ENS - Carta Mensal 552 - Abril/Maio 2023

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EQUIPES DE NOSSA SENHORA MENSAL

Pe. Flávio Cavalca: parabéns pelos 90 anos de vida e obrigado pelos quase 40 anos dedicados as ENS

Ano LXIIIabril/maio 2023552 Memória Litúrgica de N. S. de Fátima página 17 Páscoa - Renovação página 8 CARTA

Índice

Carta Mensal é uma publicação periódica das Equipes de Nossa Senhora, com Registro “Lei de Imprensa”

Nº 219.336 livro B de 09/10/2002. Responsabilidade: Super-Região Brasil - Lu e Nelson - Equipe

Editorial: Responsáveis: Débora e Marcos - Cons. Espiritual: Pe. Franciel Lopes - Membros: Lázara e Edison - Jornalista Responsável: Vanderlei Testa (Mtb. 17622), para distribuição interna aos seus membros.

Edição e Produção: Nova Bandeira Produções Editoriais - R. Turiassu, 390, Cj. 144, Perdizes - 05005-000São Paulo SP - Fone: 11 98201-8282 - email: novabandeira@novabandeira.com - Responsável: Ivahy Barcellos -

Revisão: Jussara Lopes - Diagramação, preparação e tratamento de imagem: Douglas D. Rejowski - Imagens: Can Stock Photo. Tiragem desta edição: 25.667 exs.

Cartas, colaborações, notícias, testemunhos, ilustrações/imagens devem ser enviados para ENS - Carta Mensal, Av. Paulista, 352, 3o Conj. 36 - 01310-905 - São Paulo-SP, ou através de email: cartamensal@ens.org.br A/C de Débora e Marcos. Importante: consultar instruções, antes do envio de material para a Carta Mensal no site ENS (www.ens.org.br) acesso Carta Mensal

ENS_CM 552_fev/mar_miolo-capa_NB ACESSE CARTA MENSAL SONORA: no 552 edição abril/maio 2023 N O T Í C I A S Está sendo publicado somente na CM DIGITAL acesse pelo site ens.org.br CM 552 Índice EDITORIAL 1 SUPER-REGIÃO Nunca perder a perspectiva da fé e da esperança ............................................... 2 ˝Servir a exemplo de Maria˝: Nosso caminho para 2023 3 Tema do ano: Capítulo II 5 O Domingo de Ramos 6 Tema do ano: Capítulo III................................................................................ 7 Páscoa... renovação ...................................................................................... 8 CORREIO DA ERI A razão de ser eclesiológica das ENS ................................................................ 9 Ascese, caminho para a santidade .................................................................. 12 IGREJA CATÓLICA O vinho bom da solidariedade a exemplo de Maria ...........................................14 Fratelli Tutti – Os quatro primeiros capítulos ................................................... 15 DATAS RELIGIOSAS Quinta-Feira Santa: ˝Fazei isto em memória de mim˝ (Lc. 22, 19) .......................16 Memória Litúrgica de Nossa Senhora de Fátima ............................................... 17 Visitação de Nossa Senhora: Maria sai de si levando a alegria de Jesus 18 DATAS DO MOVIMENTO A importância do decreto de reconhecimento das ENS pelo Papa João Paulo II em 19/04/1992 .............................................................................................. 19 A primeira reunião de equipe no Brasil e o exemplo de Maria 20 Ordenação sacerdotal do Pe. Caffarel – 19-04-1930 21 DATAS COMEMORATIVAS Maio, mês das Mães e de Maria, significado do amor e presença que ilumina! 22 TESTEMUNHO 90 anos de vida do nosso SCE: 23 20 anos de Movimento a serviço 24 Eis-nos aqui, Senhor! ...................................................................................25 A fé é maior que o medo! ............................................................................. 26 PARTILHA E PCE Dever de Sentar-se ..................................................................................... 27 Oração Conjugal – um PCE ungido do Santo Espírito ....................................... 28 Meditação: Um passo a mais para a Santidade 29 VOCÊ NA CARTA CM 550 p. 29 – Uma Regra de Vida bem vivida ............................................... 30 CM 550 p. 23 - 75 Anos da Carta das ENS 30 CM 549 p. 3 – Acolhimento e Hospitalidade presencial 30 FORMAÇÃO ˝Jesus chamou e enviou os que ele mesmo quis˝ 31 EXPERIÊNCIAS INOVADORAS Diário do Casal.............................................................................................32

Queridos equipistas!

Ainda no itinerário quaresmal, mas já vislumbrando a alegria da Páscoa, vejamos como é o amor de Deus por nós, na reflexão de D. Moacir: Ele se aproxima e nos coloca, como numa hospedaria (Movimento e Igreja), para sermos tratados até o seu retorno. Por isso, durante a vida terrena, busquemos a fé e a esperança cristã para chegarmos à outra margem.

Os meses de janeiro, fevereiro e março foram marcantes, em razão dos EACREs e pós-EACREs, que muitos tiveram a graça de participar. Nestes,tivemos oportunidade de conhecer mais sobre as orientações e temas do ano. Lu e Nelson, em seu artigo, deixam documentado o itinerário do Movimento através da Orientação Geral 2018-2024, “Não tenham medo, saiamos”, e relembram as orientações e o tema para o ano 2023.

Como é rico o tema deste ano... Cristina e Renato, CRP NE II, refletindo sobre o capítulo 2 (Eles não têm mais casa), atualizam o termo, dizendo que estes são os “sem-teto”, como os denominamos, entretanto são pessoas que vêm de diferentes vivências e que estão nessa situação pelas mais variadas razões.

Já no Capítulo 3 (Eles não têm mais pátria), Lu e Marcelo, CRP Leste II, desejam que, diante dessas circunstâncias, nossa resposta seja de acolhimento, proteção, promoção e integração.

Trouxemos nesta oportunidade dois artigos da ERI de grande relevância. O primeiro, escrito por Clarita e Edgardo, CR/ERI, tratando sobre a eclesialidade nas ENS, e apresentado no Colégio Anual em Assis. No segundo, Pe. Londoño apresenta a ascese como um

caminho de renúncias voluntárias, que através de esforços contínuos e graduais nos conduzem à santidade. Assim fala Padre Caffarel, na Conferência para Responsáveis Setoriais, em março de 1972, ascese consiste, em parte, em eliminar tudo o que nos impede de responder aos chamados do Senhor. No artigo que homenageia as mães, a autora diz que “mãe tem a capacidade de ouvir o silêncio, adivinhar sentimentos e encontrar sempre a palavra certa!”.

Como parte das orientações para o ano, deveremos dar ênfase à Oração Conjugal, sem, entretanto, nos esquecermos dos demais. Vejam o caminho apresentado pelo CRR da PE III, Hildegard e Ody, sobre a meditação... Na experiência deles, basta a simplicidade e a intimidade com Deus.

Que tal um Diário de Casal? Esta foi a Experiência Inovadora apresentada pelo casal Paula e Junior da Região PE IV, como frutos dessa prática estimulada por Frei Leandro, SCE do Setor B de Jaboatão.

De forma muito especial, queremos cumprimentar o querido Pe. Flávio Cavalca, pelos 90 anos de vida. Nossos agradecimentos pelos 39 anos de dedicação às ENS. Receba o nosso carinho e admiração pela história que continua a construir.

Amigos, além do que citamos, tem muito mais! Desejamos uma excelente leitura e muito crescimento.

EDITORIAL
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Débora e Marquinho CR Carta Mensal

Nunca perder a perspectiva da fé e da esperança

A parábola do samaritano é uma das mais belas imagens da realidade humana tocada pelo amor misericordioso de Deus. O ser humano (pessoa, casal, família, sociedade) torna-se vítima das realidades que lhe roubam a dignidade, a paz, a alegria e a capacidade de trilhar o caminho que Deus lhe propõe para chegar íntegro em sua casa. Sabemos que a casa que buscamos será alcançada atravessando este tempo e este mundo. Atravessando, porque a Carta aos Hebreus nos diz “Porque não temos aqui cidade permanente, mas estamos à procura da cidade que está para vir” (Hb.13,14).Dessa forma,os equipistas não podem perder a perspectiva da fé e da esperança cristãs sobre a vida nesse mundo a caminho da vida que virá.

Nesse tempo, procuramos aderir ao projeto de salvação de Deus assumindo sua vontade e procurando viver seus mandamentos de acordo com o que Jesus Cristo nos ensinou e confiou à Sua Igreja.

Na experiência desse caminhar terreno, podemos ser assaltados por diversas situações, a exemplo do homem que descia de Jerusalém, e deixados à beira do caminho impedidos de continuar o percurso para alcançarmos nosso objetivo fundamental. Mas Deus nos concede a presença de seu Filho Jesus Cristo que nos ampara, nos atende e nos coloca em uma nova situação.

Os equipistas também podem viver a experiência de ser assaltados e derrubados pelas três tentações que sofreu Jesus no deserto, e sofremos também

nós: o poder (com suas ideologias, medos, inseguranças, projetos etc.), o prazer (com seu sensualismo, hedonismo etc.) e o ter (materialismo,sucesso profissional a qualquer custo). O Senhor Jesus, pelos Sacramentos de Iniciação, entra em nossa realidade humana e a cura e a levanta. Através do sacramento do matrimônio Ele se faz presença santificante no amor conjugal ao mesmo tempo em que une, sobrenaturalmente, o casal também o eleva na sua dignidade em vista do serviço no amor. Os PCEs podem ser entendidos como os denários que o Senhor nos deixa para continuarmos este processo de recuperação até que Ele volte e nos encontre em condições de verdadeira saúde espiritual, santificados pela sua misericórdia que nos tocou e nos curou. Não nos desesperemos nas quedas, mas confiemos no Divino Senhor que se aproxima de nós e nos coloca, como numa hospedaria, no Movimento e em sua Igreja Santa para sermos tratados até seu retorno. Deus os abençoe. Feliz Páscoa!

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D. Moacir Arantes SCE Super-Região

˝Servir a exemplo de Maria˝: Nosso caminho para 2023

Ao receberem essa Carta Mensal provavelmente todos já tenham conhecimento sobre as orientações que irão nortear os trabalhos do Movimento durante esse ano, recebidas nos EACREs e Pós-EACREs. Contudo achamos importante publicá-las para assegurar que quando tiverem alguma dúvida possam se informar através desse artigo.

Pois bem, queridos amigos, primeiramente achamos importante fazer um percurso pelos últimos anos para destacar o itinerário proposto pela ERI para os anos de 2018 até agora, que se encerrará no Encontro Internacional Turim 2024.

E neste contexto a ERI nos coloca que a ênfase de cada ano, oriunda da Orientação Geral “Não tenham medo, saiamos”, não era casual, mas traçava um percurso missionário, do nosso Movimento, que faz parte de uma Igreja em Saída, em que cada orientação anual está ligada e oferece coerência na caminhada, vamos recordar juntos:

• Saiamos para servir, assumindo as nossas fragilidades 2019

• Chamados a ser santos 2020

• Casamento, sacramento de missão 2021

• O casal cristão, fermento renovador da família e da sociedade 2022

• Servir a exemplo de Maria 2023

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No penúltimo ano deste caminho missionário, queremos oferecer-lhes um olhar sobre a Orientação, o guia por excelência que Nossa Mãe nos dá, a quem o Padre Caffarel se referiu e sobre a qual dizia que, tendo-a como modelo, poderemos experimentar a confiança e a segurança que habitam no coração das crianças quando a sua mãe está presente.

No contexto concreto da nossa condição de casais cristãos, de membros das Equipes de Nossa Senhora, a aproximação de Maria e o seu exemplo como modelo de discípula missionária e intercessora como mãe que é, mergulha-nos numa fonte de graça que ilumina e guia a nossa caminhada.

A experiência de fé e de vida de Nossa Mãe Maria em sua humanidade foi marcada pelas situações reais de seu ambiente familiar e no seu papel de esposa e mãe, as mesmas que hoje, quase 20 séculos depois, podemos vivenciar, guardadas as proporções, no contexto do nosso cotidiano.

A figura da Virgem Maria, que em seu papel de mãe da humanidade, que Jesus lhe deu na cruz por meio de João, o discípulo amado, que representa toda a humanidade, é o modelo por excelência para chegar até Ele.

Neste ano, esforcemo-nos para que a dimensão que a intercessão da Virgem Maria tem no nosso caminho de fé, como dizia o Pe. Caffarel, seja verdadeiramente valorizada,

compreendida e incorporada na nossa peregrinação e na dos talentos espirituais de cada um dos membros equipistas que nos foram confiados.

