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Editorial

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2020: o ano do impulso Conceitual Brasil - Jornalismo Total energiavirtual.com.br/blog Fone: 51 3119.7148 editora@conceitualpress.com.br

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rezados leitores, É com muito orgulho e satisfação que publicamos a primeira edição da Energia Virtual. Com o objetivo inicial de ser um canal digital de informações sobre o mercado de energias alternativas, percebemos uma demanda ainda maior: a necessidade de um veículo de comunicação que transite periodicamente por todos os tipos de energias alternativas disponíveis no Brasil. O propósito de reunir os mais variados segmentos energéticos através de entrevistas, artigos e reportagens que abordem desde o início dos processos, com linguagens mais técnicas, até assuntos mercadológicos e novas tecnologias, é de extrema importância para a sinergia entre todos os envolvidos na produção de energia limpa no país. Precisamos criar elos entre os interessados em alternativas como eólica, solar, fotovoltaica, biogás, bio massa e por aí vai. Precisamos nos conectar para crescer. E este é o objetivo da revista que chega a suas mãos. E, ao que tudo indica, chegamos na hora certa. Segundo a Associação Brasileira da Energia Eólica, tal sistema está indo literalmente de vento em popa: 2018 foi o primeiro ano em que a energia eólica vendeu mais no mercado livre do que no mercado regula­do e, em abril de 2019, o país alcançou a marca de 15 mil megawatts (MW) de potência instalada (capacidade de geração) de energia eólica, o equi­valente à usina de Itaipu, segunda maior hidrelé­trica do planeta. O grande desafio desta fonte renovável é realmente a necessidade de um maior crescimento econômico para que ocorra um impulso ainda maior deste mercado. Da mesma forma, a energia solar cresce a passos largos e a região sul já representa quase 30% da potência instalada em Geração Distribuída. As usinas solares fotovoltaicas de grande porte no país agregaram 551 MW à matriz brasileira em 2019. Considerando o avanço verificado no período, os 3.870 empreendimentos de energia solar em operação já são responsáveis por 1,46% da potência fiscalizada no país, e os 629 de energia eólica, por 9,04%. Nas próximas páginas o leitor terá a oportunidade de conferir um mapeamento sobre estas duas fontes sustentáveis no Brasil, sempre com um olhar apurado à região sul, foco principal da nossa publicação e que demonstra potencial de crescimento em todos os tipos de energias alternativas. Não esqueçamos que, embora muito do bom desempenho dependa da cadeia produtiva, há uma boa parte que é de responsabilidade do Governo Federal. Precisamos cobrar medidas que permitam que este mercado continue crescendo. Fiquemos de olho. Boa leitura!

Direção: Sílvia Viale Silva Edição: Melina Gonçalves DRT/RS nº 12.844 Departamento Comercial: Arlene Braga Design Gráfico & Criação Publicitária: José Francisco Alves (51 99941.5777) Energia Virtual é uma publicação da Conceitual Brasil - Jornalismo Total, destinada à divulgação de n oticias, lançamentos, artigos técnicos, guia de produtos e serviços, coberturas prévias de feiras e congressos nacionais e internacionais do setor. Leitores/Público-alvo: instaladores e integradores, distribuidores, construtores e empreiteiros, arquitetos,fabricantes e fornecedores, investidores e analistas, profissionais de serviços públicos. Entre outros. Capa: kjpargeter/ Freepik

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Energia Eólica

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WWW.SLON.PICS/FREEPIK

De vento em popa Fonte de energia sustentável, a energia eólica cresce no país, amplia resultados, mas ainda esbarra em desafios importantes para seu desenvolvimento

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ontes energéticas sustentáveis ganham cada vez mais espaço no país. Os brasileiros parecem estar cada vez mais conscientes da importância em buscar alternativas que gerem menor impacto ambiental. Entre os modelos existentes, a energia eólica é um dos destaques do momento, seja pelo desenvolvimento tecnológico do setor, seja pelos investimentos realizados. Em abril de 2019, o país alcançou a marca de 15 mil megawatts (MW) de potência instalada (capacidade de geração) de energia eólica, o equivalente à usina de Itaipu, segunda maior hidrelétrica do planeta. Em agosto, a capacidade instalada nos 81 parques eólicos do Rio Grande do Sul continuava em 1,8 mil megawatts (MW), a quarta marca mais elevada do país. Na área, o Estado só fica atrás de representantes da Região Nordeste. A liderança do ranking é do Rio Grande do Norte, que pode gerar até 4 mil MW, indicam dados da Aneel, compilados pela Secretaria

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Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura. “Com as obras previstas, o Rio Grande do Sul voltará a ter conexão em seu sistema. Agora, também é preciso avançar na melhora do ambiente de negócios, com política favorável a fontes de energia renovável. O investidor vai olhar para cá e querer saber como é o processo de licenciamento”, pontua o presidente do Sindicato das Empresas de Energia Eólica do Rio Grande do Sul (Sindieólica-RS), Guilherme Sari. Em capacidade instalada, os 1,8 mil MW dos parques que operam a partir do vento representam 21% da matriz energética do Estado, conforme a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura. A primeira fonte é a hidrelétrica (53%), seguida por usinas termelétricas movidas a combustíveis fósseis (22%).

Cenário atual A energia eólica ocupa hoje o segundo lugar na matriz elétrica do Brasil, ocupando cerca de 9%. “É uma trajetória virtuosa de crescimento sustentá-


vel no Brasil, compatível com o desenvolvimento de uma indústria que foi criada praticamente do zero no País, o que foi o grande desafio deste período. Há dez anos, tínhamos pouco mais de 0,6 GW instalados e estamos chegando neste segundo semestre de 2019 com 15,1 GW de capacidade instalada em mais 600 parques e com 7.500 aerogeradores em operação”, avalia ElbiaGannoum, presidente da Abeeólica. De 2010 a 2018, o investimento no setor foi de US$ 31,2 bilhões, segundo dados da Bloomberg New Energy Finance. Conforme Elbia, até 2023 teremos, pelo menos, 21 GW de capacidade instalada. “Digo ‘pelo menos’ porque este valor contém apenas as quantidades dos leilões já realizados no mercado regulado”, explica. A dirigente sinaliza que o mercado livre vem crescendo muito também e impacta nestas previsões, aumentando os valores. No ano passado, por exemplo, o setor fechou mais contratos no mercado livre do que no regulado, pela primeira vez. Em 2018, nos leilões foram viabilizados 1,25 GW de nova capacidade instalada eólica, enquanto o mercado livre negociou mais de 2 GW. “O futuro, portanto, é promissor para a fonte eólica”, sentecia. Os investimentos dependem dos próximos leilões. No caso do leilão A-4, realizado em junho de 2019, os projetos eólicos vendidos no leilão significam novos investimentos de mais de R$ 532 milhões em contratos de 20 anos, com entrega prevista para 2023. Segundo Elbia, no leilão A-6, realizado em 18/10/2019, os projetos eólicos vendidos significarão novos investimentos de R$ 4,48 bilhões em contratos de 20 anos, com entrega prevista da energia para 2025.

