Relatório de Gestão Embrapa Agroindústria Tropical 2010/2012

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RELATÓRIO DE GESTÃO 2010-2012



Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Agroindústria Tropical Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

RELATÓRIO DE GESTÃO 2010-2012

Fortaleza, CE, 2013


Apresentação No triênio 2010-2012, a Embrapa Agroindústria Tropical cumpriu, muito além do planejado, os seus objetivos e metas estabelecidos. Esse feito foi possível graças aos aportes suplementares de recursos viabilizados pelas Emendas Parlamentares, pelo PAC Embrapa e pelas alocações e direcionamentos da Diretoria Executiva, mas também, fundamentalmente, por ações de gestão, que foram determinantes para o alcance dos resultados ora retratados. É importante ter em conta que o macroprocesso da pesquisa envolve desde o levantamento e priorização de demandas, o planejamento e a execução da pesquisa em si, as ações de desenvolvimento tecnológico, o esforço de transferência de tecnologia e a avaliação de impacto (econômico, social e ambiental) que retroalimenta o processo. Ressalte-se ainda o aporte decisivo para que ocorram os resultados finalísticos de P&D e TT, consubstanciados pelas ações transversais envolvendo o suporte administrativo, nas suas múltiplas facetas (gestão de pessoas,


Foto: Cláudio Norões

infraestrutura e logística, orçamento e finanças, patrimônio e material, assessoria jurídica, contratos e convênios), além da comunicação e da tecnologia da informação. Esse esforço perpassa também estruturas importantes para os resultados de pesquisa, que são os Laboratórios, os Campos Experimentais ou mesmo a infraestrutura de parceiros externos. Os avanços registrados nesse período cobrem todas as etapas do macroprocesso de pesquisa, o que nos assegura a tranquilidade do dever cumprido junto à sociedade brasileira. Todas essas conquistas se devem, sobretudo, à capacidade de trabalho da nossa valorosa equipe, que se somam, de forma inteligente e pró-ativa, aos vários parceiros externos: bolsistas, estagiários, fornecedores, financiadores, políticos, governantes, instituições de ciência e tecnologia; enfim, todos que, direta ou indiretamente, ampliaram nossa capacidade de resposta para aprimorar a competitividade e sustentabilidade da agroindústria tropical.

Vitor Hugo de Oliveira

Chefe-Geral da Embrapa Agroindústria Tropical


Foto: Joiciney Silva

Foto: Cláudio Norões

Foto: Marlon Valentin

Foto: Cláudio Norões

Foto: Ricardo Moura

Foto: Cláudio Norões


SUMÁRIO 1.

Gestão Organizacional Melhoria de Processos

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Gestão da Qualidade Gestão de Pessoas Gestão Orçamentário-Financeira

2.

Pesquisa e Desenvolvimento Programação de Pesquisa

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Ampliação da Capacidade Analítica Ações de Pesquisa em Destaque Banco de Tecnologias

3.

Transferência de Tecnologia e Comunicação Prospecção e Avaliação de Tecnologias

58

Implementação da Transferência de Tecnologia Comunicação Visitas, Premiações e Eventos

4.

Visão de Futuro

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GESTテグ ORGAnIzAcIOnAL

1. Foto: Francisco Fonteneli


Gestão Organizacional

A

realização da Pesquisa, Desenvolvimento e Transferência de Tecnologias depende do suporte de gestão que favorece a consecução dos seus objetivos e propósitos. Neste triênio, houve consideráveis avanços na gestão da Unidade, seja pela obtenção de orçamentos e parcerias significativas, seja pelo desenvolvimento de ações que proporcionaram mais eficácia e eficiência nos processos. As diretrizes estratégicas estabelecidas no Plano Diretor e a aprovação do novo Regimento Interno proporcionaram desafios que mobilizaram as diferentes equipes,

tanto na sede da Unidade como nos Campos Experimentais (Pacajus e Paraipaba). Nesta seção, o Relatório de Gestão contempla os descritivos de ações realizadas envolvendo os seguintes conteúdos: - Melhoria de Processos: potencializando a gestão; - Gestão da Qualidade; - Novo Regimento Interno; - Gestão da Informação; - Gestão de pessoas; - Gestão Orçamentária Financeira; - Investimento em Infraestrutura.

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Gestão Organizacional

Melhorando processos, potencializando a gestão A Embrapa Agroindústria Tropical tem buscado constantemente aumentar a eficiência e a eficácia de seus processos. Para isso, anualmente, a Unidade identifica os que necessitam de melhorias, de mais controle, agilidade e maior disponibilização de informações importantes para a tomada de decisão em todos os níveis da organização. Todo esse trabalho começou em 2010, quando foi instituída uma comissão para mapear todos os processos dos setores da Unidade, identificar os possíveis gargalos e propor AMPs para os mais críticos. Foram levantados 86 processos em 17 setores ou áreas. O primeiro passo foi a elaboração de um questionário sobre os processos e gargalos, que foi encaminhado eletronicamente para os responsáveis pelos setores e áreas. Após o mapeamento dos processos, a comissão identificou os mais críticos. Em 2012, o Núcleo de Desenvolvimento Institucional (NDI) fez uma revisão do trabalho, constatando mudanças de cenários e realizado uma nova priorização das ações. Cada AMP envolveu uma equipe diferente, coordenada por um representante do NDI e com a participação dos setores e áreas envolvidos no processo. A seguir, apresentamos alguns exemplos de melhorias realizadas no triênio 2010-2012:

tudantes; gestão de resíduos de laboratórios; publicações de trabalhos da Embrapa Agroindústria Tropical e compras por pregão eletrônico. No mesmo período, foram realizadas ações de comunicação da AMP do Setor de Contratos e Convênios, com a confecção de cartilha.

novo sistema de solicitação compras A novidade surgiu a partir de uma pesquisa de satisfação que observou dois pontos a serem melhorados. O primeiro ponto foi a insatisfação dos usuários quanto à interface do sistema utilizado, o Samasp, que apresenta uma aparência antiga e complicada. Para solucionar a questão da interface, foi criada uma aplicação na intranet com fácil acesso e melhor usabilidade, além de disponibilizar todos os itens a serem solicitados. O usuário pode inserir seu subprojeto e identificá-lo no sistema. Para resolver o problema com as descrições dos itens, foi criada uma comissão, formada por todos os responsáveis por laboratórios da Unidade, a qual trabalhou durante seis meses na padronização das descrições nos dois grupos de itens com maior demanda: o de material de laboratórios e o de reagentes. O sistema pode ser acessado diretamente na intranet.

Análises e Melhorias de Processos Almoxarifado (AMP) Em 2012, entrou em funcionamento o novo Nos três últimos anos, a Unidade concluiu e apresentou seis Análises e Melhorias de Processos (AMP) previstas nas metas desse período: gestão de projetos financiados por fontes externas; contratação e acompanhamento de estagiários, bolsistas e es-

almoxarifado de reagentes da Embrapa Agroindústria Tropical. Mais que uma nova infraestrutura, o imóvel representa um novo processo de requisição, conservação e manuseio dos materiais, que passam a ser submetidos à logística renovada de distri-


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buição dos insumos para os laboratórios. A partir de agora, os interessados em materiais do almoxarifado devem entrar em contato com o Setor de Gestão de Patrimônio e Suprimentos (SPS) e realizar a solicitação. Entre as novas regras aplicadas no novo almoxarifado, está a definição de dias específicos para a entrega do material. A organização dos materiais é o grande diferencial do novo prédio. Isso proporciona um controle maior e também uma melhor gestão dos materiais. Dessa forma, a Unidade passa a utilizar de forma ainda mais

eficaz os recursos disponíveis, inclusive os financeiros.

controle das avenças O Setor de Contratos e Convênios (SCC), em parceria com o Núcleo de Desenvolvimento Institucional (NDI), lançaram, na intranet, a página de controle de avenças da Unidade. Todos os empregados terão acesso à página em tempo real, e os gestores de contratos poderão acompanhar todas as etapas do processo. O acesso é feito pela intranet.

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Gestão Organizacional

Gestão da qualidade Foto: Cláudio Norões

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O primeiro Procedimento Operacional Padrão (POP), intitulado Procedimento de Elaboração e Controle de Documentos, foi aprovado em março de 2011 e contém as principais orientações sobre como deve ser elaborado, verificado e aprovado um POP na Unidade. Em abril daquele ano, foi realizado o Workshop POP Zero, cujo objetivo foi capacitar analistas e assistentes de laboratório na aplicação desse documento no ambiente de trabalho. A etapa seguinte consistiu na elaboração dos POPs de análi-

ses e equipamentos críticos elencados pelos laboratórios. No fim de 2011, 12 laboratórios haviam elaborado 77 procedimentos, sendo 34 verificados e 29 aprovados. O Programa de Melhoria Organizacional é constituído de três atividades básicas: os Encontros de Gestão, o blog Encontros de Gestão e o Trocando Ideias. Este último consiste em encontros semanais entre a chefia e um grupo de empregados convidados; os Encontros de Gestão são reuniões mensais, abertas a todos os empregados da Unidade, enquanto o blog Encontros de


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Gestão está disponível na intranet. Todas essas atividades abordam temas relacionados à gestão empresarial. Os principais resultados alcançados foram: o estabelecimento de um espaço onde é possível discutir temas relacionados à gestão da Unidade, o desenvolvimento de competências na área de gestão empresarial, a melhoria da comunicação organizacional e uma maior integração entre empregados de diferentes cargos e áreas. Em 2010, a Embrapa Agroindústria Tropical promoveu o I Organizando, evento que mobilizou os colaboradores no sentido de realizar melhorias na organização do ambiente de trabalho, além de descartar e doar materiais supérfluos para instituições de caridade. Em 2011, foi realizada a segunda edição do evento. O principal objetivo do II Organizando foi promover uma visão mais ampla sobre organização entre os colaboradores, tratando de temas como gestão do tempo, reciclagem e organização financeira.

O Programa de Melhoria Organizacional é constituído de três atividades básicas: os Encontros de Gestão, o blog Encontros de Gestão e o Trocando Ideias.

SAc No que se refere ao atendimento ao público externo, o Serviço de Atendimento ao Cliente da Embrapa Agroindústria Tropical registra crescimento em sua atividade nos últimos três anos. Em 2012, do total de demandas, 45 mensagens vieram de clientes de outros países. O estado brasileiro que concentrou o maior número de solicitações de informações no mesmo ano foi São Paulo. Foram 112 contatos. O segundo da lista foi o Ceará, de onde partiram 108 das solicitações. A lista prosseguem com Bahia (69), Rio de Janeiro (53), Minas Gerais (34) e Rio Grande do Norte (33). Os dados são do relatório de atendimento do serviço. Por meio do documento é possível avaliar quem são os clientes da Unidade e quais são os assuntos que despertam mais interesse. Os produtores rurais foram os que mais procuram o serviço. Mas também procuraram informações consultores, estudantes, empresários, extensionistas, e até donas de casa. O assunto que mais gerou solicitações de informações por meio do SAC foi casca de coco, com 16% de todas as mensagens. Dez por cento das mensagens procuravam informações sobre pragas e doenças. A lista de assuntos mais procurados envolve, ainda, água de coco, cultivo de caju e processamento de pedúnculo de caju.

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Regimento Interno Diante da necessidade de alinhar o funcionamento da Unidade à visão de governança corporativa da Embrapa, a Embrapa Agroindústria Tropical reestruturou seu Regimento Interno em março de 2011. Esse novo regimento visa fortalecer a pesquisa e desenvolvimento, a transferência de tecnologia e a gestão administrativa, que são os três grandes macroprocessos da empresa. A Chefia-Geral passou a contar com três núcleos sob sua coordenação direta: Núcleo de Comunicação Organizacional (NCO); Núcleo de Tecnologia da Informação (NTI) e Núcleo de Desenvolvimento Institucional (NDI). A Chefia de P&D continuou com os núcleos temáticos e com o Comitê Local de Publicação e passou a contar com o apoio do novo Setor de Gestão de Laboratórios e do Setor de Gestão de Campos Experimentais. O novo regimento reestruturou a

Chefia de Transferência de Tecnologia, que passou a coordenar dois setores: o Setor de Gestão da Prospecção, Articulação e Avaliação Tecnológica (Spat), responsável por fazer a conexão entre a pesquisa e desenvolvimento e os setores produtivos por meio da caracterização e proteção das tecnologias, além de análises de mercado e avaliação dos impactos econômicos, ambientais e sociais; e o Setor de Gestão da Implementação da Programação de Transferência de Tecnologia (Sipt), com a função de proporcionar a adoção das tecnologias da empresa pelos setores produtivos. A Chefia de Administração continuou com o Setor de Gestão de Pessoas e o Setor de Orçamento e Finanças, mas reestruturou outros dois, transformando-os em Setor de Infraestrutura e Logística e Setor de Patrimônio e Suprimentos.

Chefia-Geral CTI

NCO

NDI

NTI

Chefia P&D

Chefia TT

SGL

NAP

SPAT

SCE

CLP

CLPI

NÚCLEOS TEMÁTICOS

LEGENDA

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CAE CTI NCO ND NTI SGL NAP SCE CLP

Comitê Assessor Externo Comitê Técnico Interno Núcleo de Comunicação Organizacional Núcleo de Desenvolvimento Institucional Núcleo de Tecnologia da Informação Setor de Gestão de Laboratórios Núcleo de Apoio à Programação Setor de Gestão de Campos Experimentais Comitê Local de Publicações

SIPT

CAE

Chefia ADM SGP

SOF

SPS

SIL SCC

SPAT Setor de Gestão da Prospecção e Avaliação de Tecnologias SIPT Setor de Gestão da Implementação da Programação de Transferência de Tecnologia CLPI Comitê Local de Propriedade Intelectual SGP Setor de Gestão de Pessoas SOF Setor de Gestão Orçamentária e Financeira SPS Setor de Gestão de Patrimônio e Suprimentos SIL Setor de Gestão de Infraestrutura e Logística SCC Setor de Gestão de Contratos e Convênios


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Gestão da Informação

Com objetivo de preservar a memória técnica e institucional da Embrapa Agroindústria Tropical, foi criado o Banco de Imagem, um software composto de fotos digitalizadas que podem ser utilizadas para fins de publicidade, ilustração, conteúdo de documentos, entre outros. As fotos são registradas em várias categorias, tais como: Frutas, Flores, Eventos, Laboratórios, Mudas,

Obras, Plantas Medicinais, Plantas Exóticas, entre outras. O banco foi reativado no fim de 2010 e tem um acervo de 1.000 fotos, disponíveis para todos os empregados da Unidade. O Centro de Informações Tecnológicas e Comerciais para a Fruticultura Tropical (Ceinfo) é uma base de dados, aberta ao público externo, cujo objetivo é organizar e disponibilizar informações sobre a fruticultura tropical de forma rápida e atualizada, além de tornar mais eficiente o processo de comunicação e de transferência das informações de pesquisa da Unidade. A base possui, no seu acervo, 3.646 documentos (texto completo) sobre as diversas fruteiras estudadas pela Embrapa Agroindústria Tropical. No período de 2010 a 2011, foram incluídos 439 documentos (textos completos) e foram realizados 8.273 acessos pelos públicos interno e externo.