Sendo assim, nossa Orientação Geral 2018-2024: “Não tenham medo, saiamos”.

Orientação Específica 2023: ˝Servir a exemplo de Maria˝. Na perspectiva do VER, JULGAR e AGIR:

VER: ˝A exemplo de Maria˝ as realidades onde falta ˝vinho˝;

JULGAR: À luz do tema: “Servir a exemplo de Maria” e da Exortação Fratelli Tutti iluminados pelo PCE Oração Conjugal;

AGIR: Seguindo o modelo de Jesus para oferecer vinho novo. Que a imitação das virtudes de nossa Mãe Celeste nos ajude a vivenciar uma vida de fé autêntica que nos impulsione ao caminho da santidade, aprofundando e estreitando cada dia mais nossos laços, superando aqueles de uma devoção puramente sentimental, que, por não terem raízes profundas, facilmente secam ou são levados pelo vento.

Coloquemos esta intenção na intercessão de N. S. Aparecida, padroeira do Movimento no Brasil. Que assim seja!

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Lu e Nelson CR Super-Região

Maria e José, os dois eram cientes da trajetória deles pela própria condição de vida. Seria muito trabalho e muita luta, já que agora carregavam consigo a esperança de tempos melhores. O imperador romano César Augusto determinou que fosse feito um novo censo da população, tendo portanto os dois e a futura criança obrigação de comparecerem para registro em sua cidade de origem, Belém.

Sem encontrar hospedarias onde pudessem se acomodar, e com a aflição da proximidade do parto, saíram em busca de abrigo de porta em porta, mas foram rejeitados. Só lhes sobrou o estábulo, junto aos animais. Assim nasceu Jesus... pobre, sem teto e no seio de uma família de refugiados. Da mesma forma que ficamos escandalizados com tudo que Maria e José passaram, continuamos a rejeitar aqueles que batem à nossa porta. Eles existem e são muitos. Milhões deles, porém, quase não batem mais à nossa porta. Mudamos nossa forma de ver, julgar e agir. Moramos em arranha-céus cada vez mais altos e nos afastamos daqueles que deixamos lá embaixo. Construímos condomínios enormes, requintados e luxuosos e mantemos à distância todos aqueles que, como Maria e José, hoje buscam acolhimento para suas famílias.

Os “sem-teto”, como assim os denominamos, são pessoas que vêm de diferentes vivências e que estão nessa situação pelas mais variadas razões. Há fatores, porém, que os unem: a falta de uma moradia fixa, de um lugar para dormir, temporário ou permanentemente, e vínculos familiares que foram interrompidos ou fragilizados. Obviamente morar nas ruas não é uma

Tema do ano:

Capítulo II

Eles não têm mais casa

condição fácil. Há que se lidar com uma série de questões inoportunas: violência, falta de saneamento básico e higiene, de alimentação, precariedade e o abandono de uma vida confortável em geral. Entretanto, talvez pela própria situação de vida, praticam e vivem a autoajuda. Dinheiro certamente eles não têm. Mas quando recebem donativos, sabem partilhar: roupas, cobertores, alimentos... Sabem a necessidade que o outro está vivendo. A carência, o frio, a fome... são semelhantes à sua.

Não podemos continuar convivendo com a violação sistemática do direito básico a uma moradia digna. É necessária uma atitude nova, portadora de esperança e promotora da família e das condições mínimas para seu pleno desenvolvimento. São João Paulo II disse: “Cabe a nós trabalhar para transformar esta realidade: os cristãos, como exigência de sua fé e fidelidade a Cristo, que nos faz ver seu rosto divino no pobre, no faminto, no homem da rua, devemos ser os primeiros nesta missão. Ela não possui motivações ideológicas ou políticas. Ela é a expressão de nosso amor e serviço a Cristo em nossos irmãos. Somente assim a família poderá ser essa Igreja doméstica, onde a paz e a harmonia reinarão, tornando-se o berço de uma sociedade cristã”.

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Cristina e Renato CRP Nordeste II

O Domingo de Ramos (Ano A- Mateus 26,14-27,66)

Nossa fé Cristã encontra razões e esperanças nas palavras e ações de Jesus Cristo. Por Ele somos guiados, num processo mistagógico,a celebrar o mistério que Ele se-nos revela. A liturgia do domingo de Ramos nos coloca diante da narrativa que condensa e sintetiza os acontecimentos do mistério da redenção. Dessa forma, fixaremos nossa atenção na liturgia deste dia e reflitamos sobre a mística e espiritualidade dessa entrada de Jesus em Jerusalém.

O Papa Bento XVI, numa homilia à juventude, dizia: ˝O Domingo de Ramos é o grande portal de entrada na Semana Santa, em que Jesus caminha até o ponto culminante da sua existência terrena. Ele sobe a Jerusalém para dar pleno cumprimento às Escrituras e ser pregado na cruz, o trono donde reinará para sempre, atraindo a Si a humanidade de todos os tempos e oferecendo a todos o dom da redenção˝. Cristo entra em Jerusalém para entregar-se como oferenda ao Pai, em nome de cada um de nós. Ele se coloca em nosso lugar e sofre as consequências que nosso fechamento, nossa falta de amor e de perdão ocasionaram. Ele é o verdadeiro cordeiro pascal, a verdadeira vítima. Seu corpo é o pão e seu sangue é o vinho. Somos redimidos, para sempre, por seu sangue derramado - Ele é o cordeiro imolado.

Dessa forma, Cristo nos mostra o amor de Deus por nós, sem fantasias ou floreios, mas provado no cadinho do abandono e sofrimento até a morte de Cruz. Traições, silêncios, injustiças, calúnias, difamações, dores… palavras às vezes ditas, outras vezes sentidas, no caminho do calvário.

Essas imagens aproximam a Páscoa de Cristo da Páscoa da gente – muitas vezes presentes em nossa peregrinação terrestre. Todavia, Pe. Antônio Vieira, no sermão sobre o Domingo de Ramos, cita: ˝Santo Agostinho, S. Basílio e S. Pedro Crisólogo comparam os quarenta dias da Quaresma aos quarenta dias do dilúvio universal. Naquele dilúvio esteve Deus quarenta dias chovendo castigos; neste está outros quarenta dias chovendo misericórdia. Mas somos os homens tão protervos, que nem por bem, nem por mal pode Deus conosco: os castigos não nos emendam, as misericórdias não nos abrandam. Assim como o barro se endurece com os raios do sol, assim nós com os favores do céu não nos abrandamos, antes nos endurecemos mais˝. Em Cristo, o esvaziamento (Kenosis); em nós, muitas vezes, o fechamento e a esclerocardia – dureza de coração.

Erguer o ramo e bradar Hosana ao Filho de Davi nos possibilita abertura para, durante esta Semana Santa, irmos ao encontro do Senhor, contemplar sua vida e os mistérios que se desvelam diante de nós. Por conseguinte, nesta celebração, disse o Papa Francisco: ˝Passamos da alegria de acolher Jesus, à tristeza de O ver condenado à morte e crucificado. É uma atitude interior que nos acompanhará ao longo da Semana Santa. Abramo-nos, pois, a essa surpresa˝.

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referências 1. Documento CNBB: A Eucaristia na Vida da Igreja 6 CM 552

˝O estrangeiro que reside convosco será tratado como um dos vossos compatriotas e amá-lo-á como a ti mesmo, porque foste estrangeiro na terra do Egito. Eu sou o Senhor,vosso Deus˝ (Lv 19,34).

O Reino de Deus nos chama a renovar diariamente o compromisso para construir um mundo no qual todos vivam em paz e dignamente, sem que qualquer pessoa seja excluída, ao contrário, todos devem acolher e se sentir acolhidos para que a harmonia reine entre nós.

O acolhimento do Evangelho de amor em nossas vidas nos torna capazes de agir para que a desigualdade e a discriminação sejam extintas, incluindo a todos, como Jesus nos mostrou através de diversas passagens de sua vida em que cuidava dos mais necessitados, sofridos e vulneráveis.

Nosso querido Papa Francisco, há alguns anos, já manifestava que “o Senhor confia ao amor materno da Igreja cada ser humano forçado a deixar a sua pátria à procura de um futuro melhor”. Os migrantes, refugiados, pessoas deslocadas e vítimas do tráfico devem ser acolhidos, reconhecidos e valorizados conforme seus dons e talentos, incluindo-os no projeto de construção do Reino de Deus.

A nossa contribuição poderá ser muito maior se apoiada por programas específicos que amparem e valorizem esses trabalhadores dispostos a enriquecer a nossa sociedade.

˝Cada forasteiro que bate à nossa porta é ocasião de encontro com Jesus Cristo, que Se identifica com o forasteiro acolhido ou rejeitado de cada época˝ (cf. Mt 25, 35.43).

Tema do ano: Capítulo III Eles não têm mais pátria

Esta é uma grande responsabilidade, que a Igreja quer partilhar com todos os crentes e homens e mulheres de boa vontade, que são chamados a responder aos muitos desafios da migração contemporânea, com generosidade, prontidão, sabedoria e visão, de acordo com as capacidades de cada um. Os líderes mundiais têm o compromisso de tomarem medidas decisivas no apoio aos migrantes e refugiados, para salvar vidas e proteger os direitos das pessoas. Que a nossa resposta seja de acolhimento, proteção, promoção e integração, oferecendo mais opções seguras e legais para os migrantes e refugiados se deslocarem e entrarem em outros países, mas, também, que o coração de cada cristão esteja aberto para oferecer, de acordo com a capacidade de cada um, o verdadeiro amor cristão.

Confiemos à materna intercessão de Nossa Mãe Santíssima as esperanças de todos os migrantes e refugiados do mundo e as aspirações das comunidades que os acolhem, para que todos, no cumprimento do supremo mandamento divino,aprendamos a amar o outro, o migrante, como a nós mesmos.

Acolher nossos irmãos migrantes e refugiados e cooperar com o nosso Pai celestial na edificação de Seu Reino farão florescer a fraternidade.

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Lu e Marcelo CRP Leste II

Páscoa... renovação

para superarmos as dificuldades diárias a partir da nossa fé nessa certeza.Através da vivência dos sacramentos tomamos mais consciência dessa vida nova e mais forças para a missão.

Chegamos novamente ao Tempo Pascal, o qual nos convida a fazer memória do grande acontecimento: a vitória de Cristo sobre a morte!

A morte não é o nosso fim! Com a ressurreição de Jesus ela torna-se o caminho pelo qual todos aqueles que creem alcançarão a vida eterna. Seremos levados pela nossa fé e adesão a Cristo às vitórias celestes. ˝Quem crer em mim, ainda que morra, viverá˝ (Jo 11,25).

A adesão a Cristo se dá pela vivência da sua Palavra através do nosso engajamento na pastoral ou movimento que atuamos. Nas ENS, por exemplo, há muitas maneiras e modos de expressar nosso seguimento a Jesus. Todo equipista é chamado a progredir sempre mais através da vivência dos PCEs. É preciso querer buscar mais para crescer mais e entender o real sentido de ressuscitar-se a cada enfrentamento da vida. Com Ele venceremos!

A primeira coisa que precisamos ter em mente é que a ressurreição de Jesus Cristo não foi nenhum ato mágico. Portanto, a nossa também não será assim! É o próprio Jesus quem nos deu a garantia da ressurreição: ˝E eu o ressuscitarei no último dia˝ (Jo 6,40). Com essa certeza e garantia teremos forças suficientes

Não ter medo de enfrentar os desafios da vida é sinal de coragem e valentia na fé e confiança n̓Aquele que venceu a morte e reina eternamente, Jesus Cristo, o Filho de Deus. Ele ressuscitou dos mortos no terceiro dia, como rezamos e professamos na oração do Creio, como sinal de vitória dada a nós que também cremos e aceitamos essa verdade de fé. Aceitar que Cristo venceu a morte e ressuscitou é viver na esperança e confiança de que a sua vitória é também a nossa. É saber que mesmo passando pelo caminho do calvário, assim como Ele passou e sofreu, nós, muitas vezes, também passaremos. Mas é nesse caminho de cruz que seremos amparados pela presença do Nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. A cruz e a morte não foram sinais de derrota para Jesus.A cruz ficou vazia, assim como o túmulo amanheceu vazio na madrugada daquele domingo. O corpo do Rei dos Judeus não estava lá. Jesus ressuscitou e iniciou para todos nós um novo tempo de fé e esperança n̓Ele, que é o Senhor da nossa vida e da nossa história. Tempo de renovação!

