Revista OUSH Brasil - Capa Comida de Rua - Ano VI - Edição 18

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anoVI número18 set2015

R$ 9,90 - Set/15

Na rua é mais gostoso CIRCULAÇÃO NACIONAL

Foto Jonathan Lins

O bom e barato das Feiras Gastronômicas e Food Trucks

Turismo

Parceira

Fotografia, natureza e Sucesso entre poder público romance em Alagoas e iniciativa privada www.OUSHBrasil.com.br

Literatura

Descobrindo mais sobre Graciliano Ramos

Orgulho Alagoano

Cachaça Artesanal ganha destaque e projeção

Crônica

É pai? Vai ser pai? Leia e identifique-se

Meio Ambiente

Descobrindo os Manguezais de Alagoas


Uma revista com a cara do Nordeste


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Uma revista com a cara do Nordeste


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@marciomrotzeck [marcio@oushbrasil.com.br]

De dar água na boca Mais uma edição para você apreciar, degustar e comer com os olhos, literalmente, uma leitura saborosa, que no mínimo, quando você terminar de folhear, vai olhar para o relógio e ver se ainda está funcionando algumas das nossas super dicas. A intenção é essa mesmo, basta dar uma volta pela cidade e apreciar a gastronomia alagoana nas ruas, os novos chefs estão muito inspirados, levando até o público receitas e segredos que deixam aquele gostinho de quero mais. A OUSH entra no ano VI da publicação trazendo mais novidades, novas colunas vão recheando a edição, que fica cada vez mais gostosa de ler. Nesta 18ª edição, você tem como matéria de capa um estudo todo especial sobre comidas de rua, nossa equipe mergulhou no mundo dos food trucks e das feiras gastronômicas, e preparou um verdadeiro roteiro da boa comida de rua em Maceió. Você ainda confere as sessões, Quando ficar em casa, Quando sair de casa, #MinhaFotoNaOUSH, Click em Movimento, Sentido Gourmet, Miragem, Esportes, Saúde, Top 10, Conexão U.S.A., Diário de um Viajante, Turismo, Dicas do Publisher, vai conhecer um pouco mais da obra de Graciliano Ramos, poderá conferir ainda as descobertas do Litoral Norte de Maceió. Vai saber como uma cachaça artesanal alagoana foi premiada com selo internacional, representou muito bem o Estado. Ficará por dentro do preparo da segurança pública, que está em treinamento especial com equipe da Swat. Na matéria sobre Meio Ambiente, confere uma aventura pelos Manguezais de Alagoas, super dicas de Marketing, Crônica e muitas mais! Vai conferir também o suplemento especial, que chega à partir dessa edição, com um guia dos principais Food Trucks da cidade, é muita Cultura, Sabor & Arte em uma única edição.

Editorial

Já são 5 anos fazendo parte do cotidiano de Alagoas, nos sentimos parte desses 200 anos de Maceió. Que venham mais 10, 15, 20, 50, 100 anos de OUSH... =) Como é de costume, tem muita coisa bacana nessa edição. E agora, divirta-se! Na versão impressa, ou digital a OUSH lhe proporciona uma verdadeira viagem. Prepare se para um enriquecemento cultural e social. Conteúdo de verdade você tem aqui, na revista que todo mundo vê. E lê.

Marcio Mrotzeck de Araujo

Publisher

Uma revista com a cara do Nordeste


Mário Lôbo @sentidogourmet

A curiosidade é o principal ingrediente para uma boa matéria.

Dicas da boa culinária, na rua e em casa.

Camila Fróis @experimentemaceio

Eduardo Figueirêdo @edufigueiredo84

Explorando as belezas naturais de Maceió, venha! Experimente, uai.

O que me inspira é a possibilidade de fazer o novo, de novo.

Júnior Gavazzi @gavazzihairstylist

Philipe Piacery @philipepiacery

Excelência na arte de fazer bem feito está associada a criatividade.

Explore todas as ferramentas do MKT

Álvaro Borba @coryphaena

Maivan Fernández @maivanfernandez

Naturalista, ensaísta, observador, ciêntista, filósofo, biólogo marinho...

Revelando emoções através do click em movimento.

Juliana Almeida @gastronomiapetit

Greggory Teacher e produtor californiano dividindo cultura com a gente.

Segredos e prazeres da cozinha guardados a sete chaves.

Fabiana Accioly

Alen Barbosa

@fabianaacciolynutriesportiva

As percepções e aventuras de uma alagoana nos States.

Gula só é pecado pra quem não faz a escolha certa.

Laura Cavazzani @lauracavazzani Porque felicidade é ir além de um corpinho bonito.

André Palmeira @andrepalmeirafotografia

O momento passa, mas o registro fica!

FamíliaOUSH Nossa colmeia de ideias

Antonio Maria do Vale @antoniomariadovale

PUBLISHER/Diretor Executivo Marcio Mrotzeck de Araujo | Diretor Administrativo & Financeiro Mário Lôbo | Conselho Editorial Gustavo Gama | Jornalista Responsável Renato Silvestre MTB 60968 | Fotografia OUSH Brasil / Image Bank / SXC.hu / Greggory Wood / Alen Barbosa | Equipe OUSH Brasil Antonio Maria do Vale / Eduardo Figueirêdo | Colaboradores Maivan Fernández / Laura Cavazzani / Juliana Almeida / Camila Fróis / Greggory Wood / Álvaro Borba / Alen Barbosa / Philipe Piacery / Junior Gavazzi / André Palmeira | Revisão Antonio Maria do Vale | Asses. Jurídica Dra. Ana Cláudia Rocha Lôbo | Projeto Gráfico MW Comunicação & Design Ltda. | Diagramação Marcio Mrotzeck de Araujo / Antonio Maria do Vale / Eduardo Figueirêdo | Publicidade [comercial@oushbrasil.com.br] e [oushbrasil@gmail.com] | Distribuição Assinantes, Condômínios Residenciais, Centros Empresariais e Bancas de revista | Periodicidade bimestral | Impressão Gráfica Moura Ramos Nota da redação A revista OUSH Brasil não se responsabiliza por opiniões em artigos assinados, todos os dados apresentados nas matérias são de responsabilidade de seus autores, os quais não mantém nenhum vínculo empregatício com a mesma e todos os anúncios foram veiculados mediante prévia autorização das empresas. Os preços de produtos e/ou serviços divulgados nessa edição foram fornecidos por seus fabricantes ou distribuidores e podem sofrer alterações sem prévio aviso. Fica vedada a utilização, sem prévia autorização de textos e/ou fotos em qualquer outro veículo de comunicação. A revista OUSH Brasil é uma publicação de OUSH Brasil Editora LTDA-EPP, sob CNPJ 19.571.125/0001-08, para maiores informações, entre em contato pelos www.OUSHBrasil.com.br Tel 82 3432.2100 ou 82 99620.4222, envie suas sugestões de pautas, críticas e/ou elogios. E-mail [marcio@oushbrasil.com.br] & [oushbrasil@gmail.com].


Nesta Edição 54

Comer fora de casa nunca foi tão divertido e saboroso.

40

Quando poder público e iniciativa privada se entendem

30

Fotografia, natureza e romance no litoral alagoano

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50

Descobrindo melhor o Litoral norte de Maceió

86

A dica é o Festival da Lagosta em Maragogi

24

Kinesio Taping, aquelas fitas coloridas no corpo

34

Não há tempo para a vida e obra de Graciliano Ramos

E mais... 70

Pelos manguezais de Alagoas

18

Maivan faz um especial Challenge Maceió 2015

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Minha foto na OUSH 12 Quando ficar em casa 14 Quando sair de casa 16 Sentido Gourmet 20 Diário de um viajante 22 Top 10 28 Segurança Pública 44 Saúde em destaque 46 Representatividade 48 Conexão U.S.A. 78 Orgulho Alagoano 80 Sentindo na pele 84 Cultura, Sabor & Arte 87 Infográfico 92 Miragem 94 Marketing Moderno 96 Crônica 98


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12 Minha foto na OUSH

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Quer participar? Marque suas fotos no instagram com a hashtag #MinhaFotoNaOUSH

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14 Quando ficar em casa Para jogar Quebra-cabeça

Parece coisa de criança, elas de fato adoram um quebra-cabeça, mas isto tem um limite. O jogo, aparentemente inocente, é um dos mais estudados pela ciência por sua motivação cognitiva, sendo um desafio a qualquer idade. Experimente reunir os amigos testando-os com algum modelo com mais de 2 mil peças. Ainda acha moleza? Nas principais lojas de departamento, versões com até 8 mil peças são facilmente encontradas nas prateleiras. Faça o teste!

Para Ler O diário de Anne Frank

Se você já conhece a história de Anne Frank precisa ler esse livro para saber em detalhes como foi viver a adolescência na época do nazismo e da guerra. Se você ainda não a conhece, precisa ler o livro para conhecer. Anne tinha 13 anos quando a Segunda Guerra Mundial explodiu e se viu obrigada a viver refugiada junto com outros judeus para escapar das tropas alemãs. Anne é incentivada por um programa qualquer de rádio a fazer registros daquele momento e escreve seu diário com a intenção de que ele seja mesmo publicado um dia.

Para navegar

Fotos Divulgação

Take Two

O projeto Take Two é uma iniciativa de dois brasileiros que tocam músicas de diversos artistas em vários pontos turísticos da cidade de Curitiba. Marina Costa e Fernando Hideki escolhem lugares inusitados, sentam-se e mandam ver em grandes sucessos da música internacional. Na lista, versões acústicas de artistas como Jessie J, Beyonce, Alicia Keys, Jason Mraz, AC/DC, Kings of Leon, Janis Joplin, Daft Punk, Pink e Beatles! Os vídeos estão no Youtube e a dupla voz e violão fica ainda mais atraente pelo pano de fundo das apresentações, nas ruas, bem humoradas e com muita naturalidade.

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Para ouvir Thiago Vasconcelos

Em seu primeiro álbum, lançado em maio deste ano, o cantor alagoano mostra seu trabalho em letras que falam de amor, desamor, o cotidiano e até diferenças sociais. Nos acordes, referências da música latina e africana, onde fala sobre o que vê e vive com influências do que teve desde a infância, quando assistia programas como o Cassino do Chacrinha. As inspirações são bem ecléticas e vão de Chico César e Caetano Veloso a Djavan e Gal Gosta

Para assistir Grande Hotel Budapeste

O longa gira em torno de um velho escritor que decide contar a história do tempo que passou no Grande Hotel Budapeste, quando conheceu o dono do local, que lhe contou a história de como virou dono do lugar. É uma história dentro de uma história dentro de outra história. No entanto, não pense que irá ficar confuso, tudo flui de forma muito natural, seja a mudança de narrador, seja a passagem de tempo dentro de cada trama.

Para fazer Mousse Sonho de valsa

Ingredientes: - 2 copos de iogurte natural - 3 caixinhas creme de leite - 1 caixa ou lata de leite condensado - A mesma medida da lata de achocolatado - Sonho de valsa

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Modo de preparo:

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- Liquidifique todos os ingredientes e coloque em taças individuais. - Triture grosseiramente o bombom e decore as taças. - Sirva bem gelado.


16 Quando sair de casa Para se exercitar Beach Pilates

Fotos Divulgação

Todos os meses a instrutora de Pilates Damyeska Alves realiza na praia de Ponta Verde uma aula gratuita de Beach Pilates. Sempre num domingo, o encontro começa cedinho e é aberto a qualquer pessoa. Para participar, basta levar uma canga ou toalha, usar roupas leves e se proteger do sol, mesmo cedo, com ao menos um protetor solar. Além disso, a cada edição, alguma doação é solicitada, sendo repassada a projetos socioambientais. A data das aulas são divulgadas na fanpage Damypilates.

Para viajar Passeio de trem

É barato e uma viagem no tempo. Experimente ir até a Estação Ferroviária, no Centro de Maceió, e fazer um bate-volta até Rio Largo. No caminho, bairros históricos, como Fernão Velho, localizado na beira da Lagoa Mundaú e cuja comunidade se desenvolveu em tornos da fábrica de tecidos Carmem, por muito tempo a que mais empregava no Estado. As casas, os moradores e até os usuários do coletivo são importantes personagens de uma história a se contar. E é bem baratinho, centavos!

Para visitar Exposição de Sebastião Salgado

O Museu da Imagem e do Som de Alagoas (Misa) está recebendo em seu hall principal a exposição “Terra”, do fotógrafo Sebastião Salgado. A mostra tem entrada gratuita e ficará disponível até o mês de outubro. O trabalho retrata o cotidiano dos trabalhadores rurais do Movimento SemTerra (MST) através de 30 cenas capturadas em preto e branco. De acordo com a assessoria de comunicação do Estado, o renomado fotógrafo ficou entre os anos de 1980 e 1996, em comunidades localizadas no Sul da Bahia, Norte do Pará, e na região Sul do país, para capturar as cenas.

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Para comer Pastel do Chico

Fotos Divulgação

O pastel do Chico é uma tradição alagoana, uma história com 22 anos que começou na Rua Cabo Reis, na Ponta Grossa, e que até hoje mantém a mesma qualidade e os sabores de carne, misto, mistão e o mais pedido, queijo. No começo até existia outros salgados, mas o pastel do Seu Chico por si só é uma iguaria única. Pra acompanhar, sucos de diversos sabores: cajá, mangaba, graviola, maracujá... O preço? Não passam dos R$ 4, mas com um detalhe, só no dinheiro!

Para se divertir Pub Fiction Rock Bar

Comandado pelo vocalista da banda Sifrão, Marcos Bruno, o Pub Fiction Rock Bar (em alusão ao filme Pulp Fiction), que fica na Avenida Antônio Gomes de Barros (antiga Amélia Rosa), tem como principal propósito ser um espaço para apresentações de bandas locais. Sempre lotadinho e meio apertado, o Pub tem capacidade para cerca de 100 pessoas e tem no cardápio, além da boa música, chopp, cervejas especiais e petiscos. O PUB funciona de terça a domingo a partir das 18h, com música ao vivo às sextas e sábados. Transmissão de futebol e lutas também fazem parte das atrações da casa.

Para conhecer Trilha do Visgueiro

Os encantos de Maragogi, no litoral norte de Alagoas, não se limitam apenas às praias que são paradisíacas. Localizada no assentamento Água Fria, a Trilha do Visgueiro é uma ótima opção de visitação para quem gosta do contato direto com a natureza e de observar seu comportamento. São algumas horas de caminhada onde os visitantes têm a oportunidade de comer as frutas cultivadas pelos assentados da região, como laranja lima e banana prata; conhecer cachoeiras de água pura e o Visgueiro, árvore de mais de cem metros de altura que dá nome à trilha. A Trupe Trip Adventure realiza periodicamente os passeios, sigam-nos nas redes sociais.

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18 Click em Movimento

MaivanFernรกndez

Maivan Fernรกndez traz um especial Challenge Maceiรณ 2015, com fotos vibrantes e que mostram um pouco de como foi esse grande evento em nossa capital.

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20 Sentido Gourmet

MárioLôbo

Carnes Nobres

Consequência da ascensão de classe de muitos brasileiros que agora podem escolher não só pelo preço, buscando, antes disso, qualidade.

O setor de carne, especialmente o de carne bovina, suína e de frango, representa 1/3 do setor agropecuário brasileiro e o volume de venda de cortes especiais, embora não existam estimativas, tem crescido de forma significativa nos últimos anos.

Prato de Entrada Filé Grelhado ao Ponto com Molho de Framboesa. Preparado sem acréscimo de gorduras.

As vantagens são evidentes, pois para o setor produtivo agrega valor ao produto, e para o consumidor, garante a qualidade da carne. Atentas as necessidades deste novo público, grandes empresas resolveram focar e oferecer novas opções de cortes. Assim, uniu a fartura da carne no Brasil à qualidade dos cortes especiais. Tudo isso com o propósito de motivar ainda mais o consumo no país. Ao longo dos anos, os consumidores brasileiros foram saboreando contrafilé, picanha, alcatra, coxão mole, costela e descobriram que carne não é tudo igual. Os especialistas são enfáticos ao afirmarem que não existe carne de primeira ou de segunda. O sucesso da venda de cortes especiais se dá pelo fato de que o brasileiro está mais interessado em conhecer carnes seletas. Os produtores sabem que a qualidade da carne produzida é cada vez mais exigida, implicando a criação de animais melhor manejados, o que vem se desenvolvendo no Brasil ano após ano. E preço não é empecilho para os que buscam produtos da linha Premium. Uma peça de contrafilé bovino pode sair por até R$ 4,4 mil. Preço a pagar para quem quiser saborear a carne mais nobre, equivalente ao valor de quatro bois inteiros. Trata-se do Kobe Beef de origem de bovinos da raça wagyu, vinda do Japão, à venda em algumas butiques de carne do Brasil.

Ingredientes - filé mignon; - suco de uva; - sal marinho; - pimenta do reino; - framboesas; - açúcar; - nos moscada; - pimenta rosa; - canela.

Preparo

Para se igualar as mais sofisticadas iguarias ao redor do mundo, o boi japonês recebe alimentação a base de grãos selecionados e é criado até com sessões regulares de massagem. Seu marmoreio, que é a quantidade de gordura presente nas fibras, é medido de forma meticulosa com técnicas de ultrassonografia.

- Tempere o filé com sal marinho e pimenta do reino. Em seguida aqueça bem uma chapa e coloque o filé, inicialmente virando-o rapidamente para que sele, evitando que desidrate; - Em torno de 1 minuto de cozimento ele estará no ponto “malpassado”, se for chapa de ferro.

O consumidor cada vez mais sabe que carne com pouca gordura deve ir para a panela, enquanto carne com mais gordura, para a grelha. Sendo o preparo o mais importante para definir o que é saudável. Muitos estão aprendendo a distinguir sabor de maciez. Hoje, a carne brasileira tem sabor, mas é dura. A solução: a cruza, que garante maciez, sabor e, principalmente, precocidade aos animais.

Para o molho

O hábito do consumidor mudou e agora é direcionado pela procedência do produto, ele quer certificação, certeza de que o produto é rastreado. As pessoas não se importam em pagar mais, contanto que recebam, no caso de carnes especiais, garantia de sabor e maciez.