Desafio No caso da energia eólica, o grande desafio não vem exatamente do setor elétrico, mas sim da economia que, afirma Elbia, precisa voltar a crescer para que as demandas dos leilões no mercado regulado sejam maiores. “Este é um ponto importante, mas também temos que considerar a importância da abertura de mercado, porque, como disse anteriormente, o mercado livre está crescendo muito para energia eólica e seu desenvolvimento é um objetivo nosso”.

Futuro Como já dito, há uma revolução ocorrendo no mundo da energia, onde há um afastamento cada vez maior das fontes poluentes e uma aproximação das renováveis de baixo ou baixíssimo impacto ambiental. Em alguns países isso está se dando rapidamente e há outros ainda lentos nesta transição. “Independente da velocidade, o fato é que esta mudança é irreversível e devemos nos engajar para que ela aconteça de forma cada vez

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mais eficiente e rápida em todo o mundo”, refelte a dirigente. Elba cita o Relatório Anual, o Conselho Global de Energia Eólica (Global Wind Energy Council - GWEC), que mostra uma indústria madura competindo com sucesso no mercado mundial, mesmo contra tecnologias tradicionais de geração de energia altamente subsidiadas em alguns países. A energia eólica é hoje uma indústria presente em mais de 90 países, 30 dos quais com mais de 1GW instalados e 9 com mais de 10 GWs, como é o caso do Brasil, que tem 15,1 GW de capacidade instalada e ocupa o 8º lugar no Ranking Mundial. “O GWEC acredita que, tanto em projetos onshore quanto offshore, a energia eólica é a chave para definir um futuro energético sustentável. O futuro, portanto, é promissor para a fonte eólica. E, no Brasil, o fato é que essa indústria segue de vento em popa. Estamos batendo recordes atrás de recordes, chegando a tender mais de 85% do Nordeste e seguimos instalando mais e mais parques”, comemora a presidente da Abeeólica. Com todo esse crescimento, Elba sugere uma reflexão:“quais são as próximas fronteiras do crescimento da energia eólica no Brasil”? A dirigente arrisca uma resposta. “Acredito que a resposta vem de novos modelos de negócios, como parques híbridos; do desenvolvimento das baterias, que evoluem rapidamente; da eólica offshore e da ampliação do mercado livre para eólica. Sobre este último ponto, gostaria de destacar que 2018 foi o primeiro ano em que a energia eólica vendeu mais no mercado livre do que no mercado regulado. Como já comentei em respostas anteriores, o mercado livre é de grande importância no momento para o setor de energia eólica no Brasil”.

Elbia Gannoum, da Abeeólica: “O futuro é promissor para a fonte eólica”


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Dez fatos sobre energia eólica que você talvez não saiba - Há dias em que mais de 80% da energia do Nordeste vem das eólicas - A energia eólica tem batidos recordes atrás de recordes no Brasil. Durante o período que chamamos de “Safra dos Ventos”, por exemplo, há dias em que mais de 80% da energia do Nordeste vem de eólicas e se considerarmos os recordes nacionais, já chegamos a 17% de atendimento do País. Vale mencionar também que, por diversos períodos, o Nordeste tem assumido a figura de exportador de energia, uma realidade totalmente oposta ao histórico do submercado que é por natureza importador de energia. - A geração de energia eólica não emite CO - Em 2018, as eólicas evitaram a emissão de 23 milhões de toneladas de CO2 (equivale a cerca de 18 milhões de automóveis). Isso porque, ao gerar esse tipo de energia, evita-se a geração de uma energia poluente. - O Brasil tem um dos melhores ventos do mundo - Para entender essa afirmação, antes você precisa saber o que é fator de capacidade. Pois bem! Fator de capacidade é a medida de eficiência dos aerogeradores de um parque eólico com base na qualidade dos ventos de uma região, ou seja, quanto foi gerado por um aerogerador. No que se refere à qualidade do vento, os melhores para energia eólica são os constantes, sem grandes alterações de velocidade ou direção. No caso do Brasil, temos ótimos ventos e de boa qualidade, principalmente na região Nordeste, fazendo com que nosso fator de capacidade seja superior a 50%, enquanto a média mundial varia de 20% a 25%. Durante a safra dos ventos, são registrados no Nordeste fatores de capacidade superiores a 70%. - A eólica também faz bem para o bolso Nos leilões recentes, a energia eólica se consagrou como uma das fontes mais competitiva, chegando a apresentar inclusive preços menores que a energia das grandes hidrelétricas. - As torres de geração de energia eólica convivem com outras atividades agrícolas e animais - É bem comum encontrarmos uma torre eólica em funcionamento e, logo ao lado, vacas pastando, cavalos ou uma plantação. Isso é possível porque as

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torres, depois de instaladas, ocupam pouco espaço de solo e os donos da terra podem seguir com seu cultivo, criação de animais ou qualquer outra atividade que melhor convir. - As torres são grandes, bem maiores do que às vezes achamos quando vemos fotos - Você sabe qual é o tamanho de uma torre eólica? As torres eólicas podem parecer pequenas, mas aquelas atualmente instaladas medem entre 90 e 120 metros de altura, sem contar a pá! A estrutura completa pode variar entre 140 e 185 metros, como um prédio de 42 a 56 andares. A base da torre tem cerca de 5 metros de diâmetro, para abraçar são necessárias pelo menos 15 pessoas. No caso das pás, já há, no mercado, pás de cerca de 70 metros. - O Brasil tem se saído muito bem nas comparações mundiais - Em 2012, estávamos no 15º lugar no Ranking de Capacidade Instalada do Global Wind Energy Council. Agora já estamos a caminho de completar 15 GW e ocupamos a 8ª posição no ranking. - A cadeia produtiva da energia eólica está no Brasil e gera empregos aqui - Nos últimos anos, com forte investimento de empresas, foi construída uma cadeia produtiva nacional de alta tecnologia, eficiência e complexidade para energia eólica. Os grandes fabricantes de aerogeradores, pás, torres e componentes estão instalados no Brasil, produzindo e contratando aqui. Pelo menos 80% de um aerogerador é nacional, com componentes e matéria-prima feitos no país. - A energia eólica vai ajudar o Brasil a cumprir o Acordo do Clima - A energia eólica surge como a melhor opção para expandir o papel das renováveis porque é barata, de baixo impacto e de rápida implantação, com zero emissão de CO2 em sua operação e com uma cadeia produtiva nacionalizada. Hoje, esta energia representa cerca de 7% da matriz e segue crescendo. Isso vai ajudar o país a cumprir com suas metas de redução da emissão de CO2 e diversificação da matriz com fontes renováveis complementares. Fonte: ABEEólica (Associação Brasileira de Energia Eólica)


