Plástico Sul 201

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Expediente

Editorial

Edição # 201 | Novembro de 2018

A um passo do futuro

Conceitual Brasil - Jornalismo Total www.revistaplasticosul.com.br Fone: 51 3209.3525 editora@conceitualpress.com.br Direção: Sílvia Viale Silva Edição: Melina Gonçalves DRT/RS nº 12.844 Departamento Comercial: Débora Moreira Design Gráfico & Criação Publicitária: José Francisco Alves (51 99941.5777) Capa: divulgação Plástico Sul é uma publicação da Conceitual Brasil - Jornalismo Total, destinada às indústrias produtoras de material plástico de 3ª, 2ª e 1ª geração petroquímica nos Estados da Região Sul e no Brasil, formadores de opinião, órgãos públicos pertinentes à área, entidades representativas, eventos, seminários, congressos, fóruns, exposições e imprensa em geral. Opiniões expressas em artigos assinados não correspondem necessariamente àquelas adotadas pela revista Plástico Sul. É permitida a reprodução de matérias publicadas desde que citada a fonte. Tiragem: 8.000 exemplares.

O

ano de 2019 está de portas abertas. Que seja um período de muito trabalho, muita paz e muita luz. Temos uma nova configuração política pela frente que nos remete à esperança de dias melhores. E precisamos acreditar nisso visto que realmente há indícios de que haverá recuperação econômica no país. Em matéria sobre o mercado de distribuição de resinas, os empresários estão otimistas e esperam por dias melhores no que diz respeito às reformas e algumas ações governamentais. A paralisação dos caminhoneiros influenciou diretamente nos negócios da distribuição em 2018 e para 2019 existe boa vontade e desejo em trabalhar sério para a sustentabilidade do setor. Por falar em sustentabilidade o leitor poderá conferir nesta edição uma reportagem sobre o crescimento da economia circular na indústria de embalagens plásticas. Há uma nova demanda nas gôndolas, onde o consumidor precisa se identificar com o produto para então adquiri-lo. Pensar na embalagem desde sua concepção até seu destino final é um caminho sem volta que só agrega valor ao material plástico, já que ele é 100% reciclável e tem alto perfil de reaproveitamento. Entretanto todo esse potencial esbarra em obstáculos importantes: impasses tributários, falta de coleta seletiva adequada e dificuldade de se obter um conteúdo reciclável de qualidade são apenas algumas tarefas a serem aperfeiçoadas para o crescimento da embalagem na economia circular. Por sorte há empresas pró-ativas nesse segmento, trabalhando sério e com resultados finais fantásticos. É o caso da Wise S/A, que você conhecerá nas páginas a seguir. Estamos de frente para 365 dias e inúmeras oportunidades, visto que 2019 é ano de duas importantes feiras, logo no primeiro semestre. Plástico Brasil e Feiplastic acontecem em São Paulo e prometem fomentar os negócios da indústria, realizando uma sinergia entre todos os elos da cadeia. Convidamos você a permanecer conosco neste ano, aproveitando todo conteúdo que ofertamos na versão impressa, digital e nas redes sociais. Boa leitura!

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Melina Gonçalves / Editora melina.goncalves@conceitualpress.com.br 44 > Plástico > Plástico Sul Sul >>> >>>


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EspecialDistribuição

S Curvas sinuosas

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Melhora no desempenho do consumo de plásticos de engenharia e novas parcerias para oportunizar um leque maior de opções aos clientes são os destaques positivos de uma estrada repleta de obstáculos como greve dos caminhoneiros, persistência das revendas e preço das matérias-primas

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e você não conhece, já deve ter ouvido falar na Serra do Rio do Rastro, que fica em Santa Catarina. O percurso da rodovia SC390 é caracterizado por subidas íngremes e curvas fechadas. Quem já passou pela estrada conta que não é fácil seguir viagem por ela, mas é absolutamente interessante e cheio de adrenalina. É exatamente essa perspectiva observada quando mapeamos o mercado de distribuição de resinas. Segmento repleto de desafios, obstáculos e percalços. Mas os empresários que trilham esse caminho, dirigem por essa estrada completamente concentrados e sempre, absolutamente sempre, enxergam nela seus pontos positivos e oportunidades. O ano de 2018 manteve tais peculiaridades neste mercado, com alguns diferenciais inesperados, tanto bons quanto ruins. De oportunidade o destaque vai para o desempenho dos plásticos de engenharia e novas parcerias com petroquímicas que agregaram aos distribuidores novas bandeiras. De desafios, a greve dos caminhoneiros fez os empresários do setor diminuírem a marcha e desacelerarem. Conforme o presidente da Associação Brasileira dos Distribuidores de Resinas Termoplásticas e Afins, Laercio Gonçalves, o resultado das vendas dos associados Adirplast em 2017 foi 2,2% superior a 2016. Em 2018, os distribuidores autorizados pelos fabricantes filiados à associação devem consolidar vendas entre 6 e 7% superiores ao ano anterior (2017). As resinas commodities, principalmente os polietilenos, registraram aumento abaixo da média esperada em 2018, no entanto, os plásticos de engenharia tiveram resultado superior à média de 6,5% acima de 2017. Segundo Gonçalves, a razão é a ampliação da demanda de plásticos de performance, suportando o aumento dos plásticos de engenharia. “O grande desafio dos distribuidores oficiais ou autorizados é a concorrência com as revendas, principalmente devido às tramas tributárias dos Estados brasileiros. A oportunidade é exatamente a reversão deste cenário com a reforma tributária – antes tarde que nunca”, reflete o dirigente da Adirplast. A nova configuração política, para Gonçalves, dará um novo gás à indústria. “Serão anos de trabalho e recuperação do tempo perdido em governos populistas, no entanto, esperamos que continue a recuperação do crescimento iniciada no governo atual”. Embora espere atitude da esfera política, a Adirplast não fica apenas no aguardo mas também age em prol dos associados. “Trabalhamos junto aos associados à questão de inadim-


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plência, a equiparação dos salários no setor e os interesses específicos dos grupos de distribuidores de BOPP, de resinas e de plásticos de engenharia”, comenta Gonçalves que ressalta ainda a principal ação da entidade para 2019: influenciar a reforma tributária, pois certamente é o grande entrave para o setor já há um bom tempo.

Guinada das especialidades

Osvaldo Cruz, da Entec Polímeros confirma a retomada dos plásticos de engenharia. O executivo explica que 2017 foi um ano ruim tanto financeiramente quanto em volumes de vendas mas afirma que em 2018 houve uma razoável recuperação. “O desafio é chegar ao final do ano trabalhando, funcionando, na medida em que teremos neste período um crescimento medíocre do PIB e mudanças necessárias, como tributária e previdenciária, não ocorridas”, diz. Para Cruz, a oportunidade de 2018 foi em alguns poucos meses do ano, quando a oferta de algumas resinas se equilibraram, melhorando a qualidade do negócio. Outro ponto positivo foi a melhora de desempenho do setor automotivo principalmente no 1ª semestre, impactando positivamente a demanda por resinas de plásticos de engenharia. O executivo reforça outra oportunidade interessante: a parceria com a Borealis para a distribuição de PP-compostos em 2018 que teve um bom desempenho e que contribuiu para o negócio de ETP da Entec. Cruz enfatiza que infelizmente as revendas persistem no mercado, muitas sobrevivendo da sonegação, impactando negativamente a competitividade do setor. “Muitos dos produtos importados são a base para os negócios das revendas que se aproveitam do ICMS de 4% para a sonegação”, ressalta. Quem também aproveita a maré alta dos plásticos de engenharia é a Krisoll, fabricante e distribuidora de polímeros especiais em todo o território nacional. “Temos clientes em todos os segmentos de mercado, mas nosso know-how está principalmente no mercado de peças técnicas e embalagens”, enfatizam o diretor comercial Aurélio Mosca e o Diretor de marketing Alexandre Pastro. A empresa está instalada em uma área de 3.200m2 com capacidade de 9.600 toneladas/ano de fabricação de compostos. Atuando em todo o território nacional, a Krisoll deverá crescer em torno de 15% em faturamento no ano de 2018. “Nosso share de mercado é de 9% em poliamidas para extrusão de filmes para embalagens”, detalham Mosca e Pastro. Com este resultado a empresa atinge uma sequência de três anos consecutivos de crescimentos positivos, e para 2019 os diretores esperam a manutenção deste caminho. Embora os resultados tornem a Krisoll cada