-- Coloque em uma panela 500 ml de suco puro de uva integral da Casa Madeira. Acrescente algumas framboesas e tempere com sal marinho, 2 colheres de sopa de açúcar, noz moscada a gosto e pimenta rosa. Se gostar, ponha uma lasca de canela; - Deixe reduzir até que tenha a consistência de uma calda; - Sirva com algumas framboesas cruas; - Dica: quando retirar a carne da chapa, aguarde de 3 a 5 minutos antes de cortar, assim evitará que perca seu suco, mantendo a suculência (note na foto que a carne não está “sangrando”). Uma revista com a cara do Nordeste


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22 Diário de um viajante

A Última Livraria Um espaço cultural que é também livraria e vice-versa

Se você pudesse guardar em um “banco” conhecimento de muitas cabeças pensantes, livros de arte, raridades escritas, discos de vinil com canções que lhe trouxessem boas lembranças, primeiras edições de grandes obras, o faria? ...Bem, alguém o fez. O lugar é conhecido como “The Last Bookstore”. Isso mesmo, “A Última Livraria” fica no centro de Los Angeles e recebe esse nome pela triste razão do crescente fechamento de livrarias ao redor do mundo. Aqui na California, só para se ter uma ideia, duas das mais antigas livrarias - uma em Laguna Beach e outra em Pacific Palisades fecharam as suas portas. A Metrópole Livros no centro de Los Angeles foi posta à venda pelo seu proprietário e pelo mundo a realidade não é muito diferente. A livraria La Hune em Paris, localizada no Boulevard Saint Germain e que foi fundada após a segunda guerra por intelectuais franceses da Resistência também anunciou seu fechamento. No Rio de Janeiro, aos 63 anos, a Livraria Da Vinci também fechou as suas portas. Fica difícil competir com os serviços on-line como a Amazon.com, e-books disponíveis on-line e além do mais as pessoas parecem não querer mais sair de casa, se perder pela cidade, sentir o cheiro de

Por Greggory Wood e Alen Barbosa

papel dos livros de verdade, trocar cartas, nada disso. Tudo isso é passado, ultrapassado, sem noção, de acordo com a nova geração gadget. Então, porque “nós” deixaríamos o nosso confortável loft em DTLA e caminharíamos até a esquina da rua Spring com a 5a?... … Apenas para entrar nesse universo encantado que no passado foi sede de um banco (ex-Citizens National Bank, 1915) e manteve a sua estrutura original e que nos seus 10.000 metros quadrados guarda mais de 250,000 títulos, muitos deles raros, dezenas de milhares de discos de vinil, além de um mezanino inteiro com uma área que possui cerca de 100,000 livros e a presença do Spring Arts Collective. Localizado também no mezanino, o espaço que mantém as estruturas originais do banco como o cofre, além de várias esculturas que mais lembram o trabalho surreal de Salvador Dali. Alguns desses trabalhos foram executados pelo criativo e premiado artista David Lovejoy. As esculturas feitas com os próprios livros misturados à peças antigas formam túneis e labirintos que nos dão a sensação de estar em uma outra dimensão ou mesmo dentro de um conto.

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Os livros não ficam nas prateleiras, pois os preços são também uma grande atracão da livraria. Um exemplar de capa dura de ficção sai por cerca de US$ 5. Os livros à venda no mezanino saem por US$1. The Last Bookstore também compra e troca cd’s, dvd’s.

A resposta positiva para nós foi muito óbvia, assim como também deve ter sido para o proprietário Josh Spencer, que seguindo seus próprios instintos e com experiência em vendas on-line e muito amor pelos livros, adquiriu o espaço e gradativamente montou a livraria, contrariando a corrente digital e dispensando conselhos. “Eu realmente não interagi com outros empresários ou proprietários de livrarias antes de montar o meu espaço”, diz Spencer. “Eu sempre acabo fazendo o que quero e parece que funciona”. Não são apenas os livros e discos de vinil que atraem pessoas do mundo inteiro para esse espaço. The Last Bookstore abriga ainda eventos musicais de grandes artistas, lançamentos de livros, encontros literários, de poesia, filmagens, mostras e outros eventos. “Meu sonho era criar um espaço gigante onde tudo o que eu pensei que fosse legal estaria em um só lugar”, diz ainda e esclarece: “Não há montes de dinheiro entrando ou nada disso. Muito do trabalho executado aqui parte da colaboração dos amigos e parentes.” Quando se pensa em uma livraria que trabalha com livros novos e usados, como é o caso da The Last Bookstore, pode-se imaginar livros empoeirados, antigos e danificados. Porém, essa não é a realidade do espaço. O estoque possui circulação diária “Centenas de livros nos chegam por dia”, diz Spencer. www.OUSHBrasil.com.br

“Eu queria criar um espaço comunitário e criativo, não apenas uma livraria”, diz Spencer, que pelo jeito, parece que se superou e que continua se superando, pois a livraria continua crescendo e atraindo cada vez mais pessoas em seus mais de 10 anos de existência.


24 Mente Sã Corpo São

LauraCavazzani

Kinesio Taping

Você ja se perguntou para que serve aquelas fitas coloridas que os atletas e esportistas usam?! A Kinesio Taping é uma técnica que utiliza bandagem elástica adesiva sobre a pele proporcionando um mecanismo de pressão/força. Essa técnica foi inventada por um quiropraxista, Dr. Kenzo Kase em 1970 no Japão, utilizada para auxiliar no tratamento de lesões traumáticas de nervos e músculos. Por apresentar a propriedade elástica, após a aplicação promove uma tração constante na pele com força para cima, diferente de uma bandagem comum.

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Inicialmente, foi utilizado em clínicas de reabilitação em diversos países orientais e tomou proporções internacionais após as Olimpíadas de Seoul, em 1988. Logo em seguida, com a exposição da mídia, foi introduzido nos EUA e na Europa em 1995, e na década seguinte chegou ao Brasil. Nas Olimpíadas de Beijing, em 2008, mais de 200 atletas utilizaram a Kinesio Taping durante as competições.

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A Kinesio Taping é uma bandagem terapêutica que promove estímulos sensoriais e mecânicos duradouros e constantes na pele. Esta bandagem mantém a comunicação com os tecidos mais profundos, através de diversos receptores encontrados na epiderme, derme e outros tecidos sensoriais como o próprio músculo. Pode ser utilizada tanto na prevenção, no tratamento e na reabilitação das lesões. É um recurso terapêutico muito utilizado nas áreas esportiva, musculoesquelética, neurológica, pediátrica, geriátrica, reumatológica, entre outras. Existem ainda diversos profissionais veterinários utilizando a técnica em animais, descartando a teoria do efeito psicológico (placebo), que é sugerido por alguns estudos.

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O tratamento

Mecanismos de correção •

Correção da função muscular, recrutando a musculatura debilitada;

Melhorar a circulação sanguínea e linfática;

Diminuir a dor;

Reposicionar as articulações subluxadas, aliviando a tensão dos músculos anormais;

Aumento da propriocepção através da excitação dos mecanorreceptores.

A Kinesio Taping é capaz, isoladamente ou em conjunto com outra intervenção, de facilitar ou inibir a função muscular, manter o posicionamento articular, reduzir a dor e fornecer feedback proprioceptivo para obter e manter alinhamento corporal. O aumento da entrada proprioceptiva pela estimulação sensorial, resultante da aplicação da Kinesio Taping, pode reforçar o controle postural e facilitar o seu retorno à atividade anterior. Muitos estudos têm explorado essa técnica de reabilitação em lesões, luxações e dores de um modo geral. Esses estudos vêm comprovar a eficácia www.OUSHBrasil.com.br

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É importante diferenciar que a kinesio tape é a bandagem, enquanto Kinesio Taping é o método ou a técnica de aplicação dessa bandagem. O resultado e o sucesso terapêutico da mesma não está relacionado apenas ao material da bandagem, mas principalmente à avaliação, ao diagnóstico e, consequentemente, à aplicação específica. Dependendo do tecido envolvido (tendão, ligamento, músculos, inervações, etc), a tensão aplicada, o sentido e a posição corporal podem ser diferentes em cada caso. Portanto, a busca de um profissional que tenha a formação oficial no método Kinesio Taping é essencial para o sucesso e o resultado da aplicação.

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Evidências científicas


26 Mente Sã Corpo São

A Kinesio Taping é atualmente considerada pelos fisioterapeutas como um método de apoio à reabilitação e modulação de alguns processos fisiológicos. Alguns autores afirmaram que a Kinesio Taping tem efeitos apenas em curto prazo, correspondendo ao período máximo de uma semana; outros, no entanto, comprovaram os efeitos positivos após duas semanas de aplicação. O que relatam relevante por se tratar de um efeito tardio sobre a dor, dado através da constante informação de correção articular e propriocepção, que podem melhorar o posicionamento articular durante as atividades, gerando melhor vantagem mecânica às articulações. Além dos efeitos sobre a atividade muscular, a aplicação da Kinesio Taping pode, também, ter efeitos psicológicos. Segundo alguns autores, os voluntários também relataram maior segurança, conforto e facilidade na execução dos seus movimentos.

Contraindicações Pacientes com trombose; alergias ou áreas com feridas abertas.

Curiosidades - Não é necessário retirar a fita para tomar banho, ela pode ser usada por até cinco dias; - Ela previne câimbras! Pois previne o acúmulo de ácido lático no músculo. Uma das principais causas da câimbras é o acúmulo de ácido lático no tecido muscular, que deveria ser escoado pelo nosso sistema linfático. “A bandagem pode ajudar a prevenir cãibras, pois traciona a pele, melhorando o fluxo sanguíneo e linfático; - Ela diminui a dor no treino! Pois a bandagem restaura a musculatura enfraquecida. A kinesio tape fornece apoio à musculatura enfraquecida, melhorando a capacidade funcional e aumentando o fluxo sanguíneo e linfático, fatores que ajudam na restauração da função muscular. “Ela dá estabilidade às articulações, normalizando o movimento e reposicionando as estruturas que se encontram encurtadas”. É importante levar aos atletas a informação de que o método Kinesio Taping, ou bandagem funcional, não é milagroso, mas faz parte do tratamento de uma possível lesão ou até mesmo para relaxar ou contrair a musculatura, dependendo do motivo da utilização.

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da técnica em sua utilização isolada ou conjunta com demais tratamentos fisioterapêuticos.

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28 TOP 10

Há vida além de

Game of Thrones Séries para aguardar a volta da guerra pelo Trono de Ferro

True Detective Por Antonio Maria do Vale

Temporada após temporada e a série de TV Game of Thrones só aumenta seu número de fãs. Os recordes seguem o mesmo caminho e os números comprovam o sucesso da adaptação da obra de George R.R. Martin para a Telinha. O último episódio da 5ª temporada teve, nada mais nada menos, que 8 milhões de telespectadores, 1 milhão a mais que a grand finale da temporada anterior. Contagem que se torna ainda mais impressionante diante da concorrência com o quinto jogo das finais da NBA, que acontecia no mesmo dia e horário. E se a ascenção se confirmar em 2016, a produção tem tudo para se tornar a série com maior número de seguidores, posto ainda de posse de The Walking Dead. Mas sempre que a pausa acontece surge o dilema: o que ver durante o intervalo, que para muitos é angustiante? Muitos sequer assistem a outra coisa e preferem se aprofundar ainda mais lendo críticas, revendo episódios, lendo os livros e buscando qualquer novidade sobre o que vem por aí. Quem morrerá? Até onde Daenerys avançará com seu fiel exército? O que será da patrulha da noite e da muralha sem Jon Snow? Para os que não fazem parte deste clube, listamos 10 grandes séries que também podem te surpreender. Comédia, ficção, drama, ação, suspense... Tem de tudo um pouco e uma delas com certeza irá te fisgar. Uma dica: experimente assistir sempre os dois primeiros episódios antes de qualquer conclusão.

Com Matthew Mcconaughey atuando de maneira impecável, a série fez um enorme sucesso em sua primeira temporada, que teve todos os personagens e atores substituídos em sua sequência, que manteve o elemento principal da produção: um crime que desencadeia uma sucessão de eventos. É isso que basicamente o prende a trama, que vai resolvendo o crime inserindo surpresas a cada novo episódio, nem sempre ajudando a solucionar o caso, que é sempre acompanhado pelo fardo pessoal que cada um dos personagens possui.

Ray Donovan

Um cara que limpa a bagunça das celebridades e dos ricos de Los Angeles de maneira objetiva, mas que parece incapaz de lidar com os próprios problemas dentro de sua família. Este é Ray Donovan. E quando seu pai, um bem humorado vilão bonzinho, retorna da cadeia, tudo se aflora e vários fantasmas do passado ressurgem. Uma revista com a cara do Nordeste


Agents of SHIELD A SHIELD no cinema possui um papel coadjuvante diante dos Vingadores. Na série, a organização fictícia do Universo Marvel é o centro das atenções, protegendo todo o planeta de grandes ameaças, de terrorismo a invasões alienígenas. Detalhe: nenhum de seus agentes possuem poderes sobrenaturais.

House of Cards Se você acha que a política é movida por um jogo de troca de favores e que a harmonia é consequência de como todos atuam, prepare-se então para saber o que acontece quando alguém não recebe o que lhe prometeram. Nem a Casa Branca é blindada diante da fúria de um político traído.

O Negócio Suits Se o trailler não economiza em imagens de belas garotas de programa, esta série brasileira traz bem mais que o mundo da prostituição de luxo em sua trama. Os episódios sempre norteaim pelos conflitos de se administrar uma empresa: a concorrência, o gerenciamento de crise e a busca por excelência.

The Brink Uma série de humor que trata de uma crise geopolítica que afeta a vida de três homens completamente diferentes: um Secretário de Estado ambicioso e sem paciência, um cômico funcionário do serviço diplomático e um piloto de caça da Marinha. Juntos, tentarão evitar a 3ª Guerra Mundial.

Mad Men A aclamada série chegou ao fim, mas, se você ainda não viu, vale a pena investir no combo da trama que retratou o lado escuro da publicidade nos anos 1960. Com pitadas de sexismo, racismo e igualdade durante uma época turbulenta, a série representou um reflexo da sociedade americana naquela década. www.OUSHBrasil.com.br

Mike Ross poderia tirar 10 em Harvard, mas não cursou Direito. Harvey Specter é o mais brilhante e narcisista advogado de Nova Iorque. Juntos, os dois conseguem ganhar qualquer ação judicial, mas precisam lidar com o segredo de Mike enquanto lidam com intrigas e demonstrações de lealdade.

Vikings Ragnar Lothbrok é o maior guerreiro da sua era. Lider de seu bando, com seus irmãos e sua família, ele ascende ao poder e torna-se Rei da tribo dos vikings. Além de guerreiro implacável, segue as tradições nórdicas e é devoto dos deuses. As lendas contam que ele descende de Odin, o Deus da guerra.

Once upon a time Esqueça o modelo tradicional dos contos de fadas e seus mundos imaginários. Na série Once Upon a Time o caminho é inverso e uma maldição leva os personagens para o mundo real. Emma, filha da Branca de Neve, é a principal esperança contra o feitiço da Rainha Má, que impede finais felizes.


30 Turismo

De m茫os dadas em Macei贸! Fotografia, natureza e romance no litoral alagoano

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Por Antonio Maria do Vale Fotos Ton Müller

O que acontece quando um casal apaixonado resolve passar uns dias em Alagoas? Eles se apaixonam de novo! Revigoram o amor nas águas aquecidas de nossas praias, apimentam a relação com nossa culinária pitoresca e guardam um pedaço da terrinha consigo levando na bagagem nosso artesanato. Parece clichê, de fato é, mas o que temos a oferecer é um “mais do mesmo” sempre bem vindo e viciante. E quando esse casal é também apaixonado por fotografia e natureza, encontram então o lugar perfeito! Foi o que aconteceu com Ton Müller, fotógrafo, e Manoela Zanella, estudante de Design de Moda. Um ano depois de mudar-se para a Serra Gaúcha, em 2011, Ton conheceu Manu durante uma de suas coberturas fotográficas. Tornaram-se amigos e, ao descobrirem tantas ideias e gostos em comum, namoram desde 2012. Como ele mesmo nos disse, “somos dois

O dia por inteiro Acordar cedo é uma das coisas mais bacanas em Maceió.

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índigos procurando um lugar ao sol. Unindo suas paixões, fotografia e belos lugares passeando e, claro, captando os momentos de modo mais real possível”. Manu é muito ligada à natureza e apaixonada pelos mares azuis do Caribe. Mas, antes de saírem do país, decidiram primeiro desbravar o Brasil e sua imensurável riqueza natural. De bate-pronto um casal de amigos dono de agência de viagens indicou Alagoas cegamente. Justificativa: belezas naturais, povo feliz e praias sem iguais. Destino decidido, hora de enfrentar, com ansiedade, a rota Veranópolis/RS, Porto Alegre, Brasília e, finalmente, a capital alagoana. “Quando Chegamos em Maceió foi um choque de cultura e de clima, pois no Sul estamos cada vez mais confusos com verão e inverno, que estão mais misturados que uma salada de fruta”, contou Ton sobre sua primeira impressão ao chegar por aqui. Era o primeiro dia dos sete que passariam por aqui. Todos com experiências não esperadas


32 Turismo e momentos inesquecíveis, capazes de alterar até os gostos de pessoas como Ton, que até então se considerava mais citadino. “O curioso é que sou mais urbano, nunca fui chegado em praias. Porém, Alagoas e as belezas naturais de suas praias, de águas leves e límpidas; minha namorada junto daquela paisagem. Tudo ficou fantástico. No final, eu era que não saía mais do mar. Parecia um peixe!”, disse o fotógrafo. Com um abre aspas de Manu, acrescentando que “se ele gostou e se rendeu a praia e ao mar, é porque realmente o lugar é diferente e fantástico!”. Agora o casal faz uso daquela velha máxima de que a melhor propaganda é o boca a boca. Falam para todos que Maceió, e todo o litoral alagoano, são destino certo para quem tem bom gosto. “O povo é feliz e, mesmo com as adversidades da vida, continuam sorrindo, cantando e com humildade. O horário do sol é diferente do sul, onde não aproveitamos tanto a manhã quanto em Maceió, quando acordávamos às 5:30 da manhã e nos sentíamos com mais vitalidade. O número diversificado de artesanatos vendidos pelas ruas e praias mostra que a criatividade do povo alagoano é sem limites, com tudo fazem arte. Sem contar a música, que está presente sempre em todos os lugares. Canções sobre a vida, a paz e o mar”, detalha Manu nas lembranças do que ficou.