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O sul ganha destaque

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mbora cerca de 80% dos parques estejam no Nordeste, onde se concentram ventos que resultam em altíssimos fatores de capacidade, o Sul do País também tem muitos parques. O Rio Grande do Sul, por exemplo, é o 4º estado no ranking de capacidade instalada e número de parques (80). Um dos maiores complexos eólicos está em Santa Vitória do Palmar, no extremo sul do Rio Grande do Sul, desde setembro de 2017. O empreendimento possui capacidade para 582,79 MW. Segundo informações da Atlantic Energias, a usina tem 69aerogeradores de última geração, distribuídos por 12 parques. O Complexo conta com uma área de 10.424 hectares de áreas arrendadas e possui 3 subestações. Foram construídos 21 km de linhas de transmissão e 68 km de estradas de acessos.O investimento total foi de R$ 1,3 bilhão. Outro empreendimento que é destaque no estado é o Complexo Eólico de Osório, formado por nove parques de energia eólica no município de Osório, no Rio Grande do Sul, Brasil, com 150 aerogeradores de 2 MW. A capacidade total instalada é, portanto, 300 MW, sendo que a produção efetiva média é aproximadamente 51 MW (suficiente para uma cidade de 240 mil habitantes).

Palmas II O Paraná também tem destaque no tema. Projeto iniciado em 2009, o Complexo Palmas II é capitaneado pela Enerbios, empresa integrante do Grupo Enercons, em sociedade com a empresa curitibana Cia Ambiental, com a alemã INNOVENT e com a Ventos Sul Energia, empresa sediada em Abelardo Luz, Oeste de Santa Catarina. Em entrevista à Rádio Club/RBJ (Palmas),o diretor-presidente do Grupo Enercons, Ivo Pugnaloni, comentou sobre o andamento do projeto, cujo cronograma prevê o inicio das operações comerciais em janeiro de 2021. Salienta entretanto, que o empreendimento deve ainda passar pela autorização da Assembleia, conforme previsto na Constituição do Estado. “Apenas o Paraná e o Mato Grosso do Sul têm essa exigência”, considerou. O executivo lembra que o projeto já obteve a Licença Ambiental Prévia em dezembro de 2018, passando agora pelo processo de negociações com fornecedores de aerogeradores, torres, serviços de terraplenagem, fundação e obras civis. “Além da estruturação financeira, porque estamos falando de um empreendimento com investimento total de R$ 1,3 bilhão”, destacou. Inicialmente, o projeto do Complexo Eólico Palmas II previa a geração de 200 MW (Megawatts), através de

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oito parques, totalizando 100 torres. Entretanto, explica Pugnaloni, os avanços tecnológicos exigiram algumas alterações, como a escolha de novos aerogeradores. “Houve uma evolução muito rápida no último ano. Não se fabricam mais os aerogeradores que nós tínhamos projetado, de 2,5 MW. Agora, os menores no mercado são de 3,5 MW”, relata, salientando que a potência total do complexo permanecerá a mesma, mas o número de torres deverá ser reduzido. Sobre prazos para o inicio da construção, o executivo destaca que o projeto está dividido em três fases: a primeira com a entrada em operação de 10 MW, a segunda com mais 40MW e a terceira com mais 150 MW. “Nós estimamos para janeiro de 2021 o inicio das operações comerciais da primeira fase; a segunda em janeiro de 2022 e a terceira em janeiro de 2023”, revelou.

Contestado O Complexo Eólico do Contestado conquistou a licença ambiental prévia, conforme informações da RDS Energias Renováveis, desenvolvedora do projeto. O empreendimento está desenhado para ter 283 MW de capacidade instalada, no município de Água Doce, em Santa Catarina. Segundo o diretor da RDS, Rodrigo Nereu dos Santos, o projeto é desenvolvido há 7 anos e tem investimento previsto de R$ 1,1 bilhão. “A obtenção da licença ambiental é um importante passo para a viabilidade do empreendimento, visto que agora podemos participar do leilão e realizar os investimentos necessários para construção do projeto. Estamos trabalhando para isto”, disse o executivo. Os 105 aerogeradores previstos serão instalados em uma área de 7.500 hectares, beneficiando diretamente produtores rurais, que dividirão uma renda de R$ 3 milhões por ano com arrendamento de terras. A compensação ambiental prevista do projeto é de R$ 5,5 milhões, montante este que será direcionado a projetos ambientais. A prefeitura de Água Doce também será beneficiada, visto que arrecadará mais de R$ 20 milhões na construção do empreendimento e R$ 6 milhões ao ano no período operacional da usina eólica. A construção da usina deve empregar mais de 1 mil trabalhadores locais na sua fase de instalação, sendo que para a operação da usina serão necessários mais de 160 empregos diretos permanentes.