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Pe. Aldair Custódio da Silva SCE Região Minas V Prov. Leste II

A razão de ser eclesiológica das ENS

Este correio da ERI chega até você alguns meses depois de termos vivido aqueles dias maravilhosos em Assis, no marco de nosso Colégio anual que, pela graça de Deus, pudemos experimentar presencialmente, tomando as precauções necessárias que as condições pós-pandêmicas exigiam de nós.

Na reunião da ERI que precede o Colégio, como de costume, dedicamos uma tarde a um encontro com a SR Itália, nossa anfitriã nesta ocasião, com sua equipe de SR e com vários casais equipistas italianos que tiveram a amabilidade e o entusiasmo de viajar de diferentes lugares, alguns não tão próximos, para esta bela cidade de Assis, onde se respira a espiritualidade de São Francisco e que deu um caráter especial às nossas reuniões.

Neste encontro, tivemos um espaço para uma troca de perguntas e ideias entre a ERI e os participantes em que, a propósito de várias interrogações que surgiram sobre as ENS diante de várias realidades de uniões não sacramentais que não são objeto deste correio, nos permitiu falar sobre um tema que consideramos fundamental para compreender como equipistas e corresponsáveis por preservar a fidelidade aos princípios que nos inspiram.

Dissemos em nossa intervenção que as ENS devem ser compreendidas a partir de duas dimensões, que são a razão de ser de sua existência e que estão intimamente ligadas, permitindo-nos abordar de forma integral seu conhecimento e a vivência do projeto de vida que ele nos propõe: sua Dimensão Carismática e sua Dimensão Eclesial.

Em correios anteriores da ERI, com o formato que adotamos desde a pandemia, Pe. Ricardo e outros companheiros da ERI já haviam se referido à Dimensão Carismática de nosso Movimento; por isso, nesta edição queremos nos referir com maior ênfase à Dimensão Eclesial e à razão de ser das ENS a partir desta perspectiva, na qual analisaremos o papel que desempenhamos como comunidade ou entidade orgânica inserida na igreja e nossa missão dentro dela.

Sempre dissemos que nos impressiona constatar a cada dia o caráter profético e atemporal que o Pe. Caffarel tinha em suas mensagens. Temos a sorte e a disciplina de consultar assiduamente os escritos que ele publicou na carta mensal do Movimento, os artigos que escreveu na revista L̓Anneau d̓Or e os diferentes editoriais em que se dirigia às ENS, nos quais buscamos sua iluminação para nos expressar, sendo fiéis ao seu pensamento, que é a herança espiritual que marcou um caminho firme nestes 75 anos.

A fim de contextualizar este correio, quisemos voltar aos primeiros anos da vida do Movimento para escutar o que ele nos disse sobre o tema que estamos abordando.

CORREIO DA ERI
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Lendo o quarto editorial da Carta Mensal das ENS de 1954, escrito por nosso fundador a respeito da peregrinação que o Movimento empreendia ao Santuário de N. Sra. de Lourdes, no que ele chamou de gesto de ação de graças a Deus, ˝autor de todo dom˝ e também um gesto de ação de graças à Igreja e a N. Senhora, por ter permitido que este dom encontrasse corações dóceis em nosso meio, extraímos este texto que serve para orientar nossa reflexão:

˝Muito influenciados por uma educação individualista, às vezes temos dificuldade para nos convencer de que os dons de Deus só vêm até nós na Igreja e através da Igreja, como disse São Cipriano: ‘Ninguém tem Deus por pai que não queira a Igreja por mãe’. É importante compreender que não fomos a terras estrangeiras para encontrar essas riquezas do matrimônio, mas para encontrá-las no tesouro inesgotável de nossa mãe, a Igreja. Recebemo-las de suas mãos.

Não temos o direito de mantê-las como gananciosos, como aproveitadores. Desde que os recebemos da Igreja, a Igreja deve ser a primeira beneficiária. Nossa gratidão não deve ser apenas uma palavra de nossos lábios, mas um dom de si mesmo.

Um dom de si mesmo, uma vontade ardente e deliberada de colocar nossos casais a serviço da Igreja:

• para que nossos filhos possam ser seus filhos;

• para oferecer com avidez àqueles a quem Deus chamaria de ‘o mais alto serviço’;

• para trabalhar com todas as nossas forças para transmitir o que

entendemos sobre o matrimônio a tantos casais que não o conhecem e estão esperando por ele;

• para colaborar em sua tarefa missionária, a começar por nossas paróquias˝.

Embora as ENS tenham começado a tomar forma em 1939 e, apesar das adversidades da guerra, não desfaleceram, mas, ao contrário, mostraram um efeito de fermento na massa que se multiplicou no período pós-guerra, foi somente em 1947 que o Pe. Caffarel quis estabelecer a ˝regra˝, que se plasmou na Carta Fundacional, depois de ter certeza de que essa força não vinha de um impulso efêmero, mas tinha a força de um carisma, que era o gatilho para esse crescimento surpreendente.

O Carisma da Espiritualidade Conjugal, então, foi revelado como a fonte que irradiava vida para nosso caminhar e que, como todo carisma, não era um dom exclusivo do Movimento nascente, mas um presente para a Igreja.

No artigo que citamos é absolutamente claro que, desde a gênese das ENS, Pe. Caffarel tinha claro que nosso Movimento, e cada um de seus membros, não podíamos subtrair esta dimensão eclesial, que tinha este dom, e que este caráter eclesial deveria ser uma marca em nosso caminhar. Nele, ele enfatizava e alertava para o perigo de não se compreender que este caminho não poderia ser entendido como uma descoberta pessoal e, muito menos, como um presente para o usufruto de ˝nosso eu individualista˝.

Muitos anos depois, em 9/03/2006, o Arcebispo Stanislaw Rylko, que foi presidente do Pontifício Conselho para os Leigos, na abertura do primeiro congresso de Movimentos eclesiais e das

CORREIO DA ERI
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novas comunidades na América Latina, disse o seguinte:

˝Entre os muitos frutos gerados pelo Concílio Vaticano II para a vida da Igreja, ocupa um lugar destacado e especial, sem qualquer dúvida, a ‘nova época associativa’ dos fiéis leigos. Graças à eclesiologia e à teologia do laicato, desenvolvidas pelo Concílio, junto a outras associações tradicionais, surgiram muitos outros agrupamentos, denominados hoje de ‘movimentos eclesiásticos’ ou ‘novas comunidades’. Mais uma vez, o Espírito interveio na história da Igreja, dando-lhe novos carismas portadores de um extraordinário dinamismo missionário e respondendo de maneira oportuna aos grandes e dramáticos desafios de nosso tempo˝.

No mesmo discurso inaugural, ele se referiu a S. João Paulo II que, durante seu pontificado, nunca deixou de expressar sua profunda convicção de que os movimentos eclesiais eram a expressão de um ˝novo advento missionário˝, da ˝grande primavera cristã˝ preparada por Deus na proximidade do terceiro milênio da Redenção. Para ele, os movimentos eclesiais e as novas comunidades de fé, que surgiram no último século, como as ENS, eram portadores de um precioso potencial evangelizador, do qual a Igreja precisa urgentemente hoje.

João Paulo II dizia: ˝Em nosso mundo, frequentemente dominado por uma cultura secularizada que fomenta e propõe modelos de vida sem Deus, a fé de muitos é severamente testada e muitas vezes sufocada e extinta. Há, portanto, uma necessidade urgente de um anúncio forte e de uma formação cristã sólida e profunda.

Quanta necessidade existe hoje de personalidades cristãs maduras, conscientes de sua identidade batismal, de sua vocação e missão na Igreja e no mundo”.

Cristo, ao fundar sua Igreja, estabeleceu uma missão clara e concisa: ˝Fazei discípulos˝, missão de ontem, hoje e amanhã, que é o núcleo de nossa vocação como cristãos, o núcleo da Igreja e o núcleo de nosso movimento como Igreja que somos.

O ˝agora˝ de nossa missão evangelizadora está em todos os ambientes onde, a partir do dom que recebemos, pelo qual fomos formados pela compreensão e vivência das graças do sacramento do Matrimônio e do carisma da espiritualidade conjugal, podemos levar luz, podemos curar feridas e podemos fazer discípulos, como o Senhor nos pediu que fizéssemos.

Como ENS, como aludiu S.João Paulo II, somos personalidades cristãs maduras, conscientes de nossa identidade batismal, de nossa vocação e missão na Igreja e no mundo, e essa é nossa principal razão eclesiológica de ser, nesta jornada que está sendo alimentada pelas orientações de vida que nos guiam, pelas ferramentas que o movimento nos oferece e pelas luzes que nosso sumo pontífice e os pastores que, como Igreja que somos, cuidam de seu rebanho, não dão.

Pedimos a N. Senhora sua proteção e sua intercessão para que, seguindo seu exemplo, tenhamos a docilidade de fazer o que Ele nos diz, sendo sempre fiéis ao nosso carisma e à nossa missão.

CORREIO DA ERI
CM 552 11

Ascese, caminho para a santidade

˝Toda escolha implica em renúncias˝ é uma expressão comum que utilizamos muitas vezes. Quando escolhemos seguir Jesus e viver de acordo com seu projeto, surge diante de nós uma série de renúncias que assumimos livremente para sermos fiéis à nossa condição de cristãos.

Falar de ascese, ou de ascetismo, é, de certa forma, falar de renúncias voluntárias que contribuem para nosso desenvolvimento espiritual na busca da santidade para a qual somos chamados.

Quando buscamos uma definição de ascese, encontramos normalmente o seguinte: é o exercício e a prática de um estilo de vida austero e de renúncia aos prazeres materiais, para adquirir hábitos que conduzam à perfeição moral e espiritual. Ou também: doutrina que propõe alcançar a perfeição moral e espiritual por meio deste estilo de vida. Igualmente: um termo, derivado do grego, comumente entendido como o conjunto de esforços pelos quais se deseja progredir na vida moral e religiosa. (Em seu sentido original, a palavra indicava qualquer exercício – físico, intelectual e moral –realizado com um certo método para progredir.)

Assim, quando falamos de ascese, estamos olhando para a vida cristã como um caminho gradual de

esforços contínuos que nos conduzem à santidade.

Pouco se fala disto hoje em dia, apesar de sua presença permanente nos convites de Jesus e nos textos do Novo Testamento. Parece haver um certo medo ante o perigo de conceber a vida cristã como uma série de penitências e privações, deixando de lado o mandamento do amor.

Talvez, olhando para trás, apareçam momentos na história da Igreja em que esta visão tenha prevalecido. A partir de reflexões inspiradas na filosofia grega, desconfiava-se do corpo e ele era visto como um perigo para a santificação. Falava-se mais de mortificações corporais do que em vivência do projeto de Jesus. Mas, na concepção integral do ser humano, uma autêntica e coerente vida espiritual cristã exige levar em consideração aspectos corporais, psíquicos, morais e espirituais, e assim estabelecer aquele caminho de perfeição que nos conduz à tão almejada santidade.

Nestes dias, em que mais uma vez começamos a caminhada da Quaresma, a Igreja nos convida, como seus filhos, como parte de nossas práticas quaresmais, juntamente com a prática da caridade e o fortalecimento da oração, ao jejum. Não se trata apenas de não comer certos alimentos, mas também de expressar a prática de todos aqueles exercícios que se referem à ascese.

CORREIO DA ERI
12 CM 552

O Padre Caffarel, em uma Conferência para Responsáveis Setoriais, em março de 1972, dedicou algum

Pergunta: A ascese seria um conjunto de regras de vida?

Resposta : ˝A ascese consiste, em parte, em eliminar da própria vida tudo o que nos retém e nos impede de responder aos chamados do Senhor. Todos nós temos essas coisas: uma é a gula, outra é a sensualidade, outra é a ambição, outra é a vontade de aparecer, etc... Todos nós temos muitas tendências que nos pesam em nossa caminhada em direção a Deus. Ou, se você quiser colocar isso em termos de amor, nosso amor por Deus é terrivelmente prejudicado pelo apego a nós mesmos, e nosso apego a nós mesmos é composto de muitas coisas. São todas essas luxúrias que eu denominei: gosto pelo dinheiro, gosto de passear, gosto de estar sozinho, etc... Por isso, é preciso mil e um esforços para finalmente fazer de minha vida uma vida de amor. Isto implica em todas as conquistas de mim mesmo. Esta conquista de mim mesmo não vou conseguir da noite para o dia. Portanto, vou empreender a conquista de mim mesmo, pouco a pouco, dizendo a mim mesmo que tenho 10 anos, 20 anos, 50 anos pela frente...

tempo para responder as questões relativas à ascese. Recordemos suas palavras:

...Direi mais uma palavra para encerrar. Se em Roma eu sugeri esta orientação sobre a ascese, é porque, na linha do que eu estava dizendo antes, ou seja, quando se ama um ser, deve-se tentar se libertar de tudo o que dificulta o amor por esse ser. Em Roma, eu disse que o Movimento era um pouco pesado. Eu me perguntava por que havia este peso, por que tantos casais davam a impressão de uma insuficiente realização espiritual, de uma falta de alegria espiritual. Na reflexão, pareceu-me – e é por isso que falei de ascese – que muitos cristãos estão preocupados em amar a Deus, mas não em pagar o preço. Amar exige que paguemos um preço, e em particular esse preço consiste em mortificar tudo o que abranda nossos impulsos. E porque negligenciamos demais este aspecto negativo desta outra face do amor, que é a renúncia, no final o amor não pode se desdobrar, o amor não é suficientemente alegre, há uma moralidade que se arrasta sem as asas do amor. E se não tem as asas do amor, ainda que se queira tê-las, é porque não tem a preocupação de mortificar em mim este amor de mim mesmo, que compete incessantemente com o amor de Deus˝.

