Plástico Sul 2013

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Fale conosco e saiba mais sobre o Prêmio Plástico Sul 2020

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Expediente

Editorial

Edição # 213

Um veículo de tradição

Conceitual Brasil - Jornalismo Total www.revistaplasticosul.com.br Fone: 51 3119.7148 editora@conceitualpress.com.br Direção: Sílvia Viale Silva Edição: Melina Gonçalves DRT/RS nº 12.844 Departamento Comercial: Débora Moreira Design Gráfico & Criação Publicitária: José Francisco Alves (51 99941.5777) Capa: Freepik Plástico Sul é uma publicação da Conceitual Brasil - Jornalismo Total, destinada às indústrias produtoras de material plástico de 3ª, 2ª e 1ª geração petroquímica nos Estados da Região Sul e no Brasil, formadores de opinião, órgãos públicos pertinentes à área, entidades representativas, eventos, seminários, congressos, fóruns, exposições e imprensa em geral. Opiniões expressas em artigos assinados não correspondem necessariamente àquelas adotadas pela revista Plástico Sul. É permitida a reprodução de matérias publicadas desde que citada a fonte. Tiragem: 8.000 exemplares.

Filiada à

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edição que chega até você é muito especial. Trata-se da comemoração dos 20 anos da revista Plástico Sul. É muito gratificante chegar até aqui. Empreender no Brasil é um desafio constante. Empreender na área de comunicação no sul do Brasil é um super desafio constante. Mas chegamos em 2020 e a realidade é muito diferente do que quando iniciamos lá no ano 2000. Desde as ferramentas de comunicação, o perfil do leitor, até as características da própria indústria em que atuamos mudaram. Os assuntos pertinentes de hoje não são os mesmos do que os da época. Acompanhamos o ritmo do mercado para retratar com precisão o cenário atual. Participamos de muitos eventos nacionais e internacionais, produzimos cadernos especiais para feiras e editamos o tradicional anuário da cadeia produtiva. Do impresso saltamos para o digital e construímos uma ponte entre estas duas plataformas. Tem conteúdo disponível para todos os perfis de público: o que importa é agregar valor através da informação de qualidade. Publicamos a revista no formato online, notícias diárias em nossos canais digitais, vídeos com entrevistas em eventos do setor e recentemente iniciamos no mundo das Lives. O que mais está por vir? Tudo que for para propagar conteúdo para a indústria, todas as possibilidades que criamelo entre os agentes da cadeia produtiva. Porém completamos 20 anos de estrada dentro de uma crise sanitária sem precedentes que gerou uma crise econômica na qual ainda não sabemos qual será o tamanho do tombo. Em abril de 2020, no momento mais difícil do mundo desde a II Guerra Mundial, comemoramos duas décadas. Qual o significado disso? Primeiro que teremos que nos reinventar, como a grande maioria, segundo que estamos junto com o setor na busca por soluções, e terceiro que temos força de vontade para ajudar a indústria na sua reconstrução. Uma publicação que há 20 anos está ao lado do leitor tem credibilidade o suficiente para permanecer ao seu lado por mais 20. Não somos um veículo de ocasião. Somos um veículo de tradição. Boa leitura!

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l a i c e p s E o Sul

20 Anos

Plástic

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revista Plástico Sul completa em 2020 duas décadas de publicação mensal. Neste período muitos foram os desafios e oportunidades que movimentaram a cadeia produtiva, fazendo o que ela não parasse no tempo. Diversos temas foram destacados em nossas edições. Sempre prezamos por levar ao leitor conteúdo de qualidade, informações verdadeiras e diálogo transparente entre os diversos agentes que compõem o setor plástico. Desta forma realizamos coberturas de eventos nacionais e internacionais, entrevistamos empresários e executivos, publicamos artigos com opiniões de credibilidade, produzimos reportagens com todos os lados, ouvindo todas as versões. A unanimidade quando se fala em aniversários de empresas (10, 20, 30 anos ou mais) é no quesito persistência. No Brasil principalmente, é com muita força de vontade que se mantém de portas abertas por um longo período de tempo. O empreendedor tem muitos obstáculos a ultrapassar como carga tributária, burocracia, juros altos. Na área de comunicação então, o desafio de perdurar no mercado pode ser ainda maior. Principalmente em duas décadas onde a forma de comunicar passou por tantas transforma-