O casal relembra um fato que traduz essa filosofia alagoana de bem com a vida. “Nos marcou muito um fato corrido em um restaurante em Dunas de Marapé. Perto do meio-dia, enquanto esperávamos o almoço, observávamos um homem que ao podar um coqueiro levou algumas picadas de abelhas. Logo pulamos e perguntamos se ele precisava de ajuda. Como continuou seu trabalho, demos a dica de passar um pouco de álcool sobre as picadas. Sorridente, respondeu que iria beber um pouco de álcool para esquecer as picadas, se divertindo com a situação, algo que no Sul seria motivo de xingamentos ou dramas desnecessários. Temos muito o que aprender com os alagoanos”. Como fotógrafo, Ton sente que o estado é um prato cheio e afirma não ter tido a oportunidade de ver nem 1/3 de tudo que Alagoas tem a oferecer. Por aqui, encontrou com Manu paisagens perfeitas para um projeto que mantém em seu site, onde divulga de forma artística os lugares mais interessantes que encontram nos passeios e viagens realizadas a dois. “Em 2013 surgiu o projeto De Mãos Dadas, uma parceria entre mim e a minha namorada, onde contamos um pouco dos nossos passeios de uma forma mais romântica, de mãos dadas. Um gesto simples, porém, um pouco apagado com tanta tecnologia”, explicou Ton.

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Sempre juntos Ton e Manu esperam por muitos caminhos de mãos dadas.

Tudo começou enquanto o fotógrafo testava uma nova lente e uma foto saiu naturalmente. Viram que daquela imagem poderiam nascer outras tantas em diversos lugares e seguiram reproduzindo-a em locais e especiais. Os clicks não chamaram a atenção apenas dos amigos, despertando a curiosidade de muitas pessoas na internet, já que a ideia no Brasil ainda era desconhecida. “Utilizamos o termo De Mãos Dadas sempre que produzimos fotos especiais para o projeto. É nosso slogan”. A ideia do casal foi inspirada na série “Follow me on”, do fotógrafo russo Murad Osmann, que documenta suas viagens ao redor do mundo com sua esposa, Nataly Z. Osmann, liderando o caminho segurando em uma de suas mãos. A primeira das fotos surgiu quando o casal estava em Barcelona e Nataly se irritou um pouco com Murad, que não se cansava de fotografar tudo que via pela frente. Puxando-o pelas mãos disse: “vem comigo!”. Hoje vários casais ao redor do mundo seguem esta ideia, que aqui no Brasil “ainda” não viralizou. Ton está na torcida para que isso logo aconteça e espera que mais casais utilizem deste hobby para sair mais, conhecer mais lugares e sentirem-se inspirados a largar um pouco do digital e viver mais o natural, tão raro hoje em dia. “Sempre registrando estes momentos”, lembra. E se o destino for Alagoas, não faltarão belos caminhos para andar de mãos dadas e no retorno, como diz Manu, “sentir saudades da brisa e do mar azul de Maceió!”. www.OUSHBrasil.com.br


34 Literatura

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Leitura atemporal

Não há tempo para a vida e obra de Graciliano Ramos Por Antonio Maria do Vale

Já se passaram quase 70 anos da publicação de Insônia, última obra de Graciliano Ramos lançada com o escritor ainda em vida. Antes do título, outros livros importantes, a exemplo de Caetés, São Bernardo, Angústia, Vidas Secas e Infância. Assim como também alguns de seus clássicos publicados de maneira póstuma, como o fabuloso Memórias do Cárcere. E, depois de tanto tempo, a coletânea de escritos de Graciliano continua atual, ela ultrapassa limites de contexto histórico e permanece obrigatória para aqueles que desejam conhecer um clássico universal da literatura. Segundo Sylvio Back, diretor do documentário O Universo Graciliano, um perfil feito a partir de entrevistas com conhecidos do escritor, a sua modernidade, a quem define como “esfinge”, é inconteste. “Ele deixa uma obra

sólida e incólume, inoxidável às intempéries político-ideológicas de seu tempo”. A linguagem de Graça, como era chamado pelos mais íntimos, é uma das principais razões para sua obra não sofrer a ação do tempo. Sua simplicidade ao escrever também o levava a beira da perfeição, não se utilizava de adornos, revisava seus textos várias vezes na busca da forma mais correta. Sua precisão era tamanha que o Dicionário pode ser dito como seu fiel escudeiro, um parceiro onipresente ao lado do papel, lápis e máquina de escrever. Em entrevista a Homero Senna, em 1948, disse o autor: “Dicionário, para mim, nunca foi apenas obra de consulta. Costumo ler e estudar dicionários. Como escritor, sou obrigado a jogar com palavras. Logo, preciso conhecer o seu valor exato.” Ressaltando ainda que “não há talento que resista à ignorância da língua”. Uma maneira revoltada de escrever que, para priorizar Uma revista com a cara do Nordeste


linguagem e conteúdo, não colocava em embate a ética e a estética do texto. Contava histórias sem qualquer vaidade própria ou rendimento a clichês. O modo seco de Graciliano talvez seja fruto de sua formação como pessoa. A relação com os pais, embora com laços de apreço, seguiu a linha da limitação amorosa do interior do Nordeste. Uma forma onde as maiores demonstrações de carinho, essas igualitárias a muitos “eu te amo” atuais, não ultrapassava o aperto de mão e abraço simbolizado por um breve tapa nas costas. Natural de Quebrângulo, Alagoas, Graciliano Ramos de Oliveira nasceu no dia 27 de outubro de 1892. Primeiro de dezesseis filhos, suas primeiras lembranças remontam aos seus 2 ou 3 anos e se apresentam vagas em trechos da obra Infância, quando descreve um vaso de louça cheio de pitombas, uma vasta sala, um pátio e árvores enormes carregadas de pitombas. Cenário de uma escola em que sua família pernoitou a caminho de Buíque, em Pernambuco, em 1895. O pai, Sebastião Ramos de Oliveira, era dono de uma loja de tecidos, mas decidiu fechar as portas para investir na criação de gado em Pernambuco. Conselho dado pelo sogro, o fazendeiro Pedro Ferro, que lhe concedera a mão da filha Maria Amélia Ferro. É com o pai que Graciliano aprende as primeiras letras, sofrendo com a palmatória a confusão causada pela dislexia que possuía, quando trocava o “d” pelo “t”, problema resolvido anos mais tarde já na escola. Em 1899 a família retorna para Alagoas, desta vez fixando residência no município de Viçosa, onde, em 1904, escreve sua primeira obra. O conto O Pequeno Pedinte, contava a história de uma pobre criança de oito anos, sem pai nem mãe, que vagava pelas ruas da cidade pedindo esmolas. Seu texto de estreia já demonstrava sua inclinação para a questão social e foi publicado no jornal quinzenal O Dilúculo. O pequeno folhetim era produzido pelo professor de geografia Mário Venâncio, do Internato Alagoano, escola que Graciliano frequentou até 1905, quando se mudou para Maceió, passando a estudar no Colégio 15 de março. Na capital alagoana, o escritor aprimora sua escrita com o estudo de línguas e a leitura de www.OUSHBrasil.com.br

grandes obras da literatura. Aos 13 anos já envia textos à revista O Malho, do Rio de Janeiro, e aos 17 já colaborava com o Jornal de Alagoas, onde assinava prosas sob o pseudônimo de Almeida Cunha e Lambda. A partir de então foram inúmeros os poemas enviados e publicados nos mais diversos jornais de Alagoas e do Rio de Janeiro, onde entre 1914 e 1915 tentou a sorte na imprensa local. Antes de sua morte, Graciliano pediu à família que sua poesia não fosse novamente publicada, achava que seus poemas eram inferiores a sua prosa. A passagem no Rio se torna curta diante de uma epidemia de peste bubônica que vitima três de seus irmãos, além de um sobrinho. Volta a Palmeira dos Índios e passa a administrar a loja de tecidos reaberta pelo pai, que também se dedicava a criação de gado e cultivo de algodão. Graciliano ao retornar para a cidade também reata seu namoro com a costureira Maria Augusta Barros, filha de agricultores, com quem se casa dois meses depois. Durante cinco anos a vida do escritor seguiu a mesma rotina, da loja de tecidos para casa, onde reencontrava a esposa e os filhos. Um cotidiano que lhe trazia tédio, palavra que lhe causasse, talvez, posterior arrependimento de como interpretou aquele simples e feliz período que antecipou a morte de Maria Augusta, em 1920, por complicações no parto da primeira filha, que recebe o nome da mãe. Graciliano é tomado por tristeza e é visto ao longo de um ano cabisbaixo, andando pelas ruas da cidade sempre de preto. Luto absoluto que se dissolve aos poucos, principalmente com sua entrada no colégio Sagrado Coração, onde passa a ensinar Francês, idioma que aprendeu sozinho. Nessa época também retoma a produção de textos, criando contos curtos que mais tarde se estenderiam para grandes obras: Caetés, São Bernardo e Angústia; livros interrompidos por sua investida no mundo da política. Tudo começa quando, em 1926, Graciliano é nomeado presidente da Junta Escolar de Palmeira dos Índios, grupo que participa de discussões sobre educação com a Câmara Municipal. Um ano mais tarde, diante da desenvoltura do escritor nos encontros, o deputado federal Álvaro Paes e os irmãos Francisco e Otávio Cavalcanti, líderes do


36 Literatura bomba nos negócios do então prefeito que, diante da crise, amargou grande prejuízo na loja de tecidos. Tanto, que não pensou duas vezes ao aceitar o convite do governador Álvaro Paes para presidir a Imprensa Oficial do Estado, renunciando à prefeitura, vendendo a loja, pagando as dívidas e mudando-se para Maceió. A prestação de contas do cargo que deixava foi de escrita tão talentosa que poderíamos até pontuá-lo como sua primeira obra publicada. O texto não circulou apenas de forma administrativa, indo parar em vários jornais da época e, mesmo no Diário Oficial, já despertara a curiosidade de outros escritores e editoras. O poeta Augusto Frederico Schmidt, dono da Editora Schmidt, fica tão admirado com a qualidade do que lia que ao saber que Graciliano preparava um livro o fez a proposta de publicá-lo, o que ocorre em dezembro de 1933. O próprio Graciliano fez sua análise, tempos depois sobre o episódio dizendo “Nunca fui literato, até pouco tempo vivia na roça e negociava. Por infelicidade, virei prefeito no interior de Alagoas e escrevi uns relatórios que me desgraçaram”.

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Partido Democrata, vencem a resistência do autor e o convencem a candidatar-se a prefeito da cidade. Decisão que contou com um empurrãozinho do partido rival, que espalhou o boato de que o candidato teria medo de fracassar na função. Não só não teve medo, como venceu a eleição, tornando-se um dos prefeitos de Palmeira dos Índios mais lembrados até hoje. A fama como escritor ajuda, mas a gestão por si só já seria merecedora de recordação. “A sua administração ainda hoje é considerada uma referência de retidão, honestidade e espírito empreendedor. Graciliano combate privilégios, acaba com a corrupção e o endividamento público, aumenta a arrecadação, prioriza obras nos bairros pobres e reforma escolas públicas”, conta o biógrafo Dênis de Moraes. A vida de Graciliano tomou outro rumo, tanto que o escritor casou-se novamente, com uma jovem estudante, Heloísa Leite de Medeiros, com quem teve dois de seus cinco filhos. Nesse tempo, sentia-se tão em paz que nas madrugadas, enquanto todos dormiam, escrevia o romance Caetés, uma de suas maiores obras. Entretanto, por mais distante que pareça, o Crash de 1929 caiu como uma

Com o filho Ricardo Ramos, fruto do casamento com Heloísa Leite de Medeiros

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Com as netas Sandra e Vânia, filhas de Júnior Ramos

As idas e vindas a Palmeira dos Índios e Maceió se tornam constantes. No interior o autor se sente mais inspirado para escrever, enquanto que na capital se divide entre o trabalho e os encontros com jornalistas, políticos e outros escritores como Jorge de Lima, Aurélio Buarque de Holanda e José Lins do Rego. Neste período escreve São Bernardo, publicado em 1934, e antes de concluir seu terceiro livro, Angústia, é preso, em 1936, e levado para o Rio de Janeiro. Os motivos não existiam, o escritor se interessava por política, lia Karl Marx e Vladimir Lenin, mas tudo muito distante de ser visto como um comunista. Alguns acreditam que sua prisão tenha sido fruto da perseguição cega de época, que atingiu Graciliano pelo simples fato de conversar com pessoas como o jornalista Alberto Passos Guimarães, integrante da lista negra do governo de Getúlio Vargas. Mesmo preso, o escritor consegue autorizar a publicação de Angústia, em agosto de 1936, sendo libertado em janeiro de 1937. Enquanto esteve detido, parte do tempo na Colônia Correcional Dois Rios, que ficou conhecida pelos relatos de tortura e assassinatos; e depois no Complexo Penitenciário da Frei Caneca, Graciliano fez anotações que mais tarde dariam forma ao romance autobiográfico www.OUSHBrasil.com.br

Memórias do Cárcere. A vida pós-prisão não foi fácil e o escritor enfrentou grande dificuldade financeira. Decidiu permanecer no Rio de Janeiro, morava num quarto de pensão no Catete e por frequentar a Livraria José Olympio, recebeu a ajuda de amigos como o escritor Jorge Amado, o poeta Manuel Bandeira e o pintor Cândido Portinari, que os indicava para pequenos trabalhos de revisor de texto ou escrevendo crônicas para jornais. Para amenizar a situação, por várias vezes decidiu publicar suas obras de forma retalhada. Vidas Secas foi publicado primeiro em forma de contos independentes em periódicos, caminho também seguido por outra obra, Infância, onde descreve memórias da época de menino em Alagoas. As coisas só melhoram quando o amigo Carlos Drummond de Andrade, chefe de gabinete do ministro da educação, lhe oferece o cargo de inspetor federal de ensino secundário. Com o novo emprego, Graciliano muda-se com a família para um apartamento no bairro da Lagoa e, mesmo com a oportunidade, criar sete filhos não era tarefa das mais fáceis. Com literatura ganhava muito pouco e se viu obrigado a fazer o que não gostaria: trabalhar indo de encontro a seus ideais. Passa então a colaborar com uma seção sobre os costumes nordestinos para a revista


38 Literatura “Ele se volta principalmente contra as diretrizes literárias, não consegue aceitar a proposta de realismo socialista, com romances panfletários que devem difundir os ideais partidários. Mas ele fica no PCB até o final”, diz Thiago Mio Salla, pesquisador e organizador de Garranchos, livro que reúne parte das crônicas escritas por Graciliano para jornais. E assim foi a vida e obra de Graciliano Ramos, de uma inquietude permanente, da oscilação entre longos momentos tristes e curtos flashes de felicidade, contudo, de um brilhantismo singular para transformar muito do que viveu, pensou e acreditava no papel. Poucos conseguiriam tal façanha. Diagnosticado com câncer na pleura, é operado em Buenos Aires, uma cirurgia não capaz de curá-lo da doença, que piora gradativamente seu estado de saúde, levando-o a morte em 20 de março de 1953, aos 60 anos, no Rio de Janeiro. “Nunca pude sair de mim mesmo. Só posso escrever o que sou. E, se as personagens se comportam de modos diferentes, é porque não sou um só”, disse certa vez.

Com o amigo pintor, Cândido Portinari

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Cultura Política, uma publicação oficial do departamento de imprensa e propaganda do Governo Vargas. Fato que só mesmo a remuneração fazia-lhe apagar da memória a aversão que sentia pela administração de Getúlio. E não demorou muito para que as convicções de Graciliano se sobressaíssem às questões financeiras. Depois de ver a esposa e dois de seus filhos se filiarem ao Partido Comunista Brasileiro, cede ao convite pessoal do secretário-geral do partido, Luiz Carlos Prestes. “Sua filiação decorre da firme convicção de que o socialismo é o caminho para a inclusão social e para o fim da exploração do homem pelo homem. Ele vê no partido o meio de canalizar as lutas por tais ideais”, afirma o jornalista Dênis de Moraes, autor de O Velho Graça, uma biografia de Graciliano Ramos. Não havia nada mais forte que as convicções do escritor alagoano. Mesmo num partido de linha socialista não era raro vê-lo discordar de algo com os próprios aliados, fato ratificado por mais um estudioso de sua vida e obra.

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Auto-retrato aos 56 anos

“A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso. A palavra foi feita para dizer”

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Nasceu em 1892, em Quebrangulo, Alagoas. Casado duas vezes, tem sete filhos. Altura 1,75. Sapato n.º 41. Colarinho n.º 39. Prefere não andar. Não gosta de vizinhos. Detesta rádio, telefone e campainhas. Tem horror às pessoas que falam alto. Usa óculos. Meio calvo. Não tem preferência por nenhuma comida. Não gosta de frutas nem de doces. Indiferente à música. Sua leitura predileta: a Bíblia. Escreveu “Caetés” com 34 anos de idade. Não dá preferência a nenhum dos seus livros publicados. Gosta de beber aguardente. É ateu. Indiferente à Academia. Odeia a burguesia. Adora crianças. Romancistas brasileiros que mais lhe agradam: Manoel Antônio de Almeida, Machado de Assis, Jorge Amado, José Lins do Rego e Rachel de Queiroz. Gosta de palavrões escritos e falados. Deseja a morte do capitalismo. Escreveu seus livros pela manhã. Fuma cigarros “Selma” (três maços por dia). É inspetor de ensino, trabalha no “Correio da Manhã”. Apesar de o acharem pessimista, discorda de tudo. Só tem cinco ternos de roupa, estragados. Refaz seus romances várias vezes. Esteve preso duas vezes. É-lhe indiferente estar preso ou solto. Escreve à mão. Seus maiores amigos: Capitão Lobo, Cubano, José Lins do Rego e José Olympio. Tem poucas dívidas. Quando prefeito de uma cidade do interior, soltava os presos para construírem estradas. Espera morrer com 57 anos.

