Revista OUSH! Brasil - Capa Especial Mulheres - Ano IV - Edição 13

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anoIV número13 abr2014

Uma revista com a cara do Nordeste R$ 9,90 - Abr/14

Elas podem muito!

Circulação Nacional

As mulheres até possuem um Dia Internacional, mas o destaque agora se tornou permanente

8 de março? São mães, continuam cuidando do lar, no entanto, os limites da casa ficaram pequenos. As conquistas do universo feminino as levaram a lugares antes ocupados exclusivamente pelos homens. E elas estão se saindo muito bem.

Entrevista

Secretário de Infraestrutura do Estado Marcos Vital

Cultura

Um tour pelo Museu Théo Brandão

Esportes

Caderno Especial com Tabela da Copa

MMA

Tudo sobre o Coliseu e o Prêmio Osvaldo Paquetá

Carreira

Conheça a diferença entre um Workaholic e um Worlover

Stand Up Paddle

Porque Alagoas tem tudo para se transformar na Meca do SUP Uma revista com a cara do Nordeste


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Galeria Bartyra Nogueira • (82) 3325.6930 • R. Dr. Antônio Gomes de Barros, 215 • loja 02 Quiosque Maceió Shopping • (82) 3325.4696 • Av. Comendador Gustavo Paiva, 2990 • 2º piso Quiosque Hiper Center Farol • Av Fernandes Lima, 3700

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Em edição limitada, um kit que convida à redescoberta da Páscoa através de seus aromas. Sabonetes hidratantes em formato de ovinho e fragrância de chocolate, capazes de surpreender e celebrar a tradição.

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Fotos Luiz Eduardo Vaz

Os melhores profissionais do Estado de Alagoas estão na mais com

PERÍODO De 28 de Março a 11 de Maio de 2014 LOCAL Av. Aristeu de Andrade, 256 - Farol - Maceió - AL www.casacor.com.br/alagoas/

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Media Partner

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pleta mostra de Arquitetura, Decoração e Paisagismo das Américas.

um olhar muda tudo

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EDITORIAL

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@MarcioMrotzeck

acreditamos! A edição de número #13 chega com muitas novidades, um projeto que nasceu até então desacreditado, vai mostrando para o que veio. Conquistando novos leitores e anunciantes a cada edição a OUSH! Brasil, além de respeito ganha também credibilidade em um mercado altamente exigente apresentando um trabalho sério, diferenciado e comprometido com a qualidade gráfica e editorial. Baixe o App da OUSH, é gratuíto. Disponível para iPad e iPhone. ;)

Reflexo disso é o crescimento e fortalecimento da equipe, a partir dessa edição, uma gama de novos, aliás, de novas colaboradoras, selecionadas criteriosiamente passam a enriquecer nossas páginas com um conteúdo de altíssima qualidade. Na página ao lado apresentamos esse seleto grupo, cada uma delas especialistas em sua áreas de atuação, assinam OUSH com satisfação e o compromisso de contribuir e enriquecer o dia-a-dia de nossos leitores, pois acreditam no potencial da revista. A matéria de capa dessa edição é muito especial, ela retrata o atual posicionamento da mulher no cenário nacional, confira ainda um guia completo da Copa do Mundo com a tabela de jogos, histórias das Alagoas, os Caminhos do São Francisco, Música, mundo SUP, 20 anos sem Ayrton Senna, um mega passeio pelo museu Théo Brandão, entrevista exclusiva com atleta Lyoto Machida, tudo sobre a semana nacional do MMA, Coliseu Extreme Fight edição 9, premiação do Oscar do MMA nacional, matéria especial sobre comportamento nas redes sociais, carreira, campanha promocional para o Dia das Mães, a tradicional sessão #MinhaFotoNaOUSH, uma emocionante homenagem ao empresário Guilherme Brandão e uma série de reportagens produzidas por nossa redação exclusivamente para seu entretenimento. Em um ano totalmente atípico, onde parte da nação para literalmente para torcer pelo Brasil na Copa do Mundo vamos ficar ligados e nos conscientizar também na escolha de nossos representantes no governo e no senado, é momento de reflexão, o Gigante não pode voltar a dormir.

Foto da Capa Stephanie Berghaeuser

Agora deguste com prazer a revista que todo mundo vê. E lê. OUSH! \o/

Image Bank SXC.hu

Marcio Mrotzeck de Araujo Publisher

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Equipe OUSH!

Antonio Maria do Vale A curiosidade é o principal ingrediente para uma boa matéria.

Yan Dantas

Amanda Melo

Uma imagem pode valer mais que mil palavras.

No mundo das curtidas, compartilhamentos e hashtgas.

Laura Cavazzani Fabiana Accioly Gula só é pecado pra quem não faz a escolha certa

Viviane Suzuki

Porque felicidade é ir além de um corpinho bonito.

Para um final feliz, toda brincadeira tem hora.

Lilian Mrotzeck Juliana Almeida

Laila Cordeiro

Segredos e prazeres da cozinha guardados a sete chaves.

Para quem não se contenta com o prefácio das coisas.

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Se você diz que pode, então você pode. Simples assim.

Alen Barbosa As percepções e aventuras de uma alagoana nos States.

Colaboradores


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SUMÁRIO

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56

74

38

48 60

Fotos Divulgação / SXC.hu

102 46

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"Vai. E, se der medo, vai com medo mesmo". Anônimo Uma revista com a cara do Nordeste


HOMENAGEM

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SEM FLASH MINHA FOTO NA OUSH NA FOLIA HISTÓRIA DAS ALAGOAS Fotos Divulgação

CAFECATURA AVANT-PREMIÈRE ENTREVISTA PRA SAIR DE CASA ESQUEÇA UM LIVRO LITERATURA DE CORDEL CAMINHOS DO SÃO FRANCISCO MMA NACIONAL

130

NO OCTÓGONO PRONTOS PARA LUTA CARREIRA CASA COR ALAGOAS MULHER NA OUSH CAPA

128 30 52

SINAL DE ALERTA CONEXÃO U.S.A.

mais...

UPGRADE

GULA SEM PECADO

Fotos Divulgação/SXC.hu

COISAS DE COZINHA

16 18 20 24 26 30 32 34 38 46 48 52 56 58 60 66 70 72 74 80 82 86 90 92

Sentindo na pele .............................................. 96 Mente sã corpo são ........................................ 98 Personagem ................................................... 100 Comportamento ............................................. 102 Curiosidades ................................................... 106 Copa do Mundo .............................................. 108 Orquestra de A a Z ......................................... 114 Mundo SUP ...................................................... 118 Música ............................................................. 124 Corridas de rua .............................................. 128 Memória .......................................................... 130

PUBLISHER/Diretor Executivo Marcio Mrotzeck de Araujo | Diretor Administrativo & Financeiro Mário Lôbo Jornalista

Responsável Renato Silvestre MTB 60968 | Fotografia OUSH! Brasil / Image Bank / SXC.hu I Equipe OUSH! Brasil Antonio Maria do Vale / Amanda Melo / Yan Dantas Gama | Colaboradores Felipe Camelo / Victor Lima Gomes / Laura Cavazzani / Juliana Almeida / Fabiana Accioly / Viviane Suzuki / Laila Carneiro / Alen Barbosa / Lílian Mrotzeck | Revisão Antonio Maria do Vale | Asses. Jurídica Dra. Ana Cláudia Rocha Lôbo | Projeto Gráfico MW Comunicação & Design Ltda. | Diagramação Marcio Mrotzeck de Araujo / Antonio Maria do Vale | Publicidade [publicidade@oushbrasil.com.br] | Distribuição Assinantes, Condômínios Residenciais, Centros Empresariais e Bancas de revista | Periodicidade bimestral | Impressão Moura Ramos Nota da redação A revista OUSH! Brasil não se responsabiliza por opiniões em artigos assinados, todos os dados apresentados nas matérias são de responsabilidade de seus autores, os quais não mantém nenhum vínculo empregatício com a mesma e todos os anúncios foram veiculados mediante prévia autorização das empresas. Os preços de produtos e/ou serviços divulgados nessa edição foram fornecidos por seus fabricantes ou distribuidores e podem sofrer alterações sem prévio aviso. Fica vedada a utilização, sem prévia autorização de textos e/ou fotos em qualquer outro veículo de comunicação. A revista OUSH! Brasil é uma publicação da OUSH BRASIL EDITORA LTDA, sob CNPJ 19.571.125/0001-08, para maiores informações, entre em contato pelos [redacao@oushbrasil.com.br] www.OUSHBrasil.com.br

Tel 82 3432.2100 / 9620.4222 / 9646.6777, envie suas críticas, sugestões e/ou elogios. E-mail www.OUSHBrasil .com.br


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HOMENAGEM

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Guerreiro Por Marcio Mrotzeck / Alen Barbosa Foto Guga Malta

Se fossemos colher depoimentos e histórias com esse guerreiro, as páginas da OUSH não seriam suficientes, um amigo carismático, autêntico, inteligente, alegre, referência, empreendedor, motivador, pai, sucesso... Me lembro como se fosse hoje. Uma das primeiras portas a se abrir para esse forasteiro recém chegado em Maceió no final de 2009, escritório do Grupo Guerreiros, na época buscavam alguém para trabalhar internamente com criação, como eu já tinha o projeto da OUSH! Brasil dando os primeiros passos, não foi possível fechar nada fixo, pois a missão demandaria tempo integral. No entanto após este primeiro contato, muitos outros trabalhos viriam a ser desenvolvidos... Ali nascia uma grande parceira. Guilherme foi um dos nossos primeiros anunciantes, veio na 2ª edição, viu a OUSH nascer. Dia desses atrás, olhando uma de nossas últimas edições me disse num tom muito sincero, “cara, sua revista é foda, que qualidade”. Humildade era uma de suas marcas... Ao passar pela esquina mais famosa de Alagoas, ainda custa cair a ficha. Aquele garoto sonhador que com sua garra, suor e inteligência apoiado pela força da família construiu um verdadeiro império, não está mais aqui... Você é um verdadeiro campeão irmão, um brinde ao seu sucesso, um brinde a essa nova estrela que brilha no céu. Todas as vezes que olharmos para o alto, a certeza é uma só, sabemos que você estará lá, torcendo por nós, muito obrigado por tudo!

“Houve um tempo em minha vida em que eu não acreditava em muita coisa. Não acreditava muito em mim e nem preciso dizer o que pensava das pessoas. E eu me lembro que um dia eu comprei o jornal e lá havia uma oferta de emprego para garçonete do MAIKAI. Me ofereci para a vaga porque eu precisava fazer alguma coisa por mim em algum momento e trabalhar me pareceu a coisa certa na época. Chegando lá, o Guilherme me aguardava e foi ele também quem me propôs: “você não prefere cuidar do setor de marketing ao invés de servir mesas?”. Aceitei a proposta porque cuidar do marketing do MAIKAI me pagaria melhor e me pareceu bem mais divertido do que servir, o que faria de bom grado de qualquer jeito. Dessa forma pude conviver com aquele que para mim se tornou um amigo, um modelo a seguir, a quem eu admirei mais a cada dia. Sao deles essas palavras: “Nada pode dar errado. Tudo o que você faz com dedicação e estratégia dará certo e não há outra opção. Aquilo que você acredita e se dedica de forma sistemática tenderá a dar certo porque essa é a lógica.” Aquilo fez todo sentido para mim na época e ainda hoje faz. E no meu coração só existe gratidão e respeito por aquele que foi e sempre será um dos grandes mestres com quem tive a honra de cruzar nessa vida. Uma das poucas pessoas que acreditou em mim quando nem eu acreditava. MAIKAI, ainda nas palavras do Guilherme, significa Minha Casa. E Foi assim que eu me senti trabalhando ao seu lado. Meu grande amigo e mentor, até logo mais e na próxima sou eu quem paga a rodada.”

Alen Barbosa (alagoana, hoje morando na Califórnia) Uma revista com a cara do Nordeste


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SEM FLASH

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Felipe Camelo Texto e fotos Felipe Camelo (para esta coluna)

Tempo de Momo

Aproveitei minhas férias na Gazeta de Alagoas para fazer meu 1° cruzeiro. No último dia 8 de fevereiro embarquei no Costa Fascinosa em Santos. No roteiro, Buenos Aires, Montevideo e Punta Del Este. Foram 8 dias indescritíveis e inesquecíveis. Voltei para Maceió a tempo de acompanhar os blocos que animam as prévias carnavalescas. Aqui, nesta 2ª coluna na OUSH! Brasil, pessoas que brilham por si só, sem a preocupação em aparecer. Justificam o nome da página, ‘Sem Flash’. Enquanto umas se esbaldam na folia, outras seguem seu ritmo normal de vida. Assim, aproveito para agradecer os comentários positivos e operantes da coluna da edição passada. E seguindo os passos do Rei Momo, aqui, ‘Sem Flash’!

Euzinho, num Master cruzeiro no Costa Fascinosa, saí de Santos indo até Buenos Aires, Montevideo e Punta Del Este, voltando reengergizado para Santos. 8 dias numa verdadeira cidade flutuante. Inesquecível, indescritível.

Estiloso todo, sempre, Bruno Patrício desbancando o Pirata do Caribe no dia do Pinto da Madrugada. Com detalhe extra, o algodão doce, que o outro Pirata não tinha...

Deixando o Camarote Vip do Palato ainda + no sabadão de carna-folia na Pajuçara, Charlotte Penicaut Perdigão. Além dos treinos na Top, Flávia Barros Correia encara qualquer tempo pra manter sua fina estampa em dia. E o maridão, Celso, apaixonadaço, claro.

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Paula Lyra, Ricardo & Cláudia Sampaio, entre os seletérrimos convidados de Zelito & Rosa Alice Lages, que todos os anos recebem num camarote privê, no jardim de casa, bem de frente pra folia. Chic Chic Chic!

Maravilhosa por dentro e por fora, Ivana Normande Wanderley no Museu Theo Brandão, entre os Filhinhos da Mamãe, numa cena baton, bom humor e unhas verdes.

Sabe tudo quando se fala em bom gosto, estilo, moda, atitude e afins, Clevis Oliveira, editor da Revista Maré na Gazeta de Alagoas, sempre presente nos maiores eventos da área Brasil afora. Fera!

Enquanto Cíntia Ribeiro, clicava tudo e todos, para a posteridade... Praticamente mamãe dos Filhinhos da Mamãe, Cármen Lúcia Dantas quando fazia a apresentação de meu pai, o troceiro Rubens Camelo entre os anos 40 e 60, como o homenageado do bloco este ano... Eternamente queridas!

Fofa desde o berço, Patrícia Rocha deixando saudades nas passarelas, minha eterna Top. Ganharam a advocacia e seus alunos universitários. Aqui, literalmente gatinha, em frente ao Lopana. Redundante!

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#MinhaFotoNaOUSH

Os clicks mais sensacionais de nossos leitores

Para participar, marque seus melhores momentos com nossa hashtag e fique na torcida!

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“Toda cidade tem uma linda revista. A OUSH!

Porque anunciar na Revista OUSH! Brasil... Somos um Canal de Mídia comprometido com a qualidade, tanto no conteúdo quanto na sua apresentação. Uma revista diferenciada seria uma tradução melhor, confira os resultados de quem já anuncia conosco e venha você também para OUSH! Brasil, a revista que todo mundo vê e lê. #ConteúdoDeVerdade #OUSHBrasil3anos

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Ligue 82 3432.2100 | 82 9620.4222 | publicidade@OUSHBrasil.com.br

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Maceió, a cidade mais linda do Brasil | Foto cedida gentilmente por Juliano Pessoa

Brasil é a revista que tem a mais linda cidade.”

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NA FOLIA

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Imagens

Chico Brandão / Gal Monteiro

Bobó do Pinto E quando o “cheiro” de férias estava acabando, o verão chegando ao fim, uma turma de amigos esbanjando alegria, alto astral e muita animação, resolveu fazer uma festa náutica sem fins lucrativos no primeiro dia do mês mais feliz do ano. O evento entre amigos recebeu o nome de Bobó do Pinto devido a uma brincadeira com um amigo do grupo, não tendo qualquer relação com o bloco Pinto da Madrugada. A festa aconteceu com a Maré baixa, gente bonita, muitas embarcações, jet skis e stand ups em um dia de sol intenso no mar de Pajuçara. A animação contou com o batuque da banda Sabáki, saindo da barraca Lopana em direção a crôa do antigo alagoinhas, com o DJ Nando Quintela, Arthur e a Orquestra de Frevo de Marechal Deodoro que fechou com chave de ouro, tudo isso regado com o bobó de camarão do restaurante Akuaba servido no mar para os convidados e todas as embarcações durante toda festa. A turma de amigos não esperava a repercussão que tomou, mas já prometeu que fará o possível para que a festa faça parte do calendário pré-carnavalesco de Maceió. Uma revista com a cara do Nordeste


Imagens

Carlucho Fotografias / Click Maceió

Sabáki Evolution Pelo 3º ano consecutivo o Bloco puxado pelo samba envolvente de Felipe Basset e a bateria Furiosa arrasta uma multidão de fãs nas prévias do carnaval de Maceió, pegando carona no tradicional Pinto da Madrugada, este ano após uma ação social que movimentou a cidade toda com a troca de latas de leite em pó, que foram doadas a instituições de caridade e doação de sangue pela camisa do Bloco, a avenida ficou linda, pintada de azul. Tu d o i s s o g r a ç a s a o s grandes padrinhos do Bloco, os empresários Mário e José Humberto Lôbo da Construtora Humberto Lôbo, a estrutura teve também o patrocínio e apoio de grandes marcas, como a Valedourado, Cerveja Schin, Parque Shopping Maceió, Artecores Impressão Digital, Revista OUSH! Brasil, Coliseu Extreme Fight, O Borrachão, Body Store, A l mei d a C ons truções , Praêro, Haras Alcatéia e co-produção da Suprema Entretenimento. Que venha o ano 2015 com Banda Sábaki na avenida. www.OUSHBrasil.com.br


HISTÓRIA DAS ALAGOAS

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O fato e a versão Por Antonio Maria do Vale Imagens Divulgação

22 de abril de 1500. Pedro Álvares Cabral finalmente descobre o Brasil após cruzar o Atlântico e ouvir em alto e bom som: “terra à vista!”. Mas em que litoral os portugueses pisaram pela primeira vez? Cuidado com a resposta! “(..)Neste dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra! Primeiramente dum grande monte, mui alto e redondo; e doutras serras mais baixas ao sul dele; e de terra chã, com grandes arvoredos: ao monte alto o capitão pôs nome, o Monte Pascoal, e à terra, a Terra da Vera Cruz. Mandou lançar o prumo. Acharam vinte e cinco braças; e, ao sol posto, obra de seis léguas da terra, surgimos âncoras, em dezenove braças – ancoragem limpa. Ali permanecemos toda aquela noite. E à quinta-feira, pela manhã, fizemos vela e seguimos direitos à terra, indo os navios pequenos diante, por dezessete, dezesseis, quinze, quatorze, treze, doze, dez e nove braças, até a meia légua da terra, onde todos lançamos âncoras em frente à boca de um rio. E chegaríamos a esta ancoragem às dez horas pouco mais ou menos. E sexta pela manhã, às oito horas pouco mais ou menos, por conselho dos pilotos, mandou o capitão levantar âncoras e fazer vela; e fomos ao longo da costa, com os batéis e esquifes amarrados à popa na direção do norte, para ver se achávamos alguma abrigada e bom pouso, onde nos demorássemos, para tomar água e lenha. Não que nos minguasse, mas por aqui nos acertamos.

E, velejando nós pela costa, acharam os ditos navios pequenos, obra de dez léguas do sítio donde tínhamos levantado ferro, um recife com um porto dentro, muito bom e muito seguro, com uma mui larga entrada. E meteram-se dentro e amainaram. As naus arribaram sobre eles; e um pouco antes do sol posto amainaram também, obra de uma légua do recife, e ancoraram em onze braças. Ao sábado pela manhã mandou o capitão fazer vela, e fomos demandar a entrada, a qual era mui larga e alta de seis a sete braças. Entraram todas as naus dentro; e ancoraram em cinco ou seis braças – ancoragem dentro tão grande, tão formosa e tão segura que podem abrigar-se nela mais de duzentos navios e naus. Deste Porto Seguro, da vossa Ilha da Vera Cruz, hoje, sexta-feira, primeiro dia de maio de 1500. Assina, Pero Vaz de Caminha”. Assim o escrivão da esquadra de Cabral endereçou a primeira de suas cartas ao Rei de Portugal, D. Manuel I, contando as boas novas que vinham do novo continente. Aparentemente não há nada de extraordinário no manuscrito, mas basta um geógrafo curioso disposto a comparar teoria e prática para uma surpreendente revelação vir à tona: o Brasil não foi descoberto na Bahia.

Primeiro contato Obra de Oscar Pereira da Silva retrata desembarque de Cabral no Brasil

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A discussão, embora desde sempre de bastidor, é antiga e possui fundamentos baseados não só na geração da dúvida como na comprovação técnica dos fatos. E se não foi na Bahia, onde então teria sido avistada pela primeira vez nossa terrinha por um dos marinheiros portugueses ao topo de uma Nau? Alagoas! Isso mesmo! Os lusitanos teriam enxergado não o litoral baiano, mas sim os tabuleiros costeiros da costa de Coruripe. E não se trata de falácia, a afirmação parte exatamente dos detalhes descritos na carta de Caminha que, geograficamente diferem, e muito, do que é visto em Porto Seguro, na Bahia. Considerada o marco literário da história do Brasil, o registro de Pero Vaz de Caminha é o que se pode chamar de “Certidão de Nascimento” de nosso país. Mas a carta ficou guardada a sete chaves e esquecida por mais de dois séculos no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, em Lisboa. Sendo redescoberta em 1773 por José de Seabra da Silva e publicada no Brasil apenas em 1817 na corografia brasílica do padre Manuel Aires de Casal. Este anonimato talvez tenha sido um dos principais motivos para o desencadeamento do ponto de descoberta de forma equivocada. E por que a Bahia? Como dito na carta de Caminha, Cabral não desembarcou em terra firme já no dia 22 de abril. Seguiu explorando o litoral e, mais que isso, realizou no dia 26 de abril, domingo de páscoa, a primeira missa no Brasil. Celebrada pelo Frei Henrique de Coimbra, um franciscano, esta sim, ocorreu em terras baianas, em Porto Seguro, onde uma cruz fora fincada num banco de areia. Em virtude da exploração da região, fato não realizado na costa alagoana, nada mais natural que associar o primeiro monte avistado àquele mais próximo da região, no caso, o Pascoal. Além disso, Salvador foi a capital do Brasil por longos anos e os historiadores e escritores pelo senso comum decretaram que o primeiro ponto avistado pela esquadra portuguesa foi a baía de Cabrália, em Porto Seguro. O tempo se encarregou de consolidar a estória e poucos são os historiadores que perseguem a verdade histórica sem se preocupar com a desestruturação do estabelecido. O historiador João Ribeiro Lemos é um dos defensores da descoberta do Brasil em Alagoas. Para ele, a descrição documental combina melhor com as falésias do povoado Barreiras, apostando ainda que é possível que a esquadra tenha descansado na enseada do Pontal do Coruripe, onde a nau de carga seguiu o curso do rio para recarregar o estoque de água e lenha da comitiva. A tese é reforçada por Jayme de Altavilla, que acrescenta que naquele local teria havido o primeiro contato dos portugueses com os nativos brasileiros. Aprofundando a história, chegamos as considerações que cercam o acontecimento. A carta de Caminha, que em 2005 foi inscrita no Programa Memória do Mundo da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – UNESCO; não se limita ao texto com qual iniciamos a matéria. Ela traz detalhes que reforçam a tese de que a costa alagoana tenha sido a primeira observada por Cabral. Um dos trechos descreve que, além das grandes barreiras que margeiam toda a faixa litorânea, há também “vinte ou vinte e cinco léguas por costa. De ponta a ponta, é tudo praia-palma, muito chã e muito formosa”, o que, única e exclusivamente, só corresponde às famosas falésias coloridas que se iniciam após a praia do Gunga, indo até o Pontal do Coruripe. www.OUSHBrasil.com.br

Falando tecnicamente, as vinte ou vinte e cinco léguas citadas pelo escrivão português, representam os cerca de 110 km de praias da região, onde se observam tais barreiras altas, vermelhas, laranjas, brancas e muito planas em seu topo. E esta não é a única coincidência, a nosso favor, e disparidade comparada ao dito oficial ensinado nos livros de história em nossas escolas. Outro trecho detalha a região destacando que “dirigia-se a noroeste quando avistou um grande monte, mui alto e redondo; e doutras serras mais baixas ao sul dele; e de terra chã, com grandes arvoredos”. Isto jamais seria visto no litoral baiano já que ao sul o Monte Pascoal, visto de nordeste ou de oeste, surge como um monte isolado, sem que apareçam as ditas serras mais baixas, muito menos ainda barreiras altas, praias planas, rios e lagoas de água doce que se encontravam com o mar, como se encontram até hoje. E são inúmeras as evidências que se seguem. No viés cartográfico, os graus, minutos e segundos das latitudes e longitudes informadas por Caminha, põem por água abaixo o apelo dos que se justificam dizendo que cinco séculos podem alterar completamente uma região do ponto de vista geográfico. O mar pode até virar terra e a terra virar mar, mas as posições serão sempre as mesmas, não é possível

Prova viva Carta de Pero Vaz de Caminha descreve litoral alagoano como local do descobrimento


HISTÓRIA DAS ALAGOAS

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Controvérsia Cabral não teria avistado a Bahia, fato desencadeado a partir da 1ª missa no Brasil

modificá-las. O azimute náutico não poderá ser outro senão a faixa composta pelo litoral de São Miguel dos Campos, Jequiá da Praia e Coruripe, reforçado ainda pelo trecho de Caminha que conta que “ao velejarem ao norte dez léguas, cerca de 55 quilômetros, encontraram um porto seguro num dos rios ou lagoas existentes na região, onde puderam ancorar”, o que só pode ser visto no nosso litoral sul. À medida que se lê a carta, provas e mais provas nas entrelinhas, despercebidas para aqueles que assim desejam interpretar, nos transportam a Coruripe, como quando o escrivão cita que “o capitão passou o rio, com todos nós outros, e fomos até uma lagoa grande de água doce, que está junto com a praia, porque toda aquela ribeira do mar é apaulada por cima, e sai a água por muitos lugares”. O doce em questão nos fixa novamente no litoral alagoano já que em Ilhéus ou Porto Seguro, diferente daqui, as lagoas são de água salgada, abastecidas durante a maré alta. A realidade é que Histórias por vezes são recortadas, quando não, construídas em sua origem de estórias que são oficializadas pelos mais diversos interesses. Exemplos não faltam. Por osmose, todos aprendem que os portugueses descobriram o Brasil. Certo? Na verdade a esquadra de Cabral pode não ter sido a primeira a navegar por nossas águas tépidas. Alguns historiadores defendem que outros navegadores teriam chegado ao Brasil em datas anteriores a Pedro Álvares Cabral, como a dupla de espanhóis Vicente Yáñez Pinzón e Diego de Lepe, e dos portugas João Coelho da Porta da Cruz e Duarte Pacheco Pereira, que teriam visitado a nossa costa, antes de 1500, ano oficial da descoberta. A razão de a descoberta ter sido creditada a Pedro Álvares Cabral pode ter sido o fato de, diferente dos demais, o comandante português contar com uma das maiores esquadras formadas durante a expansão marítima europeia, uma corrida travada, principalmente, entre França, Inglaterra, Holanda e Portugal entre os séculos XV e XVII. O maior objetivo era a obtenção de riquezas, tanto pela exploração da terra quanto pela submissão de pessoas ao trabalho escravo, indígenas e africanos.

Empolgado pelo sucesso da viagem de Vasco da Gama às Índias, o Rei D. Manuel I não poupou recursos para formar a esquadra que seria entregue a Cabral, uma vez que a pequena frota de Vasco da Gama tivera dificuldades em sua jornada além mar, apesar do objetivo alcançado. Para a empreitada no Atlântico, partiram de Lisboa treze embarcações e mais de mil homens, foram dez naus, uma delas afundou, três caravelas e uma naveta de mantimentos que, segundo estimativas, levara uma carga para cerca de dezoito meses de viagem. A travessia sem destino chegou ao Brasil 44 dias depois e, comandada por Gaspar de Lemos, a naveta foi a primeira das embarcações a retornar para Portugal com a carta de Pero Vaz de Caminha. Cabral também levara vantagem pela equipe que possuía, não recrutou apenas aventureiros, contava com o apoio de cozinheiros, padres, cartógrafos... Diferente, por exemplo, do espanhol Pinzón, que, depois de receber uma premiação por ter participado da expedição de Cristóvão Colombo que descobriu a América, decidiu realizar uma viagem por iniciativa própria, sem qualquer apoio financeiro por parte da coroa espanhola. Partiu com apenas quatro embarcações e, segundo alguns defendem, teria chegado ao Brasil, mais precisamente no Cabo de Santo Agostinho, em Pernambuco, bem antes da esquadra portuguesa chefiada por Cabral, em 26 de janeiro de 1500. Em função dos recursos limitados, Pinzón seguiu viagem e não retornou de imediato para divulgar sua descoberta. Teria contornado toda a costa brasileira rumo ao norte, chegando até o Rio Amazonas, de onde seguira viagem em direção as Guianas, partindo depois até o Caribe, de onde então teria retornado a Europa. Seguiram-se batalhas judiciais hoje arquivadas e que sequer fazem cócegas na História que se instituiu como verdadeira. São muitas versões, mas é por essas e outras que tudo leva a crer que o primeiro pedaço de terra brasileira avistada na missão de Cabral foi um dos montes da Serra Dois Irmãos, cujas características não encontramos em nenhum outro lugar. O monte Pascoal seria, na realidade, alagoano.

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CAFECATURA

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Café, papel e arte Por Antonio Maria do Vale Fotos Divulgação

A grande maioria das pessoas não resiste ao cheiro de um bom café. Com aroma e sabor inigualáveis, o pequeno e tão nobre grão agora também ganha espaço no mundo das artes. E tem alagoano se destacando na Coffee Art.

1995. Aula de matemática e, enquanto todos se descabelavam com as equações de 2º grau, as progressões geométricas e as matrizes, ele estava ao fundo da sala pondo seu lápis em ação. Nem o professor escapava e, tão logo a aula acabava, lá estava Humberto com mais um de seus desenhos, na maioria das vezes, caricaturas do que se passava entre as carteiras escolares e as conversas de seus companheiros de turma. Os anos se passaram e o alagoano Humberto de Freitas, de 37 anos, só aprimorou suas habilidades. Formou-se em publicidade, bem é verdade, hoje é diretor de arte de uma agência, mas a afinidade com desenhos está no sangue e não deu outra, concilia o trabalho, já prazeroso, com o que mais gosta de fazer. Os primeiros rabiscos começaram cedo, aos 6 anos de idade Humberto não podia ver papel e lápis de cor, nem cursos para melhorar sua técnica foi preciso, o alagoano é um autodidata por completo.

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Em 2010, quando trabalhava numa agência em Vitória/ES, onde atualmente reside, Humberto teria que criar uma peça publicitária sobre cafeicultura. Ele não sabia, mas as pesquisas se tornariam um divisor de águas em sua vida. Descobriu um artista colombiano que pintava quadros com café e decidiu que também faria o mesmo. Desvendou o processo e em pouco tempo surgiram as primeiras obras. E pra quem acha que o desenho apaga com o tempo, nada disso, a pintura é feita no estilo aquarela sobre papel canson e, se não houver nenhum contato do desenho com a água, não há como a arte ser apagada. O método de trabalho é aparentemente simples, o dom tem um peso infinitamente maior. Humberto geralmente observa as pessoas eo que há em volta, fazendo, entre um gole e outro de café, primeiro o esboço, para depois iniciar o preenchimento das tonalidades do desenho, sempre realçando os traços mais fortes. No final, além do belo desenho, uma obra que tem um perfume todo especial, um leve cheirinho de café que fica impregnado no papel. Humberto desenha de tudo, encara qualquer desafio, mas é nas caricaturas que faz mais sucesso. Além dos desenhos com café, Humberto também faz ilustrações digitais e mantém o hábito de praticar à mão livre, mesmo que, como quem anda de bicicleta, não corra o risco de desaprender o dom de desenhar em seu lado mais tradicional. Os elogios são permanentes, todos apreciam o trabalho do alagoano que, distante da terra natal, sente falta dos pais, amigos e das praias de Maceió. “Profissionalmente aqui e melhor, mas sempre que puder irei matar a saudade do lugar e das pessoas que amo”, disse.

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AVANT-PREMIÈRE

32 Por Victor Lima Gomes (Estudante, de 17 anos, do terceiro ano do Ensino Médio) Imagem Divulgação

É o horror! Insegurança e opiniões atabalhoadas não legitimam a intolerância; linchar marginais é tão perigoso quanto perseguir Rachel Sheherazade. Atitudes assim talvez sejam bem-vindas no Irã. Se não cortarem sua cabeça antes. Sherazade, a das Mil e uma Noites, criava todo dia um pedaço de estória para entreter o rei persa e fugir da morte. O dom do folhetim salvou a personagem de ser degolada. Outra Sheherazade (escrito com “he” no meio), a jornalista Rachel, possui uma coluna diária no principal telejornal do SBT. Os temas mais delicados e controversos são comentados por ela. Um dos últimos fez com que pedissem sua cabeça. Não literal, mas profissionalmente. O Brasil, com 50 mil homicídios por ano, não é violento à toa. A omissão do Estado no que concerne à segurança mostra-se patente. Surgem, então, as milícias de autodefesa. “Compreensível”, disse Sheherazade. Não deixa de ser. Mas também injustificável, ilegítimo e ilegal. Dessas definições a jornalista parece discordar. E tem sido moralmente linchada por seu dito reacionarismo. Soam equivocadas as frases de Sheherazade. Sem dúvida, sua homônima era muito mais habilidosa e delicada com as palavras. Um suposto assaltante foi preso a um poste, após ter sido espancado e deixado nu. Tudo obra de “justiceiros”. Os conceitos de Rachel – e de boa parte da população brasileira – respaldam, com ressalvas, as ações criminosas dos que agrediram o sujeito. Vale lembrar que a democracia americana foi fundada com a ajuda das autodefesas, cuja importância assegurou a segunda emenda constitucional dos EUA: todo cidadão tem direito de portar armas. Aqui mesmo, o fenômeno fez História. Com a criação da Guarda Nacional, no período da Regência. E com o cangaço, desdobramento do coronelismo. Este, o ausente mais que presente de Alagoas. As opiniões de Sheherazade, pois, não padecem de falta de fundamentação. O mal é outro. A justiça se moderniza em todo o mundo, tencionando resultados que fujam à pura e simples aplicação de penas severas. Sem que elas impliquem necessariamente a reabilitação do criminoso nem a reparação de danos. Em curso no Brasil, não obstante, está um sistema que não reabilita o preso, não o isola da sociedade ou previne novos delitos pelo didatismo. Daí a decorrência natural de uma segurança falha, em que proliferam sugestões as mais absurdas e extremas. Uma constitui-se de zelo excessivo ao delinquente, como se ele fosse uma vítima do capitalismo – ou sabe-se lá do quê. Outra, liberando os instintos mais bizarros da população, emerge munida do argumento de que é preciso fazer justiça com as próprias mãos. Quando a polícia falha, que se registre. No Estado mexicano de Michoacán, a guerrilha urbana virou rotina. Para combater o narcotráfico, grupos se formaram – passando a agir por conta própria. Os governos seriam corruptos; a polícia,

ineficaz. Até agora as consequências têm sido sanguinolentas. Cabe a pergunta: seria diferente se o Estado estivesse no comando? Dificilmente. Encurralado, o presidente Pieña Neto empresta ares de legalidade aos milicianos. Antes eles que o domínio exclusivo da chaga dos traficantes. O presidente, porém, está errado. Difícil entender as contradições dele. Num dia, diz que abrirá a exploração de petróleo a empresas privadas. Revertendo a nacionalização da PEMEX, feita por Lázaro Cárdenas na década de 1930. A mudança representa o progresso. Noutro dia, o presidente condescende com grupos que se entendem no direito de penalizar traficantes, prescindindo da constituição. Nada mais reacionário. A letargia dos governos frente à violência é um risco. O fato de ela propiciar que alguns joguem fora os fundamentos do Estado Democrático de Direito, enquanto outros aplaudem, mitiga qualquer chance de sucesso. Não se faz justiça arbitrando entre as leis que “devem” ser seguidas e as que não. Isso tem outro nome: vingança. Esta, eivada por paixões individuais, é prejudicial; motivada pelo ódio coletivo, origina os piores sistemas de governo. O próprio nazismo nasceu de tal preceito, dentre outros fatores. Dizendo-se protetores das garantias legais que solapam, justiceiros encontram-se à margem das leis. Se eles escolhem aquelas que lhes servem, e as que os implodem, tem-se um estado de exceção política. A democracia, com todos os seus defeitos, continua sendo o único meio pelo qual a sociedade muda para melhor. É através das instituições, regidas por regras claras, que se podem minimizar os efeitos nefastos da violência. Do contrário, criar-se-iam super humanos – e tão logo se tornariam super bandidos. Não se trata de cair na retórica fácil e desonesta do “coitadismo”, expediente dos defensores dos “direitos humanos” para bandidos. Mas de defender o império da justiça sobre as paixões humanas. Algo difícil quando crimes bárbaros são cometidos contra familiares, amigos. A razão, aí, perde para a emoção. Principalmente quando as instituições responsáveis (Polícia, Ministério Público) negligenciam as mais justas das demandas. O risco mora nesta combinação de violência e descaso do poder público; vem a indagação hamletiana: agir ou se omitir? Manifestantes violentos que tomaram o Brasil viraram a caricatura dessa dúvida. A corrupção de governos e o aumento da tarifa do transporte público não lhes dão o direito de sair quebrando tudo. Mesmo se suas reivindicações fossem tão justas quanto as de um pai que perde seu filho em um assalto. O que, óbvio, nunca serão. Em todo caso, a mediação institucional faz-se necessária. Para tanto, a Uma revista com a cara do Nordeste


hipocrisia

solução possível é a melhora das regras do jogo e de sua aplicação. O linchamento a que os trombadinhas (supostos ou não) foram submetidos agora se volta contra a âncora Rachel Sheherazade. Ainda que sua opinião fosse danosa à sociedade – como alegam seus pretensos censores –, é-lhe garantida a prerrogativa máxima e irrevogável da liberdade de expressão. Afinal, o exercício da liberdade não é pleno quando se falam coisas lindas e fofas das quais ninguém discorda. Ele se testa, isso sim, pela tolerância mesmo ao serem proferidos absurdos, ignomínias. Sheherazade não chegou a tanto. Apenas ignorou o direito inerente até das pessoas mais execráveis. No Irã, onde repousava a Pérsia da Sherazade literária, cabeças são degoladas até hoje. Aos que penduram gente em poste e também aos hipócritas e às fadinhas que defendem marginais e Black Blocs, mas perseguem a nossa Sheherazade, fica a dica: aproveitando os 35 anos da Revolução Iraniana, mudem-se para o país dos aiatolás. O conceito de democracia deles é bem parecido com o seu.