Foto: Thaissa Aragão

Em fevereiro de 2011, foi lançada a Árvore do Conhecimento sobre Caju. A árvore contém informações validadas de todas as etapas da cadeia produtiva e oferece conteúdos sobre a produção de caju, abrangendo as fases de pré-produção, produção e pós-produção, além do acesso a artigos, livros, arquivos de imagem e som, planilhas eletrônicas, entre outros. A construção do projeto mobilizou uma equipe de cerca de 30 profissionais, entre pesquisadores e analistas, durante três anos de trabalho.


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Gestão de Pessoas Gestão Organizacional No triênio 2010/2012, a Embrapa Agroindústria Tropical contratou 29 empregados. Somente no ano de 2010, foram 19 contratações, sendo 12 desses novos empregados lotados em áreas vinculadas à Pesquisa e/ou Laboratório e 7 na área de suporte à pesquisa. Em 2011, foram mais sete contratações: três para áreas vinculadas à Pesquisa e/ou Laboratório e quatro na área de suporte à pesquisa. Em 2012, foram três contratações , sendo um analista e dois assistentes, tendo sido estes últimos convocados da lista de Portadores de Necessidades Especiais. Em 2010, a Unidade recebeu dois empregados transferidos, sendo um da Embrapa Hortaliças, e o outro, da Embrapa Sede, reforçando o quadro no Campo Experimental do Curu e Setor de Gestão de Infraestrutura e Logística. Em 2011, foram três empregados transferidos, sendo um para área de transferência de tecnologia, um para área de Contratos e Convênios e outro para o Setor de Orçamento e Finanças. Em 2012, por sua vez, dois empregados foram transferidos, sendo um assistente para o Setor de Gestão de Orçamento e Finanças e um analista para o Setor de Gestão de Pessoas.

Desenvolvimento profissional Foram realizadas 66 capacitações de 2010 a 2012, entre cursos presenciais e não pre-

senciais. As áreas contempladas foram identificadas por meio do documento de Identificação de Necessidade de Capacitação e do Sistema de Monitoramento e Avaliação de Desempenho dos Centros de Pesquisa da Embrapa (Smad). As formações foram realizadas com base nesses levantamentos e na priorização da Chefia da Unidade. O número de participantes em todas as capacitações chegou a 1.005.

Pós-Graduação Em 2012, a Unidade contabilizou o ingresso de quatro empregados no programa de pós-graduação da Embrapa: dois em doutorado, na área de Análise e Desenvolvimento de Processos na Indústria de Alimentos e um em mestrado, na área de Engenharia Química. Foram selecionados outros dois empregados, um para doutorado na área de Materiais poliméricos e outro para mestrado na área de administração – gestão de operações e competitividade, para ingressar no programa em 2013. Quatro empregados concluíram seus programas de pós-graduação em 2012, dois em nível de doutorado, nas áreas de Biotecnologia Agropecuária e Separação de Biomoléculas e Bioprodutos e dois em nível de especialização lato sensu, nas áreas de Marketing e Governança de Tecnologia da Informação. Uma empregada também retornou do pós-doutorado no exterior.

clima Organizacional Com base no diagnóstico da Pesquisa de Clima Organizacional realizada pela Em-


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Foto: Arquivo Embrapa

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brapa em 2009, foram implementadas várias ações de melhoria construídas no Workshop realizado em abril de 2010 e implementadas na fase de Monitoramento dos Planos de Ação, entre abril de 2010 e março de 2011. Durante o período, foi efetivada a Gestão do Clima Organizacional, inédita na Unidade. Os resultados logo puderam ser observados. Em 2011, a Embrapa aplicou novamente a Pesquisa de Clima Organizacional e Qualidade de Vida no Trabalho (QVT). A partir do Relatório emitido com os dados dessa pesquisa, foi verificado que a execução dos planos de ação e a adoção das novas práticas para a melhoria do clima organizacional na Embrapa Agroindústria Tropical mensuradas apresentou um índice de favorabilidade de 68,97%. Em comparação com a Pesquisa de 2009, cabe ressaltar o aumento no percentual de favorabilidade de todos os fatores. O fator Qualidade de Vida no Trabalho teve um percentual de 69,95% de favorabilidade, e

foi a primeira vez que foi analisado, sinalizando ainda que 71,64% dos empregados relataram participar das atividades de Qualidade de Vida oferecidas na Unidade e que 56,72% consideram o nível de importância das ações de QVT. Em 2012, podem ser destacadas as seguintes ações: - Encontro dos “Pratas da Casa”, em alusão ao Jubileu de Prata da Embrapa Agroindústria Tropical. Homenagem aos aposentados da Unidade que muito fizeram e contribuíram para a trajetória exitosa da Unidade, além de serem essenciais no fortalecimento da cultura de excelência. - Café Preview e Café com Biovalor, que proporcionaram momentos de integração entre a área administrativa e a pesquisa como forma de reconhecer o empenho e a dedicação dos colegas na construção do Laboratório Multiusuário de Química de Produtos Naturais (LMQPN) e do Laboratório de Biologia Molecular (LBM).



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- Caminhada Tropical, um momento de integração dos empregados aberto aos familiares, estagiários e terceirizados, de melhoria do clima organizacional e uma das atividades da agenda de comemoração dos 25 anos da Embrapa Agroindústria Tropical. O Evento aconteceu com música instrumental, plantio de mudas na alameda que contorna a Unidade e, ainda, a inauguração das obras de urbanização da Unidade.

qualidade de vida No triênio, foram realizadas várias ações relacionadas à qualidade de vida. Destacamos alguns eventos relacionados às datas comemorativas:

• • •

Blitz de carnaval; Comemoração do Dia Internacional da Mulher, com “Chorinho e sorvete na praça; Homenagem ao Dia do Trabalhador, com música ao vivo, sorteio de brindes e almoço na quadra de esportes da Unidade.

Em 2011, houve a Formação do Coral Canto Tropical, que inicialmente contou com recursos provenientes do Sinpaf e AEE, além do apoio e incentivo da Chefia da Unidade. A Ação conta com aproximadamente 25 empregados, que ensaiam semanalmente. O Coral já se apresentou em vários eventos da Unidade. A Sipat e a SQVT foram realizadas com pro-

gramação diversificada que contou com atividades de ginástica laboral, relaxamento, palestra sobre DST/aids e distribuição de cartilhas e preservativos, palestra sobre segurança pessoal, prevenção de doenças cardiovasculares, alimentação saudável, antitabagismo (contemplando o programa Saber Viver), etc. Ao longo do ano, foram repassadas informações orientadoras do Programa de Pró-Equidade da Embrapa aos empregados, visando sensibilizá-los, bem como apresentar-lhes o tema, por meio eletrônico. Com o Programa Saber Viver, assertivamente se prestou apoio a um empregado em tratamento por dependência química, por meio de orientações aos seus familiares. Diversas ações foram feitas, ainda, no interior do Programa Re-Conhecer, voltado aos aposentados da Unidade.

Saúde no trabalho Em 2012, foi implantado o programa de Ginástica Laboral. As aulas foram realizadas no período de outubro de 2012 a fevereiro de 2013, em espaços diferentes da Unidade, com a participação de empregados, estagiários e bolsistas.

Estagiários, Bolsistas e Pós-Graduandos Em 2012, foi lançado o Edital para contratação de estagiários de graduação re-

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Gestão Organizacional

munerados, selecionados de acordo com desempenho acadêmico, currículo e posterior entrevista com os orientadores de estágio. O Edital deverá se repetir semestralmente, nos meses de março e setembro de cada ano. Entre estudantes de nível médio, graduandos e pós-graduandos (mestrado e doutorado), tivemos um total de 282 vínculos institucionais. teve início ainda o processo de análise e melhoria de processos na contratação de estagiários, bolsistas e estudantes de pós-graduação, com previsão de conclusão dos trabalhos em 2012 e implementação das melhorias a partir de 2013.

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Número de bolsistas de doutorado que são orientados por pesquisadores da Unidade.

Segurança do Trabalho Importantes avanços foram realizados no processo de Segurança no Trabalho e na Gestão Ambiental. Destacamos nesses processos a contribuição das gestões da Cipa, cujos relatórios das inúmeras inspeções realizadas orientaram as ações, entre elas a contratação de uma engenheira de

segurança no trabalho, que, além do suporte técnico, implementou várias iniciativas como a criação de um banco de dados de EPIs atrelado ao processo de compras. Um empregado foi selecionado como responsável pela gestão de resíduos na Unidade, que, por meio de Análise e Melhoria de Processo (AMP), definiu o fluxo de coleta e destinação final dos resíduos. Essas contribuições foram determinantes para a redução do número de registros de acidentes no trabalho em comparação ao período anterior.

Infraestrutura Importantes melhorias na infraestrutura também foram realizadas com foco no bem-estar e na qualidade de vida no trabalho, destacando-se: a ampliação do consultório médico, aquisição de mobiliários ergonômicos, construção de calçadas para pedestres, reforma geral do restaurante, aquisição de veículo tipo van para transporte dos empregados do Campo Experimental de Pacajus, construção de espaços de convivência, ampliação dos jardins na sede e nos campos, construção de bloco de salas para pesquisadores, retirada dos dutos da antiga central de ar-condicionado (eliminando possíveis focos de contaminação por fungos), reforma geral da garagem, com sala estruturada para espera, e construção de dique para lavagem dos veículos.



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Gestão Organizacional

Gestão Orçamentária Financeira As etapas de levantamento e priorização das demandas da Unidade alinhadas aos documentos orientadores (PDU e Plano de Trabalho da Chefia) foram os principais norteadores das ações desencadeadas e serviram de base para a eficiência na gestão dos recursos orçamentários e financeiros aprovados pela Diretoria Executiva para os anos de 2010 a 2012. Esse triênio teve como destaque a captação de recursos provenientes de emendas parlamentares que permitiram a realização de importantes investimentos na infraestrutura básica de suporte à pesquisa que contribuirão sobremaneira para a consolidação da missão da Unidade como Centro Nacional de Pesquisa de Agroindústria Tropical. Os recursos do PAC também foram fundamentais para a conclusão da Obra de Construção dos Laboratórios Multiusuário

de Química de Produtos Naturais e de Biologia Molecular, bem como para a adequação dos aspectos ambientais da Unidade. Nesse período, foram aplicados R$ 42.285.762 em créditos orçamentários, assim distribuídos: 35% para custeio e 65% para capital (investimento e obras), originários do Tesouro Nacional. Em 2010, executamos o maior orçamento da série histórica da Unidade, graças ao êxito alcançado nos processos licitatórios, que se deveu principalmente pela grande interação das áreas de apoio e técnica com a participação direta dos pesquisadores na elaboração dos termos de referência e no acompanhamento das etapas dos pregões eletrônicos, emitindo pareceres técnicos após a análise das propostas encaminhadas pelos fornecedores, como também na elaboração de um novo banco de dados dos insumos necessários à pesquisa. O quadro abaixo detalha o montante

Tesouro Nacional Total Geral

Ano

Investimento

2010

4.354.665

20.254.115

24.608.780

2011

4.698.938

4.279.940

8.978.878

2012

5.754.071

2.944.033

8.698.104

Total

14.807.674

27.478.088

42.285.762

Custeio


Gestão Organizacional

números

21

R$ 2,8 milhões

Valor dos recursos financeiros executados junto às entidades de financiamento à pesquisa em 2010-2012.

3.659 m

2

Área construída na sede da Unidade durante o triênio 2010-2012.

11.060 m

2

Área pavimentada das vias da sede da Unidade.

R$ 24,6milhões Valor dos recursos captados pela Unidade em 2010. Um recorde na história da Embrapa Agroindústria Tropical.

Melhorias Várias ações de melhorias da infraestrutura orientadas pelo Plano Diretor e pelo Plano de Trabalho da Chefia foram materializadas no triênio 2010-2012, tais como: construção e adequação de laboratórios, aquisição de equipamentos analíticos de alto desempenho, aquisição de equipamentos para processos agroindustriais, revitalização da rede elétrica com a ampliação da capacidade de demanda de 1.000 KVA para 1.750 KVA, estruturação e

certificação da rede de tecnologia da informação para um padrão de cabeamento moderno, substituição e ampliação da pavimentação das vias internas da Unidade com drenagem de águas pluviais, construção de novo ramal para a rede de esgoto, renovação da frota de veículos e modernização das instalações físicas e de máquinas e implementos nos campos experimentais. Confira as imagens nas páginas seguintes.


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Foto: Cláudio Norões

Foto: Cláudio Norões

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Foto: Cláudio Norões

2 Foto: Cláudio Norões

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Foto: Cláudio Norões

Foto: Joiciney Silva

Foto: Cláudio Norões

Investimentos em Infraestrutura

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1 - Aquisição de implementos agrícolas para os dois campos experimentais. | 2 - Reforma dos laboratórios de Bioprocessos e Fisiologia Vegetal. | 3 - Aquisição e Instalação de Conjunto de seis Sistemas de Purificação de Água por Osmose Reversa. | 4 - Construção de muros periféricos e portaria. | 5 - Reforma da garagem. | 6 - Aquisição de duas caldeiras a gás. | 7 Construção e recuperação de telados e casas de vegetação. | 8 - Aquisição e instalação da unidade de tratamento de água. | 9 - Reforma dos laboratórios de análise sensorial. | 10 - Aquisição de mobiliários e de 70 Computadores. | 11 - Aquisição de


Foto: Cláudio Norões

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veículos (vans, minicaminhão e veículos de passeio). | 12 - Construção da segunda subestação de energia com capacidade de 750 KVA. | 13 - Nova pavimentação com drenagem de águas pluviais e construção de rede de esgoto suplementar no Complexo Laboratorial Norte. | 14 - Ampliação e substituição total do cabeamento da rede para o padrão 6 e 6A e reforma das salas de Tecnologia da Informação.


Foto: Cláudio Norões

PESqUISA E DESEnvOLvIMEnTO

2.