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40 Parceria de Sucesso

Manutenção cultural

Foto Philipe Piacery

Quando poder público e iniciativa privada se entendem

Monumento Chapéu de Guerreiro ao lado da Praça Centenário

Por Antonio Maria do Vale

Quando alguém cita um lugar, seja ela uma metrópole com milhões de habitantes ou uma pequena cidade do interior, sempre algo que o caracteriza virá à cabeça. E quase sempre os aspectos culturais e arquitetônicos é que direcionarão sua imaginação. Paris? Torre Eiffel. Rio de Janeiro? O Cristo Redentor. Caruaru? A feira e o forró. Maceió? As praias. Sim as praias, mas, assim como em outras cidades, o leque

se abre e as referências se multiplicam. No caso da capital alagoana, soma-se ao litoral, dentre vários exemplos que poderíamos citar, nosso peculiar coletivo de folguedos. Endêmicos em alguns casos, eles fazem parte do DNA alagoano e possuem laço estreito com a construção de nossa história, tendo como função também contá-la, retratá-la e preservá-la. O maior destes exemplos é o Guerreiro, folguedo criado na década de 1920 que denota o nascimento de Jesus em suas apresentações, tendo como marca registrada os imensos chapéus coloridos com fitas e

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Pandeiro, localizado na Avenida Dr. Antônio de Barros; e o Chapéu de Guerreiro, no canteiro central ao lado da Praça Centenário. Peças que não se limitam a apresentar estas manifestações como simples esculturas em aço recortado. Cada monumento possui uma funcionalidade maior, de preservação e potencialização de nossa cultura, exercendo um papel que vai além da admiração visual. As obras remetem os observadores à curiosidade sobre o desconhecido, no caso de turistas; e a ratificação de que ainda não chegamos ao tempo em que tudo deva se transforme em memória, motivando pessoas a abraçarem o legado deixado pelos mestres que, infelizmente, estão nos deixando. Ação importante que deve ser destacada é que artistas como Rogério Sarmento têm recebido o apoio da iniciativa privada, que cada vez mais entende que a construção de uma grande empresa implica sua relação com a sociedade e sua contribuição na formação de uma cidade melhor. As cinco obras de

Monumentos do artista Rogério Sarmento nos remetem às apresentações reais

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Foto André Palmeira

espelhos, alusivos aos nossos palácios, igrejas e catedrais. Como disse o jornalista, compositor e produtor cultural, Marcelo Cabral, “é música, dança, poesia, e teatro, tudo junto!”. E já que é este o assunto, como de costume, caímos na recorrente discussão do “como manter vivas tradições como essa?”, que sofrem com o avanço da tecnologia e os costumes dos novos tempos. Não há como negar que a educação se posiciona como pilar principal, embora possamos apostar que a velha máxima do “quem não é visto não é lembrado” também seja importante, um processo de manutenção feito à base de osmose por pessoas que vivem, se preocupam ou usufruem de cultura. Um trabalho de formiguinha como o do artista plástico alagoano Rogério Sarmento, que tem cinco obras espalhadas pela cidade que remetem a ícones do folclore alagoano: O Bumba-meu-boi localizado no bairro de Mangabeiras; a Pastora em cima do Viaduto Industrial José Aprígio Brandão Vilela; o


42 Parceria de Sucesso das adoções concedidas pela Secretaria Municipal de Proteção ao Meio Ambiente – SEMPMA, que através de seu Secretário, David Maia, resume o sentimento da pasta diante de parcerias como a entre Rogério Sarmento e a Construtora Humberto Lôbo. “Queremos que as pessoas olhem para as esculturas com traços contemporâneos que mostram um pouco das nossas raízes e possam se orgulhar por ter pessoas que nos presenteiam com o talento do trabalho que exercem”, comentou. Fica claro neste exemplo que a manutenção de nossa cultura passa pelo envolvimento de diversos setores, cada um saindo de sua posição de atuação e interagindo dividindo responsabilidades, o que acelera o alcance de objetivos de fim coletivo. Sociedade, empresas e Governo, quando em sintonia, transformam relações sociais e espaços públicos de maneira positiva. Ações como as de restauração de monumentos aumentam as raízes culturais, reciclam as manifestações e não as extinguem.

Foto André Palmeira

Sarmento, por exemplo, passaram por recente revitalização patrocinada por empresários que já incorporaram este conceito dentro da gestão de suas respectivas empresas. O monumento Chapéu de Guerreiro, na Praça Centenário, foi adotado pela Construtora Humberto Lôbo, parceira de Sarmento já em outros trabalhos de recuperação de espaços públicos com valor histórico e cultural, como a Praça Mirante da Gruta, que no ano passado ganhou roupagem nova dentro da campanha “A Gruta Ama Você!”, que revigorou o bairro relembrando seus tempos áureos através de lembranças contadas por seus próprios moradores. A Prefeitura de Maceió tem sido uma grande incentivadora para estas intervenções conjuntas entre o poder público e privado. Por meio da “Lei Adote uma Área Púbica”, é possível que empresas interessadas revitalizarem tanto os espaços públicos como qualquer obra de arte presente na cidade. A desburocratização se deu a partir da retomada

Giro de Folguedos também tem contribuído para manutenção de nossa cultura

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44 Segurança Pública

Tropa de Elite Agentes da segurança iniciam curso de táticas policiais com instrutores da Swat

Por Marília Morais | Agência Alagoas

Foto Divulgação

Treinamento visa a troca de conhecimentos e oportunidade de atualização técnica na área. Os agentes da Swat mostrarão aos policiais a importância do treinamento, da capacitação e principalmente de estar sempre prontos em qualquer situação de combate, seja ela aparentemente fácil ou extremamente complexa. A Polícia Militar de Alagoas realizou, na manhã desta terça-feira, 8, a aula inaugural do I Curso de Táticas Policiais, no auditório da Escola Superior de Magistratura de Alagoas (Esmal). O evento contou com a participação do corpo docente, formado por 144 agentes da Segurança Pública, e dos três instrutores do treinamento, pertencentes aos departamentos de polícia especializada

norte-americana (Swat) e holandesa. As vagas para participar do curso foram distribuídas entre Polícia Militar, Polícia Civil, Secretaria de Ressocialização e Inclusão Social (Seris), Secretaria de Segurança Pública (SSP) e Guarda Municipal de cinco municípios alagoanos: Maceió, Marechal Deodoro, Pilar, Murici e Delmiro Gouveia. A cerimônia foi presidida pelo secretário de Segurança Pública, Alfredo Gaspar de Mendonça Neto e prestigiada por diversas autoridades civis e militares, além de representantes das instituições envolvidas. Em seu discurso, o secretário destacou a similaridade de interesses das instituições de segurança pública, embora esta seja formada por diversos segmentos. “Podemos chegar à conclusão de que, apesar

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Foto Jorge Santos

de utilizarmos diferentes uniformes e de cada instituição ter sua forma específica de atuar, todos temos o mesmo ideal, que é fazer de Alagoas um local de paz, garantindo o bem-estar da nossa população”, ressaltou o secretário. Para o comandante-geral da PM, coronel Lima Júnior, a troca de conhecimentos e a oportunidade de atualização técnica na área de segurança pública são os principais aspectos positivos do treinamento e atendem a uma de suas diretrizes de comando, que é a valorização da tropa. “Neste período de curso, teremos a oportunidade de aprender com os instrutores, que possuem grande qualificação e diversos conhecimentos a repassar; e também poderemos mostrar para eles a nossa rotina, de maneira que o curso possa ser ao máximo adaptado à nossa realidade”, afirmou Lima Júnior, ao enfatizar que todas as unidades operacionais da PM foram contempladas com vagas para frequentar o curso. Instrutores Três profissionais qualificados integram o corpo docente do I Curso de Táticas Policiais. Os agentes Tim Williams e Ken Farren são instrutores do Departamento de Polícia do Texas, nos Estados Unidos, e já foram comandantes da SWAT. Já o holandês Paul Lucas percorre diversos países ministrando cursos sobre técnicas policiais, além de ser atirador e paraquedista profissional. De acordo com Tim Williams, para o curso em Alagoas, não serão trazidas técnicas policiais diferentes das que já são utilizadas. O objetivo é o aperfeiçoamento. www.OUSHBrasil.com.br

“Não traremos técnicas novas, mas sim a importância do treinamento, da capacitação e principalmente de estar sempre pronto em qualquer situação de combate, seja ela aparentemente fácil ou extremamente complexa. E técnica só se aperfeiçoa com treinamento”, pontuou o agente norte-americano. O Curso O I Curso de Táticas Policiais teve início já nesta terça com duração de dez dias e será realizado na sede do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), coordenado pelo comandante da unidade, major Ênio Bolivar. Segundo ele, o curso é essencialmente prático e visa o aperfeiçoamento da atuação policial em Alagoas. “Nosso objetivo é que os alunos possam se aprimorar ao máximo e venham a ser futuros multiplicadores em suas unidades e instituições de origem”, salientou Bolivar. Entre os discentes, é grande a expectativa para o curso. De acordo com o soldado Edgar Constantino, que atua no Bope, o treinamento será uma oportunidade de atualizar os conhecimentos, resultando em um melhor serviço prestado à população. “Estarei focado no curso para que possa assimilar o máximo de conteúdo e prestar cada vez mais um melhor serviço aos alagoanos”, assegurou o militar. Entre as disciplinas do curso estão manutenção e limpeza de armamento, fundamentos do tiro policial, prática de tiro, táticas defensivas e retenção com algemas e combate em ambiente confinado.


46 Saúde em Destaque

Mensagem do Presidente Dr. Aldo Calaça dá boas vindas e reforça que a troca de experiência na profissão do médico é de fundamental importância.

A Sociedade Nordestina de Neurocirurgia, tem a honra e privilégio em promover o XVI Congresso Nordestino de Neurocirurgia e o Curso da World Federation of Neurosurgical Societies, que será realizado em Maceió, no estado de Alagoas, no período de 20 a 24 de outubro de 2015. Nosso Congresso será um encontro da tradição com a grife de uma Sociedade fundada em 1984 pelos pioneiros da neurocirurgia nordestina e da inovação tecnológica, de resgate do passado e compromisso com o progresso da ciência, de âmbito regional e integrado com a neurocirurgia globalizada.

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Por Marcio Mrotzeck

Vários temas serão abordados, dentre estes destacamos as doenças cerebrovasculares, a doença degenerativa da coluna vertebral, os tumores do sistema nervoso, os traumatismos do crânio e da coluna, o tratamento da dor e a neurocirurgia pediátrica. Alagoas de sol e mar, de rara beleza litorânea, de sertão e de montanhas, da música de Hermeto Paschoal e Djavan, das letras de Aurélio Buarque de Holanda e Graciliano Ramos, da república de Deodoro e Floriano Peixoto, está pronta para receber os congressistas. Maceió, que ora completa 200 anos, aguarda toda a comunidade neurocirúrgica para este encontro científico, onde os participantes terão oportunidade de aprender, revisar, discutir, trocar experiências, fazer novos amigos e rever os antigos companheiros de caminhada. Desejamos que todos os convidados nacionais e internacionais desfrutem das nossas belezas naturais, culinária e da hospitalidade alagoana.

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Um Forte Abraço Aldo Calaça - Presidente do Congresso Uma revista com a cara do Nordeste


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48 Representatividade

Soldado do povo Canuto, assumindo diversas funções, continua dando conta do recado Por Pinehas Furtado

Versatilidade. Essa é a característica que mais define Eduardo Canuto em seu atual momento político. Apesar de ser apenas um, ele tem se desdobrado para exercer três funções como homem público. Duas que lhe foram conferidas e uma que lhe é nata. E por mais cansativo que pareça, ele tem dado conta do recado. A primeira é a de vereador. Eleito pelo Partido Verde, Canuto tem se esforçado para desempenhar um bom papel como edil na Câmara Municipal de Maceió. Ao longo do mandato aprovou diversos projetos de lei e requerimentos de sua autoria em favor da população. Destaque para o teste do coraçãozinho, que designa hospitais públicos a fazerem de forma gratuita, a avaliação do coração em recém-nascidos, para prevenir doenças congênitas. Outra preocupação do vereador é com a acessibilidade das comunidades carentes de Maceió. Em parceria com o Movimento de Humanização das Grotas, tem visitado várias localidades na periferia e observado a necessidade de infraestrutura. Como resultado, aprovou requerimentos para recapeamento, colocação de quebra molas, limpeza de lixão e recuperação de escadarias nesses logradouros. Outros temas relevantes que requerem especial atenção do vereador são a revisão do Plano Diretor do Município de Maceió e as questões voltadas para a expansão imobiliária no litoral norte da capital e o Plano Municipal de Educação, que discute a ideologia de gênero, cuja posição em favor da família, ele sempre deixou claro em suas declarações na tribuna da Câmara Municipal de Maceió.

Líder A segunda função exercida é a de líder do prefeito Rui Palmeira na Câmara de Vereadores. Aposta pessoal do prefeito, Eduardo tem se saído muito bem em sua atuação nos bastidores. Inclusive, tem seu trabalho reconhecido até pela oposição, pela forma respeitosa e transparente com a qual vem tratando a todos. Com apoio da bancada, Canuto vem se destacando um soldado eficiente pronto para cumprir a missão designada pelo prefeito Rui. Foram muitos os projetos aprovados de interesse do Poder Executivo em favor

da população, fato que orgulha Canuto, por entender que está colaborando para o desenvolvimento sócio econômico de Maceió. Como líder, ele é o canal de interlocução entre os Poderes Legislativo e Executivo. Democrático e republicano, Canuto escuta, pondera e debate as demandas dos vereadores e dos secretários municipais. Ao final, traça o melhor caminho para encaminhar o projeto em pauta, cuja finalidade é sempre oferecer o melhor serviço a população.

Esportista A terceira função realizada por Eduardo Canuto é a de desportista. Sim, porque mesmo atuando como vereador e líder do prefeito na Câmara Municipal, nunca deixou de defender o esporte, cuja bandeira carrega com orgulho. Apresentador do programa Esporte Campeão, exibido na TV Pajuçara, Canuto abre espaço democrático aos atletas, federações e associações esportivas de Alagoas. O mesmo espaço é aberto em sua agenda política ao discutir com o secretário Municipal de Esporte e Lazer, Antônio Moura, a reforma de 20 quadras na capital ou ao instituir, por meio de projeto de lei, o 1º de Setembro, como o Dia Municipal do professor de Educação Física, pela importância desse profissional na formação educacional do cidadão. Canuto também defende o esporte ao assinar ao lado do prefeito Rui Palmeira, no último mês, a ordem de serviço da Praça Central do Conjunto Colina dos Eucaliptos, um espaço físico que há 32 anos não sofria nenhuma intervenção. E apresentar um projeto para nomear a praça de Dida Alves, um dos maiores jogadores de futebol do mundo. Aprovação do espaço de triathlon Álvaro Vasconcelos Filho, na orla da Pajuçara e Ponta Verde, inauguração de quadras no Trapiche da Barra, Jatiúca e outros bairros da capital, apoio à competições de campo e quadra são algumas ações na área do esporte que contam com a participação direta de Eduardo. Afinal, como ele mesmo declara, foi do esporte, e mais precisamente do ringue, que ele construiu uma carreira profissional vitoriosa, ao ser campeão brasileiro e mundial de Full Contact e uma estrutura pessoal bem sucedida, baseada numa família formada por mãe, esposa, seis irmãos, cinco filhos e dois netos. Uma revista com a cara do Nordeste


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50 Experimente Maceió

CamilaFróis

Norte Rústico e chique Litoral norte de Maceió mistura cenários verdes preservados, sossego e ótimas atrações pé na areia. Pegue um extenso coqueiral paralelo a uma praia semi-deserta, acrescente um riacho de água doce se misturando ao oceano repleto de recifes. Entre o mar e a floresta, despeje toneladas de areias macias. Salpique algumas cabanas de pescadores, uma igrejinha secular e fornos de barro, onde, há séculos, famílias de quituteiras fabricam uma diversidade de receitas à base de mandioca, incluindo doces, tapiocas e bolos quentinhos. Está aí o lugar que inspirou José Lins do Rego a escrever, em 1939, sua clássica obra Riacho Doce. Como se sabe, a praia de mesmo nome, onde se desenrola o romance, fica a pouco mais de dez quilômetros das enseadas mais frequentadas de Maceió, como a agitada Ponta Verde.

No livro, o celebrado escritor usa de sua linguagem envolvente para retratar um Nordeste rústico, embalado por um ritmo próprio, com sabores, formas, cores e aromas intensos. Nesse aspecto, pouca coisa mudou de lá pra cá. Se a protagonista da obra, a sueca Edna voltasse para visitar Riacho Doce nos dias de hoje se extasiaria com a mesma força tropical com a qual ela se deparou à época. Apesar da proximidade com o Centro da capital, boa parte das praias do chamado litoral norte de Maceió permanecem resguardadas do zum zum zum urbano em meio a uma natureza vibrante. De Guaxuma até Ipioca, a trilha sonora que ainda mais se ouve à beira-mar vem do vento balançando os coqueirais ou do quebra-mar mais agitado em

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algumas praias como Guaxuma e Garça Torta.

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Quem se refugia nesse recanto silencioso da capital, porém, encontra mais do que uma amostra da natureza preservada e ou resquícios da cultura tradicional, como os fornos de Riacho Doce. Nos últimos anos, além de artistas que montaram ali seus ateliês e esportistas que frequentam as praias regularmente, alguns empreendimentos têm contribuído com a formação de uma nova cena turística muito interessante. Os novos investimentos se valem do sossego de praias de clima hippie, alguns points de surf, uma gastronomia de alto padrão e o charme da arquitetura rústico-chique de pousadas e restaurantes mais pops. As casas dedicadas às cozinhas francesas (como o Lua Cheia e o Vila Chamusca), peruana (como o Aji da Praia) e mineira (como o novíssimo Divininha) se somam a algumas poucas barracas simples e bastante agradáveis de locais que se espalham por praias mansas de pescadores.

La Music pé na areia

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De acordo com Gustavo Malta, um dos sócios do empreendimento, a proposta é que um espaço que seja o mais integrado possível com a paisagem generosa do lugar. Por isso, embora a obra já esteja em fase de conclusão, quase não se vê paredes pelo terreno, cercado pelo rio Neri. “A nossa ideia

Foto Wesley Menegary

Confira algumas novidades e dicas para quem quer desacelerar o ritmo, degustar os sabores tradicionais e experimentar a cena caribenha do litoral norte.

