naquele

momento raiva, angústia, mágoa, tristeza e um profundo desespero perante aquela realidade. Que miseráveis condições, que terrível destino os espera!... Cláudia e Miguel 9.ºC EB 2.3 Prof. Delfim Santos

Querido Diário Hoje estava um dia de sol, porém, quando vinha da escola, algo me chocou bastante. Estava uma criança deitada no chão, talvez inanimada, talvez

9.º ano (cont.) morta. Presumi que fosse judia. Todos passavam e ninguém a socorria. Procurei ajuda e não encontrei, porque toda a gente se recusava a ajudar. Não sabia o que fazer. Aproximei-me e baixei-me, para ver em que estado ela estava, mas logo me disseram: —“Não a ajudes, porque ainda pensam que és judia e levam-te também para o campo de concentração.” Após isso, fiquei assustada, levantei-me e fui para casa. Não aguentei e desatei a chorar. Jurei que nunca mais faria isso. Se me acontecesse uma situação como esta, ajudaria sem pensar nas consequências, pois o remorso de pensar que ajudei uma pessoa a morrer é horrível. Ana Barreiros e Inês Sanches 9.ºG, EB 2.3 Prof. Delfim Santos

Enquanto os empurro para dentro do vagão, oiço as suas queixas e murmúrios, eu sou fiel a Hitler e, portanto, não lhes falo. Apenas fecho a porta do vagão atrás de mim sem pensar duas vezes. Durante a viagem

para Auschwitz, penso sobre o que o futuro reserva a esta gente. Eu sabia, mas eles não! Durante a noite consigo ouvi-los, especialmente as crianças, a chorar. Volto-me na cama, no beliche do comboio, e tapo os ouvidos com a almofada para tentar dormir. Quando chego ao campo de concentração, sou recompensado pela minha lealdade à Alemanha e sou convidado a trabalhar. Eu tinha ouvido histórias sobre o oficial Frank, um homem sem escrúpulos, e rejeitar a sua proposta seria uma ofensa para ele. Por isso, aceitei e, para celebrar, partilhamos uma garrafa de vinho. O meu dia a dia era horrível e o que via transformava um homem num monstro e isso era o que eu via quando olhava ao espelho, um monstro com forma de homem, assassino de crianças e mulheres e a escravizar outros homens. Marta Dias e Ana Leal 9.ºF, EB 2.3 Prof. Delfim Santos


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O FICINA

DO

A

B E RTA

HOLOCAUSTO

8.º ano

Os alunos do 8º ano dispunham de variadas palavras-sombra e palavras-luz, denominação que a equipa da BE deu a palavras com significado mais triste, mais escuro, mais soturno, ou, pelo contrário, mais alegre, mais luminoso. Com essas palavras e acrescentando mais algumas da sua autoria, escreveram estes textos poéticos. Equipa da BECRE da EB 2.3 Prof. Delfim Santos

P A LA VR A S

SO MB RA

O som metálico, silencioso, escondido… Deserto fechado, cinzento e trágico… sem luz. O que fariam? Iriam quebrar mitos? Quebrar barreiras? Ser diferente é resistir? Esperar pelo amanhã? A questão era: Que amanhã? Inês Filipa- n.º8 -8.ºB

Desde o início que não posso falar E apenas tenho uma réstia de esperança Que me ajuda a cicatrizar as feridas E os laços perdidos para sempre! Diogo n.º 6 e Tiago n.º 24 8.ºD

Jeannette Woitzik

P A LA VR A S

LU Z

Amor reconciliado com a ternura faz-me esquecer tormento que passei faz-me sonhar com a paz Que pode existir no mundo Marta Costa n.º18 8.ºB

Cicatrizar as feridas como uma réstia de esperança Ter coragem para recomeçar uma vida Saudades de abraços Lembrar um mar de recordações Voltar a sorrir para a luz do dia E correr para a Paz. Lucas Garcia e Matilde Bento

Sem saber como recomeçar com os seus sonhos destroçados À procura de esperança e Paz Nos campos largos nunca mais conseguem libertar as mãos Há uma luta diária Para romper a muralha E conseguir renascer das cinzas. Inês Jordão n.º 16 8.ºE