vez mais competitiva, ela não está imune aos acontecimentos externos que desafiam a indústria nacional como um todo. Os empresários explicam que, como muitas empresas de capital nacional, a Companhia tem realizado grandes esforços em prol de seu crescimento, porém a atual situação econômica tem a deixado com margens bastante apertadas, o que acaba dificultando e muitas vezes atrasando novos investimentos. “O principal desafio foi manter nosso crescimento e performance diante da conturbada situação político-econômica que o país vem passando ao logo de 2018”, destacam Mosca e Pastro. Eles observam que ainda é cedo para se ter visão mais assertiva de como o novo governo influenciará a indústria brasileira, porém existe um forte e positivo otimismo do setor empresarial, o que pode influenciar diretamente no aumento dos investimentos na indústria. “Esperamos que o novo governo atente seriamente para uma reforma fiscal e tributária pois hoje as diferenças de impostos tem impactado na competitividade das empresas de nosso setor, afetando diretamente seus resultados”, observam. A Krisoll fabrica diversos materiais, sendo os principais as famílias SOLLAMID A (PA66), SOLLAMID B (PA6), SOLLAFORM (POLIACETAL), e a linha KMID (PA6 e PA66 industriais de alta qualidade).Na linha de distribuição, a empresa revende diversos produtos como ABS, Policarbonato e Poliacetal, porém neste caso o carro- chefe é a Poliamida para extrusão da BASF. A empresa tem desenvolvido ainda formulações especiais utilizando aditivos modificadores de impacto, resistência térmica e resistência a intempéries, para a fabricação de peças plásticas que substituem

Serra do Rio do Rastro: curvas tão difíceis quanto os caminhos da distribuição

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EspecialDistribuição DIVULGAÇÃO

Gonçalves, da Activas, confirma 7ª filial da empresa que será em Curitiba (PR)

a partir de 2019”, revela o presidente da empresa, Laércio Gonçalves. Desta forma, o empresário destaca o novo fornecedor parceiro de negócios da Activas: a Avanplás, com sede em Manaus e que, segundo Gonçalves, agregará ao portfólio as linhas de polietileno micronizado para rotomoldagem. Além da Avanplás, o presidente da Activas enfatiza a chegada da bandeira Covestro ao portfólio da Activas e revela que em breve seus clientes contarão com as resinas da Sansung no leque de produtos da distribuidora de resinas. “A nossa expectativa é a consolidação de 70% de participação de poliolefinas e 30% de Plásticos Especiais e produtos diferenciados para completar o nosso portfólio de produtos, soluções e serviços”, explica Gonçalves.

Assunto sério

componentes metálicos em máquinas agrícolas, principalmente para colheitadeiras de grãos em geral. “Esses materiais, além de substituírem peças metálicas, diminuindo o custo e reduzindo o peso final do equipamento, ainda podem ser reciclados e reutilizados em outras aplicações, sem que haja uma perda substancial de suas propriedades originais”, explicam os executivos. Outro importante desenvolvimento destacado por Mosca e Pastro são os materiais para fabricação de monofilamentos para cortadores de grama. “Neste caso, as características exigidas são a resistência à fadiga, flexibilidade e durabilidade do produto final”, enfatizam. Em ambos os casos são utilizados a Poliamida 6 como base e adaptados conforme exigência e características de cada aplicação e cliente.

Novas bandeiras

Atuando em duas frentes, commodities e plásticos de engenharia, a distribuidora de resinas Activas projeta para 2019 crescimento de 16%, o que significa a estimativa de 80.000/toneladas, com faturamento de R$ 650 milhões, superando o esperado de 69.000 toneladas de 2018. O sul do Brasil representa 38% do negócio da empresa. São 25 caminhões com capacidade instalada para armazenamento e entrega 6.600 ton/mês e 80.000 ton/ ano respectivamente. A empresa possui seis filiais atualmente e a 7ª será inaugurada em Curitiba (PR). A empresa projeta mais duas para 2019. O foco da Activas em 2018 foi o de fortalecer a presença dos Plásticos Especiais já existentes em seu portfólio em todo território nacional. “Mapeamos diversas oportunidades com novos produtos e novos fornecedores que irão ser concretizadas 10 > Plástico Sul >>>

Gonçalves, que além de CEO da Activas também preside a Adirplast, apóia incondicionalmente a "causa" da Associação, que clama por mais ética no setor de distribuição de resinas plásticas. “Em tempos tão sombrios para o nosso país, precisamos trabalhar juntos para que a ética esteja dentro de nossos negócios. Vivemos isso em nosso DNA e na essência da Activas”, diz. O empresário desconhece no exterior situação similar a das revendas de resinas no Brasil em varejo de PE e PP. “Isto é muito claro pois petroquímicas mundiais seguem rigorosamente as regras de Compliance. Aqui no Brasil, muitas empresas utilizam a palavra "Compliance" por modismo, cujo significado literal restringe-se ao cumprimento de leis e regras”, continua Gonçalves. Porém, afirma o CEO, na Activas a interpretação desta palavra é expandida, de forma que todos os colaboradores trabalham colocando a integridade e ética em primeiro lugar. “Dessa forma, encontramos aqui na empresa a cultura e o desejo genuíno de se fazer o certo, independentemente da existência de lei”. Na opinião do presidente da Activas, somente uma reforma fiscal severa e relevante tornará o Brasil mais eficiente e menos dependente de ciclos econômicos para crescer, e somente desta forma será minimizado o problema de sonegação de impostos.

Greve dos caminhoneiros

A greve dos caminhoneiros foi uma paralisação de caminhoneiros autônomos com extensão nacional que aconteceu entre os dias 21 e 30 de maio de 2018. Segundo estimativas de Paulo Feldman, professor da Faculdade de Engenharia de Alimentos da USP, o custo fiscal do acordo é inicialmente de 8 bilhões de reais, bancados pelo contribuinte através de corte de impostos e compensação da Petrobras. Feldman fez uma esti-


Internacionalização

A Activas se preparou para a globalização dos mercados, pelo aspecto da petroquímica e da distribuição. Gonçalves enfatiza que a Activas é auditada pela EY - Ernest Young que a credencia internacionalmente e localmente. A empresa expor-