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Energia Solar

Balanço e Perspectivas

O setor de energia solar fotovoltaica cresce no Brasil e a Região Sul já representa quase 30% da potência instalada em Geração Distribuída (GD)

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Fontes fotovoltaicas somaram 551MW em 2019

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os poucos o Brasil começa a dar mais atenção a energia solar fotovoltaica, uma das fontes renováveis mais estimuladas em todo o mundo. E a cada ano, desde 2012, quando a Aneel – Agência Nacional de Energia Elétrica definiu as normas para produção e geração desse setor, o crescimento tem sido extremamente positivo. Segundo dados divulgados pela agência, as fontes eólica e solar foram destaque em desempenho em 2019. As usinas solares fotovoltaicas de grande porte agregaram 551 MW à matriz brasileira no ano. Considerando o avanço verificado no período, os 3.870 empreendimentos de energia solar em operação já são responsáveis por 1,46% da potência fiscalizada no país, e os 629 de energia eólica, por 9,04%. Os dados divulgados pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltáica – Absolar, atualizados em 1º de janeiro deste ano ajudam a entender o crescimento do setor nos últimos anos. Qual a potência instalada Solar Fotovoltacica no Brasil: Geração Centralizada de 2.473,5 MW + Micro e Minigeração Distribuída de 1.926,8 MW. Outro número interessante revela que no cenário fotovoltaico mundial, o Brasil instalou 1,2 GW em 2018, totalizando 2,4 de capacidade instalada acumula-

da, mas aparece entre os 10 primeiros no ranking mundial entre os que mais investiram e nem em potência acumulada. Com alguns ajustes na política de desenvolvimento e apoio à geração de energias limpas e alternativas a expectativa é de um crescimento animador em 2020. Mas para que as previsões se concretizem as lideranças do setor esperam uma definição do Governo Federal sobre as questões que envolvem taxas e também estímulo aos financiamentos para moradias, pois para empresas de médio e grande porte o mercado financeiro já começa a oferecer taxas mais atraentes.

Sul, destaque no ranking de GD Com base nos dados fornecidos pela Aneel, a Absolar elaborou um ranking estadual de Potência Instalada em Geração Distribuída (GE). A Região Sul ocupa posição de destaque, com 565,4 MW, representando 29,4% do total brasileiro, cuja liderança destacada fica com Minas Gerais, com 362,7 MW, representando 18,8% da geração nacional, seguido pelo Rio Grande do Sul (252,4 MW/13,1%) e depois São Paulo (229,5MW/11,9%), consolidando o trio de líderes. A classificação segue com: 4º) Paraná (205,6


MW/ 10,7%); 5º) Mato Grosso (132,9 MW/6,9%), 6º) Santa Catarina (107,4 MW/5,6%), 7º) Goiás (80,3 MW/4,2%), 8º) Rio de Janeiro (73,4 MW/3,8%), 9º) Ceará (65,9 MW/3,4%). 10º) Mato Grosso do Sul (61,9 MW/3,2%), 11º) Bahia (44,8 MW/2,3%), 12º) Pernambuco (43,6 MW/2,3%), 13º) Paraíba (38,7 MW/ 2,0%), 14º) Espírito Santo (36,9 MW/1,9%), 15º) Rio Grande do Norte (34,7 KW/1,8%), 16º) Maranhão (27,7 MW/1,4%), 17º) Piauí (27,4 MW/1,4%), 18º) Tocantins (20,6 MW/1,1%), 19º) Pará (20,3 MW/1,1%), 20º) Distrito Federal (20,1 MW/1,0%), 21º) Alagoas (12,8 MW/0,7%), 22º) Sergipe (11,4 MW/0,6%), 23º) Amazonas (5,7 MW/0,3%), 24º) Rondônia (4,3 MW/0,2%), 25º) Amapá (2,6 MW/0,1%), 26º) Acre (2,3 MW/0,1%) e 27º) Roraima (0,9 MW/0,0%)

Rio lidera ranking municipal

A Absolar também divulga o ranking municipal atualizado e a surpresa é a liderança do Rio de Janeiro entre os dez primeiros em potência instalada em MW e percentual de participação, pois o Estado do Rio é apenas o oitavo no ranking estadual. Confira a lista: 1º) Rio de Janeiro/RJ (21,6 MW/1,1%, 2º) Fortaleza/CE (20,6 MW/1,1%, 3º) Cuiabá/MT (20,1 Mw/1,1%, 4º) Brasília/DF (20,1 MW/1,0%), 5º) Uberlândia/MG (18,8 MW/1,0%), 6º) Goiânia/GO (16,2 MW/0,8%), 7º) Belo Horizonte/ MG (14,8 MW/0,8%), 8º) Teresina/PI (13,9 MW (0,7%), 9º) Santa Cruz do Sul/RS (12,5 MW/0,6%) e (10º) Campo Grande/MS (12,5 MW/0,6).

Energia: Brasil alcança 170 mil MW O Brasil fechou 2019 com 7.246,41 megawatts (MW) de capacidade instalada, ultrapassando a meta de 5.781 MW. O país fechou o ano com potên-

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LIFEFORSTOCK/FREEPIK

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cia fiscalizada de 170.071 MW, sendo mais de 75% a partir de fontes renováveis, com destaque para o desempenho das energias eólicas e solar. A atuação da Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL, em suas atividades de concessão, regulação e fiscalização da geração de energia elétrica, propiciou em 2019 um incremento de 7.246,41 megawatts (MW) de capacidade instalada no Brasil, ultrapassando a meta de 5.781 MW. O país fechou o ano com potência fiscalizada de 170.071 MW, sendo mais de 75% a partir de fontes renováveis. A força da água dos rios continua impulsionando a maior parte da energia gerada no país, com um total de 4.839 MW em empreendimentos inaugurados e/ou concluídos no ano passado. Desse total, 4.755 MW foram trazidos por usinas hidrelétricas de grande porte, entre as quais se destaca Belo Monte, que completou sua motorização com 3.667 MW injetados na rede. A Agência liberou a operação da última turbina de Belo Monte em outubro deste ano. A ampliação da geração eólica no ano impressiona, com incremento de 971 MW, superior aos 776 MW acrescidos em usinas termelétricas. As usinas solares fotovoltaicas de grande porte agregaram 551 MW à matriz brasileira no ano. Considerando o avanço verificado no ano, os 3.870 empreendimentos de energia solar em operação já são responsáveis por 1,46% da potência fiscalizada no país, e os 629 de energia eólica, por 9,04%.


Energia Solar Cenário Mundial

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Produção vai aumentar em 2020

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repontam a uma capacidade instalada de 4,4 GW no país hoje, entre geração centralizada e distribuída, dados que também são divulgados pela Associação Brasileira de Energia Solar no excelente infográfico disponibilizado em seu website.