Entre maiores promessas do litoral norte para 2015 está um comentado beach clube em fase de conclusão. Ainda nesta temporada, os holofotes devem se voltar para a abertura de um Café de la Music ao lado do hotel Vilas de Pratagy, na praia de mesmo nome. O conceito é inspirado em outras franquias do grupo em balneários badalados do País como Jurerê Internacional em Florianópolis (SC) e Trancoso em Porto Seguro (BA). Em comum, estes endereços misturam programação musical de alto nível, clima de exclusividade e gastronomia sofisticada. A arquitetura em Pratagy, porém, é totalmente singular e homenageia os elementos da própria paisagem, como o manguezal do entorno e embarcações locais.


52 Experimente Maceió é compartilhar com as pessoas esse recanto natural tão privilegiado da cidade”, conta Gustavo. Por isso, seja do salão principal, das passarelas ou dos lounges, a atração principal é sempre o entorno. Ao fundo, um morro coberto por uma Mata Atlântica densa toma toda cena. Á frente, o rio corre tranquilo, entre um mangue e a praia quase deserta de Pratagy. O banho de mar está garantido a apenas a cinco minutos de uma travessia de jangada. Espalhado pelo clube haverá áreas de massagem, um bar alocado em uma balsa tradicional restaurada e espaços para aluguel de pranchas de stand up, para quem quiser se aventurar no rio ou no mar que é uma verdadeira piscina nessas redondezas. Tudo construído com materiais reaproveitados e técnicas sustentáveis sugeridas pelo arquiteto Lúcio Moura, que assina o projeto.

Comer Minas Gerais vai à praia Além do badalado Café, outra novidade no litoral norte é a filial do mineiro Divina Gula, que há décadas faz sucesso na Jatiúca. Tem coisa melhor do que degustar as comidinhas mineiras bem apresentadas do chef André Generoso, acompanhadas de uma cerveja gelada? Agora projete essa experiência singular para a tranquila Riacho Doce? A versão pé na areia é menor (capacidade 60 pessoas), tem um cardápio reduzido, mas conquista pelo ambiente charmoso e o visual certamente mais encantador que o da matriz. Vizinha do peruano Arrí Praia (em atividade desde abril), a casa mantém a tradição de misturar a cozinha litorânea com as receitas que os mineiros André e Cláudia Generoso trouxeram na década de 80 da terra natal. Entre os destaques estão o atolado de carne de sol, o frango caipira com quiabo e a picanha na chapa. Para quem faz questão dos sabores do mar, a aposta é o arroz de polvo ou o peixe grelhado com uvas e

Restaurante Hibiscus

Projeção Café de La Music

Pousada Casa Caiada

Camarão Divin inha

Sobre a programação cultural, o sócio Bernardo Malta conta que, além de um dj residente, a casa vai receber vários artistas convidados, incluindo algumas atrações nacionais. “A gente imagina algo bem intimista em um clima de lual para valorizar a atmosfera do lugar”, explica o proprietário, ressaltando que a casa vai receber no máximo 600 pessoas. Sobre o cardápio, ainda há mistério. Os sócios apenas adiantam que o comando da

cozinha deve surpreender. Tudo isso a poucos metros do Hotel Vilas de Pratagy que pertence ao mesmo complexo. Quem estiver hospedado vai ter opção de restaurante, vida cultural e praia, tudo sem precisar se deslocar quase nada.

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legumes. “Nós esperamos atrair nesse novo projeto um público que queira fugir um pouco da rotina do dia a dia, viver uma experiência diferente e desfrutar de uma gastronomia tradicional em um cenário inspirador”, explica Generoso.

mais inédito e inspirador, uma praia mais vazia, um quitute mais irresistível e outros segredos. É o caso do Vila Chamusca. A arrebatadora vista do alto de Ipioca merece ser acompanhada da criação mais famosa da chef Silvana Chamusca: o bolinho de aipim frito no dendê e recheado com camarões, batizado de macarajé. Os lagostins na manteiga com champignon são uma opção mais gourmet e igualmente deliciosos.

Relaxar A floreta invadiu a cidade Cada um dos 360 graus que rodeiam a Pousada Casa Caiada são encantadores. A poucos minutos da Praia Riacho Doce, a hospedagem está encravada em um morro que é pura Mata Atlântica. Das suítes másters, porém, o mar rouba a atenção dos hóspedes, que também podem contemplar o visual da jacuzzi em um banho de hidromassagem a céu aberto. Ao fim da tarde, os pássaros roubam a cena em uma cantoria empolgada. O cantinho é perfeito para uma escapada de fim de semana, para comemorar datas românticas ou indicar para os amigos que estão chegando de férias e que preferem a face mais “paradise” da capital.

Mais à frente, na praia de Ipioca, o bar-restaurante Hibiscus já virou um point tradicional de quem quer curtir uma praia com ambiente charmoso e boa seleção musical de rock, jazz e MPB. Além das agradáveis mesas de tronco de jaqueira espalhadas pelo gramado, que se funde com a areia, o bar conta também com um lounge de madeira de frente para o mar, onde é possível espreguiçar-se em um dos sofás brancos, das redes ou poltronas e ficar horas saboreando as caipiroscas de fruta ou petiscos de frutos do mar do cardápio. Cerca de 10 quilômetros depois, vale esticar até a praia de Sonho Verde, com um ótimo restaurante de mesmo nome, além de singelas barracas pequeninas de moradores locais. A areia é fofa e branca e o mar tranquilíssimo para banho. Pare de sonhar agora e caia na AL 101.

Vale a pena ver de novo

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Vila Chamusca

Foto Wesley Menegary

Foto João Schwartz

Praia de Sonho Verde

Além das novidades, alguns empreendimentos da velha guarda no litoral norte vão estar sempre lá, como um refúgio capaz de oferecer algum visual


54 Capa

Vem pra rua! Comer fora de casa nunca foi tão divertido e saboroso.

Por Antonio Maria do Vale

Panela e fogão estão em alta! Nunca a cozinha foi tão ovacionada, se tornando o espaço mais valorizado do lar. Saem de cena os realities focados em corpos, piscina, romance e festinhas; e surge, só agora no Brasil, o “boom” dos programas onde a disputa é na base do paladar. Em canais fechados ou abertos eles são um sucesso e, quase sempre com

sobrenome Chef, incentivam e mostram que cada um pode se tornar um mestre na arte de criar e executar receitas. Antes tarefa quase que exclusiva das mulheres, principalmente das mães e avós e suas deliciosas e secretas receitas, ir pra cozinha agora está na moda, virou hobby. Você está numa roda de conversa e diz que prepara um “brandade de bacalhau com batata baroa e tornedous de cherne” como ninguém e, bingo!

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Foto AndrĂŠ Palmeira www.OUSHBrasil.com.br


56 Capa Ponto pra você. Se falar de um bom vinho então, dois a zero! O vocabulário mudou e um bom exemplo é a tal da “redução”, que não sai da boca de quem quer se mostrar um pouquinho informado. E só pra constar, reduzir nada mais é que deixar, por exemplo, um molho mais cremoso e com sabor reforçado através da fervura ou quantidade de líquido que, evaporando, mantém apenas o que interessa dos ingredientes, enfatizando sabores e aromas possíveis. De fato as pessoas têm se testado mais na cozinha. Todos querem ao menos o seu “um dia de chef”. Experiência que pode ser vivida quando bater aquela vontade de comer um macarrão. Ao invés do instantâneo, tem gente arregaçando as mangas e se arriscando pondo, literalmente, a mão na massa. Dá trabalho? Dá! Mas será muito divertido preparar a massa em casa usando a batedeira, deixando-a descansar e improvisando na hora do corte, já que poucos terão guardada no armário uma máquina de fazer macarrão. O molho, que pode ser um tradicional, poderá ganhar adicionais de manjericão orgânico, queijo parmesão ralado em casa, castanhas, azeite e sal. E na hora de servir, nada de bagunça sobre a mesa, selecionando aquele aparelho de jantar para ocasiões especiais. A brincadeira tem despertado um talento que muitas pessoas desconheciam ou não desenvolviam, descobrindo, inclusive, sua

verdadeira vocação. São poucos os casos como o da chef Juliana Almeida que, desde pequena, já se intrometia na cozinha. “A descoberta do universo da culinária em minha vida aconteceu ainda na infância. Aos 12 anos já percebia em mim afinidade com panelas, temperos e utensílios. O tempo passou e depois de um período no judiciário, resolvi transformar o sonho de menina em realidade e a brincadeira hoje ficou séria”, nos contou, dizendo ainda que vê com entusiasmo esse momento gastronômico. “Nos últimos dez anos a gastronomia explodiu no mundo. Uma invasão de programas, sites e similares buscam na cozinha o tema do momento para alavancar audiência e seguidores. Isso tem um lado muito bom! É a cozinha rompendo fronteiras!”, acrescentou. E se você já andou se arriscando, praticando e acredita que está se dando bem na mistura de ingredientes, Juliana dá uma dica para quem pretende subir os degraus e alcançar o sonho de comandar uma cozinha de um restaurante. “Para ser um Chef de cozinha temos que ir muito além da técnica exigida nos cursos. É preciso saber que o poder criativo e a sensibilidade são ferramentas valiosas. E isso faz toda a diferença. É simples: procure dar suavidade e delicadeza aos seus pratos. Não economize em ingredientes de qualidade. Abuse de temperos e ervas especiais. Ouse nos sabores e aromas. Crie algo novo ou

Foto Divulgação

Todo mundo quer ser chef Nunca a gastronomia ocupou tanto espaço na TV brasileira.

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Teste!

Fotos Divulgação

Um desses programas você conhece.

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58 Capa repagine os clássicos. Solte a imaginação e liberte o Chef que existe dentro de você!”, sugeriu. Na internet, o tema nunca esteve em tamanha evidência. Viralizando, pra variar, de forma engraçada com o famoso Raio Gourmetizador, onde o Chef escocês Gordon Ramsay transforma pratos do cotidiano em suas versões gourmet. O picolé do carrinho de música repetitiva é atingido e instantaneamente se transforma numa paleta mexicana. O simples café pingado, aquele servido no balcão, dá lugar a um Mocaccino com café de safra nobre e leite caprino vaporizado, servido em xícara estilizada e com decoração artística. Nem o pobre gato escapa da mira de Gordon, ressurgindo no espetinho mais saboroso e bem apresentado de todos os tempos. E não pense que tudo é brincadeira porque não faltam exemplos de produtos carimbados pelo selo gourmet. O que dizer do carvão gourmet, produzido com madeira especial de reflorestamento, de rápido acendimento, tempo de queima maior e quase nenhuma fumaça? E o tradicional Miojo, que ganhou um livro inteirinho de receitas sofisticadas? Até a coxinha entrou na onda e hoje recebe recheio com carne de aves nobres. De galinha? Só se for d´Angola! Agora vai uma pergunta simples: você pagaria R$ 20 numa garrafa de 250ml de água? Não?! Esse é o preço médio da primeira água gourmet do planeta, a Ô Amazon Air Water, que é extraída da umidade do ar, na

cidade de Barcelo, no Amazonas. Dentre suas peculiaridades, biotampa produzida com biorresina que se decompõe em até 50 dias, embalagem de vidro 100% reciclável e repasse de R$ 1 para projetos de preservação da floresta amazônica a cada garrafa vendida. Mas, afinal, o que significa gourmet? De modo histórico, a palavra surgiu de uma variação de Gourmand, termo francês que definia a pessoa gulosa, que gostava da boa culinária e que sentia prazer ao comer. Um conceito que passou das pessoas para a comida, impulsionado por aqueles que desejam de alguma forma dizer que seu produto não era igual ao de todo mundo, que era melhor que o dos outros. Uma estratégia de marketing que deu certo, embora passe por uma crise de posicionamento pela confusão que o jogo de interesses comerciais tem causado nas pessoas. Uma pesquisa rápida e não demorará muito para alguém dizer que o termo nada mais é do que uma desculpa para cobrar mais caro. Uma realidade parcial que tem atrapalhado o real entendimento dessa cultura que agora se popularizou. O que difere um produto comum de um gourmet é basicamente a qualidade dos ingredientes e a forma de executar uma receita. Produtos de grandes indústrias não poderiam assim ser classificados, já que não priorizam o uso de matéria-prima selecionada, difíceis de serem produzidas em larga escala. O termo se preocupa muito com a procedência do alimento e com um modelo de preparação

Super caras! Farejada por cães ou porcos, a trufa branca é um produto selvagem, que não pode se cultivado ou controlado. Custam, em média, R$ 14 mil o quilo.

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refinado. A comida torna-se mais nobre, pertencente à alta gastronomia, com origem específica e com algum ingrediente mais raro, por isso, quase sempre mais caro. Nas palavras da Chef Juliana Almeida, que transita entre todas as vertentes da gastronomia, sempre levando sua marca registrada, o regionalismo, “o gourmet nada mais é que um formato que se deu as determinadas comidas, onde existe um zelo maior pela apresentação e pontuação de escolha de ingredientes de qualidade. A quantidade nesse formato foi reduzida para pequenas porções de sabor, apelo visual e muito capricho. O gourmet ganhou glamour e nada impede que esse formato seja adaptado ao mais singelo dos pratos. Nós estamos na era dos sentidos. É tempo de saborear”. O problema é que de uns tempos pra cá, muitos produtos Premium, uma categoria luxuosa de consumo que, necessariamente, não necessita de cultura inserida; passaram a se utilizar do termo como truque publicitário. Transformam produtos corriqueiros em especiais e confundem ainda mais a cabeça das pessoas, reduzindo toda a essência gourmet a uma mera questão de status.

Muita gente tem se aproveitado da situação para usar a palavra como forma de distinção social entre comida boa e as demais. Cabendo ressaltar que, no caso da gastronomia, ingredientes bem selecionados não implicam preços exorbitantes. “O consumo dos produtos da terra não é enaltecido por valores como tradição, história ou território; mas por atributos que podem nos distinguir perante outros consumidores”, exemplificou Sandro Dias, professor de Gastronomia no SENAC, sobre o uso da comida como diferenciação social. O melhor de toda essa história é que o seu legado é positivo, deixando os brasileiros com paladar mais aguçado e mais críticos quando o assunto é comida. Tanto que a exigência chegou às ruas e, para nossa alegria, a resposta tem sido a melhor possível. Gourmet ou não, comer com qualidade fora de casa deixou de ser sinônimo de ida a bons restaurantes. Verdade que, para quem busca maior conforto e privacidade, eles ainda são o melhor destino. Entretanto, se seu principal objetivo é apenas afagar o palato, sim, já é possível ter ótimas provas sensoriais do tipo na calçada, no estacionamento ou na praia.

Foto Álvaro Borba

Foto Lets Dive

Mudança de hábito Food trucks são os principais responsáveis pelo novo jeito de comer na rua.

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60 Capa

Foto Álvaro Borba

Enquanto o impasse não é solucionado, o que se pode dizer e esperar é que a onda dos food trucks tenha vindo pra ficar. Poucas coisas são tão divertidas na capital alagoana quanto encostar-se a uma dessas cozinhas ambulantes e fazer um pedido. Mais bacana ainda é saber que a maioria delas possui receitas exclusivas, sempre oferecendo algo inédito, ou ao menos modificado da versão original, para ser degustado. Uma atração desse tipo não pode ser descartada pela falta de interesse e planejamento público. Que o diálogo seja posto a mesa. Inclusive, para separar o joio do trigo, evitando que os aventureiros de plantão, que colocam um monte dinheiro num food truck, sem saber cozinhar e só pensando em faturar; não atrapalhem o futuro daqueles que de fato amam pilotar um fogão e estar nas ruas. Muitos dos que estão nas ruas têm o truck como negócio da vida. Para quem sonha em ser um chef de cozinha, os furgões adaptados acabam sendo um investimento mais acessível, embora não tão barato, quando comparado à abertura de um restaurante. Sem falar no charme que estas empresas volantes possuem, tendo um chef como estrela principal, em contato direto com sua clientela, tendo feedback instantâneo. O que os obriga a ações de correção também automáticas. Exemplos como o do alagoano Marcelo Braga e da sergipana Ticiana Figueredo que, ao retornarem de uma viagem ao Canadá que durou três anos, só tinham uma coisa na cabeça: abrir o próprio negócio. Marcelo se

E esqueçamos o termo gourmet como única palavra de ordem. Daqui em diante ele continuará nos acompanhando, mas, não faltarão bons exemplos de boa comida sem a necessidade de sementes de cardamomo, porcini ou alho negro na receita. Nossa busca priorizará a arte culinária e o trabalho, verdadeiramente, hercúleo de quem põe na mesa (ou nas mãos) experiências que façam valer a pena sentar no banquinho ou encostar-se ao balcão para, se preciso for, se lambuzar com delícias cheias de cultura regional na panela. Nos últimos anos, a comida de rua se tornou uma febre que ganhou força em Maceió. Antes disso, lógico, já existiam os carrinhos de acarajé, de milho, pipoca e churrasquinhos espalhados pelas esquinas da cidade. A novidade veio com a chegada dos food trucks, com a proposta de oferecer preparações mais complexas e com ingredientes de qualidade, que na verdade chamaram mais a atenção pelos furgões adaptados e trailers semelhantes ao que vemos nas ruas de Nova Iorque e São Paulo. Eles eram poucos, quatro ou cinco que durante a semana se espalhavam por pontos diferentes e que nos finais de semana estacionavam num só lugar, o canteiro central da área fechada da praia de Pajuçara. O número cresceu e a variedade do cardápio também. O espaço aos domingos se tornou pequeno e, a rebeldia ou felicidade, diante de uma determinação da prefeitura, foram todos transferidos para o estacionamento do antigo Alagoinhas.

Pizzas

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Camarão

Pra todos os gostos No Food Park Alagoinha, não faltam opções para os mais variados paladares.