Pesquisa e Desenvolvimento

O

s investimentos em novas estruturas laboratoriais (Química de Produtos Naturais, Tecnologia da Biomassa, Embalagens de Alimentos e Biologia Molecular) e a melhoria dos laboratórios já existentes na Unidade permitiram a ampliação da capacidade analítica voltada à agregação de valor a matérias-primas alimentares e não alimentares. O número de projetos em nossa carteira foi incrementado mediante a ampliação de parcerias internas e externas, garantindo a complementariedade de conhecimentos e competências das equipes, de modo a potencializar a obtenção de resultados. Destaca-se também o trabalho de articulação realizado na Unidade. Ponto de destaque nas ações de pesquisa foi a ênfase dada à articulação interna com a equipe de TT, de Comunicação e de Administração. Esse diferencial concretizou-se na representação de três empregados da TT e um

do NDI no Comitê Técnico Interno, na realização de análises ex-ante de projetos de pesquisa, por exemplo, e na capacitação de pesquisadores, feita pelo Spat, em propriedade intelectual e avaliação de impactos. Isso elevou a captação de recursos e mobilizou pesquisadores para atuação conjunta com o setor de compras, ultimando maior eficácia na aquisição de equipamentos de laboratórios, bem como, juntamente à Engenharia, na construção de instalações de laboratórios. Entender o macroprocesso de produção da empresa como um fluxo que culmina na incorporação de conhecimentos e tecnologias nos processos produtivos, recebendo contribuições transversais dos diferentes setores envolvidos no processo, traduz-se em uma carteira de projetos mais focada e integrada, que selou o triênio 2010-2012 com mais de 45 tecnologias.

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Pesquisa e Desenvolvimento

Programação de Pesquisa carteira de projetos classificada por temas e áreas Entre 2010 e 2013, a Embrapa Agroindústria Tropical cresceu sua participação em número de projetos de pesquisa. A Unidade ampliou sua infraestrutura de pesquisa e pessoal de apoio, permitindo fortalecer novas áreas do conhecimento, com destaque para as áreas temáticas de Processos Agroindustriais, Melhoramento e Biologia Vegetal e Gestão Socioambiental.

Carteiras de projetos por áreas temáticas 2010

2011

2012

Processos agroindustriais

39

38

46

Sistemas de produção vegetal

18

20

20

Melhoramento e biologia vegetal

17

16

20

Pós-colheita

5

7

6

Proteção de plantas

3

6

6

Gestão socioambiental

5

4

10

Institucional

2

2

5

89

93

113

Áreas temáticas

Total

O trabalho de articulação das equipes na busca do fortalecimento das parcerias externas e internas mudou o perfil de participação da Embrapa Agroindústria Tropical nos últimos três anos. Crescemos nossa participação nos projetos em redes mais complexas (MP1 e MP2). Em 2012, participamos de 19 projetos componentes de Macroprograma 1 e 38 projetos de pesquisa em Macroprograma 2.

Carteiras de projetos por macroprogramas 2010

2011

2012

MP1 ( PC )

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7

19

MP2

21

27

38

MP3

51 17

47

38 20

MP4

8

7

12

MP5

3

3

5

MP6

2

2

1

89

93

113

Total


Pesquisa e Desenvolvimento

Tecnologias Geradas entre 2010 e 2012 1- Chips de caju obtidos por osmose seguida de fritura 2- Criação e obtenção da broca-da-bananeira em campo e laboratório para produção de insetos virgens para bioensaios 3- Inseticida natural à base de jambu no controle do pulgão-das-brássicas em repolho 4- Nanocelulose de fibras de coco imaturo 5- Seleção Precoce Intensiva (SPI) para uso no melhoramento genético do cajueiro 6- Sistema de produção de mudas de noni 7- Tecnologia para exportação de coco-verde livre da podridão-basal-pós-colheita 8- Acerola clone BRS 366 (Jaburu) 9- Avaliação de impactos de mudanças climáticas na demanda de água para agricultura irrigada em bacias hidrográficas 10- Controle da antracnose em plantio comercial da romãzeira no Estado do Ceará 11- Cultivo protegido de tomateiro em substrato de fibra de casca de coco 12- Desenvolvimento de um fungicida triazol a partir do líquido da casca da castanha (LCC) do cajueiro 13- Germinação de sementes de cactáceas in vitro 14- Identificação e monitoramento de doenças na produção integrada da gravioleira 15- Identificação e monitoramento de doenças na Produção Integrada de pinha e atemoia 16- Indução floral na produção de mudas in vitro de abacaxizeiro ornamental 17- Método de avaliação do desempenho de tecnologias agroindustriais: módulo ambiental (Adagri-Ambiental) 18- Metodologia do isolamento de embrião zigótico de cajueiro-anão-precoce in vitro 19- Painéis elaborados com resíduos da casca do coco-verde 20- Procedimento para análise de compostos voláteis de banana pela técnica de microextração em fase sólida 21- Produção de mudas micropropagadas de abacaxizeiro ornamental em diferentes substratos 22- Revestimentos comestíveis de alginato e goma de cajueiro 23- Tecnologia para suprimento das necessidades hídricas da Alpinia purpurata var. red 24-Processo agroindustrial: Formulação de salgadinho de fava 25- Biocontrole da antracnose pós-colheita do mamão com levedura killer 26- Produção de biogás a partir do líquido do pseudocaule da bananeira 27- Metodologia de quantificação e avaliação da viabilidade de conídios de Asperisporium caricae, extraídos de folhas de mamoeiro como fonte de inóculo 28- Produção de mudas micropropagadas de antúrio (Anthurium andraeanum cv. eidibel) por embriogênese somática 29- Tipo de corte em caule juvenil de coroa-de-frade para formação de brotos in vitro

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30- Manejo integrado da pinta preta do mamoeiro no Ceará 31- Monitoramento e sanitização no manejo integrado da mancha de corinespora do mamoeiro no Ceará 32- Produtividade e eficiência de uso da água da bananeira cv. Pacovan sob diferentes potenciais de água no solo 33- Elaboração de doce tipo paçoca a partir do resíduo da extração do óleo de amêndoa de castanha-de-caju 34- Produção de helicônia em condições de litoral cearense 35- Obtenção e caracterização de gelatina de pele de tilápia 36- Produção de mudas de mandacaru 37- Revestimentos comestíveis de alginato e polpa de acerola 38- Recomendações para determinação da biodegradabilidade aeróbia usando um respirômetro automatizado 39- Aclimatização de mudas micropropagadas de abacaxizeiro ornamental (Ananas comosus var. erectifolius) 40- Produção de mudas de xique-xique 41- Otimização da produção de mudas de Cattleya labiata: efeito da sacarose 42- Biodegradabilidade anaeróbia dos resíduos provenientes das cadeias produtivas dos biocombustíveis: bagaço do dendê 43- Processo agroindustrial: elaboração de pasta de pequi 44- Nanocelulose extraída das fibras do caroço de manga Tommy Atkins 45- Produção de mudas micropropagadas de bananeira

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Pesquisa e Desenvolvimento

Ampliação da capacidade Analítica Nos últimos anos, a Embrapa Agroindústria Tropical vem passando por um período de ampliação de sua capacidade de análise, graças a investimentos em pessoal e infraestrutura. A meta da Embrapa Agroindústria Tropical de consolidar-se como um polo analítico voltado à agregação de valor a materiais alimentares e não alimentares concretiza-se com a reforma e ampliação de quatro laboratórios: Multiusuário de Química de Produtos Naturais, Tecnologia da Biomassa, Embalagens de Alimentos e Processos Agroindustriais. Mesmo antes da inauguração dos novos equipamentos, no entanto, pesquisas nessas áreas já eram desenvolvidas na Unidade. Com a ampliação dos recursos laboratoriais, a perspectiva é que esse trabalho obtenha ainda mais resultados. Nas páginas seguintes, conheça em detalhes os quatros novos laboratórios da Embrapa Agroindústria Tropical.

complexo Laboratorial O complexo laboratorial que reúne o Laboratório Multiusuário de Química de Produtos Naturais (LMQPN), o Laboratório de Tecnologia da Biomassa e o Laboratório de Biologia Molecular foi inaugurado em setembro de 2012, pela diretora-executiva da Embrapa, Vânia Castiglioni. Os novos equipamentos servirão como fundamento para a realização de pesquisas sobre aproveitamento integral e valorização de matérias-primas de interesse da agroindústria tropical, tendo em vista a sustentabilidade social, econômica e ambiental. A construção dos laboratórios foi resultado de um esforço conjunto. A infraestrutura foi planejada com base nas diretrizes do Pla-

no Diretor da Unidade. Articulações foram promovidas então com a comissão executiva do Programa de Fortalecimento e Crescimento da Embrapa (PAC Embrapa), com parlamentares da bancada cearense no Congresso Nacional e com a presidência da Embrapa. Sobre o trabalho a ser desenvolvido pelo complexo laboratorial, as novas estruturas elevam ainda mais a responsabilidade da Unidade por potencializar respostas consequentes para a sociedade brasileira. A solenidade de inauguração contou com a presença do deputado federal José Guimarães (PT-CE), coordenador da bancada parlamentar do Nordeste no Congresso Nacional, do deputado federal Raimundo Gomes de Matos (PSDB-CE), presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados, do secretário estadual do Desenvolvimento Agrário, Nelson Martins, e da superintendente federal de Agricultura no Ceará, Maria Luisa Silva Rufino. Vânia Castiglioni, diretora-executiva da Embrapa, afirmou que, pela sua constituição, os resultados obtidos pelo Laboratório Multiusuário de Química de Produtos Naturais deverão ser compartilhados entre as demais Unidades Descentralizadas da Embrapa, instituições de pesquisa e o setor privado. Ela também destacou o fato de o complexo laboratorial ser mais uma obra concluída com recursos do PAC Embrapa, programa coordenado à época pela própria diretora.




química de Produtos naturais As novas estruturas, orçadas em R$ 13,4 milhões, contaram com recursos do PAC Embrapa, de emendas parlamentares e do tesouro nacional. O Laboratório Multiusuário de Química de Produtos Naturais (LMQPN) é um laboratório de referência em química de produtos naturais para todas as unidades da Embrapa no País e para instituições parceiras. É o segundo laboratório multiusuário de referência da Empresa, ao lado do Laboratório de Bioinformática, na Embrapa Informática Agropecuária (Campinas, SP). O objetivo do novo laboratório é utilizar as ferramentas da química para aproveitar os recursos naturais brasileiros no desenvolvimento de produtos como fitoterápicos, fármacos, pesticidas, fragrâncias, aromas, cosméticos, pigmentos naturais, embalagens biodegradáveis, entre outros. O LMQPN conta com uma infraestrutura de 850 m² destinada à extração, fracionamento, isolamento, quantificação e identificação de compostos químicos naturais e sintéticos. É dotado de equipamentos de alta performance, entre os quais cromatógrafos líquido e gasoso, ressonância magnética nuclear, espectrômetro de massa e na região do infravermelho. A estrutura conta, ainda, com uma planta piloto para extração e purificação de compostos voláteis. No novo laboratório, é possível extrair princípios ativos por diversos métodos, realizar análises complexas e desenvolver produtos, além de formar pessoal especializado.


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Pesquisa e Desenvolvimento

Tecnologia de Biomassa Desenvolver materiais, produtos e processos focados no uso sustentável e integral dos resíduos agrícolas e agroindustriais e da biomassa brasileira é o objetivo do Laboratório de Tecnologia da Biomassa. A intenção é agregar valor aos recursos renováveis provenientes da biodiversidade, de forma sustentável. O Laboratório atuará em três linhas diferentes. Na plataforma de processos biotecnológicos, será estudada a produção de compostos bioquímicos (ácidos orgânicos e álcoois), energias renováveis (biogás, etanol e hidrogênio) e tratamento de resíduos da agroindústria. Outra linha de estudo visa à obtenção, a partir da biomassa, de materiais como biopolímeros (amido, pectina e gelatina) e biocompósitos (como a madeira plástica e painéis lignocelulósicos). O laboratório também abriga uma estrutura que permite a realização de análises de desempenho ambiental dos processos ou produtos gerados pela Embrapa Agroindústria Tropical. A metodologia, que considera toda a cadeia de produção, consumo e pós-consumo da tecnologia, tem como objetivo a redução de impactos ambientais.


Pesquisa e Desenvolvimento

Biologia Molecular O novo laboratório realizará a caracterização molecular de espécies vegetais e de microrganismos, de forma a atender às demandas dos demais grupos de pesquisa da Embrapa Agroindústria Tropical. As análises serão empregadas em programas de melhoramento genético e em pesquisas que requeiram a identificação ou a avaliação da variabilidade genética de plantas e microrganismos. Uma das atividades desenvolvidas será a comprovação, por meio de marcadores moleculares, da autenticidade de espécies vegetais utilizadas para diferentes finalidades. Entre as espécies estarão plantas medicinais, cuja identificação de forma precisa evitará o consumo de plantas tóxicas que podem ser comercializadas como fitoterápicos. O grupo de pesquisa em biologia molecular da Embrapa Agroindústria Tropical já atua, em parceria com outras instituições, no mapeamento genético do melão e na seleção assistida dos programas de melhoramento genético do melão, do caju e da acerola.

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novo Laboratório de Processos Agroindustriais Em fevereiro de 2011, foi inaugurado o novo Laboratório de Processos Agroindustriais, que contou com a presença do então diretor-presidente da Embrapa, Pedro Arraes, na solenidade de inauguração. As novas instalações servirão ao desenvolvimento de produtos, equipamentos, tecnologias e processos para a agroindústria. O investimento na ampliação e readequação

do antigo laboratório e na aquisição de novos equipamentos demandou R$ 1,8 milhão. Os recursos vieram do programa PAC Embrapa e de emendas da bancada cearense no Congresso Nacional. O Laboratório de Processos Agroindustriais projeta para escala industrial as inovações planejadas em pequena escala, nos experimentos de pesquisas científicas. A estrutura possibilitará o aprimoramento de pesquisas para reduzir as perdas nutricionais, bem como para melhorar o sabor de


Foto: Cláudio Norões

alimentos industrializados e os processos de conservação e envase. Permitirá, ainda, a realização de estudos de definição de parâmetros para o processamento de frutas tropicais, objetivando a criação de novos produtos. Com isso, a Unidade cumpre de maneira mais afetiva sua missão de contribuir para a agregação de valor a produtos da agricultura nacional, como a fruticultura tropical. Com os equipamentos adquiridos, é possível realizar experimentos para separar e

purificar substâncias com alto valor agregado, que podem ser utilizadas no desenvolvimento de produtos tecnológicos inovadores. O Laboratório de Processos Agroindustriais da Embrapa Agroindústria Tropical também atuará na formação de recursos humanos, abrigando experimentos de estudantes de graduação e pós-graduação. O sistema de gestão foi pensado para privilegiar o acesso de pesquisadores de instituições parceiras.