Diversificação do mercado fotovoltaico solar

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interesse sobre fontes de energias renováveis ganha mais força diante dos números expressivos e do aumento da capacidade de geração de distribuição. E, por isso, a cada início de ano as entidades e empresas divulgam seus balanços e fazem projeções para o ano em curso, tanto em nível nacional como relacionado ao mercado mundial. No caso da energia solar, na primeira semana de janeiro a empresa de inteligência de negócios IHS Markit, em seu relatório “Previsão da demanda fotovoltaica global para 2020”, divulga um dado extremamente importante, onde estima um acréscimo de novos 142 Gigawatts (GW) de energia solar este ano. Esse número representa sete vezes o total de instalações solares do mundo há uma década e o aumento anual de 14% em relação a 2019, e uma grande evolução frente ao começo da década passada, quando eram 20 GW instalados. E este mercado continua com fortes tendências de crescimento em capacidade total e cobertura geográfica. Conforme as previsões da IHS, 43 países deverão atingir capacidades instaladas acima do 1 GW este ano. Em 2010 eram apenas 7. O crescimento também foi substancial em termos de alcance geográfico e dos sete países com mais de 1 GW a maioria era confinada à Europa. No caso do Brasil, onde a energia solar fotovoltaica revela-se como uma das mais expressivas fontes de energia renovável as informações recentemente divulgadas

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Conforme a ISH Markit, a tendência é uma diversificação global do mercado diante de novas ações e investimentos. “Outro ano de crescimento da demanda global de dois dígitos em 2020 é prova do crescimento contínuo e exponencial das instalações fotovoltaicas solares na última década”, disse Edurne Zoco (foto), diretora de Tecnologia Limpa e Renováveis da IHS Markit. “Se os anos 2010 foram a década de inovação tecnológica, grandes reduções de custos, grandes subsídios e predominância de alguns mercados, o ano de 2020 marca a década de energia solar não subsidiada emergente, diversificação e expansão da demanda de instalação solar em todo o mundo, novos participantes corporativos e crescente competitividade versus fontes de energia convencionais. ” Grandes mercados como a China continuarão a ter uma parcela enorme de novas instalações no futuro próximo. No entanto, a dependência excessiva da China para o crescimento global das instalações solares continuará a diminuir nos próximos anos, à medida que mais capacidade for adicionada em outros lugares. As instalações fora da China, o principal mercado mundial, cresceram até 53% em 2019 e devem continuar crescendo dois dígitos em 2020. No geral, os dez principais mercados de energia solar devem ver sua participação coletiva no mercado cair para 73%, abaixo dos 94% de 2010. “A China permanecerá na posição de destaque como líder geral em instalações solares. Mas nesta década haverá novos mercados emergindo no Sudeste Asiático, América Latina e Oriente Médio ", disse Zoco." Ainda assim, os principais mercados continuarão sendo críticos para o desenvolvimento da indústria solar, especialmente como bancos de ensaios de

inovação tecnológica, desenvolvimento de políticas e novos modelos de negócios ".

Destaques regionais A empresa de inteligência também faz uma avaliação do desempenho e projeções dos principais países sobre o comportamento setorial, que muda conforme as políticas de governo e investimentos. China – O país lidera o ranking mundial de potência instalada, com 176,1 GW, mas a demanda solar em 2020 será menor do que os picos históricos de instalação de 50 GW em 2017. A demanda na China está em uma fase de transição, à medida que o mercado avança para que a energia solar não seja subsidiada e concorra com outras formas de geração e há alguma incerteza enquanto aguarda. o lançamento do novo 14º Plano Quinquenal a ser anunciado no próximo ano. Estados Unidos – As instalações devem crescer 20% em 2020, consolidando a posição dos Estados Unidos como o segundo maior mercado do mundo, atualmente com 62,2 GW de potência instalada. Califórnia, Texas, Flórida, Carolina do Norte e Nova York serão os principais impulsionadores do crescimento da demanda nos EUA nos próximos cinco anos. Europa - Depois de quase dobrar as instalações em 2019, a Europa ainda deve continuar crescendo em 2020, adicionando mais de 24 GW - um aumento de 5% em relação a 2019. Espanha, Alemanha, Holanda, França, Itália e Ucrânia serão as principais fontes de demanda, representando 63% do total de instalações da UE no próximo ano. Índia - Após um ano estável em 2019, devido às incertezas políticas e ao impacto dos direitos de importação sobre células e módulos solares, espera-se que as instalações cresçam novamente e superem 14 GW em 2020. Espera-se que os preços mais baixos dos módulos e uma grande variedade de projetos estimular o retorno ao crescimento.


Publieditorial

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O caminho para a sustentabilidade

é a infraestrutura 2020 é o ano crucial para o meio ambiente. Nós somos responsáveis

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consciência ambiental da modernidade é compromisso da sociedade e essencialmente das indústrias e empresas. Aquecimento global, enchentes, poluição, perda da biodiversidade e uma lista de danos à natureza que, ano após ano, desde a década de 70, modificaram o pensamento do homem: Hoje, não basta apenas consumir, busca-se saber a proveniência e os meios de produção do devido insumo, diferentemente da época da Revolução Industrial. O consumo mudou, portanto, a produção deve se adequar conforme as novas exigências. O caminho para alcançar essa sustentabilidade de menores impactos possíveis está no incentivo de infraestruturas inovadoras e de qualidade. Falar em infraestrutura é falar sobre os meios de possibilidades para alcançar uma meta maior que, portanto, sem ela não seria possível. A priori, os veículos elétricos entraram no mercado, contudo, o cenário atual brasileiro demonstra desfalque de disponibilidade no quesito da infraestrutura. Hoje circulam cerca de 15 mil veículos elétricos segundo Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Iniciativa a qual reflete a nova mentalidade ecológica de consumo e a economia de capital no abastecimento. Por exemplo, estudos realizados pela empresa CPFL Energia demonstram que os veículos elétricos são quatro vezes mais econômicos do que os veículos convencionais à combustão. Além das vantagens já conhecidas pela sociedade por se tratar de uma opção de transporte durável, que não polui, silenciosa e de baixa manutenção. Em contraposição a dados que contam apenas com 400 estações de recarga, de acordo com a PlugShare, as quais são inciativas pontuais de pessoas, empresas e do próprio governo, e não são comunicáveis entre si, estão independentes. Desse modo, diariamente, o proprietário de veículo elétrico tem que planejar seu trajeto e mapear os possíveis pontos de carregamento caso seja necessário. Uma das dúvidas que permeia o investimento na infraestrutura para a mobilidade elétrica urbana é a reação do consumidor com a oscilação das tarifas elétricas, conhecidas como: bandeira verde, amarela e vermelha. Através de uma análise estrutural, pode-se afirmar que a devida variação do valor da energia é solucionada justamente com o investimento na infraestrutura através da diversificação da matriz energética.