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ções. Do impresso mensal, lá em 2000, para as divulgações eletrônicas, ainda em processo de amadurecimento em meados de 2010, culminando atualmente em 2020 com Lives, webinar, conteúdo exclusivamente digital, redes sociais. Profundas mudanças que nos levaram a ter que estudar muito para saber como capitalizar, como sobreviver. Outro desafio surgiu: auxiliar o leitor na diferenciação de conteúdo com credibilidade e informações vazias realizadas por amadores que veem em determinados mercados oportunidades passageiras de gerar notícias, capitalizar e desaparecer. Em tempos de redes sociais muito conteúdo chega até nós. É preciso separar o joio do trigo. Uma publicação que possui uma bagagem de 20 anos de mercado certamente tem um grande diferencial. Mas esta foi apenas uma contextualização dos desafios editoriais que vivemos nas últimas duas décadas. Cá estamos mais uma vez preocupados em propagar com a qualidade do nosso conteúdo. Por isso convidamos um time de peso do setor para participar desta edição especial através de olhares diferentes da indústria, seja através de artigos ou opiniões. Todos os lados de uma mesma indústria. Mas antes, permitam-nos mostrar a nossa visão deste período complexo para a cadeia

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produtiva. De um lado tivemos mudanças drásticas quanto a formatação da petroquímica brasileira e talvez esse tenha sido o principal ponto desta linha do tempo: a consolidação, como muito se dizia na época, da indústria petroquímica brasileira. As diversas aquisições e fusões culminaram em uma única empresa, a Braskem, e trouxeram para o mesmo jogo de enxugamento de empresas, os distribuidores de resinas. Quem viveu esse período certamente afirmará que ele foi um dos divisores de água do setor plástico nacional. No embalo desta trilha sonora a globalização nos oportunizou conhecer de perto as oportunidades da indústria 4.0 no setor de máquinas, embora os desafios para implantação até hoje pulsem no chão de fábrica das empresas. Mas inegavelmente evoluímos muito no que diz respeito a processos e automação industrial. Temos acesso, precisamos agora desentravar os obstáculos. Porém certamente a principal palavra destas duas décadas é SUSTENTABILIDADE. Essa foi a principal transformação, em nossa opinião. No ano 2000 já se falava no assunto, mas ainda de forma muito dispersa. De lá para cá, tanto a sociedade trouxe o tema para o debate quanto as indústrias entenderam que era necessário atentar para os três pilares que envolvem o tema. Debates foram formados tanto dentro do setor quanto fora, junto ao consumidor final. O plástico apanhou muito. Sofreu derrotas. Mas não saiu do ringue. Continuou a luta e amadureceu muito com cada batalha. As empresas entenderam que a o aspecto visual e a funcionalidade de um produto são importantes, porém precisam estar alinhadas com outros conceitos. É preciso agora se preocupar com o processo de produção (quanto mais limpa melhor), com o objetivo real do material em sua vida útil e com o descarte correto do produto. Os agentes do setor viram na economia circular um importante nicho e o lixo como um produto que deve ser reaproveitado e mais uma vez consumido pela sociedade. Na verdade, descobriu-se que o lixo não existe. E assim caminhamos em 2020 com outros conceitos que não eram pensados lá no ano 2000. Evoluímos gradualmente em diversos sentidos. Os desafios político-econômicos persistem porém temos grau de amadurecimento de diálogo maior entre indústria, poder público e sociedade. Visão otimista? Poder ser. O nosso copo está sempre meio cheio.

Nordeste gaúcho: retrospectiva, avanços e desafios

Importante parceiro da Plástico Sul neste período, o Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho (Simplás-RS), também acredita na evolução da entidade no período 2000/2020. “Evoluímos muito nos últimos 20 anos, de um sindi-