Laboratório de Embalagens Na nova estrutura, serão conduzidos estudos para desenvolver embalagens biodegradáveis, que em contato com o solo podem ser decompostas em semanas – diferentemente dos plásticos, cuja degradação na natureza pode levar mais de um século. Essas embalagens, além de ambientalmente corretas, podem ser comestíveis e ativas. O laboratório de 350 metros quadrados abrigará pesquisas para desenvolver embalagens a partir de matérias-primas da biodiversidade brasileira, como cera de carnaúba, polpa de frutas tropicais e gomas, a exemplo da goma de cajueiro. A Embrapa Agroindústria Tropical já atua no desenvolvimento de embalagens biodegradáveis. Um exemplo são os filmes e

revestimentos comestíveis obtidos a partir de polpa de frutas tropicais, como acerola, goiaba e manga. Quando aplicados sobre a superfície dos alimentos, esses filmes e revestimentos retardam a perda de água e as trocas gasosas entre o alimento e o ambiente, aumentando o tempo de vida do produto. O centro de pesquisa também atua no desenvolvimento de embalagens que incorporam substâncias bioativas para promover a segurança dos alimentos. Um dos estudos, conduzido pela pesquisadora Socorro Bastos, visa ao desenvolvimento de embalagens com atividade antimicrobiana a partir da adição de óleos essenciais de plantas como o orégano, alecrim-pimenta e manjericão. Outra linha de atuação do Laboratório de Embalagens de Alimentos visa à obtenção, no futuro, de embalagens inteligentes.


Ações de Pesquisa em Destaque

Produção de queijo coalho regulamentada O I Simpósio de Queijos Artesanais do Brasil, promovido pela Embrapa Agroindústria Tropical nos dias 23 a 25 de novembro, em Fortaleza (CE), foi um passo importante para a constituição de uma legislação estadual sobre o tema e para a proteção dessa atividade em nível nacional. O evento, que contou com a participação de cerca de 300 pessoas, foi marcado pela redação de uma carta-manifesto e pela elaboração de uma série de proposições, como a criação de um curso para formação de queijeiros artesanais e a fundação de um Conselho Nacional de Queijos Artesanais (CNQA). Os queijos artesanais são preparados com leite cru, e o processo de produção é passado de geração em geração em determinadas regiões brasileiras. A produção é bem diferente do método industrial, que, além de usar processos mecanizados de produção, pasteuriza o leite. Em todo o País, as queijarias artesanais têm enfrentado dificuldades por causa da exigência da pasteurização do leite na produção do queijo. Em dezembro de 2011, a solicitação

dos produtores cearenses e das demais regiões do Brasil foi atendida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) menos de um mês após a realização do evento. A produção de queijo artesanal foi regulamentada pelo ministério, com a publicação da Instrução Normativa nº 57, no Diário Oficial da União (DOU) do dia 16 de dezembro. A norma prevê a possibilidade de maturação de queijos por período inferior a 60 dias e define requisitos para sua produção, garantindo a qualidade do produto e atendendo aos aspectos de sanidade e saúde pública. A nova regra define que a produção de queijos artesanais com maturação inferior a 60 dias fica restrita a queijarias situadas em regiões certificadas ou tradicionalmente reconhecidas e em propriedade produtora de leite cru com status livre de tuberculose, brucelose e controle de mastite. A regulamentação será definido por pesquisas e estudos específicos, que devem ser realizados por comitês técnico-científicos designados pelo ministério.



Acerola BRS 366 (Jaburu) A acerola BRS 366 (Jaburu) é a mais nova cultivar lançada pela Embrapa Agroindústria Tropical. A seleção do clone foi feita com base no desempenho produtivo e características morfológicas da planta, bem como nas características físico-químicas dos frutos. O nome é uma homenagem à localidade de Jaburu, no Município de Ubajara (CE), onde se localiza o açude de mesmo nome. Por seu desempenho geral, o clone vem se destacando como a principal cultivar plantada pela cadeia produtiva local para exportação de vitamina C. Embora tenha sido avaliado em cultivo orgânico irrigado na região da Serra da Ibiapaba, no Estado do Ceará, espera-se que a acerola Jaburu tenha boa adaptação em outras regiões semiáridas. As plantas possuem porte de baixo a médio, com altura média de 1,87 m e diâmetro da copa de 2,18 m, no terceiro ano de idade, em cultivo orgânico irrigado. A produção distribui-se por quase todo o ano, com valores baixos apenas nos meses de junho e julho. As folhas são pequenas, de cor verde, opostas e sem pelos, favorecendo a colheita manual. As flores são de coloração rosa, ao abrir. Em condições irrigadas, o clone BRS 366 tem se caracterizado por sua precocidade de produção e ciclos produtivos contínuos durante quase todo o ano. Por essas peculiaridades, o fruto adapta-se bem à pequena produção familiar, proporcionando uma boa distribuição da renda, ao longo do ano.


Florestas do Futuro O Município de Marco, na região norte do Ceará, possui, desde meados da década de 1990, um polo moveleiro que fabrica móveis para diversos estados e até para fora do Brasil. A madeira que abastece a produção, contudo, vem de longe. O polo consome cerca de 1.000 m3/mês desse material. Grande parte é proveniente de espécies do Pará. Em alguns casos, a origem pode estar a milhares de quilômetros dali, como o pínus adquirido no Sul do Brasil, e o eucalipto, no Sudeste. Descobrir quais espécies poderiam se adaptar ao ambiente de Marco e como lidar com elas é a tarefa assumida por duas Unidades da Embrapa: a Embrapa Florestas (Colombo, PR) e a Embrapa Agroindústria Tropical. O projeto é pioneiro no segmento florestal do Ceará e teve início em 2009. Ele conta com apoio financeiro do Banco do Nordeste e do Governo do Estado do Ceará. Estão sendo testadas mais de 40 espécies florestais com potencial moveleiro. A meta é definir seis espécies a serem utilizadas em instalações de plantios pré-comerciais (ensaio). Por meio de uma metodologia desenvolvida por pesquisadores da Embrapa Florestas, será possível, em um prazo de três anos, testar e selecionar as espécies arbóreas, de material ou variabilidade genética adequada, com perspectivas de maior produtividade e melhor qualidade da matéria-prima para a indústria.



corante natural à base de caju Os corantes sintéticos amarelos utilizados em alimentos foram banidos em vários países por sua possível relação com o desenvolvimento de doenças como alergias e câncer. Como alternativa para a indústria alimentícia, a Embrapa Agroindústria Tropical desenvolveu um corante amarelo natural à base de caju que, ao contrário dos sintéticos, está associado a uma alimentação saudável. O corante amarelo de caju é um concentrado de carotenoides – pigmentos presentes em alimentos amarelos, alaranjados e vermelhos – obtido a partir do resíduo fibroso gerado na produção industrial de suco de caju. Conforme o responsável pelo estudo, o engenheiro de alimentos da Embrapa Agroindústria Tropical, Fernando Antônio Pinto de Abreu, o corante amarelo natural obtido do caju apresenta, como os demais carotenoides, propriedades funcionais benéficas à saúde humana, seja como antioxidante natural ou pró-vitamina A. De acordo com Fernando Abreu, foram identificadas 11 moléculas de carotenoides de interesse no concentrado do caju, sendo as principais os isômeros cis e trans da auroxantina, o β-caroteno, a β-criptoxantina e a luteína. “A luteína possui um potencial de regeneração da mácula lútea, protegendo-nos contra males como a cegueira e outros problemas irreversíveis com a visão. Já os carotenos β-criptoxantina e β-caroteno possuem atividade pro-vitamínica e antioxidante”, salienta. Uma vantagem do novo corante amarelo é a tonalidade semelhante a de certos

corantes sintéticos, como a tartrazina. De acordo com Fernando Abreu, as fontes de corantes amarelos naturais com tonalidades próximas às de corantes sintéticos são muito restritas e de alto custo. “A coloração amarelo brilhante proporcionada pela diluição do concentrado final de fibras de caju permite a obtenção de uma tonalidade amarela semelhante àquela obtida por corantes sintéticos, tais como a tartrazina, que é proibida em países da Comunidade Europeia e nos Estados Unidos”, completa Fernando Abreu. Outro benefício do novo corante é que utiliza um resíduo agroindustrial como matéria-prima. O processo de obtenção baseia-se em uma tecnologia de baixo impacto ambiental que usa membranas de microfiltração para concentração e purificação. A nova tecnologia está em fase de repasse para escala industrial, em parceria com a empresa cearense Sabor Tropical. A patente do novo corante foi depositada no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) pela Embrapa e pelo Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa para o Desenvolvimento Agronômico (Cirad), na França. Os trabalhos de desenvolvimento da tecnologia de produção do extrato aquoso de fibras de caju rico em carotenoides foram realizados como tema central da tese de doutorado em Engenharia de Processos por Fernando Abreu, realizada entre os anos de 2008 e 2012 na Universidade Montpellier II, envolvendo como parceiros a Embrapa, o Cirad e a Universidade Supagro-Montpellier.



Banco de compostos voláteis A Embrapa Agroindústria Tropical lançou o Banco de Compostos Voláteis (BCV), substâncias de várias classes químicas presentes em quantidades bastante reduzidas nos alimentos, mas que são responsáveis pelo aroma, contribuindo assim para a definição do sabor. Eles também estão presentes nas fragrâncias e essências, ingredientes básicos para a indústria cosmética e a de alimentos. O BCV é a primeira experiência do gênero no Brasil. O lançamento terá palestras sobre as possibilidades econômicas dos compostos voláteis, além de uma exposição sobre o trabalho desenvolvido pelo INCT/Frutas Tropicais, financiador do projeto. O perfil de compostos voláteis de uma amostra é bastante complexo, com diferentes classes de compostos em diferentes concentrações. Pequenas mudanças nesses compostos e em suas concentrações podem levar a um aroma completamente diferente do original. O estudo desses compostos nas matérias-primas e nos produtos fornece informações importantes para a melhoria de sua qualidade. Ainda segundo o pesquisador, por causa dessa complexidade, seu estudo requer planejamento e análise bem elaborados, seguidos de uma criteriosa interpretação

dos resultados. O BCV se diferencia por conter informações sobre produtos feitos no Brasil. Também traz informações completas de como as análises foram realizadas. Outra característica é ser um banco dinâmico em que os usuários poderão não só consultar, mas também contribuir com novos dados. O BCV dispõe, inicialmente, de 229 compostos cadastrados. Para a consulta, basta fornecer um e-mail válido. O acesso é gratuito. A alimentação dos dados, contudo, deverá passar por um cadastramento específico. A iniciativa é resultado de uma ação conjunta envolvendo a Embrapa e o Laboratório de Flavor da Universidade Federal de Sergipe (UFS), com recursos financeiros provenientes do INCT/Frutos Tropicais. As primeiras ações para a implantação do banco tiveram início em março de 2010. No entanto, a coleta de dados e a experiência dos laboratórios envolvidos datam de mais de 10 anos. Os laboratórios envolvidos possuem ampla experiência e estrutura para a avaliação de compostos voláteis. Com essa iniciativa, pretende-se incentivar o estudo dos aromas, contribuindo para o desenvolvimento de produtos de melhor qualidade.


Pesquisa e Desenvolvimento

Produção Integrada de Anonáceas ganha força no País No Brasil, cerca de 10 mil hectares são destinados à produção de anonáceas, família de fruteiras que reúne a fruta-do-conde (também conhecida como ata ou pinha), graviola, cherimoia e atemoia. A maior parte dos frutos é comercializada para o mercado interno, haja vista que a exportação ainda é incipiente. A Produção Integrada (PI) é um sistema de produção de frutas de alta qualidade que leva em consideração princípios baseados na sustentabilidade, aplicação de recursos naturais, substituição de materiais poluentes e monitoramento dos procedimentos e da rastreabilidade de todo o processo. Os mercados mundiais, além da qualidade externa das frutas, passaram a exigir também controles sobre todo o sistema de produção. Desde 2009, a Embrapa desenvolve o projeto Produção Integrada de Anonáceas (PI Anonáceas) com o objetivo de levar mais qualidade à produção de fruteiras dessa família. No triênio 2010-2012, a iniciativa gerou numerosas ações, como dias de campo, cursos e até mesmo um programa do Dia de Campo na TV, da Embrapa Informação Tecnológica (Brasília, DF). Municípios do Ceará, Bahia, Alagoas e São Paulo se beneficiaram com ações do projeto, que é financiado pelo Ministério da Agricultura e CNPq com o apoio do IFCE, empresa Kabocla e associações de produtores. Diversas propriedades rurais participam como experimento-piloto. Para que a certificação seja obtida, no entanto, vários requisitos têm de ser preenchidos, que vão da construção de novas instalações até a adoção de medidas de segurança e rastreamento. As vantagens do sistema de produção integrada de frutas é a padroni-

zação dos procedimentos adotados. Entre os resultados esperados, destacam-se a melhoria da qualidade dos frutos produzidos, maior segurança dos alimentos e uma atividade com baixo impacto ambiental. O objetivo das capacitações ministradas pela PI Anonáceas é formar profissionais da área agrícola no que se refere aos requisitos nas Normas Técnicas Específicas (NTE) para serem os responsáveis pela assistência técnica, execução e acompanhamento de todo o processo produtivo na PI Anonáceas, conforme determina a legislação. O público-alvo são produtores rurais, agrônomos, fiscais, técnicos extensionistas e estudantes, ou seja, todos que estejam ligados ao setor da produção de graviola e pinha.

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Foto: Cláudio Norões


Pesquisa e Desenvolvimento

Banco de Tecnologias A tecnologia de informação oferece atualmente excelentes soluções para organizar grandes volumes de documentos dos mais variados tipos e formas. Pensando nisso, a Embrapa Agroindústria Tropical desenvolveu um Banco de Tecnologias (BTec) com o objetivo de organizar as informações sobre as tecnologias, produtos e processos da Unidade a fim de permitir relacioná-los e recuperá-los facilmente sempre que for preciso, de maneira que as informações adquiram valor adicional. Além de armazenar as informações mais completas sobre as tecnologias, processos e produtos desenvolvidos,

o BTec permite também gerar informações para: portfólios impressos, catálogo de Produtos e Serviços da Embrapa corporativa, home page da Unidade, bem como fornecer subsídios para tomada de decisão dos gestores da Unidade com relação ao assunto. Por meio do Banco de Tecnologias, pode-se visualizar a produtividade da Unidade com relação à geração de tecnologias e o estágio de desenvolvimento de cada uma delas. O banco começou a funcionar em 2010 e atualmente já conta com 97 tecnologias armazenadas. A seguir, apresentamos algumas das tecnologias presentes no catálogo. Mais informações podem ser obtidas no site www.cnpat.embrapa.br.