“É fato que o investimento em infraestrutura é o caminho mais rápido e seguro para alcançarmos uma mobilidade sustentável.” Diretor da Sindustrial, Gabriel Daré www.sindustrial.com.br A exemplo, estamos pouco a pouco caminhando para essa diversificação através das energias renováveis, tais como: solar fotovoltaica, eólica, entre outras. Por si só, as fontes renováveis já caracterizam uma realidade energética menos poluente e mais barata. Ao contrário dos impasses resultantes de uma dependência de petróleo ou carvão que por conseguinte oscila devido a questões políticas internacionais e físicas, nesses casos a escassez das comodities, variáveis praticamente impossíveis de controlar. É fato que o investimento em infraestrutura é o caminho mais rápido e seguro para alcançarmos uma mobilidade sustentável. Para isso, a infraestrutura elétrica de produtos, planejamento e instalação devem ser de qualidade. Diferente das empresas centenárias, a Sindustrial Engenharia já nasceu com esse viés e atua nos três seguimentos para tornar realidade esse sonho urbano. No último semestre de 2019, o lançamento do SinCharger, carregador rápido de veículos elétricos de tecnologia e fabricação 100% nacional, projeto e instalação de Usinas Solares e indústrias, demonstram que sustentabilidade é a nossa meta e a infraestrutura é o nosso caminho.


Inovacão

A primeira telha fotovoltaica de concreto do Brasil A tradicional empresa brasileira Eternit, também apresenta uma alternativa às placas e painéis com nova proposta estética e funcional

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ais uma vez a criatividade e inovação aparecem no cenário industrial brasileiro relacionado à energia. A empresa brasileira Eternit está lançando a primeira telha fotovoltaica de concreto do Brasil – diferente da Green Tile da gaúcha Forte, que usa polímeros. As telhas são feitas de concreto e contam com células fotovoltaicas, capazes de produzir energia para residências. Cada telha tem potência de 9,16 Wp e produz cerca de 1,15 kWh por mês. Com vida útil de acima de 20 anos, as telhas são resistentes até a chuva de granizo. As telhas fotovoltaicas têm boa performance mesmo em condições não tão favoráveis, como com baixa inclinação do sol, luz inclinada, luz refletiva e indireta e em dias nublados. Elas são à prova de vazamentos, chuva de granizo e pisamento. Estarão disponíveis em dois acabamentos: clássica com textura natural e de telha, e performance, com uma fina camada de resina que proporciona alta durabilidade. As telhas solares são feitas com uma tecnologia de silício monocristalino e a vida útil passa de 20 anos, segundo a empresa. A instalação é simples e não requer mão de obra especializada, além de não ser necessária manutenção. Porém, é recomendada a limpeza a cada 6 meses. Com a compra das telhas, a empresa fornecerá o sistema completo para que elas gerem energia. Com este lançamento, a empresa se junta à SolarCity, subsidiária da Tesla, que também produz telhas fotovoltaicas.

Eficiência A quantidade de telhas fotovoltaica a serem instalados por telhado vai depender de algumas variáveis, como quantidade de energia que se deseja produzir, inclinação e orientação do sol, além da localização da casa. Durante a Intersolar, congresso in-

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ternacional sobre energia solar, a Eternit demonstrou um sistema composto por 36 telhas e um microinversor de 600 W. Com esse layout, as telhas geram 41,4 kWh por mês a uma potência de 330 Wp. Um projeto normalmente conta não só com as fotovoltaicas, mas com telhas comuns, desde que sejam do mesmo modelo. Para dar uma ideia, uma casa pequena pode usar entre 100 a 150 telhas fotovoltaicas. Enquanto isso, casas de médio e alto padrão podem contar com entre 300 a 600 telhas solares. A inovação da Eternit está na fase final de instalação em projetos-piloto e projeto da fábrica para a produção em larga escala. Essa tecnologia, apesar de ser inovadora no Brasil, já é conhecida nos EUA através da SolarCity, subsidiária da tesla que já produz esse tipo de talhado. A previsão de venda é para este primeiro semestre de 2020. Porém, no primeiro momento, as telhas serão comercializadas apenas para projetos-piloto em clientes selecionados. A empresa informa que ainda não há valor definido para as telhas fotovoltaicas.

Utilidade Um detalhe que a maioria das pessoas ainda não sabem é que um sistema de energia com base em telhas fotovoltaicas podem beneficiar os proprietários de carros elétricos – uma opção cada vez mais previsível pelos sistemas de mobilidade urbana. Por isso, as telhas fotovoltaicas estão sendo tão valorizadas. Com telhas solares, uma casa pode não só ter energia para as necessidades da própria residência, pois será possível instalar um sistema no local e usar a energia solar para o carregamento do veículo.


Tecnologia

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Covestro acaba de receber o Selo Solar Impulse de “Soluções Eficientes” para dois projetos cujas soluções se provaram economicamente rentáveis e ambientalmente amigáveis: estufas movidas a energia solar para secagem e preservação de alimentos e uma tecnologia base água chamada INSQIN® para revestimentos têxteis sustentáveis. Este selo da Fundação Solar Impulse serve como um símbolo confiável e uma garantia de qualidade para quem busca a implementação de soluções limpas. “Com este selo queremos reconhecer e divulgar desenvolvimentos como estas tecnologias da Covestro – desenvolvimentos que podem promover o crescimento econômico além de presentar o meio-ambiente”, explica Bertrand Piccard, pioneiro suíço e fundador da Fundação Solar Impulse. “Ao selecionarmos mil soluções eficientes queremos apoiar e acelerar a implementação de soluções limpas e rentáveis na indústria”. Christian Haessler, Head de Sustentabilidade da Covestro, comemora o novo selo: “Este é um excelente reconhecimento, por especialistas independentes, de que a nossa empresa está comprometida a soluções realmente sustentáveis que são benéficas para a sociedade, criam valor e reduzem o impacto ambiental. Acima de tudo, isso inclui o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU”.

Ideias que dão frutos A estufa movida a energia solar é uma solução eficiente, descentralizada, sustentável e com bom custo-benefício para a redução de perdas pós-colheita em produtos agrícolas. A alta eficiência da secadora é possível graças ao uso do policarbonato para a construção de uma estufa em formato de parábola. O material é transparente à luz visível e, em particular, à luz infravermelha e mostra boas propriedades de isolamento térmico permitindo um rápido aquecimento da secadora. A instalação das secadoras solares para preservação de alimentos é parte da estratégia de “negócios inclusivos” da Covestro, com a qual a empresa quer fortalecer desenvolvimentos econômicos locais, reduzir a pobreza e apoiar o progresso social integrando comunidades de baixa renda na cadeia de valor. Até o momento, a Covestro forneceu materiais para a instalação de mais de 1500 secadoras de tamanhos diferentes na Índia e outros países

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Tecnologias Covestro recebem selo Solar Impulse de “Soluções Eficientes”

asiáticos, impactando de forma significativa na renda dos fazendeiros regionais.