CORREIO DA ERI
CM 552 13

Palavra do Papa

O vinho bom da solidariedade a exemplo de Maria

Nós, equipistas, estamos sendo convidados a ˝Servir a exemplo de Maria˝, conforme propõe o tema de estudo deste ano. É oportuno, portanto, retomarmos o que significa a ˝falta de vinho˝ em uma festa de casamento, conforme as Bodas de Caná (Jo 2,1-11).

Na época de Jesus, no Oriente, o vinho era elemento indispensável nas refeições, e, no caso de um casamento, criava um ambiente festivo. Maria nota que ia faltar vinho e mostra sua solicitude, atuando como verdadeira Mãe. ˝Fazei tudo quanto ele vos disser˝ (Jo 2, 3-5).

O episódio de Caná é um marco no caminho de conversão da comunidade. Maria entende que sua função é, doravante, a de conduzir os servos ao Filho, ouvir sua palavra e obedecer-lhe plenamente. E o vinho bom, após a intercessão de Maria, sublinha a abundância das graças que recebemos de Jesus com a vida eterna. Hoje, muitas famílias sofrem com a ˝ausência do vinho˝, não possuem uma habitação digna, passam fome, estão à margem do processo educativo, da saúde e dos demais direitos básicos. Quantos sofrem com a guerra e são exilados de sua própria pátria. Maria e José também sofreram adversidades e foram criativos ao se encontrarem sem teto, por ocasião do nascimento de seu filho Jesus. ˝Envolveu-o em panos, e deitou-o numa manjedoura˝ (Lc 2,6-7).

Diante da realidade do mundo de hoje, o Papa Francisco convida a humanidade à reflexão e à ação: ˝A fome (dos direitos básicos) não é,na realidade,menos deprimente do que a fome de alimentos....Com efeito,

o sonho de Deus é o desejo de um mundo no qual todos possamos viver como irmãos e irmãs em plena dignidade˝ (Francisco,PP. Discurso. 23 de janeiro de 2023). Com vosso trabalho e orações diárias,˝cooperais para a realização deste sonho de fraternidade e de amizade social que não se limita às palavras˝ (Fratelli Tutti, 6).

O Papa Francisco nos chama a colaborar com tantos missionários e missionárias que trabalham ˝no terreno˝ da espiritualidade conjugal, com a vivência dos PCE, na busca da verdade, na vivência da vontade de Deus, na comunhão com o cônjuge e os irmãos. E assim cooperarmos para ˝gerar um mundo aberto˝ (Fratelli Tutti, 87), onde ˝todos sejam acompanhados ao longo do percurso da sua vida, não apenas para suprir as necessidades básicas, mas para que possam dar o melhor de si˝ (Fratelli Tutti, 110).

As condições do nascimento de Jesus, rico na sua divindade e pobre na sua humanidade, como também o episódio de Caná, são um marco no caminho de conversão da comunidade a Jesus. Que a ajuda do Senhor Jesus para a vivência dos PCEs nos conduza à conversão para a virtude da solidariedade e da humildemente, e assim sejamos discípulos missionários, seguindo o exemplo da Mãe de Jesus nas Bodas de Caná. Amém.

IGREJA CATÓLICA 14 CM 552
Leila e Antônio Carlos Eq. 29 B - N. S. do Pilar Região Brasília I Prov. Centro-Oeste

Fratelli Tutti – Os quatro primeiros capítulos

Seguindo a proposta de apresentar a Encíclica Fratelli Tutti, cujo objetivo é ajudar na compreensão do tema de estudo deste ano e a partir de uma visão panorâmica, poder buscar um aprofundamento dos temas que chamarem a atenção nesse documento.

Agora, passemos de modo muito geral aos primeiros capítulos:

Capítulo 1 – As sombras de um mundo fechado – Neste, o Papa expressa o desejo de apontar algumas tendências que dificultam o desenvolvimento da fraternidade universal, não quer ser uma análise exaustiva. Alguns destaques que nos chamam atenção: a história dá sinais de regressão – conflitos considerados superados reaparecem, nacionalismos fechados, o fim da consciência histórica, a ausência de um projeto para todos, partes da humanidade são descartáveis, insensibilidade às formas de desperdícios, dignidades não respeitadas (os direitos humanos não são iguais para todos), solidão, medo, agressividade, ilusão da comunicação, pandemias...flagelos da história.

Capítulo 2 – Um estranho no caminho –É apresentada a parábola do “bom samaritano” como uma luz no meio da nossa realidade (capítulo I) e propõe algumas linhas de ações iluminadas pelo: “sentido social da existência, a dimensão fraterna da espiritualidade, a convicção sobre a dignidade inalienável de cada pessoa e as motivações para amar e acolher a todos” (86).

Capítulo 3 – Pensar e gerar um mundo aberto – O ser humano está feito de tal maneira que não se realiza, não se desenvolve, nem pode encontrar a sua plenitude ˝a não ser no sincero dom de si mesmo˝ aos outros.

E não chega a reconhecer completamente a sua própria verdade senão no encontro com os outros: ˝Só comunico realmente comigo mesmo, na medida em que comunico com o outro˝. Isso explica por que ninguém pode experimentar o valor de viver sem rostos concretos a quem amar (87). O amor que se estende para além fronteiras tem sua base na “amizade social”, na promoção do bem comum que significa promover os valores que levam ao desenvolvimento humano integral.Agindo em comunidade, lutando contra a pobreza e a desigualdade, procurando a paz duradoura, uma ética global de solidariedade e serviço.

Capítulo 4 – Um coração aberto ao mundo inteiro – O Papa inicia afirmando que ˝como seres humanos, somos irmãos e irmãs”, isso não deve ser uma abstração, mas tornar-se uma verdade concreta, o que nos impõe uma série de desafios que nos fazem mover, obrigam a assumir novas perspectivas e produzir novas reações em favor da fraternidade universal, destacando os verbos: acolher, proteger, promover e integrar. Desenvolver a consciência de que ou nos salvamos todos ou não se salva ninguém. Dentre as ações se destaca a gratuidade, fazer coisas, pelo simples fato de serem boas, agir sem esperar êxitos ou algo em troca. Nessas palavras, espero ter ajudado a penetrar na riqueza dos temas e leve a descobrir a profundidade da leitura que o Papa faz da sociedade e os caminhos que propõe a partir do Evangelho e da experiência cristã para uma cultura do encontro e de irmãos, superando o que Bento XVI também constatou: ˝A sociedade globalizada torna-nos vizinhos, mas não nos faz irmãos (CV, 19)˝.

IGREJA CATÓLICA
CM 552 15
Pe. Antonio Elcio de Souza Prov. Sul II

Quinta-Feira Santa: ˝Fazei isto em memória de mim˝ (Lc. 22, 19)

A Quinta-Feira Santa é caracterizada pela instituição da Eucaristia e do Sacerdócio. Neste dia memorável, Jesus celebra a Páscoa com os seus discípulos, fazendo memória dos grandes acontecimentos que Deus realizou em favor de seu povo, Israel. Ao mesmo tempo, ele confere um sentido novo e permanente à Páscoa, quando através do pão e do vinho, faz a entrega de seu próprio Corpo e de seu próprio Sangue (Lc. 22, 14-20).

Na mentalidade judaica, o corpo representa a pessoa como um todo e o sangue é sinal da própria vida. Ao entregar o seu corpo e sangue por nós, Jesus está nos entregando o seu próprio ser e a sua própria vida. Enquanto a Páscoa judaica representava a libertação do Egito, a Páscoa cristã realiza a libertação sobre o pecado e a morte e a graça de nos tornarmos novas criaturas (1Cor. 5, 17).

O lava-pés – uma outra imagem forte deste dia – exprime a vocação de Jesus como servo (Is. 53, 11), que se abaixa para lavar os pés de seus discípulos (Jo. 13, 1-15). O gesto escandaliza os apóstolos e Pedro, falando em nome de todos, opõe aberta resistência. Como admitir que o seu mestre e senhor assumisse uma atitude que era própria dos escravos daquele tempo? Pouco a pouco a resistência de Pedro vai se dissolvendo quando Jesus afirma: ˝Se eu não te lavar os pés, não terás parte comigo˝ (Jo. 13, 7.9). A entrega de Jesus na última ceia sinaliza a sua entrega definitiva na cruz e o exemplo de lava pés se torna mandamento do amor-serviço que deve ser atualizado na vida de cada discípulo e de toda comunidade cristã.

Sexta-Feira Santa: ˝Ele não tinha beleza que atraísse o nosso olhar˝ (Is. 53, 2) Na Sexta-Feira Santa, celebramos a Páscoa como morte do Senhor. Jesus se apresenta como o homem das dores descrito pelo profeta Isaías, cujo corpo não tinha beleza para atrair o nosso olhar. Ao carregar a cruz, ele carrega os pecados de toda a humanidade; ao ser crucificado, ele se revela como cordeiro pascal que, com seu sangue nos purifica de nossas culpas e nos liberta de todo mal. Por antiga tradição, neste dia não se celebra a Eucaristia. Mas a Igreja, consciente de que a redenção realizada por Cristo beneficia toda a humanidade,intercede pelo mundo inteiro: dos fiéis aos governantes, dos cristãos até os que não creem em Deus, dos que sofrem até os que viajam.

Ao celebrar a Semana Santa, não sejamos meros espectadores, mas verdadeiros protagonistas que têm consciência que o mistério da Salvação se atualiza, hoje, em nossa vida. Assim, colheremos os frutos espirituais dos mistérios de nossa fé e sairemos pelo mundo afora anunciando aquilo que o Senhor ordenou de celebrar em sua memória.

DATAS RELIGIOSAS 16 CM 552

Memória Litúrgica de Nossa Senhora de Fátima

“A treze de maio, na Cova da Iria, dos céus aparece a Virgem Maria.”

No dia 13 de maio do ano de 1917 teve início a primeira das seis aparições da Virgem de Fátima, em Portugal, aos privilegiados videntes, Lúcia, Francisco e Jacinta.

Para as Equipes de Nossa Senhora, é sem dúvida uma das datas comemorativas de grande apreço, uma vez que na mensagem de Fátima podemos vislumbrar a luz da fé o que nos diz a Santa Maria, mãe do Verbo encarnado: “Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,5).

A devoção à Virgem Maria se origina, reflete e encontra completa expressão no culto ao Cristo e, por meio Dele, no Espírito, conduz ao Pai, tornando-se, assim, um elemento qualificante da genuína piedade da Igreja (São João Paulo II – Marialis Cultus).

Ao prestarmos culto filial à Virgem de Fátima na simplicidade e intensidade de sua mensagem alegra-nos cantar as palavras proféticas da própria Virgem: “Todas as gerações me chamarão bem-aventurada,porque fez em mim grandes coisas o Onipotente” (Lc 1,48).

As ˝mariofanias˝ (Manifestações, ou aparições de Maria, em Fátima) muito contribuem para uma autêntica e

genuína veneração, amor e invocação à mesma Virgem. Permitam-me destacar de forma breve o conteúdo da mensagem: Apelo À oração: Rezai pela conversão dos pecadores e pela paz do mundo; Fazei penitência em um processo contínuo de conversão; Oferecei sacrifícios pelos pecadores. Penso que continuam atualíssimos estes apelos para os nossos dias tão marcados por tantos desafios, em tempos de crises que leva-nos a tomar consciência de que é preciso testemunhar nossa FÉ na prática do AMOR que se traduz em SERVIÇO generoso a todos.