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Pesquisa e Desenvolvimento

Impactos Sociais

Painéis elaborados com resíduos da casca do coco-verde Os principais adesivos empregados na fabricação de painéis são formulados à base de formaldeído, substância derivada do petróleo, considerada tóxica e potencialmente carcinogênica. As fibras vegetais – em especial aquelas que possuem alto teor de lignina (a exemplo do coco) e cujo teor pode chegar a 44% – constituem uma alternativa ao uso desses adesivos. Isso porque a lignina funciona como um ligante natural que, sob condições adequadas de pressão e temperatura, pode dispensar o uso de resinas sintéticas para aglutinar as fibras. A matéria-prima, constituída por uma mistura de fibra e pó, pode ser obtida a partir do processamento de cascas de coco verde. A inovação proposta está baseada no desenvolvimento de painéis a partir de fibras de coco, sem adição de substâncias adesivas.

Ano de Geração 2011

Abrangência Nacional, especialmente em áreas produtoras de coco-verde.

Benefícios Os principais benefícios são a geração de emprego e renda em torno de uma nova atividade produtiva e a consolidação de mais um uso para esse resíduo.

Impactos Econômicos Mais uma oportunidade de agregação de valor ao principal resíduo do consumo/ beneficiamento da água de coco-verde.

Ampliação da oferta de empregos por causa da exploração da tecnologia.

Impactos Ambientais O principal impacto ambiental positivo é a correta destinação da casca de coco-verde após o consumo.

Responsável por Informações Adriano Lincoln Albuquerque Mattos

Público-Alvo Processadores, Institutos/Empresas de Pesquisa e Indústria.

como Obter a Tecnologia Curso/Treinamento, Consultoria, Incubação, Publicação e Palestras.

Equipe Adriano Lincoln Albuquerque Mattos, Edson Noriyuki Ito, João Paulo Saraiva Morais, José Manoel Marconcine, Men de Sá Moreira de Souza Filho e Morsyleide De Freitas Rosa.


Foto: Cláudio Norões

Pesquisa e Desenvolvimento

Revestimentos comestíveis de alginato e goma de cajueiro O desenvolvimento de filmes comestíveis e/ou biodegradáveis, à base de biopolímeros, para uso em embalagem de alimentos, tem sido motivado pela preocupação com o grande volume de lixo não biodegradável gerado pelo descarte de embalagens convencionais. Entre os biopolímeros utilizados para elaboração de filmes, destacam-se os polissacarídeos. Filmes à base de polissacarídeos, por serem muito hidrofílicos, têm boa barreira a O2 e CO2, e portanto são geralmente eficientes para retardar a respiração e o processo de amadurecimento de frutas e hortaliças, aumentando sua vida útil para consumo. Essa tecnologia apresenta o processo de obtenção de um filme comestível à base de alginato e goma de cajueiro. O revestimento assim obtido pode ser aplicado a frutas e hortaliças frescas ou minimamente processadas, queijos, entre outros.

Ano de Geração 2011

Abrangência Nacional e Internacional.

Benefícios • O revestimento pode ser aplicado a •

frutas e hortaliças frescas ou minimamente processadas, queijos, etc. É boa barreira a O2 e CO2 e retarda o processo de amadurecimento das

• •

frutas e hortaliças. Diminuição do grande volume de lixo não biodegradável gerado pelo descarte de embalagens convencionais. Aplicado sobre a superfície dos alimentos, retarda a perda de água e as trocas gasosas entre o alimento e o ambiente, dobrando o tempo de vida do produto.

Impactos Ambientais Evita o grande volume de descarte de embalagem. Em consequência, diminui a agressão ao meio ambiente. A embalagem é biodegradável.

Responsável por Informações Henriette Monteiro C. de Azeredo

Público-Alvo Professores, Processadores, Institutos/ Empresas de Pesquisa, Pesquisadores e Indústria.

como Obter a Tecnologia Curso/Treinamento, Consultoria e Publicação.

Equipe Edy Sousa de Brito, Hálisson Lucas Ribeiro, Henriette Monteiro C. de Azeredo, Samira Assunção de Oliveira e Ulysses Silva Magalhães.

Projetos • Revestimentos antimicrobianos comestíveis para frutas tropicais.

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Pesquisa e Desenvolvimento

Foto: Cláudio Norões

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nanocelulose de fibras de coco imaturo O aproveitamento de fibras vegetais para a obtenção de nanocelulose destaca-se entre as pesquisas voltadas para novos usos de materiais lignocelulósicos. A nanocelulose apresenta características mecânicas excepcionais, que a credenciam como um elemento de reforço ideal para materiais avançados denominados nanocompósitos. Entre as fibras vegetais existentes na biomassa, as fibras de coco imaturo representam um resíduo agroindustrial volumoso que pode ser empregado como fonte de nanocelulose para elaboração de nanocompósitos. O uso da fibra de coco imaturo como fonte de nanocelulose reforça o conceito de que as cascas de coco imaturo, geradas pelo consumo da água de coco, representam uma matéria-prima renovável capaz de gerar produtos de alto valor agregado. A tecnologia apresenta o processo de obtenção de nanocelulose de fibras de coco imaturo.

Ano de Geração 2010

Abrangência No Brasil, em especial nas áreas onde exista a matéria-prima.

Benefícios • Desenvolvimento de novo material biodegradável a partir de produtos e subprodutos agropecuários, com propriedades especiais e controláveis no nível molecular.

• •

Aproveitamento e uso de fibras de casca de coco-verde, material que polui o meio ambiente. Agrega valor à fibra da casca de coco-verde.

Impactos Ambientais Entre as fibras vegetais existentes na biomassa, as fibras de coco imaturo representam um resíduo agroindustrial volumoso que pode ser empregado como fonte de nanocelulose para elaboração de nanocompósitos.

Responsável por Informações Morsyleide de Freitas Rosa

Público-Alvo Professores, Universidades, Pesquisadores e Indústrias.

como Obter a Tecnologia Consultoria, Incubação e Publicação.

Equipe Diego Magalhães do Nascimento, Eliton de Souto Medeiros, Luiz Henrique Capparelli Mattoso, Maria Clea Brito de Figueiredo, Men de Sá Moreira de Souza Filho e Morsyleide de Freitas Rosa.

Projetos • Medium Density Fiberboard Ecológico a partir da casca do coco.


Pesquisa e Desenvolvimento

Fungicida Triazol gerado a partir do líquido da casca da castanha (Lcc) do cajueiro A tecnologia trata do desenvolvimento de uma nova molécula do grupo triazol com interessante atividade fungicida a partir do Líquido da Castanha do Caju (LCC). A partir do LCC aquecido, em laboratório, foram extraídos e separados os lipídios fenólicos, seguindo-se o processamento posterior para a obtenção do cardanol hidrogenado, que, por sua vez, foi utilizado para a obtenção do acetato de 3-pentadecilfenol, do 1-(2-hidróxi-4-pentadecil) acetofenona, do oxirano (epóxido) do cardanol hidrogenado, para a realização final do acoplamento com o triazolato de sódio, previamente sintetizado. A obtenção final do agroquímico azólico foi conseguida por meio da síntese do ilídio de enxofre para a posterior epoxidação do cardanol, constituinte presente no LCC e usado como molécula precursora para produzir o derivado triazolado (cardanazol) com propriedade fungistática e fungicida. A presente tecnologia refere-se a um novo derivado de um composto químico obtido a partir de um composto líquido da casca da castanha-de-caju, além de processos para preparar tais compostos e utilização em produtos agroquímicos, especialmente fungicidas.

Ano de Geração 2011

Abrangência Nacional e Internacional

Benefícios Pode ser produzido a partir do LCC, um subproduto da castanha-de-caju pouco aproveitado.

Impactos Econômicos •

O cardanazol possui potencial para se tornar uma excelente opção de agregação de valor ao LCC produzido no Nordeste brasileiro, gerando mais divisas na cadeia produtiva da cajucultura. Em virtude de o LCC ser um bem natural e pouco beneficiado no que concerne à agregação de valores, tudo que se faça visando ao seu aproveitamento industrial é de grande importância.

Impactos Ambientais Diminui a possibilidade de contaminação ambiental pelas indústrias de beneficiamento de castanha-de-caju que em muitos casos descartam o LCC no meio ambiente causando poluição do solo.

Responsável por Informações Francisco das Chagas O. Freire

Público-Alvo Agricultores, Professores, Universidades, Institutos/Empresas de Pesquisa, Instituições/Emp. de Assistência Técnica ou Extensão Rural, Pesquisadores e Indústria

como Obter a Tecnologia Incubação e Licenciamento

Equipe Carlucio Roberto Alves, Francisco das Chagas O. Freire, Joana D’Arc Pereira Dantas, Lia Magalhães de Almeida, Maria Izabel Florindo Guedes e Rômulo Aldo de Oliveira

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Pesquisa e Desenvolvimento

Doce tipo paçoca de amêndoa de castanha-de-caju A elaboração de doce tipo paçoca utilizando a torta de amêndoa de castanha-de-caju (ACC) como base, em substituição ao amendoim, é uma alternativa para uso do subproduto da extração do óleo da ACC. Essa tecnologia apresenta as etapas para obtenção do doce, sua formulação e principais características. O produto pode agregar valor à cadeia produtiva do caju, oferecendo novas alternativas à comercialização tradicional de amêndoas. Na obtenção da paçoca, o rendimento é de praticamente 100% em relação ao peso dos ingredientes, já que o processo é bastante simples, constituindo-se basicamente em pesagem, moagem e homogeneização, prensagem, moldagem, corte e embalagem. Considerando a semelhança entre os produtos à base de amendoim e de amêndoa da castanha-de-caju, uma fábrica que já produza a paçoca de amendoim pode ser utilizada para a produção da paçoca de ACC sem necessidade de adaptar a linha de produção ou adquirir novos equipamentos.

Ano de Geração 2012

Abrangência Brasil – Áreas produtoras e processadoras de caju.

Benefícios • Desenvolvimento de novos produtos • •

derivados da castanha-do-caju; Oferta de novas alternativas de comercialização do alimento; Processo simples.

Impactos Econômicos Agregação de valor à cadeia produtiva do caju

Impactos Sociais Melhoria de renda para os produtores de caju

Responsável por Informações Janice Ribeiro Lima

Público-Alvo Processadores, produtores, institutos/empresas de pesquisa e indústria.

como obter a tecnologia Curso/treinamento, consultoria e publicação

Equipe Ana Carolina de Oliveira Nobre, Deborah dos Santos Garruti, Idila Maria da Silva Araújo, Janice Ribeiro Lima, Lana Glerieide Silva Garcia e Laura Maria Bruno


Pesquisa e Desenvolvimento

Pasta de Pequi A polpa do pequi, de cor amarela, é muito apreciada em vários estados brasileiros devido ao sabor exótico e ao aroma forte e característico, sendo utilizada como tempero no preparo de arroz, frango, carnes e na fabricação de licores. Sabe-se que a busca dos consumidores por produtos prontos para consumo tem crescido substancialmente, incentivando o desenvolvimento de tecnologias que permitam sua fabricação com qualidade. Dessa maneira, a transformação da polpa do pequi em uma pasta pronta para consumo e estável à temperatura ambiente facilitará a utilização desse fruto em torradas, bolachas ou como tempero, principalmente por sua conveniência de uso. A pasta de pequi é um produto que contém água, proteína e uma quantidade elevada de lipídios e de carotenoides, e foi desenvolvida visando a um maior aproveitamento e agregação de valor ao fruto.

Abrangência Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia, Goiás, Piauí, Ceará e Pernambuco. Região do Cerrado brasileiro.

Benefícios • A tecnologia permite preservação e qualidade da pasta durante o seu ar-

• • •

mazenamento e consumo; Maior aproveitamento e agregação de valor ao pequi; Geração de emprego e renda para o município; Aumento da qualidade de vida dos catadores de pequi.

Impactos Econômicos Geração de emprego e renda para o município.

Impactos Sociais Melhoria na qualidade de vida dos catadores de pequi.

Responsável pelas Informações Maria Elisabeth Barros de Oliveira

Público-Alvo Agricultores, processadores, associações, cooperativas, lideranças comunitárias, instituições/empresas de assistência técnica ou extensão rural.

como obter a tecnologia Curso/treinamento, publicação e palestras.

Equipe Antonio Calixto Lima, Gabriela Souza Santos, Leto Saraiva Rocha, Maria Elisabeth Barros de Oliveira, Raquele Lima Moreira e Samara Alves de Mesquita

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Pesquisa e Desenvolvimento

Produção de mudas micropropagadas de antúrio cv. Eidibel A utilização da embriogênese somática – uma das principais técnicas da micropropagação – permite a propagação massiva de plantas e a redução de mão de obra, possibilitando diminuir significativamente o custo por unidade produzida. Além disso, os embriões somáticos podem ser produzidos de forma sincronizada, com alto grau de uniformização e conformidade clonal. Protocolo de embriogênese somática desenvolvido na Embrapa Agroindústria Tropical, em parceria com a Universidade Federal de Viçosa, para o antúrio cultivar Eidibel, abre novas possibilidades para a transformação genética de plantas, preservação de germoplasma por criopreservação e integração de técnicas associadas à tecnologia de sementes sintéticas, além da rápida propagação de plantas de antúrio. A cultivar estudada, Eidibel, foi lançada pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC). A planta é altamente produtiva, de crescimento rápido, vigorosa, de porte médio, com espata de formato cordiforme de tamanho médio, com textura grossa e de boa enervação, de coloração vermelha forte e espádice branca suavemente perfumada e de longa durabilidade pós-colheita. A coloração de sua inflorescência é o vermelho forte, cor de maior demanda no mercado de flores de corte, e a produtividade alcançada em diferentes condições ambientais é bastante alta. Esses fatores possibilitaram que essa variedade se tornasse a mais cultivada e comercializada para flor de corte no País.

Ano de Geração 2012

Abrangência Nacional e Internacional

Impactos Econômicos No Brasil, os antúrios vêm sendo largamente utilizados na floricultura e no paisagismo, e, atualmente, é a principal espécie de flor tropical de interesse econômico, destacando-se tanto no mercado interno quanto no externo.