Produção sustentável de revestimentos têxteis Com sua tecnologia INSQIN®, a Covestro aumenta de forma significante a sustentabilidade dos revestimentos têxteis. A tecnologia se baseia em revestimentos poliuretânicos base água, tornando a produção ambientalmente amigável e fácil de ser realizada. Ela também garante uma redução de 95% no uso de água e 50% de energia no processo produtivo. Para a implementação da tecnologia, a Covestro vem trabalhando diretamente com marcas próprias nas indústrias de roupas e calçados, assim como com fabricantes têxteis. Recentemente a empresa apresentou a tecnologia à indústria automotiva, abrindo novas possibilidades para revestimentos mais sustentáveis, flexíveis e duráveis para o interior dos automóveis – com aparência e toque extraordinários. A World Alliance for Efficient Solutions, fundada com o patrocínio da Fundação Solar Impulse, colabora com start-ups, empresas, instituições, ONGs e investidores a fim de criar sinergias, compartilhar conhecimento e construir relações para acelerar a implementação de soluções limpas e rentáveis.


Geral

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Paraná terá novas usinas para gerar energia limpa a partir de rejeitos Ratinho Junior destacou que as ações colocam o Paraná à frente de outros Estados em relação à produção de energias renováveis. “Usinas de biometano são o que há de mais moderno no mundo. Estamos chegando a um grau de eficiência que os dejetos da produção se transformam em energia para os maquinários. É a chamada economia circular. Você produz sem deixar nenhum dejeto para trás”. O governador destacou que uma das usinas, que será erguida pela Mele, usará exclusivamente dejetos de animais da suinocultura para gerar energia limpa, resolvendo em parte um grave passivo ambiental da região.

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Paraná dá um passo significativo em busca de se tornar cada vez mais sustentável. O Governo do Estado, por meio da Invest Paraná, firmou convênio com a empresa Mele Biogás, de origem alemã, e com a paranaense Compostec para a instalação de duas usinas para a produção de biometamo em Toledo. A prefeitura da cidade também apoia os projetos que vão transformar dejetos em energia limpa. O protocolo de intenções para a criação da usina com tecnologia alemã foi assinado pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior e pelo CEO da empresa, Dietrich Klaus Lehmann, em cerimônia no Biopark de Toledo, na Região Oeste. O investimento inicial na unidade será de R$ 60 milhões e a produção utilizará como matéria-prima dejetos suínos. Na mesma cerimônia, Ratinho Junior entregou o certificado de licença ambiental prévia para que a Compostec possa iniciar a construção de uma nova usina no município, com valor estimado de R$ 20 milhões. A empresa pretende transformar resíduos das agroindústrias em biogás. O governador firmou ainda um terceiro protocolo na passagem por Toledo. O acordo entre o Estado e a prefeitura do município permitirá atividades de pesquisa e desenvolvimento na área de biogás. O Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) vai atuar num laboratório a ser estruturado pelo município, dentro do Biopark.

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A capacidade de produção é estimada em 3,3 Megawatt-hora (MW/h), com a geração de 17 mil metros cúbicos de biometano por dia. Serão usadas 300 toneladas de dejetos diariamente, de 20 granjas vizinhas à futura sede da usina que será instalada próximo ao aterro sanitário da cidade. “O Paraná tem essa preocupação social e também com o meio ambiente bastante forte. Toledo vira vanguarda racional”, ressaltou Ratinho Junior. O diretor-presidente da Invest Paraná, Eduardo Bekin, explicou que o modelo de atração de investimento estrangeiro em tecnologia sustentável pode ser replicado em outras regiões do Estado. “Buscamos os líderes nesse tipo de tecnologia para trazer para o Paraná. Quem quiser vir, estamos abertos para expandir essas usinas pelo Estado”, disse ele. “Estamos muito satisfeitos com essa parceria”, avaliou Lehmann, CEO da Mele.

Novo projeto A empresa alemã também projeta a construção de uma segunda usina de biogás, ainda sem data para sair do papel. A iniciativa visa o tratamento mecânico biológico de resíduos sólidos urbanos de Toledo e outras 31 cidades vizinhas. Como a produção dependerá da quantidade de lixo, a empresa não faz estimativa da energia poderá ser gerada. A expectativa, reforçou o prefeito de Toledo, Lucio de Marchi, é que a iniciativa possa substituir o modelo tradicional para tratamento dos resíduos sólidos, baseado no descarte por meio de aterros sanitários. “É o início para resolver uma situação gravíssima, produzindo energia", explicou.


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Compostec

Presenças

A empresa paranaense, sediada em Toledo, também firmou convênio com o município e o Estado para a construção de usina de biometano. O diretor da companhia, Leandro Azevedo, disse que a ideia é melhorar o tratamento dos resíduos, transformando em gás e energia elétrica. “Estamos entrando na área para inovar e crescer”, disse, estipulando a produção inicial em 1.4 MW/h. O prazo de término da obra é de um ano.

Participaram da cerimônia o superintendente de Governança Social da Casa Civil do Governo do Estado, Phelipe Mansur; o deputado federal Schiavinato; o deputado estadual Marcel Micheletto; os prefeitos Leonaldo Paranhos (Cascavel), Germano Bonamigo (Céu Azul), Aldacir Pavan (Ouro Verde do Oeste), João Inácio Laufer (Quatro Pontes); além de lideranças políticas e empresariais da região.

Laboratório vai ampliar pesquisa sobre energias renováveis O Governo do Estado, por meio do Tecpar, vai contribuir para a pesquisa e o desenvolvimento de soluções para ampliar a geração de energias renováveis. O diretor-presidente do Tecpar, Jorge Callado, afirma que a assinatura de um protocolo para a implantação de um laboratório de tecnologia é o início de um trabalho conjunto com a Região Oeste do Paraná. “O Tecpar poderá oferecer apoio tecnológico ao novo laboratório, fortalecendo a sua atuação na área de energias renováveis no Paraná, dentro de um contexto de bioeconomia de economia circular”, afirmou Jorge Callado. No laboratório poderão ser feitas análises para avaliação do potencial de geração de biogás de resíduos orgânicos (potencial metanogênico) e verificações do potencial energético do biogás e dos biofertilizantes produzidos na digestão destes resíduos.