Na Memória Litúrgica de Nossa Senhora de Fátima, não podemos esquecer o forte apelo do Papa Francisco: “Não tenham medo, saiamos!”. Este apelo ecoou fortemente no XII Encontro Internacional das Equipes de Nossa Senhora em Fátima. (Orientação Geral da ERI de 2018 a 2024.)

Que a Virgem Santíssima, Nossa Senhora de Fátima, nos abençoe e nos proteja. “Se em Fátima, Senhora, és canal de graças mil, sê também a protetora dos teus filhos do Brasil!˝

DATAS RELIGIOSAS
CM 552 17

Visitação de Nossa Senhora: Maria sai de si levando a alegria de Jesus

A Igreja celebra a anunciação do anjo a Maria no dia 25 de março. E, de acordo com as Sagradas Escrituras (Lc 1,26), a anunciação se deu no sexto mês da gravidez de Izabel, a parenta de Maria e mãe do precursor, João Batista. No contexto do anúncio da gravidez de Izabel, de idade avançada e ventre estéril, Deus se mostrou misericordioso e a presença divina transformou tudo em alegria. Essa alegria se tornou plena no anúncio de que Deus tocaria este mundo na pessoa de seu filho Jesus. O evangelista Lucas (1,28) diz que o anjo entrou onde Maria estava e disse: ˝Alegra-te, Cheia de Graça, o Senhor está contigo!˝. Deus, fonte e razão da existência humana, é a origem de nossa alegria. A alegria contagiante de Deus pronunciada pelos lábios do anjo Gabriel, inundou o ser da Virgem Maria. Ela não guardou para si, mas quis deixar exalar a toda humanidade. Prova concreta e admirável foi a sua decisão de ˝sair de si˝, do seu aconchego, da sua comodidade e conforto de seu lar e partir para ajudar a prima que necessitava de auxílio. Sem pensar nos perigos ou qualquer empecilho, parte apressadamente (Lc 1,39).

A festa da visitação, celebrada em 31 de maio, mostra o desenrolar dessa alegria provinda de Deus, que inunda o coração da Virgem e ela leva consigo até o lar de Izabel, Zacarias e João Batista. Exclamou Izabel: ˝Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos a criança pulou de alegria em meu ventre˝ (Lc 1,44). Houve uma explosão de alegria. Nessa passagem bíblica podemos experimentar a alegria de Deus que faz transbordar a Terra, pois ele veio visitar o seu povo. O diálogo proferido pelas duas agraciadas por Deus, tornou parte da oração da ˝Ave Maria˝, quando Izabel diz: ˝Bendita és tu entre as

mulheres e bendito és o fruto do teu ventre˝ (Lc 1,42). Izabel, que já tinha sido visitada pela alegria de Deus, tirando-a da humilhação da esterilidade, sentiu a alegria transbordar porque a mãe do Salvador estava ao seu alcance. É neste contexto que Maria exulta de alegria no Senhor, que caminha com a humanidade no seu cântico do Magnificat, que o evangelista Lucas coloca em seus lábios expressando toda a alegria que provém dos(as) que experimentam a bondade divina, mesmo inseridos na vida terrena. Maria reconhece Deus que faz história com a humanidade: ˝Olhou para a humildade de sua serva˝ e seu coração transborda de alegria. ˝Minha alma engrandece o Senhor e exulta de alegria em Deus meu Salvador˝.

Inspirados por Maria, saiamos de nossos comodismos para ir ao encontro do outro e partilhar as alegrias que experimentamos da bondade do Senhor.

DATAS RELIGIOSAS
18 CM 552
Pe. Francisco de Barros Nunes SCE Região Minas III Prov. Leste II

A importância do decreto de reconhecimento das ENS pelo Papa João Paulo II em 19/04/1992

Ao ingressarmos nas ENS, somos atraídos por seu carisma de nos conduzir à santidade conjugal por meio de sua mística, que é a de Jesus ser o centro e a motivação de tudo, a ajuda mútua a que somos convidados a praticar e o testemunho da ação de Deus em nossas vidas de casais; os Pontos Concretos de Esforço são instrumentos eficazes a nos conduzir nesta caminhada; a contribuição nos ensina a ofertar para sustentar este Movimento que tanto bem nos faz e a partilhar para que todos tenham igual oportunidade de se beneficiar com as riquezas das formações e encontros. A grande maioria dos casais participantes do nosso Movimento testemunha a mudança de vida depois de sua entrada nas ENS, com a descoberta de que podem se doar um ao outro, para juntos se doarem aos outros. É um jeito novo de ser Igreja. Mas a riqueza do nosso Movimento não termina com todos estes benefícios. Ao dar asas à inspiração que conduziu a este Movimento, o Pe. Caffarel sentiu que deveria estabelecer regras para que as ENS pudessem ter uma orientação que conduzisse à unidade e à fidelidade ao Carisma fundador. Foi elaborada a ˝Carta˝ ou Estatutos, em 8 de dezembro de 1947, estabelecendo a pedagogia do Movimento, com os objetivos, a mística, a disciplina e as responsabilidades nas ENS.

O Espírito Santo inspirou o Movimento a navegar por águas mais profundas, levando ao pedido de reconhecimento canônico das ENS, e para tanto foi elaborado o Estatuto Canônico submetido

à apreciação da Igreja, por meio do Pontifício Conselho para os Leigos, que em 19 de abril de 1992 promulgou o ˝Decreto de Reconhecimento das Equipes de Nossa Senhora pelo Vaticano˝.

Mas qual a importância deste reconhecimento como Associação Privada Internacional de Fiéis, se o Movimento já tem seu Carisma e Mística definidos na ˝Carta˝ de 1947?

Quando a Santa Sé reconhece canonicamente uma associação, diversos são os efeitos. A Exortação Apostólica Christifideles Laici nos ensina os pressupostos do reconhecimento oficial pela Igreja:

1) A vocação à santidade.

2) A obediência ao Magistério da Igreja.

3) Uma relação filial com o Papa e com o Bispo.

4) A participação na finalidade apostólica da Igreja.

5) Que, à luz da doutrina social da Igreja, se coloque ao serviço da dignidade integral do homem.

Em suma, o Reconhecimento oficial pela Igreja, ao mesmo tempo que nos submete às orientações emanadas das autoridades eclesiásticas, nos dá a proteção da vigilância constante nos caminhos da fé, exercidos pela Santa Sé em relação às ENS.A comunhão com nossa Igreja é plena e nos fortalece na busca da santidade.

DATAS DO MOVIMENTO
CM 552 19

A primeira reunião de equipe no Brasil e o exemplo de Maria

Na festa de Nossa Senhora de Fátima em 1950, o Movimento das ENS já se espalhava e ultrapassava as fronteiras continentais. Trazido ao Brasil pelo casal Nancy e Pedro Moncau, manteve-se na reflexão de ser um movimento único e internacional.

Pedro e Nancy desejavam algo que fortalecesse e revigorasse a alegria primordial do Matrimônio. Chegou a ele um exemplar da revista L'Anneau d'Or e, depois de ler, ficou tão maravilhado que resolveu escrever ao Pe. Caffarel. Este lhe enviou mais documentos e os orientou, juntamente com o primeiro casal ligação Madeleine e Gerard d̓Heilly, de modo que pouco tempo depois outros quatro casais e um sacerdote juntaram-se a eles e se colocaram à disposição para realizar a primeira reunião das ENS no Brasil, em São Paulo.

Nessa reunião, imaginamos Maria intercedendo por esses casais que, encantados pelo Movimento, pareciam saber que precisavam do vinho novo e agora o estavam verdadeiramente buscando, juntos, reunindo-se em nome de Cristo. Apesar das dificuldades, essa primeira equipe atendeu o pedido da Mãe Maria e passou cada vez mais a fazer tudo o que Seu Filho nos diz. Imaginamos essa equipe brasileira de primeira hora, o SCE Pe. Oscar Melanson, e os casais Nancy e Pedro, Atienza e Domingos, Áurea e Andreotti, Cecília e Pedro, Mercedes e Alberto Cruz, e Sally e Arthur, como os auxiliares dispostos a servir nas bodas em Caná da Galileia e que seguiram o caminho

apontado por Maria: fazer o que Jesus disser! Primeiro, estavam na presença de Cristo e de Sua Mãe, se aproximaram, ficaram atentos a eles. Receberam os “presentes” do Pe. Caffarel e estudaram, conversaram, refletiram, oraram. Depois, escutaram o alerta de N. Senhora: “Eles não têm mais vinho!”. Na troca de ideias, testemunhos e dúvidas, passaram a contar com o Movimento e o aconselhamento do sacerdote, e descobriram novas ferramentas para crescer na espiritualidade conjugal, na vida cristã e matrimonial. Pela ação do Espírito Santo, e a exemplo da ternura e humildade de N. Senhora, as primeiras equipes frutificaram pelo Brasil desde aquele maio de 1950 através do amor e do serviço, propagando o pedido de Maria para que os casais se colocassem à disposição para encher suas talhas com água, e tenham fé em tudo o que Seu Filho lhes disser.

Fortalecidos e unidos no caminho da santidade conjugal, seguiram o pedido de Jesus, encheram-se da água viva e transbordaram-na para novas equipes. Com Cristo, o milagre foi acontecendo dentro das talhas caminhantes e, pela graça de Deus, o vinho novo da fé tem sido experimentado por muitos casais renovados na alegria do Matrimônio, por todas as regiões dessa nossa terra abençoada. Que alegria plena devem ter sentido ao saborear esse vinho novo, que se multiplica em novas equipes formadas!

Agradeçamos sempre a Deus pelas ENS no nosso país, nascidas a partir daquela primeira reunião há 73 anos! Façamos tudo o que Cristo nos disser!

DATAS DO MOVIMENTO
20 CM 552

Ordenação sacerdotal do Pe. Caffarel – 19-04-1930

Não é muito fácil encontrar nos escritos sobre Padre Henri Caffarel algo que diga respeito ao projeto de Deus em sua vida, que esteja separado do nascimento e crescimento das ENS.

Em toda vocação é o Senhor quem toma a iniciativa,convida,chama,convoca,cria,ama. A este chamado Deus espera que correspondamos aceitando, depois respondendo e vivenciando a missão à qual Ele nos chamou. Com Padre Caffarel certamente não foi diferente. Ele próprio contara, ao ler um livro que um colega lhe tinha emprestado: ˝Aos 20 anos, Jesus Cristo, de repente, tornou-se Alguém para mim. Mas não foi nada de espetacular. Nesse longínquo dia de março de 1923, fiquei a saber que era amado e que amava, e que, daí em diante, a minha relação com Ele seria para toda a vida˝. Deus seduziu-o, e para ele há um antes e um depois desse dia: ˝Deus entrou na minha vida e, desde esse dia, estou ao seu serviço˝. [1].

Compreendo que toda vocação, e antes disso, toda vida cristã tem o que poderíamos chamar de ponto fundante de nossa história. Um encontro ímpar, que impele ao seguimento, dá coragem, faz ouvir, abre o coração à disponibilidade que o Senhor Jesus Cristo nos pede para colaborarmos na construção do Seu Reino.

Também em ˝março˝, não há 100, mas há ˝2023 anos˝ atrás, uma história parecida na vida de Maria: “Como se dará isso, pois não conheço homem algum?”.

Pe. Caffarel, como Maria, tendo pronunciado o seu fiat, vai percorrer um caminho na busca de como se ˝daria isso˝ em sua vida. Pensa ser monge,mas acaba sendo ordenado padre em abril de 1930 em Paris. Trabalha com JOC (Juventude Operária Católica) aproximadamente 3 anos. Em 1934 no

Secretariado da Ação Católica. Em 1936 é destinado ao Apostolado com jovens em recolhimentos e retiros espirituais.

Em 1940 Pe. Caffarel é enviado à paróquia Saint Augustin para prestar serviços ˝pela duração da guerra˝, ali foi nomeado em 18 de março de 1942 Vigário Paroquial, permanecendo até 1980.

Mas o profeta Isaías nos recorda: ˝Senhor, vós sois nosso pai; nós somos a argila da qual sois o oleiro: todos nós fomos modelados por vossas mãos.˝ Is 64, 8.

E os caminhos de Deus o levara ao encontro com uma pessoa, um casal e vários casais aos quais pronunciou: “procuremos juntos!” Talvez seja este um outro ponto fundante que se inicia aos 25 dias de fevereiro com quatro casais.

Como o oleiro ao barro, Deus faz na vida de Pe. Caffarel esta bela vocação, que bem conhecemos.

Desejo que cada um, após a leitura, se sinta ˝tentado˝ a reescrever a história de sua própria vocação, do seu encontro fundante com Jesus, e que isso seja motivo de reavivamento do chamado de Deus a cada um.