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ENTREVISTA

34 Destinado a desafios

Por Marcio Mrotzeck

Desde cedo ele tem a companhia da responsabilidade em sua vida. A Secretaria de Estado de Infraestrutura é a mais recente delas e, para o novo secretário da pasta, Marcos Vital, trabalho e suor não faltarão durante esta jornada. Ele é pernambucano, mas apenas por um pequeno detalhe. Nasceu em Recife, porque só assim teria sido já que, pela gravidez de risco de sua querida mãe, Dona Arimar Cavalcante, já aos 46 anos, não havia alternativa senão dar a luz na Veneza brasileira. Como se auto naturaliza, se considera um alagoano por inteiro e vem de uma família tradicional de Palmeira dos Índios, onde seu avô foi prefeito por três vezes na década de 20. Aos 11 anos já auxiliava o pai, Tassiano Cavalcante, que o deixou quinze anos atrás aos 94 anos, ainda no início da formação da empresa da família. Formou-se em economia pela Universidade Federal de Alagoas – UFAL, e dedicou quase que toda sua vida a atividade empresarial que a família ergueu com muito trabalho, a tradicional Casa Lavor, que hoje não existe mais. Pai de três filhos, Maria de 16 anos, Caio de 22 e Bruno de 24, já desempenhou atividades de liderança em diversas instituições, já presidiu a Aliança Comercial dos Retalhistas, como o pai fez na década de 60, foi vice-presidente da Associação Comercial de Maceió e da Federação do Comércio, atuou como conselheiro do Sebrae, passou pela COPERCON, além de já ter gerenciado a Secretaria de Turismo do Estado e o DER em Alagoas. Filho caçula de um total de quatro irmãos, este é Marcos Antônio Cavalcante Vital que, aos 49 anos, é o novo Secretário de Estado da Infraestrutura. Sem cerimônias, ele recebeu OUSH! Brasil para uma conversa bem descontraída, onde falou de sua história na iniciativa privada, de sua passagem a vida pública, do desafio que tem pela frente, além de preencher ainda mais o pequeno perfil que traçamos de início. Marcos Vital é bem mais que isso. OUSH! Brasil - Com tanta bagagem na carreira empresarial, o que te trouxe a vida pública? Marcos Vital – Esse novo cenário se deu da necessidade de recomeçar a vida. Nossa empresa privada encerrou um lindo ciclo de 75 anos de negócios. Com a morte de meu pai, decidimos reconstruir a vida desempenhando outras atividades. Primeiro, recebi um convite para participar da Secretaria de Estado do Turismo através do então secretário Virgínio Loureiro, com a responsabilidade de criar uma pasta para investimento, a primeira superintendência de investimento dentro do turismo em Alagoas que tinha como principal objetivo captar recursos, novos negócios e empreendimentos, além do suporte e motivação aos empresários locais que já trabalhavam com o turismo, incentivando-os a ampliar suas atividades. OUSH! Brasil – O que foi feito para que o turismo em Alagoas fosse visto e trabalhado de outra forma? Marcos Vital - Tínhamos uma insatisfação local com o apoio inexistente à época, buscamos em conjunto com a Secretaria de Infraestrutura mudar o cenário e o resultado foi muito satisfatório.

Saíram do papel ideias que surgiram e foram planejadas na superintendência de investimento, com a ajuda do secretario Marco Fireman, vieram a duplicação da AL-101 SUL até a Barra de São Miguel e outras rodovias recuperadas, conseguimos também alavancar os negócios, temos o Ritz, o Salinas, o Kenoa, o Radisson, o Gunga Poranga, o Ponta Verde e tantos outros empreendimentos que hoje representam como o turismo no estado se desenvolveu. Vivi essas mudanças dentro da secretaria de turismo, percorrendo ao mesmo a da infraestrutura e também o DER, retornando agora novamente a Secretaria de Infraestrutura do Estado. OUSH! Brasil – E qual a contribuição da vida empresarial na gestão pública? Marcos Vital – Na verdade, o mais importante da vida privada é o fato de que não se pode parar no tempo. Mesmo sendo o melhor num dado momento, esta situação é passageira, é preciso trabalhar com excelência, buscar a melhoria contínua. Colocamos esta discussão na mesa das secretarias de turismo e infraestrutura e conversamos com o governador, o investidor precisava ter em mão um plano político com todos os benefícios que teria ao vir para o nosso estado. Não queríamos Alagoas como mais um destino turístico, queríamos Alagoas como o melhor destino turístico. O conhecimento das décadas a frente de uma grande empresa facilitou muito a identificação de onde poderíamos e deveríamos melhorar primeiro. OUSH! Brasil – O que mudou no turismo de Alagoas nestas últimas décadas? Marcos Vital – Captamos empreendimentos diferenciados. Empreendimentos, por exemplo, que trabalham com o turismo sustentável sob todos os aspectos. Eles não são de grande porte e não geram impacto nocivo ao meio ambiente. O perfil do turista que nos visita também mudou, hoje é do tipo que busca novas experiências e que costuma fixar raízes, voltando mais vezes, diferente do turismo predador, com associação ao sexo, que por muitos anos se tornou atrativo no Nordeste. Junto com o Governo do Estado e o Ministério Público chegamos a barrar empreendimentos que viriam para Alagoas com esse propósito. A melhor oferta de estrutura também contribuiu muito para que chegássemos ao estágio atual, que ainda encontra-se em seu processo de melhorias. Precisamos melhorar nossa mobilidade, realizar obras de necessidade básica, como o saneamento que será determinante para a implantação de novos hotéis e pousadas na Praia do Francês. Toda essa interlocução entre secretarias é necessária. Muita gente vem trabalhando nisso: Marco Fireman, Danielle Novis, Manoel Messias, o próprio querido e saudoso Virgínio Loureiro, muitos deles hoje gestores públicos, mas que iniciaram suas carreiras como Uma revista com a cara do Nordeste


Marcos Vital

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Foto Assessoria

“Para se obter sucesso é preciso 95% de transpiração e apenas 5% de inspiração, é preciso trabalhar muito e sempre para alcançar os objetivos”.


ENTREVISTA

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empresários, além das parcerias com instituições como o Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), o Banco Interamericano do Desenvolvimento (BID) e o Banco Mundial. OUSH! Brasil – O que difere estas pessoas de quem não possui experiência empresarial? Marcos Vital – Essa nossa luta na inciativa privada, essa dedicação classista, a relação que construímos com as entidades do setor privado, o contato que já existia como fornecedor para os empresários do trade turístico e do ramo da infraestrutura, nos facilita o entendimento do que realmente é necessário e nos abre portas de maneira mais eficiente. Conhecemos essa linguagem e com isso facilitamos a interlocução entre estes empreendedores e os setores públicos e de investimento, Ministério Público, órgãos ambientais, secretarias, bancos. Essa inter-relação é um dos agentes que proporcionaram a abertura de mais de 30 empreendimentos, por exemplo, no ramo do turismo em Alagoas.

“O reconhecimento em Alagoas pode ser caracterizado como a falta de críticas. Quando não somos criticados é sinal de que estamos realizando um bom trabalho. As pessoas diretamente afetadas pelo problema é que nos agradecem pelo apoio”.

OUSH! Brasil – Existiram grandes desafios nesta jornada? Marcos Vital – Quando cheguei a superintendência pública de transporte, tinha como principal função apoiar o então Diretorpresidente do Departamento de Estradas e Rodagem de Alagoas, Manoel Messias, o trabalho ia de vento em popa e Manoel teve que ausentar-se para cuidar de sua saúde, quando fui convidado a assumir o DER. Com apenas três meses de gestão veio a prova de fogo. Tivemos em 2010 a catástrofe das enchentes que atingiram de maneira expressiva 19 municípios alagoanos. Realizamos uma força tarefa e a eficiência de nosso trabalho era fundamental naquele momento, precisávamos recuperar no menor tempo possível acesso

a estas cidades, trechos de rodovias, cabeceiras de pontes, no total, 209 obras em caráter emergencial. Foram mais de 400 km de estradas vicinais e mais 60 km de rodovias que deveriam ser recuperadas em tempo recorde, 54 pontes reconstruídas, 62 ruas danificadas num total de mais de 85.000m² de vias urbanas. Foram dois anos de trabalho duro, mas bastante gratificante, entregamos tudo com uma qualidade até superior do que existia anteriormente. OUSH! Brasil – O reconhecimento acontece nestes casos? Marcos Vital – O reconhecimento em Alagoas pode ser caracterizado como a falta de críticas. Quando não somos criticados é sinal de que estamos realizando um bom trabalho. Neste caso das enchentes, as pessoas diretamente afetadas pelo problema é que nos agradecem pelo apoio e energia utilizada na solução, mas isto é pontual. Foram mais de 17 mil novas casas construídas, temos um ciclo de enchentes que acarreta catástrofes a cada 10 anos e encontramos durante este trabalho pessoas que viviam de maneira improvisada desde a enchente de 1989 e que também passaram pela de 2000, ganhando uma moradia digna apenas depois de vinte anos de sofrimento. Os problemas existem, sim eles existem, continuarão, sim, continuarão, porém continuaremos trabalhando para que eles diminuam significativamente. OUSH! Brasil – Quais os principais entraves para um melhor desenvolvimento do estado? Marcos Vital – Para se obter sucesso é preciso 95% de transpiração e apenas 5% de inspiração, é preciso trabalhar muito e sempre para alcançar os objetivos. Eu fico indignado com o que é visto em novelas, onde os personagens ficam ricos do dia pra noite sem qualquer esforço. Isso é passado para uma geração inteira e a vida real não é assim. Aprendi com meu pai, aos onze anos de idade, que eu tenho que trabalhar muito pra conquistar as coisas. Passo isso para os meus filhos em casa e para minha equipe no trabalho, que conquistamos os resultados com transpiração e trabalho. Na iniciativa privada foi assim e na pública não será diferente. Não acredito que existam entraves para quem trabalha. Posso dizer que hoje assumo uma Secretaria em que não necessitarei realizar melhorias, felizmente terei apenas que dar continuidade ao trabalho que vem sendo realizado, isso sim será difícil, manter o ritmo será meu maior desafio. Assumir uma pasta de quem desempenhou um bom trabalho é 10 vezes mais difícil que gerenciar uma secretaria com resultados pouco expressivos. Estamos falando de uma pasta que realizou ao longo destes sete anos obras intangíveis que proporcionarão o desenvolvimento de regiões inteiras, como o Canal do Sertão, que pretendemos entregar até o km 123 até o final do mandato, e a duplicação da AL-101 Sul, duas das maiores obras já realizadas em toda história de Alagoas. Eu acredito que o entrave estará na demanda que surge em função do que realizamos, será difícil atender a todas as necessidades geradas, o problema, se é que podemos chamar assim, será o trabalho consequente do trabalho. Isso é gratificante e preocupante ao mesmo tempo, precisaremos revigorar nossa energia. OUSH! Brasil – Como a iniciativa privada pode interagir com a gestão pública no processo de desenvolvimento de Alagoas? Marcos Vital – Hoje nós temos excepcionais parcerias com a iniciativa privada. Seja com os sindicatos, com as federações das indústrias e da agricultura, ou com empreendedores locais. Os Uma revista com a cara do Nordeste


resultados são ainda maiores nestes casos e mais rápidos do que se tivessem sido executados apenas pelo poder público. Dentre tantos exemplos, temos o caso da aftosa, que foi resolvido em conjunto com o setor agropecuário, depois de tantos anos conseguimos erradicar o problema. Essa interação tem aumentado, muito até em função do que já conversamos sobre a inserção de antigos empresários na gestão pública. Outro fator que vem mudando em Alagoas é que o foco individual tem sido deixado de lado, tem se pensado mais no coletivo, o estado tem sido priorizado e colocado em primeiro plano. Percebese nitidamente que num mundo globalizado não há qualquer possibilidade da iniciativa privada ou o poder público obterem sucesso se não andarem paralelamente, esta parceria é fundamental e digo mais, deve também se estender a outras organizações, como as sociais, ambientais e religiosas. Para avançarmos é preciso conhecer e dialogar com esta interdependência. A iniciativa privada abandonou seu modelo de gestão colonial e hoje seus líderes sabem que empresas e governo não funcionam sem uma correlação de ações, o que também ocorre no poder público. Não existe mais restrição por interesse individual, a clareza e o bem coletivo se sobressaem atualmente. Temos movimentos pela competitividade que são movidos por grandes empresários, como Jorge Gerdau, e que desempenham papel de consultoria dentro das decisões políticas. É um caminho sem volta, não há como tratar um assunto de interesse público sem o envolvimento de todas as camadas da sociedade. É preciso ouvir todo mundo.

“Tenho uma gratidão imensa por todos que participaram da minha jornada, desde quem me aqueceu e revigorou com um cafezinho quanto aqueles que se posicionavam no topo do organograma”.

OUSH! Brasil – Tendo passado pelo turismo, que possui um grande potencial em nosso estado, e pelo DER, que possui ligação direta com o desenvolvimento de Alagoas, o que espera a frente de uma pasta tão importante quanto à da Infraestrutura? Marcos Vital – Primeiro, espero ter saúde e energia pra encarar este desafio. Se a continuidade ocorrer e conseguirmos realizar todo www.OUSHBrasil.com.br

o elenco de obras que temos pela frente, isto já representará um grande resultado. Eu tenho certeza que a nossa vontade de executar é bem maior que qualquer obstáculo que possamos encontrar. Conto com apoio de equipes muito competentes no DER, na Casal, que se reestruturou nos últimos anos; na SEVEAL e aqui na SEINFRA, onde fui recebido maravilhosamente bem e tenho a certeza de que serei assessorado por profissionais extraordinários, que me receberam de braços abertos e têm se mostrado dedicados ao extremo em suas responsabilidades. Esse apoio incondicional é importante, sem ele não teria tido sucesso na minha vida como empresário e não teria chegado até aqui, tenho uma gratidão imensa por todos que participaram dessa minha jornada, desde quem me aqueceu e revigorou com um cafezinho quanto aqueles que se posicionavam no topo do organograma. Não perderemos tempo inventando projetos mirabolantes quando poderemos realizar as grandes ideias que já estão em andamento, priorizaremos o fazer neste momento. De novo, colocaremos um esforço sem precedentes na questão da AL-101 Norte, contando com o apoio de uma equipe multisetorial que envolve as Secretarias do Turismo, do Planejamento e do DNIT na composição do projeto destinado ao Ministério dos Transportes para que essa obra seja colocada em prática o mais rápido possível. Queremos resolver o problema de saturação das vias daquela região e, consequentemente, proporcionar desenvolvimento àqueles municípios. OUSH! Brasil – Apaixonado ou destinado a grandes desafios, quem é Marcos Vital? Marcos Vital – Sou uma pessoa que recebeu uma lição de vida, uma herança, extraordinária. Que teve um pai extremamente sofrido, que se ergueu do nada, quando aos nove anos trabalhava para sustentar a mãe e uma tia; que trabalhou a vida inteira; natural de Propriá, em Sergipe; e que atravessou o rio para chegar a Alagoas, na cidade de Penedo, onde se tornou caixeiro viajante com um salvo conduto de Lampião que o permitia vender tecido; extremamente rude, tão quanto correto e trabalhador. Exemplificome nesta herança deixada por meu pai e na contrariedade de perfil de minha mãe, com uma simplicidade peculiar, muito religiosa e que me deu o equilíbrio para entender que, apesar da dureza da vida, precisamos ter uma pitada de sensibilidade. Ensinando-me também a importância de viver em família, tornando Marcos Vital um pai que adora viajar e estar com sua família e um amigo que não perde a oportunidade de estar com quem gosta. Amigos que cativei aos onze anos ainda no Colégio Marista e que carrego até hoje, que frequentam minha casa e que mantêm acesa a amizade verdadeira. Isso não tem preço, esses valores na verdade são muito caros, não podem ser comprados. Entendo perfeitamente que os cargos, por mais importantes que sejam, são passageiros, e que o que fica pra sempre são os contatos construídos com estas pessoas e o retorno diário ao convívio familiar. Disse inclusive em meu discurso de posse nesta Secretaria que, diante de tal honra, para meus verdadeiros amigos eu continuava sendo o Marquinhos. Neste dia, estava muito nervoso e meu irmão me entregou um lenço, pensei a princípio que seria para amenizar o brilho da careca, mas, observei por uma letra de canto no tecido, que se tratava de um lenço que pertencia ao meu pai. Aquilo foi um bálsamo e tudo se tranquilizou, relembrei que ele havia passado por desafios bem maiores e senti sua presença, simbolicamente, através do gesto de meu irmão. E enxuguei a careca, que fique registrado. Recebemos pancada e críticas, mas estes valores, ninguém me tira.


PRA SAIR DE CASA

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Entrem, por favor! Por Antonio Maria do Vale Fotos Divulgação/OUSH Brasil

Roteiro pouco apreciado pelos maceioenses, visitar os museus da capital alagoana é mergulhar nos livros de história e experimentá-las interagindo com peças que tornam o passado permanentemente vivo no presente. Eles estão lá, embora passem despercebidos pela grande maioria dos alagoanos. Espalhados, principalmente, pelo histórico bairro do Jaraguá, na Praia da Avenida e no Centro da cidade, os museus da capital alagoana possuem uma riqueza imensurável e esperam de portas abertas os visitantes para um passeio pela história de Alagoas e seus personagens. Para os que nunca tiveram a surpreendente experiência de visitar um deles, daremos um empurrãozinho numa série que OUSH! Brasil trará em suas próximas edições, apresentando os principais museus de Maceió.

Na estreia, subiremos as escadas de acesso do mais famoso deles, o Museu de antropologia e folclore Théo Brandão que, com sua arquitetura secular, expõe um dos maiores acervos culturais de Alagoas. Já na entrada, fomos recepcionados por um guerreiro construído em ferro e por Victor Souza, estudante do curso de História da Universidade Federal de Alagoas que, como bolsista, como todos os demais mediadores do museu, nos acompanhou durante todo o passeio, apresentando cada um dos espaços e tirando todas as dúvidas que surgiram em relação as exposições.

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A excursão começa pela sala “Brava gente alagoana”, onde a essência do museu é passada com um pouco da história de Theo Brandão, que é recheada de surpresas e curiosidades. A primeira delas é que, como muitos podem acreditar, o prédio nunca foi a residência do folclorista, tendo pertencido na verdade a família Machado, a quem também pertencia a histórica Fábrica Carmem, em Fernão Velho. Com foco na cultura popular de Alagoas, o espaço também possui peças de outros estados, como Sergipe e Pernambuco, e países, como México e Portugal. Entretanto, a maior parte do acervo é formada por peças que pertenceram a Théo Brandão, que também foi médico e o primeiro professor de antropologia da UFAL.

Fotos Antonio Maria do Vale

E foi nas consultas que o alagoano, natural de Viçosa, começou a se encantar com a cultura alagoana. Ao ouvir de seus pacientes as mirabolantes e seculares receitas e crendices populares, foi a campo para aprofundar-se ainda mais sobre estes costumes peculiares. Descobriu o folclore e dali em diante passou a dedicar-se quase que exclusivamente ao estudo da atividade. Em 1975, aposentou-se e decidiu então criar um museu. Doou peças para alunos que fizeram a

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primeira exposição no Campus da UFAL que ainda funcionava onde hoje fica o DETRAN, no Pontal da Barra, local também onde o museu foi instalado quando fundado. São muitas histórias e não vamos nos precipitar em contar todas elas, queremos que você as viva presenciando de perto a riqueza de detalhes das peças que estão expostas no museu, muitas delas mostraremos, propositalmente, embaçadas, um aperitivo motivacional para quem nunca sentiu o prazer de visitar o Museu Théo Brandão. Continuando o passeio, chegamos a sala “O fazer alagoano”, que é dedicada a arte popular e ao artesanato de uma forma geral, com ênfase na diversidade de materiais utilizados como matériaprima. São obras feitas em cerâmica, madeira, papel machê e palha, neste último caso, com forte influência da cultura indígena. Duas moringas, também chamadas de pote ou quartinha, possuem certo destaque entre tantas peças expostas e nos remete a outra descoberta: o projeto da bandeira de Alagoas, instituida em 23 de setembro de 1963, é de autoria de Théo Brandão que baseou-se nos autos de folguedos e nos clubes de futebol mais tradicionais para definição

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de suas cores, embora algumas explicações direcionem a justificativa ao mesmo princípio da bandeira francesa, relacionando-a aos ideais de sua Revolução: liberdade, igualdade e fraternidade. O tour prossegue e entramos na sala “Sabor alagoano”, toda ornamentada com peças associadas a culinária regional, especialmente formada por panelas e potes de barro, cabaças, conchas fabricadas com cascos de côco, além de um conjunto de tigelas feitas por índios Xucuruskariris, uma das 12 tribos indígenas remanescentes de Alagoas. A atração da sala fica por conta de uma receita completa de tapioca descrita a borda das prateleiras. Iguaria que já chegou até a fazer parte da exposição anos atrás, quando era feita na hora. Logo em seguida, está a sala “O que há de novo”, espaço mais recente do museu que, desde 2005, dedica-se a cultura popular contemporânea de artistas ainda em atividade. Estão expostas no espaço obras de alagoanos, sergipanos e pernambucanos, todas elas bem coloridas e talhadas em madeira. Logo ao lado fica a loja do museu, que aqui batizaremos de “Espaço das tentações”. Quem é do tipo que adora visitar feirinhas de artesanato

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pode preparar o bolso porque as peças à venda são bem mais originais, além de assinadas por grandes artistas locais. Se encontra de tudo um pouco: os tradicionais trios de forró em barro, mini guerreiros com seus chapéus espelhados, chinelos e bolsas em couro legítimo, jangadas, imagens sacras, livros de Théo Brandão e inúmeros livretos de literatura de cordel. E se você passar por elas sem gastar nenhum tostão, prepare-se então para agradecer aos ceús porque a próxima parada é na sala da “Fé”. São dois módulos destinados a exposição da religiosidade do nordestino. No primeiro deles, o catolicismo popular é representado por inúmeras réplicas de parte do corpo que foram utilizadas para pagamento de promessas. Pela variedade, é possível identificar os mais diversificados pedido de cura. Importante dizer que todas as peças são originais, tendo sido retiradas de igrejas onde os fieis realizaram seus votos. No segundo espaço, observamos o sincretismo das religiões no Brasil com as influências europeia, africana e indígena, retratadas nas imagens da exposição, onde convivem em harmonia São Jorge, Padre Cícero, Preto Velho, Iemanjá e várias outros

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orixás ligados diretamente a crença regional, além de atabaques doados por pais de santo ao museu. Cabe ressaltar que o Candomblé ja foi, por muito tempo, considerado distúrbio mental e ato subversivo, sendo seus praticantes perseguidos pela polícia. Outros detalhes peculiares fazem parte da sala, dentre os quais, as oferendas que são deixadas por visitantes. Encontramos em meio as imagens muitas moedas, elásticos de cabelo e até um passaporte, deixado por um turista finlandês que visitou o museu. Nesta sala, finalizamos a visita ao primeiro piso do Théo Brandão. No andar de cima, mais duas exposições permanentes dividem as atenções entre os folguedos locais e os tradicionais blocos de carnaval, são os festejos alagoanos. Pendurados ao centro de paredes de taipa ovais, estão os chapéus de Guerreiro, também conhecidos como chapéus de igreja, na companhia de um solitário representante da Chegança, alguns deles com mais de 60 anos. Estando por lá, não perca a oportunidade de ir até a varanda observar um pouco o mar da Praia da

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Avenida que, caso sua visita seja num lindo dia de sol, estará com o verde mais inconfundível das praias da capital, apesar de tudo. Nas paredes, canções que embalam os folguedos, poesias e cordéis encontram-se descritos, uma homenagem a literatura que também possui seus traços endêmicos no Nordeste. Pra finalizar, você irá se sentir, literalmente, dentro de um bloco de carnaval, daqueles a moda antiga, que promovem saudosismo até nos mais jovens. São vários os standarts expostos, muitos deles bem antigos, de grupos extintos como o “11 mil virgens”, fundado em 1935, e o “Vou botar fora”, de 1936. No canto da sala, uma imensa boneca, a Moreninha, um dos blocos mais tradicionais da cidade de Quebrângulo, no interior do estado. Poucos sabem, mas o “Filhinhos da mamãe”, que desfila há mais de 30 anos no pré-carnaval de Maceió, pelas ruas do Jaraguá, é um bloco fundado e mantido pelo museu, que também mantém em seu acervo vários exemplares de Bumba-meu-boi. A experiência é única, o aprendizado prazeroso e o conhecimento adquirido de valor incalculável. Da próxima vez em que estiver diante do Museu Théo Brandão, não pense duas vezes, entre!

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INICIATIVA

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Por Antonio Maria do Vale Fotos Divulgação

Sabe aquele livro que anda esquecido e que você sequer chegou a folhear? Conheça o projeto que promove o desapego literário e que dará ao seu livro o melhor dos destinos: as mãos de alguém que irá lê-lo por inteiro. Nos Estados Unidos ele já existe desde 2001. Por lá é conhecido como BookCrossing e chegou ao Brasil através do jornalista Felipe Brandão, que adaptou a versão americana no projeto que resolveu chamar de “Esqueça um livro”. A ideia é incentivar as pessoas a doarem livros esquecendo-os em locais públicos, quem encontrálos, deverá dar continuidade a ação esquecendo-os novamente tão logo concluam a leitura. Tudo é devidamente explicado num marcador de página que acompanha os livros e que traz todas as informações sobre o propósito do projeto. A página que Felipe criou no Facebook, até o fechamento desta edição, já se encaminhava para os 19 mil fãs, buscando, como descrito na foto de capa, o desapego literário com o propósito da distribuição de conhecimento. No último dia 25 de janeiro o jornalista separou 600 títulos para esquecer pela cidade, decretando a data como o dia do “esqueça um livro”, ganhando o apoio de centenas de pessoas que se juntaram a causa e elevaram a marca para mais de dois mil exemplares propositalmente esquecidos. O efeito cadeia não parou por aí e chegou a Alagoas quando Carol Almeida conheceu o projeto através do marido, que lhe mostrou a página de Felipe Brandão na rede social. Ela adorou a ideia e, de início, pensava apenas em separar alguns livros e convidar

uns amigos para esquecer uns livros por aí. Logo percebeu que poderia fazer mais e, para descentralizar a iniciativa, também criou uma página no Facebook, surgia o “Esqueça um livro em Maceió”. Formada em Relações Públicas pela Universidade Federal de Alagoas – UFAL, Carol convive com o hábito da leitura desde cedo, “minha ligação vem de casa, minha mãe é professora de Português e minha maior incentivadora. Quando comecei a ler, ela me deu de presente uma assinatura dos gibis da Turma da Mônica. Eu devorava as historinhas! A partir delas, surgiu o interesse por livros”, explicou. Hoje os gibis deram lugar aos mais variados textos, Carol agora lê de tudo, de poesias a publicações científicas, embora confesse que não esteja lendo tanto quanto gostaria. “Possuo muitos livros, sempre tem alguns na fila esperando para ser lidos. Confesso que estou numa fase “má leitora”, mas tenho tentado ler ao menos um livro por mês”, nos contou, falando também da expectativa do que vem por aí. Pelo que vemos na página do projeto, que já possui mais de três mil seguidores, o alcance cresce a cada dia e a participação pode ser facilmente mensurada pelas fotos que acompanham a hashtag “esquecaumlivroemmaceio”, que permite a interessados e esquecedores, como são chamados os participantes da ação, interagirem e acompanharem tudo que acontece através de fotos.

Fotos: Divulgação

Todos esquecendo A pequena Luisa Vasconcelos, iniciativa privada e anônimos se uniram ao projeto.

Esquecer faz bem

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O exemplo de Carol serve de base para a solução de um grave problema, a falta de afinidade entre brasileiros e a leitura. Na maioria dos casos, não há qualquer estímulo familiar ou além da escola, que muitos frequentam sem qualquer empenho. “Muitos aprendem a ver a leitura como uma atividade chata e só leem por obrigação. Penso que atividades de contar histórias são importantes para despertar o prazer da leitura desde a infância. A partir de determinado momento, a criança terá senso crítico para escolher livros com temas que a interessam mais e o hábito de ler a acompanhará por toda a vida. Uma criança leitora dificilmente não se tornará um adulto leitor”. Uma análise de Carol que pode ter somado ao raciocínio que quem ler com certa frequência adquire um senso crítico e social mais ativo, tornando-se agentes multiplicadores como Carol e Felipe Brandão. Nas ações, é muito interessante observar a reação das pessoas ao se depararem com os livros. Elas costumam ficar curiosas ao mesmo tempo em que receosas. Aproximam-se, olham pros lados, até tomarem coragem para pegar o livro. Depois disso, geralmente abrem um enorme sorriso ao lerem o que está escrito no marcador de página: “Olá! Este livro agora é seu. Ele foi esquecido por algum participante do projeto Esqueça um livro em Maceió. Boa leitura!”. É sempre assim e muito raro alguém devolver o livro e não levá-lo debaixo do braço ou dentro da bolsa. É importante relembrar que a iniciativa deve ser passada adiante. Caso encontre um dos livros do projeto pela cidade não perca a oportunidade de conhecê-lo. Mais que isso, ao esquecê-lo novamente, dê sua parcela de soma e, caso tenha livros em casa, escolha aquele que já leu ou que não tem tanta afinidade assim para também doá-lo. Não desperdice conhecimento parado numa prateleira, como nos disse Carol, passe adiante mais que livros, passe adiante as histórias e todos os sentimentos que elas trazem, permitindo que o encantamento da leitura chegue a outras pessoas.

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Foto: Flávia Correia

Carol já contou também com o apoio da iniciativa privada na realização de algumas ações especiais. O projeto é independente, não possui qualquer vínculo econômico, é aberto a todos e, sendo a causa tão nobre, as empresas acabam se interessando. “Algumas livrarias da cidade, como a Viva e a Leitura Maceió, também abraçaram a causa e doaram livros. A Leitura promoveu ações de “esquecimento” na Praça do Centenário e em Jaraguá. O Parque Shopping Maceió disponibilizou para o público marcadores de página que identificavam os livros do projeto, além de mesas para que os participantes deixassem seus livros”, disse Carol, citando alguns exemplos.


LITERATURA

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Cultura no varal Por Antonio Maria do Vale

O Cordel é uma das principais manifestações culturais referentes a linguagem poética nordestina. Em Alagoas, são poucos os que se dedicam a expressão literária mais popular de nossa região, ainda viva, embora esquecida. Quem costuma ir a praia do Francês, em Marechal Deodoro, muito provavelmente já deve ter esbarrado com eles. Sozinhos, em dupla ou trio, conseguimos identificá-los a distância, antes mesmo de aparecerem. O dedilhar da viola é bem característico e as canções ecoam entre as cadeiras e guarda-sóis que lotam a faixa de areia, são os repentistas. Hoje, são poucos os que ainda apreciam o trabalho desses artistas, mesmo que muitos não os classifiquem como tal, aceitando alguns minutos de prosa cantada. Mesmo assim, misturando nas letras de seus repentes as belezas naturais de Alagoas e um pouco de advinhação, sempre arriscando de onde são os turistas, eles continuam tentando sobreviver. Essa realidade já foi bem diferente, encontrá-los nas praias era bem mais difícil e o palco principal se fazia presente, principalmente, nas feiras livres do interior e, no caso de Maceió, no Centro da cidade. Foi assim que Maria José de Oliveira teve o primeiro contato com os violeiros. Já faz tempo, mas ela ainda se recorda dos dias em que saía da pequena cidade de Coqueiro Seco, ainda criança, atravessando a lagoa Mundaú para, ao chegar no Centro da capital, manter-se hipnotizada diante das duplas de repentistas que se apresentavam na Rua do Comércio. Maria José àquela altura ainda não sabia, mas se tornaria a maior cordelista do estado, a Mariquinha do Cordel, como hoje é conhecida. O caminho dali em diante ainda seria longo, tudo parecia brincadeira, a influência dos repentes se transformara em pequenas rimas que Mariquinha costumava ler para os avós e familiares. Em 1979, aos 19 anos, o sonho ainda era outro, queria ser enfermeira, quem sabe médica, decidindo matricular-se em um curso de técnica em

enfermagem de Maceió. Porém, o futuro de Mariquinha parecia estar traçado e direcionado ao cordel, e quis o destino que um problema de saúde a impossibilitasse de continuar a jornada na escola de enfermagem. Triste e desapontada com a situação, nasceu ali o primeiro dos inúmeros versos: “A memória de uma ex-estudante”, o cordel de estreia de Mariquinha. Com 52 anos, hoje Mariquinha já acumula mais de 40 cordéis, além de uma quase centena de poesias. Muitas dessas histórias e estórias estão agrupadas em alguns livros publicados, como “O sonho realizado” e “Coisas boas de folclore”, que reúnem versos que escrevera entre os anos de 1979 e 1998, todos rabiscados em um simples caderno. A vida de Maria José também dariam um bom livro, desta vez com histórias de verdade e tão bem humoradas quanto as que costuma retratar em seus versos. Em 1982, abordou o então Presidente da República, João Batista Figueiredo, pedindo um emprego, o presidente, sabendo de seu dom, não titubeou e a desafiou a escrever uma carta naquela hora, Mariquinha não levou mais que três minutos para concluir o pedido, conseguindo inclusive o tão desejado emprego, na Secretaria de Educação do Estado, onde trabalha desde 1984. Quando o Papa João Paulo II esteve em Maceió, em 1992, Mariquinha entregou um livro ao pontífice e, para sua surpresa, recebeu algum tempo depois uma carta do Vaticano. Some-se a histórias como essas as várias passagens por programas de TV. Já cantou Jorge de Altinho no quadro “Se vira nos 30” do Domingão do Faustão, sentou no famoso sofá de Hebe Camargo e já foi entrevistada por Jô Soares. Depois de tantas experiências, a escritora, que mora com a

Realidade retratada Versos priorizam as histórias e costumes do povo nordestino Uma revista com a cara do Nordeste


mãe no bairro do Vergel, atualmente ministra palestras em escolas e faz parte da obra das professoras Enaura Quixabeira Rosa e Silva e Edilma Acioli Bomfim, “Dicionário Mulheres de Alagoas – Ontem e Hoje”, que inaugurou uma nova perspectiva da história de Alagoas, oferecendo a devida visibilidade a 600 alagoanas de destaque. E quem quiser viver a experiência de ouvir, e não ler, os cordéis de Mariquinha, basta aventurar-se, do fim de tarde em diante, num passeio pela Feirinha de Artesanato da Pajuçara, onde a poetisa alagoana costuma dar o ar da graça para expor e vender seus livros, não só para os turistas, já que poucos alagoanos conhecem seu trabalho e se surpreendem ao descobri-lo. Com rimas variadas, Mariquinha descreve em seus versos o cotidiano nordestino, com suas tradições, costumes e perpétuo sofrimento; momentos de sua vida pessoal; além de suas visões em relação aos mais diversos temas: política, comportamento, economia, religião, amor... Tudo com uma boa pitada de humor e na mais pura e inocente linguagem popular, costumeiramente sábia. E nossa cordelista-mor possui sua versão masculina materializada em outro grande artista da terrinha, o pilarense Jorge Calheiros que, aos 74 anos, se dedica a literatura de Cordel desde os 36, quando escreveu “Meu querido São Francisco”, título de seu primeiro folheto. Hoje o poeta já se aproxima da centena de obras, detalhe, tem na memória qualquer uma delas, contando com maestria qualquer um dos mais de 90 versos que produziu ao longo dos quase 40 anos como cordelista. Dificilmente você irá conseguir ouvir um deles sem dar boas risadas, o que esperar de títulos como “Gastei todo o meu dinheiro com cachaça e cabaré”, “Mentira de pescador”, “Maloqueiro Zé Catraca” e “Mulher feia”? O último deles, acreditem, em homenagem a própria esposa. Jorge, assim como Mariquinha, não teve uma vida fácil, quando criança, não frequentou a escola e ajudava o pai na produção de carvão, retirando lenha da mata. Mas quando a vocação está no sangue não tem jeito, o Cordel falou mais alto. Ouviu os primeiros quando a família e amigos se reuniam, quase todas as noites, ao redor de uma fogueira para muita prosa e verso. Ainda não sabia ler e contou com a ajuda de sua irmã Zilda, a única da família que estudava, para soletrar as primeiras sílabas, rabiscadas no chão de barro, onde aprendeu a escrever seu nome.