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mativa preliminar de que os distúrbios causados pela greve geraram perda de produção econômica de pelo menos 30 bilhões de reais. "Causou um impacto muito grande na economia, mas o pior problema é o mau exemplo que foi dado. Não se pensou no bem do Brasil, mas em atender interesses corporativos. Ficou claro que é um governo que cede às pressões de qualquer grupo que conseguir fazer alguma agitação", avaliou. O setor plástico não ficou ileso ao acontecimento. “Tudo indicava que pelos resultados dos três primeiros meses, mais as ações do Governo Federal com as previsões das reformas trabalhista, previdenciária e tributária, seria um ano excelente, mas inesperadamente começou uma greve dos caminhoneiros, seguida da Copa do Mundo, gerando recessão. Todo setor produtivo parou de fazer novos investimentos pela incerteza do país”. Para Gonçalves, Bolsonaro tem um grande desafio pela frente, que afeta diretamente os negócios do setor: infraestrutura e mobilidade. Segundo ele, a parada do país em maio de 2018 após a greve, demonstra a veracidade da preocupação. “O país não dispõe de infraestrutura para dar alternativa de mobilidade. Este processo de mudança é complexo porque a categoria é composta em parte expressiva por motoristas autônomos que se organizam independente de sindicatos. As categorias já demonstraram insatisfação após o acordo firmado com o governo federal. As medidas aprovadas de desconto no diesel tem prazo para acabar”, sinaliza. Outro impacto da paralisação e do tabelamento do frete foi nos preços das matérias-primas, após junho de 2018. Gonçalves explica que depois de três anos pressionadas pelo fraco desempenho da economia, as indústrias estão com pouca margem para absorver este aumento do valor do frete sem repassar para os preços dos seus produtos ou serviços. “Este ano as resinas de PE e PP já subiram em média 40% e a greve foi só um dos vários motivadores desse aumento de preço. A distribuição não tem margem para absorver esses aumentos e consequentemente têm que repassá-los aos transformadores”, adverte. Em relação ao viés de alta do petróleo, o preço "certamente" subirá para mais de U$ 90 e deverá chegar aos U$ 100 nos próximos meses. “O aumento de preço em 2019 era provável e acredito que não estamos nem perto do final desta tendência caminhar para uma estabilização de preços”.

ta atualmente a partir do Rio Grande do sul para países do cone sul.

Novos centros de distribuição

A Piramidal distribuiu em 2017, 86.000 toneladas de resinas plásticas e, conforme os diretores Amauri Santos e Wilson Cataldi, apesar dos acontecimentos ocorridos em 2018, como por exemplo a greve dos caminhoneiros, a previsão é de fechar o ano com 97.000 toneladas, representando 13% a mais do que em 2017. Com uma equipe comercial de 25 representantes e 14 vendedores internos, a Piramidal ainda conta com uma central de relacionamento que opera com o CRM Oracle, projetado para personalizar e moldar o relacionamento com seus cliente. Atualmente são 10 centros de distribuição e, segundo os diretores da empresa os destaques são seus novos centros de distribuição em Camaçari/BA e Navegantes/SC inaugurados no último trimestre de 2018. “Toda frota de veículos foi renovada e personalizada, hoje contamos com 50 caminhões que distribuem material nos quatro cantos do Brasil”. Além de um portfólio com mais de 1.500 grades de renomadas petroquímicas nacionais e internacionais, a Piramidal apresenta ao mercado seus materiais de marca própria, o PIRAFLEX®Blenda de PE elaborada para a produção de condutores elétricos, o PIRALEX®PS, poliestireno cristal e alto impacto e o PIRAMID®PA, poliamida 6 e 66. Os carros-chefes da empresa são os Polietilenos e os Polipropilenos da Braskem. Os dois materiais representam 65% na comercialização. Além de PE e PP, também são fornecidos EVA, UTEC e o PE VERDE da Braskem. Ainda em resi-

Piramidal espera fechar 2018 com crescimento de 13% em relação a 2017 em toneladas comercializadas

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EspecialDistribuição nas commodites,a Piramidal oferece o Icorene da A.Schulman, os Poliestirenos da Unigel e os adesivos para laminação Solventless, da Henkel. Entrando no portfólio de Resinas de Engenharia, há os polímeros de performance da DSM,como o Akulon® PA 6 e 66 e o Novamid®,além das especialidades DSM, como o, Arnitel® TPC-ET, EcoPaXX® PA410, Stanyl® PA46, ForTii® (PPA), Arnite® PET, Xytron® PPS. Da SABIC há uma gama de especialidades, como os Compostos Especiais LNP™, Cycolac™ (ABS), Cycoloy™ (PC/ABS), Extem™(TPI),Geloy™ (ASA), Lexan™ (PC), Noryl™ (PPO + PS), Noryl GTX™ (PPO + PA), Noryl PPX™ (PPO + PP), Ultem™ (PEI), Valox™ (PBT), Xenoy™ (PC/PBT), Xylex™ (PC/ Poliéster), e o Nexlene™ (POE/POP). Da Advansix a empresa fornece o PA 6, e da alemã Styrolution o ABS e o SAN.

Entraves

A revenda permanece na pauta dos principais distribuidores de resinas. Segundo Tadeo Zilli, gerente Comercial da região Sul da Piramidal, tal manobra persiste e a oferta por esse canal tem crescido nos últimos anos, tanto de produtos Braskem quanto de material importado. “O grande transformador se vale cada vez mais dessa modalidade para vender seus excedentes quando lhe é conveniente e os importadores alimentam também esse canal. Então, hoje a revenda se fortalece vendendo tanto material do produtor local quanto importado”, diz.

Mais Polímeros

A Mais Polímeros do Brasil está estruturada com a matriz em Cajamar/SP e quatro filiais: em Piraquara/PR; Itajaí/SC; Caxias do Sul/RS e em Aparecida de Goiânia/GO. Aparecido Luis Camacho Gomes, Gerente Comercial da empresa, afirma que 2017 foi um ano de crescimento. “Em termos de volume de vendas crescemos 10% em relação a 2016. Projetamos o mesmo ritmo para 2018,porém, infelizmente, diante das grandes dificuldades enfrentadas ao longo do ano (greve dos caminhoneiros, elevação da informalidade, crescimento das importações), deveremos fechar com crescimento abaixo de 5%”, sinaliza. Em 2018 a empresa ampliou sua presença no mercado de ABS e acrescentou ao portfólio o SAN, o POM e o Policarbonato. Fundada em fevereiro de 2005, a empresa é um distribuidor oficial da BRASKEM e da UNIGEL. Distribui e comercializa toda a linha de grades do polipropileno, PP; toda a família de polietilenos, PE; toda família dos EVA’s; assim como os principais grades da família dos polietilenos e mais recentemente dos EVA’s verdes, logomarca “I’mgreen”. Também distribui todos os produtos de poliestireno 12 > Plástico Sul >>>

cristal (GPPS), de alto impacto (HIPS) e especiais (HIPS A Tech). Além disso, iniciou um trabalho de representação com alguns parceiros comerciais para atuação no segmento de plásticos de engenharia com materiais das famílias do ABS natural, SAN, POM e Policarbonato das petroquímicas Formosa, SAMSUNG/KUMHO, Celanese e Covestro, principalmente. O mix de representação é variável e depende muito do ano, região, sazonalidade e outros fatores, mas regra geral, explica Camacho, houve ao longo de 2018 um perfil próximo da seguinte configuração: PE com 55%, PP com 35%, PS/PSAI com 6%, EVA com 2,5% e Plásticos de Engenharia com 1,5% do total das vendas da empresa.