Uma perseguição Um comboio escuro Um campo de concentração cinzento Onde se ouvia um grito silencioso Tudo isto por apenas ser diferente. Os dias calados trazem a lembrança Da trágica solidão. Joana Guerra n.º10 8. B

Ao entrar no campo de concentração Era como chegar a um deserto de solidão. Sentia-me numa prisão onde existia perseguição e humilhação. Com o passar dos dias tentava sobreviver À crueldade da minha própria sombra. Era tanta a vontade de gritar e de quebrar muros. Sentia-me um intruso no meu silencioso murmurar. Filipa Mendes e Filipa Veiga 8.ºA

Mágoas de medo Uma prisão insuportável O horror no fio da navalha Quebrar barreira, impossível! Há um destino vazio… Francisco Marques 8.ºE


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B OLETIM 6 C ONFERÊNCIA D R. R ICARDO P RESUMIDO Dia 16 de abril, o Dr. Ricardo Presumido, a convite da Equipa da BE, realizou uma Conferência na nossa escola sobre o Holocausto. Estiveram presentes duas turmas do 9.º ano e ficámos todos mais conscientes do significado de holocausto e genocídio cometido pela Alemanha Nazi. Desde o boicote às atividades dos judeus, dos

O F ILME O R APAZ

guetos, dos campos de concentração e extermínio, da “Solução Final” tudo foi falado e escutado com atenção. Obrigada! Passados cerca de setenta anos, não devemos deixar cair no esquecimento a vida despojada de privacidade, dos direitos humanos, que pareciam inaliená-

veis tal como a morte num sofrimento inumano de

tantos milhões de pessoas. A equipa da BECRE da EB 2.3 Prof. Delfim Santos

DO PIJAMA ÀS RISCAS

Integrado na semana do Holocausto, a equipa da BE projetou, no dia 17 de abril, um filme relacionado com o tema. Os alunos tiveram oportunidade de ver "O rapaz do pijama às riscas", um filme em que

F AZ

ASSOCIAÇÃO MEMOSHOÁ

dois rapazinhos se conhecem: um que está dentro e outro fora das grades de um campo de concentração. Foi um momento único e muito intenso.

Um livro é... uma aventura

nos

corredores

mais

profundos

da

imaginação. Thainá, 10.º 1

A equipa da BECRE da EB 2.3 Prof. Delfim Santos

DE CONTA

- Faz de conta que sou flor… - Eu serei joaninha a voar.

- Faz de conta que sou mar… - Eu serei sereia em ti a nadar.

- Faz de conta que sou relva… - Eu serei a bola colorida.

- Faz de conta que sou tangerina… - Eu serei um dos teus gomos.

- Faz de conta que sou caneta… - Eu serei papel macio.

- Faz de conta que sou céu… - Eu serei águia num voo alto.

- Faz de conta que sou peixe… - Eu serei água translúcida.

- Faz de conta, faz de conta...

- Faz de conta que sou gata… - Eu serei casa soalheira.

Anna Silivonchik

Trabalho coletivo ao estilo de Eugénio de Andrade (realizado por alunos de PLNM), da docente Renata Boaventura, EB 2.3 Prof. Delfim Santos


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ANELA

SEMANA

DA

A

B E RTA

P OESIA

A semana da Poesia foi celebrada, na nossa escola, de 22 a 26 de abril. Integrando as atividades, a Biblioteca participou com os Sacos de Poesia, Ponto de Poesia e Oficina de Poesia de portas abertas. O "saco de poesia" é um saco cheio de poesia escolhida

Q UEM

ME DERA.

pelos professores de Português na Biblioteca, que durante esta semana tem ido às salas para desenvolver atividades várias e para a Escola Ler+ e melhor Poesia!!!. Os professores de Português foram à BE encher os sacos para as suas turmas. Nas aulas, os alunos

leram poesia e selecionaram o poema de que mais gostaram para colocar na porta da sua sala de aula. O Ponto de Poesia foi colocado na BE e os alunos que quiseram puderam encher a Biblioteca de poesia. Participaram mais de 50 alunos de 10 turmas, com os poemas selecionados do saco de poesia. Leram-se poemas de Sophia de Mello Breyner Andresen, Almeida Garrett, Manuel Alegre, João Pedro Messéder, António Torrado, Albano Martins, Álvaro Magalhães, Maria Alberta Meneres, Antero de Quental, Luísa Ducla Soares, Papiano Carlos, Mário