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Normalmente impresso em livretos de oito, 16 ou 32 páginas, com tamanho pitoresco que não costuma ultrapassar as da palma da mão, o cordel pode ser encontrado sobretudo no Nordeste, nas feiras mais tradicionais, em centros turísticos e mercados de artesanato. Diferente de outras formas de literatura, é derivado da tradição oral, surgindo da fala comum das pessoas e também das histórias por elas contadas. mesmo em populações que não sabem ler e escrever, haverá poesia, conto e narrativa oral, porque as pessoas não acham que o analfabetismo pode as impedir de praticá-las. A literatura nasceu oral e foi assim durante séculos. Quando a Ilíada e a Odisseia foram descritas no papel, já existiam e eram reproduzidas verbalmente há anos. A origem dos cordéis são as canções dos trovadores medievais, que comentavam as notícias da época usando versos, que eles próprios cantavam, frequentemente de forma cômica. Com o passar do tempo, estes artistas começaram a registrar suas falas em folhas soltas, conhecidas em Portugal como volantes, prendendoas em torno do corpo em barbantes para que as recitassem e, ao mesmo tempo, garantissem as mãos livres para os movimentos teatrais. O verbete cordel surgiu apenas em 1881, registrado no dicionário português Caldas Aulete. Era sinônimo de publicação de baixo valor e prestígio, como as que na época eram vendidas penduradas em cordões na porta das livrarias. A tradição chegou ao Nordeste do Brasil com os colonizadores portugueses e, ao longo dos séculos, adquiriu características endêmicas da região. A forma definitiva, com os livretos, têm pouco mais de 100 anos. Na virada do século XX, as redações de jornal começaram a se modernizar, trocando a composição manual, em que cada palavra era montada na página, letra por letra, por máquinas de linotipo, que aceleravam a impressão ao usar linhas completas de uma só vez. o maquinário obsoleto foi descartado por valores baixos, para a alegria dos entusiastas do cordel. Isso fez com que os versos dos poetas populares nordestinos, até então copiados a mão e passados adiante, pudessem ser transformados em produto comercial, mesmo que em pequena escala. Um dos primeiros cordeis de sucesso foi A Guerra de Canudos, em que o conflito de 1896 e 1897, opondo Antônio Conselheiro ao Exército brasileiro, foi retratado em versos por João Melquíades Ferreira da Silva, que fora soldado durante a batalha. A partir da década de 50, o folheto ganhou sua cara definitiva, com os desenhos rústicos da xilogravura. Com o passar dos anos, o teor da literatura de cordel nunca parou de se desenvolver. Os versos não abandonaram o tom matuto, o diálogo do sertanejo com suas crenças, suas percepções e seus dilemas cotidianos. os folhetos cumpriam o papel de jornal e novela do povo sertanejo, exerceram a função de informar e entreter. é por isso que os mais diferentes episódios e personagens foram transportados para a crônica cordeliana, dos desastres naturais aos embates ideológicos; de figuras como Getúlio Vargas, Lampião e Padre Cícero a Roberto Carlos; dos desamores as paixões desenfredas; de duelos com o diabo a esperança alimentada pela fé inesgotável.


LITERATURA

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Boas alfinetadas Cordéis de Mariquinha misturam humor com sabedoria popular

O pequeno pilarense ainda teria um longo caminho até tornar-se integralmente um cordelista. No Nordeste até há espaço para os sonhos, porém, estes logo são colocados para escanteio pela obrigatoriedade de se garantir o feijão de cada dia. Aos 11 anos, quando as leis trabalhistas praticamente inexistiam ou eram ignoradas, Jorge trabalhou separando pregos na construção do Edifício Brêda e, no ano seguinte, numa fábrica de tecidos de Fernão Velho. Já adolescente, foi um dos retirantes nordestinos que se aventuraram no Sudeste sem alcançar sucesso, passou por São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, retornando a Maceió, anos depois, como um exímio marceneiro. Nesse período, o Cordel nunca saiu da cabeça de Jorge que, de forma ainda oculta, não parava de produzir seus versos. Tudo mudou quando conheceu um cordelista que iria participar de um festival de poesia em Aracaju, contando que lhe faltava coragem para divulgar seu trabalho. Decidiu enfrentar o medo e subir ao palco. O resultado? Fez tanto sucesso que dali em diante não se dedicou a outra coisa em sua vida. Vieram os prêmios, como o que recebeu do Governo de MInas Gerais pelo Cordel “O encontro de Tancredo com seu Pedro lá no Céu”, que fala da ditadura militar; as homenagens, como o curta-metragem alagoano “Matuto Zé Cará”, que adaptou um de

seus contos para o cinema; e o reconhecimento, quando, em 2011, foi agraciado pelo Registro de Patrimônio Vivo de Alagoas. Hoje, o artista é conhecido até internacionalmente, embora, como muito acontece nas Alagoas, não seja admirado por seus conterrâneos como deveria. O próprio poeta aponta uma simples explicação para o fato: “não existem ações de valorização da cultura local. O povo me acolheu, mas o governo nada faz”, disse o poeta que, diante da aversão do poder público a literatura do Cordel, prefere trabalhar para que a tradição se perpetue, buscando parcerias que garantam a publicação de suas obras. Percorremos a cidade de Maceió a procura dos folhetos de feira, como também são conhecidos os livretos de Cordel. Uma tarefa que, aparentemente, se apresenta como fácil, logo comprovaria o quanto a expressão literária mais popular de nossa região está esquecida. Mercado do Artesanato, na Levada, e feirinhas de artesanato da Pajuçara e Praça Sinimbú e, para nossa surpresa, raríssimos exemplares dentre as centenas de quiosques. No lugar dos clássicos varais que esperávamos encontrar, apenas acanhados expositores de plástico que fogem completamente do real sentido da tradição. É de se impressionar o quanto desperdiçamos nosso potencial histórico e cultural, gostaríamos muito de não cair em

o sururu é coisa boa é prato de tradição se prepara pra major pra soldado e capitão se o povo olhasse isso seria de exportação

No dia da eleição A todos quero contar Vejam só os eleitores Indecisos vão ficar Na hora da eleição Não sabem em quem votar

A cidade de Maceió É muito boa de morar Existem coisas infinitas Que não cansamos de olhar Infelizmente só falta Emprego pra trabalhar

Trabalhando com a enxada Todos prestem atenção Vá plantando a macaxeira A batata e o feijão Morando no interior Nunca falta o seu pão

para todos foi tristeza vocês prestem atenção tocava muita sanfona la no sul e no sertão vocês já observaram ele era o rei do baião

pescadores estão tristes por só pescar de canoa pra tirar o sururu tem dia que é à toa com medo de ir morrer na fundura da lagoa

Não sabe em quem votar Meu amigo e camarada Vote em homem direito Que não faça macacada Só não dê o voto aquele Que não sabe fazer nada

Pois aqui em Maceió Deviam organizar Fazer fábricas e fábricas Para o povo trabalhar Se fizesse mais de uma Ninguém ia malandrar

Dá pra se alimentar A todos quero dizer Quem mora no interior Sem dinheiro pode viver E quem mora na cidade Recebe só pra sofrer

ele era o rei do baião digo a todo povoado quando estava no clube naquele baile animado tocando músicas bonitas ninguém ficava sentado

os alunos de hoje em dia não sabe o que faz não pois quando está formado carrega a pasta na mão pensa que é um médico é um vendedor de fogão

falar pra todos eu quero dessa maneira explicar no folclore tem guerreiro eles gostam de dançar pulando e carregando peso na cabeça pra lá e pra cá

Os homens antigamente Tinham consideração Namoravam com as moças E tinham grande paixão Os rapazes de hoje em dia Nada disso não tem não

algumas moças de hoje não sabem se preservar estou falando de algumas tira eu desse lugar quando um homem é direito ela é safada pra danar

eu conheci um rapaz com 16 anos de idade amor de primeira vista é amor de falsidade só entregue seu amor onde achar a lealdade

tem muita gente formada sem lugar pra trabalhar eles ficam revoltados ninguém tem jeito a dar o médico chega na sala não sabe nem operar

vejam a dança da chegança representa os marinheiros todos em trajes de branco eu falo agora ligeiro muitas apresentações tem no folclore brasileiro

É por isso que eu digo Estou achando diferente Tinham paixão pelas moças Os homens de antigamente Os rapazes de hoje em dia Não faz nada pela gente

vejam os rapazes de hoje nenhum deles é direito as mocinhas de agora é difícil ter respeito juntando essas cambadas nenhum deles tem mais jeito

o rapaz que conheci pensei que era certeza me deixou sem motivo fez uma grande baixeza amor de primeira vista só abala a natureza

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pleonasmo e o que nos impede é justamente o desejo redundante de querer ver nossa riqueza imaterial recebendo seu devido valor e merecida atenção. É evidente que a penetração da TV no interior, a introdução de novos valores de uma cultura urbana, os modismos e a explosão das redes sociais interferiram e continuam intervindo em muitas tradições que não se enquadram nos costumes atuais. É inevitável. Contudo, é importante diferenciar o que culturalmente deve ser preservado do que pode ser extinto. Muitas atividades não precisam continuar fazendo parte do cotidiano, mas não podem ser descartadas por completo. No caso do Cordel, este pode ser facilmente adaptado, mantendo-se como o extraordinário veículo de fomento à identidade regional que é, mesmo para as novas gerações. Queremos essa manifestação literária nas ruas, nas escolas, para o alagoano, para o turista, para se ver, ler e ouvir, e não fadado ao fundo de prateleiras. Ainda é cedo para que os folhetos se tornem peça de museu, podem até se fazer presentes, como no Théo Brandão, sendo com o propósito da divulgação e não da lembrança. São muitas as possibilidades de manutenção, projetos em sala de aula, por exemplo, trabalham o Cordel sem perder seu caráter de divertimento e criatividade, mas também criando espaços para o

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diálogo com a literatura e outras artes. Professor de História da Universidade de São Paulo – USP, Paulo Teixeira Iumatti trabalha em projetos de conservação de cordéis e tem se envolvido com pesquisas sobre o tema. Ele defende a inclusão da literatura popular nas escolas e ratifica seu valor mesmo nos dias atuais. “O Cordel faz parte daquilo que é entendido como cultura brasileira. Lógico que o contexto atual é muito diferente daquele que perdurou até os anos 70, seu papel passou a ser didático e continua indispensável”, disse. Paulo Teixeira também resume de forma clara as razões para que o Cordel seja preservado, justificando sua importância para a literatura brasileira. “O principal é sua posição de mediação, o fato dele não ser um modelo imposto de cima. Ele está no meio do caminho entre a cultura letrada e a não letrada, entre o erudito e o popular, entre o rural e o urbano. Ele faz esta mediação, levando poesia para todas as classes sociais. Ele também tem múltiplas funções, dissemina modelos de comportamento, dá acesso a informações, compartilha experiências. Durante muito tempo ele ficou entranhado no cotidiano de uma grande parte da população dos estados do Norte e do Nordeste, mas agora deve ser conhecido, divulgado e preservado pelo valor histórico nacional que possui”, concluiu.

Sempre divertidas Títulos engraçados chamam a atenção nas capas dos folhetos


CAMINHOS DO SÃO FRANCISCO

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Nosso doce litoral Por Assessoria especial da Secretaria de Estado do Planejamento e do Desenvolvimento Econômico Fotos Divulgação

Projeto de Dinamização e Sustentabilidade no Baixo São Francisco acelera o desenvolvimento do turismo na região, colocando os municípios as margens do Velho Chico entre os destinos mais visitados em Alagoas. Alagoas é conhecida pelo litoral de belas praias. Desde a divisa com Pernambuco, em Maragogi, até a foz do rio São Francisco, em Piaçabuçu, são paisagens de tirar o fôlego e que qualquer turista gostaria de ter como foto de recordação de passeio de férias. Mas Alagoas é bem mais que isso e quem se encanta com o encontro do Velho Chico com o mar está descobrindo que ali começa uma outra jornada. Depois de conhecer nosso litoral de águas salgadas, chega a hora de se aventurar rio acima e descobrir todas as belezas naturais, cultura e histórias que o nosso litoral doce possui. Um projeto em especial tem sido um dos responsáveis pela ascenção da região no cenário turístico, o Caminhos do São Francisco.

SOBRE O PROJETO A AECID vem desenvolvendo, desde o ano de 2007, ações no Estado de Alagoas com o objetivo de melhorar a qualidade de vida das populações mais carentes dedicadas aos setores turísticos, agropecuário, pesqueiro e aquícola no Estado. A atuação na área de turismo vem sendo promovida através de ações de fortalecimento institucional desde o ano de 2008, bem como ações focalizadas no desenvolvimento do turismo na Região do Baixo Rio São Francisco, no Estado de Alagoas. Tais atividades fazem parte do eixo de trabalho da AECID na promoção sustentável dos setores produtivos brasileiros, com especial ênfase na região nordeste.

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Em dezembro de 2011, o BID firmou um Convênio de Cooperação Técnica Não Reembolsável com o IABS, que prevê a seleção e contratação de serviços de consultoria e a aquisição de bens e serviços necessários para a realização de um programa de cooperação técnica visando o desenvolvimento do turismo sustentável como ferramenta de desenvolvimento socioeconômico das populações de baixa renda do Rio São Francisco nos Estados de Alagoas e Sergipe. Estas ações, a partir deste Programa de Dinamização e Sustentabilidade Ambiental do Rio São Francisco nos Estados de Alagoas e Sergipe, somam esforços da AECID, BID, IABS e Governo do Estado de Alagoas, em parceria com outros atores locais, visando à promoção do turismo como forma de

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impulsionar o desenvolvimento local no entorno do Rio São Francisco. PLANO DE TRABALHO O “Projeto de Dinamização e Sustentabilidade do Turismo no Baixo Rio São Francisco” é executado pelo Instituto Ambiental Brasil Sustentável, em parceria com o Governo do Estado de Alagoas, por meio da Secretaria de Estado do Planejamento e do Desenvolvimento Econômico, com apoio da Secretaria de Estado do Turismo, subsidiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento e Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento.


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Tal Programa tem como objetivo principal melhorar o nível de receitas das comunidades de renda mais baixa do Estado de Alagoas, fomentando a diversificação e fortalecendo seu quadro econômico por meio do desenvolvimento do turismo sustentável. Pretende-se que o setor de turismo local atue como ferramenta de desenvolvimento socioeconômico, integrando de maneira especial neste crescimento suas populações mais carentes. O Programa tenta, do mesmo modo, garantir que esse desenvolvimento seja equilibrado e respeitoso com o meio ambiente e o patrimônio histórico-artístico. Para atingir tais objetivos o Programa será executado no período de três anos, com ênfase nos municípios que compõem o baixo Rio São Francisco em Alagoas. Entre o foco de suas ações, destacam-se os seguintes componentes: Componente I: Planejamento do Destino Turístico ao longo do eixo fluvial do Rio São Francisco em Alagoas; Componente II: Desenho de Produtos Turísticos; Componente III: Desenvolvimento e fortalecimento de serviços para garantir a viabilidade operativa e comercial dos produtos propostos; Componente IV: Promoção, Comercialização do Destino e Difusão do Projeto. A estrutura de gestão do Programa prevê a instauração do Comitê Local, instância consultiva que envolverá os parceiros que atuam na região e que terá estreita relação com a gestão do Arranjo Produtivo Local Caminhos do São Francisco, e do Comitê Gestor, de caráter deliberativo e de avaliação, que contará com representantes das instituições executoras e financiadoras. Ambos se reunirão periodicamente para acompanhamento simultâneo das ações do Programa. MUNICÍPIOS BENEFICIADOS Água Branca, Belo Monte, Delmiro Gouveia, Igreja Nova, Olho D’Água do Casado, Pão de Açúcar, Penedo, Piaçabuçu, Piranhas, Porto Real do Colégio, São Brás e Traipu.

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Viva esta inesquecível experiência!


MMA NACIONAL

56 É a vez de Machida

Por Ericsson Henrique / Prontos Para Luta

Baiano, filho de pai japonês e mão brasileira, o faixa preta de Karatê e lutador de MMA brasileiro, está prestes a se tornar campeão do UFC pela segunda categoria. Nascido em Salvador e radicado em Belém, o ex-campeão dos meiopesados do UFC, começou cedo a dar os seus primeiros passos nas Artes Marciais. Filho do Mestre de Karatê Yoshizo Machida, o lutador começou a treinar com o pai aos três anos de idade. Aos 12 anos começou a treinar sumô, no ano seguinte se tornou faixa preta de karatê e aos 15 anos também começou a treinar Jiu Jitsu. Fazendo a primeira luta profissional de MMA no Japão em 2003, “The Dragon” (O Dragão, traduzindo do inglês), estreou no UFC em 2007, com o cartel de oito lutas invictas. Após seis lutas dentro da organização e mantendo a invencibilidade mesmo lutando contra atletas do nível de Tito Ortiz e Thiago Silva, do qual ele conquistou o prêmio de nocaute da noite, Machida recebeu a chance de lutar pelo título dos meio-pesados contra o campeão, até aquele momento, Rashad Evans. O brasileiro venceu Evans com um nocaute fulminante no segundo round e se tornou o campeão da categoria do Ultimate sem ainda sentir o gosto de uma derrota. Lyoto defendeu seu cinturão contra Maurício Shogun, venceu por decisão unânime dos árbitros e entrou para história como o único campeão da categoria a conseguir defender o cinturão, feito repetido por Jon Jones que já defendeu o título por seis vezes até agora e fará sua sétima defesa contra o brasileiro Glover Teixeira, no dia 26 de abril.

Família Pai de um casal, Taiyo (6 anos) e Kayto (4 anos), Machida, conta com a ajuda da esposa, Fabyola Machida, para administrar sua vida profissional e sempre mostra por meio de suas redes sociais que a família participa de todas as etapas do seu treinamento e da sua carreira profissional. “A presença deles é essencial e eu consigo conciliar muito bem, quando não estou treinando estou na companhia das crianças e da minha esposa. A Fabyola é minha companheira para todos os momentos e ela participa ativamente da minha vida profissional.”, disse o atleta. Foi através da própria família que “O Dragão” brasileiro teve o principal estímulo para as artes marciais. O pai, mestre Yoshizo Machida, foi o principal “culpado” por sua paixão pelas lutas. Mestre Yoshizo aprimorou o estilo de Karatê treinado pela família, usando como base o Shotokan. Estilo batizado de Karatê Machida, por seus praticantes. Já com irmão, Chinzô Machida, ele mantem uma relação muito próxima nos treinos até hoje. Chinzô é um dos seus treinadores e sempre está junto do irmão em suas lutas. “Eles são essenciais. Meu pai sempre foi meu maior exemplo, como pessoa e como profissional. Ele sempre fez questão de nos ensinar por meio da filosofia do karatê, a obediência, o respeito pela vida e pelo próximo, e tudo isso foi determinante para a formação do meu caráter. Hoje sou quem sou por causa dele. Sempre valorizei muito a presença da minha família, pra mim isso é fundamental para me dar segurança na vida e ter meu irmão, Chinzô, como um dos meus técnicos só contribui para me deixar mais tranquilo. Ele é um profissional muito competente e sempre tem algo a contribuir para o aprimoramento da minha técnica.”, afirmou o lutador que não esqueceu da filosofia ensinada pelo Karatê, que sempre esteve dentro de sua casa.

A chance Após a proibição do TRT (Terapia de Reposição de Testosterona) pela Comissão Atlética de Nevada, Vitor Belfort foi substituído por Machida para a disputa do cinturão dos médios e a segunda defesa de cinturão do americano Chris Weidman. Em entrevista exclusiva para a coluna do Prontos Para Luta, na Revista Oush Brasil, Lyoto falou que ficou surpreso e não imaginava que aconteceria tão rápido. “Recebi com muita surpresa, estava de férias com minha família quando recebi uma ligação do meu empresário me informando sobre a luta. Sabia que isso poderia acontecer em breve e aguardava por esse momento de disputar o cinturão, mas não imaginava que seria tão rápido.”, afirmou o lutador. O fato que deixou os fãs do lutador brasileiro preocupados, foi uma foto divulgada pelo site americano “MMAjunkie” sobre uma provável lesão no pé de Machida após a luta contra Mousasi, que aconteceu no dia 15 de fevereiro deste ano. “Logo depois da luta meu pé ficou muito inchado e dolorido, após uma avaliação mais detalhada os médicos viram que não houve fratura e me deram apenas 21 dias de suspensão que já acabou dia 10 de março. Então a lesão, já curada, não vai atrapalhar em nada meu treinamento para a luta contra o Weidman.”, disse o atleta não mostrando preocupação com a lesão.

O Adversário Weidman ainda não sabe o que é perder, em sua carreira como atleta profissional de MMA. O americano, de 29 anos, iniciou sua carreira no ano de 2009 e já soma 11 lutas em seu cartel. Vitórias importantes sobre Demian Maia e Mark Muñoz fortalecem esse histórico, mas nada comparado as duas vitórias sobre o ex-campeão e considerado, por muitos, o melhor de todos os tempos, Anderson Silva. O americano derrotou Anderson por nocaute no primeiro combate, no UFC 162, na luta que abalou o mundo do MMA. Spider vinha de uma sequência de sete anos sem perder dentro da organização. O nocaute de Weidman foi muito contestado, muito se falou em um golpe de sorte. Por isso o UFC marcou um novo confronto em seguida. E foi no UFC 168 que o Spider quebrou a perna ao deferir um Low Kick (Chute baixo) em Weidman. O brasileiro sabe das capacidade do americano e por isso disse que vai se preparar para lutar em pé ou no solo. “Ainda estamos iniciando a fase de treinos e tenho que estudar com meus técnicos qual a melhor estratégia para derrubar Weidman. Ele tem um ponto fraco e vou aproveitar bastante essa falha, mas ainda preciso detalhar melhor um plano de treino para isso. Basicamente tenho que me preparar para tudo.”, comentou.

A luta Marcado para acontecer em Las Vegas, no dia 24 de maio, o combate foi adiado devido uma pequena cirurgia sofrida pelo Chris Weidman. “O Ultimate Fighting Championship® anunciou no dia 25 de março, que o

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Lyoto Machida - Logo depois da luta meu pé ficou muito inchado e dolorido, após uma avaliação mais detalhada os médicos viram que não houve fratura e me deram apenas 21 dias de suspensão que já acabou dia 10 de março. Então a lesão, já curada, não vai atrapalhar em nada meu treinamento para a luta contra o Weidman. Ericsson, PPL - Com relação a essa luta, você já consegue observar qual a melhor estratégia para recuperar o cinturão dos médios para o Brasil? Lyoto Machida - Ainda estamos iniciando a fase de treinos e tenho que estudar com meus técnicos qual a melhor estratégia para derrubar Weidman. Ele tem um ponto fraco e vou aproveitar bastante essa falha, mas ainda preciso detalhar melhor um plano de treino para isso. Basicamente tenho que me preparar para tudo. Ericsson, PPL - Quais os pontos fracos de Weidman para essa luta, você já estudou bem o jogo dele? Lyoto Machida - Ele tem um bom jogo de chão e está preparado para dar trabalho em qualquer estilo de luta, mas o bom lutador tem que se preparar para todo tipo de desafio. Ericsson, PPL - Imaginando que você é o novo campeão e Anderson Silva retorne a lutar, como seria para você se o UFC desse a oportunidade do Spider lutar pelo título novamente? Lyoto Machida - O quanto eu puder evitar uma luta contra o Anderson eu vou evitar, mas agora estou focado nessa próxima luta e é somente nela que quero pensar. Ericsson, PPL - Em maio de 2009, você se tornou campeão dos meio pesados do UFC, e agora 5 anos após o título, o que passa na sua cabeça, podendo recuperar um cinturão que por vários anos foi do Brasil? campeão dos pesos médios Chris Weidman foi forçado a deixar sua defesa de título, marcada para o dia 24 de maio, contra o brasileiro Lyoto Machida. Weidman sofreu uma lesão no joelho que vai exigir uma pequena cirurgia e sua luta com o brasileiro foi remarcada para sábado, dia 5 de julho.”, informou, em nota, a assessoria do UFC; O combate entre o brasileiro Lyoto Machida e o americano Chris Weidman promete muita emoção, pois Machida está muito motivado para “recuperar” o cinturão que por tanto tempo foi do Brasil. “É uma emoção muito grande, uma vontade enorme de trazer de volta o título para o Brasil. Tento manter o foco na disciplina que deverei ter durante os treinos e nas técnicas que eu e meus treinadores vamos aprimorar. Não posso deixar que a ideia de conquistar o cinturão tire o foco da minha preparação. Mas isso a filosofia do karatê me ensinou bem, manter a mente e o espírito voltados para uma meta.”, afirmou o atleta brasileiro. Lyoto Machida é a oportunidade do terceiro cinturão do país na posição atual do Brasil no UFC, os outros dois pertencem a José Aldo (campeão peso pena) e Renan Barão (campeão peso galo), e entrará no octógono com a garra dos brasileiros que encaram qualquer batalha, que não desistem nunca e que sempre estão Prontos Para Luta. Oss! Veja a entrevista completa, cedida com exclusividade no dia 11 de março. Ericsson, PPL - Lyoto, como foi receber a notícia do Title Shot, você já esperava essa oportunidade? Lyoto Machida - Recebi com muita surpresa, estava de férias com minha família quando recebi uma ligação do meu empresário me informando sobre a luta. Sabia que isso poderia acontecer em breve e aguardava por esse momento de disputar o cinturão, mas não imaginava que seria tão rápido. Ericsson, PPL - De acordo com informações do site “MMAjunkie” você levou uma suspensão de 6 meses, após a luta contra Mousasi. É verdade? Essa lesão não atrapalharia sua preparação, tendo em vista que você lutou em fevereiro e já vai lutar em maio novamente?

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Lyoto Machida - É uma emoção muito grande, uma vontade enorme de trazer de volta o título para o Brasil. Tento manter o foco na disciplina que deverei ter durante os treinos e nas técnicas que eu e meus treinadores vamos aprimorar. Não posso deixar que a ideia de conquistar o cinturão tire o foco da minha preparação. Mas isso a filosofia do karatê me ensinou bem, manter a mente e o espírito voltados para uma meta. Ericsson, PPL - Qual a importância do seu pai e do seu irmão na preparação para mais essa batalha? Lyoto Machida - Eles são essenciais. Meu pai sempre foi meu maior exemplo, como pessoa e como profissional. Ele sempre fez questão de nos ensinar por meio da filosofia do karatê, a obediência, o respeito pela vida e pelo próximo, e tudo isso foi determinante para a formação do meu caráter. Hoje sou quem sou por causa dele. Sempre valorizei muito a presença da minha família, pra mim isso é fundamental para me dar segurança na vida e ter meu irmão, Chinzô, como um dos meus técnicos só contribui para me deixar mais tranquilo. Ele é um profissional muito competente e sempre tem algo a contribuir para o aprimoramento da minha técnica. Ericsson, PPL - Você sempre mostra nas redes sociais que está muito bem entrosado com a sua família. Como é dividir o seu tempo entre o treinamento, a sua esposa Fabyola e as crianças, Taiyo e Kayto? Lyoto Machida - A presença deles é essencial e eu consigo conciliar muito bem, quando não estou treinando estou na companhia das crianças e da minha esposa. A Fabyola é minha companheira para todos os momentos e ela participa ativamente da minha vida profissional. Ericsson, PPL - Deixe uma mensagem para os teus fãs que te acompanham pelo Prontos Para Luta e pela Revista OUSH! Brasil. Lyoto Machida - Estou ansioso para a disputa do cinturão e espero contar com a torcida brasileira nesse momento determinante na minha carreira. Quero levar esse título para o Brasil e poder comemorá-lo com todos vocês.


NO OCTÓGONO

58 Uma semana e tanto! Por Antonio Maria do Vale / Marcio Mrotzeck

Em março, Maceió se transformou na capital das artes marciais. Grandes eventos, disputas e a maior premiação de MMA do Brasil aconteceram por aqui, mostrando toda a força do estado no esporte que mais cresce no mundo. Foi-se o tempo em que o MMA, sigla de (Mixed Martial Arts), que traduzido para o português significa Artes Marciais Mistas, era visto como uma luta endereçada exclusivamente aos homens e associada diretamente a violência. O preconceito consequente da brutalidade dos confrontos deu lugar à admiração de milhares de fãs que transformaram a modalidade no esporte que mais cresce no mundo. Criado em 1993 pela família de lutadores Gracie, o MMA tinha como objetivo inicial exibir a superioridade do brazilian jiu-jitsu sobre as outras modalidades. No entanto, na última década o esporte evoluiu e ganhou status de evento esportivo de escala mundial, acumulando simpatizantes sem distinção de idade e gênero. No Brasil, o crescimento se deve, principalmente, ao grande número de lutadores de destaque, muitos deles campeões mundiais; e a cobertura das lutas, que saíram da TV paga para a aberta; transformando nomes como Rodrigo Minotauro, Wanderlei Silva, Vitor Belfort, José Aldo e Anderson silva em verdadeiras estrelas nacionais. Com toda esta visibilidade, os eventos deixaram de ser internacionais e passarão a ser realizados nas principais cidades brasileiras. Diferente de outros esportes como o futebol, onde a FIFA gerencia os rumos da modalidade, no caso das Artes Marciais Mistas ainda não existe uma federação unificada, abrindo espaço para que a realização deste tipo de evento se multiplique por todo o país. Alguns deles se sobressaem e possuem estrutura e formato de disputa que não deixam nada a desejar quando comparados aos grandes eventos mundiais. E neste cenário Alagoas vem se destacando e hoje possui a melhor organização do Brasil, prêmio conquistado

pelo Coliseu Extreme Fight na recém entrega do prêmio Osvaldo Paquetá, o Oscar do MMA nacional. Criado em 2011, o Coliseu é fruto do empreendedorismo e paixão por artes marcais dos irmãos José e Mario Lôbo. Em sua nona edição, realizada no último dia 13 de março, o evento reuniu cerca de 8 mil pessoas no Ginásio do Sesi e já possui seu calendário de lutas definido para 2014, onde ainda serão realizadas mais quatro edições, uma delas em Arapiraca. O sucesso é a comprovação do avanço do MMA em nosso estado, hoje credenciado pelas grandes competições e lutadores que possuímos. A evolução é tão significativa que o próprio Prêmio Osvaldo Paquetá veio parar na terrinha. Em sua segunda edição, realizada no último dia 14 de março, no Hotel Radisson, o evento premiou destaques de 2013 em 12 categorias e, além da melhor organização, o Coliseu pôde também se sentir premiado com mais duas estatuetas, a primeira delas com o Announcer do ano, Tarciso Manzano, e também com o melhor árbitro central, Flávio Almendra. E o público que lota as arquibancadas não tem se contentado em torcer e o número de praticantes nas academias comprova a democratização da modalidade. Muitas pessoas têm associado os exercícios físicos à prática de uma arte marcial, muay thai, judô, jiu-jitsu e boxe estão entre as preferidas. A bancária Mayra Lyra se rendeu ao muay thai e comprova que o conceito de violência hoje deu lugar ao da técnica, tornando as artes marciais também interessantes para as mulheres. “Pratico para melhorar minha qualidade de vida, não se pode negar que os treinos são duros, mas Uma revista com a cara do Nordeste


o esporte serve para quebrar o estereótipo secular de que somos o sexo frágil. Há muito contato é verdade, não dá pra fazer doce, querer manter a maquiagem, o cabelo no lugar ou a unha impecável se queremos mostrar que também somos fortes do nosso jeito”, disse Mayra, que já está contando os dias para a viagem que fará a Tailândia, o berço do muay thai. Muito de tudo isso pôde ser visto durante a primeira Semana Nacional de MMA realizada pelo Coliseu no Parque Shopping Maceió. Foram sete dias de muita atividade que aproximaram ainda mais os alagoanos do mundo das artes marciais. Além de treinos de atletas profissionais, aconteceram ainda no octógono e tatame montados, apresentações de capoeira, kung fu, muay thai, boxe, judô e jiu-jitsu, além de palestras com nutricionistas e grandes nomes do esporte alagoano como o mestre Cabral, que também ensinou técnicas de defesa pessoal. Tudo com a participação de quem passava pelo local, que pôde pela primeira vez interagir com o universo do MMA subindo no octógono, pondo luvas e até pousando de campeão com o cinturão na cintura. A aproximação das pessoas se deve também a descoberta dos benefícios que a prática de uma arte marcial proporciona, desmistificando o conceito do lutar por lutar e agregando outros valores como a disciplina, o respeito e o autocontrole, melhorias que vão além do aspecto físico e chegam ao campo da psicologia. E todos podem, com o devido acompanhamento de um profissional especializado, dedicar algumas horinhas para alguns golpes. Um estudo divulgado pela Universidade da Califórnia, em Berkeley (EUA), mostrou que crianças que passaram a praticar esportes vinculados a artes marciais, apresentaram uma maior concentração e paciência,

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além da diminuição da agressividade. De acordo com os pesquisadores, os meninos mostraram resultados mais eficientes e as consequências verificadas se deram em função das artes marciais funcionarem melhor do que uma terapia convencional, que não diminui as emoções negativas. As atividades podem ser praticadas inclusive por idosos. O mesmo estudo mostrou que na terceira idade a prática proporciona, dentre vários fatores, uma maior qualidade de sono. Mesmo assim, muitos são os que discordam de tudo e que insistem que a pessoa se tornará ainda mais agressiva com a prática de lutas, opinião diferente do professor de artes marciais, lutas e combates das Faculdades Metropolitanas Unidas de São Paulo – FMUSP, Marcelo Silva, que diz que “a prática de uma arte marcial por si só desenvolve um novo comportamento social e psíquico a partir da própria estrutura, da hierarquia, das regras e da parte ética”. Ele ainda afirma que as mulheres também têm muito a ganhar pelo fato da arte marcial “atuar de forma preventiva nas artroses em geral, na artrite reumatoide e em várias outras patologias”. Quem pratica artes marciais com mestres qualificados e com consciência, sabe que elas não têm qualquer vínculo com agressividade. O viés é outro, as teorias pregam sempre o bom senso, um estilo de vida baseado na persistência e na lealdade ao seu mestre, ao seu corpo e as pessoas, sempre interagindo com o espírito num ritual de busca de autoconhecimento. Isso é arte marcial, isso é MMA.