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também ter capricho na pintura, na criação do nome e marca, nos detalhes do cardápio, nos descartáveis que servirão a comida. Trabalho que só com muita dedicação e prazer pelo que faz poderá render bons resultados. E para provar de todo esse cuidado você vai precisar de tempo. Não será numa única tarde, noite ou final de semana que conseguirá apreciar tudo que essas vans têm a oferecer, mesmo que estejam concentradas num único lugar. Experimente apreciar um fim de tarde de um sábado no Food Park Alagoinha, como está sendo batizado o estacionamento do antigo clube, agora ocupado por essa trupe da cozinha. O frisson de cheiros, cores e sabores lhe trará bastante dúvida na hora da escolha. E o problema só aumenta quando você provar algo que lhe agrade, causando uma confusão entre o “devo repetir ou experimentar algo novo?”. A disparidade entre os carros-chefes de cada um é um atrativo a parte. As opções não seguem apenas uma linha, indo de pratos mais

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aventurava no fogão nas visitas de amigos e Ticiana trouxe na bagagem um curso de gastronomia. A ideia inicial era a de abrir um restaurante, mas a grana disponível obrigou uma mudança de estratégia e decidiram investir em um food truck. O projeto foi super planejado e levou um ano para sair do papel, abrindo as janelas em novembro de 2013. No cardápio, temakis para todos os gostos, desde os mais tradicionais aos menos crus, maçaricados na realidade, preferidos por quem prova o sushi mais popular entre os brasileiros pela primeira vez. Tem quem acredite que montar um food truck é tarefa fácil. Engana-se. Transformar veículos em restaurantes sobre rodas é uma tarefa complexa. É necessário abrir janelas na lateral, instalar tubulações de água, refazer todo o piso do veículo com um material antiderrapante e se adequar a mais ideias que o dono possa ter, como a instalação de placas solares no teto, que geram a energia elétrica para o miniestabelecimento. Além disso, é preciso

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Temakis

Tentacion

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Nachos

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Foto Álvaro Borba

Saladas


62 Capa pitorescos aos mais regionais possíveis, sempre com pequenas grandes transformações com o uso de algum ingrediente novo que faz toda a diferença no sabor final. Quem, por exemplo, não gosta do famoso caldinho? Seja ele de feijão ou algum fruto do mar, por lá, eles ganham um toque especial pelas mãos do pernambucano Kleber que, junto com sua conterrânea Joana, comandam um dos food trucks mais famosos da cidade. Tudo começou na praia, quando nossos coirmãos de estado se conheceram em Maceió e, depois da relação engatar, decidiram juntar as economias e abrir o próprio negócio. Mais um caso de aposta em fazer o que se gosta. Se deu certo? E como deu! A prova é o sucesso do cardápio que conta com 20 pratos que fazem parte de um revezamento, sendo quatro deles por noite. Cadeira cativa mesmo só para o mais pedido, a Vaca Atolada, que não vai pro banco de reservas de jeito nenhum. Lhe fazem companhia a dobradinha, o caldo

verde, caldinhos diversos, cremes como o de inhame com carne de sol ou batata com bacon, camarão nas versões acebolado, flambado, ao catupiry ou provençal; e por aí vai... Percebeu a dificuldade pra decidir uma escolha? E estamos falando de apenas um dos quase vinte trucks que lá te esperam. Quer refrescar a cuca? Que tal uma paleta arretada, genuinamente, alagoana? De origem mexicana, estes picolés usam frutas frescas e não passam por qualquer processo industrial, sendo 100% naturais e artesanais. Os sabores podem ser individuais, quase sempre com ingredientes bem regionais como o kiwi, o maracujá, abacaxi, goiaba, coco, banana, milho e amendoim. Ou combinados, em misturas que podem unir no palito açaí com banana, Romeu e Julieta, café com caramelo, coco com doce de leite e até composições destinadas “só para maiores de 18” no sabor chocolate com recheio de licor de amarula ou caipirinha.

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Cervejas Cerveias

Paletas

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Drinks

Zap

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Cachorro quente

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Com um empurrãozinho da renomada consultora Talita Simões, mixologista e uma das maiores bartenders da América Latina, o formato vingou e hoje eles são presença marcante nos principais eventos e festas locais, onde o truck se apresenta no modelo balcão. E cerveja? Capítulo especial para elas que, artesanais, são vendidas numa Kombi pra lá de estilosa e cheia de relíquias para quem se considera cervejeiro. A lista é grande e dentre as opções, versões americanas como a Colorado Vixnu, com sabor equilibrado entre o malte e as notas cítricas do lúpulo. Alemãs, como a Benediktiner, feita de trigo, frutada e encorpada, com textura macia, espuma densa e final fresco. Escocesas, a exemplo da Punk Ipa, produzida com lúpulos cítricos e frutados de origem norte americana, de aroma rico e fresco, leve e com final bem amargo e seco. E belgas, como a premiada Delirium Tremens, com coloração entre o dourado e o âmbar, de aroma frutado, sabor levemente lupulado e presença marcante do malte; ou a famosa Tripel Karmeliet, cerveja artesanal multigrãos fabricada a partir de uma receita original de 1679 do mosteiro carmelita de Dendermonde, que leva trigo, aveia e cevada, possuindo ainda nuances de banana e baunilha, além de notas cítricas e florais. Nem tente entender este turbilhão de ingredientes e o provável resultado, melhor que isso é ir direto ao teste do paladar, onde a dica é aproveitar bem cada gole e o frescor que alguns mililitros deixarão após passar pela sua garganta. Visitar espaços gastronômicos como o encontro dos food trucks é uma verdadeira viagem ao redor do mundo através de sabores.

São Miguel dos Milagres

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Para os fãs de doces, a parada será obrigatória no truck dos brownies e cafés, onde as empresárias Osiane Acioli e Belinha Nutels presenteiam o paladar com muito açúcar. As opções são recheados de criatividade e cada um possui um detalhe especial no sabor. Na linha brownie, atenção voltada para o Tentacion, que vem com bola de sorvete de creme; além das coberturas dos mais tradicionais, a base de limão siciliano, nutela, canela em pó ou castanha. O cafezinho então! Destaque para o Affogato de creme, com sorvete, ovomaltine, syrup de avelã, café expresso e chantilly. E não para por aí, as empadas são uma grata surpresa exposta no balcão, liderando a preferência do público as de camarão e de picanha suína com molho de mostarda e mel. Se preferir, enquanto as crianças repetem o picolé ou um docinho, você poderá apreciar drinks exclusivos e bem exóticos. O leque de opções é grande e, com ou sem álcool, insere o toque regional com o uso de muita fruta dos trópicos. Limão, abacaxi, coco, kiwi, morango, uva, tangerina e manga se juntam ao Rum, vodka ou sakê, em misturas acentuadas por manjericão, hortelã, pimenta e gengibre. Tudo fica harmonioso, resultando em sabores geralmente cítricos e bem peculiares que recebem nomes descontraídos e com ligação praieira como Mojito Gunga, Pajuçara, Java, Monte Fuji, Luma, OUSH Brasil, Sunset, Noanoa, Praêro e Me leva. A ideia dos coquetéis, que também ficaram famosos pelo efeito colorido dentro dos copos transparentes em que são servidos, partiu da dupla Dalton e Guilherme, que originalmente pensavam em atuar no ramo de sanduíches.


64 Capa Abra espaço no estômago, inclusive, para a culinária mexicana. Ao avistar La Santa Muerte de sombrero, pintada num trailer, tenha a certeza que daquela janela só sai comida boa. Destaque para os tacos, que possuem uma infinidade de recheios que vão da carne de frango, porco ou boi, combinados com alface, guacamole, sour cream, pico de gallo, frejol, queijo ralado e milho. Além disso, também os tradicionais chili com carne, burritos, burguers artesanais e nachos, tudo com a mais autêntica pimenta mexicana, se preferir. E nesse mix de sabores, não podia passar batido o bom e velho sanduíche. E nesse caso você terá uma seleção de primeira. Começando por um furgãozinho charmoso que tem um dos melhores cachorros-quentes da cidade. Combinação que vai além da dupla pão e salsicha, se transformando, para aqueles que pedirem com tudo que tem direito, num irmão do nosso Passaporte, nome estranho para os visitantes que desconhecem nosso mais regional sanduíche. Em outro truck, uma Kombi na verdade, os sandubas foram batizados com nomes de praias locais e possuem recheios que você não encontrará igual em nenhum outro lugar. Em meio ao muçarela, presunto, cubos de frango, picanha, bacon... inserções de cebola

De perto Na rua não tem segredo, todos veem o passo a passo na cozinha.

Foto André Palmeira

Um pedaço da Itália? Se pensar em pizza nem cogite em ir a uma pizzaria. E não imagine que encontrará aqueles brotinhos congelados que serão apenas aquecidos no microondas antes de serem servidos. Numa prova de olhos vedados, as fatias que saem do trailer não fariam feio contra as que são feitas no mais tradicional forno a lenha. Nada de massa emborrachada ou ingredientes sem sabor. Você não terá a praticidade convencional de pratos e talheres, mas é bom lembrar que parte da graça de comer na rua está no malabarismo da comida nas mãos e no risco de algum pedaço deslizar sobre sua roupa ainda limpinha. Se quiser algo mais regional é só encostar no trailer que tem o famoso Zap, uma nova versão do tradicional churrasquinho, só que servido no prato. As opções de carne variam entre um bom filé e o charque, sempre na companhia inseparável da farofinha e do vinagrete. Ainda saem da mini cozinha deliciosas porções de filé de siri, omeletes e arroz de carreteiro; receitas que para nós podem parecer familiares, mas que os turistas amam. Essa é uma das principais particularidades do encontro de trucks, ele consegue agradar a gregos e troianos, oferecendo novidades tanto para quem é de casa quanto para quem está nos visitando.

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gastronômica da capital alagoana, uma feira que, aos domingos, transforma um lava jato no principal ponto de encontro dos apreciadores da boa culinária. Idealizada pela administradora de empresas Waleska Morelatto e a jornalista Fabiana de Mutiis, a primeira feira gastronômica de Maceió tem apenas dois meses e já é um sucesso entre os maceioenses. As curadoras, num trocadilho que o tema permite, escolheram os melhores ingredientes para a receita dar certo: reuniram chefs renomados, não esqueceram e convidaram a galera dos trucks, diversificaram o cardápio, construíram um ambiente agradável e familiar e, o mais importante, acertaram em cheio no que as pessoas esperam ao visitar um lugar como a Panela de Chef, surpreender o paladar! Apaixonadas por gastronomia, as amigas se inspiraram no que já acontece há algum tempo nas grandes cidades ao redor do mundo. Waleska trabalhou para o SEBRAE na área de gastronomia e Fabiana é assessora de imprensa acostumada a atuar em eventos do tipo. Uniram então a fome com a vontade de comer e decidiram apostar na ideia. “Unimos nossos conhecimentos e nossas paixões para idealizar esse projeto maravilhoso que é a Panela de Chef. Queríamos proporcionar aos alagoanos e aos turistas que visitam Maceió um ambiente com boa comida,

Sucesso de público A cada domingo, mais de 2 mil visitantes passam pela Panela de Chef.

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dourada no shoyo, barbecue e queijo do reino. Muitos dos ingredientes são artesanais e passam por processos como o do Roast Pork, um pernil que, para chegar ao ponto certo, é assado por mais de 5 horas. Maionese e molhos também são caseiros, assim como o hambúrguer bovino. E para quem é viciado em hambúrguer, no Alagoinhas você poderá travar um duelo entre a Kombi azul do personagem Dudu, do desenho Popeye; e o trailer preto, um truck dedicado, exclusivamente, a versão mais americanizada do tradicional sanduíche. Comandados pelo chef Deco Sadigursky, que morou nos states por três anos, a equipe uniformizada a caráter (camisa xadrez e boné) oferece aos clientes um hambúrguer também artesanal e com temperos especiais. O campeão de vendas é o Black Rib, recheado com carne de costela bovina, maionese a base de queijo cream cheese, muçarela, molho barbecue e bacon. Destaque também para os pães, especialmente o australiano, que é preto e agridoce, que na formação do Black Beef ganha recheio de Burger bovino, double de cheddar e cebolas roxas caramelizadas com açúcar mascavo, molho shoyo, manteiga artesanal, pimenta do reino e molho inglês; uma mistura que dá muito certo. A galera manda ver na grelha sob fogo e também está presente em outra recente e boa surpresa


66 Capa engenho e isso faz parte da sua relação com a cozinha. Entre os pratos mais pedidos estão o camarão gratin e o arroz de costela, que sempre deixam no visitante um pedido de bis na ponta da língua.

“Hoje a grande pegada é a comida de rua. Ela ganha o mundo com boa gastronomia democratizada. Além dos clássicos de comidas de esquina, food trucks e barraquinhas derão acessibilidade à versões gourmet.” Juliana Almeida, Chef O difícil na feira é conseguir não comer algo antes de percorrer todas as opções. Esse tour prévio seria o ideal, mas são pouquíssimos os que conseguem tal proeza. Lado a lado, cada um dos quiosques nos impulsiona a cometer o pecado da gula. Como esperar, por exemplo, até o baião de dois se antes enfrentará um teste duríssimo, passando diante de um sandubão de ragu de carne, bacon e linguiça defumada, com geleia de maçã verde com pimenta e

Foto Jonatan Lins

Foto Jonatan Lins

onde, tanto novos talentos quanto nomes já consagrados, apresentassem pratos saborosos e diversificados”, nos disse Fabiana. Sendo mais um atrativo para os frequentadores do trecho fechado da orla de Ponta Verde, a feira recebe, em média, dois mil visitantes a cada domingo. Número que deve aumentar com a chegada do verão, já que o evento deverá se estender durante a alta temporada. E assim como o encontro dos food trucks, por lá a indecisão também será certa diante de tantas opções. Abrindo às 11 da manhã, a feira vai até às 18h, o que aumenta o leque de propósitos de quem por ela passa. Quem chega cedo acaba almoçando ao encontrar uma das delícias oferecidas em quiosques montados de forma bem artesanal, com uso de muitos paletes de madeira que compõem mesas, cadeiras e balcões. A grande maioria dos pratos apresentados é exclusiva, como a versão do baião de dois, que na feira ganha a assinatura do prestigiado chef Wanderson Medeiros. A receita é saborosa e um dos carros-chefes da cozinha de Wanderson, que costuma levá-la debaixo do braço Brasil afora, já que é sinônimo de sucesso garantido. Um pouco mais adiante, as delícias preparadas pela Chef Juliana Almeida. Lá, todas as receitas pontuam uma gastronomia afetiva, voltada para as cozinhas de engenho, buscando toda a rusticidade e sabor presentes na culinária doméstica. Juliana é bisneta de dono de

Convite ao sabor Cardápios sempre fogem a regra!

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queijo gratinado? Neste mesmo quiosque, Alvinho Cabral e Mariana Aguirre ainda revezam no cardápio outras experiências incríveis a cada domingo, como o sanduíche de filé mignon à parmegiana e a polenta em versões com queijo parmesão italiano, ragu de carne, linguiça artesanal, bacon, geleia de maça verde com pimenta e crispy de cebola; ou frango na cerveja preta. Quem quiser beliscar, a dica é o trailer especializado em carnes, apresentadas pelo chef Rafael Gendiroba na forma de petiscos ou em sandubas bem característicos. No ranking dos mais pedidos, o pódio teria a porção de coxinha da asa de frango frita ao molho barbecue com batatas dourada, o sanduíche de pernil com molho barbecue e as almôndegas em blend de carnes ao molho sugo com manjericão, acompanhadas de torradas ao azeite de ervas. E se você acha que tudo cairia muito bem com uma geladinha, não só o trailer, que oferece cervejas no cardápio; como também a feira, se encarregarão de formar essa dupla perfeita. Um dos quiosques da Panela de Chef tem chopp artesanal e, genuinamente, alagoano. A cervejaria que tem como mascote um camelo (porque bebe muito) despeja em copos de 300ml quatro tipos da bebida: a Pilsen, mais leve e suave; a Cevada; de Trigo; e IPA, de sabor mais encorpado. Todas na pressão e temperatura ideais. Fruto da dedicação e aposta do empresário Celso Nonô, que ao provar cervejas artesanais em suas viagens, decidiu que as traria para o público alagoano. Depois do almoço, hora de sair de qualquer dieta porque os doces que encontrará ao longo do corredor não lhe darão alternativa,

Arroz de costela

Foto André Palmeira

Foto Jonatan Lins

Pequenos detalhes O cuidado com o ambiente é outro atrativo da feira.


68 Capa senão, a de prová-los. Isso mesmo, no plural, já que será impossível se conter com apenas um deles. Delícias como as guloseimas do chef e gabaritado confeiteiro, formado na escola peruana de confeitaria D´Galla, Lucas Padilha. Sobre o balcão, além dos deliciosos brownies de seis sabores, duas preciosidades que apresenta na feira. Primeiro, uma torta de limão que presenteia o paladar não só com o azedinho tradicional, mas também com uma massa crocante de trigo. Segundo, um suspiro limeño, que apesar do nome, não leva limão. O doce, que é de origem peruana, tem uma camada feita de leite, gema e leite condensado que passam horas ao fogo para serem reduzidos. Depois, recebe uma base de suspiro, clara em ponto de neve misturada ao vinho do Porto e açúcar. Tudo finalizado com um toque de canela. E no meio de tanta gente tarimbada, a chef Gabriela Costa tenha talvez, dentre tudo que já citamos por aqui, a maior novidade sobre o fogão nas ruas, a raclete. De origem suíça, o prato não chega a ser complicado, de visual

extravagante, nada disso, a surpresa fica por conta do sabor. Cheio de cultura, o prato consiste em raspar pedaços de queijo suíço derretidos e acomodá-los em cima de batatas assadas ou cozidas, que são acompanhadas de frios como salame, calabresa, salsicha e azeitonas, todos grelhados de leve na chapa. O legal do prato é que ele congrega. Numa roda de amigos, enquanto a conversa rola solta, cada um complementa sua batata com queijo raclete do jeito que quiser. Tivemos um desfile de calorias, é verdade. Entretanto, vale lembrar aos esportistas da orla que tanto o Food Park quanto a feira podem ser um ponto de parada, de fim de treino. Em ambos os locais, além da água gelada de lei após uma hora de corrida ou caminhada, você poderá repor suas energias em trucks de açaí com opções para todos os tamanhos, de copos de 200ml a tigelas de 750ml. Os acompanhamentos seguem a linha de reposição e vão de granolas de vários sabores, amendoim, paçoca, frutas

Foto André Palmeira

Tortas

Baião de dois Uma revista com a cara do Nordeste

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Foto Álvaro Borba

Burguer

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Sanduba de ragu de carne


novos sabores”, comentou Fabiana Mutiis. Importante deixar claro que acreditamos que a velha e tradicional comida de rua não deve ser esquecida ou tachada de forma negativa. Espalhados por toda a cidade, aquele lanche de bairro, que se torna longa conversa quando com os amigos se inicia um debate sobre o que cada um conhece, deve ser enaltecida. O acarajé da esquina, a tapioca da praia, o pastel da feira, a coxinha do ponto de ônibus e o passaporte da praça, continuam tendo graça e, em muitos casos, sabor especial. A gastronomia tem hoje o mesmo peso antes atribuído aos concertos ou exposições de arte. Ir a um restaurante pode ser o principal programa de uma noite de sábado. Entretanto, não podemos utilizar de sua evolução para pontuar distinção social. Antes de tudo, o consumo do alimento deve priorizar seus valores, como tradição e história; sempre se sobressaindo a tentativa de estabelecer diferenças, distinguindo consumidores. Indiferente a termos, conceitos ou modismos, na culinária só sobrevive o que é de bom gosto. E isto quem decide é o paladar!