Impactos Ambientais As mudas obtidas por cultura de tecidos são sadias, evitando assim a disseminação de pragas e doenças. Além disso, o uso desse tipo de material de propagação demanda menor uso de produtos químicos para o controle de pragas e doenças.

Responsável pelas Informações Ana Cristina Portugal P. de Carvalho

Público-Alvo Agricultores, viveiristas, associações, empresas produtoras, institutos/empresas de pesquisa, instituições/empresas de assistência técnica ou extensão rural, empresas de licenciamento, pesquisadores.

Onde encontrar a tecnologia Curso/treinamento, consultoria, incubação, publicação, mudas.

Equipe Ana Claudia Ferreira da Cruz, Ana Cristina Portugal P. de Carvalho, Fabrina Bolzan Martins, Marcos Vinícius Marques Pinheiro e Wagner Campos Otoni


Pesquisa e Desenvolvimento

Gelatina de pele de tilápia A tilápia (Oreochromis Niloticus) é a espécie de peixe mais produzida no Brasil, podendo ser encontrada em praticamente todo o território nacional. Dessa forma, é de extrema importância estudar o processamento da tilápia objetivando um aproveitamento do grande volume de resíduos gerados, pois ela apresenta apenas 30% de rendimento de filé, sendo os outros 70% representados por cabeça, carcaça, pele e escamas, que são considerados resíduos. Uma das formas de aproveitar os resíduos do processamento da tilápia é pela produção de gelatina, um produto que possui diversas aplicações tecnológicas. Ela é produzida a partir da desnaturação do colágeno, que é uma excelente matéria-prima para produção de gelatina, e seu conteúdo de proteínas varia entre 85% e 92%. Na indústria alimentícia, a gelatina é um dos polímeros solúveis em água que pode ser usado como ingrediente para aumentar a elasticidade, consistência e estabilidade física de alimentos.

Abrangência Nacional

Impactos Econômicos Agregação de valor ao cultivo da tilápia.

Impactos Ambientais Aproveitamento do grande volume de resíduos gerados pela tilápia. Desen-

volvimento de uma rota tecnológica visando a uma futura aplicação para diferentes resíduos de pescado.

Responsável pelas Informações Men de Sá Moreira de Souza Filho

Público-Alvo Técnicos, associações, cooperativas, indústria.

Onde encontrar a tecnologia Curso/treinamento, consultoria, incubação e publicações

Equipe Ângela Aparecida Lemos, Edla Freire de Melo, Edson Noriyuki Ito, Maria do Livramento Linhares Rodrigues, Men de Sá Moreira de Souza Filho, Morsyleide de Freitas Rosa, Rayanne Leitão Claudino e Yana Luck Nunes.

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Pesquisa e Desenvolvimento

controle químico do oídio do cajueiro

da maior de danos, foram conduzidos vários ensaios de campo, objetivando avaliar o efeito de produtos químicos na redução da severidade da doença. Com base nesses estudos, chegou-se a uma prática de controle químico do oídio do cajueiro. As áreas tratadas com enxofre elementar apresentaram a menor severidade da doença, não ultrapassando os 10% de ataque.

Abrangência Brasil - Nordeste (em áreas cultivadas com cajueiro)

Impactos Econômicos

Os sintomas do oídio são caracterizados pela formação de um revestimento ralo, branco-acinzentado e pulverulento sobre o limbo foliar semelhante à cinza vegetal, com predominância de ataque nos tecidos juvenis, inflorescências, pedúnculos e frutos, causando abortamento de flores, deformações, rachaduras e varíolas nos pedúnculos e frutos. Esses sintomas são provenientes da atividade ectoparasitária do oídio. Recentemente, tem-se observado a ocorrência desses sintomas em todas as regiões produtoras do Nordeste brasileiro. Além dos sintomas acima descritos, uma acentuada variegação do pedúnculo é observada em quase todos os clones comerciais, reduzindo o valor no mercado de mesa (in natura), importante nicho de mercado do agronegócio do caju. Em face da gravidade da ocorrência e do potencial ain-

O combate à doença (oídio) no cajueiro permite a manutenção do valor no mercado de mesa (in natura), importante nicho de mercado do agronegócio do caju.

Responsável pelas Informações José Emilson Cardoso

Público-Alvo Agricultores, associações, empresas produtoras, instituições/empresas de assistência técnica ou extensão rural.

Onde encontrar a tecnologia Curso/treinamento, consultoria e publicação.

Equipe Francisco Marto Pinto Viana, Joilson Silva Lima, José Emilson Cardoso, Luís Gustavo Chaves da Silva e Marlon Vagner Valentim Martins


Pesquisa e Desenvolvimento

chips de caju obtidos por osmose seguida de fritura O processo de fritura de alimentos é empregado no âmbito doméstico e na indústria de alimentos, principalmente em produtos como carnes, empanados e batatas. Frutas na forma de chips representam novos produtos que podem atingir o mercado consumidor. Para a obtenção de chips de frutas, a maioria das pesquisas tem sido direcionada para a definição de condições de processo que possibilitem a obtenção de produtos finais com baixos teores de gordura, textura crocante e boa aceitação sensorial. A tecnologia apresenta as etapas de processamento por osmose e fritura para obtenção de chips de pedúnculo de caju, proporcionando alternativas para redução de perdas pós-colheita e obtenção de um produto com boas características nutricionais e sensoriais e maior tempo de conservação e facilidade de embalagem e transporte.

Ano de Geração 2010

Abrangência Nordeste do Brasil, em especial para áreas produtoras de cajueiro

Benefícios •

Métodos de conservação de baixo custo.

Obtenção de um produto com boas características nutricionais e sensoriais.

Redução de perdas pós-colheita.

Rendimento médio do processo de, aproximadamente, 12%.

Responsável por Informações Janice Ribeiro Lima

Público-Alvo •

Processadores

Indústria

como Obter a Tecnologia Curso/Treinamento e Publicação

Equipe •

Henriette Monteiro C. de Azeredo

Janice Ribeiro Lima

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TRAnSFERテェncIA DE TEcnOLOGIA E cOMUnIcAテァテグ

3. Foto: Leto Saraiva


Transferência de Tecnologia

O

macroprocesso de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação contempla o levantamento e a priorização de demandas, o planejamento e a execução da pesquisa em si, o desenvolvimento e validação de tecnologias, processos e serviços, a transferência de tecnologia e a avaliação de impactos econômicos sociais e ambientais. A Transferência de Tecnologia, portanto, não pode ser pensada como uma etapa independente desse macroprocesso. Pelo contrário, está presente ao longo de todo esse circuito. Da mesma forma, a comunicação perpassa transversalmente todo esse macroprocesso, sendo essencial para a gestão interna e para a construção e sinalização do arcabouço social, técnico-científico, mercadológico e institucional da Unidade. A área de Transferência de Tecnologia da Unidade, reestruturada pelo Novo Regimento Interno, passou a contar com dois Setores: o de Prospecção e de Avaliação de Tecnologias (Spat), e o outro de Implementação da Transferência de Tecnologia (Sipt). De um total de 192 empregados, 20 foram alocados nesses setores, sendo 8 pesquisadores, 8 analistas e 4 assistentes. Ademais, o novo Comitê Técnico Interno foi ampliado numericamente para 12 integrantes, dos quais 3 são ligados à Transferência de Tecnologia. Com esse contingente qualificado, o perfil de trabalho incorporou funções importantes relacionadas à prospecção de tecnologia, análise ex-ante de projetos, propriedade intelectual, validação de tecnologias, avaliação de impacto econômico, social

e ambiental, organização da informação, negociação e contratos, incubação de empresas de base tecnológica, formação de multiplicadores, realização de eventos, sistema de atendimento ao cidadão, enfim, diversas ações em interação direta, no plano interno, com os envolvidos na pesquisa, comunicação e área administrativa, além dos parceiros, usuários e demais públicos externos. No que tange à Comunicação, destaca-se a emergência do conceito de comunicação organizacional, por meio da reformulação da Assessoria de Comunicação Social, que se tornou o Núcleo de Comunicação Organizacional (NCO). Nesse novo contexto, o relacionamento com os públicos de interesse ganhou ainda mais relevância. Isso fez com que os veículos de informação, eventos e ações de comunicação promovidas pela Unidade assumissem um aspecto ainda mais estratégico. Além dos resultados quantitativos obtidos, é importante vislumbrar, nesta seção atribuída às áreas de Transferência de Tecnologia e de Comunicação, a mudança qualitativa materializada na forma de construção de novos projetos, nos mecanismos de articulação da Pesquisa com a Transferência, no incremento de eventos relacionados com a proteção intelectual e no amadurecimento de temas para estruturação de projetos de desenvolvimento (escalonamento das tecnologias) que certamente trarão contribuições mais rápidas e eficazes para os usuários, parceiros e a sociedade em geral.

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Transferência de Tecnologia e Comunicação

Prospecção e Avaliação de Tecnologias A reformulação do regimento interno, coordenado pela SGE, contribuiu fortemente para que fossem feitos ajustes no macroprocesso de PD&I na Unidade. Um deles foi a criação do Setor de Gestão da Prospecção e Avaliação de Tecnologias (Spat) direcionado para prospecção e avaliação tecnológica, que, juntamente com o Setor de Gestão da Implementação da Programação de Transferência de Tecnologia (Sipt), está contribuindo para mudanças significativas no processo. Se o desafio é viabilizar a aplicação do conhecimento junto aos contextos dos processos produtivos, razão de ser do Spat, é preciso que a finalização de tecnologias (Desenvolvimento) envolva conjuntamente pesquisadores e analistas. Para isso, faz-se necessária uma definição ou priorização institucional dos temas ou tecnologias a serem desenvolvidos e validados. O diferencial desta proposta de gestão está em conceber o D do P&D como uma etapa que não está afeta apenas à Pesquisa, nem tampouco à Transferência de Tecnologia, mas, fundamentalmente, como uma etapa a ser trabalhada por ambos, e complementada pela participação dos usuários (iniciativa privada e demais formas de organização social) e pelas ações de governo (políticas públicas). Com isso em mente, a equipe do Spat da


Transferência de Tecnologia e Comunicação

Embrapa Agroindústria Tropical atua nas seguintes áreas: gestão; inovação; prospecção tecnológica; articulação com a iniciativa privada, representações sociais e governo; avaliação de impactos sociais, ambientais e econômicos; propriedade industrial; valoração de tecnologias; negócios e contratos de prestação de serviços; incubação de empresas; organização e disponibilização de informação tecnológica.

Formação da Equipe e competências Uma das primeiras atividades desenvolvidas foi a organização do novo setor, não só em sua estrutura física, como também um investimento em novas competências para os desafios e oportunidades para o novo grupo. Inicialmente, o setor contava com apenas cinco integrantes. Atualmente, o número foi dobrado. Com isso, a equipe do Spat tem competências que se complementam, trazendo como resultado não apenas um somatório de ações, mas sim, uma potencialização delas, que passam a interagir entre si com foco no resultado do grupo. Isso é muito importante para o alcance dos resultados, como se pode ver nos próximos parágrafos.

Patentes Durante o ano de 2011, o Spat promoveu muitas ações na área de Propriedade Industrial. Uma delas foi a reformulação do Comitê Local de Propriedade Intelectual (CLPI), que passou a contar com uma nova estrutura, proporcionando maior interação entre as áreas de Transferência de Tecnologia, Pesquisa e Desenvolvimento e assuntos referentes a contratos, o que facilitou a discussão e a deliberação de novas

atividades relacionadas ao tema de Propriedade Industrial. Assim, atuou juntamente com os pesquisadores, realizando buscas de informações tanto para projetos quanto para tecnologias passíveis de serem patenteadas. Essas buscas ocorrem em base de dados de patentes nacionais e internacionais. Vale destacar que esse item tem sido analisado pelo Spat em todas as propostas de projetos que chegam ao CTI da Unidade, buscando-se verificar duas informações principais. A primeira seria quanto à existência de alguma pesquisa já patenteada na mesma área. A segunda seria quanto à viabilidade de patenteamento dos resultados da pesquisa. Caso exista esta segunda opção, é recomendado um tratamento especial ao projeto. Neste período, foram encaminhados nove pedidos de proteção patentária, sendo dois deles com o depósito efetuado no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) e um desses com pedido de depósito internacional, via Tratado de Cooperação em matéria de Patentes (PCT), a saber:

2010 - Processo de produção, uso e composição fungicida compreendendo compostos obtidos a partir do líquido da casca da castanha-de-caju - Nº INPI: PI1004458-2 A2 - Depositante: Funece (Uece) - Embrapa - Inventor: Maria Izabel Florindo Guedes / Carlúcio Roberto Alves / Francisco das Chagas de Oliveira Freire / Lia Magalhaes de Almeida / Romulo Aldo de Oliveira Castro / Joana d’Arc Pereira Dantas - Atividade: Depósito no INPI em 12/05/2010

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Transferência de Tecnologia e Comunicação

2011 - Processo enzimático-aquoso para obtenção de óleo a partir de sementes de maracujá - Nº INPI: 014110003578 (temporário) - Depositante: Embrapa - Inventor: Gustavo Adolfo Saavedra Pinto - Atividade: Depositada no INPI em 23/12/2011

2012 - Eletrodo impresso modificado com filme para detecção de ricina (trabalho alvo do Laboratório de Embalagens) - Pesquisador: Roselayne Ferro Furtado - Atividade: Depósito no INPI em 23/08/2012 - Concentração e Purificação de Extrato de Carotenoides do Caju - Analista: Fernando Antonio Pinto de Abreu - Atividade: Depósito no INPI em 26/04/2012 - Acquamonitor - Pesquisador: Ênio Giuliano Girão - Atividade: Registrado no INPI 29/11/2012

em

Prospecção Foram realizados estudos de prospecção para as seguintes tecnologias e projetos: mdf (Medium-Density Fiberboard) verde; noni (agrícola e industrial); biodefensivos à base de nin; sucos tropicais; novos materiais utilizando fibras naturais ou biopolímeros; filmes e embalagens comestíveis; entre outros.

Além disso, tem sido feito um trabalho de planejamento estratégico junto aos quatro novos laboratórios da Unidade (Multiusuário de Química de Produtos Naturais; Processos Agroindustriais; Tecnologia da Biomassa e Embalagens), visando melhor posicionamento dos projetos de pesquisa a serem elaborados, tendências de mercado e articulações para ampliação de ações de Desenvolvimento de Tecnologias. Vale destacar como outro importante exemplo de prospecção interna o Workshop sobre caju, realizado com todos os profissionais que possuem atividades voltadas para a cultura do cajueiro, com o objetivo de verificar quais as tecnologias já desenvolvidas, as que estão em andamento e os principais desafios para o setor.