De malas prontas Praticante de muay thai, Mayra Lyra vai a Tailândia para conhecer mais sobre o esporte


PRONTOS PARA LUTA

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Coliseu EF IX Por Ericsson Henrique / Fernanda Tognon Fotos Prontos Para Luta / Deive Coutinho / Thiago Alcântara / Dennis Calheiros

Em noite de festa e combates movimentados o Coliseu Extreme Fight apresentou sua nona edição em prévia do prêmio Osvaldo Paquetá, a pesagem foi na praça central do Parque Shopping Maceió. Para um público de quase 6 mil pessoas no Ginásio do SESI e batendo o recorde de audiência de um evento de MMA no Brasil na TV aberta com cerca de 3 milhões e 300 mil pessoas alcançadas pelo canal Esporte Interativo, o Coliseu Extreme Fight IX proporcionou mais uma grande festa do MMA. Confira as imagens e resultados dos 10 combates, veja também os registros e resultados da premiação do Oscar Nacional do MMA, o Prêmio Osvaldo Paquetá, que consagrou como evento de Melhor Organização de 2013 o Coliseu Extreme Fight. 1ª Luta Otávio Besouro x Toni Belo O primeiro round começou movimentado e Toni Belo tentou levar a luta logo para o solo. Acabou ficando por baixo. Besouro montou, mas não passou muito tempo em cima. Da guarda, Besouro encaixou um arm lock, mas não conseguiu finalizar o adversário. Após a saída da finalização Toni perdeu o gás e Besouro, especialista em Muay thai dominou a luta em cima completamente. O segundo round continuou da mesma forma do fim do primeiro. Resultado Oficial: Otávio Besouro venceu por desistência de Toni Belo aos 1m25s do 2º round. 2ª Luta João Paulo Rodrigues x Leonardo “Caveira Os atletas começaram a luta se estudando bastante e muito concentrados. Porém a torcida vaiava a atuação dos lutadores, que continuaram com a lenta trocação. Pontuando e se estudando, os atletas continuaram até o fim do 1º round. João Paulo partiu para a trocação franca no início do segundo round. Enquanto o atleta da bahia se esquivava e soltava a mão também. Esse foi o momento mais disputado do combate. Resultado Oficial: João Paulo venceu na decisão dividida dos árbitros. 3ª Luta KarlMarkx Mazoni x Carlos “Chapolin” Em luta rápida, o alagoano KarlMarkx surpreendeu e nocauteou seu adversário antes do primeiro minuto do combate. Resultado Oficial: 50 segundos do 1º Round, vitória de Karl Marx Mazoni por nocaute técnico 4ª Luta Ciro “BadBoy” x Fabricio “Alagoinhas” Bad Boy cinturou Alagoinhas e levou a luta para o solo. O atleta da Kimura/ Nova União segurou o adversário no solo e foi imprimindo o seu ground na pound. Ficou nesta posição até o fim do round. Alagoinhas começou o round indo para cima, mas Ciro aplicou um chute central, um direto e derrubou seu adversário com um single lag. Cirou montou, foi para as costas e finalizou com um mata leão. Resultado Oficial: Ciro Bad Boy finalizou com um mata leão aos 1m45s do 2º round. 5ª Luta Edcarlos “Peixe” x Pedro Gomes A luta começou com muitos chutes baixos, aplicados pelos dois atletas. Peixe aplicou um chute alto que bateu na guarda do seu adversário. Edcarlos levou

a luta para solo, mas Pedro Gomes, voltou a luta em pé. Pedro Gomes conseguiu aplicar um cruzado de esquerda derrubando o alagoano, que por algum tempo ficou sem “rumo”. Quando o alagoano mostrou reação e cinturou o adversário a luta foi interrompida pelo árbitro. Nocaute técnico aos 2m40s do segundo round. 6ª Luta Francisco “De Assis” Maciel x Zé Reborn Na luta mais rápida do evento, o atleta Francisco nocauteou o Alagoano Zé Reborn no começo do primeiro round Resultado Oficial: Vitória por nocaute técnico, de Francisco de Assis, aos 29 segundos do 1º round. 7ª Luta Matheus “Buffa” Scheffel x Tiago “Bahia” Varejão Os dois atletas oriundos da luta em pé, fizeram o primeiro round todo de trocação. Mostrando mais concentração o curitibano Buffa conseguiu impor um melhor jogo e conseguiu abrir um ferimento na cabeça de Varejão. No segundo round, Varejão, começou a tomar iniciativa e foi para o ataque. Aplicou um ótimo chute na linha de cintura de Buffa, continuou com socos. Seu adversário caiu e Varejão continuou no ground na pound. A luta foi interrompida pelo árbitro Chico Melo. Resultado Oficial: Vitória de Thiago varejão aos 24 segundos do segundo round. 8ª Luta Kleber Orgulho x Jackson “Naco” Gonçalves No início da luta o atleta Jackson Naco tentou um soco rodado e dois socos em seguida. O segundo pegou com a mão aberta e pegou no olho esquerdo de Orgulho. O médico interrompeu o fim do combate Resultado Oficial: No countest 9ª Luta Jorjão Rodrigues x Julio Cesar Field Luta movimentada, os dois atletas estavam com a trocação afiada. Field preferiu levar a luta para o solo e derrubou Jorjão. Jorjão tentou finalizar seu adversário com um tipo de americana invertida. No segundo round o alto nível da luta foi mantida. Os dois atletas investiram nas tentativas de quedas e a trocação foi no estilo “bateu levou”. O terceiro round começou movimentado. Jorjão acertou e Field sentiu. No que pareceu uma tentativa de mais um soco e encaixou uma guilhotina em pé e finalizou seu adversário. Resultado Oficial: Vitória de Jorjão Rodrigues por finalização, guilhotina em pé, aos 40 segundos do terceiro round. 10ª Luta Alex Sandry “Coruja” x Vinícius “Gigantinho” A luta começou boa, Vinícius aplicou um bom chute na linha de cintura de Alex. Alex começou a socar seu adversário e foi o levou até a grade. Vinicius agarrou seu adversário e numa tentativa de queda, dos dois atletas, “Gigantinho caiu por cima e ligou a “metrelhadora” de socos, forçando a parada do árbitro por nocaute técnico. Resultado Oficial: “Gigantinho” venceu por nocaute técnico no 1º round.

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PRONTOS PARA LUTA

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Prêmio Osvaldo Paquetá - Oscar do MMA Nacional Os melhores do MMA Nacional se reuniram em uma noite de festa e premiação, na sexta-feira (14), no salão do Hotel Radisson. A cidade de Maceió foi escolhida como sede da 2ª Edição do Prêmio Osvaldo Paquetá, ‘Oscar’ do esporte. Foram 16 categorias, com cinco indicados em cada, pela mídia especializada. O evento alagoano COLISEU Extreme Fight venceu na categoria Melhor Organização, em votação realizada pelos internautas. O organizador do Coliseu, que traz o MMA para Alagoas, empresário Mário Lôbo, disse que se sente feliz pela confiança que tem recebido dos admiradores e apoiadores do esporte para a realização de eventos no Estado. “O Coliseu está muito focado e cada vez mais profissional. Iniciamos uma nova era do MMA brasileiro”, afirmou durante a premiação.

Edição do ano JUNGLE FIGHT #59 Equipe do ano NOVA UNIÃO Treinador do ano JAIR LOURENÇO - RN Árbitros do ano FLAVIO ALMENDRA - RJ Cage Girl do ano THAYS PIRES LEÃO - RS Announcer TARCISO MANZANO - AL (Coliseu EF)

De acordo com Cristiano Martins, organizador do evento, este é um momento especial para todos que fazem o MMA Brasileiro. “Somos os melhores do mundo neste esporte e cada finalista, só pelo fato de ser indicado, já é vencedor”, destacou.

Lutador do ano THOMAS ALMEIDA (Chute Boxe Diego Lima | Gold Team)

O Hotel Radisson, na praia de Pajuçara em Maceió, recebeu a grande celebração do MMA brasileiro. A premiação, apresentada por Renata Aymoré, contemplou os vencedores das 16 categorias do Prêmio Osvaldo Paquetá em uma noite de muita festa.

Revelação do ano GABRIEL CHECCO (Chute Boxe Diego Lima | Gold Team)

O evento também premiou o jornalista Marcelo Alonso e os irmãos lutadores Rodrigo e Carina Damm com o Troféu Luiz Alves de Honra ao Mérito. O primeiro, por conta do livro “Do Vale Tudo ao MMA”, e os irmãos por conta de ações sociais que promoveram. Irmão de Osvaldo Paqueta, Edimar Rosa marcou presença e emocionou os presentes com um discurso. A seguir, confira a lista com as catergorias e seus vencedores: Organização do ano COLISEU EXTREME FIGHT Evento revelação CIRCUITO TALENT DE MMA

Lutadora do ano TALITA TRETA (Gracie Fusion)

Luta do ano GIOVANNI DINNIZ x LUCAS BOB ESPONJA (WOCS 32) Nocaute do ano WENDELL “NEGÃO” OLIVEIRA em ZEZÃO “TRATOR” (SMASH Fight 1) Finalização do ano KALINDRA FARIA contra CARINA DAMM (MMA Super Heroes 1) Virada do ano THOMAS ALMEIDA contra VALDINES SILVA (MMA Super Heroes 1) Personalidade do MMA de 2013 LUIZ PROTA - locutor em TV Troféu Luiz Alves | Honra ao mérito | Prêmio garantido sem votação Marcelo Alonso - Livro Do Vale Tudo ao MMA Irmãos Carina e Rodrigo Damm - Solidariedade

Organização do ano

COLISEU EXTREME FIGHT

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CARREIRA

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Obsessão Prazer Por Antonio Maria do Vale Imagens Divulgação

Já existiu um tempo em que a dedicação no trabalho era medida pelo tempo que as pessoas se dedicavam a ele. Hoje, a obsessão não garante o sucesso e gostar do que faz se tornou mais importante que longas horas no escritório. Para muitos, ele foi o maior gênio da História da Humanidade. Cientista, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, escultor, arquiteto, botânico, poeta e músico, Leonardo da Vinci foi, talvez, o maior pintor de todos os tempos e possuía uma curiosidade insaciável que só podia ser igualada a sua capacidade de invenção. Instituído como a pessoa com a maior diversidade de talentos a ter vivido, parecia sobre-humano diante do alcance de seus interesses e da profundidade com que tratava cada um deles. Algo curioso fazia parte de seu cotidiano, Leonardo não dormia as oito horas diárias recomendadas, nem seis, quatro ou duas que fossem. Ele cochilava durante 15 minutos a cada 4 horas de intenso trabalho, tudo para não desperdiçar um minuto sequer de inspiração.

Fotos: Divulgação

Ser viciado no que faz pode até gerar bons resultados, no entanto, viver em função do trabalho não o tornará um novo “Da Vinci”, no máximo, o que você conseguirá é ter muito sono e um péssimo

desempenho no dia seguinte. Mas seria Leonardo da Vinci um Workaholic ou um Worklover? Usaria ele todo o tempo disponível em suas experiências por prazer ou como fuga de algo que o incomodava? E você? É do tipo que trabalha muito, mais de 10 horas por dia e que sempre leva alguma coisa pra casa nos finais de semana? Ou segue regras e, mesmo apaixonado por seu trabalho, não abre mão de uma cervejinha com os amigos e do almoço sagrado de domingo com a família? Um Workaholic ou um Worklover? Os conceitos surgiram para diferenciar aqueles que conseguem balancear, ou não, a vida profissional com a pessoal, interagindo os resultados de ambas as partes de forma positiva ou negativa. O psicólogo Wanderley Codo, diz que um Workaholic é um literal viciado no trabalho, com uma motivação muito alta por ele, mas com uma insatisfação permanente. Neste caso, a vida pessoal é

Workaholic O trabalho se torna um vício

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afetada diretamente pela obsessão em trabalhar e, se os resultados profissionais não são os esperados, tudo reflete em casa, o indivíduo sofre, adoece e, mesmo necessitando, não aceita o fato de que precisa de ajuda, seja dos familiares ou dos companheiros de labuta. Geralmente, o trabalho também afeta a saúde e a vida pessoal, já que opta de forma automática sempre por mais horas na empresa, descartando qualquer atividade física ou programa em família, imaginando que isto esteja o tornando mais produtivo e que será reconhecido por seus esforços, um grave erro. Da mesma forma que o Workaholic, o Worklover também é fissurado em trabalho. Entretanto, este tipo de profissional vive sempre satisfeito e é mais aberto ao lidar com as dificuldades que surgem no dia a dia, não exitando em pedir ajuda quando preciso. Ele também costuma passar horas e horas trabalhando, mas isso não lhe causa estresse e sim prazer, normalmente sequer nota o tempo passar e consegue produzir mais do que esperava no dia, que não costuma começar com metas e prazos, somente com ideias. Muitas vezes os dois perfis conseguem prestígio profissional. Contudo, enquanto o Workaholic tem grandes chances de destruir sua saúde e desestruturar suas relações com a família e amigos, o Worklover consegue equilibrar trabalho, saúde, família e amizades. O primeiro poderá até ficar mais rico do ponto de vista material, mas estará muito distante dos valores que serão agregados pelo segundo, que maximizará suas relações sociais, a admiração de todos e, consequentemente, as possibilidades de trabalho com um custo-

Worklover O trabalho gera prazer

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benefício voltado a qualidade de vida, enriquecendo como pessoa e sendo feliz, algo que dificilmente um Workaholic conquistará. A própria garantia de emprego é maior para quem trabalha com prazer, um Workaholic pode até ser bem vindo numa empresa que busca melhorar sua disciplina e resultados negativos, porém, suas chances de ser desligado são maiores em virtude da desmotivação que causará na equipe em longo prazo. Afinal, quem gostaria de ter como líder alguém que te liga de madrugada, que marca reunião depois do expediente ou que quer todo mundo trabalhando no final de semana só porque a meta não foi alcançada por insignificantes 0,001%. É assim que os viciados crônicos costumam responder a uma meta estipulada e não concretizada. Falando em vício, é importante ressaltar que o Workaholic não se vê nessa situação, ele acredita que faz tudo por prazer, mas não enxerga que todo viciado sente prazer, o que logo é substituído por uma sensação de vazio ou frustração, quando, como alívio, este estado negativo é novamente preenchido por mais e mais trabalho, tornando-se um ciclo vicioso. O primeiro passo para se tornar um Worklover é justamente conseguir diferenciar o que de fato é prazer, não confundindo-o com uma fixação ou resultado a qualquer custo. A gestão do tempo também é fundamental, definindo sempre as prioridades e distinguindo o que é importante do que é urgente. Lembrando que movimento não é sinônimo de produtividade, muita gente anda o tempo todo de um lado para o outro, sempre correndo, ofegante, e na realidade não está produzindo nada. Pressa não


CARREIRA

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tem qualquer relação com velocidade, não representa eficiência e sim consequência de desorganização. Um exemplo prático são os estudantes que deixam pra estudar de última hora, mergulham na matéria um dia antes e viram a noite na esperança de se saírem bem na avaliação. Diferente do aluno que se planeja e que se dedica nas aulas que, em muitos casos, nem precisa estudar na véspera da prova, obtendo inclusive um melhor resultado. E quem não se enquadra em nenhum dos dois perfis? Estes são a maioria dos profissionais, que não trabalham nem por amor nem por vício, mas por uma questão de necessidade, ninguém sobrevive sem trabalho. Você não precisa se transformar num Workaholic ou Worklover para subir a escada hierárquica e se posicionar bem no organograma da empresa, mas, quando descobrimos a importância do que fazemos, fica bem mais fácil lidar com as facetas não prazerosas que existem em qualquer atividade, mesmo para aqueles que se dedicam ao que sempre sonharam.

WORKAHOLIC

Fazer o que gosta ou aprender a conviver com o trabalho que tem é um fator determinante para o sucesso profissional. As empresas preferem contratar pessoas assim porque ganham em competitividade e conseguem construir um ambiente de trabalho psicologicamente mais positivo. Bem é verdade que muitas profissões não são propícias a atuação dos Worklovers, em empresas onde o foco é o operacional, como petroquímicas, eles com certeza terão dificuldade, sendo bem mais aproveitados naquelas em que a liberdade criativa é o carro-chefe. O ideal é que você não busque o sucesso profissional reproduzindo modelos pelo senso comum, talvez seu desejo seja se tornar um Worklover, entretanto, a possibilidade de não encontrar o trabalho de seus sonhos também existe e, para sobreviver, a capacidade de adaptação será fundamental para que a rotina do trabalho não se transforme num martírio. Neste caso, você poderá encontrar a felicidade através do equilíbrio entre os vários componentes da vida.

WORKLOVER

1. O trabalho é fonte de pressão e gera estresse;

1. O trabalho lhe traz satisfação;

2. Sente-se inseguro e não consegue ficar longe do trabalho;

2. Consegue se desligar do trabalho quando esta fora dele;

3. Pensa sempre nas expectativas dos outros e não nas suas;

3. Busca realizações profissionais e também pessoais;

4. Se entrega esperando sempre uma recompensa material;

4. Não pensa em reconhecimento, foca a obra a ser realizada;

5. Se envolve com a tensão do trabalho, irritando-se fácil;

5. Consegue administrar os problemas que surgem;

6. Sem o trabalho, acha a vida sem graça;

6. Dedica-se ao trabalho, mas também a família e os amigos;

7. Vive para o trabalho e não o contrário;

7. Faz o que ama e ama o que faz;

8. Se o trabalho vai mal, não busca ajuda;

8. Sempre busca a opinião dos outros;

9. Não cuida da saúde;

9. Prioriza o lazer nos finais de semana;

10. Leva sempre trabalho pra casa.

10. Não percebe as horas passarem no trabalho.

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aV. GUSTAVO PAIVA, N.140 - AO LADO DA FITS


ARQUITETURA

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Casa Cor

Por Bia Nunes Assessoria Fotos Luiz Eduardo Vaz

A mais completa mostra de arquitetura, decoração e paisagismo das Américas acontece em Maceió pela primeira vez, e estará de portas ao público no período de 28 de março a 11 de maio. Um olhar muda tudo. E quando o olhar vem de um grande artista, a concepção das coisas se altera, tornam-se únicas, memoráveis e com muitas possibilidades de interpretação. De 25 de março a 11 de maio, os profissionais de Alagoas serão estes grandes artistas nessa primeira edição da Casa Cor Alagoas, que acontece numa área de 16 mil metros quadrados, nas antigas instalações do Colégio Batista, no alto do Farol. A mais completa mostra de arquitetura, decoração e paisagismo das Américas, CASA COR, desembarca em sua vigésima cidade brasileira, num momento de grande crescimento e maturidade do setor no Estado de Alagoas. A aceitação e adesão recorde dos profissionais ao evento antecipa o sucesso que será a mostra. Até o dia 11 de maio, 69 profissionais colocarão toda criatividade e talento em 48 ambientes, distribuídos pelos quase 5 mil metros quadrados da mostra, trazendo ao público beleza, sofisticação e inovação. Alguns destes profissionais veteranos em edições de outros Estados, mostram agora todo o seu potencial na edição alagoana da CASA COR.

Além de decoração e arquitetura, a Casa Cor Alagoas 2014 reúne em um mesmo lugar entretenimento, moda, comportamento, gastronomia, valorizando a cultura e as riquezas de nosso Estado. Alguns espaços serão ocupados por restaurante, cafeteria, champanheria e sorveteria, tornando o ambiente ideal para um ponto de encontro e lazer, para toda a família. Um público de mais de 20 mil pessoas é esperado durante os 45 dias de evento, que irá conferir tendência, charme, sofisticação e tecnologia. Sobre a CASA COR Uma casa reúne pessoas, seus estilos e gostos, seus desejos e sonhos. A criação da mostra surgiu quando a brasileira Yolanda Figueiredo e a argentina Angélica Rueda, durante uma viagem a Buenos Aires, se encontraram com seus amigos Javier Campos Malbrán e Ernesto Del Castilho, que fizeram a proposta de organizar um evento de decoração no Brasil. CASA COR teve início no Brasil em 1987, com a realização da primeira edição em uma residência, no

O casarão Casa Cor Projeto manteve todos os traços originais garantindo a história Uma revista com a cara do Nordeste


Tudo pronto Equipes trabalharam dia e noite para preparar a mostra

bairro do Jardim Europa, em São Paulo. Na ocasião, 22 ambientes foram decorados por 25 profissionais e visitados por 7 mil pessoas. A partir daí, CASA COR não parou mais de crescer e se tornou referência nacional e internacional de bom gosto, influenciando formadores de opinião e agregando valor às marcas as quais se associa. Uma empresa do Grupo ABRIL CASA COR é hoje reconhecida como a mais completa mostra de arquitetura, decoração e paisagismo das Américas. Em 2012, mais de 600 mil pessoas visitaram CASA COR no Brasil e na América Latina. Os eventos CASA COR contam sempre com o apoio das prefeituras e governos locais e já se tornaram oficiais nos calendários das cidades onde estão presentes movimentando o mercado e proporcionando oportunidades para empresas e profissionais. No total são 25 eventos realizados pela CASA COR, cumprindo um calendário de janeiro à dezembro. Em todas as suas edições, renomados arquitetos, decoradores e paisagistas reinventam espaços modificando-os livremente, com o compromisso de criar um ambiente inovador, atraente, sustentável e de muito bom gosto. O resultado é um evento que possibilita aos visitantes a experiência única de desfrutar a exposição de novidades em decoração, design, peças, materiais, tecnologia e equipamentos de altíssimo nível, para que vivenciem um momento de sonho e bem estar. As inúmeras opções de compras e lazer integradas, tais como lojas, restaurantes, cafés, galerias, serviços e entretenimento para toda a família, permitiram à CASA COR atrair um público visitante em volumes recordes. Atualmente, CASA COR possui 26 franquias, sendo 20 nacionais (Amazonas, Bahia, Brasília, Campinas, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Interior de SP, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e agora, Alagoas) e seis internacionais: Bolívia, Chile, Panamá, Peru, Equador e Punta del Este.

Lançamento Arquitetos, paisagistas, decoradores, jornalistas e autoridades de Alagoas puderam conferir em primeira mão as informações sobre a edição de estreia do evento, durante uma festa que

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reuniu cerca de 170 formadores de opinião e conceito, no Centro de Convenções do Hotel Jatiuca, em Maceió. Os executivos da mostra, Ellen Alcantara, Glaucia Medeiros e Cesar Revorêdo celebraram o sucesso das adesões: todos os ambientes haviam esgotado em menos 10 dias, totalizando 79 profissionais. “Participar de uma edição da CASA COR é dar visibilidade ao seu trabalho e ao seu produto, colocando-o entre os mais procurados pelos clientes; é agregar ainda mais beleza e funcionalidade a sua marca”, ressaltou Glaucia. Na solenidade, o presidente nacional do evento, Angelo Derenze elogiou o crescimento econômico e estrutural de Alagoas. “Minha última visita à cidade foi 30 anos atrás. Quando desembarquei hoje, aqui, fiquei feliz ao enxergar evolução em aspectos que confirmam o sucesso antecipado da Casa Cor Aalagoas, e um deles é o crescimento ordenado de imóveis em toda Maceió”, afirmou o empresário, informando que a praça já estava sendo estudada há quatro anos. “Queríamos entrar em um novo estado que tivesse estrutura e capacidade de manter a marca de CASA COR. Não há dúvidas que Alagoas mostrou competência para isso, e a maior prova é a recepção e procura nunca antes vistas dos nossos ambientes”, finalizou.


#MulherNaOUSH

08 de Marรงo - Dia Internacional da Mulher

Uma homenagem da revista que tem a cara do Nordeste a mulher brasileira.

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O que elas querem? Por Antonio Maria do Vale Imagens Divulgação/Arquivo pessoal

São mães, continuam cuidando do lar, mas os limites da casa ficaram pequenos. Cada vez mais, as mulheres atuam em espaços, até então, de ocupação exclusiva dos homens e, diferente de outras épocas, passaram a tomar decisões. No último dia 08 de março comemoramos o dia internacional da mulher e as homenagens foram inúmeras. Muitas empresas presentearam suas funcionárias com flores, a maioria dos canais de TV teve uma programação especial voltada a elas e nas redes sociais nove em cada dez postagens se referiram as conquistas e avanços do universo feminino. Pais, filhos, maridos e amigos, todos dedicaram um tempinho para enviar uma mensagem que parabenizasse as mulheres de seu convívio, não faltaram presentinhos e declarações.

No dia seguinte, tudo voltou ao normal e as homenagens cessaram de forma instantânea, abrindo espaço para uma brincadeira recorrente entre os homens: “agora teremos os nossos 364 dias”. A verdade é que o intervalo até o próximo 08 de março servirá para uma comprovação diária, as mulheres progridem em escala geométrica enquanto os homens passo a passo. Hoje elas ocupam e desempenham, em nível de igualdade, muitas atividades antes exclusivamente masculinas e estão se distanciando cada vez mais do velho clichê que as caracterizam como o sexo frágil.

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Chegar aonde chegaram não foi fácil, o que credencia ainda mais o espaço conquistado pelas mulheres nas últimas décadas. Até bem pouco tempo atrás era tudo muito diferente, no início do século XX elas sequer tinham nome em Alagoas. Nos jornais, eram sempre associadas aos pais, quando solteiras, ou a seus maridos, quando casadas.

as dificuldades para inserir nos contextos históricos as biografias de índias, escravas, quilombolas, educadoras, artesãs, escritoras, políticas, ricas, remediadas ou pobres, mulheres casadas ou solteiras que enfrentaram e superaram ao longo dos séculos diferentes obstáculos impostos pelos colonizadores, pela elite agrária e pela sociedade patriarcal.

Segundo o historiador Ulisses Neves Rafael, do Grupo de Estudos do Tempo Permanente da Universidade Federal de Sergipe, o espaço reservado à mulher na Maceió daqueles primeiros anos do século XX se reduzia aos domínios da casa e da Igreja, ou seja, ambientes de intimidade e reserva. Aliás, diga-se de passagem, mesmo quando se tratava da organização das festas religiosas, a participação das mulheres estava submetida à supremacia masculina.

Severinas, Anas, Raimundas e Marias, estrelas nordestinas de fato e de romance. Schuma cita que Clarice Lispector oferece uma pequena amostra da diversidade e grandiosidade das mulheres alagoanas em sua obra “A hora da estrela”, quando, ao conceber o personagem Macabéa, uma anônima que, da aparente fragilidade, faz brotar um ser fortalecido pelos solavancos da vida, simbolizando um pedaço do universo feminino regional.

Eram raras as exceções, geralmente quando o próprio nome de uma mulher aparecia, era em função de sua condição de solteira ou de viúva. A rua era um ambiente eminentemente masculino e, tendo como base os jornais de época, em duas ocasiões a participação da mulher alagoana era quase nula: no carnaval e na vida política. O cotidiano feminino era dedicado quase que unicamente as tarefas domésticas e as relações familiares.

E foram muitas as Macabéas da vida real. Mulheres como Dandara e Acotirene, que ao lado de Zumbi e Ganga Zumba lideraram vários quilombos no século XVII. Como Ana Lins, que durante a confederação do Equador, revolução de 1824 que tinha por objetivo a criação de um governo republicano e independente da monarquia portuguesa, liderou a mais feroz reação, dirigindo pessoalmente um combate desigual. Mesmo obrigada a assistir o incêndio devorar seus canaviais, destruir as casas dos moradores locais e ameaçar todo seu patrimônio, ainda assim não perdeu a garra. Foi presa, mas ao ser libertada, restaurou sua propriedade arrasada, enfrentando muitas dificuldades, porém, entregando ao marido, em seu retorno de reclusão, o engenho restaurado e imponente como antes.

Trabalhar era algo pouco comum e apenas em poucas atividades, como no ramo da educação, a presença feminina era bem vista, neste caso citado, inclusive em razão das aptidões ligadas ao lar, como citado em texto publicado em jornal por Euclides Malta, então governador do estado: “A tendência entre nos e entregar o ensino primário a mulher não só por suas naturais aptidões para educador da infância, como também porque se tem considerado (...) que a escola primária é e deve ser a continuação do lar, onde a mulher executa prodígios para educar psíquica, moral e intelectualmente os filhos seus e mesmo os de outrem, que lhe são entregues”, dizia uma das edições de 1902.

De casa... O modelo tradicional da mulher esposa, mãe e, quase que exclusivamente, dona de casa...

Um estudo realizado pela Rede de Desenvolvimento Humano – REDEH, uma associação civil sem fins lucrativos, trouxe a tona muito sobre a história das mulheres em Alagoas. Na publicação “Gogó de Emas”, a historiadora Schuma Schumaher revela fatos históricos até então desconhecidos ou ocultados por interesses que preservassem a hegemonia masculina. Segundo ela, são poucos os escritos que contemplam a trajetória de mulheres alagoanas, sendo imensas

Os exemplos seguem com heroínas como Rosa da Fonseca, que sempre incentivou os filhos a servirem a pátria. Três dos oito que tivera caíram em combate durante a Guerra do Paraguai e diante da notícia da perda tripla dissera: “sei o que houve; talvez até Deodoro mesmo esteja morto. Mas hoje é dia de gala pela vitória; amanhã chorarei a morte deles”, enquanto homenageava a tropa colocando uma bandeira nacional em uma das janelas de sua casa. Morreu três anos após o fim da batalha, aos 71 anos, e não pôde ver de perto o filho Deodoro tornar-se o primeiro presidente do Brasil. Tivemos pioneiras como Linda Mascarenhas que, contrária às críticas ferozes que enfrentara, implantou o teatro de arena no nosso estado. Ao encenar peças como “Eles não usam black tié”, de Gianfrancesco Guarnieri, e “Hoje é dia de rock”, de José Vicente,

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quebrou paradigmas invadindo o santuário do tradicionalismo alagoano. O que dizer de Maria Mariá de Castro Sarmento, a mulher que poucos alagoanos conhecem, mas que, muito provavelmente, tenha realizado o maior número de contravenções ao dito como certo da cartilha limitadora dos direitos das mulheres.

imaginar, o fato de ser mulher pareceu ser um obstáculo pequeno quando comparado aos 15 meses em que permaneceu presa durante o regime militar de Vargas. Mas os desafios que enfrentou a amadureceram ao ponto de se tornar uma das maiores cientistas do século XX.

Em União dos Palmares, a professora protagonizou na década de 1940 atos condenáveis para a época. Dentre tantos, aboliu o uso da palmatória no Grupo Escolar Rocha Cavalcanti, foi a primeira a usar calça comprida, jogar sinuca, dominó e baralho na cidade. Fumava na rua, bebia e frequentava bares, além de organizar blocos carnavalescos, sendo respeitada por todos na cidade, inclusive pelos que condenavam suas atitudes. Em 1956, deixou-se fotografar de maiô as margens do Rio Mundaú, uma afronta aos costumes fortemente ligados a raízes patriarcais e oligárquicas da região.

Até meados do século XX o desejo era ocupar espaços até então exclusivamente habitado pela presença masculina. Depois, houve momentos na história em que as demandas ficaram mais objetivas. Na segunda metade do século surgira o feminismo e as reivindicações mais revolucionárias: oportunidades de emprego em pé de igualdade, fim da violência doméstica, legalização do aborto, direito ao divórcio, extinção dos padrões de beleza, igualdade social em todos os níveis e a exterminação por completo da tradicional sociedade patriarcal.

Vieram outras e outras Mariás e um a um os tabus vêm sendo quebrados. Os próprios meios de comunicação, que hoje noticiam os avanços femininos, já foram palco de momentos memoráveis desta evolução. Em 1958, a Rádio Progresso de Alagoas entrava no ar e com espanto recebia o pedido de emprego de uma adolescente de apenas 14 anos que, aos 16, já possuía um programa voltado às mulheres inteiramente seu. Era Floraci Cavalcante, a dona da mais bela voz das ondas do rádio alagoano e uma das mais respeitadas comunicadoras da história da radiofonia brasileira.

Se libertaram de implicações seculares de fazer inveja aos Decretos do Taleban que, no Afeganistão, proíbem as mulheres de saírem de casa; de usar produtos cosméticos ou roupas elegantes, adornadas e apertadas; de trabalharem; de frequentarem escolas; de escutarem música; de serem fotografadas e de rirem em público; tudo sob a justificativa de que, do contrário, jamais conhecerão o paraíso. Hoje incorporam o espírito de luta da historiadora Agnès Humbert que, diante da dominação nazista durante a segunda guerra mundial, fundou um dos primeiros grupos da resistência francesa, não se rendendo a suástica e desafiando Hitler.

E quantas seriam as alagoanas que ainda poderíamos citar. A historiadora Carmen Lúcia Dantas não só seria mais uma delas como poderia nos elencar mais uma centena. Com sua paixão pela preservação da memória de Alagoas, não teria a menor dificuldade para encontrar as mais variadas personagens com participação significativa em muitos acontecimentos históricos de nosso estado. Carmen não cometeria, como também não faremos, o pecado de esquecer nomes como o de Nise da Silveira, que mereceria inclusive um capítulo todo especial. Aos 16 anos, quantas seriam as mulheres que, como Nise, contrariaria o desejo dos pais, que a queriam pianista, e buscaria realizar o seu sonho, indo cursar medicina em salvador, sendo a única mulher entre 157 homens? Isso em 1921. Nise seguiu seu instinto e seis anos mais tarde chegava ao Rio de Janeiro, onde começaria uma revolução na pesquisa e terapia de doentes mentais. E tudo foi bem mais difícil do que poderia

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No começo, essa revolução feminista pouco conquistou de fato, mas o legado deixado começa a dar resultados que não podem mais ser ignorados, em casa, nas empresas, na política, em todos os lugares elas alcançaram o topo do organograma e libertaramse da dependência masculina para decidir o que querem fazer e quais os sonhos querem realizar. Caíram por terra muitas barreiras morais e sociais e hoje, por exemplo, são elas que escolhem seus parceiros e o tipo de relação que querem ter, bem diferente dos tempos em que tudo era decidido de acordo com o interesse dos pais e de acordo com troca de dotes. Hoje o formato do feminismo se reciclou e as mulheres renovam os novos horizontes a que pretendem chegar. Cada mulher pode ter sua reivindicação própria, podem lutar por questões sociais ou políticas, que são mais amplas, ou até mesmo combater a dificuldade de abrir

... para o mundo! ... deu lugar a uma mulher moderna que, além do lar, agora também administra suas vontades.


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uma lata de refrigerante, se quiserem. Todas elas agora têm opções e muitas das coisas que eram completamente comuns no passado, como ter um filho, hoje se torna um desafio em razão das inúmeras outras atividades e responsabilidades que as cercam. O ideal de um casamento feliz e a consequente formação de uma família ainda é, sem dúvida, o principal sonho das mulheres. O problema é que, diante do avanço feminino e do refinamento das exigências, tem se tornado cada vez mais difícil encontrar o príncipe encantado. Segundo a escritora, advogada e integrante do grupo Quatro Peixes, que estuda a representação do feminismo, Ana Rusche, a escolha do parceiro ainda é influenciada pela posição social e pela aparência, só que, diferente de outros tempos, novos ingredientes foram adicionados à receita do bolo, ops, homem ideal. Esses fatores continuam importantes, mas agora ficam atrás de princípios de ética e moral, as mulheres agora querem mais que um “bonitinho, mas ordinário”. Inclusive por estas mudanças as mulheres têm influenciado diretamente em alterações na atitude masculina. O homem moderno divide tarefas domésticas, discute relacionamento, faz planos em conjunto, não decide tudo sozinho, troca fraldas e é mais sensível e vaidoso. Isso sem deixar de lado o fator pegada, que saiba trocar pneu, que tenha um vício como o futebol e que de forma delicada continue apreciando a beleza feminina com a tradicional olhadinha para trás, não esquecendo que as mulheres continuam inteiramente preocupadas com o desempenho entre quatro paredes. Para a coordenadora do Coletivo Jovens Feministas de São Paulo, Lia Lopes, a mulher moderna deve ser um misto dos três tipos que costuma as definir: femista, feminista e feminina. As femistas, em referência ao machista, são as que se comportam como homens: são competitivas, adoram carros e futebol, preferem trabalhar com homens e odeiam uma fofoca, além de seguirem carreira profissional e de optarem por relacionamentos mais abertos, sem muito compromisso. Já as feministas, são aquelas que militam por direitos iguais nas mais variadas causas. Enquanto que as femininas são as que priorizam a formação da família a moda antiga, preferem ter um marido a ter um emprego. Não resta dúvida que agradar uma mulher com todas estas vertentes será uma tarefa bem difícil, quiçá impossível. Responder o que as mulheres querem é uma questão do grupo de perguntas que também deseja saber o que existia antes do Big Bang. Muitos até tentaram encontrar uma resposta e o lendário Rei Arthur, talvez, tenha sido aquele que mais se aproximou de uma verdade incondicional, num conto digno de um abre aspas. Ainda jovem, ele teria sido surpreendido por um monarca do reino vizinho enquanto caçava em um bosque. Na época, o Rei poderia tê-lo matado no ato, pois aquela era a pena vigente para quem violasse as leis da propriedade. Contudo, se comoveu ante a juventude e a simpatia de Arthur e lhe ofereceu a liberdade, desde que no prazo de um ano trouxesse a resposta a uma pergunta difícil: “Afinal, o que realmente querem as mulheres?” Ao jovem Arthur lhe pareceu impossível respondê-la. Contudo aquilo era melhor do que a morte e, logo que regressou ao seu reino, começou a interrogar a todas as pessoas: a princesa, a rainha, as prostitutas, aos monges, aos sábios, ao palhaço da corte, sem que ninguém soubesse dar uma resposta convincente. Todos o aconselharam a consultar a velha bruxa, porque somente ela saberia a resposta. Chegou o último dia do ano e Arthur não teve alternativa senão recorrer à feiticeira. Ela aceitou dar-lhe uma resposta satisfatória, mas com uma

condição: queria casar-se com Gawain, o cavaleiro mais nobre da Távola Redonda e o mais íntimo amigo do Rei Arthur. O jovem Arthur a olhou horrorizado, era muito feia, tinha apenas um dente e cheirava mal. Porém, Gawain afirmou que não seria um sacrifício excessivo em troca da vida de seu melhor amigo e a preservação da Távola Redonda e marcado o casamento a velha bruxa respondeu: “O que realmente as mulheres querem é serem soberanas de suas próprias vidas”. A resposta foi brilhante e o monarca vizinho a aceitou, poupando a vida do jovem Rei Arthur. O conto não se encerra aqui. A feiticeira se mostrou ainda mais sábia dando um aditivo a resposta. Na noite de núpcias, Gawain foi surpreendido no quarto com a mais linda e charmosa mulher que um homem poderia imaginar. Estupefato, perguntou o que havia acontecido e a jovem lhe respondeu que, como havia sido cortês com ela, a metade do tempo se apresentaria com bruxa e a outra como uma princesa. E mais, Gawain poderia escolher se queria uma jovem adorável durante o dia para exibir a seus amigos e à noite, na privacidade de seu quarto, uma bruxa espantosa, ou o contrário, a bruxa durante o dia e uma a linda jovem nos momentos íntimos de sua vida conjugal. Pela resposta de Gawain, hoje se pode apostar que na época ele já deveria varrer a taverna, trocar a roda das carroças e também lutar primorosamente nas batalhas, já que deixou a bruxa, ou jovem, escolher por si mesma. Ao ouvir a resposta ela anunciou que seria uma linda jovem por todo o tempo, porque ele a havia respeitado e permitido ser dona de seu próprio destino, ratificando na prática a resposta dada ao Rei Arthur. Se a verdade é essa ou não, o que sabemos é que as mulheres não esperam mais de braços cruzados as coisas acontecerem, não aguardam mais um rei a beira da morte para conseguirem o que querem e há muito tempo abandonaram o modelo baby boomer, criado após a segunda guerra mundial, principalmente nos Estados Unidos, onde o papel da mulher se resumia a reprodução e cuidados com a prole. Na época, o machismo reinava soberano e as mulheres deveriam ser submissas ao marido incontestavelmente. Muitas casaram por obrigação dos pais e viveram uma vida muito limitada, muitas das vezes sofrendo abusos, assédios e tendo sua personalidade destruída, já que mulher de respeito era aquela submissa ao seu homem. Hoje tudo mudou, as mulheres estão se redescobrindo e, mais importante, descobrindo o quanto podem realizar, desvendando cada vez mais a força interior que possuem. Um poder discreto e simplista que permite que conservem a cabeça erguida mesmo diante das circunstâncias mais duras. Sexo frágil? Elas não são inferiores ou iguais aos homens, elas são superiores. Enfrentaram obstáculos maiores, foram reprimidas e impedidas de agir livremente até bem pouco tempo. São fisicamente mais frágeis, não há como negar, e mesmo assim os alcançaram. Como definir como inferiores quem diante de todas estas dificuldades hoje consegue atuar de igual pra igual. O que elas querem pode ainda ser uma equação sem solução. Mas o que elas vêm fazendo salta aos olhos. Não faltariam exemplos atuais que se somassem aos nomes que por aqui já desfilaram. Mas não vamos continuar listando-os, elas é que falarão por si só. A influência feminina é tamanha que abrimos espaço para que elas próprias contem suas histórias e mostrem o que sabem e andam fazendo. Nas próximas páginas de OUSH! Brasil a palavra é delas, comprovando que, se o 8 de março é dia de comemoração, tudo é consequência do que elas realizam no restante do ano. Uma revista com a cara do Nordeste


Desenvolvida pelos médicos americanos, Gregory Pincus e Carl Djarassi, com incentivo da feminista Margaret Sanger, a comercialização da pílula anticoncepcional, em 1961, causou a maior revolução sexual da história.