Por fim, agradeço a Deus por realizar maravilhas... em Isaías, em Maria, em Padre Caffarel, em mim e em você. Louvado seja Deus por nos dedicar tanto Amor!

DATAS DO MOVIMENTO
Pe. Nei Ângelo Furtado Moura SCE Região Minas I Prov. Leste II
CM 552 21
1. ALLEMAND, Jean. Henri Caffarel: Um homem arrebatado por Deus. São Paulo: Nova Bandeira Produções Editoriais, 2015. 4ª edição. p, 17.

Ser mãe é a concretização da plenitude de nossa existência feminina.

Nós, ˝mães˝, fomos escolhidas por Deus para gerarmos um novo ser à sua imagem e semelhança. E com Maria, mãe de Jesus, também foi assim. Ela foi escolhida por Deus para uma gravidez incomum, em que o fruto do seu ventre traria a vida eterna para toda a humanidade. Nossa Senhora contou com o auxílio do Senhor, nasceu imaculada para o propósito divino de ser geradora do Salvador.

E com muitas virtudes foi dotada para que o plano do Altíssimo acontecesse.Mães,olhemos para as virtudes da Virgem Maria, para que possamos ser humildes, ter confiança, pureza, simplicidade e humildade.A humildade é a grande e bela virtude que Maria traz como exemplo a ser seguido por nós ˝mães˝ deste século, em nossa vida marcada por tantos desafios, tantas lutas a que somos chamadas a enfrentar na sociedade em que os valores estão cada vez mais invertidos. Com os exemplos de Maria e os ensinamentos de Padre Caffarel uma reflexão se faz presente: estamos vivendo com humildade à procura de sermos pessoas e mães melhores a cada dia?

Nossa vida de mãe é feita de erros e acertos: ser mãe não é ser perfeita, não é saber tudo de repente. Ser mãe é estar disposta a aprender o tempo todo, a evoluir constantemente, a crescer com os filhos e por eles, a cada passo do caminho, pois temos a capacidade de ouvir o silêncio, adivinhar sentimentos e sempre encontrar a palavra certa nos momentos incertos.

Por isso, devemos mostrar aos nossos filhos a simplicidade do viver, que a beleza da vida se encontra nas pequenas coisas, que sintamos a presença de Cristo

no nosso viver diário e que não nos falte ˝amor˝. E que esse ˝amor˝ nos impulsione para educarmos nossos filhos em sabedoria e graça diante de Deus e diante dos homens.

Queridas mães desse maravilhoso Movimento, sejamos presença que ilumina a vida de nossos filhos, sejamos guia para o caminho do bem e da verdade. E que sejamos construtoras de um mundo mais justo, nobre e fraterno para eles viverem. Papa Francisco destaca: ˝Sempre que olharmos para Maria, voltamos a acreditar na força revolucionária da ternura e do afeto˝. Neste sentido, o Santo Padre nos convida a reconhecer a luz materna que transmite esses sentimentos positivos e impulsionadores de um mundo melhor. Parabéns ˝Mamães˝ e que a luz materna seja hoje e sempre sinal de esperança e amor na vida de nossos filhos e na sociedade.

Feliz Dia das Mães! Nossa Senhora, Mãe de todas as mães, rogai por nós!

Nailda e José Antônio

DATAS COMEMORATIVAS
Maio, mês das Mães e de Maria, significado do amor e presença que ilumina!
22 CM 552

90 anos de vida do nosso SCE: Padre Flávio Cavalca de Castro

Com alegria, nós da equipe 05, N.S. da Guia de Guaratinguetá-SP, agradecemos a Deus pelos 90 anos de vida do nosso SCE, conosco desde 10/08/1984. São 38 anos de caminhada, vividos com crescimento no amor, na partilha, na correção fraterna e na vida em comunidade.

Pe. Flávio nasceu em Guaratinguetá, no dia 22/02/1933. Estudou no Seminário Redentorista Santo Afonso, em Aparecida, onde ingressou em 1944. Foi ordenado padre em 25/01/1957. Hoje, passados 66 anos de sacerdócio, Pe. Flávio é muito estimado, muito amado, por este Brasil afora, no meio das ENS, para quem já pregou inúmeros retiros e palestras!

No MENS, desde 1984, como nosso SCE, até hoje. É ainda SCE da Equipe 3, N. S. da Esperança, de Aparecida; foi SCE do Setor de Guaratinguetá, por vários anos. Foi SCE do Setor de Aparecida.

Foi também SCE da Super-Região Brasil, com Silvia e Chico. Foi SCE da Região São

Paulo Leste II ( hoje Leste IV ) com Luzia e Paulo e com Sonia e Antonio Carlos.

Pertenceu à equipe da Carta Mensal, do MENS,com Silvia e Chico e também com Fernanda e Martini, como SCE.

Em dezembro de 2015, fez parte da Equipe Satélite, das ENS, em Paris, na França, para estudos sobre a Espiritualidade e Vivência da Sexualidade. Foi também SCE Nacional das CNSE. Pe. Flávio é muito culto e de uma sabedoria grandiosa, mas é a sua disponibilidade e o seu carinho pelo MENS que o tornaram respeitado e admirado pelo Brasil inteiro. Nós casais da Equipe 05 nos orgulhamos de sua presença constante em

nossas vidas, ele é mais que um SCE, é sim um pai amoroso que quer a felicidade de seus filhos... Muitos momentos alegres já passamos juntos: cada êxito de um casal, cada vitória de um dos nossos filhos, cada reunião festiva, cada sucesso nosso, cada pequeno ou grande crescimento de um de nós, consolidava nossa amizade e união. Vivemos também momentos de tristeza, de fracasso, de perdas... todos esses anos de intensa convivência fizeram de nossas vidas um lindo livro de Amor, Doação, Esperança e crescimento na Fé e na Santidade!!!

E assim a nossa história, como os galhos do cipó,se enroscam à árvore forte e frondosa,nós nos alimentamos dessa seiva vigorosa,que tem nos sustentado na caminhada,através da atuação direta,amorosa e dedicada do Pe. Flávio.Ao longo destes anos crescemos, sim, com certeza: na Esperança, na Fé e na Caridade. E através do exemplo correto,da postura irrepreensível de sacerdote,aprendemos,como ele próprio diz,˝que a vida paga a pena˝, pois temos um Deus que nos ama, nos perdoa e tudo faz para a nossa Salvação!

Luzia e Paulo

Eq. N. S. da Guia Guaratinguetá-SP Prov. Sul 1

TESTEMUNHO
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20 anos de Movimento a serviço

O serviço de Maria fez dela a maior intercessora junto a seu filho Jesus, e o nosso maior exemplo de servir, depois de Jesus. É a Ela que recorremos nas nossas maiores dificuldades, e assim vamos cumprindo nossa trajetória. Desde que nos conhecemos e nos sentimos atraídos um pelo outro e vindo cada qual de uma realidade diferente, podemos afirmar que algo Deus queria de nós, principalmente como casal. Recebemos o sacramento do Matrimônio há 36 anos e logo surgiram convites para servir mais e sempre com casais. Mas podemos testemunhar que foi nas Equipes de Nossa Senhora que esse chamado se fez mais presente. Ao longo desses 20 anos no Movimento, sempre estivemos em saída, todo chamado para servir e sair do nosso comodismo sempre obteve uma resposta favorável.

Não olhamos distância e se a missão seria árdua, pois a certeza que tínhamos era que Deus caminharia conosco e nossos corações se enchiam de amor e gratidão por todas as graças recebidas, mesmo sem sermos merecedores ou que tivéssemos algum mérito.

A travessia até os dias de hoje não está sendo fácil e muitas tempestades surgiram: como doença grave (com diagnóstico sombrio), desemprego e perdas, mas tudo está sendo superado com a intercessão e cuidados

de nossa querida Mãe, que não abandona seus filhos. Por isso sempre nos espelhamos nela. Maria, exemplo de Mãe, que humildemente e despojada de qualquer sentimento de vaidade, tendo no seu ventre o nosso Salvador, saiu e se pôs a caminho para servir e ajudar sua prima Izabel. É ela para nós o protótipo de Mulher e Mãe. Acolhedora, humilde, amorosa, serva e tantos outros atrativos como ninguém, exceto seu filho Jesus.

Também para nós servir é estar no lugar designado por Deus, que inclui a nossa família, comunidade, trabalho, Movimento, na igreja... ou em quaisquer ambientes que se deparam diante de nós. Servir a exemplo de Maria nos inspira para seguirmos em frente, com ela abrindo caminhos, e nos dando exemplo, pois fez da sua vida um serviço e em momento algum utilizou de privilégio por ser a escolhida de Deus para ser a mãe do Nosso Salvador.

Precisamos, como diria o Papa Francisco, ˝Primeirar˝ (Papa Francisco Exortação Apostólica Evangelii Gaudium), tomar a iniciativa, mesmo sem sermos requisitados. Que ela nos ajude a seguir em frente, diante de tudo e que possamos a cada dia dizer: “O Poderoso fez em nós Maravilhas e Santo é o seu nome”.

TESTEMUNHO
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Eis-nos aqui, Senhor!

Estamos com 25 anos de casados e quase mesmo tempo no Movimento, recebemos o convite faltando menos de um mês para o nosso casamento. Nos casamos, já começamos a participar da Experiência Comunitária. Na verdade, não sabemos dizer como é um casamento sem as ENS, porque o nosso foi privilegiado desde o início.

Durante esses anos de caminhada fomos assumindo as missões no Movimento, até que chegou o chamado para CRS de Pesqueira. Chamado esse que veio no tempo de Deus, pois Ele, sim, sabe todas as coisas. Nós aqui somos apenas um instrumento quando nos entregamos em Suas mãos, e respondemos: Eis-nos aqui, Senhor!

O início da missão de CRS foi exatamente no período que Beto se sentiu pior das dores de coluna e decidiu seguir a orientação do médico e marcar a cirurgia. Foram dias difíceis, apreensivos, onde a preocupação era grande de como seria o resultado da cirurgia, como também o da recuperação. Nesse meio tempo veio a doença de meu pai, que, de repente,foi ficando sem conseguir andar e cada dia mais dependente de cuidados. Foram dias difíceis, mas em todo momento sentimos a mão de Deus a nos segurar através de todos os amigos e familiares.

Tínhamos confirmado nossa participação no ENNR que seria realizado em abril/19 em Itaici-SP. Um mês antes veio a confirmação da cirurgia, e papai continuava doente. Com o apoio dos nossos filhos, familiares e amigos mais próximos, fomos eu e Beto para Recife onde foi realizada a cirurgia, por lá ficamos cinco longos dias... Ao voltar com todos os cuidados e limitações, também precisava cuidar de papai, como filha única, a responsabilidade era maior.

Chegado o período do ENNR, ficamos bem divididos entre a missão, recuperação de Beto e a doença de papai. Rezamos e pedimos a Deus sabedoria para tomar a melhor decisão. Fomos para a primeira revisão da cirurgia, e lá, depois da avaliação, o médico liberou Beto para seguirmos viagem para nossa missão em Itaici, e assim deixamos meu pai aos cuidados dos nossos filhos e da minha mãe.

Participamos do Encontro confiantes que tudo terminaria bem. Até que no último dia do Encontro papai apresentou uma piora e precisou ser internado, o CRP nos ofereceu ajuda para voltar mais cedo para casa, mas não conseguimos. Ao chegar no aeroporto de Campinas recebemos a notícia que papai não havia resistido... Foi uma mistura de sentimentos dentro de mim...

Voltando para casa, ficamos refletindo sobre nossas vidas, nossa missão, e todas as situações, pedindo força a Deus para enfrentar. Preocupação com a total recuperação de Beto, com minha mãe diante de tudo, com o compromisso da missão assumida. Deus estava ao nosso lado sempre. Sentimos o carinho dos casais mais próximos, e a presença dos SCEs nos ajudando e fortalecendo durante toda a missão, com tudo que vivemos, podemos dizer que chegamos ao final da missão com aquele mesmo Amor do início, e apesar de não ter sido fácil, nunca pensamos em desistir. Hoje repetimos: Eis-nos aqui, Senhor! Estamos servindo como CRR e continuamos com o mesmo Amor.

Que Deus abençoe cada um de nós e cada missão que a nós é confiada!

TESTEMUNHO
CM 552 25

A fé é maior que o medo!