Desafios e oportunidades

Segundo o executivo, a greve dos caminhoneiros, a informalidade, o risco de crédito, as importações e a competição desigual com revendas foram os principais desafios de 2018. Em termos de oportunidades, Camacho sinaliza, além das associadas aos desafios acima, o setor de plásticos de engenharia para os setores automotivo, eletro-eletrônico e de construção civil, iniciaram uma reação positiva e com viés de manutenção e eventual elevação para 2019. Com matriz em Itatiba (SP) e filial em Duque de Caxias (RJ), a Fortymil é Distribuidora Braskem possuindo frota própria e uma equipe comercial com mais de 15 profissionais altamente capacitados. Além de distribuir os produtos da referida petroquímica, a Fortymil possui em seu Grupo um empresa industrializadora: a Plastimil, com sede em Vinhedo. A Plastimil possui um amplo portfólio entre resinas recicladas, resinas recicladas PCR (Material de origem comprovadamente pós-consumo), compostos, materiais micronizados para rotomoldagem e demais aplicações (naturais e coloridas, virgens e recicladas), além de prestar sérvio de moagem e granulação entre outros. Conforme os diretores, os desafios recentes foram manter a parcela de participação com uma demanda tímida e um aumento grande na oferta de materiais. Já a oportunidade é, mesmo que nos últimos meses do ano, algumas operações do fisco que começam a atingir empresas que trabalham de forma suspeitamente inidônea. Sustentabilidade faz parte da visão da empresa, que através da unidade industrial Plastimil, apresenta um extenso portfólio de produtos reciclados. A mais nova linha são os produtos PCR, com fontes pós-consumo comprovadas e diretamente ligadas aos projetos de economia circular.


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Tendências

Embalagens

& Mercados

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Unidos pela economia circular

T

rata-se de um caminho sem volta. A conscientização sobre o ciclo de vida das embalagens, desde seu nascimento até o destino final, e a criação de soluções sustentáveis para minimizar os impactos ambientais está criando um novo padrão de consumo. Parte do mercado já se deu conta disso: o lixo tornou-se uma unidade de negócios que alavanca o crescimento econômico reduzindo o nível de poluição do planeta. A indústria de embalagens plásticas é um dos principais exemplos de setores que demonstram atenção máxima a essa demanda vinda de um novo padrão de consumo. Até 2030 todas as embalagens plásticas da União Europeia serão reutilizáveis ou recicladas dentro de um modelo econômico positivo. A Cervejaria Ambev estima que até 2025, 100% dos seus produtos devem estar em embalagens retornáveis ou que sejam majoritariamente feitas de conteúdo reciclado. Esses são apenas dois exemplos de uma infinidade de novas posturas. A economia circular surge como contraponto à Linear e é uma pauta importante dentro do universo das embalagens que merece o engajamento da indústria, do poder público e da sociedade. Estes 3 pilares devem observar a necessidade em repensar o ciclo de vida de um produto, desde seus nascimento até seu pós-consumo.

Compromisso da indústria

Atenta a tudo isso, a Associação Brasileira da Indústria Química lançou recentemente o “Compromisso Voluntário com a Economia Circular dos Plásticos”, durante o 23º ENAIQ – Encontro Anual da Indústria Química. O compromisso assumido pelos produtores de resinas termoplásticas associados à entidade tem o objetivo de promover e ampliar o alcance da economia circular nas embalagens termoplásticas, que demandará o esforço conjunto dos diferentes elos da cadeia do plástico, governo e sociedade. Segundo o Compromisso, as empresas do setor têm como aspiração que até 2040 100% das embalagens de plástico sejam reutilizadas, recicladas ou revalorizadas. Como meta intermediária, o objetivo é atingir 50% até 2030. Ao assumir esse compromisso as empresas ampliam o trabalho que já desenvolvem por meio do Programa Atuação Responsável®, ação voluntária da indústria química mundial e com a qual se comprometem todas as associadas da Abiquim. As produtoras de resinas plásticas associadas à Abiquim também deverão adotar até 2020 as melhores práticas do “Manual Perda Zero de Pellets”, que teve como base o programaInternacional Operation Clean Sweep, que busca atender uma das metas previstas pelo Objetivo do Desenvolvimento Sustentável nº 14 (ODS14), de até 2025, “prevenir e reduzir significativamente a poluição marinha de todos os tipos, especialmente a advinda de atividades terrestres, incluindo detritos 14 > Plástico Sul >>>


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Tendências

Embalagens

& Mercados

marinhos e a poluição por nutrientes”. O documento foi produzido como parte do convênio entre a Plastivida Instituto Socioambiental do Plástico e o Laboratório de Manejo, Ecologia e Conservação Marinha do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo. A adoção de um compromisso com a economia circular dos plásticos pela indústria química brasileira segue a tendência mundial do setor. A American Chemistry Council (ACC), a associação de fabricantes de plásticos da Europa, Plastic Europe, e a Asociación Nacional de la Industria Química (ANIQ), do México, já tornaram públicos seus compromissos com metas semelhantes. A Braskem, maior produtora de resinas plásticas das Américas e líder mundial na produção de biopolímeros, também definiu uma série de iniciativas globais para impulsionar a Economia Circular na cadeia de produção de produtos transformados plásticos. “Estamos firmes no propósito em contribuir na transformação da economia linear em uma Economia Circular, demonstrando nosso compromisso com o desenvolvimento sustentável”, diz Fernando Musa, presidente da Braskem. “Ao estabelecer um rol de iniciativas globais, aderindo a compromissos voluntários e expressando publicamente um posicionamento global a favor da Economia Circular, a Braskem está convidando clientes, parceiros da cadeia de valor, seus Integrantes e a sociedade em geral para ampliar o esforço conjunto em busca de soluções inovadoras e sustentáveis por meio do uso do plástico”. Intitulado “Posicionamento da Braskem em Economia Circular”, o documento define iniciativas para o desenvolvimento de parceiras com os clientes na concepção de novos produtos para ampliar e facilitar a reciclagem e a reutilização de embalagens plásticas, especialmente as de uso único. Ele contempla ainda o avanço de investimentos em novas resinas de origem renováveis, como o Plástico Verde feito à base de cana-de-açúcar, e o apoio a novas tecnologias, modelos de negócios e sistemas de coleta, triagem, reciclagem e recuperação de materiais. As iniciativas também englobam a promoção o engajamento de consumidores a programas de reciclagem por meio de ações educacionais de consumo consciente, o uso de ferramentas de avaliação de ciclo de vida e o apoio a ações para melhoria do gerenciamento de resíduos sólidos a fim de prevenir o descarte de lixo nos mares. Além dessas iniciativas, a Braskem também assumiu o compromisso voluntário de que todas as suas unidades industriais adotem as melhores práticas para reduzir ainda mais a perda de pellets (matéria-prima para a produção de embalagens plásticas) nos seus processos até 2020 e aderiu aos compromissos setoriais de trabalhar para que a totalidade das embalagens plásticas sejam reutilizadas, recicladas ou recuperadas até 2040. 16 > Plástico Sul >>>