A bióloga Bertha Lutz foi a principal articuladora do período em que as mulheres brasileiras conquistaram o direito ao voto, em 1932. Filha do cientista Adolfo Lutz, foi uma das idealizadoras do Partido Republicano Feminino.

Durante os anos 1960, escritoras como Simone de Beauvoir ganharam espaço por buscarem desconstruir o papel então convencionado para a mulher na sociedade. Na foto, ela se encontra com o filósofo francês Jean Paul Sartre, com quem mantinha um relacionamento aberto, e com o líder argentino Che Guevara, em Cuba.

A operária Geraldine Hoff serviu como modelo para J. Howard Miller, que utilizou a imagem como propaganda durante a Segunda Guerra Mundial. O cartaz converteu-se em um símbolo para as mulheres que assumiram postos de trabalho em substituição aos maridos que serviam às forças armadas americanas.

A farmacêutica cearense Maria da Penha Maia Fernandes exigiu na justição que seu agressor fosse condenado. Sua luta serviu de base para a Lei 11.340 que aumentou o rigor nas punições ligadas a violência doméstica no Brasil.

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Substituindo o marido, Juan Perón, após a sua morte, Maria Estela Martinez de Perón, mais conhecida como Isabelita Perón, foi a primeira mulher a ocupar um cargo de presidente na América Latina, em 1974, na Argentina.

Na primeira edição dos Jogos Olímpicos, em 1896, em Atenas, não houve participação feminina. O primeiro ouro Olímpico das mulheres só saiu em Paris, em 1900. A autora do feito foi a tenista britânica Charlotte Cooper.


SINAL DE ALERTA

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VivianeSuzuki

Quando sair de casa... Fique atento a sinalização de segurança em locais públicos e de diversão. Um pequeno detalhe que pode salvar vidas em caso de emergência. Pode parecer maluquice de quem lida com situações de risco constantemente, como nós, Bombeiros Militares, mas deveria ser um alerta para toda a população que frequenta locais de reunião de público, como casas de shows, centro de convenções, cinemas e até locais de diversão infantil. Nunca é demais observar se existem preventivos contra incêndio nesses locais, tais como extintores, detectores de fumaça, sinalização de emergência e o maior “vilão” deles, saídas de emergência. Saídas estas que já foram fatores principais de causas de vários acidentes, inclusive com um número considerável de vítimas fatais, recentes e que logo irão vir ao pensamento de vocês. Vale salientar, que em se tratando deste assunto, estamos lidando com algo bastante específico. Quero dizer com isso que, cada Estado possui sua legislação própria no tocante a Segurança Contra Incêndio e Pânico, desta forma, as metragens mínimas, quantitativo de preventivos, localização deles, irão obedecer as leis e decretos estaduais, assim, podendo, claro, haver divergência entre elas. Isso ocorre com o intuito de atender melhor as peculiaridades de cada território, porém, todos artifícios jurídicos nesse tema visam a prevenção em geral. Outro ponto a ser destacado é a tamanha responsabilidade dos proprietários de qualquer tipo de estabelecimento comercial, uma vez que, esses não estando de acordo com o que preconizam os códigos já mencionados, também poderão responder pela falta de segurança não somente de si, mas, também, de toda e qualquer pessoa que tenha acesso aos ambientes. Para tanto, as fiscalizações e vistorias são bastante rigorosas, pois o mínimo erro poderá resultar em catástrofes. Tendo o poder de autorizar o funcionamento e a interdição, o Corpo de Bombeiros é o órgão responsável para tal, pois os empresários somente poderão seguir os trâmites legais envolvidos, após a certificação deste.

se está vigente. Resumindo, se visualizem como se em um sinistro estivessem e imaginem os passos os quais tomariam ante a tal situação. E, caso sintam que há algo que cause insegurança e medo, não exitem em realizar uma denúncia via número de emergência do Corpo de Bombeiros Militar, 193. Entendo que seja meio paranoico ler tudo que foi escrito acima, mas é justamente essa paranoia que poderá salvar sua vida e de tantos outros ao redor. Portanto, segurança e prevenção em exagero nunca serão demais. Acreditem!

Contudo, venho alertar a todos vocês, leitores, que ao frequentarem locais que reúnam público em quantidade considerável, observem se existem janelas de ventilação, saídas de emergências, extintores distribuídos no ambiente, sinalizações de emergências, detectores de fumaça, dependendo, hidrantes, escadas com corrimãos e tudo aquilo em que julgar necessário para uma maior proteção. Além desses cuidados, questionem os funcionários, gerentes e donos, quanto a certificação de segurança, se a mesma existe e

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Viviane Suzuki

Por Danielly Marques de Sousa (Amiga)

“Não há limites para esta garota guerreira. Gosta de aventuras, cursos de ralação e combate, passou semanas no Sertão Pernambucano atrás de seus objetivos, alcançados com êxito total, sendo a única mulher, na sua época, a enfrentar e galgar com sucesso o Curso de Caatinga do Exército Brasileiro. E ela sempre vem se aperfeiçoando em sua vida profissional. Passamos três anos em formação na Academia de Polícia Militar do Paudalho/PE e esses anos foram inesquecíveis, de luta, companheirismo, carinho, amor, brigas (rsrs). Porém, superadas, fizeram com que nossa relação crescesse e amadurecesse ao longo do tempo. Essa mulher menina encanta a todos e ocupa espaço enorme e muito especial em meu coração. Hoje, madrinha do meu filho, que a ama incondicionalmente, mesmo longe fisicamente, quando perto, parecem conviver juntos todos os dias. Quem tem sua amizade tem mais que isso, ganha uma irmã em que se pode contar para todas as horas da vida. No meu caso, após 11 anos de amizade, paro e reflito: não seria a mesma sem ter minha amiga e irmã ao meu lado”.

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CONEXÃO U.S.A.

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AlenBarbosa

Conhecimento é poder Existem maneiras e maneiras de se manifestar e no Brasil ultimamente não faltam motivos para protestos. Mas ir às ruas nem sempre é o melhor caminho, existem formas mais inteligentes de brigar por seus direitos. Eleanor Goldfield é uma mulher cheia de vertentes. Vive em Los Angeles e é uma das responsáveis pelo projeto artístico musical Rooftop Revolutionaries. Além disso, a americana é musicista, escritora e também trabalha como modelo. Mas Eleanor é mais conhecida como uma ativista nas redes sociais envolvida em ações de protesto aqui nos Estados Unidos. Ela organiza, participa e divulga ações contra as corporações abusivas, estimulando aqueles que querem mudança a usarem a sua voz da forma certa. Baseando-se na informação e não na violência. Tudo começou na adolescência, como explica a própria ativista no relato intitulado “Do Something!” , em portugês: Faça alguma coisa!. “Eu li um livro várias vezes e esse livro ainda me provoca arrepios na espinha. Não me lembro de como esse livro cruzou o meu caminho, mas eu terminei a leitura em menos de uma semana e o meu cérebro adolescente cambaleou com as implicações estabelecidas em suas paginas. O livro se chamava Confissões de um Assassino Econômico, de John Perkins. Nele o autor descreve sua vida dessa forma simplificada, a de ser um assassino econômico viajando pelo mundo em nome de grandes corporações a fim de garantir que os seus lucros – o das empresas – e investimentos permanecessem seguros, sob qualquer, absolutamente qualquer custo, até mesmo sob o custo de vidas. Ele liga os pontos entre o dinheiro e as guerras, como a do Iraque, e enfatiza o poder do dinheiro na política e o seu repugnantemente e vasto alcance do controle social em todas as facetas de nossas vidas. É seguro dizer que, se eu não tivesse lido este livro, ainda poderia estar cega para grande parte do caos corporativamente patrocinado que agora luto contra. No mínimo, teria levado muitos anos para ligar os pontos por mim mesma. Apenas mencionei esses fatos por uma simples razão: conhecimento é poder. Em 1820 , Thomas Jefferson, um dos pais fundadores dos Estados Unidos , escreveu o seguinte para o diplomata americano William C. Jarvis : “as pessoas são capazes de, se educadas, não se sujeitarem ao abuso do poder constitucional. Em outras palavras, um povo munido de informação e educação é um povo poderoso. Olhando para o nosso país, nesse caso os Estados Unidos, hoje, é claro que as palavras de Thomas Jefferson e muitos outros pensadores caíram no esquecimento, tanto nas mentes do governo quanto na dos governados. O emburrecimento da nossa nação tem sido insidioso e deliberado. Sem conhecimento um povo esmorece. Isso é exatamente o que os interesses corporativos que rodam o nosso governo quer que aconteça. Eles não querem que a gente

lute. Eles querem uma gente tranquila e cúmplice, disponível para ser saqueada por sua ganância e jogos e não ativa quanto ao próprio governo. Então, eles tiram a nossa energia. Eles tiram nossas mentes. Eles tiram as nossas escolas e as nossas bibliotecas. Eles tiram imprensa e meios de comunicação que proporcionam a verdade e, ao invés disso, dão ao povo entretenimento insípido e histórias distorcidas que dificilmente se assemelham a quaisquer fatos reais. Eles mentem e lançam distrações como uma maneira de tirar a nossa atenção do que realmente está acontecendo. Nossas mentes estão atrofiadas e quando a mente está ligada a uma névoa apática, as ferramentas de um ativista são inúteis. No intuito de lutar pela mudança você tem que saber o que precisa mudar. Para lutar, como Jefferson colocou, contra os abusos de poder constitucional, você tem que ter o conhecimento e a verdade. Ativismo sem verdade, sem o conhecimento é inútil. Não é mais uma arma do que o punho de uma espada antes de ser equipado com uma lâmina. Afim de ter uma espada afiada e pontiaguda e sucesso em nosso trabalho como ativistas, afim de mudar o status quo, temos que aguçar nossa mente em primeiro lugar. Temos que estar acima da batalha de besteiras da mídia corporativa. Vire-se para a mídia alternativa para encontrar sua informação, mídia que não tenha sido corporatizada ou privatizada, volte-se para as plataformas digitais para a troca de ideias e informações. Busque a verdade e conhecimento fora do sistema que censura livros e meios de comunicação e corta gastos com educação. Encontre organizações e grupos que espalham informações como fogo, e depois espalhe um pouco mais. Se você está na escola, faça panfletos, monte mesas, tenha discussões no bar ou lanchonete local, faça anúncios para o corpo discente, use o rádio da faculdade, escreva em jornais universitários. Leia e discuta. Envolva-se a pensar. A dissidência é patriotismo, mas você deve saber toda a história antes de discordar dela. Do conhecimento vem a nossa luta. A informação é o catalisador para mudar. Ideias tornam-se ações e ações tornam-se mais ações. Ativismo, bem como a educação, é contagioso porque traz a versão mais forte de nós mesmos, o lado que inspira, cria e envolve. Inspire e crie. Pense. Reaja. Faça alguma coisa!” Para um brasileiro, pode até soar estranho ouvir tudo isso de um cidadão americano. Em busca de respostas, Alen Barbosa ouviu Eleanor Goldfield para entender por que mesmo na maior potência do mundo, referência em cidadania e justiça, ainda há espaço para a corrupção e, consequentemente, ações ativistas como a sua.

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Eleanor Goldfield - Meus pais sempre foram muito sociais e politicamente conscientes. Quando minha mãe se mudou para os Estados Unidos, em 1980, vindo da Suécia, ela bateu de porta em porta pedindo assinaturas para seu abaixo-assinado a favor do fim da energia nuclear. Meu pai é um historiador especializado na História americana e escreveu vários livros sobre o movimento dos Direitos Civis e da Guerra Civil que abrange as questões sóciopolíticas inerentes em ambos os casos. Entre estes pais e viagens por todo o mundo durante a infância não acho que eu poderia ter evitado criar em mim um forte senso de ativismo social e político. O que me recordo é de ter me sentido movida a agir quando visse algo que eu discordasse fundamentalmente. Mesmo quando criança, eu protegia as crianças menores no playground. Eu não fugia de uma luta, mas aprendi com a idade a abordar verbalmente, embora eu ainda não recue nos dias de hoje quando eu sinto que algo está errado. Está enraizado na minha personalidade.

O que começou como ativismo ambiental passou para protestos anti-guerra em torno de 2003, quando a guerra do Iraque começou. Depois disso, comecei a ligar os pontos e ver que independentemente da luta, seja ela a favor do meio ambiente, contra guerra, direito a saúde, educação; percebi que tudo vai se afunilando para a mesma questão central: o controle corporativo do nosso governo. Desde então, essa tem sido a minha luta. OUSH! Brasil - Você sente ou vê a reação positiva no que faz? Eleanor Goldfield - Eu vejo. Caso contrário, iria mudar a maneira

de fazer o que faço. Recebo um monte de mensagens de ódio, mas também um monte de mensagens realmente encorajadoras e inspiradoras. Ver e ouvir as pessoas dizerem que você as inspirou não apenas como um artista através de sua música, mas que inspirou-os a agir, se envolver e lutar contra a gaiola corporativa, que é enorme, é uma das coisas que me mantém lutando por este caminho, dia a dia. OUSH! Brasil - Qual é o seu objetivo como um ativista? Eleanor Goldfield - Educar, envolver e mudar. Em termos concretos eu quero o dinheiro fora da política e uma emenda constitucional aprovada afirmando que as corporações não são pessoas e dinheiro não é liberdade de expressão. Eu quero os direitos constitucionais do povo restaurados: liberdade de expressão, privacidade, liberdade de imprensa, liberdade de organizar e criticar o governo. Os direitos do cidadão são fundamentais e nós, o povo, não devemos e temer o nosso governo. O governo deve nos temer. Eles não são os nossos ditadores. Somos seus patrões.

A maior ameaça a uma ditadura é um povo educado. Hitler disse certa vez: “a sorte dos governos é que as pessoas não pensam”. É por isso que o slogan da nossa banda é “Pense. Reaja. Faça alguma coisa”. É um processo, uma evolução pessoal, de se prestar atenção, educar-se, se indignando e direcionando essa indignação para a mudança. Esse é o meu objetivo. Os 99% não é apenas um número arbitrário, é realidade. Nós somos a maioria. Nós, o povo. OUSH! Brasil - Para aqueles que estão interessados em se tornar ativistas, que conselhos você daria? Eleanor Goldfield - Recebo muito essa pergunta e eu estou sempre feliz em respondê-la. Eu escuto duas preocupações principais das pessoas. Primeiro, eles não sabem como se envolver e, segundo, eles acham que ativismo significa incendiar coisas e ser preso. Aqui esta a resposta. Primeiro, esta é a era digital, nunca foi tão fácil encontrar grupos, organizações e eventos para discussões.

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Fotos Alen Barbosa

OUSH! Brasil - Por que você começou a ser um ativista ?


CONEXÃO U.S.A.

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Através de ativismo digital, você pode facilmente fazer a transição para o ativismo físico, o que nos leva ao próximo ponto. Ativismo pode ser tão simples como espalhar a palavra, criando-se um protesto pacífico para defender o que você acredita. Isso é o que o ativismo é, em seu núcleo. A forma que você vai usar para expressar-se vai depender de você. Escolhi a música e a escrita porque essas são as minhas paixões. Gostaria de sugerir que todos assumam a sua paixão e encontrem um paralelo sócio-político. Se você é apaixonado por fotografia, crie fotografia politicamente. Se a sua paixão é ensinar, eduque as pessoas da sua comunidade sobre o que esta acontecendo. Eu não quero que as pessoas larguem tudo e virem anarquistas vagabundos. Não é isso que este movimento é e nem do que ele precisa. O ativismo precisa de pessoas informadas que usam suas habilidades e paixão para empurrar uma mudança. Não deixe passar nada! Isso vai significar alguma coisa. Dito isto, eu deixo claro também que eu já fui presa e arriscaria ser presa de novo a fim de defender o que é certo. Se eu posso ser presa por exercer a liberdade de expressão hoje, imagine pelo que eu poderia ser presa no futuro se eu não me levantar e exigir a mudança agora. Eu sinto que é nosso dever como cidadãos defender essa democracia. Como podemos ver, se não o fizermos, há sempre pessoas dispostas a revertê-la para seus próprios ganhos. OUSH! Brasil - Qual a sua opinião sobre os protestos violentos? Eleanor Goldfield - Tenho a mesma opinião de Mandela e Gandhi sobre isso. A violência é o último recurso em situações extremas. Protesto pacífico e diplomacia devem vir sempre em primeiro, segundo, terceiro, quarto plano. As palavras e as ideias devem ser os guias para a revolução. Protestos pacíficos deve ser a ação. Eu realmente espero que nós neste país nunca cheguemos ao ponto onde a violência seja o único caminho para a mudança. Eu acho que através de esforços contínuos pacíficos podemos avançar para um país feito por e para as pessoas, com as empresas reguladas e dinheiro fora da política. Esse é o meu foco, é a minha luta.

OUSH! Brasil - Você pretende levar seu ativismo para diferentes

países? Eleanor Goldfield - Eu pretendo levar esta mensagem a todos os países. As corporações são globais e seria isolacionista e ingênuo da minha parte sugerir que os Estados Unidos está sozinho nesta luta contra um governo corrupto. Eu sei que o Brasil tem problemas semelhantes. Gostaria muito de levar a banda e a mensagem até o Brasil, envolver-me com esta geração de cidadãos sob uma regra corporativa global. Neste momento estamos trabalhando em Los Angeles, este ano pretendemos avançar em todos os estados e quem sabe, talvez, o Brasil ou a Europa. Isso não é algo que apenas uma pequena percentagem de pessoas de todo o mundo pode se envolver. Isso é algo que todos podem fazer. Este é um problema global numa economia mundial cada vez mais reduzida em uma estrutura política. Quanto mais a consciência se espalhar, melhor para o povo. OUSH! Brasil - Por que as pessoas devem levantar-se contra o

sistema corporativo, de onde obtêm seus contracheques? Eleanor Goldfield - Eu entendo. As pessoas têm que ganhar dinheiro. As pessoas têm que vender o seu tempo e fazer o suficiente para sobreviver. Mas você tem que vender sua alma? Não. Em primeiro lugar, considere isto: uma corporação, por lei, tem que ganhar dinheiro, se não o fizer, ela falha. Este é um modelo de negócio, mas não é nenhum modelo de governo. O trabalho do governo é o de representar e governar o povo. E um governo não pode efetivamente representar ou governar um povo se este sempre ceder às exigências dos endinheirados. Isso simplesmente não funciona.

Você estará lutando não para que o seu trabalho deixe de existir ou a corporação na qual você trabalha. Não é isso. Acredito que todo mundo gostaria de orgulhar-se do local onde trabalha, gostaria de dizer que a sua empresa está fazendo o bem, deixando o mundo um lugar melhor. Lute por isso! Não importa quem você é. Estamos juntos nessa. Não há esquerda ou direita. Existe apenas para a frente.

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Alen Barbosa

Por Alenoir Barbosa (Pai)

Fotógrafa brasileira formada na Escola Panamericana de Artes, de São Paulo. Alen hoje está radicada em Los Angeles (EUA). Com trabalhos fotográficos realizados naquele Centro Cultural e em Hollywood, ela também tem vários trabalhos estampados em diversos jornais e revistas de sua terra natal e em outras mídias internacionais como Alemanha e Estados Unidos. No dia 08 de janeiro passado, dia do fotógrafo, pedi a Alen Barbosa para falar um pouco sobre a profissão e a fotografia, que se expressou da seguinte forma: “A fotografia é antes de mais nada um documento. O fotógrafo tem de ter uma visão muito peculiar, muito exclusiva, uma visão excêntrica de todos os seus alvos. O fotógrafo está situado em três estágios: o instinto, a técnica e os dois juntos. Não é de uma hora pra outra que surge um bom fotógrafo. Ser fotógrafo não é simplesmente comprar um equipamento e sair por aí batendo fotos de qualquer jeito. O fotógrafo precisa de muita técnica, de muita sensibilidade e de muitas ideias. Olhares bonitos e maravilhosos existem, mas eles têm de ser bem elaborados, para que os registros desses olhares, representados pelas fotografias, também o sejam”.

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UPGRADE

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LailaCarneiro

A mulher e o vinho

Locação Sabatelli Pizza & Arte

Desprestigiadas durante séculos no universo de Baco, descubra como as mulheres estão revolucionando o mundo do vinho. Com elegância e sensibilidade, elas estão se tornando referência na arte de degustar e produzir. Não há dúvidas. Em meio a um mundo aparentemente dominado pelos homens, elas se destacam e dominam. As mulheres hoje são as grandes tomadoras de decisão. Pesquisas dizem que elas influenciam na compra de 80% de todos os produtos e serviços. O sexo feminino é o grupo majoritário na tomada de decisões, não apenas na moda, cosméticos, alimentação, mas também no setor de serviços financeiros, automóveis, eletrônica, imóveis, viagens, e no vinho não é diferente. Segundo pesquisa, a líder mundial em negócios com bebidas alcoólicas (Diageo), 65% dos consumidores de vinho no Brasil são mulheres. O coordenador do Comitê do Vinho da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio), Didú Russo, afirma que o consumo de vinho pelos brasileiros pode quadruplicar nos próximos anos, tornando assim o país um dos maiores mercados da bebida do mundo. Nos EUA, 77% de todo o vinho produzido é comprado por mulheres, que consomem cerca de 60% dele. Já no Reino Unido, para cada quatro garrafas vendidas nos grandes centros comerciais, três são consumidas pelo sexo feminino. O consumo crescente explica-se não apenas pelo prazer que a bebida causa, sobretudo, o vinho é um alimento que foi concebido pelos deuses para enaltecer a saúde, a beleza e o espírito da mulher. Inúmeros estudos mostram que quando a bebida é ingerida há aumento na libido feminina, proteção ao desenvolvimento do câncer de mama, e 50% menos chance de desenvolverem câncer de ovário, isto, quando o consumo é regular, moderado e junto às refeições. O vinho ajuda a preservar a memória mesmo na terceira idade. De acordo com o setor médico da Universidade do Arizona, isto acontece porque o mesmo previne a coagulação sanguínea e reduz inflamações vasculares, ambos relacionados ao declínio de memória. Outra dádiva do Deus Baco para as mulheres é sobre a pele. Os Polifenóis do vinho melhoram muito a consistência e a elasticidade, isto porque eles inibem a colagenase e a elastase, duas enzimas que destroem o colágeno e a elastina. Além disso, eles melhoram muito a hidratação e a microcirculação do maior órgão do corpo humano, dando-lhe mais vida. Um escudo natural! Basta uma taça diária para diminuir também, em pelo menos 11%, o risco de infecção por bactérias que causa uma série de doenças, como úlceras, gastrites e alguns tipos de câncer. Dentre todos os benefícios, talvez o ponto mais polêmico de todos... vinho engorda! Porém de todas as bebidas alcoólicas,

ele é que tem menos calorias. Além disso, é a bebida que menos se transforma em gorduras localizadas.

Elas na produção Várias áreas econômicas já se renderam aos encantos da mulher. No mundo do vinho não é diferente. As mulheres brilham e conquistam cada vez mais o mercado internacional com vinhos de enorme potencial e já reconhecidos pela crítica nacional e internacional, sendo alguns premiados em prestigiados meios de comunicação e concursos. Podemos citar alguns exemplos: Jancis Robinson A mestre dos vinhos é uma das mais respeitadas, importante e influente crítica da bebida no mundo. Ela é a Autora do Atlas Mundial do vinho. Também, consultora oficial da adega do Palácio de Buckingham, em Londres, onde vive a rainha Elizabeth II. Em um meio aparentemente dominado pelos homens, ela se destaca e é autoridade no assunto. Jancis afirma que ama e vive para o vinho em toda a sua diversidade gloriosa. Gina Gallo Também surpreende. Americana, enóloga da E. & J. Gallo Winery, é considerada a maior vinícola do mundo. Inspirou-se em seu avô, Julio Gallo, para seguir sua vocação e criar vinhos premiados com as uvas cultivadas por seu irmão Matt Gallo. A enóloga tem um estilo ousado e sensual de vinificação. Para Gina, um vinho tem de ser bonito de se ver e de se cheirar, ter um sabor surpreendente e deve fazer sorrir. Suzana Balbu Dona da vinícola Domínio Del Plata, é casada com Pedro Marchevsky, considerado o maior especialista no manejo dos vinhedos e implementador da “vinícola de precisão”. Em Agrelo, Mendoza, eles têm vinhas de malbec, cabernet sauvignon, shirah, bonarda, entre outras. A produção dos vinhos é artesanal, mas as técnicas e os equipamentos são de ultima geração. Os vinhos Premium são criados em barris de carvalho francês e americano.

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Com a morte de seu pai, em 1988, Phillipine assumiu as responsabilidades da empresa Baron Philippe de Rothschild S.A e a tornou uma das mais ousadas e inovadoras vinícolas. Dona de um faro único para os negócios, baronesa uniu-se ao viticultor estadunidense Robert Mondavi para criar um dos mais nobres tintos, que está entre os melhores do mundo. Além disso, ela modernizou as vinícolas da família, criou novas marcas de sucesso e tornou-se conceituada em todo o mundo e a maior exportadora de vinhos de Bordeaux.

Fotos: Laila Carneiro

Baronesa Phillipine de Rothschild

Talvez a mais conhecida dentre todas. Dona da vinícola mais sofisticada do planeta. Após a morte de seu marido, Clicquot, uma francesa dona de casa, assumiu a vinícola sozinha e deu continuidade aos negócios da família.

Um dos melhores vinhos do mundo! Produzido por uma parceria entre Baron Phillipe de Rothschild e Concha y Toro. Paladar elegante, maduro, complexo e equilibrado. Afinado em barricas de carvalho francês de primeiro uso. Aromas de café, tabaco, cerejas pretas e chocolate. Nada parece sobrar, e surpreendente esse balanço para um vinho tão jovem. Dispensa qualquer harmonização.

Vinho Bordeaux tinto, um dos preferidos da rainha. Paladar harmonioso e elegante. 60% cabernet sauvignon e 40% merlot, bem equilibrado com boa potência, buquê de alcaçuz. Harmoniza bem com frango ao molho gorgonzola ou provolone.

Vinho produzido na vinícola de Suzana, com aromas frutados de cor vermelha púrpura, notas de tostado baunilha, boa potência no paladar e final de café. Harmoniza bem com carne vermelha e batata gratinada.

Vinho com frutas vermelhas no seu buquê, produzido por Gina, na boca moderado e prolongado com final apimentado. A uva zinfandel é o grande destaque da Califórnia. Harmoniza bem com carne temperada e purê de banana.

Champagne branco que leva o nome de sua senhora. Grande harmonia de sabores, seu buquê é intenso com persistência de sua perlage um dos mais prestigiado de Remis. Harmoniza bem com lagosta grelhada, gengibre e especiarias.

Madame Clicquot

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Laila Carneiro

Por Manuela Acioly (Amiga)

Ela surpreende! Acho que não há nada que exista neste mundo que Laila tenha conhecimento, que logo vá pesquisar e aprender a fazer. De roupa a maquiagem. De livros a bula de remédio. De comida a vinhos. De Direito a Medicina. Sempre muito competitiva, determinada e dedicada a tudo que se dispõe fazer, lembro-me, quando estávamos na terceira séria primaria que ao receber uma prova de Matemática, e não obter nota 10, ela levantou-se muito séria e indignada, e no outro dia, chegou à escola com o temido livro de cálculos todo respondido até o final do ano, sem sequer ter tido aula sobre metade da matéria. O professor ficou perplexo, e duvidou! Ela dali em diante era arguida para sala inteira, até tirar a paciência do mestre e ser liberada das provas finais com nota máxima. Formada em Direito, e estudando para concursos, ela não para quieta. Promove eventos, pesquisa sobre vinhos, faz maquiagens nas amigas, produções de moda, cozinha divinamente e escreve. Generosa como poucos humanos, inteligente, intensa, perfeccionista, cheia de dons, engraçada, amorosa, religiosa, brava, leal, pontual... Poucas pessoas conseguem ser unanimidade, mas ela é uma delas, não sei se é pela doçura e simpatia ou pela sensibilidade aguçada para ajudar quem quer que seja. Mas, se encontrarem-na na rua, não se assustem! Ela estará impecavelmente maquiada e arrumada, com uma postura de invejar qualquer bailarina, mas sente-se com ela por 2 minutos e verás que é a maior palhaça que já conheceu.

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Fabiana Accioly Por Andrea Aragão Francelino (Amiga)

Ela nasceu em 1981 na cidade de Brasília-DF, mas seu coração é alagoano desde os dois anos de idade, sempre desempenhou seus estudos com a mesma inteligência e disposição que cursou Nutrição na UFAL. Iniciou suas atividades no Cesmac em março de 2008, logo que concluiu sua Especialização em Nutrição Esportiva e matriculada no Mestrado em Nutrição da UFAL, o qual concluiu com louvor neste mesmo ano. Sua energia e Fé em Deus a conduziu a novos caminhos, e resolveu se dedicar a área de Nutrição Esportiva sua paixão, e a partir daí percebi que iria brilhar, pois possui foco e é metódica, isso sempre foi seu grande diferencial, sem esquecer claro da grande energia que a move, abraçou no Cesmac o Ambulatório de Nutrição Esportiva ainda em 2008, montou seu “cantinho” em 2012, após ter passado anos atendendo nas academias de ginástica, e nele passa grande parte de seu tempo trazendo mais qualidade de vida a quem a procura em seu consultório. Sempre atenta às atualidades, vive se reciclando e colecionando inúmeros títulos. Melhor que tudo isso, é um ser humano cheio de bondade que transborda luz e energia, que conseguimos captar através do seu largo sorriso e me sinto extremamente feliz por ter compartilhado do seu crescimento.

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GULA SEM PECADO

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FabianaAccioly

Tecnicamente aprovado! Diferente das infinitas dietas mirabolantes que prometem reduzir medidas como num passe de mágica. O suco verde traz benefícios que vão além da perda de peso e, melhor, sem reprimi-lo do prazer de comer. Verão pede água, muito calor e o suco verde? Sim!! Hoje o suco verde também conhecido como suco detox faz parte do universo das dietas e da vida diária das celebridades. Com que fundamento? É moda? Ou existe alguma fundamentação científica? Então vamos lá, entender um pouco a importância da bebida mais badalada do momento que está dando cor ao permanente verão de Maceió. Tudo começou em 2005, com a publicação do livro Green for Life (Verde para a Vida) da americana Victoria Boutenko, professora de nutrição na Universidade do Sul de Oregon. Na obra, a autora comparou a alimentação dos americanos com a de chimpanzés selvagens que, apesar de apresentarem uma genética semelhante à humana, têm uma alimentação rica em folhas e contam com um potente sistema imunológico, sendo diferente da maioria das pessoas. Assim, Victoria acrescentou em seu livro várias receitas baseadas em verduras e frutas. Mas, só a partir de 2012 que o suco verde se popularizou, quando a nutricionista das celebridades, Kimberly Snynder, lançou em março de 2013 seu segundo livro, “The Beauty Detox Foods”. Escrevendo posteriormente seu Best-Seller “The Beauty Detox Solution”, que já se tornou uma febre no Brasil. Em tese, a defesa é que o suco possui capacidade de acelerar o metabolismo, eliminar toxinas do organismo, facilitar a perda de peso e proporcionar um completo bem-estar. O foco é a detoxificação que é qualquer processo biológico que busque a eliminação de substâncias tóxicas ou biologicamente ativas dos fluidos corporais através da urina ou bile; trocando em miúdos, proporcionar uma limpeza do organismo. Traduzindo bioquimicamente, serão necessárias biotransformações de fase I e II, podendo gerar um desequilíbrio no processo de detoxificação por acúmulo de toxinas e por falta de nutrientes para efetivar o processo bioquímico. O resultado é a formação constante de espécies reativas de oxigênio popularmente conhecidos como radicais livres, em poucas palavras, diminuição da produção de energia. A capacidade de detoxificação é influenciada pela alimentação, estilo de vida, exercício físico, meio ambiente e carga tóxica, uso de medicamentos, idade, gênero e produção hormonal. Na nutrição é necessário garantir (respirem fundo) os seguintes cofatores: tiamina, piridoxina, ácido fólico, ácido pantotênico, cobalamina, riboflavina, niacina, ferro, magnésio, molibdênio, enxofre, fósforo, glutationa, ácidos graxos de cadeia curta, flavonoides, fosfolipídios, serina, colina, metionina, taurina, glicina, glutamina, e antioxidantes como: carotenos, vitamina C, tocoferol, coenzima Q10, selênio, zinco e cobre. Ufa!

Um trabalho brasileiro publicado em 2013 na Revista Nutricion Hospitalaria mostrou o efeito antioxidante do suco verde comparando-o com o suco de laranja, sugerindo ao final que o suco detox pode ter um efeito mais eficiente contra os radicais livres que podem ser toxinas no corpo. E o que pode ser considerado toxina? Inseticidas, herbicidas, metais pesados, aflotoxinas, antibióticos, corantes, conservantes, flavorizantes, alguns adoçantes, realçadores de sabor, bebida alcoólica, fumo, sedentarismo e excesso de radicais livres. Ah! Além dos alimentos alergênicos, gordura trans, fritura, doces, açúcares, farinhas refinadas e carne vermelha. Todos esses fatores podem causar inchaço, dor de cabeça, intestino preso e dificuldade de perder peso devido ao acúmulo de toxinas no tecido adiposo, gerando um processo inflamatório. E qual a receita correta, sem exageros e na medida certa? A alimentação atual da população brasileira é baseada em produtos industrializados, sendo muitas vezes desequilibrada em nutrientes e, mesmo quando presentes, os alimentos vegetais podem conter uma quantidade alta de agrotóxicos, o que não favorece o efeito detox em virtude da contaminação química. Com isso, crescem os consumidores dos produtos orgânicos já que pesquisas demonstram que plantações orgânicas têm quantidades significativas de vitamina C, ferro, magnésio, fósforo, polifenóis e menos nitrato em comparação com as plantações convencionais, que apresentam diminuição dos níveis de minerais e aumento dos metais pesados. Sendo assim, é fundamental associar o uso de produtos orgânicos para o preparo da bebida verde. Outra interferência benéfica é o papel da microbiota intestinal, mantendo o equilíbrio do sistema imunológico. Essas bactérias benéficas são responsáveis pela síntese de vitaminas, pela degradação de toxinas, pela prevenção de bactérias patogênicas e pela produção de ácido graxos de cadeia curta, vindos da fermentação de fibras dietéticas cujo papel é fundamental para manter a nutrição no intestino. Lembrando que existe um processo semelhante no cérebro e que as pesquisas comprovam que grande parte das toxinas relacionadas a inseticidas e herbicidas é neurotóxica. Ou seja, se não for detoxificada de maneira adequada serão acumuladas no cérebro, sobrecarregando suas funções e aumentando o risco do desenvolvimento de doenças como Parkinson e Alzheimer. Depois dessa avalanche teórica, o resumo da ópera é bem simples: vamos de suco verde! Isso é saúde!! Isso é Nutrição Esportiva. Que tal colocar mais cor na sua vida? Verde lembra esperança. Vai fundo

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Pra fazer em casa Picolé Detox INGREDIENTES: que o suco só traz benefícios. Ah! Existe apenas uma restrição: não é indicado para pessoas que tomam anticoagulante devido à alta concentração de vitamina K. Os demais, acrescentem mais agrião, couve, espinafre, salsão e rúcula na sua vida. Lembrando que não há uma receita única e sim a mistura de vários vegetais, sempre buscando os verdes, garantindo os cofatores diariamente. Os ingredientes podem variar de acordo com seu paladar, tenha apenas cuidado para que estejam fresquinhos, especialmente as folhas que, quanto mais verdes e firmes, melhor. Se não tiver tempo de ir ao supermercado com frequência, triture as folhas no liquidificador ou processador e congele-as em formas de gelo. Outra dica é variar a receita para não enjoar do gosto. Juntar verduras, legumes e raízes pode não agradar, mas existem alguns truques para deixar a bebida mais gostosa: o hortelã mascara o sabor intenso das folhas, use água de coco no lugar de água comum e varie as frutas ao máximo. As que mais combinam com o suco verde são: maçã, pera, laranja, abacaxi, melão e melancia. Um detalhe importante: é recomendável esquecer o uso de açúcar, se quiser adoçar vá de stévia, sucralose, mel e o mais novo produto no mercado: calda de agave orgânico. E por favor, de nada adianta tomar o suco se você não mudar seus hábitos alimentares deixando sua vida mais saudável o ano todo. Você vai ver que a sua estética e autoestima agradecem! Oush! Isso é bom demais!