Castrim, Florbela Espanca, Violeta Figueiredo, Vinicius de Morais, João de Deus, Augusto Gil, Fernando Pessoa, Luís de Camões, Cecília Meireles... Na Oficina de Poesia de portas abertas, os professores que orientam esta oficina na escola, colaboraram com a BE motivando os participantes. Ensinaram várias técnicas aos alunos e puseram ao dispor diversos materiais. A equipa da BE da EB 2.3 Prof. Delfim Santos

..

Quem me dera que eu fosse lua… e iluminasse à noite a estrada.

Quem me dera que eu fosse casaco quente... Que aquecesse os pobres enregelados.

Quem me dera que eu fosse cavaleiro andante… e ajudasse os pobres na poeira do caminho.

Quem me dera que eu fosse girassol... e soubesse sempre onde vive a luz.

Quem me dera que eu fosse luz... e acendesse o amor do mundo.

Antes isso que ser o que atravessa a vida... Olhando para trás de si e tendo pena…

Quem me dera que eu fosse areia da praia... para ser beijado pelas ondas. Quem me dera que eu fosse avião... e levasse todos ao país do sonho.

Bob Conge

Trabalho coletivo ao estilo de Eugénio de Andrade (realizado por alunos de PLNM), da docente Renata Boaventura, EB 2.3 Prof. Delfim Santos


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B OLETIM 6 P ONTO

DE

P OESIA

Nas comemorações da semana da Poesia a equipa da BE e os professores de Português dinamizaram o "Ponto de Poesia" onde se leu, durante

duas horas e meia, muita poesia. Participaram mais de 50 alunos de 10 turmas diferentes. Uma turma inteira presen-

teou-nos com um poema lido em conjunto. O "Ponto de Poesia" foi instalado na Biblioteca e os alunos que participaram tiveram sempre público, ou os colegas da sua turma, ou de outras que também vieram assistir e participar.

cionados do "Saco de Poesia". A equipa da BE da EB 2.3 Prof. Delfim Santos

Os poemas foram escolhidos pelos alunos, podendo ser da sua autoria, ou sele-

SESSÃO

DE

POESIA

"Sei que o poema é qualquer coisa que nos transforma. O poeta sonha sempre transformar o homem, mudar a vida." Eugénio de Andrade

No dia 8 de maio, realizar-se-á uma sessão de poesia no auditório Chaves Santos, na escola D. Pedro V, pelas 10h, com a intervenção de alunos, funcionários e professores. Esta iniciativa do grupo de português pretende celebrar o dia mundial da

poesia, que ocorreu durante a pausa letiva, a 21 de março, com uma partilha de poemas selecionados e lidos por todos os que quiserem dar voz aos poetas que admiram. Para podermos elaborar o programa, será necessário enviar o nome do poeta, cujo poema será partilhado, até ao dia 6 de maio, através do seguinte email: diadapoesia2013@gmail .com ou junto da funcionária da biblioteca. Também durante esta sessão serão entregues os prémios do concur-

so literário, que decorre até ao dia 19 de abril. Participe nesta iniciativa e venha dar voz aos poetas.

Um livro é... uma porta mágica para um novo mundo. Constança Monteiro, 7.º 1, n.º 7

Alda Cruz docente da ESDPV

Um livro é... imaginação de alguém dentro de folhas que d e s c r e v e sentimentos, algo que esteja por contar. Sofia Sapeira, 10.º 9, n.º 26

Um livro é... um mundo novo que descobrimos página a página Catarina Tibério, 10.º 9, n.º 6

Amanda Cass


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B OLETIM 6 RECONTO

DA HISTÓRIA

Na turma do 2ºA decidimos ler, em grupos, a história A Fa-

A F ADA O RIANA

quatro grupos de seis meninos e meninas. O primeiro grupo foi à biblioteca ouvir ler dois capítulos da história.