A Braskem se compromete também a reportar os progressos dessas iniciativas em seu Relatório Anual. “Os plásticos têm função essencial no desenvolvimento sustentável porque evitam o desperdício e aumentam a eficiência em diversos setores da economia, como na produção agrícola e na indústria automotiva. É um material que contribui para a segurança alimentar e a higiene hospitalar, além de integrar o cotidiano das pessoas por meio de várias aplicações”, diz Fernando Musa. “Inserido na economia circular, o potencial do plástico de gerar benefícios com menor impacto se amplia ainda mais.” Para conhecer o “Posicionamento da Braskem em Economia Circular”, acesso o seguinte link: www. braskem.com/economiacircular Outro exemplo vem da Canguru Plásticos, que em parceria com a fabricante de rações para cães e gatos Magnus, iniciou um ciclo sustentável para minimizar o impacto ambiental que os resíduos das embalagens (aparas) produzidas causavam no meio ambiente. “Para resolver o problema das sobras inutilizadas, juntamente com a Magnus, pensamos em uma logística interessante de reuso, transformando a perda em um novo produto”, explica Marcelo Sá, gerente comercial da Canguru. Segundo o executivo, por enquanto a parceria é exclusiva e rendeu mais de 120 mil sacolas feitas de filme reutilizado desde julho deste ano, gerando uma economia de 15% nos custos do cliente. De acordo com o gerente técnico da Canguru, Jucenei Pereira, o reprocessamento do material proporciona, ainda, a redução no consumo de matéria-prima virgem, envolvendo menor consumo de recursos naturais. “É uma iniciativa inovadora, já que envolve a cadeia de produção das embalagens, tendo por auxílio direto, o cliente. Assim, despertando o pensar na questão da sustentabilidade e formando um ciclo interessante no reuso de materiais”, explana Pereira. A Canguru informa que para fabricar as sacolas sustentáveis são necessárias apenas 48 horas a mais em comparação às tradicionais, tempo justificado pelas etapas de reciclagem do filme reutilizado. “Estas sacolas plásticas serão utilizadas em nossas ações comerciais junto a clientes, feiras e eventos (Trade Marketing) que receberão um material com baixíssimo impacto ambiental”, comenta Leonardo Dalmagro Moreira, gerente de pesquisa e desenvolvimento de embalagens da Magnus. Além de ser uma oportunidade de avançar nessa área, Dalmagro ainda revela que o grande desafio da marca é fazer com que esse comprometimento com a sustentabilidade se traduza na prática, sendo internalizado por cada um dos colaboradores. “É um material inutilizado que está retornando para a cadeia produtiva, são aparas que se transformam em algo novo. Antes, um desperdício, hoje, um gerador de economia. Nos alegra muito fazer parte de um projeto como este!”, completa com entusiasmo.


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“A discussão não é mais a direção, mas sim a velocidade na qual as mudanças ocorrerão” A afirmação de Bruno Igel, diretor de marketing da Wise S/A, vem ao encontro da tese de que o novo padrão de consumo, onde se busca uma identificação mais profunda com a embalagem disponível nas gôndolas, é realmente um caminho sem volta. As pessoas desejam atualmente produtos que tenham valores semelhantes aos seus e o engajamento sustentável é uma das marcas registradas do atual consumidor. Por certo que ainda são muitos os entraves de quem atua na causa da economia circular. Carga tributária, destinação inadequada dos resíduos, carência de destinos corretos são alguns dos principais pontos a se melhorar para cumprir as ambiciosas metas do país e da indústria. Igel cita o Relatório da Ellen Mcarthur Foundation que diz que perdemos hoje cerca de 95% do valor original do plástico. “Isso se dá por reciclarmos apenas 14% do plástico consumido no planeta e é vendido a apenas 36% do valor original do plástico. Estamos reciclando pouco e com pouco valor agregado, ou seja, baixa qualidade”. O executivo conversou com a Plástico Sul sobre o mercado e sobre a atuação da Wise nesse importante nicho.

Revista Plástico Sul - O que é a Wise e qual o seu histórico? Bruno Igel - A Wise foi fundada em 2007 por Rogério Igel, egresso de longa carreira como executivo e com vasta experiência em negócios ligados à preservação do Meio Ambiente. A tese inicial estava centrada na substituição da madeira à partir do plástico reciclado em aplicações técnicas. Em um mundo com cada vez menos madeira disponível e cada vez mais lixo sendo gerado, a intenção era substituir a madeira nobre utilizada em aplicações como Dormentes de vias férreas e Cruzetas para distribuição de energia 18 > Plástico Sul >>>

por plástico reciclado. À partir de estudos com diferentes universidades foram atingidas as características técnicas desejáveis e a empresa passou a atuar sob a marca Wisewood (Madeira Sábia), conquistando clientes como Vale, CPFL, MRS e AES Eletropaulo, todos eles ainda importantes no portfólio da Wise. Nos últimos anos criou-se a Wiseplastic, voltada para a produção de resinas recicladas de Polietileno e Polipropileno. A tese aqui é que a reciclagem só será realmente eficiente, seja em termos de valor ou quantidade, se conseguirmos retornar o plástico para a mesma aplicação que foi original-


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leira, estamos criando modelos que sejam escaláveis e que atinjam qualidades o mais próximos do material virgem possível. Temos tido sucesso em aplicações de injeção, sopro e extrusão e encontrado bom eco nas grandes empresas que buscam sustentabilidade em seus negócios, talvez os primeiros passos para romper os preconceitos ainda existentes com a reciclagem. RPS - Quais são os principais cases da empresa com seu parceiros? Igel - Deixamos a divulgação usualmente por conta de nossos clientes. Há clientes que gostam do apelo ambiental e outros que não fazem questão da divulgação. Achamos a divulgação positiva pelo impacto na sociedade e envolvimento do público geral, mas acreditamos que, de maneira geral, para reciclagem ser escalável nós devemos conseguir vender resinas que, quando se tornam produtos acabados, o cliente nem mesmo percebe que há conteúdo reciclado. É o que acontece quando vendemos material para indústria automotiva, para eletrodomésticos ou móveis em geral. Cito dois casos recentes da Unilever, que tem sido ótima parceira na ampliação do escopo da utilização de resina pós consumo. Acesse: https://www.hypeness. com.br/2018/07/omo-lanca-embalagem-feita-de-plasticos-retirado-dos-oceanos-e-reciclado/ - case do Omo com plástico de praia, divulgado conteúdo reciclado http://www.premioabre.org.br/vencedores_prata.php - buscar seda pretos luminosos, não há diferença perceptível na embalagem.

mente. Relatório da Ellen Mcarthur Foundation diz que perdemos hoje cerca de 95% do valor original do plástico. Isso se dá por reciclarmos apenas 14% do plástico consumido no planeta e é vendido a apenas 36% do valor original do plástico. Estamos reciclando pouco e com pouco valor agregado, ou seja, baixa qualidade. Observando principalmente essa diferença entre o valor do material virgem e do reciclado, também real no Brasil, a Wise passou a investir em tecnologias e processos para fechar o ciclo do plástico. Trazendo o que há de melhor no mundo em termos de tecnologia e adaptando para a realidade da cadeia de suprimentos brasi-

RPS - Repensar o ciclo de vida de um produto desde sua concepção até o pós-consumo. Como avalia esse conceito na atualidade? A indústria nacional de forma geral está engajada nessa ideia? Igel - As grandes empresas têm mudado rapidamente a postura. Hoje, principalmente em companhias multinacionais e de bens de consumo, cada vez mais nós mesmos somos consultados sobre a reciclabildiade das embalagens que estão sendo desenvolvidas. É necessário, no entanto, que haja manuais ou órgãos que digam claramente o que é bom ou ruim fazer. Recentemente foi criada a Rede de Cooperação para os Plásticos por iniciativa da ABIPLAST que pretende, unindo todos os elos da cadeia do plástico, desenvolver planos abrangentes para o aumento da taxa da reciclagem e uma das frentes é este manual para o desenvolvimento das embalagens. RPS - O Brasil perde R$9 bilhões ao ano por não reciclar seus resíduos. Quais são os desafios e oportunidades desde nicho que é a economia circular? Igel - É muito difícil mensurar este número, principalmente quando se considera os efeitos na saúde <<< Plástico Sul < 19