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02 rodelas de abacaxi 02 folhas de couve (ou 3 gelinhos de couve) 01 maçã pequena com a casca e sem semente 06 folhas de hortelã 02 copos de água de coco (500ml) MODO DE FAZER: No liquidificador, bata os ingredientes e coe se preferir (melhor não). Distribua em fôrmas para picolé e leve ao congelador por duas horas. Espete os palitos de picolé e leve de volta ao freezer até o dia seguinte. Desenforme na hora de servir. Suco verde INGREDIENTES: 01 folha de couve orgânica Suco de 01 limão 200mL de água de coco natural Uma rodela de abacaxi ou uma polpa de maracujá MODO DE FAZER: Bata os ingredientes no liquidificador e sirva com gelo.


COISAS DE COZINHA

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JulianaAlmeida

O paladar é subjetivo? Locação If Soluções Planejadas Fotos Wagner Santana

Mulheres lindas, antenadas e de opinião forte dividiram uma mesa redonda para por a prova o paladar feminino e suas nuances. O resultado? Tudo um pouco, menos unanimidade. Um menu cheio de especiarias e sabores inusitados foi servido a um seleto time de bocas nervosas, olhares atentos e sentidos aguçados. Elas puderam acompanhar a movimentação natural da cozinha e dizer quais foram as sensações trazidas a cada prato. Os sabores aparecem aos poucos enriquecendo os sentidos. Para um jantar descontraído, nada melhor que sair um pouco do tradicional. Marinadas, caldas e reduções, cremes e chantilly... Assim iniciei um bate papo gourmet com Mila Pedrosa, Dani Uchôa, Kaká Marinho e Camila Ferrari. Até que ponto, numa mesma proposta, as opiniões poderiam harmonizar? Com o desafio de conquistar uma opinião unânime, me arrisquei na cozinha usando como “cobaias”, mulheres de bom gosto e apreciadoras de comida com um quê a mais. Ser “boa de garfo” era pré-requisito obrigatório, claro!

Intercalando sabores cítricos, adocicados e convencionais, a mesa foi servida. Recepcionar esse time não foi tarefa fácil. Comer é uma atividade social, o paladar é um sentido fino e apreciar sabores é um exercício. E foi nesse ritmo que brindamos o mês de março. Mês da mulherada. Deixamos um pouco de lado o ponto de vista fisiológico, onde a percepção dos sabores é explicada apenas numa relação das papilas gustativas e cérebro, e fomos além... A busca, naquela mesa, era pelas sensações do sabor. Tentar entender de uma maneira simplificada porque o paladar diverge tanto de uma pessoa para outra. Doce, salgado, picante, ácido, amargo. Guiadas por uma degustação e uma pergunta para todas, nossas convidadas foram curiosas e observadoras. Percebi nitidamente entre elas que o “gosto” não é

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MENU Entrada: Tomates marinados em especiarias com torradinhas algo imediato. Não confiaram na primeira sensação. Buscavam, a cada descrição, certa complexidade. Será que comer bem não é mais comer o que se gosta? Existe um padrão estabelecido quando o assunto é comida? A cor, a forma, textura, aroma, tudo foi levado a mesa. Formar um paladar unificado? Seria muito atrevimento. Eu sabia. Mas conseguimos realçar bem a sensibilidade feminina nessa experiência sensorial. Cada uma enxergou, sentiu e formou de maneira pessoal sua opinião. O que para mim, já era esperado: preferências e resistências foram bem demonstradas. Para Camilla Ferrari, o tropicalismo e a regionalidade estava presente em tudo o que provou. Kaká Marinho pontuou a criatividade em harmonia nos diferentes sabores que sentiu. Mila Pedrosa lembrou o sabor da comida de mãe, com toques sofisticados. Já para Dani Uchôa, a gastronomia mostrada ali tinha cara de orla, de litoral. Bem, ao final de tudo, as percepções foram as mais variadas. Meu atrevimento em conseguir a unanimidade foi vencida, mas o gostinho de quero mais reinou na nossa mesa “cor de rosa”.

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Prato principal: Camarões em calda cítrica com creme de mandioquinha e parmesão Sobremesa: Verrine de frutas vermelhas, creme de chocolate e chantilly


Juliana Almeida Por Flávia Farias (Amiga)

Juliana sempre diz que minha opinião não vale. Que sempre gosto de tudo do que ela faz. Mas como não gostar das delícias que a chef prepara? Se a desafiam a falar sobre a batata doce, ela cria uma caldeirada de frutos do mar com o tubérculo em cubos. Se ficou bom? Bem, prefiro não comentar. Mas ela é assim, cheia de surpresas e muitas inspirações. Gosta de se arriscar e é isso o que a torna tão especial, o que deixa seus pratos sempre tão marcantes e a impulsiona, não apenas no lado profissional. Se para você, assim como para mim, pimenta de cheiro, azeite, um pouco de brie ou lascas de parmesão, frutos do mar e folhas de manjericão fazem parte de um quebra-cabeça com mil peças, para Juliana elas parecem ter saído de um jogo de cartas marcadas, onde ela sempre ganha e o prêmio são pratos cheios de sabor. Casada e mãe de dois filhos, para chegar aonde chegou, a agora chef Juliana Almeida bem que tentou se desviar do seu caminho. Se formou em Direito e trabalhou por mais de dez anos na área jurídica, mas sempre que tinha a oportunidade transformava sua casa num espaço para a degustação da sua gastronomia regional e sofisticada. Essas reuniões entre amigos eram motivo de grande ansiedade. Afinal, ninguém gostaria de ficar de fora daquelas noites regadas a pratos gourmet, vinhos e boas risadas? Curiosa, sempre que podia corria para São Paulo ou Recife para lapidar o conhecimento, até então instintivo, do mundo das panelas. Entre os mais importantes cursos estão o do Centro Especializado em Gastronomia, em São Paulo; Oficina de Chefes, em Recife, quando teve aula com Bel Coelho, Carla Pernambuco e Olivier Anquier; La Luna - Escola Gastronômica, também em Recife; Workshops com Joca Pontes e Duka Lapenda, Recife; além de workshops locais. Com a ajuda deles sua culinária ficou ainda mais carregada de personalidade, com toques sofisticados e o sabor da cozinha afetiva, cheia de novas referências. Fico feliz que apesar de ela não considerar muito a minha opinião sempre positiva, minha impressão é compartilhada por muita gente. Prova disso é que seu nome, nesses quase três anos de profissão, se tornou cativo nos eventos mais badalados da cidade, fazendo da chef Juliana Almeida uma das boas realidades da nova gastronomia nordestina. Já fiz várias matérias sobre seu trabalho, nos conhecemos por causa dele, aliás. Era interessante ver a preocupação de Juliana para que as pessoas entendessem o conceito finger food (quando a necessidade de talheres é quase nula, preciso registrar), adotado por ela. Mas era fácil mostrar, mesmo com suas pequenas porções, o sabor que ela conseguia transpor para cada prato.

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Lílian Mrotzeck Por Joyce Budukievickz (Filha)

Lilian Mrotzeck, uma mulher maravilhosa que conheço a 24 anos, uma mulher com muita garra, determinada, seu entusiasmo contagia e motiva todos ao seu redor, uma pessoa abençoada por Deus com um dom imenso de ajudar o próximo, possui luz própria e onde passa ilumina o dia das pessoas. Para ela não tem tempo ruim sempre está disposta para tudo, realmente um exemplo de mulher. Essa é minha mãe, aquela que se preocupa até com um pequeno arranhão, aquela que me liga fazendo várias perguntas: já comeu, dormiu bem, tudo bem com meus netinhos???.... Aquela que não se preocupa quanto dinheiro tem na bolsa, mas sim se tenho algum no meu bolso, aquela que sempre esteve do meu lado em todas as fases da minha vida, sempre me mostrando o melhor caminho, e nas horas difíceis... lá vem ela dizendo: “Filha fique calma tudo vai dar certo, confie em Deus” Falar de Deus e da minha Mãe renovam minhas forças, obrigada Mãe por me guiar e me mostrar os caminhos certos, obrigada por ser uma avó fantástica para Arthur e Nathália eles são loucos pela senhora, obrigada por sempre estar presente em nossas vidas e por ser assim uma Filha, Mãe, Avó, Sogra, Mulher e Esposa Fabulosa!! Nós te amamos...

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SENTINDO NA PELE

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LilianMrotzeck

de Verão Diferente de outras regiões do país, o Nordeste brasileiro proporciona além de inúmeras belezas naturais essa sensação fantástica de verão o ano inteiro, no entanto os cuidados com a exposição ao sol devem ser redobrados. Sol, mar e o dia-a-dia da mulher alagoana

Ir para a praia com a “cara lavada”?!?

Vamos observar alguns cuidados básicos que vão contribuir para manutenção de uma pele sempre saudável, hidratada e protegida. Rosto: Sol no rosto é sinônimo de agressão à pele, mas é possível diminuir riscos de câncer e envelhecimento utilizando protetores solares e não dispensar o chapéu, viseira ou boné.

Existem muitas mulheres que não conseguem sair de casa sem o uso de maquiagem, além de aumentar a auto-estima a maquiagem no dia a dia ajuda a uniformizar a pele, esconde certas imperfeições, e muito se comenta sobre uma maquiagem para praia que tem um efeito saudável e natural. Vamos à ela:

O protetor deve ser aplicado antes da exposição solar e reaplicado a cada duas horas no máximo, salvo para protetores de longa duração que tenha específica recomendações de “resistente à àgua e ao suor”.

No rosto: A mulher brasileira descobriu as maravilhas de usar uma base diariamente: a pele fica livre de imperfeições e a maquiagem dura mais tempo. Existem bases específicas para peles oleosas que ajudam a segurar a oleosidade e o brilho ao longo do dia.

Vale lembrar que não é recomendado expor-se ao sol no período das 10h às 16h, mesmo com fator de proteção!

Primers... Estamos cada vez mais apaixonadas por esses produtos super versáteis que melhoram e prolongam a cor e a duração da maquiagem. Use um primer para os olhos antes de aplicar a sombra, um primer para a pele antes de aplicar a base e um para a boca, antes do batom. O primer para o batom ainda evita que ele escorra ou borre, principalmente as cores fortes como vermelho e vinho, além de durar mais.

De acordo com dermatologistas, peles brancas e morenas claras, exigem fator de proteção solar de no mínimo 30 e as morenas escuras e negras, no mínimo 20. Ficando sempre atentos que o protetor deve ser usado diariamente, não só no verão e na praia, ele deve ser usado em casa, no trabalho, ao dirigirem todos lugares; e como nossa cidade é verão todos os dias, os bloqueadores devem estar sempre por perto!

Blushs: Aposte nos blushs minerais de tons acobreados e alaranjados.

Corpo: Se quiser um bronzeado mais intenso sem ter que ficar “torrando no sol”, faça 1 dia antes de ir à praia uma esfoliação, tome sol, mas não deixe de usar seu protetor solar! Tenha muito cuidado com o excesso de exposição, pois o corpo merece muita atenção... tome muita àgua, água de coco, sucos naturais, ingerir frutas também ajudam manter uma pele linda e radiante... a sua saúde agradece!

Nos olhos: Para ressaltar a beleza natural da nossa terra, use sombras minerais de tons terrosos, bronzeados, acobreados. Lápis para olhos, delineador e máscara de cílios à prova d’ agua é fundamental para dar um up no olhar, assim você conseguirá uma maquiagem natural ficando com o rosto perfeito!

Àreas como orelhas, peito do pé, pescoço e couro cabeludo e caso tenha cabelos curtos ou com pouco volume, também devem ser protegidas. Nunca esqueça deles!

Nos lábios: Gloss labial transparente ou na cor rosa leve é a febre do momento, os batons líquidos estão em alta também pois tem uma excelente fixação. Mas o bom e velho batom é o mais recomendado pois somente ele é capaz de mudar totalmente o visual e o humor! Mas se for ficar exposta ao sol não se esqueça.... use Protetor labial com FPS!

Como escolher um protetor adequado: Analise as especificações do rótulo do seu filtro solar. Procure produtos que protejam sua pele dos dois tipos de raios, o UVA e o UVB, pois o raio UVA é capaz provocar o envelhecimento precoce e o câncer ao atingir a segunda camada da pele; e o UVB pode provocar queimaduras severas. Depois do banho de sol e praia, hidrate com Gel pós sol com antioxidantes para repor a hidratação por completo da pele.

Capriche nas sobrancelhas, afinal elas são a “moldura do rosto”, potencialize-as com uma cor de lápis neutra.

Oush... É possível sim, andar leve, linda e solta pela orla e desfrutar das paradisíacas praias de Maceió com muita classe, estilo, muito bem maquiada de pele protegida hidratada e bronzeada! Uma revista com a cara do Nordeste


Imagem SXC.hu

“os cuidados com a exposição ao sol devem ser redobrados" www.OUSHBrasil.com.br


MENTE SÃ CORPO SÃO

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LauraCavazzani

Espelho, espelho meu Por que a insatisfação constante com o corpo leva as pessoas a distorcerem a própria imagem, extrapolando os limites em exercícios físicos e dietas restritas? Antes de tudo, para ser feliz é preciso aceitar-se do jeito que é.

Vivemos numa sociedade capitalista onde a estética corporal se tornou uma mercadoria a ser consumida. A influência da mídia de que corpos perfeitos são sinônimos de beleza e sucesso, vem acometendo homens e mulheres para o desenvolvimento de transtornos. Estamos falando de uma das mais recentes patologias potencializadas pela cultura: Vigorexia, palavra formada da junção de termos latinos, vigore que significa força, saúde física e orexis que significa desejo, apetite. Vigorexia é o desejo pela força e é um transtorno emocional, no qual a pessoa realiza práticas esportivas de forma intensa e contínua para ganhar massa muscular e definição corporal, a ponto de exigir constantemente do seu corpo. Para alcançar resultados imediatos, os indivíduos recorrem ao uso de anabolizantes, sem se importar com os efeitos colaterais, como ginecomastia, infertilidade, lesões hepáticas, doenças cardiovasculares. Segundo pesquisas científicas, a vigorexia afeta em sua maioria homens entre 18 e 35 anos, que se preocupam excessivamente em ficar “forte e sarado” a todo custo, mas também ocorre em mulheres, sendo que fatores socioeconômicos, comportamentais, psicológicos e o ambiente podem determinar o quadro de vigorexia. Além da preocupação pela aparência, os vigorexicos apresentam alguns sinais e sintomas: distorção da imagem corporal, baixa auto-estima, depressão, personalidade introvertida, insônia, cansaço constante, irritabilidade, problemas ósseos e articulares. Ao ler esta matéria você pode estar reconhecendo alguém que tenha estas características, vale então destacar que o diagnóstico é observacional, mas os indivíduos que sofrem de vigorexia demoram a notar, normalmente eles vão ao médico tratar de alguma outra coisa, como um problema no fígado ou uma lesão que nunca se cura, e então descobrem o transtorno. Uma pessoa vigoréxica necessita de tratamento psicológico e deve ser acompanhado de orientação médica. A atividade física não deve ser cortada, mas é preciso reduzir gradativamente o tempo e intensidade de exercício. Resgatar a auto-estima é fundamental, trata-se de recuperar imagem e modificar hábitos e comportamentos para poder se aceitar de novo.

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Laura Cavazzani Por Jorge Duarte (Pai)

Quando criança, sempre teve o espírito de liderança com as irmãs e amigas. Uma mulher disciplinada, centrada e bastante exigente. Se fosse pra escolher uma palavra para descrever a Laura, com certeza seria ‘determinação’. Ao idealizar um objetivo,sabemos que ela ira conseguir atingi-lo, desistir não é uma palavra do seu vocabulário. Desde sempre Laura se mostrou extremamente dedicada aos estudos e aos esportes. Parece que é ligada nos 220V, não para nunca... Esta sempre a procura de novos desafios para se aprimorar cada vez mais, deixando assim transparecer o amor pela sua profissão. Suas qualidades ultrapassam o lado profissional, todos que a conhecem são contagiados pelo seu sorriso e sua alegria . Não há como não se orgulhar de alguém tão especial.

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PERSONAGEM

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Das

Arábias

Por Marcio Mrotzeck Foto Aldhaif M.

Assim é o futebol do alagoano Elton, o melhor dos brasileiros atuando no Oriente Médio. O talento apareceu cedo, nos campos de várzea ele já se destaca pelos dribles desconcertantes. A estrada foi longa, começou a brilhar nos campos do SESI, pelo Agrimaq. Descoberto, foi para o Juventus de São Paulo, de onde iniciou seu tour mundo a fora. Depois do Corinthians, o meia-atacante canhoto passou ainda por São Caetano, Steaua Bucharesti (Romênia), Al Nassr (Arábia Saudita), Al Rayyan (Catar), Fortaleza, Sport, Dubai Club e Al Wasl (ambos dos Emirados Árabes Unidos). Em 2010 voltou a Arábia Saudita para defender o Al Fateh e o resultado não poderia ter sido melhor, foi um dos principais responsáveis pela ascenção do time que conquistou pela primeira vez na história um título nacional. Na disputa pelo bicampeonato, Elton revela que pretende encerrar a carreira em Alagoas, ainda faltam cinco ou seis anos para que isso aconteça, mas os gramados alagoanos ainda verão muito da habilidade do pequeno grande jogador.

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COMPORTAMENTO

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nas redes Por Antonio Maria do Vale

Será que ainda é possível se relacionar sem o uso do Facebook, Twitter, Instagram, Whatsapp? Os prazeres virtuais estão cada vez mais acessíveis e resistir a eles tem se tornado tarefa quase que impossível, mas necessária. Com o surgimento das redes sociais, nunca a relação entre o virtual e a realidade foi tão estreita. A forma original de convívio como, até então, conhecíamos, se desconfigurou e hoje o contato entre duas pessoas necessariamente não precisa ser tête-à-tête. Os encontros não são mais os mesmos e são poucos os que se apresentam de corpo e alma sem apelar para aquela conferida nas postagens. Queremos desfrutar nossas experiências até o último segundo e provar de tudo um pouco, não queremos perder nada. Tudo hoje parece mais fácil, mais rápido e com um leque de opções que só dificulta nossas escolhas, como continuar lendo este texto até o fim sem verificar o que surgiu de novo no celular.

Uma das experiências mais relevantes sobre o assunto surgiu ainda na década de 60, quando o psicólogo americano e pesquisador da Universidade de Stanford, Walter Mischel, decidiu propor um simples desafio a crianças em idade pré-escolar: resistir por 15 minutos ao impulso de comer um marshmallow. Caso conseguissem, ganhariam não só um, mas dois marshmallows. 30% das crianças resistiram e a experiência não parou por aí. O pesquisador decidiu checar o que havia acontecido com todas as crianças que passaram pelo teste 30 anos depois. Coincidência ou não, todas que esperaram para ganhar dois doces se tornaram pessoas mais bem-sucedidas em vários aspectos da vida.

É possível observar essa febre em todo e qualquer lugar: nos bares as mesas estão cheias de conversas paralelas com os não presentes; nas academias, os exercícios agora possuem pausas para checar o que surgiu de novo nos poucos minutos sem visualizar o smartphone; prestar atenção nas aulas da escola, faculdade ou cursinho? Nunca foi tão difícil se concentrar; no cinema? Perdese o desfecho da trama, mas não a oportunidade de curtir ou comentar um post; no trabalho, quando permitido (para muitos isso não importa), muito dificilmente alguém utilizará as ferramentas disponíveis nas redes sociais para alguma tarefa laboral, na maioria das vezes os clicks apenas distraem, e pior, interferem no bom desempenho dos profissionais. É preciso ter cuidado pois o exagero pode resultar em problemas difíceis de se imaginar.

Várias comunidades acadêmicas repetiram mais recentemente o experimento. Em 2010, uma universidade da Nova Zelândia publicou os resultados de testes que envolveram mil pessoas até os 32 anos. Nesta atualização, os pesquisadores mediram o autocontrole de acordo com questionários e entrevistas direcionadas aos participantes, seu familiares e pessoas de convívio em comum. Novamente quem demonstrou um perfil de autocontrole maior se tornou um adulto mais saudável, com família constituída e sem problemas financeiros.

No Brasil, já são mais de 100 milhões de pessoas conectadas e o que surgiu com o propósito de encurtar distâncias, agora afasta quem está próximo e pode atrapalhar relações. Você já parou para pensar sobre isso? Não? Antes de ler esta matéria se pergunte: já postei alguma foto hoje? Já compartilhei ou curti algo? Já utilizei o Whatsapp para checar algo que não faria a menor diferença no meu dia caso não tivesse visto? É praticamente impossível responder a todas as questões com um não e, se suas respostas foram todas um sim, você já pode se considerar um viciado crônico e está mais do que na hora de uma boa dieta virtual. E o mais difícil é se livrar da eterna desculpa de que necessita de todas essas ferramentas e que seria um desastre ter que passar um dia sem internet, desconectado. Mesmo numa sociedade que exalta o imediatismo, pode acreditar, é possível sim viver sem a companhia 24 horas das redes sociais e, mais importante e embora contraditório, a redução do uso da internet nos torna pessoas mais satisfeitas e eficientes, sendo uma atitude determinante para nosso sucesso na vida profissional, nas relações pessoais e na manutenção de uma vida saudável.

Cabe ressaltar que existem muitas e grandes diferenças entre as experiências e a realidade, principalmente porque a vida moderna oferece marshmallows todo o tempo e em todos os lugares. Hoje, o grande desafio é, diante de tanta liberdade e concorrência, manterse moderado frente as tentações. O autor do livro “We Have Met the enemy” (Nós conhecemos o inimigo), o americano Daniel Akst, resume o que presenciamos como a democratização da tentação que, segundo ele, pode ser caracterizada no Brasil pela marca siginificativa de mais de um telefone celular por habitante. É cada vez maior o número de pessoas que não conseguem desgrudar do celular. O aparelho é o primeiro da lista de necessidades e prova disso é que hoje esquecemos a chave de casa, do carro, dinheiro, documentos, mas não saímos sem tê-lo no bolso e sem esquecer do carregador, peça imprescindível para a relação de dependência. Ter a telinha por perto e a internet como chave para a porta das redes sociais é o primeiro passo para neglicenciarmos nossa vida real em favor da existência virtual. O vício em redes sociais cresce e possui impactos impossíveis de ignorar. Em 2012, um dos primeiros estudos a revelar a força dessa dependência de forma incontestável foi divulgado pela Universidade de Chicago. Pesquisadores acompanharam a rotina e checaram as atualizações em redes sociais de 205 pessoas por sete dias, concluindo que resistir às tentações do Facebook e do Twitter é mais Uma revista com a cara do Nordeste


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difícil do que parar de beber ou fumar. E no Brasil não é diferente, uma consulta aos números do programa de dependência de internet do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (sim, ja existe tratamento!), dá contornos brasileiros aos resultados apresentados pelos americanos. Por incrível que pareça, atualmente 25% dos pacientes que procuram ajuda no programa buscam tratamento para o vício em redes sociais. Número expressivo, tanto que o Instituto está criando um módulo específico voltado a dependência em internet, isso porque o vício em redes sociais é tão forte quanto o da dependência química. Assim como o viciado em drogas, que com o passar do tempo precisa aumentar sua dose diária para conseguir mesmo efeito entorpecente do primeiro contato, o viciado em Facebook ou qualquer outra mídia social precisa se expor e ter acesso as postagens de amigos, famosos e até desconhecidos com uma frequência que, para saciar sua curiosidade e narcisismo, se torna cada vez maior. Um dos maiores desafios para quem se dedica a pesquisar a interação entre o ser humano e o mundo virtual é entender as razões do crescimento dessa compulsão. Por que usamos tanto? Por que preferimos esses canais para nos comunicar? Por que abrimos mão de atividades prazerosas e optamos por ficar em casa diante de um computador? Para o consultor em desenvolviento pessoal, Carlos Florêncio, a resposta é prática: “A vida nos deu um corpo para que possamos nos conduzir, uma mente para analisar e um emocional para sentir; mas não nos deu o manual e a assistência técnica de como utilizar tudo isso. Nas redes sociais temos controle absoluto sobre quem somos, lá, as vidas são editadas para que só os melhores momentos, as mais belas fotos e os detalhes mais interessantes do dia a dia sejam expostos. Até os defeitos, quando compartilhados, são escolhidos. É uma realidade paralela em que todos apresentam o que julgam ser suas versões ideais”, afirmou. Deixar de lado o modelo tradicional de convivência tem um custo imenso. Isso porque a grande maioria das pessoas não consegue, de fato, viver o ideal que projetaram, gerando frustração e uma série de outras consequências. Segundo pesquisas do Departamento de Psicologia da Universidade de Bowling Green, nos Estados Unidos, a mais comum é o estresse, causado basicamente pelo excesso de informação e resultados não alcançados, já que as pessoas costumam se sobrecarregar com tarefas que deixam de ser concluídas pelo desvio de foco que as redes sociais implicam. Um exemplo prático é o de como nos comportamos ao acessar a rede mundial, seja no computador convencional ou no celular, é comum abrirmos uma porçaão de abas, clicar em hiperlinks, tentar se concentrar em alguma notícia ou informação, mas acabar mergulhando na rede de uma maneira que, em um dado momento, sequer recordamos porque nos conectamos. Esse é o primeiro passo para que um efeito cascata se inicie e os atrasos aconteçam. A lista de problemas é grande e todos aqueles que exageram na dose se tornam candidatos em potencial a depressão. Além disso, a dependência também pode causar distúrbios do sono, problemas na visão, dores de cabeça e confusão mental. Em 2010, estudos realizados por médicos da Academia Americana de Pediatria, mostraram que o modo como as pessoas lidam com as tecnologias, www.OUSHBrasil.com.br

As 10 regras de ouro da dieta virtual Se você já questionou seus hábitos virtuais e acha que pode estar exagerando no uso das redes sociais, as chances de que você esteja certo em sua auto-avaliação são enormes. Confie nos instintos e aja para mudar o seu comportamento o quanto antes. Organize o seu dia virtual como você organiza o seu dia real. Estabeleça horários para checar seus e-mails, fazer atualizações em redes sociais e compartilhar imagens. Cumpra o cronograma e desfrute de todas as tarefas, reais ou virtuais, de forma plena e sem misturar uma com a outra. Estabeleça e siga, à risca, um calendário que inclua pelo menos um dia de desintoxicação tecnológica por mês. Nesse dia, abandone todos os dispositivos eletrônicos e organize atividades a céu aberto e com amigos. Lembre-se: a vida também acontece longe da internet. Deixe para usar os dispositivos eletrônicos quando você está sozinho. Se você tem companhia, seja de amigos ou familiares, privilegie o momento. Lembre-se que o virtual sempre pode esperar, diferente da realidade, onde não há a tecla “pause”. Entenda que as ocasiões em que você abre mão na vida real são bem mais difíceis de reproduzir que os virtuais. E que, ao desperdiçá-las, sistematicamente, do real pelo virtual, você está fazendo uma troca pouco inteligente e difícil de compensar. Você realmente precisa de mais de um computador? Ou de um celular novo sempre que surge uma nova versão? De um novo Tablet? Resista ao apelo das novidades tecnológicas. Elas sempre serão mais legais e modernas que as que você possui. Pense bem antes de postar algum detalhe de sua vida pessoal nas redes sociais. Só tuíte, blogue ou compartilhe informações que você divulgaria, sem impedimentos, a qualquer um pessoalmente. Quando fizer uma refeição, evite deixar o smartphone na mesa. Se deixar o aparelho à vista for imprescindível, dê-se ao trabalho de justificar essa necessidade a quem estiver com você. Isso ajudará a avaliar a verdadeira necessidade de tê-lo à mão. Não carregue seus aparelhos eletrônicos no mesmo ambiente em que você dorme e jamais leve estes aparelhos para a cama. Busque nestes momentos relaxar por completo, livrando-se inclusive de TV ou rádio, no máximo um bom livro. Busque ajuda se você sentir que seu uso da internet e das redes sociais está fora de controle. Converse com amigos e peça que eles policiem seu vício. Se isso não funcionar, procure ajuda com profissionais que trabalham com dependências. É sério!


COMPORTAMENTO

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principalmente a internet, está alterando o cérebro humano, mesmo que em estágio inicial. A pesquisa mostrou que quem se expõe muito à rede pode ter dificuldade para se concentrar, perdendo o foco até em conversas corriqueiras, adiquirindo menor capacidade de compreensão e redução da memória em função do fácil acesso à pesquisas e do abandono do método original de aprendizagem. Preocupante também é a relação de quem não vive sem internet com o sedentarismo. A abstinência as atividades físicas leva a aquisição de problemas musculares; pode acelerar o surgimento de doenças mentais, pois os exercícios também auxiliam os processos cognitivos; e ajuda no ganho de peso, principalmente se o processo de depressão vier associado, quando muitos buscam a comida, principalmente os doces, como remédio. E mais, priorizar as relações mediadas pela internet compromete as nossas habilidades sociais cotidianas. Desaprendemos a interpretação dos sinais corporais e costumamos não dar a atenção devida a quem está do nosso lado, o olho no olho deixa de existir em razão do que está na tela do celular. E não podemos esquecer que a exposição desenfreada aumenta os riscos ligados a segurança, não faltam criminosos a espera de um deslize virtual. Mas a crucificação das redes sociais passa longe da melhor solução. Nem tudo é nocivo no mundo das hasthtags, curtidas e compartilhamentos. Pelo contrário, quando bem utilizada, a

virtualidade só traz benefícios. O segredo é saber dosar o uso para que as vantagens não sejam ofuscadas pelo vício que surge com os excessos desnecessários. O americano Daniel Sieberg, autor do livro “The Digital Diet”, afirma que o problema não está no fato de amar a tecnologia, e sim de o fazê-lo de forma incondicional. Em sua obra, Sieberg apresenta um teste desenhado para medir o nível individual de consumo digital e propõe um controle, ou uma dieta, para regular os excessos. Não faltam publicações sobre o assunto e se, mesmo diante de tantas estratégias, nenhuma tenha surtido o efeito esperado, você poderá buscar ainda uma última inspiração em Ulisses, o herói da Odisseia, de Homero. Quando voltava para casa com o fim da Guerra de Troia, a embarcacação de Ulisses navegava rumo ao mar das sereias. Com receio de ceder ao canto e não conseguir chegar ao seu destino, o guerreiro ordenou que os marinheiros o amarrassem no mastro e que tampassem seus ouvidos com cera, uma medida que garantisse que conseguiria realizar a travessia. Para quem não consegue confiar em seu autocontrole, esta pode ser a saída. Muitas vezes é preferível desligar o wi-fi do que apostar na capacidade de resistir a tentação estando ela disponível. Além de resolver a obsessão, muitas vezes não admitida, pelas redes sociais, desenvolver o autocontrole pode melhorar seus relacionamentos e proporcionar uma qualidade de vida superior. Alguns dados mostram, por exemplo, o quanto agir controladamente, mesmo não sendo fácil, interfere nas ações do dia a dia. No Brasil, cerca de 15% dos adultos fumam, muitos deles apenas por não resistir ao apelo do cigarro. O excesso de peso que atinge quase a metade dos brasileiros também está relacionado ao cair em tentação. 10% das famílias no Brasil não conseguem adequar seus gastos ao que ganham por mês por se entregarem, por impulso, a qualquer liquidação de vitrine. A falta de controle contribui para aumentar o número de divórcios, a incidência de crimes e até a quantidade de infartos no país. E o que dizer da correlação com as redes sociais? Num almoço entre amigos, ao fixar-se na tela do celular descarta-se a possibilidade de observar a vida real e a possível chance de conhecer novas pessoas. Não perca tempo com uma conversa configurada em caracteres se existe a possibilidade dela ser ao pé de orelha. Utilize o Whatsapp focado em um de seus princípios mais eficiente, o da comunicação por um meio mais econômico que uma ligação convencional. Evite substituir seu valioso tempo dedicado ao trabalho e estudos por momentos de visualização e compartilhamento de informações que não agregam valor. No convívio familiar, viva-o intensamente, não troque abraços por bisbilhotagem virtual.

Doce realidade No instagram só há espaço para os bons momentos

As tentações sempre irão existir, as velhas, como o jogo, o álcool e as drogas; que se somarão às novas, hoje representadas pela internet, o celular e as redes sociais. Nem sempre essas dependências do mundo moderno serão vistas de forma negativa, em parte porque as pessoas preferem curtir a vida do que planejar e trabalhar em realizações futuras. Mas é importante ficar atento quando uma nova ferramenta deixa de ser um auxiliar, se transformando em algo essencial em nossas vidas. É necessário avaliar se o hábito pode trazer vantagens no curto prazo, mas significar graves problemas no futuro. #ficaadica! Uma revista com a cara do Nordeste


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Teste seu poder de autocontrole

Saber quanto você pode confiar em sua capacidade de resistir à tentação é um bom começo para controlar seus impulsos. Faça o teste e descubra seu índice de autocontrole e obsessão virtual. Muito a ver comigo

+ ou - a ver Pouco a comigo ver comigo

Nada a ver comigo

1. Sou bom (a) em resistir a tentações

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2. Tenho dificuldades em deixar de lado hábitos ruins

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3. Sou preguiçoso (a)

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4. Nunca me permito perder o controle

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5. Faço coisas que são ruins para mim, se forem divertidas

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6. Acordar de manhã é difícil para mim

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7. Tenho problemas para dizer não

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8. As pessoas me descrevem como impulsivo (a)

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9. Gasto dinheiro demais

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10. Mantenho tudo organizado

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11. Gostaria de ter mais autodisciplina

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12. Sou levado por minhas emoções

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13. Tenho dificuldades para guardar segredos

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14. Já virei a noite estudando ou trabalhando de última hora

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15. Sempre troco de celular quando um novo modelo é lançado

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16. Não consigo almoçar sem o celular do meu lado

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17. Na hora de dormir fico na cama navegando no celular

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18. O prazer e a diversão às vezes me impedem de terminar tarefas

1

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19. Sou sempre pontual

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20. Com frequência interrompo as pessoas

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21. + de 50% de meus amigos virtuais não conheço pessoalmente

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22. Tenho problemas em me concentrar

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23. Fico sem TV por assinatura mas não sem internet

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24. Posto, compartilho ou curto algo todos os dias

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Some os pontos e confira seu índice (quanto maior sua pontuação maior a tendência em tornar-se um dependente virtual) 24 a 55 Baixo autocontrole

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56 a 89 Médio autocontrole

Acima de 90 Total autocontrole

Fonte: Professor Roy Baumeister - Florida State University

Tudo a ver comigo


CURIOSIDADES

106 Pequenas perguntas Por Antonio Maria do Vale

Desde cedo o ser humano é movido por uma curiosidade sem limites. Saber como as coisas funcionam tem sido a chave para novas descobertas. Geralmente as crianças é que são mestres em tirar da cartola pérolas sem resposta. Quem tem filhos sabe o quanto é difícil responder àqueles questionamentos gerados com uma imaginação de fazer inveja ao personagem do desenho animado “O fantástico mundo de Bob”. Quem nunca ouviu as clássicas: “Mãe, como sai de dentro da sua barriga?” ou “Pai, pra onde a gente vai depois que morre?”. Essas nós tiramos de letra, mas como você responderia algo como “tem bastante lua, ou é uma só? Por quê? E por que a lua não cai na Terra? Ela tem asas?”. E tem mais, que tal “por que no aeroporto o avião é grande e lá em cima é pequeno?”, ou ainda, “por que, cortando uma minhoca ao meio, cresce outra minhoca de cada metade e, cortando o rabo de um cachorro, não cresce outro cachorro?”. Ou você prefere “quando o arroz está quente, sai fumaça; quando a batata frita está quente, não sai fumaça. Por quê?”. E, pra finalizar, “por que primeiro é de dia, depois é de noite, depois é de dia, depois é de noite, depois é de dia...?”. Notou os eternos “por quês” que acompanham cada explicação dada? Todas estas perguntas são reais, foram feitas por crianças de até 7 anos e fazem parte do conteúdo de um estudo realizado pelo Projeto ciência na mão, Mantido pela Universidade de São Paulo, que buscou encontrar possíveis respostas numa oficina realizada com a participação dos próprios pais. É uma fase encantadora que, quando menos esperamos, já passou. As crianças crescem e se tornam adultas como nós, embora isto não signifique que as dúvidas deixem de existir. As perguntas sem respostas continuam e muitas delas estão associadas a coisas que consideramos banais, corriqueiras, que acontecem sem que busquemos uma justificativa, que aceitamos com naturalidade mesmo sem saber por que ocorrem daquela maneira. Um exemplo? Por que olhamos para cima quando estamos pensando? E nem adianta fazer isso agora pra tentar encontrar a resposta. Pode não fazer diferença nenhuma entender por que agimos dessa forma, mas essa e outras respostas podem ser bem vindas para o enriquecimento de nossa cultura aleatória. Por que não? Reunimos algumas dessas curiosas indagações que não são levadas tão a sério, mas que, em alguns casos, possuem uma boa justificativa para que aconteçam. E não ache que é perda de tempo buscar estas respostas, grandes teorias e descobertas surgiram exatamente da curiosidade de algumas pessoas em relação a fatos do dia a dia, se Isaac Newton não tivesse se inquietado pelo fato das coisas caírem no chão, hoje não conheceríamos a Lei da gravidade. Sendo assim, mais um pouco de “por quês”, agora, na companhia dos “porquês”.