da Oriana, na Biblioteca, no tempo da turma. Dividimo-nos

em

A seguir, foi ao dicionário procurar o significado das palavras que não conheciam. Recontaram o que ouviram ler e dese-

nharam, para que o grupo que viesse a seguir soubesse o que se passava nesses capítulos. Os grupos que se seguiram fizeram a mesma coisa até acabar o reconto. Como esta história é muito grande, cada grupo foi à biblioteca várias vezes. Fomos organizando as palavras de que não sabíamos o significado, por ordem alfabética, num dicionário da turma do 2ºA. No fim, a professora Inácia fez um Power Point com o reconto de todos os capítulos e as ilustrações. Um dia, juntámos a turma toda na bi-

O

MEDO É.

..

O medo é a escuridão da noite, indecifrável... É o trovão no deserto, poderoso... É o uivo do lobo, tão perto... É um pesadelo assombrado, sem fuga... É a solidão na floresta, longínqua... É um coração que bate, bate, bate, temeroso. Luca Yu (aluno de PLNM), EB 2.3 Prof. Delfim Santos

SOPHIA DE MELLO BREYNER

blioteca para ver o reconto completo, propor melhorar alguns desenhos e acabar outros. Decidimos mostrar aos pais e às outras turmas e fazer um CD. Andreia Marques, Gilda Cardoso, Matilde Costa, Leonor Duarte e Luís Marques – 2º A da EB1/JI Frei Luís de Sousa


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ANELA

O B ICHINHO

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B E RTA

DA SEDA

A Turma 2ºB, da EB1 António Nobre, realizou uma experiência com bichinhos da seda. Foi muito divertido e quisemos partilhar as nossas descobertas.

Depois descobrimos que o macho é branco e tem riscas pretas, enquanto a fémea é toda branca.

Aprendemos a usar a lupa para observarmos melhor os bichinhos da seda a comer as folhas da amoreira e a produzir o fio de seda.

De seguida, aprendemos a medir o comprimento dos nossos bichinhos da seda.

Apresentamos o bichinho da seda, o macho…

Por fim, registámos tudo no nosso caderno das experiências.

Este bichinho media três centímetros. Turma 2ºB – EB1/JI António Nobre – professora Margarida Rosa


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B OLETIM 6 P ROJETO

DE PESQUISA SOBRE OS COELHOS

A Carolina Filipa e a Carolina Ramalho foram à Biblioteca fazer um projeto de pesquisa sobre os coelhos, no tempo da turma.

Depois de terminarem o trabalho, quiseram fazer uma história para apresentar à turma utilizando a casinha dos fantoches. Então, no dia da comunicação à turma, na Biblioteca, depois de explicarem o que aprenderam sobre os coelhos, apresentaram a sua história, com figuras recortadas e manipuladas por elas, na casinha dos fantoches.

Trabalho do 1ºB da EB1/ JI Frei Luís de Sousa

Ermelinda Rosa (professora do 1ºB) e Inácia Santana (professora responsável pela BE)

TEATRO

DO

C UQUEDO

Os meninos do JI foram à Biblioteca ouvir a história do Cuquedo, de Clara Cunha e gostaram muito. Logo aí combinaram com a Educadora Cristina fazer-me uma surpresa. Então, no dia 11 de abril, convidaram-me para ir à sala do JI ler uma história. Quando lá cheguei, os meni-

V ISITA

DE ESTUDO À

nos estavam caracterizados nas personagens do Cuquedo. Fomos para o ginásio da Escola e as crianças fizeram o teatro da história.

biblioteca do JI, passámos o filme do teatro e também gosta-

ram de se ver.

Os alunos do 8.º ano foram à Gulbenkian e participaram numa visita guiada à exposição 360º Ciência Descoberta, embarcando numa viagem à volta do mundo conhecido e desconhecido - Viagem: 360º As voltas que o mundo dá! Nesta visita-viagem

os alunos aprenderam e descobriram coisas novas, cujo relato foi registado num diário de bordo coletivo.