Tendências

Embalagens

& Mercados

e Meio Ambiente pelo lixo ser destinado de maneira incorreta. Hoje mais de 40% do resíduo do Brasil é destinado para locais sem o tratamento adequado, sendo antro de doenças, contaminações dos lençóis freáticos, além de enorme concentração de trabalho em condições desumanas. Nós acreditamos que para a reciclagem tornar-se relevante no país, ou em qualquer lugar do mundo, é necessário que haja valor nela. Apenas o discurso da sustentabilidade não vai conseguir transformar a realidade que temos no prazo que precisamos. O primeiro passo para isso é o ajuste do arcabouço legal. Hoje a resina reciclada paga mais impostos que o material virgem. É necessário gerar competitividade, beneficiar os setores que geram externalidades positivas para a sociedade. Ou seja, é necessário diminuir a carga tributária sobre a reciclagem. Isso posto certamente teremos um aumento nos investimentos na indústria e sua cadeia de suprimentos, chegando no principal entrave do setor que é a infraestrutura de coleta e separação de resíduos. A Coleta Seletiva e qualquer tipo de separação de resíduos no país é ínfima e vastamente informal. Há tecnologia e interesse de grandes grupos em investir no segmento, elevando em poucos anos o índice da reciclagem no país para níveis comparáveis ao dos países desenvolvidos, mas precisamos dos incentivos corretos. RPS - Quais os principais entraves da prática da economia circular? Ao mesmo tempo quais as principais demandas atuais? Igel - Principal entrave é a disponibilidade de resíduos em quantidade e qualidade constante. Isso se dá pelas razões acima mencionadas. RPS - Desmistificar a embalagem e mostrar seu real valor para o desenvolvimento econômico, social e ambiental. Em sua percepção, o consumidor atual está mais atento ao posicionamento ambiental das empresas que produzem embalagens na hora da escolha do seu produto na gôndola? Igel - Tudo indica que o comportamento do consumidor tem mudado bastante nos últimos anos. Não parece ser uma questão de pagar mais caro pela embalagem com material reciclado. O que parece é que o consumidor, principalmente os mais jovens, escolhem as empresas com as quais vão se relacionar, que tem princípios similares ao dele. Se a empresa não é responsável socialmente, ambientalmente, seja quando falamos de reciclagem ou de alimentos orgânicos, esta empresa está simplesmente cortada da lista que ele está disposto a se relacionar. Isso tem uma repercussão grande por conta de redes sociais e aplicativos. Ou seja, não é mais uma questão de escolha de compra de um produto específico, parece 20 > Plástico Sul >>>

uma questão mais profunda, comportamental, quase de identidade do consumidor individualmente. Parece que teremos um mundo novo pela frente, a discussão não é mais a direção, mas sim a velocidade na qual as mudanças ocorrerão. RPS - Transformar economia linear em circular. Quais os objetivos básicos e os desafios atuais da indústria? Igel - Além do que já tratamos, é essencial que haja qualidade nos materiais reciclados. Seja da forma que for feita, nem todas as empresas estarão dispostas a abrir mão de aspectos estéticos ou de resistência de suas embalagens para usar reciclado. É necessário que a resina pós consumo performe de maneira satisfatória, chegando a produtos similares ao baseado exclusivamente em material virgem. O que achamos é que neste ponto a qualidade gera escala. Muito já foi feito, muitas aplicações já poderiam ser dominadas pelo PCR, mas há muito para fazer ainda. RPS - Valorizar o plástico em um momento em que sua imagem está extremamente sensível. Quais as estratégias da indústria para alcançar tal objetivo? Igel - Exatamente por isso! O plástico é elemento essencial para o bem estar da sociedade. O plástico trouxe, ao longo dos últimos 60 anos, grandes benefícios econômicos, sociais e ambientais para o mundo. Se não houvesse plástico e usássemos vidro, você imagina o impacto que teríamos? E quanto pesariam nossos carros, seja pelo problema de segurança ou emissões? Aviões também são feitos cerca de 50% de plástico. Os alimentos que duram mais por causa do plástico provavelmente evitam a fome de milhões. O plástico revolucionou o mundo de uma maneira positiva, o problema é que deixamos de ver o que não nos convinha por muito tempo e o lixo foi se acumulando. É claro que os EUA não precisam consumir mais de 1 canudo por habitante por dia. Precisamos conter os exageros! Mas é necessário que haja uma abordagem racional, baseada em Análises de Ciclo de Vida que abrangem desde a fabricação dos insumos ao descarte, para assim escolher os materiais adequados para cada aplicação. Acreditamos que quando usamos o plástico por 10 minutos e o descartamos para um lixão ou aterro, é o uso errado. Quando reusamos este plástico o quanto for possível e após isso ele é reciclado e vira uma nova matéria prima, o plástico torna-se quase imbatível em termos de análise do ciclo de vida (ACV) e consequentemente em termos de sustentabilidade.


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DestaqueExtrusão

Em compasso de espera

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Fornecedores de extrusoras aguardam para 2019 uma retomada de desempenho de mercado que foi abalada pelo amargo 2017

I

ndependente do pensamento político de cada indivíduo, a indústria de forma geral está com grandes expectativas para 2019 tendo em vista os novos rumos governamentais do país. Tal perspectiva afeta diversos setores, incluindo o Plástico. E nesta área o segmento de extrusão também aguarda os bons ventos começarem a soprar. “Todos os fabricantes de bens de capital com certeza sofreram muito, e ainda sentem reflexos do ano de 2017. Políticas governamentais desfavoráveis ao nosso segmento foram sem dúvida o principal desencadeador da crise pela qual fomos mergulhados”, explica Paulo Leal, da Rulli. O executivo revela que os reflexos favoráveis já se notam em 2018, obtido pela nova mudança de governo prevista para o início de 2019. Ele ressalta que projetos antes estagnados já começam

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a sair da gaveta e virar realidade para os transformadores de plástico já que, com a possibilidade da população em geral conseguir consumir mais produtos, a roda da economia irá girar, favorecendo a todos. No tocante ao mercado de extrusão em específico, a competitividade tanto para quem transforma como para quem fabrica extrusoras está em alta. A informalidade ainda é um dos principais desafios enfrentados. “Como em todos os segmentos é visivelmente presente, fazendo com que margens de lucratividade sejam esmagadas a níveis tão baixos que às vezes nos questionamos se estamos no caminho certo”, diz Leal. O executivo explica que o objetivo da Rulli é continuar evoluindo em suas máquinas, procurando abranger a maior fatia deste mercado, sem perder a qualidade das extrusoras.