Articulação Outra importante atuação deste setor diz


Transferência de Tecnologia e Comunicação

respeito às ações para articulação com a iniciativa privada, representações de classe, governos, instituições de fomento e ONGs. Várias foram as atividades voltadas para essas articulações, tendo alguns dos seguintes objetivos: captação de recursos; parcerias para projetos de Desenvolvimento de Tecnologias, contratos de prestação de serviços, acesso a novos mercados, mapeamento de oportunidades tecnológicas e de pesquisa, entre outros. Como exemplo de ações realizadas, pode-se citar instituições como: BID, Banco Mundial, Grupo Pão de Açúcar, Kraft, Corn Products, IFF, Mane, Pepscio, entre outras.

Avaliações de impacto As avaliações de impactos das tecnologias ocorrem a partir de três principais critérios que são os de ordem ambiental, social e econômica. Além disso, essas avaliações podem ocorrer antes de a tecnologia ser adotada (ex-ante), ou após a tecnologia

ser adotada (ex-post). No primeiro caso, foi desenvolvida planilha com os aspectos a serem avaliados pelos pesquisadores, quando da submissão de propostas de projetos ao CTI. Os parâmetros servem como norteadores para que os proponentes tenham uma visão sobre quais os aspectos devem ser observados, se eles existem ou não no projeto e qual o impacto deles. De posse dessas informações, os proponentes têm condições de discorrer sobre tais pontos e municiar o Spat com importantes informações sobre o projeto. Vale destacar que, após o recebimento das propostas pelo CTI, elas são encaminhadas ao Spat para que sejam realizadas as avaliações dos impactos ex-ante de cada proposta. Emite-se, então, um parecer, favorável (com ou sem recomendações) ou não à proposta do projeto. Com isso, tem-se uma visão mais aprimorada sobre a importância desses critérios. Essas informações irão nortear as avaliações ex-post, quando as tecnologias forem utilizadas. A inserção do Spat no processo de avaliação dos projetos submetidos ao CTI alterou de um para cinco tipos de avaliações diferentes. Foram acrescentadas à avaliação de critérios técnicos relacionadas ao projeto (que já existia) as avaliações de Propriedade Industrial e de Análise de Impacto Ex-Ante de âmbito social, ambiental e econômico. A ação trouxe maior robustez e critérios para tornar a avaliação ainda mais estruturada.

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Implementação da Transferência de Tecnologia Desde 2011, a Embrapa Agroindústria Tropical promove o Curso Internacional em Produção, Pós-Colheita e Processamento Industrial do Caju. O curso é resultado da parceria entre a Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica) e a Agência Brasileira de Cooperação (ABC). A execução cabe à Embrapa Estudos Estratégicos e Capacitação (Brasília, DF) e à Embrapa Agroindústria Tropical (Fortaleza, CE). Os recursos são oriundos do Programa de Treinamento de Terceiros Países (TCTP) no âmbito do programa de parceria Brasil-Japão. O treinamento se divide em duas partes: uma semana introdutória na Embrapa Estudos Estratégicos e Capacitação e mais três semanas com atividades práticas e teóricas na sede da Embrapa Agroindústria Tropical e no Campo Experimental da Unidade, no Município de Pacajus (CE). Fazem

parte do treinamento, ainda, dias de campo e visitas a propriedades nos estados do Ceará e do Piauí. No Nordeste Brasileiro, 85% da produção de caju saem de pequenas propriedades. Todas as despesas dos participantes são custeadas pelo Programa de Treinamento de Terceiros Países. Os participantes são, preferencialmente, técnicos vinculados ao governo de seus países e que estejam atuando nas áreas do sistema de cultivo, assistência técnica e pesquisa agropecuária. A expectativa é de que os técnicos adquiram conhecimentos para a execução de ações que possam contribuir para o desenvolvimento da cajucultura nos seus respectivos países com a melhoria efetiva do sistema de produção dos pomares de cajueiro, da incorporação de modernas técnicas de produção e processamento industrial do caju, com o aumento da produ-


Foto: Cláudio Norões

Transferência de Tecnologia e Comunicação

tividade, utilização integral do caju e formação de multiplicadores responsáveis pela difusão das tecnologias. A primeira edição do curso contou com 22 participantes de oito países da América Latina, da África e da Ásia (como Colômbia, Guiné-Bissau e Timor-Leste). A edição mais recente, de 2012, teve a participação de 21 técnicos da Colômbia e de Moçambique.

cursos

Foto: Leto Saraiva

No triênio 2010-2012, a Embrapa Agroindústria Tropical ministrou 84 cursos, atendendo um público de 1.524 multiplicado-

res. Os temas das capacitações foram Boas Práticas Agrícolas (BPA) e Boas Práticas de Fabricação (BPF) do queijo coalho, processamento de frutos tropicais, produção de uvas apirênicas, produção de mudas frutíferas e fisiologia e tecnologia pós-colheita, além dos cursos promovidos pela Unidade Móvel de Transferência de Tecnologia.

Renofrut Apoiada pela Rede Norte/Nordeste de Fruticultura (Renofrut), a Embrapa Agroindústria Tropical promoveu dois cursos de capacitação de multiplicadores em Processamento de Frutos Tropicais entre 2010 e 2011. Direcionada a profissionais da área de tecnologia de alimentos, a formação abordou a industrialização de frutas, a conservação, a qualidade e a embalagem de produtos derivados de frutas tropicais. Ao todo, 39 técnicos foram formados.

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Transferência de Tecnologia e Comunicação

Em 2010, o foco foi o cultivo e o processamento de banana. As aulas ocorreram em Cruz das Almas (BA), sendo realizadas pela Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical em parceria com a Embrapa Agroindústria Tropical, que coordena a rede. No ano seguinte, o curso voltou a ser ministrado em Fortaleza, abrangendo as frutas tropicais de modo geral.

Unidade móvel Em 2012, a Unidade Móvel de Proces-

samento de Frutos Tropicais realizou 15 ações de transferência das tecnologias, beneficiando 848 pessoas. Foram cinco treinamentos para 108 técnicos e multiplicadores em processamento industrial de frutas tropicais e dez oficinas sobre desidratação de frutas e Boas Práticas de Fabricação de alimentos para técnicos, estudantes de escolas agrícolas, pequenos e médios produtores familiares em pequenos e médios empreendimentos agroindustriais familiares, com demonstrações técnicas e apresentações em feiras e exposições agropecuárias.


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Brasil Sem Miséria Fogões ecoeficientes, fossas verdes e quintais produtivos foram as primeiras tecnologias selecionadas pela Embrapa Agroindústria Tropical para a implementação na região do Alto Oeste Potiguar (RN), em projeto de inclusão produtiva de famílias vinculado ao Plano Brasil Sem Miséria. A ação contemplará 880 famílias de dez municípios até 2015. No primeiro semestre de 2013, serão instalados 125 fogões a lenha ecoeficientes, 62 fossas verdes e 12 quintais produtivos na região. O enfoque é o atendimento às necessidades da família. Para tanto, foram buscadas tecnologias sociais adequadas à realidade da região. Os critérios para a seleção envolvem o baixo custo, a eficiência e a aceitação por parte da comunidade.

As ações foram iniciadas em setembro de 2012, quando 80 técnicos de assistência técnica da região receberam treinamento sobre as tecnologias que serão utilizadas. Entre as preocupações estão a melhoria das condições de abastecimento de água, de produção de alimentos e de saúde das famílias. A expectativa do projeto é a inclusão socioeconômica das famílias de forma sustentável. Atuam como parceiros a Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN), o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN) e a Cooperativa de Trabalho para o Desenvolvimento Sustentável do Alto Oeste Potiguar (Codesaop).

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Boas Práticas de Fabricação artesanal de queijo coalho “Produção Artesanal de Queijo Coalho, Ricota e Bebida Láctea em Agricultura Familiar – Noções de Boas Práticas de Fabricação”. Esse é o título do documento recém-editado pela Embrapa Agroindústria Tropical. O objetivo da publicação é fornecer orientação técnica aos agricultores familiares, na obtenção de um produto padronizado e com qualidade. A cartilha é fruto de projeto envolvendo a Embrapa Agroindústria Tropical e a Embrapa Meio-Norte, com a Universidade Estadual do Ceará, Banco do Nordeste, Emater Piauí, Emater-RN, Instituto Federal de Ciência e Tecnologia – Campus Currais Novos, RN, e associações de produtores familiares. A publicação tem como autores João Bosco Cavalcante Araújo, José Carlos Machado Pimentel, Francisco Fábio de Assis Paiva, da Embrapa, e Benemária Araújo (Uece). De acordo com os autores, a produção de queijo coalho artesanal na região Nordeste tem grande importância social e econômica, tanto por ser exercida em sua maior parte por mulheres, como também por ser

uma das principais atividades na cadeia produtiva do setor leiteiro, dentro do segmento da agricultura familiar. Em vários locais dessa região, essa atividade apresenta-se como a única possibilidade para os produtores familiares de leite. Conforme os autores, a agroindustrialização dentro do segmento da agricultura familiar deve ter sempre a preocupação para o desenvolvimento e acompanhamento de um roteiro de noções básicas de Boas Práticas de Fabricação. Entre os tópicos abordados na publicação, estão higienização, recepção do leite, processamento, armazenamento, transporte, equipamentos necessários para a produção artesanal de queijo, problemas com o queijo coalho e suas possíveis causas, produção de ricota, bebida láctea, entre outros. O documento está disponível no site da Embrapa Agroindústria Tropical (www. cnpat.embrapa.br) no menu superior direito, em “Publicações”, selecionar a opção “Série Documentos”, número 150.



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Transferindo conhecimento e camburi O mandato nacional da Embrapa Agroindústria Tropical permite que sua atuação se estenda para diversos estados brasileiros. As tecnologias, processos e serviços da Unidade estão à disposição de empreendedores rurais e urbanos. Segue uma pequena mostra de como o conhecimento pode mudar trajetórias de vida.

A Embrapa Agroindústria Tropical firmou uma consultoria técnica com a Agrícola Camburi com o objetivo de executar e acompanhar pelo período de 4 anos a implantação de 90 hectares da cultura do cajueiro em sequeiro, divididos em 30 hectares por ano, além de área experimental de um hectare a ser implantada no primeiro ano de execução do projeto. A Agrícola Camburi dispõe de uma área de aproximadamente 25 mil hectares no município maranhense de Barra do Corda e vem desenvolvendo esforços no sentido de obter a legalização para a implantação de projetos agrícolas. O cajueiro está sendo estudado como uma cultura potencial por seu caráter ecológico, social e cultural.

Pós-coco Em 2009, empresária paulista Fátine Chamon deixou o ramo de transporte público e decidiu encarar um novo desafio: beneficiar a casca de coco-verde por meio de uma tecnologia desenvolvida pela Embrapa Agroindústria Tropical. Em pouco tempo, a indústria de reciclagem de resíduos sólidos Pós-Coco dava início às suas operações. A máquina de processamento da casca de coco tem capacidade de processar 10 mil cocos por dia, produzindo substrato e fibra. O material tem potencial para ser empregado de diversas formas: mantas e telas para proteção do solo, produção de papel, substituição do xaxim, construção civil e adubo agrícola são algumas delas.


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gerando oportunidades Purofrut Após uma séria crise, os irmãos João Alves dos Santos e Euzim Alves dos Santos migraram de atividade. Eles decidiram apostar no setor de polpas. A Purefrut, então, foi criada. Sem experiência no ramo, os empreendedores entraram em contato com a Embrapa Agroindústria Tropical e, após uma série de visitas e consultorias, adquiriram os recursos necessários para a nova empresa, que trabalha atualmente com dez sabores de polpa.

vivenda do vale A Vivenda do Vale é a primeira agroindústria familiar do Vale do Rio Maxaranguape, no Município de Ceará-Mirim, RN. Com o diferencial de apostar em frutas tropicais pouco exploradas pela indústria, a pequena empresa está ganhando espaço em lojas de produtos regionais de vários pontos do País. A fábrica foi montada pelos produtores rurais Gustavo e Fernanda Câmara depois que eles participaram do III Curso de Capacitação de Multiplicadores em Processamento de Frutos Tropicais, promovido pela Embrapa Agroindústria Tropical em 2011, por meio da Rede Norte/Nordeste de Fruticultura (Renofrut).

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Proeta se consolida e ganha mais visibilidade O Programa de Incubação de Agronegócios da Embrapa (Proeta) obteve bons resultados no que diz respeito à visibilidade das ações do programa e de suas empresas incubadas, proporcionando a criação de novas oportunidades financeiras para as empresas e novos parceiros institucionais. Entre as ações que marcaram o triênio, destaca-se o desenvolvimento das empresas incubadas, que, durante esse período, passaram pela fase de amadurecimento de suas atividades, chegando à graduação. Além disso, vale destacar o aporte de Venture Capital recebido pela empresa incubada BioClone, pelo Fundo Criatec, transformado em Sociedade Anônima (S.A.). A seguir, algumas das principais ações ocorridas durante os anos 2010-2012 que envolveram o Proeta, a Embrapa Agroindústria Tropical e suas empresas incubadas:

Financial Times O Programa de Incubação de Agronegócios da Embrapa (Proeta) foi destaque na imprensa internacional. Segundo matéria publicada no caderno Brazil Confidential, do Financial Times, os talentos tecnológicos do Ceará estão atraindo o interesse de investidores. Duas empresas incubadas pelo Proeta, a Sabor Tropical e a BioClone, foram mencionadas como bons exemplos de empresas nascentes de base tecnológica agropecuária. Com o dinheiro obtido pelo fundo Criatec, um laboratório será construído no Município de Eusébio (CE).

Biorreator A empresa cearense BioClone avalia, junto ao laboratório de Cultura de Tecidos da Embrapa Agroindústria Tropical, o biorreator desenvolvido pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília, DF). O equipamento é capaz de multiplicar mudas de plantas com muito mais higiene, segurança e economia.

criatec adquire participação em empresa incubada da Embrapa O Fundo Mútuo de Investimento em Empresas Emergentes (Criatec) adquiriu participação acionária na BioClone Produção de Mudas Ltda.Dos recursos que serão destinados à BioClone pelo Fundo Criatec, 80% tem origem no BNDES e 20% são originários do Banco do Nordeste. A empresa tornou-se a primeira participante do Proeta em todo o Brasil a contar com recursos do Criatec.