Inácia Santana - professora responsável pela BE da EB1/JI Frei Luís de Sousa

Representaram muito bem! Combinámos que iriam apresentar este teatro aos meninos de outras turmas. Como filmei, no dia 18 de abril, na hora da

G ULBENKIAN

Depois almoçaram e passearam no jardim cheio de sol. A equipa da BECRE da EB 2.3 Prof. Delfim Santos


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B OLETIM 6 P ATRONO D. P EDRO V Não podemos falar de D. Pedro V sem associar este rei ao comboio e ao grande impulso dado às escolas e ao ensino. No entanto, poucos sabem que D. Pedro V escreveu João de Berinhão, uma ópera bufa (obra dramática cantada, constituída por uma abertura orquestral, recitativos, árias, duetos, coros… com acompanhamento de orquestra; a ação e as personagens são cómicas). 1A

Foi D. Pedro V o introdutor da árvore de Natal no nosso país, influenciado pelo seu conselheiro e preceptor Dietz, de nacionalidade alemã. Ressalte-se ainda o facto de D. Pedro V ter publicado, em 1850, o abutre grande ordinário, representado na figura, onde se pode ver a sua própria assinatura, no canto inferior direito, em diagonal. Esta iconografia está inserida na BND co-

mo litografia, palavra que vem do grego λιθογραφία, de λιθος - lithos (pedra) e γραφειν—graféin (escrever), que é um tipo de gravura. Esta técnica1 envolve a criação de marcas (ou desenhos) sobre uma matriz (pedra calcária). As pedras especiais calcárias, de estrutura microporosa, eram, inicialmente, extraídas de pedreiras de Munique (pedra de Munique) e, depois de bem polidas, aceitavam facil-

Iconografia feita por D. Pedro V (Fonte: BND acesso em Setembro de 2011)

mente o processo planográfico2. Equipa da BECRE da ESDPV

litografia foi descoberta nos finais do séc. XVIII, por Alois Senefelder (1771-1834), de Praga, autor de peças teatrais, que, quando

procurava um meio de impressão para os seus textos e partituras, descobriu as possibilidades da pedra calcária para fazer impressões e acabou por inventar um processo químico novo, mais económico e menos demorado que todos os outros meios conhecidos na época. Depois de dois anos de experimentações, desenvolveu a técnica da litografia e, em 1800, registou a sua patente em Londres. 2Processo

planográfico - Depois da imagem gravada sobre a pedra, esta é tratada com soluções químicas e água que fixam as

áreas oleosas do desenho sobre a superfície. A base desta técnica parte do princípio químico de que a água e a gordura se repelem (princípio da repulsão entre água e óleo). Ao contrário de outras técnicas da gravura, a litografia é um processo planográfico, ou seja, o desenho é feito através do acúmulo de gordura sobre a superfície da matriz, e não através de fendas e sulcos na matriz. No entanto, tal como noutras técnicas, esta também necessita de uma prensa para transferir para o papel a imagem gravada na pedra. A impressão da imagem é obtida por meio de uma prensa litográfica que desliza sobre o papel. A máquina está munida de rolos de tinta para tintar a pedra antes de cada impressão, e a mesa horizontal desloca-se num movimento alternado. Nos primórdios da imprensa moderna, século XIX, a litografia tornou-se um instrumento da imprensa jornalística, usada extensivamente na impressão de todo o tipo de documentos, como, por exemplo rótulos, cartazes, mapas, jornais, possibilitando também impressões em plástico, madeira, tecido e papel.

A G R U PA M E N T O D E E S C O L A S D A S L A R A N J E I R A S Escola Secundária D. Pedro V

Estrada das Laranjeira, 122 1600-136 Lisboa direcao@ael.edu.pt

Escola Básica 2. 3. Prof. Delfim Santos Rua Maestro Frederico Freitas 1500-400 Lisboa eb23delfimsantos@mail.telepac.pt EB1 / JI Frei Luís de Sousa

Rua Raul Carapinha 1500-542 Lisboa

escola.freiluis49@gmail.com

EB1 / JI António Nobre

Rua António Nobre, 49 1500-046 Lisboa

eb1antonionobre@gmail.com

EB1 / JI Laranjeiras

Rua Virgílio Correia, 30 1600-224 Lisboa

eb1daslaranjeiras@gmail.com


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