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A Rulli Standard abrange vários mercados: embalagens em geral para aplicações diversas, desde filmes simples até sacolas recicladas a filmes para embutidos em geral, atuando também nas embalagens rígidas em Pet, PP, bem como o segmento calçadista e o mercado automobilístico. A empresa possui em seu portfólio de fabricação, equipamentos para produção de filmes tubular ou rígidos, todos eles podendo ser fabricados em mono rosca ou multicamadas. Os diâmetros das roscas variam de 45 mm a 150 mm de diâmetro. Produtividade e espessuras de camadas são obtidas conforme as especificações do cliente. Recentemente, a empresa lançou a extrusora de 2.½” modelo Evolution. Sua nova característica de perfil de roca associada a um novo desenho interno do anel de ar, permitiu que sua produtividade de 150 kg/h em PEAD atingisse os 220 kg/h, sem o aumento da demanda energética, que já era baixa. “Embora existam as medidas convencionais com relação à largura dos equipamentos, a Rulli Standard é bem flexível na fabricação de suas extrusoras, procurando sempre se adequar as necessidades de seus clientes”, ressalta Leal. Um dos principais obstáculos, segundo Leal, é a defasagem do parque industrial de transformação. “Podemos observar que o parque fabril brasileiro está bem desatualizado, máquinas antigas com consumo energético elevado e baixa produtividade são as mais vistas em funcionamento”, afirma. Conforme Leal, isso pode ser confirmado pelo grande número de consultas e vendas de peças pela Assistência Técnica da empresa. “Equipamentos antigos requerem mais cuidados e manutenção dos que adquiridos recentemente”. Para o executivo, a adequação as normas de segurança exigidas hoje é outro ponto que às vezes desestimula os empresários do segmento a adequar equipamentos. “Isto em grande parte estimula a

aquisição de novos equipamentos mais produtivos, econômicos e fabricados dentro das normas exigidas”. Em 1961 foi fundada a Rulli Standard em um espaço de pouco mais de 20m², com o firme propósito de fabricar máquinas. Hoje, após quase seis décadas, a empresa ocupa um espaço de 24.000m², ocupados por máquinas de usinagem em geral tais como tornos, fresas, retificas, mandrilhadoras, centros de usinagem, etc. A Rulli dispõe de áreas destinadas a montagem e teste de todos os equipamentos fabricados, tanto os de blow film como os de chapa, independente do seu tamanho. O edifício destinado ao teste de equipamentos de blow film, possui uma altura de 22m dotado de pontes rolantes para facilitar a montagem e desmontagem dos equipamentos. A Extrusão Brasil Máquinas e Equipamen-

A Extrusão Brasil é fabricante de máquinas e periféricos para extrusão

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DestaqueExtrusão DIVULGAÇÃO

Leal, da Rulli, destaca que um dos principais obstáculos é a defasagem do parque industrial

tos Ltda, localizada na cidade de Diadema (SP) é fabricante de máquinas e periféricos para extrusão de diferentes produtos. Atende todo o mercado nacional e América Latina, com produção anual aproximada de 15 conjuntos completos de extrusão, periféricos e peças de reposição, contando com uma capacidade instalada para fabricação de linhas completas de 25 unidades/ano. A empresa, que atende principalmente o mercado da construção civil na fabricação de linhas de extrusão para tubos e perfis , e o mercado de granulação e compostagem, tem como destaque atual a linha de extrusão para PVC Rígido/Flexível dupla rosca paralela modelo EB-DR67:22 própria para perfis , tubos e granulação. “Em 2018 tivemos apenas um desempenho mediano, colocamos em produção apenas 50% da nossa capacidade instalada. Acreditamos

em um crescimento de 20% nesse volume para o anos de 2019”, explica o diretor Renato Borges. Para o executivo, o mercado tem apresentado sinais de melhoras no campo da extrusão, e o desafio é manter a qualidade dos produtos nacionais e serem mais competitivos nos preços quando comparados a equipamentos asiáticos importados. Quanto à defasagem do parque de transformação pelo processo de extrusão, Borges enxerga um mercado muito defasado , equipamentos obsoletos e uma demora muito grande para a adaptação das novas normas de segurança. “Atribuo esses fatores negativos a um mercado desaquecido e muito oneroso em tributos e incentivos para novos investimentos”. Como tendências, o diretor aposta em equipamentos com alta produção e consumo de energia cada vez menor, além de tecnologias de ponta que possam ser monitorados via CLP ( controle lógico programado ). Representando duas empresas fabricantes de extrusoras, a DAVIS STANDARD (EUA) e GAMMA MECCANICA (ITÁLIA), a BY Engenharia , acredita que em 2017 o desempenho esteve aquém de seus objetivos e 2018 em compasso de espera com fechamento também aquém das expectativas. Conforme Marco Gianesi, o mercado de extrusão carece de inovação em tecnologia para melhor produtividade e qualidade. “Por isso entendemos que temos espaço para crescimento desde que a economia tenha estabilidade e cambio favorável”, ressalta. A BY Engenharia é fabricante de sistemas de granulação imersa em água e granuladores tipo espaguete com tecnologia da MAAG (SUICA).

Ela está de volta.

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Foco

no Verde

Braskem integra carteira do índice de sustentabilidade da B3

A

Braskem novamente compõe o grupo de empresas reconhecidas pela B3 com o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), uma carteira composta por companhias listadas na bolsa de valores que adotam as melhores práticas sob o aspecto da sustentabilidade corporativa. A petroquímica integra a lista desde 2005, ano em que o ISE foi criado. A avaliação reflete o compromisso da Braskem com as boas práticas de governança corporativa, baseadas em eficiência econômica, equilíbrio ambiental, justiça social e governança. “Temos como propósito melhorar a vida das pessoas criando as soluções sustentáveis da química e do plástico, e a nossa presença no ISE pelo 14º ano consecutivo demonstra que é possível evoluir gerando valor aos acionistas e à sociedade, atuando com

responsabilidade para minimizar impactos ambientais e sociais”, afirma Jorge Soto, diretor de Desenvolvimento Sustentável da Braskem. A 14ª carteira do ISE da B3, que vai vigorar entre 7 de janeiro de 2019 e 3 de janeiro de 2020, reúne 30 companhias, representa 13 setores e soma R$ 1,73 trilhão em valor de mercado, o que representa 49% do total do valor das companhias com ações negociadas na bolsa, com base no fechamento de 27 de novembro deste ano (em 2018, essa representatividade era de 41%). O Relatório de Desempenho e Análise Estatística da Braskem está disponível no sistema da B3, que pode ser acessado em http://www.bmfbovespa.com.br/pt_br/produtos/indices/indices-de-sustentabilidade/indice-de-sustentabilidade-empresarial-ise.htm

Fabril Scavone investe em nova fábrica de nãotecidos Com tecnologia de última geração, o objetivo é atender o mercado automotivo, filtração, laminados sintéticos e calçados, geotêxtil, acústica, moveleiro e outras aplicações industriais, além de aumentar sua participação no mercado externo A Fabril Scavone, uma das líderes do mercado brasileiro de nãotecidos, irá investir na construção de uma nova planta industrial e na aquisição de máquinas europeias com tecnologia de última geração para atender as demandas por nãotecidos agulhados dos setores automobilístico, filtração, laminados sintéticos e calçados, geotêxtil, acústica e moveleiro. Com capacidade para produzir 500 toneladas mensais, o investimento será realizado no município de Itatiba, interior de São Paulo. Segundo Laerte Guião Maroni, Diretor Comercial da empresa, o investimento está sendo realizado com o objetivo de manter sua posição entre os líderes no mercado brasileiro, atender melhor as demandas dos clientes e ampliar negócios no exterior. “Estamos otimistas com a chegada do novo governo e acreditamos que as reformas necessárias para retomada 26 > Plástico Sul >>>

do crescimento econômico serão aprovadas em breve”, afirma o executivo. Com data prevista para entrar em operação em 2020, a nova planta industrial da Scavone começará a ser construída em 2019. O projeto terá área construída de 20.000m² em um terreno de 100.000 m² às margens da Rodovia Dom Pedro I. Além da localização estratégica, o espaço preservará uma grande área que irá possibilitar futuras ampliações. Após o início das operações, a nova fábrica irá gerar mais de 50 postos de trabalho diretos e centenas de indiretos.