Em 05 de março de 2022 fomos surpreendidos com a notícia de que nosso CRE havia sofrido um grave acidente de carro. Ficamos atônitos, aflitos, muito preocupados, sem entender direito o ocorrido. Os noticiários da região começaram a relatar o caso, algumas pessoas viram o carro do casal, fotos circularam pelas mídias sociais, e era impossível imaginar que a pessoa que estivesse no banco frontal do carona sobrevivesse. O porta-luvas estava encostado no banco do passageiro. Nossa irmã equipista foi tirada do automóvel em meio às ferragens e seu estado era grave. O marido teve ferimentos leves. Ana Paula teve fratura exposta no fêmur, fraturas no sacro, na região pubiana, no braço, precisou de doação de sangue, passou por cirurgias, enfim, a situação era bem delicada.

Nossa equipe e todo setor Santa Rita se uniu em oração pela sua recuperação. Entregamos suas dores, nossas angústias, todo sofrimento e confiança nas mãos de Deus, por intercessão de Nossa Senhora. Aos poucos, a cada dia, a fé foi acalmando os corações e trazendo esperança. A todo instante estávamos unidos em pensamento e oração ao querido casal Ana Paula e Ricardo. Foram dias difíceis, meses para recuperação.

Hoje, bendigamos ao Senhor pelo dom de suas vidas! Vivenciamos um milagre diante dos nossos olhos. Graças e louvores sejam dados a todo momento! A força para recuperar, a paciência na tribulação, a fé

inabalável, a perseverança em progredir, a vontade de voltar a assumir os compromissos com a equipe, a emoção e alegria deste casal ao voltaram a participar das reuniões nos motivaram, inspiraram e fortaleceram a todos. Em meio a tantos obstáculos, desafios e incertezas, este testemunho é uma lição de vida. E, com certeza, como eles rezavam e nos ensinaram: A fé é muito maior que o medo! Por eles, transpareceu-nos Jesus, nossa fonte de misericórdia, a face divina do homem, o rosto humano de Deus. O Poderoso faz em nós maravilhas!

Muitas vezes nos colocamos como vítimas, e pequenas coisas são grandes empecilhos para respondermos ao chamado de Deus! Quando vivenciamos um testemunho de fé e amor como esse percebemos o quanto nossos problemas são nada, o quanto Deus é misericordioso e o quanto devemos ser agradecidos pelo seu Amor incondicional! Nossas vidas são milagres! Agradeçamos todos os dias por esse dom. A cada manhã as misericórdias se renovam, confiemos sempre, pois para Deus nada é impossível! Deus é bom o tempo todo, o tempo todo Deus é bom! Aleluia! Aleluia!

TESTEMUNHO
˝Alegrem-se na esperança, sejam pacientes na tribulação, perseverem na oração˝. Romanos 12:12
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Dever de Sentar-se

Não é incomum ouvirmos equipistas relatarem que têm dificuldade em cumprir os PCEs, e nos chama atenção ser o Dever de Sentar-se comumente destacado como um dos mais desafiadores. De fato, não é uma das tarefas mais confortáveis estarmos diante do outro sem nossas máscaras e abertos a mudanças.

Nós,quando iniciamos nossa caminhada nas Equipes de Nossa Senhora, não tínhamos o hábito de dialogar em casal acerca de todas as dimensões de nossa vida.Vida financeira,sexualidade e projetos familiares não recebiam o devido espaço em nossas conversas, as quais com frequência,ficavam mal resolvidas e,por vezes,com os corações chateados.

Tivemos a oportunidade de fazer um Dever de Sentar-se guiado no Encontro de Equipes Novas,o qual foi o divisor de águas em nossa vida conjugal. Percebemos que estávamos complemente enganados acerca do que era de fato estar abertos a ouvir e a acolher o outro.

Inicialmente,percebemos que não chamávamos Deus para nos guiar e para participar de nossas escolhas e que isso diferenciava o ˝Dever de Sentar-se˝ de uma simples conversa, afinal, na presença d̓Ele, as possíveis armaduras se rompem para sermos nós mesmos e para enxergarmos o outro em completude,com suas falhas,medos e virtudes.

Entendemos então o que disse Pe. Caffarel em 1945: ˝Mas será que desde que iniciaram este projeto não terão negligenciado demais o ato de se sentarem para examinar conjuntamente o projeto

realizado, reencontrar o ideal entrevisto, consultar o Mestre da obra?˝. Sim, foi exatamente isso que tínhamos vivenciado até ali!

A partir daquele Encontro, pudemos experimentar que ao chamarmos o Pai para o nosso diálogo saímos da inércia de querer somente expor nossos anseios e nos entregamos ao verdadeiro sentido do amor que é o serviço. Percebemos que por mais que tivéssemos a intenção de acertar, não nos lançávamos a entender de fato as necessidades um do outro. Foi proposto, após oração e leitura da Palavra, fazermos uma pergunta simples um ao outro: ˝O que você precisa que eu faça por você?˝. Como isso mudou o nosso olhar, afinal, agora não estávamos senão dispostos a servir! Assim, ouvimos um ao outro porque nos amamos e porque nos amamos,juntos nos esforçaremos para sermos cada dia melhores.

Hoje, o Dever de Sentar-se tem um lugar especial em nossa vida e é sempre gratificante podermos falar para outros casais como é bom poder tirar as máscaras ao lado de quem se ama. Ademais, é um PCE bastante denso, pois ele nos permite, além de dialogar, orar juntos, ler a Palavra e extrair ao final uma Regra de Vida do casal.

E vocês, já perguntaram um ao outro ˝O que você precisa que eu faça por você hoje?˝.

Emmanuelle e Gustavo Eq. N. S. de Lourdes

Setor Vale do Aço B Região Minas II Prov. Leste II

PARTILHA E PCE
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Oração Conjugal – um PCE ungido do Santo Espírito

O Senhor fez em nós maravilhas! Dizemos isso em específico desse tema, Oração Conjugal: ela é um ˝divisor de águas˝ em nossa vivência equipista. Até então tínhamos o hábito da oração pessoal e meditação. A oração a dois era a da Igreja, a oração do Pai Nosso, Ave Maria, etc. recitada e não uma conversa a três, como devia ser. Mas foi na compreensão e importância dos PCEs, já nas ENS, que nos descobrimos na Boa Nova da Oração Conjugal. Um encontro a três – Esposa, Cristo e Esposo. Unidos, como Jesus está unido ao seu Pai, ˝para que todos sejam um só, como Tu, Pai, estás em mim e Eu em ti, para que eles estejam em nós e o mundo creia que Tu me enviaste” (Jo,17,21). De coração e mente abertos, nos colocamos para entender os sinais e o lugar que Deus quer que estejamos e que ele precisa de nós para fortalecer seu Reino de amor. Por isso, a bênção de escrever sobre o tema.

A Oração Conjugal, como num barco, nos serve como leme rumo à santidade. Com ela, não deixamos coisas à beira do caminho. Ela nos faz beber da fonte de água viva, que é a conversa com Deus, e nos alimenta, bem como sacia nossa sede de fé. Nos dá força e coragem para atos permanentes de intimidade com Deus.

O Papa Francisco nos diz para amarmos mais e rezarmos mais, pois assim estaremos em comunhão com Cristo Ressuscitado e testemunhando Jesus em nossa vida. O Senhor fala

a um dos cônjuges através do outro, e assim o casal se une ao Pai, em nome de Jesus, por meio do Espírito Santo. E São João Paulo II convida-nos a caminhar com Cristo diante de nossa Oração Conjugal, e também Pe. Caffarel nos diz que esse é o meio para voltar à fonte do amor de Deus. Quando unidos em oração ajudamos a promover a paz. E esse é o lugar de um cristão! Pensamos na Oração Conjugal como uma liturgia, uma construção suave com amor. Ela evolui, como a vida de um casal. É preciso perseverar. Não somos especialistas. Somos obreiros. E a prática dessa obra é um trabalho de Deus em nós. É um dom de Deus. Assim como a arte, a Oração Conjugal tem técnica e prática. E nessa vivência da fé tomamos consciência da presença de Deus. Nos colocamos diante da cruz, mentalmente. Silenciamos os pensamentos e o coração. Nos colocamos como Cordeiros de Deus, disponíveis para o plano dele. Nos abandonamos em Cristo. Pedimos perdão por nossas fragilidades; ajuda para perdoar. Não chegamos de ˝malas vazias˝, levamos tudo nosso, de nossa equipe, setor e nossa vida. Abastecemo-nos de Jesus Cristo para transcendermos. Como Maria, nas Bodas de Caná, a Oração Conjugal traz alegria e o vinho não falta à família.

Thathiana e Antônio CRS Juiz de Fora Região Minas I Prov. Leste II

PARTILHA E PCE
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Meditação: Um passo a mais para a Santidade

Durante muito tempo ouvíamos vários testemunhos belíssimos sobres os PCEs, em especial sobre a meditação, e ficávamos nos perguntando o que fazer para fortalecer nossa oração pessoal, diante da meditação. Foi quando, numa Celebração Eucarística, um sacerdote contou uma história que ficou marcada nas nossas vidas e foi o ponto de partida para a nossa mudança de hábito. Assim contou, em seu sermão, o padre: ˝Em um mosteiro os frades faziam penitência do silêncio, eles só podiam falar uma vez no ano. E como não tinham o hábito do diálogo, quando chegava o dia tão esperado, onde finalmente eles poderiam falar, não sabiam o que dizer, eram tantos assuntos que nenhum deles parecia tão importante para o grande momento. Foi quando um deles teve uma ideia, vamos todos ler o mesmo livro da Bíblia e, quando pudermos falar, traremos ideias sobre os ensinamentos trazidos pelo livro. Todos concordaram e o livro escolhido foi o de João. No dia marcado, todos estavam ansiosos para expressar suas conclusões e falaram por horas.Ao cair da tarde, o frade mais velho foi perguntado pelas suas conclusões e ele muito acanhado disse: Fiquei maravilhado com tantas informações ditas pelos colegas e peço desculpa a todos, mas eu não consegui passar do primeiro versículo, pois quando eu comecei a ler e vi que no princípio era Verbo, fiquei pensando, qual era o significado da palavra Verbo? Quem era o Verbo? Como esse Verbo depois se fez Carne? E não consegui terminar o livro, porque só pensava o quanto meu Deus era grande e como um Deus tão grande morreu por mim,

tão pequeno e pecador˝. Com esse frade aprendemos o valor do silêncio e também como é bom conversarmos com Deus.

Depois daquela missa, ao chegarmos em casa, em nossa oração conjugal, conversamos e percebemos que, muitas vezes, queremos fazer coisas grandiosas e darmos longos passos, porém fazer coisas simples nos edifica muito mais, então começamos a fazer a nossa meditação da seguinte maneira: primeiro rezamos ao Espírito Santo, em seguida lemos o Evangelho do dia e, no silêncio, pedimos a Deus que possa nos fazer compreender seus desígnios em nossas vidas. A nossa meditação não precisa ser extraordinária ou cheia de palavras difíceis, ou até mesmo com concordâncias verbais corretas, mas sim ser feita com simplicidade e com intimidade. Nossa meditação deve ser uma contemplação, assim como Nossa Senhora nos deu o seu exemplo, se tornando pequena para ser instrumento da nossa salvação: contemplou a Deus com a sua própria vida. Nós também precisamos nos fazer pequenos em nossa oração, para estarmos mais intimamente ligados ao Nosso Criador.

PARTILHA E PCE
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NE

CM 550 p. 29 – Uma Regra de Vida bem vivida

Ao lermos este artigo compartilhado por Maria e Danilo, tivemos a grata surpresa de olhar o PCE ˝Regra de Vida˝ com um olhar diferente. Sempre entendemos esse PCE como um instrumento de mudança pessoal. Contudo, nossos amigos nos mostraram que podemos usá-lo para melhorar a vida das pessoas a nossa volta através das nossas experiências de vida. É belíssima a lição apresentada: ˝Como as nossas experiências de vida podem auxiliar o próximo?˝. Amor e santidade, eis o nosso objetivo!

Gisele e Rodrigo Eq. N. S. da Sagrada Família Setor Divinópolis A Região Minas V Província Leste II

CM 550 p. 23 - 75 Anos da Carta das ENS

Alicerce sólido torna longevo o motivo pelo qual foi construído. Nosso Estatuto é assim! No artigo escrito por Mariola e Elizeu Calsing, inspirados por Deus, nos sugerem ˝Fazer valer a pena˝ a vivência no Movimento.

Embora pareça exigente (a prática nos mostra que nem tanto), o Estatuto nos faz descobrir as grandezas da fé cristã, bem como meios de vivê-las. Assim frutificaremos o Carisma que nos foi concedido, de tal forma que ele não perca sua capacidade de atração.