Graduação de incubadoras

Encontro nESsT

As empresas BioClone e Sabor Tropical, incubadas pelo Proeta, foram graduadas durante Sessão Solene na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, em abril de 2012. A graduação faz parte da agenda do evento que homenageou os 25 anos da Unidade. A graduação é o processo final de incubação de empresas e uma prova de que os empreendimentos estão prontos para alçar novos voos.

A Embrapa Agroindústria Tropical participou do Encontro Internacional “América Latina inova e se transforma: uma visão sobre os programas de apoio às inovações tecnológicas”, representando o Proeta. O encontro ocorreu na cidade de Lima, no Peru, em 2011, e foi organizado pela Fundação NESsT (instituição internacional que auxilia a formação de empreendimentos sociais).

certificação Orgânica

Prêmio Finep

A Cajuína Sabor Tropical é a primeira a produzir cajuína com certificado orgânico. Em 2010, a empresa recebeu o certificado de produto orgânico conferido pelo IBD Certificações, especialista no desenvolvimento de atividades de inspeção e certificação agropecuária.

A empresa BioClone foi a vencedora da categoria pequena empresa do Prêmio Finep de Inovação 2011.

visita do BID A vice-presidente executiva do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Julie T. Katzman, visitou a Embrapa Agroindústria Tropical. Ela conheceu algumas tecnologias e laboratórios relacionados ao Proeta.

capacitação Com o programa “Vamos empreender no agronegócio?”, o Proeta capacitou 1.007 pessoas interessadas em empreender em tecnologias do agronegócio na Paraíba.

Homenagem A Embrapa Agroindústria Tropical, a BioClone e o Instituto Centec foram finalistas do Prêmio Nacional de Empreendedorismo Inovador, na categoria Melhor Empresa Incubada de 2011.


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comunicação Ampliada No triênio 2010-2012, a comunicação na Embrapa Agroindústria Tropical sofreu uma reformulação conceitual, deixando de ser Assessoria de Comunicação Social (ACS) e passando a atuar como Núcleo de Comunicação Organizacional (NCO), conforme determina o novo regimento da Embrapa. Mais que alteração da nomenclatura, a mudança sinaliza para uma compreensão mais ampliada da comunicação, como um “processo de gerenciamento que integra todas as atividades orientadas para o relacionamento entre a organização e os ambientes interno e externo”. Nesse sentido, a responsabilidade fundamental do NCO torna-se a de “criar e manter fluxos de informação e influência recí-

proca entre a organização, seus públicos de interesse e a sociedade em geral”. No período, além de avançar na área das mídias digitais, em que a Unidade se destaca como uma das pioneiras, o NCO aprimorou suas ferramentas tradicionais de comunicação, como o Jornal Acontece, o novo design da Intranet, bem como a ampliação do alcance da Revista Agroindústria Tropical (tanto pelas condições para realização das reportagens, quanto pelo aumento da área de abrangência). A forte presença no campo comunicacional contribui, certamente, para que a missão e as ações da Embrapa Agroindústria Tropical se tornem mais conhecidas, além de aprofundar as inter-relações entre a instituição e seus públicos.


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1 - Parlamentares da Bancada do Ceará no Congresso Nacional visitam as instalações da Embrapa Agroindústria Tropical, em maio de 2010. | 2 - Visita do representante da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação no Brasil, Hélder Muteia, em novembro de 2010. | 3 - Visita da Comissão Técnica da Tanzânia. | 4 - Visita dos representantes do Centro Nacional de Pesquisa de Produtos Naturais, da Universidade do Mississipi: o diretor, Larry Walker, e o diretor-assistente, Ikhlas Khan, em fevereiro de 2010. | 5 - Palestra do pesquisador australiano Robert Gilkes, da University of Western Australia, sobre as restrições para a produção vegetal e animal na Austrália, em outubro de 2010. | 6 - Presidente de Guiné-Bissau, Malam Bacai Sanhá, conheceu tecnologias voltadas para o desenvolvimento do agronegócio caju, em agosto de 2010. | 7 - A Unidade recebeu, em agosto de 2010, os participantes do Icid, os indianos


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Hari Upadhyaya e Piara Singh, do Instituto Internacional de Pesquisa para as Culturas dos Trópicos Semiáridos (Icrisat). | 8 - Senador Inácio Arruda, em visita ao Campo Experimental de Pacajus, ocorrida em agosto de 2010. | 9 - Carlos Prado, presidente da Itaueira Agropecuária, Adriano Matos, analista da Embrapa Agroindústria Tropical, o deputado federal Eudes Xavier, o então presidente da Embrapa, Pedro Arraes, o superintendente da Etene, José Narciso Sobrinho, o deputado estadual Herminio Resende e o chefe-geral, Vitor Hugo de Oliveira, durante a inauguração do Laboratório de Processo Agroindustriais. | 10 - Senador Inácio Arruda inaugura obras de infraestrutura no Campo Experimental de Pacajus. | 11 - Deputado José Guimarães em visita à Unidade em abril de 2010. | 12 - Visita de consultores da Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica), em janeiro de 2010. | 13 - Reitor da Universidade Federal do Ceará (UFC), Jesualdo Farias, visita Unidade.


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1 – Membros do Conselho Assessor Externo da Embrapa Agroindústria Tropical. | 2. Menção honrosa pelo trabalho apresentado no Congresso Brasileiro de Microbiologia pela pesquisadora Terezinha Feitosa Machado. | 3. Simpósio de Queijos Artesanais do Brasil sob coordenação da pesquisadora Socorro Bastos, ocorrido em novembro de 2011, no auditório do Banco do Nordeste. | 4. O pesquisador Francisco das Chagas Freire recebe troféu Caju de Ouro na área de Pesquisa. | 5. Pesquisador Fernando Aragão recebe prêmio Jovem Melhorista 2011, na categoria doutorado. | 6. O chefe-geral, Vitor Hugo de Oliveira, apresenta palestra na Conferência Anual da Aliança Africana de Cajucultores (ACA), em Benin. | 7. Prêmio recebido pela Embrapa Agroindústria Tropical no 7º Caju Nordeste ocorrido em 2011.


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8. Pesquisador Marlos Alves Bezerra é homenageado pela Sociedade Brasileira de Fisiologia Vegetal. | 9. Ex-chefes e o atual chefe da Unidade durante solenidade de comemoração dos 25 anos da Embrapa Agroindústria Tropical (Lucas Leite, Lindbergue Crisóstomo, Francisco Férrer, Vitor Hugo de Oliveira e João Pratagil). | 10. Diretora-executiva Vânia Castiglioni participa de inauguração dos laboratórios de Química de Produtos Naturais, Biologia Molecular e Tecnologia da Biomassa. | 11. O presidente da Embrapa e na época diretor-executivo Maurício Lopes discursa na inauguração do Laboratório de Embalagens. | 12. Pesquisador João Pratagil é agraciado como Personalidade do ano 2011, do Jornal Agrovalor.


vISÃO DE FUTURO

No Plano Diretor da Unidade 2008-2011, a visão de futuro ali consignada estabelece que o Centro deve buscar “ser referência em pesquisa, conhecimento, tecnologia e inovação para o desenvolvimento sustentável de cadeias produtivas de interesse da agroindústria tropical”. Uma breve análise deste Relatório de Gestão pode atestar que a Unidade avançou muito bem nessa direção. Os resultados de pesquisa, as tecnologias disponibilizadas e as articulações nacionais e internacionais sinalizam para o cumprimento da missão e da visão de futuro.

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O mundo passa por mudanças cada vez mais aceleradas em função dos avanços técnico-científicos, dos meios de comunicação, da cibernética, dos transportes, enfim, da crescente capacidade da indústria em se transformar. A humanidade está diante de grandes desafios, muitas vezes em situações contraditórias, que oscilam entre o crescimento de áreas cultivadas e degradadas e as preocupações com a conservação ambiental; entre os efeitos das secas e das enchentes, de frio intenso e temperaturas elevadas; de configurações dicotômicas no perfil alimentar que transita da subnutrição à obesidade; além da dificuldade crescente de obtenção de água potável, da necessidade de transformação do perfil energético dependente de fósseis para uma oferta crescente de energia renovável, entre outros. As inovações consubstanciadas nos meios de comunicação, nos transportes e na cibernética têm sido também observadas na agropecuária e na agroindústria. No entanto, o fato de o crescimento da população mundial já ter ultrapassado a marca de 7 bilhões de habitantes, por si só, acrescenta um enorme desafio para a produção de alimentos saudáveis e nutritivos, segurança alimentar, fibras, novos materiais, energia renovável, aproveitamento de resíduos, diversificação das fontes de matérias-primas alimentares e não alimentares e a sustentabilidade ambiental e social, entre outras contribuições que as tecnologias agropecuárias e agroindustriais podem proporcionar para a humanidade. Como integrante do Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária, a Embrapa Agroindústria Tropical tem o firme propósito de continuar avançando na realização de pesquisas consequentes para as cadeias produtivas de interesse da agroindústria tropical. A Unidade encontra-se em plena fase de elaboração do seu plano e agenda estratégica para os próximos anos, partindo de um novo patamar em função da sua capacidade analítica, ampliada pelos investimentos em instalações, equipamentos e formação de pessoas nos anos recentes. Essa maior capacidade de resposta significa também maior responsabilidade perante a sociedade brasileira. Assim, é preciso evoluir a uma gestão ainda mais orientada


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Visão de Futuro

para resultados. A ênfase na gestão de projetos deve dar lugar à gestão do macroprocesso que transforma insumos em resultados finalísticos. Para isso, é importante ter em mente o macroprocesso de produção da Unidade, o qual envolve desde a geração e priorização de ideias com base na inteligência competitiva e capacidade de tomada de decisão, o planejamento e a execução da pesquisa em si, as ações de desenvolvimento tecnológico, a transferência de tecnologia e a avaliação de impactos que retroalimenta o processo. Com esse enfoque, é preciso ter bem claro os fundamentos das cadeias produtivas, bem como os seus ambientes organizacional e institucional; enfim, o contexto em que ocorre a inovação, e a isso se somam todos os componentes transversais que atuam potencializando o macroprocesso de produção da Unidade, que, de forma permanente, deve buscar inovações na gestão, seja via melhoria de processos, seja na articulação de novos parceiros, para dinamizar e profissionalizar cada vez mais a atuação de suporte à pesquisa, desenvolvimento e transferência de tecnologia. Ganha destaque nesse referencial a capacidade de articular as parcerias internas e externas, para fortalecer a lógica de agregação de valor ao longo das cadeia produtivas, de modo a viabilizar o cumprimento dos objetivos e resultados esperados nos planos e na agenda de trabalho da Unidade. Um exemplo dessa sistemática pode ser o envolvimento das diferentes especialidades requeridas para a abertura de frentes, como a elucidação de moléculas bioativas com aplicações junto a mercados de elevado valor agregado, tais como: fitomedicamentos, cosméticos, biopesticidas, condimentos, produtos com apelos funcionais e nutracêuticos, novos materiais e energia renovável. Conquistas dessa natureza requerem uma abordagem transdisciplinar que ultrapassa os muros da Unidade, requerendo competências complementares. Desse modo, constitui ao mesmo tempo um desafio e uma sinalização de que o alinhamento das competências internas é um diferencial que estabelece a identidade do Centro, na medida em que se converte no caminho para atrair e viabilizar as parcerias estratégicas externas, com o objetivo maior de viabilizar as soluções que sua missão e visão preconizam. Com a perspectiva de se tornar mais pragmática, objetivando as contribuições e os resultados finalísticos para a sociedade, está em discussão a proposta de que a visão da Unidade passe a ter o seguinte enunciado: “ser reconhecido como Centro estratégico na viabilização de produtos, processos e serviços finalísticos e competitivos, ultimando a sustentabilidade da agroindústria tropical brasileira.”

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EXPEDIEnTE

Embrapa Agroindústria Tropical Vitor Hugo de Oliveira Chefe-Geral Andréia Hansen Oster Chefe-Adjunta de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação Cláudio Rogério Bezerra Torres Chefe-Adjunto de Administração Lucas Antonio de Sousa Leite Chefe-Adjunto de Transferência de Tecnologias

EQUIPE EDITORIAL Andréia Hansen Oster Cláudio Rogério Bezerra Torres Eduardo Santos Galas Lucas Antonio de Sousa Leite Ricardo Moura Braga Cavalcante Thaissa Albuquerque Aragão Vitor Hugo de Oliveira

JORNALISTAS RESPONSÁVEIS Ricardo Moura (DRT 1681/CE JP) Verônica Freire (MTB 01225JP) TEXTO Embrapa Agroindústria Tropical PROJETO GRÁFICO Aimêe Andrade / Raissa Alves / Ricardo Moura

FOTOS Cláudio Norões / Arquivo Embrapa Agroindústria Tropical CAPA Aimêe Andrade / Thaissa Aragão IMPRESSÃO Gráfica Minerva 1ª edição 1ª impressão 2013 Tiragem: 1.000 exemplares


Foto: Cláudio Norões

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Exemplares desta publicação podem ser solicitados na: Embrapa Agroindústria Tropical Rua Dra. Sara Mesquita 2.270, Pici CEP 60511-110 Fortaleza, CE Caixa Postal 3761 Fone: (85) 3391-7100 Fax: (85) 3391-7109 Home page: www.cnpat.embrapa.br E-mail: cnpat.sac@embrapa.br Twitter: www.twitter.com/embrapacnpat Facebook: www.facebook.com/embrapaagroindustriatropical COMITÊ DE PUBLICAÇÕES Presidente: Marlon Vagner Valentin Martins Secretário-executivo: Marcos Antonio Nakayama Membros: José de Arimatéia Duarte de Freitas, Celli Rodrigues Muniz, Renato Manzini Bonfim, Rita de Cássia Costa Cid, Rubens Sonsol Gondim, Fábio Rodrigues de Miranda.

Todos os direitos reservados A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação dos direitos autorais (Lei nº 9.610).

Dados internacionais de Catalogação na Publicação ICIP Embrapa Agroindústria Tropical

Relatório de gestão 2010-2012 / Embrapa Agroindústria Tropical. Fortaleza, 2013. 85 p.: il. color. 28cm. - (Documentos / Embrapa Agroindústria /Tropical, ISSN 1677-1915; 158) 1. Relatório de Gestão. 2. Pesquisa - Desenvolvimento Inovação. 3. Transferência de Tecnologia. 4. Instituição de Pesquisa. I. Título. II Série.

CDD 630.72 @ Embrapa 2013

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