Tecnologia

A nova linha de produção, importada da Europa, utilizará as tecnologias mais avançadas existentes no mercado para produzir nãotecidos cardados agulhados e termocalandrados. Com o novo aporte na produção, a Fabril Scavone terá capacidade total de produção de 1.250 toneladas mensais, o que consolida sua posição entre as maiores produtoras brasileiras e exportadoras de nãotecidos.


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Bloco

de Notas

Simplás apresenta plano de educação e inclusão social em encontro mundial do setor plástico

Pela primeira vez na história, um sindicato representou o Brasil no encontro anual da Global Plastics Alliance, uma das maiores organizações mundiais do setor, que congrega associações de indústrias do plástico e de segmentos relacionados, petroquímicas e institutos ambientais de todo o planeta. A missão coube ao Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho (Simplás). Na reunião que ocorreu entre os dias 12 e 14 de dezembro, em Bali, na Indonésia, o presidente Jaime Lorandi (foto), apresentou um inédito plano de aliança global para educação ambiental e inclusão social. O convite ao Simplás partiu da direção da Plastics Europe, associação continental que representa os fabricantes da indústria de plásticos da Europa, por meio do diretor executivo da entidade, Karl-H Foerster, durante encontro com Lorandi em Bruxelas (Bélgica), no fim de novembro. A entidade é uma das integrantes da Global Plastics Alliance, que, além de outras, também conta com a participação do American Chemistry Council (ACC), representante da indústria de plásticos dos Estados Unidos. A organização mundial tem entre suas diretrizes, por exemplo, a busca por soluções para a limpeza dos oceanos e o desenvolvimento de iniciativas educacionais. Em Bali, o presidente do Simplás apresentou a proposta de uma aliança global entre o setor plástico, as indústrias de alimentação, bebidas higiene e limpeza (grandes utilizadoras de embalagens plásticas), instituições de educação, petroquímicas e entidades relacionadas ao setor. O objetivo consiste em elaborar uma linguagem universal e implementar um programa de educação ambiental da população, com foco nos consumidores finais, e de inclusão social, para assegurar a profissionalização e dignidade dos catadores e recicladores. “A humanidade, atualmente, tem 7,4 bilhões de pessoas consumindo 70% a mais de recursos naturais do que a Terra consegue repor. O planeta já está exaurido e a população ainda vai aumentar. Em 2060, é previsto um contingente de 10 bilhões de pessoas, que consumirão ainda mais recursos. Nossa geração e as gerações futuras terão de praticar novos hábitos ambientais. Para termos uma boa qualidade de vida e sustentabilidade ambiental, teremos de reutilizar todo o material que consumirmos”, afirma Lorandi. O dirigente observa que grande parte da composição dos produtos continua sendo matéria-prima após o consumo. Contudo, devido à ausência de educação ambiental e estrutura de coleta e processamento, muitos recursos deixam de ser reutilizados e acabam descartados indevidamente em rios, aterros e oceanos. E tendo como consequência, além de grandes desperdícios materiais, imensa poluição ambiental.

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Anunciantes

Bloco

de Notas

Setor de compósitos registra segundo ano consecutivo de crescimento

Braskem / Página 17 Feiplastic / Página 27 Fimec / Página 25 Pavan Zanetti / Página 30 Plástico Brasil / Página 21 Polo Films / Página 15 Ravago / Página 5 Replas / Páginas 6 e 7 Rulli / Página 2 Sepro / Página 32 Wise / Página 13 Wortex / Página 23

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O setor de compósitos – um tipo de plástico de alta performance – deve fechar 2018 registrando um faturamento de R$ 2,697 bilhões, alta de 3,8% em comparação ao ano anterior. Estima-se que o consumo de matérias-primas no período alcance 202 mil toneladas, volume 3,1% maior do que o anotado em 2017. As projeções são da Maxiquim, consultoria contratada pela Associação Latino-Americana de Materiais Compósitos (ALMACO). “O ano começou aquecido, mas sentimos uma diminuição dos negócios com o passar dos meses, principalmente no segundo trimestre. De toda a forma, apesar da intensa oscilação cambial e das turbulências políticas, teremos o segundo ano consecutivo de crescimento desde 2014”, resume Gilmar Lima, presidente da ALMACO. As indústrias de transporte, com destaque para as montadoras de veículos agrícolas, e a de infraestrutura, com foco na expansão das redes elétricas – postes e cruzetas de compósitos são largamente utilizados nesse segmento –, seguiram respondendo pela maior parte da demanda. “Também ajudaram a ampliar em 5% o número de vagas de emprego geradas em 2018, totalizando 63 mil postos de trabalho”. Para 2019, Lima confia na retomada dos demais setores que mais consomem os compósitos, principalmente o da construção civil, líder brasileiro na demanda pelo material. “Com a estabilidade política e a melhora do cenário econômico, a construção tende a ser uma das primeiras beneficiadas”, comenta.

Produção de químicos de uso industrial cai em 2018

A produção de químicos de uso industrial caiu 3,06% de janeiro a outubro de 2018, em relação ao mesmo período do ano passado, indicam os dados preliminares da Associação Brasileira da Indústria Química – Abiquim. O consumo aparente nacional (CAN), que mede a produção mais a importação menos a exportação, caiu 2% no mesmo período de análise, o que indica uma queda na demanda nacional de produtos químicos. Em relação às vendas realizadas no mercado interno, apesar do recuo verificado nos meses de setembro e outubro, no acumulado do ano, o índice registra crescimento de 0,72%, mantendo o cenário de elevação da parcela produzida em território nacional sobre a demanda, na comparação com o importado, beneficiado pela volatilidade cambial e pelos preços no mercado internacional. A média de utilização da capacidade instalada de janeiro a outubro foi de 77%, índice inferior ao do mesmo período de 2017, quando a taxa de utilização foi de 79%. Segundo a diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna Coviello Ferreira, o ano foi marcado pela desaceleração da economia nos primeiros meses, seguida da greve dos caminhoneiros, que prejudicou a movimentação de cargas em maio, com reflexos também em junho. Especificamente em outubro, na comparação com o mês anterior, o índice de produção subiu 3,08%, no entanto se comparado com outubro do ano passado a queda na produção foi de 6,7%. Já as vendas internas tiveram recuo de 5,05%, após terem caído 8,12% em setembro, acumulando retração de 12,8% nos dois meses. “Apesar de ainda termos tido um crescimento de 0,72% nas vendas internas esse resultado poderia ter sido melhor, pois até setembro o crescimento era de 1,8%, mas a menor atividade nos últimos dois meses de análise pode ser atribuída às pausas realizadas em algumas unidades, à demanda desaquecida em relação aos dois meses anteriores e, em menor proporção, também pelo número menor de dias úteis, especialmente em relação a agosto”, explica Fátima. A diretora da Abiquim alerta que nos últimos 12 anos, os volumes de produção e de vendas são, na média, os mesmos de 2007. “A conclusão é que infelizmente vivemos mais uma década perdida. A falta de competitividade do produtor local, associada ao cenário econômico recessivo e de agravamento da crise política nacional nos últimos três anos, trouxe fortes impactos ao setor. As expectativas caminham na direção de que o País retome a trajetória de crescimento ainda neste ano e volte a exibir resultados mais robustos a partir do próximo ano, com alguns analistas já projetando elevação de 3% para o PIB. A química tem forte correlação com o desempenho do PIB. Mas a economia em recessão puxa mais intensamente a atividade do setor para baixo do que para cima nos momentos de crescimento. A adoção de medidas adequadas e que deem previsibilidade de longo prazo são essenciais para ajudar o País a voltar para a trajetória de crescimento sustentado”, afirma Fátima.


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