Lucilene e Ionivaldo CRS Juiz de Fora E Região Minas I Província Leste II

CM 549 p. 3 – Acolhimento e Hospitalidade presencial

O artigo, apresentado por Lu e Nelson, é de grande relevância para nós, equipistas, quando nos fala que devemos estar atentos para enfrentarmos os desafios do dia a dia e sermos fermento na massa, sal da terra e luz do mundo. E diante das circunstâncias que nos foram apresentadas pela pandemia, mostrou aos equipistas a importância da realização das reuniões formais de maneira presencial. É um convite para voltarmos à normalidade na nossa pequena Eclésia, vivenciando as coisas do alto.

Graça e Leo CRR Pernambuco IV Prov. Nordeste II

VOCÊ NA CARTA
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Continuando nossa reflexão sobre o III Ano Vocacional, temos o texto bíblico de Mc 3,13-19, em que Jesus faz o chamado dos doze apóstolos. A palavra apóstolo significa ˝enviado˝. Temos um indício daquilo que se chamará ˝discípulos missionários˝, aqueles que fazem a experiência de estar com Jesus, serem formados e enviados em missão por ele. Essa narrativa de Marcos começa dizendo que Jesus ˝subiu ao monte˝e passou a noite em oração ao seu Pai. No contexto bíblico, os montes, para além da geografia, propriamente dita, são lugares onde ocorrem teofanias, isto é, manifestações da presença e revelação de Deus, como, por exemplo, os montes Sinai, Horeb, Tabor1. No nosso texto há um acontecimento importante nessa ˝subida˝ de Jesus: ele chamará para si aqueles que continuarão a sua missão.

Descendo do monte Jesus realiza a investidura apostólica, de um grupo que será guia para o novo povo de Deus. E ele é livre para chamar os que ele quer, reafirmando a nossa convicção de que a chamada vocacional é de iniciativa divina, e somente em Deus se encontra a resposta ao mistério da sua chamada. O Senhor chamou os que ele quis, ˝para que ficassem com ele˝. Antes de confiar uma missão ou uma vocação específica, o chamado é para ficar junto de Jesus, para que ele ensine à conformação e configuração dos discípulos ao Reino de seu Pai. Na nossa resposta à chamada divina, assim como os apóstolos, só somos enviados após um tempo

conveniente de convivência e formação.

A Palavra de Deus afirma que Jesus, vez por outra, chamava os seus discípulos para dar instruções, novos ensinamentos, descansar, estarem juntos e rezar. Porque Deus capacita os que ele chama, somos chamados a nos capacitarmos para podermos servir melhor. As escolhas de Deus fogem da lógica humana e sua chamada é irrevogável! Mesmo já havendo concretizado alguns passos dentro de uma vocação específica ele continua a chamar e a enviar em missão. Dentro das ENS, por exemplo, sabemos que Deus continua chamando para missões específicas, desde o Casal Responsável de Equipe até o Casal Responsável Internacional, e ele vai capacitando, a partir do que temos e somos.

Jesus chama para ficar com ele, compartilhar sua intimidade e receber seus ensinamentos. Examinemo-nos: como fazemos nossos discernimentos, as escolhas de nossos Casais Responsáveis. Por isso, é necessário, com Jesus encontrar, na Palavra e na oração qual é a vontade de Deus. Como ENS, que critérios usamos para escolher um Casal Responsável, um Sacerdote Conselheiro Espiritual/Acompanhante Espiritual para uma missão específica dentro do Movimento? Ele nos chamou para uma vocação, ele nos chamou para uma missão, como eu respondo?

FORMAÇÃO
˝Jesus chamou e enviou os que ele mesmo quis˝
1 Para incrementar essa leitura, pode-se cf. Texto base para o Ano Vocacional, Ed. CNBB, Brasília, 2022, pp. 58ss.
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Diário do Casal

habitual entre os casais, acendendo a chama do amor, que estava um pouco inibida. Com mais essa ferramenta, eles estão mais facilmente trilhando o caminho em busca da santidade, como pede o Padre Caffarel.

Como muitos, temos dificuldades no Dever de Sentar-se. O trabalho e os afazeres domésticos consomem nosso tempo e somos cientes que isso não justifica, pois precisamos fazer esse Ponto Concreto de Esforço que é um dos mais importantes do nosso Movimento.

Em fevereiro de 2022, Frei Leandro, carmelita, Sacerdote Conselheiro Espiritual do Setor Jaboatão B, Região PE IV, vendo a dificuldade dos casais para realizarem o Dever de Sentar-se, teve a ideia de criar o Diário do Casal, que consiste no envio semanal, por parte do conselheiro, de uma passagem bíblica e uma sugestão de leitura para o casal refletir juntos esse Diário. A prática está sendo muito utilizada pelos equipistas de outros Setores da Região PE IV, principalmente no nosso Setor Vitória/Pombos e Moreno.

Com essa prática melhorou significativamente o Dever de Sentar-se e isso constatamos nas reuniões formais, que vêm surtindo efeito positivo. Pois, em nossas reuniões, os casais falam que estão sendo mais atuantes na realização desse Ponto Concreto graças ao Diário.

Dessa forma, a prática do Dever de Sentar-se vem se tornando cada vez mais

Os casais estão mais ativos na caminhada nas ENS. O Diário motivou e fortaleceu mais a praticar o Evangelho com toda a sua excelência e fervor que todo casal equipista precisa ter. Somos feitos para amar e ele ensina a respeitar a nossa metade, ensina a pensar duas vezes antes das decisões bruscas, evitando as desavenças familiares – que não devem ocorrer. Ele nos mostra como devemos viver o sacramento do Matrimônio cristão e nos lembra sempre a olhar para o nosso cônjuge com mais paixão, amor, cumplicidade e vontade de estar juntos... Faz-nos lembrar do primeiro beijo, do SIM para a famosa pergunta ˝quer namorar comigo?˝.

O Diário mostra a importância da cumplicidade para o casal. Frei Leandro, através dessa sugestão, conseguiu resgatar o brilho no olhar de cada casal enamorado, lembrar o friozinho na barriga no dia do casamento, ver a nossa esposa e o esposo com as vestes matrimoniais. O sonho tornou-se realidade. O Diário do Casal tem a finalidade de preparar e ajudar para chegarmos, um dia, à santidade.

Temos certeza de que o Movimento das Equipes de Nossa Senhora é um dos caminhos que nos orientam à santidade. Que Deus e Nossa Senhora abençoem a todos. Amém!

EXPERIÊNCIAS INOVADORAS
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BODAS de PRATA

08 março 2023

Érica e Marcelo

Eq. N.S. Auxiliadora – Natal - RN

01 maio 2023

Ângela e Roberto

Eq. N.S. dos Navegantes – Manaus – AM

03 março 2023

02 março 2023

14 julho 2023

28 abril 2023

18 março 2023

02 maio 2023

Eliete e Sandro

Eq. N.S. da Imaculada Conceição – Itajai - SC

15 fevereiro 2023

Auxiliadora e Lito

Eq. N.S. da Defesa – Abaetetuba-PA

BODAS de OURO

Ana Maria e Edmilson

Eq. N.S. Perpétuo Socorro –Caucaia - CE

Sandra e Bitonio

Eq. N.S. Nossa Senhora Das Graças –Caucaia - CE

Lúcio e Carminha

Eq. N.S. Imaculada Conceição –Brasília - DF

Julia e Etelvino

Eq. N.S. das Dores – Manaus – AM

Nazaré e Reginaldo

Eq. N.S. Aparecida– Belém - PA

NOTÍCIAS
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Antônio Abílio da Helena 26.03.2023

Equipe N.S. das Graças Belo Jardim – PE

Alcântara da Terezinha 06.03.2023

Equipe N. S. do Pérpetuo Socorro Capanema - PA

Bonifácio da Maria 04.02.2023

Equipe N. S. de Guadalupe Castanhal - PA

N.S. Mãe Do Sagrado Coração De Jesus
18 março 2023 Eq.
São José Do Rio Preto - SP JUBILEU DE PRATA DAS EQUIPES VOLTA AO PAI
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Somos migrantes a caminho do Céu

A Palavra de Deus

- “Não se esqueçam da hospitalidade; foi praticando-a que, sem saber, alguns acolheram anjos.” Hb 13,2

Reflexão

- Em nossa caminhada rumo ao céu muitas coisas nos falta.A carência não é apenas do “vinho”, mas também da casa e da pátria.A casa é lugar do aconchego, da segurança e de proteção; a pátria nos dá a ideia da pertença.Para muitos,essas realidades básicas não são mais acessíveis,perderam a pátria,se tornaram estrangeiros.O Papa afirma que “é importante olhar para os emigrantes não somente com base na sua condição de regularidade ou irregularidade,mas sobretudo como pessoas que,tuteladas na sua dignidade,podem contribuir para o bem-estar e o progresso de todos”.

- Servir ao exemplo de Maria nos leva a uma profunda atitude de compaixão para com os sem moradia e sem pátria. Como devemos agir? No mesmo horizonte do Papa, podemos dizer que devemos acolher, proteger, promover e integrar. A vida do ser humano precisa ser cuidada e defendida. Não podemos colocar limites para

Oração espontânea

- Nesta oportunidade, convidamos todos os equipistas a realizarem uma hora de adoração ao S. Sacramento pelos

Oração Litúrgica

Oração pelo migrante

“S. Trindade, Pai, Filho e E. Santo, Vós que viveis a plena comunhão, nós Vos louvamos e agradecemos, porque convidais os homens de todas línguas, raças, povos e nações a viver em comunidade de amor. Fortalecei a solidariedade e cooperação entre as nações e nas nossas comunidades cristãs, para que cada migrante e refugiado seja respeitado na sua dignidade, compreendido e auxiliado na busca da paz, da segurança e do trabalho. Senhor, “não se trata só de migrantes”, mas de pessoas, de seu caráter sagrado, criadas à Vossa imagem e semelhança; trata-se da caridade de uns para com os outros, uma caridade que

- “Compartilhem o que vocês têm com os santos em suas necessidades. Pratiquem a hospitalidade.” Rm 12,13

o amor, necessitamos ir além dos critérios “pátria e moradia”, isto é, servir o outro de modo incondicional e livre. Ver Deus nesse próximo que eu posso acolher.

- Os gestos concretos de solidariedade devem estar presentes em nossas vidas. Somos equipistas para servir como Maria Santíssima. Ao ver as necessidades de nossos irmãos, como temos agido? A dor do outro tem sido experimentada em minha vida com compaixão? Quando foi a última vez que agi para amenizar a dor de quem não tem casa ou pátria? Não podemos mudar o mundo, mas podemos fazer muito por pessoas que sofrem ao nosso lado. Como diz S.Madre Teresa: “Quando um pobre morre de fome, não é porque Deus não cuidou dele. É porque nem você nem eu quisemos lhe dar o que ele precisava.” É tempo de rezar e fazer da nossa oração gestos de solidariedade.

ucranianos que perderam suas casas e pátria, após um ano de guerra e sofrimento. Rezemos por eles.

acolhe, partilha e integra; trata-se de edificar a Cidade de Deus, pois “somos concidadãos dos santos e membros da casa de Deus” (Ef 2,19). Concedei, Senhor, a paz e a tranquilidade aos migrantes e refugiados, protegei as suas famílias, acolhei os necessitados. Abri os nossos corações para que, juntos, nos comprometamos com a dignidade de cada um, vivendo na esperança de um futuro onde reine a reconciliação e a justiça. Maria, Mãe da humanidade, interceda por nós. Amém.

MEDITANDO EM EQUIPE
Pe. Franciel Lopes SCE Carta Mensal

Fome e Pastoreio

“Ao desembarcar, Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor”. (Mc 6, 34)

Senhor, faça que meus olhos sejam claros e simples,

Que meu olhar reflita teu olhar.

Que meu olhar transmita alegria, paz, confiança...

Que eu olhe a vida com assombro e descubra a beleza escondida.

Que eu olhe delicadamente o mistério de cada ser humano.

Que cresça em mim tantas outras fomes; A fome extraordinária da manifestação de Deus, Fome que faz buscar o que sacia; Fome que faz crescer meu anseio pelo Divino manifestada na fome de muitos; “Fome humanizadora”: fome de comunhão, de cuidado, de compaixão..., fome de novas relações, de um mundo novo... fome de vida!

Que eu me deixe afetar pelo olhar de dor, de busca, de esperança de cada irmão. Que Tu olhes, Senhor, com meus olhos, os meus irmãos mais necessitados.

Olha-me, Senhor, em silêncio, e faz com que teu olhar percorra toda minha vida.

Que eu volte à vida com o sorriso de Deus em meus olhos. E atitudes de compaixão e amor nas mãos e coração. Amém!

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