“Olhar para cima enquanto pensamos é um ato relacionado a neurofisiologia. Dependendo da posição do olho, várias partes do cérebro entram em processamento. Ao olhar para cima, você ativa a criação de imagens. E mais, pra cima e para direita, você estará contruindo novas imagens, já para a esquerda, recordando imagens armazenadas”.

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Por que não fazemos cócegas em nós mesmos?

Porque a capacidade de prever as consequências das nossas próprias ações faz o cérebro reagir diferentemente a um auto-estímulo.

Por que as bolas de tênis são peludas?

Por que as baianas usam um pano branco na cabeça?

O feldro que recobre a bolinha ajuda a desacelerar. Cria uma resistência maior do ar, diminuindo o quique e a velocidade no contato com a raquete ou o chão.

Uma infestação de piolhos fez com que portugueses desembarcassem por aqui cobrindo a cabeça. Os nativos interpretaram como moda e também passaram a usar.

Por que os ingleses dirigem do lado direito?

Por que os japoneses comem com pauzinhos?

Por que cobrimos a boca quando bocejamos?

Na cultura japonesa, o momento da refeição é considerado de paz. Garfos e facas são instrumentos cortantes e por isso associados à guerra.

Gesto de educação, na verdade o costume vem de uma lenda de povos antigos que acreditavam que caso não cobríssemos a boca, perderíamos a alma.

O costume vem da época medieval, quando, nas estradas, era mais prudente deixar um desconhecido a direita, para facilitar o uso da espada, se necessário.

Por que o Hot dog tem este nome?

Por que o leite sobe quando ferve?

Por que meninos usam azul e meninas rosa?

O sandúiche não possuía este nome e servia para aquecer torcedores nos estádios dos Estados Unidos. Um cartunista fez uma charge com um bassê que frequentava o local, dando origem ao nome, Hot dog.

A parte gordurosa do leite forma uma película no fundo da panela a medida que ele aquece. Ao entrar em ebulição, uma bolha de ar empurra a película, que acaba transbordando o leite para fora da panela.

Em função de duas lendas: o azul, como a cor que protegia os meninos de espíritos maus que pairavam sobre crianças; e o rosa, porque na Europa antiga dizia-se que as meninas nasciam de rosas.

Por que fechamos os olhos ao espirrar?

O espirro desobstrui o nariz e leva oxigênio às células. Neste momento, todas as nossas funções corporais cessam, obrigando os olhos a se fecharem. www.OUSHBrasil.com.br

Por que falamos deu zebra?

Em 1964, o técnico da Portuguesa disse que o time seria campeão. Como o título não veio e o animal não faz parte do jogo do bicho, ele emendou: “deu zebra!”.

Por que se diz Santo do pau oco?

No século XVIII, os mineradores escondiam ouro dentro de imagens de madeira, que eram as únicas coisas que não passavam por revista dos guardas da Coroa.


COPA DO MUNDO

108

Sem Maracanaço Por Antonio Maria do Vale

Depois de 64 anos o Brasil volta a sediar uma Copa e quer apagar de vez a sombra que lhe persegue desde 1950. Em Junho começa a Copa no Brasil e junto com ela as apostas em relação a quem será o novo campeão mundial de futebol. Algumas seleções carimbadas largam na frente, em especial o escrete canarinho que, jogando em casa e no rastro da atuação na última Copa das Confederações, apresenta-se quase que imbatível na tentativa de apagar da história o fiasco de 1950. Naquela ocasião, diante de um Maracanã com mais de 200 mil espectadores, fomos surpreendidos na final, perdendo o título para o Uruguai. Neste ano, a seleção celeste parece estar distante de repetir o feito, muito embora as dificuldades hoje sejam ainda maiores para a equipe de Felipão. É preciso ficar atento, não faltam candidatos para colocar água no chopp, estarão no Brasil não só o Uruguai como também todos os outros campeões do mundo: Espanha, Itália, Inglaterra, França, Alemanha e Argentina. Some-se ainda a este seleto grupo as coadjuvantes de luxo Holanda e Portugal.

BRASIL

CROÁCIA

10º Ranking da FIFA

Neymar 23 anos Atacante Barcelona (Espanha)

Favoritaço, o Brasil deve passar fácil pela 1ª fase. Depois, só pedreiras: nas oitavas, provavelmente, Espanha ou Holanda. Nas quartas, pode pegar Itália, Inglaterra ou Uruguai, e, na semi, a Alemanha. Argentina? Só se for na final.

Sem falar nas surpresas que podem surgir durante o torneio como Colômbia, Suíça e Bélgica, que darão trabalho e muita dor de cabeça aos grandes favoritos. Difícil mesmo é antecipar qual grande seleção retornará para casa ao final da primeira fase e qual será a grande zebra desta edição do Mundial. No mais, sempre acontece a mesma coisa: as ruas se enfeitam de verde e amarelo, os dias de jogos do Brasil se tornam feriados e todos se reunirão para torcer para o time de Neymar e Cia. Além disso, todo brasileiro se transformará em técnico, matemático e comentarista, cada um com sua escalação e esquema ideal. Surgem os bolões e, para que suas chances de ganhá-los aumentem, preparamos um raio X de todas as seleções que irão desembarcar no Brasil já a partir de maio. Por aqui estarão os ganeses, para muitos, a melhor seleção africana deste mundial, pode começar apostando que eles avançarão as oitavas de finais, esse é o nosso primeiro palpite.

16º Ranking da FIFA

Mandzukic 29 anos Atacante Bayer Munique (Alemanha)

A aposta do time croata está na força dos atacantes Mandzukic e Olic, que costumam infernizar a vida dos zagueiros adversários, e no criativo Modric, um jogador rápido e com boa visão. Sorte que o atacante do Bayer não enfrentará o Brasil na estreia.

Uma vaga já tem dono X X

X MÉXICO

20º Ranking da FIFA Rafa Márquez 36 anos Volante Léon (México)

A decepcionante campanha nas eliminatórias, quando o time garantiu vaga apenas na repescagem, faz do México um time incerto. Irritado com algumas estrelas da equipe, o técnico Miguel Herrera pretende convocar apenas jogadores que atuam no país.

Eto´o 34 anos Atacante Chelsea (Inglaterra)

CAMARÕES

51º Ranking da FIFA Os “Leões Indomáveis” têm feito campanhas irregulares e não passaram da 1 fase de grupos em 2002 e 2010. O craque ainda é Samuel Eto’o, embora não seja titular em todos os jogos e tenha problemas de relacionamento com parte do elenco.

X

X

X

Brasil X Croácia 12/JUN - 17h Arena Corinthians

México X Camarões 13/JUN - 13h Estádio das Dunas

Brasil X México 17/JUN - 16h Castelão

Camarões X Croácia 18/JUN - 19h Arena Amazônia

Camarões X Brasil 23/JUN - 17h Mané Garrincha

Croácia X México 23/JUN - 17h Arena Pernambuco

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ESPANHA

HOLANDA

1º Ranking da FIFA Nem mesmo a derrota sofrida na final da Copa das Confederações tirou a equipe da lista de favoritas. O estilo espanhol de jogar continua em alta, o time ocupa os espaços do campo, possui um vasto repertório ofensivo e também uma defesa muito sólida.

Iniesta 29 anos Meia Barcelona (Espanha)

9º Ranking da FIFA Van Persie 30 anos Atacante M.United (Inglaterra)

Atual vice-campeã mundial, a Holanda aposta na tradição de boas campanhas para, enfim, ser campeã mundial. Do meio de campo para a frente, conta com jogadores de respeito como Van der Vaart, Sneijder, Robben e Van Persie. O problema está na defesa.

Uma nova decisão de cara Espanha X Holanda

X

13/JUN - 16h Fonte Nova

Chile X Austrália

X

13/JUN - 19h Arena Pantanal

Espanha X Chile

X CHILE

15º Ranking da FIFA Vidal 28 anos Volante Juventus (Itália)

Time ofensivo, registrou o segundo melhor ataque das eliminatórias, com 29 gols. Do meio para a frente, a equipe tem uma geração talentosa formada pelos atacantes Alexis Sánchez e Vargas, além do meia Matías Fernández e do volante Arturo Vidal.

Tim Cahill 36 anos Atacante Red Bulls (EUA)

COLÔMBIA

Falcão García 29 anos Atacante Mônaco (França)

59º Ranking da FIFA A caminhada rumo ao Brasil foi repleta de altos e baixos e a única esperança do time, limitado tecnicamente, é o meia Tim Cahill, de 34 anos, que vai disputar seu terceiro mundial. A equipe irá precisar muito do maior artilheiro da história do país, com 29 gols.

COSTA DO MARFIM

4º Ranking da FIFA O time teve a defesa menos vazada das eliminatórias, assegurando ao país o retorno à Copa desde 1998. Ao lado de GArcía, a equipe conta com o faro goleador de Teo Gutiérrez, a experiência do zagueiro Mario Yepes e a criatividade do meia James Rodríguez.

AUSTRÁLIA

17º Ranking da FIFA

Drogba 37 anos Atacante Galatasaray (Turquia)

O time que já passou 21 jogos invicto em eliminatórias nunca levantou uma taça. Falta equilíbrio à equipe, que alterna boas e más atuações. No Brasil, essa geração vai completar sua terceira Copa. Será a última oportunidade para tentarem fazer história.

JAPÃO Honda 29 anos Meia CSKA (Rússia)

48º Ranking da FIFA Primeira equipe a confirmar vaga na Copa, o time nipônico não vive um bom momento. Liderado por Honda, Kagawa e Okazaki, o atual campeão asiático está um degrau abaixo das potências, mas espera surpreender no Mundial vencendo grandes seleções.

GRÉCIA

12º Ranking da FIFA Após o surpreendente título da Eurocopa de 2004, os gregos passarem a acreditar que podem alcançar o que todos acham parecer impossível. Bem compactada, a seleção será um adversário difícil de ser batido até mesmo pelas equipes mais tradicionais.

Austrália X Holanda

X

18/JUN - 13h Beira-rio

Austrália X Espanha

X

23/JUN - 13h Arena da Baixada

Holanda X Chile

X

23/JUN - 13h Arena Corinthians

Tudo pode acontecer X X

X Karagounis 38 anos Meia Fulham (Inglaterra)

18/JUN - 16h Maracanã

X

X

X

Colômbia X Grécia 14/JUN - 13h Mineirão

C. Marfim X Japão 14/JUN - 22h Arena Pernambuco

Colômbia X C. Marfim 19/JUN - 13h Mané Garrincha

Japão X Grécia 19/JUN - 19h Estádio das Dunas

Japão X Colômbia 24/JUN - 17h Arena Pantanal

Grécia X C. Marfim 24/JUN - 17h Castelão

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Balotelli 23 anos Atacante Milan (Itália)

ITÁLIA

INGLATERRA

7º Ranking da FIFA Diferente de 2010, não há mais excesso de volantes marcadores na Azzurra. Pirlo comanda o meio de campo com classe e inteligência e o time joga mais solto. No ataque, o polêmico Balotelli é peça-chave graças à sua força pronta para derrubar defesas.

13º Ranking da FIFA

Rooney 23 anos Atacante Manchester United (Inglaterra)

Com um meio de campo combativo e alto poder de fogo no ataque, a equipe está bem servida e utiliza jogadores experientes e jovens talentosos. Uma das principais jogadas da equipe são os contra-ataques puxados pelos passes precisos de Gerrard.

Aqui o bicho vai pegar X X

X URUGUAI

COSTA RICA

6º Ranking da FIFA

Cavani 28 anos Atacante Paris St.German (França)

Bryan Ruiz 30 anos Atacante Fulham (Inglaterra)

O Uruguai aposta no poder de fogo de Diego Forlán, Edinson Cavani e Luis Suárez para voltar a brilhar na Copa do Mundo depois da boa campanha na África do Sul. O grande desafio a ser superado é vencer uma grande seleção, fato raro para a celeste.

FRANÇA

Ribéry 30 anos Atacante B. Munique (Alemanha)

As chaves da classificação para a Copa foram a solidez defensiva e o desempenho irretocável em casa durante as eliminatórias, onde a equipe ganhou todas como mandante. Dependendo da inspiração de Bryan Ruiz, o principal objetivo da equipe é passar da 1ª fase.

SUÍÇA

19º Ranking da FIFA Favoritaço, o Brasil deve passar fácil pela 1ª fase. Depois, só pedreiras: nas oitavas, provavelmente, Espanha ou Holanda. Nas quartas, pode pegar Itália, Inglaterra ou Uruguai, e, na semi, a Alemanha. Argentina? Só se for na final.

31º Ranking da FIFA

8º Ranking da FIFA

Inler 31 anos Meia Napoli (Itália)

Candidato a surpresa da Copa, o time mescla a experiência de Inler e Senderos com a juventude de Shaqiri, Xhaka e Stocker. Para ganhar ainda mais moral, a seleção chega ao Mundial como cabeça de chave depois de fazer grande campanha nas eliminatórias.

X

X

X

HONDURAS

23º Ranking da FIFA

Valencia 30 anos Cavani Meia 28 anos M. United Atacante (Inglaterra) Paris St.German (França)

O Equador foi uma moeda de duas faces nas eliminatórias. De um lado, imbatível como anfitrião em Quito, onde somou sete vitórias e um empate. De outro, mostrou-se incapaz de ganhar como visitante. No Brasil, o campo será neutro e o verdadeiro Equador surgirá.

41º Ranking da FIFA

Bengtson 28 anos Atacante New england (EUA)

A última vaga direta da Concacaf foi conquistada graças ao bom desempenho em casa e, em grande medida, à histórica vitória sobre o México no Estádio Azteca. O entrosamento do time vem da base composta nas olimpíadas de Londres em 2012.

14/JUN - 16h Castelão

Inglaterra X Itália 14/JUN - 19h Arena Amazônia

Uruguai X Inglaterra 19/JUN - 16h Arena Corinthians

Itália X Costa Rica 19/JUN - 13h Arena Pernambuco

Itália X Uruguai 24/JUN - 13h Estádio das Dunas

C. Rica X Inglaterra 24/JUN - 13h Mineirão

Latinos em apuros X X

X EQUADOR

Uruguai X Costa Rica

X

X

X

Suíça X Equador 15/JUN - 13h Mané Garrincha

França X Honduras 15/JUN - 16h Beira-rio

Suíça X França 20/JUN - 16h Fonte Nova

Honduras X Equador 20/JUN - 19h Arena da Baixada

Honduras X Suíça 25/JUN - 17h Arena Amazônia

Equador X França 25/JUN - 17h Maracanã

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ARGENTINA

3º Ranking da FIFA

Messi 26 anos Meia Barcelona (Espanha)

21º Ranking da FIFA

Ozil 26 anos Meia Arsenal (Inglaterra)

NIGÉRIA

36º Ranking da FIFA

Mais uma vez a Argentina chega para um Mundial cheia de estrelas mas com a desconfiança de sempre. Do meio para frente, a equipe conta com um dos melhores ataques da Copa com Aguero, Di Maria, Iguaín e Messi. O maior problema é a defesa.

BÓSNIA

Dzeko 29 anos Atacante Manchester City (Inglaterra)

Obi Mikel 28 anos Volante Chelsea (Inglaterra)

Mesmo campeã de seu continente, a Nigéria não é a mais forte seleção africana. Com um time renovado, O treinador Stephen Keshi deu oportunidade aos jogadores que atuam no futebol nacional, sem dispensar os astros, como John Obi Mikel, do Chelsea.

Ghoochannejhad 28 anos Atacante Standard (Bélgica)

IRÃ

45º Ranking da FIFA Uma das mais fracas equipes do Mundial, o Irã pode protagonizar uma das zebras da Copa caso vença uma única partida. O time deve jogar na retranca e aposta todas as suas fichas em Reza Ghoochannejhad, conhecido como “garoto de ouro”.

ALEMANHA

PORTUGAL

A Alemanha chega à Copa como uma das favoritas ao título. A tricampeã mundial espera acabar no Brasil com um jejum que completará 24 anos. Para isso, confia em uma geração de jogadores qcomo Schweinsteiger e Thomas Müller, agora mais experientes.

Cristiano Ronaldo 30 anos Atacante Real Madrid (Espanha)

5º Ranking da FIFA “Dono” do time, todas as fichas estão depositadas em Cristiano Rnaldo, que pode decidir uma partida em uma única jogada. Os portugueses têm certeza de que se o craque jogar na Copa o que tem jogado no Real Madrid, a seleção irá muito longe.

Gyan 30 anos Atacante Al Ain (E. Árabes)

ESTADOS UNIDOS

24º Ranking da FIFA Na última Copa, Gana foi o único africano a passar pela fase de grupos. Agora a equipe está ainda mais forte e vem ao Mundial após passar pelas eliminatórias com louvor. No mata-mata, encarou o Egito e resolveu a classificação na primeira partida com um 6 a 1.

14º Ranking da FIFA

Donovan 33 anos Atacante Los Angeles Galaxy (EUA)

15/JUN - 19h Maracanã

Irã X Nigéria

X

16/JUN - 16h Arena da Baixada

Argentina X Irã

Desde 1990, os norteamericanos estão presentes em todas as Copas. A ideia é repetir a boa atuação da Copa das Confederações de 2009, quando venceu a Espanha na semifinal e encarou o Brasil na decisão, abrindo 2 a 0, mas levando a virada no 2º tempo.

21/JUN - 13h Mineirão

Nigéria X Bósnia

X

21/JUN - 19h Arena Pantanal

Nigéria X Argentina

X

25/JUN - 13h Beira-rio

Bósnia X Irã

X

25/JUN - 13h Fonte Nova

Osso duro de roer X X

X GANA

Argentina X Bósnia

X

X

O técnico Safet Susic formou uma equipe ofensiva que terminou as eliminatórias europeia como o quarto melhor ataque, com 30 gols. A experiência de jogadores nas ligas da Europa, como o lateral Lulic da Lazio e o meia Pjanic da Roma, fará toda diferença.

2º Ranking da FIFA

Mamão com açúcar

X

X

X

Alemanha X Portugal 16/JUN - 13h Fonte Nova

Gana X EUA

16/JUN - 19h Estádio das Dunas

Alemanha X Gana 21/JUN - 16h Castelão

EUA X Portugal 22/JUN - 19h Arena Amazônia

EUA X Alemanha 26/JUN - 13h Arena Pernambuco

Portugal X Gana 26/JUN - 13h Mané Garrincha

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BÉLGICA

11º Ranking da FIFA

Kerzhakov 33 anos Atacante Zenit (Rússia)

RÚSSIA

A Bélgica está de volta ao Mundial com uma geração talentosa, tida como a mais promissora das últimas décadas. Nomes como Fellaini e Hazard são destaques em grandes clubes da Europa e mostram entrosamento quando atuam juntos pela seleção.

Hazard 24 anos Meia Chelsea (Inglaterra)

As aparências enganam

22º Ranking da FIFA Com bons jogadores, nenhum craque e um conjunto compacto, a Rússia tem um time muito competitivo. Sob o comando de Fabio Capello, a organização tática da equipe chama a atenção. A equipe poderá surpreender e avançar às fases mais agudas.

X X

X

Chu-Young 30 anos Atacante Arsenal (Inglaterra)

COREIA DO SUL

ARGÉLIA

54º Ranking da FIFA

Antes de confirmar a sua oitava participação seguida em Copas, a Coreia teve a classificação ameaçada, conquistando a vaga apenas no saldo de gols. Depois do susto, a equipe se reformulou com a convocação de jovens talentos, como Lee Chungyong.

X

26º Ranking da FIFA Disciplinador à toda prova, o técnico bósnio Vahid Halilhodzic não hesitou em afastar os medalhões da equipe para dar lugar à nova geração. Hoje, a Argélia conta com um grupo compacto e solidário, que sofre poucos gols e leva perigo ao rival.

Feghouli 26 anos Meia Valencia (Espanha)

X

X

Bélgica X Argélia 17/JUN - 13h Mineirão

Rússia X Coreia 17/JUN - 19h Arena Pantanal

Bélgica X Rússia 22/JUN - 13h Maracanã

Coreia X Argélia 22/JUN - 13h Beira-rio

Coreia X Bélgica 26/JUN - 17h Arena Corinthians

Argélia X Rússia 26/JUN - 17h Arena da Baixada

Oitavas de final 1º Grupo A

X

2º Grupo B

28/JUN - 13h Mineirão

1º Grupo C

X

2º Grupo D

28/JUN - 17h Maracanã

1º Grupo E 1º Grupo G 1º Grupo B 1º Grupo D 1º Grupo F 1º Grupo H

X X X X X X

2º Grupo F 2º Grupo H

30/JUN - 13h Mané Garrincha 30/JUN - 17h Beira-Rio

2º Grupo A

29/JUN - 13h Castelão

2º Grupo C

29/JUN - 17h Arena Pernambuco

2º Grupo E

01/JUL - 13h Arena Corinthians

2º Grupo G

01/JUL - 17h Fonte Nova

Quartas de final X 04/JUL - 17h Castelão

X

Semifinais X 08/JUL - 17h Mineirão

Final

04/JUL - 13h Maracanã

13/JUL - 16h Maracanã

X

X 05/JUL - 17h Fonte Nova

X

X 09/JUL - 17h Arena Corinthians

05/JUL - 13h Mané Garrincha

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O Brasil africano Você pode até não lembrar quem era o adversário, mas o lance com certeza estará na sua memória. Ele aconteceu nas quartas de finais da Copa da África do Sul, em 2010, quando o atacante uruguaio Luiz Suárez impediu um gol claro ao defender a bola, que tinha como endereço certo as redes, com as mãos. Seria o gol que levaria a seleção de Gana as semifinais do torneio, mas Asamoah Gyan desperdiçou a cobrança do pênalti, levando a disputa novamente para as cobranças , onde a seleção africana deu adeus ao mundial. A frustração de perder a vaga vai estar no centro da campanha de Gana no Mundial de 2014. E toda a preparação estará aos olhos dos alagoanos que terão mais um time para acompanhar e torcer, afinal, Gana é considerada o Brasil da África pelo futebol alegre e ofensivo que possui. Com a melhor campanha das eliminatórias africanas, a seleção contará com jogadores bem experientes, com qualidade no meio-campo e no ataque. Craques como Kwadwo Asamoah, da Juventus, e Sulley Muntari, do Milan, receberam a companhia de Michael Essien, do Chelsea e Kevin-Prince Boateng, do Schalke 04, que haviam decidido se afastar da seleção. Muitos gostariam que uma seleção mais tradicional tivesse desembarcado por aqui, entretanto, Gana poderá ser a grande surpresa da Copa caso confirme sua crescente dos últimos anos. A equipe, que participou de um mundial pela primeira vez em 2006, não ficou mais de fora desde então e tem boa tradição nas categorias de base. Figurinha carimbada nas fases finais destas competições, na categoria sub-20 do mundial da FIFA de 2013 terminou em 3º lugar, sendo campeã na edição de 2009, quando inclusive venceu o Brasil na final. O mesmo acontece na categoria sub-17, onde a equipe dominou as finais durante quatro edições seguidas (1991, 1993, 1995, 1997), enfrentando o Brasil em duas ocasiões, vencendo em 1995 e perdendo em 1997. Na principal categoria, o confronto só aconteceu quatro vezes, a seleção canarinha venceu todos, um deles na Copa de 2006, nas oitavas de final, por 3 a 0. Agora é esperar que o sucesso da equipe africana aflore com os profissionais, não prevalecendo, entretanto, numa possível disputa contra os brasileiros. Neste caso, nada de quebra de tabu.

Gana foi colônia britânica, sendo a primeira da África Ocidental, a tornar-se independente em 1957. Durante o período colonial português, entre os séculos XVI e XIX, vários habitantes do território que atualmente corresponde à Gana foram levados para a América para trabalharem como escravos. Com o fim da escravidão, muitos deles voltaram para seu território de origem, formando uma comunidade chamada Tabom. Hoje, o país uma das economias mais estáveis do continente africano, sendo um grande exportador de ouro, diamante, manganês, bauxita e madeira. Outro importante produto para a economia nacional é o cacau, Gana é o segundo maior produtor mundial. A agricultura baseia-se na produção de café, banana, batata, milho e arroz. A indústria atua na produção alimentícia, de bebidas, cigarros, produtos químicos, metalúrgica e madeireira. A atividade industrial é beneficiada pela hidrelétrica de Akosombo, cuja barragem forma o mais extenso lago artificial do mundo, o Volta. Mesmo com uma economia diversificada, Gana apresenta grandes problemas socioeconômicos. Aproximadamente 10% da população é subnutrida e somente 10% das residências possuem rede de esgoto. Extensão territorial: 238.533 km² (Um pouco menor que São Paulo) Capital: Acra Governo: República presidencialista Idiomas: Inglês (oficial) e línguas regionais Religião: Cristianismo: 57%; Crenças tradicionais: 22% e Islamismo: 19% População: 23.837.261 habitantes (51% urbana e 49% rural) Expectativa de vida: 59 anos Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): 0,467 Moeda: Novo cedi Produto Interno Bruto (PIB): 16,1 bilhões de dólares

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NOS DETALHES

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Orquestra de A a Z Por Antonio Maria do Vale

A harmonia é primorosa e para que o resultado seja perfeito nada pode estar fora do lugar. Conheça os principais detalhes que cercam uma orquestra e como músicos e instrumentos costumam ser distribuídos. A história da música se confunde com a da própria humanidade. Desde seus primórdios que o Homem convive com as experiências sonoras, cantar sempre fez parte de seu cotidiano e o aprimoramento desta técnica é contínua, está em permanente transformação. A forma bruta ganhou contorno e a partir do século XVI, com o Renascimento, os instrumentos musicais separaram-se da união, até então quase que obrigatória, com a voz. Surgiram as primeiras grandes orquestras sinfônicas e os ouvidos aprenderam a apreciar a harmonia sonora sem a presença do canto. A ideia de formar uma orquestra é antiga, mas na era medieval não existia uma estrutura definida. Estudos apontam que o “Hoquetus David”, obra musical do século XIV, tenha sido a primeira composição que mais se assemelha ao modelo atual. Antes disso, os instrumentos musicais eram usados sozinhos em cerimônias públicas. As festas romanas já usavam grupos de cornetas para saldar seus imperadores nos desfiles pelas cidades ou suas entradas em eventos como os combates entre gladiadores. Por este motivo, acredita-se que a tradição cristã proibiu por muito tempo o uso de instrumentos musicais na música litúrgica, desaprovando a ligação o uso dos instrumentos em festas pagãs e com espetáculos que envolviam o martírio de cristãos. Os primeiros conjuntos de músicos classificados como orquestra foram determinados pelo veneziano

Giovani Gabrielli por volta de 1600, quando suas sinfonias sacras passaram a ser acompanhadas por vários músicos. Quase que ao mesmo tempo, o também italiano, Claudio Monteverdi, formou uma orquestra em Florença, na Itália, para fazer parte de sua ópera, L’Orfeo, composta em 1607. Hoje, as orquestras seguem a formação estabelecida no final do século XVIII pelo francês Louis Hector Berlioz e algumas chegam a ter mais de 100 integrantes em sua composição, bem diferente da época de Beethoven, quando este número não ultrapassava 60 músicos. É a partir deste momento que a figura do maestro foi inserida, além de marcar o ritmo, ele também é responsável pela indicação da entrada correta dos instrumentos e da intensidade com que a orquestra deve tocar. O grupo de instrumentistas não é disposto de forma aleatória, eles são divididos em naipes, famílias de instrumentos que garantem uma sonoridade mais homogênea, diante de tanta complexidade de notas e comandos de batuta.

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Orquestra Mastrial Naipe das madeiras

Naipe dos metais

Mesmo sendo de metal, a flauta faz parte desta família. O flautim, ou piccolo, é o mais agudo entre todos os instrumentos. Fazem parte ainda deste naipe o clarinete, a requinta, o clarone, o cornês inglês, o oboé, o fagote e o contrafagote.

Representam a família mais barulhenta da orquestra, sendo responsáveis pela avalanche sonora e os efeitos de dramaticidade. Trombone e tuba soam com força, enquanto trompa e trompete mais ágeis.

Naipe das percussões

Naipe das cordas Nesta família estão os principais instrumentos de uma orquestra. O violino é a principal voz do grupo por sua versatilidade. Fazem parte deste naipe, além do violino, a viola, o violoncelo, o contrabaixo e a harpa.

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aqui estão os instrumentos responsáveis por dar ritmo e fazer a orquestra vibrar. Por seu som nascer da batida de martelos nas cordas, o piano encontra-se neste grupo, composto ainda pela caixa clara, tímpano, pratos, carrilhão, xilofone e glockenspiel.

Orquestra sinfônica do Paraná

1. Harpa 2. Piano 3. Trompas e tubas 4. Glokenspiel 5. Caixa Clara 6. Tímpanos 7. Trombones 8. Clarinetes 9. Flautas 10. Violinos 11. Violas 12. Violoncelos 13. Contrabaixos

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NOS DETALHES

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FLAUTA Até o século XIX elas eram feitas de madeira ou marfim e os orifícios ainda eram abertos. Hoje a maioria é de prata.

VIOLA Fazendo o papel de contralto da orquestra, diferencia-se do violino por ser um pouco maior.

CONTRABAIXO É o maior dos instrumentos de corda e possui o som mais grave. Seu design de ombros caídos é residente da viola medieval.

FAGOTE Por lembrar duas varas presas, recebeu o nome italiano de fagotto (feixe). Da mesma forma que o Oboé, faz as vezes de baixo e tenor entre as madeiras, tendo palheta dupla. Na versão Contrafagote produz um baixo mais profundo.

OBOÉ Com tubo cônico, tem palheta dupla e é controlado por chaves e anilhas. Possui uma variante muito usada em solos chamada Cornê inglês.

CLARINETE De palheta simples, acredita-se que sua origem esteja ligada a um instrumento do século XVII chamado de charamela. Inventado pelo alemão Johann Christopher, possui variações denominadas requinta e clarone.

VIOLINO Soprano da família, o violino era usado desde o século XVI, quando era produzido em Brescia e Cremona, na Itália. Antonio Stradivari construiu os violinos considerados os melhores de todos os tempos.

VIOLONCELO É considerado o tenor das cordas, surgiu na mesma época do violino e também é usado para solos.

HARPA A versão atual possui 47 cordas entre o console e a caixa de ressonância. As cordas são dedilhadas e sete pedais alteram sua altura. Uma revista com a cara do Nordeste


PRATOS Feitos de metal, podem ser tocados com a utilização de uma baqueta ou com o contato entre ambos. TROMBONE Parecido com o trompete, não possui válvulas ou chaves, alterando seu som com o movimento da vara telescópica.

CAIXA CLARA Variação da família dos tambores, o instrumento possui uma esteira de metal junto a membrana que produz um som peculiar. TROMPETE No início era utilizado apenas em cerimoniais militares. Ganhou três válvulas e tem como afinações mais comuns dó, ré e si bemol

GLOCKENSPIEL E XILOFONE Ambos funcionam com lâminas organizadas como um teclado, no xilofone elas são de madeira, no glockenspiel de metal. A baqueta utilizada para tocar pode ter a ponta de metal, madeira, borracha ou tecido.

TUBA Baixo da família dos metais, possui versões chamadas de bombardino, eufônio e sousafone.

TÍMPANO Tambores cuja tensão da membrana é responsável pela afinação. É tocado com uma baqueta.

TROMPA Alcançando sons graves e agudos, o instrumento possui três ou quatro válvulas e foi criado para dar sinais durante caçadas.

PIANO Desenvolvido pelo italiano Bartolomeo Cristofori no início do século XVIII, em concertos, são utilizados os pianos de cauda, cuja potência é a mais adequada às salas de espetáculo. www.OUSHBrasil.com.br


MUNDO SUP

118 A Meca do Stand Up Por Antonio Maria do Vale

Com um número de praticantes cada vez maior, Alagoas caminha a passos largos para se tornar a principal referência no Stand Up Paddle nacional. Em março, a etapa do Mundial pode nos consolidar como destino em escala mundial. A Jatiúca ainda estava distante de ser um dos bairros mais nobres da capital alagoana. Era o início da década de 1980 e a região era repleta de sítios com imensos coqueirais e ruas comuns, tudo bem diferente do que se vê hoje. Foi nesse ambiente que Marcelo Rodrigues ainda criança, com apenas 5 anos, começou seu contato com o mundo do surf. A influência veio dos irmãos surfistas que não se limitavam apenas a pegar onda, eles também fabricavam as próprias pranchas no quintal de casa e Marcelinho, como hoje é mais conhecido, estava decidido, iria seguir o mesmo caminho. Hoje, três décadas depois, ele é a principal referência quando o assunto é uma boa prancha. Residente da Praia do Francês, é lá que mantém sua oficina de milagres, não tem pedido impossível, cada peça é cuidadosamente lapidada de acordo com o desejo do cliente, fruto de mais de 20 anos de dedicação ao surf. Muito do que sabe hoje aprendeu pelos lugares que andou, como Florianópolis, em Santa Catarina, onde passou sete anos e aprimorou muito suas técnicas. No início, sequer pensava em transformar tudo em negócio, “não pensava em ganhar dinheiro com aquilo, nem passava pela minha cabeça que um dia viveria disso, queria apenas fazer prancha pra surfar”, disse Marcelo. A pequena oficina do shaper chega a fabricar 20 pranchas de surf por mês, isso sem contar com os pedidos de SUP, que cresceram muito nos últimos dois anos. “Fazíamos três ou quatro por ano. Agora são cerca de dez Stand Ups por mês”, explicou Marcelo, apontando ainda qual o motivo para que o esporte virasse febre entre os maceioenses. “O SUP chegou como uma alternativa para os admiradores do surf que não se arriscam nas ondas. Ele aproximou estas pessoas do esporte e possibilita o contato delas com a prancha e o mar, todos agora podem sentir um pouco da adrenalina de estar sobre uma delas”, nos disse.