Raclete

Drinks

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Foto André Palmeira

Chopp

Foto André Palmeira

e coberturas. Só não exagere na dose, senão terá que continuar os exercícios já em seguida. A democracia de espaços como a feira e o encontro de trucks, muito provavelmente, é o que de fato atrai tantos visitantes. Onde poderíamos encontrar tantas opções num só lugar? Famílias inteiras podem confraternizar, cada um degustando o que mais lhe agrada. As crianças em busca das deliciosas “besteiras”, as mulheres sempre com uma visão mais crítica pelo fato de entenderem do ofício e os homens de olho nos petiscos e bebidas oferecidas. Nessas ocasiões, até a demora comum nos horários de pico passa despercebida. Tão logo o primeiro pedaço ou gole vá à boca e o tempo terá valido a pena. “Os encontros gastronômicos de rua são mais democráticos e uma forma de comer bem em um ambiente descontraído e sem formalidade. São locais a céu aberto, de frente para o mar, com música ambiente e atrações como artesanato e outras novidades que podemos trazer. Um local onde os amigos podem se encontrar para bater um papo e experimentar


70 Natureza viva

ÁlvaroBorba

Pelos manguezais de Alagoas A filosofia e a ciência sempre andaram juntas e foi a partir dos questionamentos que a ciência evoluiu. Questionamentos tais como: “Como se faz fogo?”, “Por que o céu é azul?”, “Por que chove?”, “Quem sou eu?”, entre outros. Fazendo com que o homem buscasse as respostas, evoluindo e gerando novas perguntas. Dessa forma abrimos essa coluna com dois questionamentos: O que é o manguezal? E Existe diferença entre mangue e manguezal? Para muita gente manguezais são apenas lugares feios, fedorentos, sem utilidade e que deveriam ser substituídos por condôminos, principalmente os trechos a beira mar. Acreditamos que o ser humano só é capaz de amar aquilo que ele entende! Por isso, tentaremos, nesse pequeno espaço, jogar uma luz em um ambiente tão maravilhoso. Assim começamos com a nossa primeira pergunta.

O que é o manguezal?

Manguezal do rio Mundaú, na divisa entre os municípios de Porto de Pedras e Japaratinga.

Os manguezais são ecossistemas que ocorrem ao longo do litoral brasileiro, mais precisamente do Cabo Orange no estado do Amapá, até Laguna em Santa Catarina. São ambientes complexos, por ser uma zona de transição da terra para o mar e por desempenharem inúmeras funções, tais quais: Berçário para uma grande variedade de animais; área de alimentação para várias espécies e um tipo de filtro biológico, pois, os manguezais prendem os sedimentos que veem nas águas dos rios. Desta forma, são de extrema importância para a região costeira brasileira. Yara Schaeffer Novelli, professora da Universidade

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72 Natureza viva

Foz do Rio Poxim. A rodovia AL 101 norte, corta o rio Poxim, no município de Coruripe. Da rodovia até a foz do rio, observamos uma pequena área de manguezal que enriquece ainda mais a paisagem.

de São Paulo (USP), uma das maiores pesquisadoras de manguezais do mundo, dentro de suas várias pesquisas, observou que os manguezais são sistemas altamente resistentes e, portanto, estáveis. Ou seja, apesar de perder algumas de suas funções os manguezais só são destruídos quando o cortam. Por isso é comum em áreas tão degradadas, como por exemplo, em algumas áreas da lagoa Mundaú, você observar a existência de manguezais, mesmo com tantos impactos. Por falar na lagoa Mundaú, os manguezais embelezam e enriquecem a costa alagoana, e podemos observá-los, ao longo do nosso litoral, do rio Persinunga em Maragogi, até o rio São Francisco. Encontramos trechos bem preservados, como observamos em algumas fotos, porém, em sua grande maioria, os manguezais de Alagoas estão em um péssimo estado de conservação.

Manguezal do rio Santo Antônio. Do outro lado a famosa ilha da Crôa, na verdade uma área de restinga, uma faixa de areia de fica entre o rio e o mar.

O Complexo Estuarino Lagunar Mundaú Manguaba – CELMM, situado no litoral central de Alagoas e formado pelas duas principais lagoas do nosso estado. Possui um manguezal com aproximadamente 1.274,89 hectares.

Laguna do Roteiro, também situada no litoral central, formada a partir do estuário do Rio São Miguel é uma das mais exuberantes formações naturais do litoral alagoano, onde observamos o manguezal mais bem conservado, com árvores atingindo os 30 m de altura e uma área total de aproximadamente 584,42 hectares. É nesta laguna que encontramos a maior fazenda de ostras do estado e também é na margem do rio São Miguel que encontramos a vila da Palateia, uma comunidade que cresceu a partir do cultivo de ostras.

Rio Meirim, ou Santo Antônio Mirim, localizado na região norte e com uma área de 117,97 hectares. A cada ano o manguezal do rio Meirim vem sofrendo forte pressão, devido ao crescimento demográfico e expansão imobiliária da região de Ipioca.

Rio Santo Antônio, localizado no litoral norte alagoano, com uma área de 294,04 hectares.

Rio Camaragibe, também localizado no litoral norte, com 763,26 hectares. Este manguezal é um dos mais extensos do estado, encontrandose com poucos fragmentados.

Rio Tatuamunha, no litoral norte de Alagoas, com 177,59 hectares. Com certeza é um dos mais bonitos manguezais do estado, não só pelo manguezal em si, mas pelo fato do rio

Segundo um levantamento, feito em 2010, pelo Instituto de Meio Ambiente de Alagoas (IMA), com financiamento da Petrobrás. Tive o prazer de participar dessa pesquisa, e observamos como principais áreas de manguezais: •

Rio Coruripe, localizado no litoral sul de Alagoas, com uma área de 367, 55 hectares, é um dos manguezais mais fragmentados, com manchas, do estado. Rio Jequiá divide os municípios de Roteiro e Coruripe, no litoral sul do estado e possui uma área de 132, 98 hectares. É uma região de uma beleza singular e extrema biodiversidade, tanto que em 27 de setembro de 2001 a lagoa de Jequiá foi declarada uma Reserva Extrativista Federal, uma Unidade de Conservação (UC) que só pode ser explorada de forma sustentável e por populações tradicionais, ou seja, daquela região.

A construção de condomínios e resorts, o que vem gradativamente ameaçando as áreas de manguezais do nosso estado, levando-nos a seguinte pergunta “O que acontecerá com os manguezais?”

Barra do rio Santo Antônio. O termo “barra” significa “mar entrando em duas porções avançadas de terra firme”. A partir daí se batizou o nome do município.

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74 Natureza viva

Piaçabuçu, no baixo São Francisco encontramos uma grande área de manguezal, ainda pouco estudada, devido ao seu tamanho e por fazer divisa entre dois estados. É necessário um trabalho em conjunto para saber a atual situação de tal ecossistema.

Tatuamunha ser um rio de extrema beleza, lar principal do peixe-boi-marinho em Alagoas. •

Rio Manguaba situado, no litoral norte do estado, com uma área de 739,18 hectares, é sem dúvida um dos maiores manguezais do estado, menor apenas, que os manguezais do rio São Francisco e do CELMM. Rio Maragogi, localizado no extremo norte do estado quase na divisa com o estado de Pernambuco, com uma área de 185,66 hectares.

Devido ao ambiente onde está inserida, a flora do manguezal é extremamente adaptada, principalmente para suportar a grande quantidade de sal na água, as plantas desenvolveram estratégias fantásticas para eliminar esse sal. São espécies de plantas típicas dos manguezais alagoanos: •

Rhizophora mangle conhecida popularmente como mangue vermelho, espécie que pode atingir até 30 m de altura em um manguezal bem estruturado, observamos está árvore nas margens externas, dentro d’água. É uma planta fácil de reconhecer, devido as suas raízes de escora, estruturas que auxilia a sustentação da árvore. Lembram que foi falado sobre a adaptação das plantas de manguezal, para lidar com a grande quantidade de sal na água? Pois bem! Ao contrário das outras espécies de mangue, o vermelho, não possui glândulas de sal, e a retirada desse excesso de sal é realizada nas células das plantas.

Laguncularia racemosa conhecida popularmente como mangue branco, espécie que atingi no máximo 15 m de altura, na casca do seu caule há uma grande quantidade de tanino, um composto químico, utilizado na medicina popular e para tingir objetos. O mangue branco possui, na base de suas folhas glândulas de sal, estruturas que servem para eliminar o sal da planta.

Saindo das margens do rio, entrando no continente, encontramos duas espécies de mangue preto ou siriba, Avicennia germinans e Avicennia schaueriana. São plantas que podem atingir até 23 m de altura. Uma espécie se diferencia da outra pelo formato da folha, na A. schaueriana as folhas são alongadas e mais escuras, não possuem glândulas de sal,

Existe ainda o manguezal do rio São Francisco, uma dos mais importantes do país que devido a sua imensidão e por fazer divisa entre dois estado, Alagoas e Sergipe, dificultam as pesquisas. Quem sabe um dia, um trabalho em conjunto não seja realizado, preenchendo assim essa lacuna. Em todas as desembocaduras dos rios alagoanos, podemos ou deveríamos encontrar áreas de manguezais. Falando nisso o manguezal é um dos ecossistemas mais ameaçados do mundo, principalmente pelo corte da sua vegetação, devido à expansão imobiliária e a criação de camarão, além do mais, como é uma área que está situada na foz do rio, recebe toda carga de poluentes e resíduos que são lançados no rio. Acredito que tenhamos respondido a primeira questão e com isso melhorado a imagem dos desvalorizados manguezais. Bom! Vamos à segunda!

Existe diferença entre mangue e manguezal? Sim! Mangue se refere à flora que compõe o ecossistema manguezal, ou seja, os mangues (plantas) estão dentro do manguezal (ecossistema).

Manguezal do rio Coruripe, litoral sul de Alagoas.

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76 Natureza viva

Área de regeneração do rio Jequiá, litoral sul de Alagoas. Ao se regenerar um manguezal fica com uma arquitetura diferente, o mangue vermelho lança várias raízes escoras e algumas dessas raízes viram caules. Alguns pesquisadores dizem que tal arquitetura é sinal do elevado grau de impacto ambiental.

Na lagoa do Roteiro, litoral sul do estado, encontramos o manguezal melhor preservado, onde observamos o mangue vermelho com suas raízes bem definidas e várias árvores com mais de 20 m de altura.

eliminando o sal direto pela folha, ficando a mesma parecendo que tem poeira em cima. •

Ainda mais no interior do manguezal, é comum encontrarmos a espécie Conocarpus erectus, conhecida popularmente por mangue-debotão. É uma árvore de médio porte, podendo atingir 8 m de altura.

Essas plantas, bem como o ecossistema, vêm sofrendo ao longo dos anos com os impactos causados pelos homens. Ainda durante o processo de colonização do Brasil, extensas áreas de manguezais foram devastadas para plantio de coco e continuou por muito tempo, até que a desvalorização do coco freou o desmatamento. Em tempos mais atuais áreas de manguezais foram e ainda são perdidas para a criação de camarãomarinho e principalmente para a construção de casas e condomínios. Ainda temos o lançamento de esgoto e a grande quantidade de resíduo. A verdade é que o futuro dos manguezais é uma grande incógnita, como eu falei no começo desta matéria, respondemos algumas perguntas, porém, a mais importante de todas que é, “O que acontecerá com os manguezais?” ainda não temos a resposta. Cabe a nós a construção de um resultado positiva.

Além de berçário o manguezal também é um importante local de abrigo, dando proteção para algumas espécies. Como as andorinhas que descansam para em seguida continuar com sua migração.

Assim como outras espécies de caranguejo o aratu ao cavar sua toca, auxiliará na oxigenação do solo do manguezal, em um solo extremamente pobre de oxigênio, essa pequena ajuda é fundamental.

A partir de Ipioca até Maragogi é comum, durante a maré baixa, observa as marisqueiras, senhoras que retiram mariscos, por exemplo, nosso famoso maçunim.

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78 Conexão U.S.A.

AlenBarbosa

BODIE Uma cidade fantasma na Califórnia

Situada em uma região remota e isolada, porém rodeada por belíssimas colinas cobertas de grama, encontra-se uma das mais intrigantes “boomtowns” de mineração de ouro do velho oeste. Esta cidade situada nas montanhas da Sierra Nevada fica completamente escondida de todos e chegar lá é, por si só, uma viagem memorável. Para se chegar a Bodie, dirige-se durante uma hora ao longo de uma estrada curvilínea de terra e cascalho depois de sair da State Highway 395.

Bodie tem história... Garimpeiros perseguindo rumores de riqueza mineral encontraram ouro nas encostas orientais destas montanhas em 1859. Essa descoberta levou ao desenvolvimento de Bodie. A cidade começou como um pequeno campo de mineração e o nome é na verdade uma homenagem a WS Bodey, identificado como o primeiro homem a encontrar ouro na localidade. Durante esse mesmo ano, com a chegada de um inverno rigoroso veio tambem o infortúnio. Uma violenta tempestade de neve tirou a vida de muitos e infelizmente WS Bodey morreu em razao de tais circustâncias sem nunca chegar a desfrutar do ouro que descobriu e nem da cidade que recebeu o seu nome. De acordo com registros históricos, o distrito que começou com 20 mineiros mudou seu nome de “Bodey” para Bodie e cresceu, atingindo uma população estimada em 10.000 em 1880. A cidade fervilhava com famílias, mineiros, ladrões,

donos de lojas, pistoleiros, prostitutas e pessoas de todos os países do mundo. Durante esse tempo a atividade nas ruas de Bodie era contínua. Mercadorias chegavam pela estrada de ferro enquanto vagões de madeira que transportavam cargas enormes de madeira de pinho viajavam longas distâncias para abastecer as minas, moinhos e para fornecer material de construção para casas e construções em geral. Vagões de minério eram usados ​​para transportar minerais dos canyons para as fábricas e vagões de madeira utilizados ​​para transportar equipamento de prospecção. Era tambem comum ver o transporte de barras de ouro sendo guardadas por homens silenciosos, armados com rifles carregados com chumbo grosso.

Terra sem lei... Bodie crescia e a certa altura tornou-se uma das cidades mais violentas e sem lei e o apelido de “Badman Bodie” descrevia os habitantes indisciplinados. A lei e a ordem aparentemente nao eram importantes e era comum que os residentes resolvessem seus argumentos com a troca de tiros. É sabido que em Bodie existiam mais de 65 saloons. Além dos saloons a presença de numerosos bordéis, casas de má reputação, salas de jogos e antros de ópio. Era comum que no final de um longo dia de labuta os mineiros ao completarem seus expedientes nas perigosas minas e fábricas Uma revista com a cara do Nordeste


seguissem direto para os bares e para o distrito da luz vermelha, afim de gastar seus salários. Esta mistura de dinheiro, ouro e álcool, muitas vezes revelou-se fatal. Os jornais relatavam mortes diariamente e já aos primeiros raios da manhã os cidadãos, durante o seu café matinal especulavam: “Será que alguém foi morto ontem à noite?” Em 1890 Bodie já era comparada a outros lugares famosos por violencia como Tombstone, Arizona; Deadwood, Dakota do Sul; e Dodge City, Kansas. Assim como tantas outras cidades mineiras o período de glória de Bodie foi breve, durando de 1879 a 1882. Um desastroso incêndio atingiu Bodie em 1892 acarretando o fechamento de várias minas. O abandono da Bodie Railway em 1917 prejudicou ainda mais a pequena cidade. Outro incêndio devastador destruiu grande parte da cidade em 1932 e por volta de 1950, Bodie já era considerada uma cidade fantasma.

Um escritor explica: “Quando as pessoas começaram a deixar Bodie nao havia empresas para o transporte de mudancas na área. As pessoas simplesmente iam embalando o que podiam e o que caberia em um vagão ou caminhão, deixando o resto para trás.” “Muitos dos edifícios em Bodie ainda contêm os pertences que foram deixados para trás há muito tempo.” Isso e o que faz de Bodie uma cidade interessante, misteriosa e também um pouco assustadora, assim como uma autêntica cidade fantasma deve ser!

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80

Orgulho Alagoano

É prata no Mundial Em concurso realizado no mês de julho, a Alagoana Caraçuípe é premiada como uma das melhores cachaças do País Por Marcio Mrotzeck / Assessoria

Concurso Mundial de Bruxelas - Edição Brasil

A Cachaça Caraçuípe tornou-se uma das mais conceituadas bebidas do País. O “Concurso Mundial de Bruxelas Edição Brasil - Concurso Nacional de Vinhos e Destilados”, realizado anualmente, anunciou os grandes vencedores desta edição. Foram premiados com medalhas um total de 100 rótulos diferentes, sendo 49 vinhos e 51 destilados. Nesta última categoria, a alagoana Caraçuípe foi uma das agraciadas, recebendo a medalha de Prata.

Em sua 12ª edição, o concurso teve suas degustações realizadas nos dias 2 e 3 de julho, dentro do evento “Wine Weekend São Paulo Festival”, encerrado no domingo (5 de julho). O SEBRAE (Serviço Brasileiro - de Apoio às Micro e Pequenas) é o patrocinador oficial do “Concurso Mundial de Bruxelas Edição Brasil – Concurso Nacional de Vinhos e Destilados”.