Primeira usina de biogás do Paraná foi erguida em Entre Rios do Oeste A primeira usina de produção de biogás a partir do tratamento dos dejetos de suínos começou a funcionar no Paraná em julho deste ano, em Entre Rios do Oeste. O governador Carlos Massa Ratinho Junior inaugurou a unidade geradora cuja capacidade total é de 480 kilowatts (kW), transformando por dia 215 toneladas de um agente poluidor em energia limpa. O investimento da Copel, financiadora do projeto, foi de R$ 17 milhões. Mistura de sustentabilidade, tecnologia e inovação, a usina é composta por um grupo de 18 produtores de suínos, que produzem biogás a partir do tratamento dos dejetos de aproximadamente 40 mil suínos em sistemas de biodigestão. O biogás é conduzido por meio de uma rede coletora de 20,6 quilômetros, interligando as propriedades rurais a uma Minicentral Termelétrica, onde estão instalados dois grupos motogeradores de 240 kW de potência cada um. A energia gerada é utilizada para compensar o consumo energético nos prédios públicos do município, num total de 72 unidades consumidoras, na modalidade de autoconsumo remoto. Os produtores envolvidos recebem um repasse mensal pelo volume de biogás injetado na rede.

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Nota de posicionamento O grupo de trabalho SOS Geração Distribuída (GD), composto por empresas e entidades do setor de energia solar no Brasil, reforça a importância do posicionamento do presidente da República, Jair Bolsonaro, contra a taxação da atividade no Brasil. Por meio da gravação de vídeos e postagens nas redes sociais iniciados ontem (05/01), Bolsonaro esvazia a intenção da resolução 482 da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) de criar um imposto sobre trocas energéticas, que chegaria a 60%. A iniciativa, que também conta com o importante apoio do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, auxilia na manutenção de um setor que seria inviabilizado, caso a resolução da ANEEL entrasse em vigor, pois aumentaria o tempo de retorno do investimento em geração solar distribuída em mais de 20 anos. É importante ressaltar que o setor gera benefícios econômicos de R$ 1,5 bilhão ao ano, além da previsão da criação de 600 mil novos empregos até 2035. Em meio a chuvas muito abaixo da média, os reservatórios das hidroelétricas da região Sudeste, que abastecem grande parte dos brasileiros, estão com o menor nível desde 2014. Caso as precipitações não aumentem, o governo terá que acionar as termoelétricas que, além de poluentes, podem causar um aumento significativo nas contas de luz. Por isso, o incentivo a fontes renováveis se faz ainda mais necessário e urgente, tanto do ponto de vista econômico, quanto ambiental. A geração distribuída representa hoje apenas 1% da produção de energia no País. Atualmente, o Brasil possui 127 mil sistemas de microgeração distribuída fotovoltaica, equivalentes a 0,2% dos 84,1 milhões de consumidores cativos de energia. Uma realidade ainda muito insipiente, que tem alto potencial de crescimento para os próximos anos, pois o Brasil é o terceiro país em radiação solar no mundo. A SOS GD seguirá trabalhando com o propósito de que a ANEEL também perceba o prejuízo ao meio ambiente e à sociedade que a resolução 482 pode causar. Se o presidente da República e os chefes máximos do parlamento já perceberam a importância do incentivo à geração distribuída, não há mais como negar os inúmeros benefícios do setor para o Brasil. A agência reguladora deve ser solidária aos apelos dos nossos representantes máximos e seguir na mesma direção que vão todos os países desenvolvidos do mundo: o de incentivar a produção de energia limpa e renovável.


Biomassa

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Solução para produzir óleo combustível Nova tecnologia desenvolvida pela Biogeoenergy e a Bioware, também produz carvão ecológico de alta performance e glifosato natural a partir de eucalipto FOTOS: DIVULGAÇÃO

toneladas de eucalipto por hora, produzindo biomassa padronizada líquida (BPL), um óleo combustível ecológico, equivalente ao diesel. “Temos 50 equipamentos em produção e capacidade para produzir até 120 unidades do Reator este ano”, explica o CEO da Biogeoenergy, Paulo de Tarso.

Geração de energia

A Biogeoenergy e Bioware apresentam 50 equipamentos em produção e capacidade para produzir até 120 unidades do Reator este ano

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árias entidades e empresas no Brasil,estão em constante trabalho de pesquisa e desenvolvimento de novos processos na área de energias renováveis. Pelas informações preliminares havia grande expectativa para a novidade que a Biogeoenergy e a Bioware, subsidiárias do Grupo Geoterra, apresentariam no início de janeiro em Araraquara (SP): o Reator de Conversão Térmica, equipamento desenvolvido no Brasil para produção de óleo combustível ecológico e carvão vegetal de alta performance, a partir do eucalipto. O objetivo é oferecer uma alternativa de energia limpa para usinas térmicas a carvão e óleo diesel, que precisam ser desativadas a partir de 2023, e, também, para autogeração atrás do padrão em indústrias, reduzindo os custos de energia. O projeto exigiu investimento e muita dedicação, pois ao todo, foram seis anos para desenvolver a nova tecnologia, em parceria com instituições como Embrapa, IPT (Instituto de Pesquisa Tecnológica) e Unicamp, entre outras. O RCT processa de 2 a 6

Uma informação importante revelada é que, além do BPL, o eucalipto processado gera carvão vegetal ecológico, com maior poder calorífico e menor teor poluente, que pode ser usado também como fertilizante. Outro subproduto é a água ácida, um glifosato natural que pode ser empregado como defensivo agrícola de baixo impacto ambiental. De acordo com Paulo de Tarso, o equipamento pode ser aplicado à geração de energia a partir do óleo de biomassa e do lixo urbano, e pode usar ainda resíduos de pneus e plásticos para produção de óleo diesel sintético. O modelo de negócios da Biogeoenergy não prevê a venda dos equipamentos, mas uma parceria com empresas interessadas, com base em custo evitado com os passivos ambientais, e na comercialização de subprodutos gerados no processamento dos resíduos sólidos urbanos e industriais. A empresa aponta um grande potencial comercial na tecnologia. “Só em São Paulo são 31 milhões de hectares de pastos degradados que poderiam ser usados em consórcio com o eucalipto para a produção de combustível ecológico”, diz Paulo de Tarso. O lançamento foi realizado no Parque Industrial da Biogeoenergy, em Araraquara, com a presença de várias autoridades, especialistas do setor e investidores.


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