A frente de uma equipe de quatro pessoas, Marcelo conta ainda com dois grandes parceiros. O primeiro deles tem no currículo a fabricação de um número incontável de embarcações, de certo, já foram mais de mil e hoje toda esta experiência volta-se ao Stand Up paddle. Raul Díaz Langou é argentino e sempre trabalhou em projetos náuticos, em 1995, com a crise econômica que assolava seu país, decidiu tirar não um, mas vários anos sabáticos. A ideia era percorrer toda a costa brasileira num veleiro, o que levou sete anos e rendeu muitas histórias e três dos quatro filhos durante o trajeto, o primeiro deles é argentino e participou da viagem desde o início. Os demais, todos brasileiros, um paulista, um baiano e um alagoano, frutos das pequenas paradas ao longo do litoral. O tempo em alto mar poderia ter ido além dos sete anos, caso não tenham notado, o último dos herdeiros nasceu por aqui e, ao descobrir as belezas da Barra de São Miguel, Raul decidiu por fim ao roteiro antes do ponto final planejado. Aportou em definitivo em terras alagoanas, trabalhou com passeios turísticos e investiu no que mais sabia fazer, barcos. Chegou a fabricar embarcações que custaram meio milhão de reais, o que mudou desde que decidiu colocar mais qualidade de vida no seu cotidiano. “Ganhava muito dinheiro, mas também gastava muito com os projetos, além de muita dor de cabeça para executá-los”, disse o já alagoano de coração, que agora tem outros planos para o futuro, pretendendo derramar todo o seu conhecimento nas pranchas de SUP. E entenda derramar no sentido literal da palavra. É que Raul deseja resolver o problema de quem hoje espera semanas por sua prancha com um projeto que tornará tudo bem mais prático. Trata-se de um modelo de fabricação que utiliza formas prontas, deixando o tempo de produção bem mais curto. “Utilizaremos a tecnologia high tech, “state of the art” originárias da experiência

No quintal de casa Alagoas também é destaque na fabricação de pranchas Uma revista com a cara do Nordeste


de 40 anos na fabricação de catamarãs de competição. Usaremos moldes para produzir pranchas que são cheias de ar, diferente das artesanais, o que permite uma maior flutuação, sem perda de leveza”, explicou Raul. Outro diferencial das pranchas estará no material utilizado, que são de núcleo (Space age) semelhante aos utilizados em aviões e foguetes espaciais, o “honeycomb” de polipropileno, com durabilidade superior. “A forma hexagonal perfeita do honeycomb, inspirada na natureza (colméias de abelhas), apresenta uma composição única, sendo fabricada através de uma estrutura tubular oca que permite maior domínio das propriedades mecânicas em três direções, constituindo um material estável, uniforme e incrivelmente leve”, acrescentou o argentino. Por fim, este material é colado dentro da forma a vácuo de alta pressão, agregando ao produto maior garantia em relação à durabilidade. Ao contrário das artesanais, essas pranchas não quebram e não amassam com o uso. E com tanta dedicação e conhecimento prático, a parceria tripla não poderia ser melhor finalizada. Depois de todo capricho na produção, é chegada a hora de testá-las e para isso, a equipe conta com o carisma e as habilidades de João Luis Cassiano. Assim poucos saberão de quem se trata, mas basta parar e perguntar na orla de Maceió onde se pode praticar SUP e, muito provavelmente, a resposta será quase que uma só: “vá do lado do Lopana e procure o Cebola”. Alagoano da gema, seu convívio com o mar e as pranchas vem de longa data. Na adolescência começou a surfar e hoje vê um sonho antigo se transformar em realidade, trabalhar com o que gosta. Não que os anos a frente de uma tapiocaria não tragam boas lembranças, mas a ideia era outra, “sempre pensei em alugar pranchas de SUP, não me sobrava muito tempo no antigo negócio e a ideia foi sendo adiada”, disse. Um dia encontrou Marcelinho e falou da ideia de fabricar pranchas de SUP para alugar, não tirava aquilo da cabeça. Uniram-se e junto com Raul colocaram tudo em prática. Hoje, todo santo dia, das 7 da manhã até o pôr do sol, a base, como Cebola chama seu local de trabalho, é montada e 20 pranchas ficam a espera dos praticantes, dos mais experientes aos iniciantes. A grande maioria é de mulheres e elas são as principais responsáveis pela ascensão e sucesso do esporte em Maceió. “Muitos já tentaram anos atrás e não conseguiram manter a ideia, as mulheres mudaram tudo a partir do momento que descobriram o SUP, o sucesso do esporte se deve muito a elas”, disse Cebola, ressaltando ainda que a democratização da prática também teve influência positiva. “Antes o Stand Up Paddle era pra elite, hoje todos podem remar. Quando comecei a alugar pranchas pensava nisso, várias vezes sequer cobrava, no início ganhava R$ 20 ou R$ 30 por dia, eram apenas quatro pranchas, fico feliz que tudo tenha mudado”, comentou. A procura é tamanha que Cebola não teria como dá conta de tudo. Para isso, conta com o apoio de vários parceiros, como Roberto Gonçalves, mais conhecido como Faith. Na mesma linha dos parceiros, história é o que não vai faltar para aqueles que tenham um dedo de prosa com o alagoano que, dentre tantas coisas, já foi campeão alagoano de surf, já morou na Suíça durante vinte anos, fala alemão e ganhava a vida lá fora como DJ. Porém, a saudade da terrinha falou mais alto e ele voltou para Maceió dois anos atrás, quando encontrou com Cebola na praia de Cruz das Almas e a amizade de infância se restabeleceu na parceria vista na praia. As dicas de Faith são essenciais para quem quer subir na prancha e dar boas remadas. Além da aula teórica ainda na areia, é comum

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o acompanhamento também dentro d´água até que o aluno se sinta seguro. E por falar em segurança, Faith alerta para os riscos de se aventurar por aí sem a presença de alguém mais experiente. “O sucesso do esporte fez com que muita gente comprasse uma prancha ou começasse a alugar. É preciso ficar atento a alguns detalhes, a maneira de cair, como remar, checar as condições do mar, corrente e vento podem levar iniciantes para longe da costa. Tudo isso pode se tornar perigoso. Já vimos aqui pessoas que perderam a prancha e ficarem a deriva por não estarem usando a cordinha e com dente quebrado por não saber o que fazer quando se desequilibra e cai”, alertou. Quem procura a dupla não terá este tipo de problema. Tudo é explicado nos mínimos detalhes e a garantia de que nada vai dar errado vem em primeiro lugar. “Avaliamos peso e altura para que as pessoas que nos procuram usem a prancha adequada, algumas ficam até chateadas quando falamos que o SUP apropriado está na água, também damos um tempo durante a maré alta, nestes casos não alugamos. Estamos inclusive substituindo nossas pranchas por um modelo mais estável, Raul e Marcelinho vivem pesquisando melhorias e é isso que teremos por aqui em breve”, disse Cebola. E com tanta prancha saindo do estaleiro, o mar de Maceió está ficando pequeno. Na capital alagoana, já não existe hora nem lugar para os amantes de SUP. As remadas sequer se limitam ao raiar e pôr do sol e os eventos de Stand Up Paddle seguem noite adentro. É sempre assim nas noites de lua cheia, quando dezenas de praticantes se reúnem para o Sup da lua. A segunda edição do encontro (que já realizou a terceira) reuniu uma centena de

Teoria e prática Cebola e Faith põe na água o que Raúl e Marcelinho tiraram do papel

Aprovadas A estudante Mari Lôbo adorou o teste em uma das novas pranchas


MUNDO SUP

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participantes e deixou as águas de Pajuçara com um brilho todo especial, ouvimos de um espectador que “pareciam vagalumes”. Idealizadora do evento, a estudante de fisioterapia, Annielly Rocha, disse que tudo começou de forma despretensiosa quando amigos fizeram um primeiro passeio durante uma noite de lua cheia. Decidiram que a experiência deveria ser vivida por mais pessoas e realizaram o primeiro encontro em janeiro. O sucesso foi acima do esperado e a expectativa é de reunir os praticantes todos os meses. Pessoas de todas as idades e até bichos de estimação participam da remada que tem não só o brilho da lua como atrativo. A água ainda costuma estar morna e Maceió continua linda para quem a vê a noite, os coqueiros iluminados e o reflexo das luzes no mar são ingredientes do visual visto por quem participa do evento, que também é uma ótima oportunidade de fazer novas amizades.

em sua quarta edição cerca de 150 praticantes, os recordes deixaram até de ser um objetivo, ele já é automático a cada novo encontro. O foco agora está na exploração de novos lugares, como a Barra de São Miguel, que em janeiro, teve seu mar invadido por elas num percurso que realizou a travessia até a paradisíaca praia do Gunga. As imagens captadas falam por si só e mostram que quando mulheres se dedicam a um projeto, o fazem com maestria. Laura Cavazzani agora já pensa em investidas ainda mais audaciosas. Muitas novidades devem surgir nas próximas edições do Mulheres Unidas pelo Stand up paddle em Alagoas – MUSAS. Já imaginaram uma centena de mulheres entre os cânions do Velho Chico? E como seria um encontro digno de Guinnes Book? E remadas a tarde com o belo pôr do sol da Laga Mundaú no Pontal da Barra? São apenas suposições do que pode acontecer pela frente. Duro mesmo está sendo manter o evento exclusivo, as investidas masculinas estão exercendo uma pressão cada vez maior e nos bastidores já soam coisas como “Hogros” ou “Musos” do SUP. Laura não confirma nada, mas não nega que versões mais democráticas deverão ser realizadas, para pais e filhos, casais e, quem sabe, uma exclusiva para eles.

Segundo os mais recentes estudos médicos, o Paddle surf é considerado um dos esportes mais completos que existem, devido ao fato de ser 100% aeróbico, trabalhando a maior parte dos músculos do corpo. O equilíbrio nas duas pernas propicia estímulo e principalmente a sincronização dos dois hemisférios cerebrais ao mesmo tempo. Navegar de SUP comprovadamente aumenta a produção de endorfinas no corpo, o que explica aquela alegria que sentimos quando remamos pelas águas velozmente e sem maior esforço. Enquanto isso, o sol nos carrega com vitamina D, a vista registra o horizonte e os nossos pulmões se enchem de ar puro. É saúde pra o corpo e também pra mente.

De certo, o que podemos afirmar é que Maceió tem tudo pra se tornar a Meca do SUP. Os olhares estão voltados ao nosso litoral e não há melhor confirmação disso do que a vinda da segunda etapa do Mundial de Stand Up Paddle para Alagoas. Entre os dias 29 de março e 06 de abril, sediamos a etapa brasileira do Stand Up World Tour Pro Grand Slam, que foi realizado na praia do Francês. O campeonato é dividido em duas categorias, o Wave, praticado com ondas, e o Race, uma corrida marítima em águas mais tranquilas.

Deve ser por isso que a mulherada não tem perdido tempo e tem se lançado ao mar cada vez mais. No MUSAS, evento que reuniu

As competições de SUP wave, começaram com a primeira etapa do circuito brasileiro, que foi disputado em dois dias e também valeu como a triagem para o mundial, que entrou em cena no domingo, dia 30/03, valendo como segunda etapa do “Stand Up Wourd Tour”, com janela que durou até a terça-feira, 01 de abril. O SUP race aconteceria nos dias 05 e 06 de abril, com as primeiras etapas dos circuitos brasileiro e do “Stand Up World Series” sendo realizadas simultaneamente.

Foto Divulgação/AlmaSurf

Foto Isa

Eles estiveram por aqui Os brasileiros Caio Vaz e Nicole Pacelli estão entre os melhores do mundo

Estiveram por aqui feras mundiais no esporte, muitos deles brasileiros, como Nicole Pacelli, atual campeã mundial na categoria Wave, que começou o ano largando na frente em busca do bicampeonato. Na primeira etapa do circuito mundial, que aconteceu no início de fevereiro em Oahu, a brasileira não só terminou em primeiro lugar como alcançou uma marca incrível, a terceira vitória seguida no Havaí (2012, 2013 e 2014). Entre os homens, a coisa não é muito diferente e Caio Vaz, que também venceu na categoria wave masculina, entrou no mar buscando a permanência no topo do circuito que, depois de Alagoas, ainda terá mais três etapas. O torneio colocou Alagoas ao lado de destinos como o Havaí, os Emirados Árabes, o Taiti e a França, e nos deu a oportunidade de nos tornarmos referência em eventos esportivos náuticos. A dádiva divina já nos concedeu a melhor das enseadas, caprichamos na organização e fizemos da etapa alagoana do circuito de Stand Up Paddle um divisor de águas, teremos a Alagoas antes e depois do SUP, confirmando o quanto a iniciativa privada em conjunto com o esporte e o turismo podem contribuir para o desenvolvimento do nosso estado. PS: Fechamos esta edição durante o evento. Cobertura e resultados completos estão em nossa fanpage e site. Uma revista com a cara do Nordeste


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Fotos: Amanda Vasconcelos e Emerson Limma


Fotos: Antonio Maria do Vale

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MÚSICA

124 Agora é que são elas! Por Amanda Melo

Num mundo dominado, até então, pelos homens. As mulheres ganham posição de destaque e já comandam as maiores baladas do planeta. As pick ups se rendem a habilidade feminina e estão ficando cada vez mais rosa. Você já deve ter ouvido o som do Guetta, do Sinclair, do Avicii ou do Tiësto. Mesmo não sendo fã de carteirinha das batidas eletrônicas, certamente esses nomes, ou ao menos um deles soa familiar. Porém, o mesmo não acontece ao ouvir os nomes Rap, Lisa Lashes, Miss Kittin, Camila Peixoto ou Maysa Moura. Trata-se das responsáveis pelas melhores batidas frenéticas e eletrizantes por trás das pick ups: As Djs Femininas. Num universo cultural e um mercado dominado pelos homens, as “Djéias” vêm ganhando maior espaço no ramo musical e mostram que não ficam pra trás diante do potencial dos marmanjos. Elas mandam ver nos sets e mixes que não deixam ninguém parado e surgem numa escala cada vez maior nos Playlists mundiais, além de trazerem um toque a mais de delicadeza e beleza feminina para as pistas. É fato, não tem como negar: as pistas amam as mulheres! O motivo disso não é nenhum segredo. As mulheres desfrutam de uma sensualidade e charme ímpar, o que deixa qualquer pista de dança mais atraente. Elas capricham no visual com acessórios e roupas irreverentes, são mais descontraídas e dão um diferencial particular às baladas, tanto que atualmente muitos donos e produtores de casas de shows noturnas têm dado preferência para o time. Porém, abusar exageradamente da sensualidade pode ser um risco. Roupas muito curtas, corpo muito a mostra e comportamento sensual em exagero podem deixar o público duvidoso: “Ela é Dj ou dançarina?”. A profissão é descontraída e despojada por si só, mas não muda o fato de que é uma profissão como tantas outras, sendo preciso saber se portar diante do público.

No Brasil Camila Peixoto comanda as pick ups com maestria

Elas, em sua maioria, explicam que inicialmente tudo não passa de uma brincadeira, levando a paixão pelas batidas como um hobby. Como o mercado para as profissionais mulheres ainda é muito restrito, o receio de ingressar na profissão é grande: “Eu vim do

mercado masculino. Mas acredito que para uma mulher ser DJ, entrar neste mercado, tem de ser muito profissional, pois é um meio muito exigente”, conta Cella Toledo, Dj que tocava nas noites Paulistas e foi contratada para se apresentar no Peru. Encarando todo e qualquer preconceito, a dupla de Djs “Nervo”, composta pelas gêmeas australianas Olivia e Miriam, foi uma das primeiras a levantar a bandeira feminista e dar o pontapé inicial. Ao começar a carreira no ano de 2000, contam do espanto que causavam nas pessoas que as viam pela primeira vez: “Nós chegávamos ao aeroporto, alguém nos apanhava e logo dizia: “Vocês são a Nervo?”, surpresos ao se dar conta de que eram duas meninas atraentes, e não homens. Em uma nova pesquisa feita em 2013 pela “DJ Magazine”, Nervo é a 16º colocada na escala dos 100 principais DJ’s do mundo, e uma das 3 participações femininas da lista. A dupla ainda é um raro fenômeno na música dance, mas deixam claro que as mulheres também são capazes! Muitas outras já conseguem fazer da profissão o seu único trabalho, vivendo exclusivamente da música. Camila Peixoto é um grande exemplo disso. A mineira chegou de mansinho, ainda jovem, e a princípio queria apenas dar “asas a sua imaginação e garantir sets que contagiassem os apreciadores de boa música”. Há 4 anos, Camila vem se destacando em grandes e memoráveis eventos musicais, como TOCADISCO, STEVE ANGELO, SOLOMUN e HARDWELL. Toda sua dedicação lhe rendeu, em 2013, o prêmio de melhor Dj mulher do país, no DJ Sound Awards, maior premiação de DJ’s da América Latina. Nomes como Thascya e Maysa Moura também já fizeram parte da lista de Melhores DJ’s Mulheres da mesma premiação. No mercado internacional, o crescimento do número de mulheres que comandam as Pick ups nas noitadas é quase tão crescente

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quanto a evolução da música eletrônica. Os homens ainda levam vantagem, mas as garotas estão alcançando o bonde masculino e certas vezes roubam a cena. Já no cenário nacional, o espaço é mais acirrado. Apesar do estilo musical tomar uma proporção cada vez maior nas boates, ainda são poucas as Djs conhecidas no Brasil. Algumas delas até começam sua trajetória em solo brasileiro, mas logo partem pro exterior. Em Alagoas algumas festas eletrônicas possuem a presença feminina no comando das pick ups e, embora a maioria delas atravessem fronteiras até aqui, o destaque fica para uma conterrânea que, seguindo a lógica natural de quem tem talento na área, fará o caminho inverso muito em breve, Lyah Luk. Tudo começou nas infinitas idas a festas onde a música era ditada pelas mãos nervosas dos DJs. “Sempre admirei a imagem do DJ, tinha uma imagem de que ele tinha o poder de comandar a pista, de controlar as sensações através das músicas e isso sempre me encantou. Daí surgiu a vontade insaciável de me tornar uma DJ”, nos contou. Seu primeiro contato com os equipamentos aconteceu em 2006, quando teve as primeiras aulas com um amigo, de quem inclusive comprou tudo após juntar uma graninha, participando posteriormente de um curso ministrado pelo ícone alagoano DJ Gunga. E depois do investimento, era chegada a hora da estreia e Lyah mandou ver na Praia do Francês. “Minha primeira apresentação foi em um barzinho, era uma festinha entre amigos e eu tava super relaxada, foi super legal”, disse Lyah que, após sua avantpremière, agora aguardava ansiosa novos lugares e público. De lá pra cá eles já foram os mais diversos possíveis, mas um deles não sai da cabeça de nossa DJ: “não esqueço o REC BEAT, no famoso carnaval de Recife, em 2009. Toquei no polo de música eletrônica e fui a DJ convidada da noite. Foi incrível, eram mais de 8000 pessoas, no dia choveu muito, mas mesmo assim a vibe

No exterior A americana DJ Rap é a preferida nas baladas mundo a fora

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MÚSICA

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Na terrinha Lyah Luk é versátil e não se limita apenas as pick ups em suas performances

do público estava a mil, na última música do meu set, não contive minhas lágrimas ao ouvir todos cantando em couro o remix de “Smells Like Teen Spirit”, do Nirvana, rodando a camisa na mão sob a chuva. Foi o ápice da minha carreira e quando eu me recordo desse dia, meus olhos se enchem de lágrimas”, lembrou. A família também teve grande influência na escolha de Lyah. Ela cresceu numa família de músicos e desde cedo ouvia o bom e velho Rock in roll, bastante Beatles, Led zepellin, Pink Floyd e Guns N´Roses. Não se limitou a trabalhar apenas os ouvidos e também aprendeu a tocar instrumentos como guitarra e violão. E mesmo parecendo fácil, o começo foi bem difícil, a família não levava a sério o desejo de Lyah e achava que a vida como DJ não teria muito futuro, o que não freou o ímpeto de quem estava decidida. “Eu sempre fui muito teimosa e não desisto fácil dos meus sonhos, fui batalhando, conquistando o meu espaço e estou aí até hoje, graças a Deus”, disse Lyah, que logo conquistou seu espaço no cenário alagoano. Diferente do que se poderia esperar, as portas se abriram e todas as oportunidades estão sendo bem aproveitadas. “O fato de ser mulher me ajudou bastante. Por ser algo diferente, quando comecei a trabalhar como DJ existiam pouquíssimas mulheres no mercado e isso contribuiu muito na minha carreira. Acho que o toque feminino na escolha das músicas e o charme que a imagem feminina passa para o público aumentam a admiração, também pela profissão não ser muito escolhida pelas mulheres”, comentou. Lyah é um exemplo do avanço das mulheres em ambientes tipicamente masculinos, como ela nos disse, “estamos cada vez mais conquistando o nosso espaço e adquirindo mais respeito nessa profissão, a igualdade de valores está aí é só tende a crescer, estamos chegando lá!”. Pena que a profissão não lhe renda ainda o suficiente para se dedicar, única e exclusivamente, a ela. Apesar do aprimoramento e das frequentes apresentações, o trabalho precisa ser complementado de outra forma, muitas vezes sendo desempenhado apenas nas noites de fim de semana em razão da necessidade de se trabalhar em outra atividade durante o dia. “Infelizmente ainda não dá, pela linha que preferi seguir, de tocar em raves e boates é mais complicado pelo fato de que a cidade ainda não ter uma cena eletrônica muito forte, aos poucos a cena está evoluindo, mas ainda deixa a desejar. Para os DJs que seguem a linha comercial, que não é o meu caso, aqueles

que fazem formaturas, casamentos, 15 anos, festas privadas em geral é mais fácil, por sempre existirem eventos disponíveis”. E Lyah já sabe como resolver este problema, ela acabou de se formar em Designer gráfico e desenhista, pretendendo conciliar as duas profissões sem contratempos. Lyah é decidida e continua se reciclando permanentemente, talvez este seja o segredo de seu sucesso. “Atualmente, em paralelo à minha carreira de DJ, toco no projeto Maybe.2 Live Act, que se trata de um live de Electro House. Como DJ eu sigo algumas vertentes do House como o Tech House e Electro House, estudo violino há alguns meses e pretendo agregar o mesmo à minha carreira de DJ. Já toquei em bandinhas de rock de garagem quando adolescente e pretendo continuar nesse mundo da música eletrônica enquanto Deus me permitir!”, concluiu. A respeito das Playlists, dão trabalho. Elas têm que agradar gregos e troianos, e isso faz com que a DJ tenha que ouvir e gostar de todos os estilos relacionados à música dance. Na pista rola de tudo, mas elas contam que os mixes cantados são os que mais atraem público. A responsabilidade de comandar a trilha sonora das noites agitadas é grande. A música mexe com as pessoas, com seus sentimentos e até memórias. É necessário saber o que as pessoas curtem ouvir, que tipo de batida irá convencê-las a balançar o corpo e se deixar envolver pelo som. É preciso sentir a energia do público, o que pode causar até a mudança do repertório. Muitas vezes até a letra das músicas contam. Mesmo que internacionais, é fato que alguém dentro da festa irá saber o que diz a música, e a escolha de uma letra que não agrade também pode ser um risco. O passar dos tempos e a evolução da tecnologia favoreceram expressivamente essa profissão. Inicialmente eram utilizados discos de Vinil e os movimentos para a mixagem do áudio eram restritos, o que causava restrição também na diversidade de sons. Hoje os aparelhos são altamente tecnológicos, como explica a comparação feita pela Dj Lú Guaríglia: “Começamos no vinil. Hoje está bem mais fácil. É como se você dirigisse um Fusca e pegasse um carro automático”. Boa parte das músicas são baixadas pelo computador e a maioria dos Djs carregam consigo seu próprio notebook contendo toda sua playlist, algumas vezes com as mixagens já prontas, e outras feitas ao vivo. E é por esses e tantos outros motivos, que Cyndi Lauper, com toda sua sabedoria, já dizia : “Girls just want to have fun!” (As meninas apenas querem se divertir). Aumenta o som, OUSH!

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TALENTO A TODA PROVA Aos 26 anos, Jr. Gavazzi constrói uma historia no mundo da beleza que ultrapassa as fronteiras Alagoanas. Mestre nas cores que garantem a beleza, Jr. Gavazzi segue como um dos grandes referenciais na moda alagoana. Com apenas 18 anos começou a trilhar seu caminho sozinho, na bagagem, as experiências vividas em anos de aprendizado foram suficientes para que ele mostrasse todo seu talento. A conquista de um espaço só seu ainda muito jovem, foi o divisor de águas numa carreira que poderia demorar mais para fluir. Privilegiado com o dom de embelezar, Jr. Gavazzi mostra-se um especialista em cabelo loiro, um dos tons mais difíceis de ser obtidos e na arte da maquiagem, com toda sua criatividade de transformação tem o poder de encantar a todos. Num misto de oportunidade e talento, Gavazzi se sagra um dos experts da maquiagem e cabelo, assinando produções de estrelas, como o da apresentadora Tatjana Ceratti do programa Mundo Fashion da Band (que entrou o ano estrelando a nova campanha de maquiagem da marca Italiana Best Color), Evelyn Montesano, apresentadora do Multishow. Celebridades não faltam em seu currículo assim como atrizes e atores, Dira Paes, Carlos Casagrande e Henri Castelli. Gavazzi também deixou sua marca em modelos como Caroline Bittencourt, a Angel da Victoria Secret's, Flavia Oliveira, o Top Diego Fragoso e a Miss Teen World Gabriele Marinho. A maior parte de sua clientela foi conquistada com o famoso boca a boca. A atração de novos clientes era quase que instantânea a cada corte, maquiagem e coloração. Nas dependências do seu salão, o clima do ambiente não podia ser mais hospitaleiro, o local muito bem equipado com tudo o que há de mais moderno na questão de tratamento tais como Temptu, Aerógrafo que junto com o talento do Gavazzi produz makes de alta definição. As melhores marcas de maquiagens, Chanel, Dior, Lancome entre outras, finalizando com umas das melhores linhas para cabelos Farouk a linha oficial das Miss Universo e a linha Bed Head.

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VIDA SAUDÁVEL

128 Tchau sedentarismo Por Antonio Maria do Vale

Calendário 2014 de eventos esportivos de rua terá mais de 50 provas só na capital alagoana. Uma ótima oportunidade para os que desejam queimar calorias, perder uns quilinhos e melhorar a qualidade de vida. Já se passaram os dois primeiros meses do ano e você já pode refletir um pouco sobre as promessas que fez enquanto pulava as sete ondinhas. O desejo de aprender inglês pode não ter chegado sequer a fase da matrícula, o sonho de passar num concurso pode não ter se caracterizado em meia hora de estudo, a vontade de parar de fumar pode ter sido frustrada diante dos cigarros que estão no cinzeiro e as dívidas que você esperava diminuir podem ter até aumentado após os gastos desenfreados do carnaval. Mas não há tempo para afogar-se nas mágoas pelo planejamento não executado. Que tal arregaçar as mangas e começar a virada de mesa pondo em prática outro compromisso dado como certo? Se a necessidade de emagrecer fazia parte de seus planos e acabou indo por água abaixo nas pizzas e sanduíches que alegraram as férias, oportunidades não irão faltar para queimar as calorias e os consequentes quilinhos a mais adquiridos.

Pra começar, os percursos de 5 km são os mais recomendados e, neste caso, os maceioenses não encontrarão dificuldades para encontrar provas do tipo já que a grande maioria possui categorias com esta distância. O sucesso das corridas de 5K, como são chamadas, se deve ao fato de não exigirem um preparo de atleta, do treinamento não atrapalhar a rotina normal, trabalho, estudos e lazer com a família; e das provas terminarem relativamente rápido. Além disso, correndo somente três ou quatro vezes por semana, você pode ficar pronto para uma corrida em até 6 semanas. Mas, antes de sair correndo por aí, faça um check list para saber se está tudo ok. Agindo assim, você garantirá saúde e segurança, e mais, cruzará a linha de chegada bem antes do que imagina. Avaliação médica

Pode procurar aquele tênis novinho esquecido e com poucas horas de asfalto porque, se sua força de vontade aumentar, ele tem tudo pra chegar ao final do ano se aposentando. A Secretaria Municipal de Esporte e Lazer de Maceió – SEMEL, anunciou o calendário 2014 dos eventos esportivos de rua de Maceió e a capital alagoana tem tudo para se consolidar como a capital das corridas e do triathlon. Serão mais de 50 provas ao longo do ano destinadas a todo tipo de público, sem distinção de idade, dos atletas profissionais aos iniciantes. Você pode até começar como calouro e chegar a dezembro como veterano, seu currículo poderá começar do zero e ter muitos quilômetros rodados ao final da temporada.

O ideal é realizar um teste ergométrico para conhecer a sua frequência cardíaca. Essa informação é primordial para definir seus treinos e a sua percepção de esforço. Através deste teste é possível, por exemplo, descobrir se você começará se exercitando na zona de queima de gordura ou se já está em nível de treinamento. Muitas academias em Maceió dispõem desse serviço, que geralmente são pagos à parte. Médicos cardiologistas também podem prescrever o exame, que pode ser feito em hospitais, laboratórios clínicos e clínicas especializadas. Se possível, associe os exames e o treinamento a assessoria de um personal trainer.

O secretário Pedro Vilela, participante de muitas das provas, se mostrou entusiasmado para mais um ano repleto de atividades. “Estou feliz em divulgar nosso calendário com diversos eventos esportivos. Um dos pontos principais é o Circuito Popular de Corridas de Rua, que em 2014 foi ampliado para sete etapas e vai continuar levando esporte e inclusão social para os bairros de Maceió”, destacou. Mensalmente, o calendário será atualizado, pois os organizadores das provas precisam se adequar a uma série de padrões e normas que visam regulamentar seus projetos, assegurando a integridade e saúde dos corredores.

Roupas

O calendário de corridas também pode contribuir para um problema recorrente em quem por diversas vezes já iniciou a prática e acabou abandonando-a, a falta de motivação. Corredores ficam muito mais entusiasmados sabendo que têm uma prova pela frente do que quando prometem a si mesmos que vão simplesmente sair para correr ou caminhar. As pessoas se beneficiam mais quando se exercitam em direção a um objetivo específico. Ter um evento como referência transfere o foco, na maioria dos casos voltado a perda de peso, para algo mais acessível, contribuindo para que as metas antigas sejam alcançadas por prazer e não por vaidade. Nas provas, o clima de descontração é um fator de contraponto a obrigatoriedade de quem corre sem o objetivo de participar de uma corrida.

Para treinar, não precisa se vestir como um atleta de ponta da São Silvestre. Você pode usar legging, shorts, saia, top, bermuda, tanto faz. O importante é que o tecido seja o ideal para a prática esportiva, permitindo a transpiração para que você possa, literalmente, suar a camisa. Camisetas e regatas são sempre bem-vindas, evite as de algodão, elas ficam muito molhadas e atrapalham os treinos. Muito cuidado com o tênis que irá utilizar, esqueça chuteiras societys, se possível, a escolha deve levar em consideração o teste de pisada, que auxiliará a definir a melhor opção. Monitor cardíaco

Não precisa ter o mais moderno dos monitores, com mil e uma funções que sequer você irá utilizar. De início, invista apenas num equipamento que, como diz o nome, monitore a sua frequência cardíaca, isso é o mais importante. O monitor, Associado ao exame cardiológico que você fez antes de começar o treinamento, irá mensurar os seus limites. Conhecê-los é muito importante para nortear um treinamento que não tragam riscos a sua saúde e que otimizem os resultados dos treinos.

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JULHO

12/07 - Beach Runner Night - 1ª Etapa - Pajuçara/Ponta Verde 20/07 - 1ª Corrida da Polícia Civil - A definir 27/07 - Circuito Popular de Corridas de Rua - 4ª ETAPA - A definir

AGOSTO

03/08 - Circuito Qualidade Caixa 2014 - Pajuçara/Ponta Verde 10/08 - Corrida das Mães - Construa Saúde - Pajuçara/Ponta Verde 17/08 - Circuito Fraldinha, Kids e Teen de Corrida Infantil - 2ª Etapa - A definir 24/08 - III Corrida Feliz - Apala - Pajuçara/Ponta Verde 31/08 - Circuito Popular de Corridas de Rua - 5ª Etapa - A definir

SETEMBRO

06/09 - Circuito da Lua Zé Aprígio - Pajuçara/Ponta Verde 12/09 - IV Campeonato Alagoano de Atletismo Master - 1ª Etapa - 59º BIMTZ 13/09 - IV Campeonato Alagoano de Atletismo Master - 2ª/3ª Etapa - 59º BIMTZ 14/09 - Maratona Internacional de Alagoas - Avenida da Paz/Pontal/Marechal 20/09 - Beach Runner Night - 2ª Etapa - Pajuçara/Ponta Verde 21/09 - Maratoninha Caixa 2014 - Estacionamento de Jaraguá 28/09 - Circuito Djalma Mello/Brasken - Pajuçara/Ponta Verde 05/10 - 4ª Corrida do Cooperativismo - Pajuçara/Ponta Verde 12/10 - Alagoano de Triathlon - 4ª Etapa - Pajuçara/Ponta Verde 12/10 - Circuito Popular de Corridas de Rua - 6ª Etapa - A definir 12/10 - Circuito Fraldinha, Kids e Teen de Corrida de Infantil - 3ª Etapa - Jaraguá 19/10 - II Meia Maratona Sesc de Revezamento - Pajuçara/Ponta Verde

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NOVEMBRO

MAIO

01/05 - Corrida de São José - Trapiche/Pontal 11/05 - Corrida das Mães - Construa Saúde - Pajuçara/Ponta Verde 11/05 - Circuito Fraldinha, Kids e Teen de Corrida Infantil - 1ª Etapa - Jaraguá 18/05 - Circuito Popular de Corridas de Ruas - 2ª Etapa - A definir Junho 01/06 - Corrida das Cores da Copa - Estacionamento de Jaraguá 07/06 - 1ª Etapa Construa Saúde Corre - Pajuçara/Ponta Verde 08/06 - Corrida pela Vida Samu - Pajuçara/Ponta Verde 14/06 - Alagoano de Triathlon - 3ª Etapa - Pajuçara/Ponta Verde 15/06 - Circuito Popular de Corridas de Rua - 3ª Etapa - A definir

01/11 - Beach Runner Night - 3ª Etapa - Pajuçara/Ponta Verde 09/11 - 11º Desafio Internacional de Ciclismo - Pajuçara 15/11 - VI Meia Maratona Caixa da República - Avenida da Paz/Pajuçara/Pontal 22/11 - Alagoano de Triathlon - 5ª Etapa - Pajuçara/Ponta Verde 30/11 - Corrida do Coração - Pajuçara/Ponta Verde

DEZEMBRO

ABRIL

05/04 - Desafio de Ciclismo de Maceió - Pajuçara/Ponta Verde 06/04 - Desafio de Ciclismo de Maceió - Pajuçara/Ponta Verde 13/04 - Fat Run - II Edição - Pajuçara/Ponta Verde 21/04 - 30ª Corrida de Tiradentes - Pajuçara/Ponta Verde 27/04 - Alagoano de Triathlon - 2ª Etapa - Pajuçara/Ponta Verde

OUTUBRO

Provas confirmadas

07/12 - II Corrida do Atleta Master - Pontal da Barra 07/12 - Circuito Popular de Corridas de Rua - 7ª Etapa - A definir 13/12 - 2ª Etapa Construa Saúde - Pajuçara/Ponta Verde 14/12 - 4ª Corrida do Dia da Bíblia - Farol/Igreja Batista do Pinheiro 20/12 - 25ª Corrida da Engenharia - Pajuçara/Ponta Verde 21/12 - Circuito Fraldinha, Kids e Teen de Corrida Infantil - 4ª Etapa - Jaraguá 27/12 - Runner New Year - Estacionamento de Jaraguá/Avenida da Paz 31/12 - Corrida de 15km - Estacionamento de Jaraguá


MEMÓRIA

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Há 20 anos atrás... Por Antonio Maria do Vale

Parece que foi ontem que Ayrton Senna nos disse adeus. Duas décadas após o trágico acidente, o piloto continua muito vivo na lembrança dos brasileiros. Eram duas madrugadas e muitas manhãs de domingo. Não havia outra coisa a se fazer senão ficar diante da TV para ver as luzes verdes se acenderem. Sim, naquela época ainda não eram as vermelhas que se apagavam e os segundos que antecediam o sinal verde, que podia surgir a qualquer instante, sinalizavam que uma aula ao volante iria começar. Era a hora de Ayrton Senna da Silva pisar no acelerador e, muito provavelmente, ao final de cinquenta e pouco voltas e algumas ultrapassagens subir ao pódio, em várias ocasiões no posto mais alto para o merecido banho de champanhe. O mais impressionante de tudo é que para aqueles que já passaram dos trinta, parece que tudo isso aconteceu pela última vez no final de semana passado. Difícil acreditar que no próximo dia 01 de maio completaremos exatos 20 anos da morte de Ayrton. Como todos nós, ele era um simples mortal, mas, dentro do cockpit ele mostrava seus superpoderes, especialmente em dias de chuva, quando de forma mágica não derrapava na pista molhada e via seus adversários rodarem ou passarem reto nas curvas. Senna era o super-herói dos brasileiros e, como nos filmes, superava todas as dificuldades, protagonizando sempre um final feliz. O alemão Michael Schumacher, assim como o argentino Juan Manoel Fangio, o francês Alain Prost e o atua campeão da temporada, o alemão Sebastian Vettel, podem até bater Senna no número de mundiais. Entretanto, ninguém supera os números do brasileiro se levarmos em consideração tudo que conquistou até aquela fatídica manhã em Ímola, na Itália. No ano de seu primeiro título, em 1988, Senna tinha como companheiro de equipe, nada mais nada menos, que o já bicampeão mundial Alain Prost. Na penúltima prova da temporada, no Japão, Senna precisava da vitória para evitar o tri do francês. Foi uma corrida épica e digna de campeonato, Ayrton teve um problema no motor que o deixou na 15ª posição na largada. Acelerando como nunca, ultrapassou todos os adversários, até chegar naquele que se tornaria seu maior rival dentro das pistas. Na 28ª volta, assumiu a liderança e garantiu o título. Dali em diante o mundo do automobilismo se curvou diante das conquistas de Senna. Foram mais dois títulos, 1990 e 1991; 41 vitórias, 65 pole positions e 80 pódios em apenas 161 Grandes Prêmios disputados. Números impressionantes para uma época em que a disputa dependia muito mais do talento do que da tecnologia. Tudo acompanhado da mais bela trilha sonora, o indissociável “pam, pam, pam” que nos remete automaticamente as bandeiradas das vitórias do maior piloto de todos os tempos. A música talvez seja até só sua, outros pilotos já a fizeram soar, mas nestes momentos quem não imaginou que Senna é que cruzava a linha de chegada? O piloto era um dos poucos que alegrava os brasileiros, que vinham de uma escassez de títulos do esporte que mais amam. Por coincidência ou não, quis o destino que as alegrias não se cruzassem e no ano que voltamos ao topo do futebol mundial, o perdemos. Talvez tenha sido essa a sua missão.

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