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Dirigido aos setores de vinhos e destilados produzidos no Brasil, o concurso, respeitado mundialmente, tem como objetivo avaliar e certificar de forma ética os produtos nacionais, destacando a qualidade das bebidas para os consumidores brasileiros e internacionais. Neste ano, o número de inscritos atingiu a marca de 419 rótulos, sendo 215 de vinhos e 204 de destilados, o que representa um crescimento de 35% em relação ao ano passado, quando foram inscritos 160 rótulos de vinhos e 82 de destilados

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Este resultado confirma a qualidade do trabalho da produtora RC Indústria e Comércio. Ao mesmo tempo, temos muito orgulho de ser a única cachaça de Alagoas premiada no principal concurso de bebidas do mundo, neste ano, assim como uma das únicas três nordestinas conceituadas no concurso, mostrando a vitalidade do setor na região e qualidade da Caraçuípe no mercado.

Coutinho faz questão de lembrar que este é o resultado de um trabalho em equipe. “Todos os nossos setores são compostos por profissionais dedicados e competentes, sejam eles do departamento de marketing, comercial e principalmente de produção. Agradeço muito a todos os nossos funcionários que colocaram nosso produto no patamar que se encontra hoje”, complementa ele.

Foto Divulgação

Renato Coutinho, dono produtora RC e da Cachaça Caraçuípe, recebeu com muita honra a premiação e disse ser gratificante o reconhecimento. “Isto demonstra nossa qualidade e empenho em nosso trabalho, que coloca Alagoas no roteiro dos melhores produtores do Brasil. No ano passado já havíamos sido eleitos uma das três melhores cachaças do Brasil e com este novo prêmio, estamos mais motivados, sabemos que estamos no caminho correto”.

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84 Sentindo na pele

JúniorGavazzi

Área dos Olhos

O melhor cuidado é a prevenção. A partir dos 27 anos de idade, pode-se começar a usar um produto para a área dos olhos. A área ao redor dos olhos é a parte mais sensível, fina e delicada do rosto e deve ser tratada com cuidados especiais. A área ao dos olhos realiza muitas contrações e é a parte mais exposta do rosto: é extremamente frágil e também é a área mais propensa a sinais de envelhecimento. Além de tudo isso, esta área está sujeita a movimento constante dos músculos, e não possui muitas fibras de colágeno e elastina. A área sofre muito também com a desidratação e a fragilidade dos pequenos vasos que irrigam a região dos olhos. Em virtude de todos estes aspectos, não fica difícil concluir que os tratamentos para a área dos olhos devem, realmente, ser muito especiais. Rugas, linhas de expressão, pés-de-galinha, olheiras, bolsas e inchaços são os principais problemas encontrados nessa região. Eles se iniciam lentamente e, se não forem combatidos, dão um aspecto extremamente envelhecido à pele. Rugas e Linhas de Expressão: As rugas são depressões que aparecem primeiramente na região dos olhos e são originadas devido a problemas no comportamento das fibras de colágeno e elastina. As linhas de expressão são linhas que se formam com gestos ou expressões repetitivas. Pés-de-Galinha: Os pés-de-galinha são as rugas que saem do canto lateral dos olhos, deixando a expressão do olhar pesada e marcada. Essas marcas aparecem devido ao desgaste das interconexões que ligam os músculos à derme.

Bolsas e Inchaço: As bolsas são um acúmulo de lipídeos que estimulam o afrouxamento dos tecidos cutâneos da pálpebra. O inchaço geralmente ocorre pela manhã ao acordar. São mini edemas e ocorrem porque, quando deitamos, todo o sistema do canal linfático funciona mais lentamente devido às pálpebras permanecerem imóveis por um longo período. Cuidados Especiais com a Área dos Olhos Além da hidratação, que é muito importante nessa região da face, produtos que contenham ativos como as vitaminas A, E e C estimulam a renovação celular e combatem os radicais livres. Utilizar óculos escuros com proteção ultravioleta, que preservam as fibras colágenas e a textura da pele, mesmo quando começa o processo de envelhecimento. Além disso, sempre usar filtro solar na região. Cuidados com a limpeza são essenciais. Devese sempre retirar toda a maquiagem antes de dormir, utilizando sabonete ou loção de limpeza e demaquilante adequados para área dos olhos. Usar hidratante e cremes de tratamentos específicos para área dos olhos. Conheça a anti-idadeTimeWise Repair™ da Mary Kay, tem tudo que você precisa! Linha anti-idadeTimeWise Repair™ - Mary Kay Reduz a aparência de linhas profundas de expressão e rugas. Proporciona efeito lifting. Mais firmeza e preenchimento da pele. Promove um tom de pele mais uniforme.

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Olheiras: As olheiras são alterações pigmentares ou vasculares, que podem ser intensificadas após uma noite mal dormida ou durante o período pré-menstrual em mulheres. Também podem ser causadas por predisposição genética. Surgem devido ao acúmulo de hemoglobinas (presentes nos vasos sanguíneos e responsáveis pelo transporte de oxigênio no sangue) – na região logo abaixo dos olhos.

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86 Dicas do Publisher

MarcioMrotzeck

Festival da Lagosta Setembro é contemplado com mais um Festival da Lagosta em Maragogi, os visitantes poderão aproveitar descontos de até 50%

Em sua 6ª edição, o Festival da Lagosta de Maragogi acontece até o dia 07 de setembro na arena gastronômica, e se estende até o dia 27. Durante esse período, os restaurantes participantes elaboram pratos sofisticados que misturam sabores de especiarias a vários outros temperos e ingredientes, que destacam ainda mais o gosto da estrela principal: a lagosta. Um cardápio especialmente criado para a ocasião, com descontos de 30% a 50%. Com uma infraestrutura completa e uma vasta programação, turistas e moradores lotaram a arena

gastronômica nos dois primeiros dias, para conferir muito entretenimento, e degustar os pratos, claro. A Banda Mô Fio, o grupo de dança Lambashow, além de apresentações culturais com grupos de xaxado, guerreiro do PETI, e pastoril com alunos do Educandário, foram algumas das atrações que já passaram pelo palco do lugar. O prefeito Henrique Madeira, destaca a importância de fortalecer o evento no calendário do município. “Além de valorizar os produtos da região em uma festa voltada para a família, o festival surgiu com o compromisso de expor nossa cultura e incrementar a economia do município”, afirma. O 6º Festival da Lagosta é uma realização da Prefeitura de Maragogi e Costa dos Corais Convention & Visitors Bureau. Tem Co-realização do SEBRAE, e patrocínio do Governo do Estado e Banco do Nordeste. A imprensa alagoana, recebeu o convite da Secretária de Comunicação do Município, Elaine Rafaela e marcou presença, aprovando o cardápio do festival, a estrutura do evento e todas as acomodações oferececidas para curtir o festival em grande estilo. Uma revista com a cara do Nordeste


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AUTO CALDO GOURMET atendimento diferenciado, uma boa trilha sonora e um ambiente descontraído e agradável. Os pratos carros chefes são Vaca Atolada e Arroz de Polvo. Funcionamento de quinta a domingo das 18h ás 00h, no Food Park Alagoinha, (estacionamento do antigo Alagoinha). Contato 82 99111.6481 e 98857.5125

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SUPLEMENTO ESPECIAL CULTURA, SABOR & ARTE

Primeiro food truck de gastronomia na cidade. Há cerca de três anos o Auto Caldo abriu suas asas para decolar! Com um cardápio diferenciado que vai da culinária regional a alta gastronomia, trabalhamos com caldos, cremes e petiscos. Nossa missão é dispor para nossos clientes não só comida boa, mas

KOMBEER PREMIUM A Kombeer Premium é um conceito de BeerTruck de cervejas artesanais que dispõe de vários rótulos nacionais e internacionais, das mais tradicionais e premiadas cervejas do mundo! Com localização única e ambiente descontraído, na companhia de uma seleção musical contemporânea

e com apresentações ao vivo! Venha nos conhecer!!! Acompanhe a Kombeer nas redes sociais, siga no Instagram como @KombeerPremium e curta nossa página no facebook. Estamos na praça dos Food Trucks de Maceió (antigo estacionamento do Alagoinhas). Uma revista com a cara do Nordeste


Fotos Gustavo sarmento

THE BLACK BEEF BURGERS O Chef Deco, que trabalhou em restaurantes em NY, formado em gastronomia hoje se dedica 100%

ao negócio, criando Burgers novos toda semana e finalizando os preparativos para a inauguração da loja fixa. O The Black Beef está se tornando a primeira rede de franquias nordestina no segmento Fast Casual. Em breve abrindo unidades em locais como Salvador, Recife e João Pessoa. Fast Casual pra quem não sabe é a fusão do Fast Food com o Casual Dining, oferecendo a qualidade da comida do Casual Dining porém com a rapidez e praticidade do Fast Food. Hoje, o The Black Beef conta com praticamente 90% dos produtos artesanais, os pães, os burgers, molhos e até mesmo a muçarela é feita de forma artesanal. O Chef conta também que em breve está abrindo outro Food Truck, de segmento diferente (surpresa). Horários do The Black Beef: quarta, quinta e domingo das 18 às 23, e na sexta e sábado das 19 às 00.

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Nascido há pouco mais de um ano, o The Black Beef Burgers, Food Truck criado pelo Chef Deco Sadigursky para atender a necessidade de Burgers diferenciados na cidade.


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PALETA ARRETADA Alagoana e deliciosa, a Paleta Mexicana Arretada tem se destacado no segmento pelos sabores marcantes e inconfundíveis. Com fabricação própria, garante ao cliente qualidade no produto, que é artesanal e produzido com os melhores produtos do mercado.

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SUPLEMENTO ESPECIAL CULTURA, SABOR & ARTE

Prezamos pelo bom atendimento, baseado no bom

humor, simpatia e no compromisso de fazer e vender as melhores paletas com dedicação, seriedade e amor. Além do Food Truck no alagoinhas, nossas paletas estão espalhadas em colégios, restaurantes e podem fazer parte do seu evento. Venha você também provar os sabores de uma paleta que é ARRETADA!

TMAKI EXPRESS Com o intuito de oferecer uma opção de comida prática, nutritiva e em harmonia com o meio ambiente, a Tmaki Express chegou em Maceió em novembro de 2013, como o primeiro restaurante móvel sustentável do Nordeste. Um restaurante japonês sobre rodas, onde a especialidade é Temaki (sushi em formato de cone).

Hoje, com três unidades, sendo duas em pontos fixos, no Empresarial JTR e Maceio Shopping, além do Food Truck no Alagoinha. No cardápio, além de receitas tradicionais japonesas, pratos diferenciados que agradam aos mais exigentes paladares, sempre com excelência, cuidado e qualidade. Siga @TmakiExpress Uma revista com a cara do Nordeste


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ITYNERANTYS MACEIÓ

LOS SÁNCHEZ COCINA MEXICANA Vai um taco? Inspirado na culinária mexicana, o boliviano Pablo Sanchez trás a Maceió o food truck Los Sanchez. Com um visual todo diferenciado, inspirado nas caveiras mexicanas - que significam luz e proteção -, Los Sanchez trás um cardápio picante e bem recheado com a promessa de seduzir os clientes www.OUSHBrasil.com.br

com saborosos tacos, burritos e nachos. Além das delícias propostas, da decoração personalizada, o bom atendimento é um diferencial garante Pablo. O truck abre de terça a domingo, à partir das 18h, a Praça dos Food Trucks no Alagoinha é o ponto fixo. Confira alguns pratos em @LosSanchezz no instagram.

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da combinação de frutas, gelo e açucar líquido com aromas, que fazem a magia do produto e a diferença nos nossos sabores. Todos acompanhados de Vodka, Rum, Sakê, Cachaça ou Água, a gosto do cliente. Atualmente contamos com 2 Food trucks, localizados em pontos estratégicos da cidade.

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O Itynerantys surgiu com a ideia de oferecer Drinks exclusivos e modernos para todo tipo de cliente. Para isso, convidamos a bartender e mixologista Talita Simões, super premiada no Brasil e no mundo, para elaborar nossa carta de bebidas especiais. Oferecemos 12 opções de Itynerantys, todos oriundos


Foto Lets Dive

92 Infogrรกfico

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94 Miragem

AndrĂŠPalmeira

Guia permanente Localizado na paria de Ponta Verde, o Farol alerta os navegantes e em dias de marĂŠ seca nos convida a visitĂĄ-lo.

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96 Marketing Moderno

PhilipePiaceri

Os quatro P’s

Os 4P’s, Marketing Mix ou Composto de Marketing, escolha uma definição e vamos em frente, pois as 3 são a mesma coisa! Por Philipe Piacery

Esse conjunto de ferramentas de marketing é essencial para programar o posicionamento estratégico da empresa e conseguir impactar o público correto, são variáveis que influenciam a forma com que os consumidores procurem pelo seu produto. Esse mix foi formulado por Jerome McCarthy em seu livro Basic Marketing e trata do conjunto de pontos de interesse para os quais as organizações devem estar atentas se desejam progredir em seus objetivos de marketing. Bom, precisamos entender que as 3 definições se resume na junção de 4 elementos que compõe qualquer estratégia de marketing: Produto, Preço, Praça e Promoção. Produto: É aqui que iniciamos qualquer negocio, definir o produto com base nas necessidades do público-alvo. Nesse quesito tudo será avaliado pelo consumidor: o design, embalagem, benefícios e etc. Tudo isso deve, obrigatoriamente, ser desejado pelo cliente e estar dentro das suas expectativas e satisfazer suas necessidades, resultando na soma da satisfação física e psicológica do consumidor. Preço: Nesse quesito temos que definir quanto irá custar o produto. É necessário analisar se o preço é equivalente às qualidades que o produto

oferece, além de trabalhar também pensando em descontos, prazo, condições de financiamento e etc. Praça: Após um produto ser produzido, com o seu preço estabelecido, ele precisa ser distribuído no mercado até os pontos de vendas. A venda pode ser feita online ou em lojas físicas. Mas também sobre os prazos de entrega e de atendimento. Esse elemento é um dos mais vitais de todos, pois funciona como ponte entre o produto e o consumidor, trabalhando desde os canais de distribuição até o conforto do cliente em adquirir o produto. Promoção: Vamos divulgar? Nesse momento os profissionais de marketing usam suas estratégias para estabelecer um plano. As estratégias devem combinar métodos individuais, como publicidade, links patrocinados, fanpage, radio, telemarketing entre outras. Além disso, podemos considerar como sendo cinco as principais ferramentas da promoção: A propaganda, promoção de vendas, relações públicas e publicidade, força de vendas e marketing direto. Itens que podemos explicar em outra oportunidade. Entenda esse mix como uma receita de bolo, cada um dos 4Ps é um ingrediente e o resultado final depende do preparo correto e das combinações exatas. Os ingredientes precisam se completar. Tome muito cuidado para não queimar esse bolo.

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98 Crônica

Entre Aspas Acho que qualquer homem que tenha este acontecimento inesperado na vida fica bastante pensativo. Alegria, confusão ou preocupação com certeza inundam seus pensamentos, com um toque de felicidade a mais sempre. Alegria de saber que vai existir um mini-me em sua vida, que seja ele ou ela parecido com você fisicamente ou no gênio. Confusão no sentido de que às vezes vem aquela pergunta: mas como isso foi acontecer? Pois é, às vezes a camisinha se rompe ou até mesmo o anticoncepcional falha, afinal, não é 100%. A preocupação, pode se enumerar várias, sendo ela financeira ou mesmo, em minha opinião, na criação. Sim, criação, pois queremos fazer de tudo para que nossos filhos quando cresçam possam ser pessoas de quem nos orgulhamos na sociedade. Uma vez li uma citação, “Filho é um ser que nos foi emprestado para um curso intensivo de como amar alguém além de nós mesmos, de como mudar nossos piores defeitos para darmos os melhores exemplos e de aprendermos a ter coragem. Isto mesmo! Ser pai ou mãe é o maior ato de coragem que alguém pode ter, porque é se expor a todo tipo de dor, principalmente da incerteza de estar agindo corretamente e do medo de perder algo tão amado. Perder? Como? Não é nosso, recordam-se? Foi apenas um empréstimo. Este lindo texto pertence a José Saramago. Acompanhar a evolução do filho é prazeroso demais. A primeira vez que engatinha, que fica em pé, o primeiro sorriso, aquela gargalhada que parece não ter fim e vai ficando sem ar, que come macarrão com purê e frango, que fica doente, que cai e se machuca. Sim eles dão bastante trabalho, mas eu duvido você não acordar de bom humor olhando

pro lado e ver a cabeça de seu filho aparecer por cima do berço e dar aquele sorriso, esperando que o tire de lá na certeza que ficará em seus braços - até o momento de aparecer o avô e ele enlouquecer pra ir brincar. Com muitas incertezas, vamos seguindo em frente e sempre ensinando o que para nós convém ser o certo. Pensamos na escola que o queremos, o quanto posso ajudar ele nos estudos. Queremos que ele faça as mesmas coisas que nós (porque não?), treinar um jiu-jítsu e jogar bola juntos. Tocar um violão. Estudar sempre, mas sem deixar de ser uma pessoa para o mundo também, correndo descalço nas ruas em suas brincadeiras com os amigos. Que possamos tirar nossos filhos deste mundo virtual que está se instalando a cada dia. Não que a internet e os computadores sejam ruins, mas tudo na medida certa. Na citação de José Saramago, ele diz que os filhos são empréstimos. Passamos cerca de 20 anos criando da melhor forma possível e depois os jogamos ao mundo. Mundo esse que conhecemos bem e sabemos de tudo que pode acontecer. Mas vai ser sempre assim, temos que dar a liberdade deles crescerem fora de nossas asas, atingir a maturidade e criar aquela saudade dentro de todos. Sou pai de um menino de 11 meses e escrevo esse texto com alegria e um sorriso gigante, pois vislumbro tudo que vivo através do meu filho. Hoje consigo ter a percepção de que nada sei do futuro e por isso busco fazer o máximo que posso no presente. Cada segundo vivido, cada momento ao lado dele, cada cheiro, cada sorriso decifra toda minha essência e o porquê eu estou aqui.

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E de repente vem a notícia, você vai ser pai! Como você se sente na hora?

Eduardo Figueirêdo Uma revista com a cara do Nordeste


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