cato residencial, passou a ser reconhecido como uma das maiores e melhores entidades representativas do setor plástico do Brasil”, destaca o 2º vice-presidente Orlando Marin.Nos anos 2000 , explica Marin, o foco da entidade era apresentar ao associado o mundo da tecnologia. Para isso a participação em missões parafeiras como a “K”, na Alemanha, a Plast-Milão, na Itália e a NPE, nos Estados Unidos, sempre foi muito estimulada. “Mas era difícil pois tínhamos que praticamente ‘conduzir o empresário pela mão’, tamanha era a dificuldade de apresentar um nova realidade de inovação, tecnologia e desafios aos nossos associados”, diz.Hoje, revela o dirigente, eles vão por conta própria, trazem e utilizam tecnologia de nível global para competir apesar de todas as dificuldades que os empresários enfrentam em nosso país. “Os princípios da entidade continuam os mesmos: representar o associado, dar a ele conhecimento, mostrar caminhos, ajuda-lo a crescer e a vencer”. Na linha do tempo destes 20 anos, Marin também destaca o avanço no que diz respeito a automação, mas faz ressalva importante. “Infelizmente o Brasil não pôde acompanhar a frenética evolução da indústria de máquinas e equipamentos que a globalização impôs nas últimas duas décadas. Tendo como consequência o desmantelamento de nossa indústria de máquinas para o processamento do plástico, bem como o de maquinas para fabricação de seus meios de produção, moldes e ferramentas”, lamenta. Apesar deste ponto negativo, revela o vice-presidente do Simplás, o setor de transformação de plásticos não parou e rapidamente passou a buscar e utilizar as alternativas globais que passaram a ser oferecidas com tecnologias inovadoras e preços competitivos. Eugênio Misturini, 1º vice-presidente do Simplás, explica que o nordeste gaúcho cresceu muito deste o ano 2000, dobrando o número de empresas do setor plástico nas duas últimas décadas. Hoje são mais de 500 empresas em um raio de 50 quilômetros, tornando-se a segunda maior concentração de indústrias no Brasil. Na área de ferramentarias a região também é destaque sendo atualmente a terceira mais importante do país, com foco de desenvolvimento de meios de produção para o segmento da indústria de transformação de plástico. Na região de abrangência do Simplássão produzidos ferramentais para a indústria automobilística, eletrodomésticos, agronegócio e embalagens entre outros que acabam sendo utilizados em todos os segmentos produtivos de nosso país e do mundo. “Temos uma ampla estrutura acadêmica na região”, diz Misturini. Como exemplo o dirigente destaca a Universidade de Caxias do Sul (UCS) que dispõe de laboratórios dos mais variados segmentos na área de polímeros, em especial por ser a primeira a instalar e operar a maior fábrica de Grafeno da

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Especial América do Sul.Misturini também cita a importância da formação de mão de obra como um item recorrente na entidade. “A integração e apoio as entidades de ensino do SENAI, Instituto Federal do Rio Grande do Sul e outras entidades são fundamentais para o desenvolvimento de nossa área de atuação”.

Petroquímica

As transformações ocorridas nesses últimos 20 anos foram muitos impactantes para o mercado. “As unificações ocorridas nos ativos petroquímicos iniciados por volta de 2005, que tinha como promessa a maior competitividade na produção de resinas e por consequência um ganho estendido a toda cadeia do setor plástico, não se concretizaram”, destaca Orlando Marin. Ele explica que a expressiva redução do número de distribuidores e a introdução de sobretaxas “Antidumping” nas principais comodities utilizadas no Brasil, provocou uma expressiva redução de competitividade do setor. “Hoje, como consequência disso tudo, temos um custo de nossos produtos até 30% superior aos concorrentes externos que tem livre acesso a fontes de matérias primas no mercado internacional” revela. Marin, no que diz respeito a este assunto é direto e incisivo: “É mandatário que nossas entidades representativas do setor, do empresariado, em conjunto com o governo federal revisem a situação, recolocando a ordem lógica no setor. Revisar benefícios e ‘privilégios’ que desvirtuam a cadeia produtiva e as leis de mercado”.

Sustentabilidade

A preocupação com o meio ambiente e com o descarte correto de resíduos pós-consumo sem dúvida foram importantes evoluções do setor nestas últimas duas décadas. No Simplás não seria diferente. Através do surgimento do projeto Plástico do Bem, um novo paradigma foi estabelecido: o de trabalhar a Educação Ambiental e a Inclusão Social.O grande diferencial do projeto, segundo a Executiva da entidade, Daniela Camargo,é o fato dele apontar para o futuro. “Não se trata apenas de uma campanha de arrecadação. É mais do que isso. É uma mudança de comportamento e uma promoção de novos hábitos que serão adotados e cobrados de toda sociedade por estas crianças e jovens que estão hoje tendo contato com o produto e recebendo conhecimento”, detalha Daniela. Em aproximadamente 18 meses de operação do projeto Plástico do Bem, quase 50 toneladas de resíduos plásticos já foram recolhidas em 92 escolas municipais de ensino fundamental de Caxias do Sul, Farroupilha e Flores da Cunha. A cada coleta, a empresa Recicladora avalia e pesa o material, remunerando a escola de acordo com o volume e a qualidade do produto. “Destas quase 50 toneladas de 8 > Plástico Sul >>>

plásticos encaminhados para a reciclagem por 3,6 mil professores e 35,3 mil estudantes sem treinamento profissional, apenas com a capacitação ministrada pelo Simplás, com o apoio didático do instituto sócio-ambientalPlastivida e do Instituto Brasileiro do PVC, nem um único grama foi entregue contaminado”, explica a executiva. Ou seja, 100% do resíduo chegou à reciclagem em perfeitas condições de aproveitamento. Como consequência, a escola é mais bem remunerada, pois o reciclador recebe material de melhor qualidade, e há redução de impacto ambiental, com a destinação correta do resíduo. Paralelamente, o processo de Educação Ambiental sai da escola, vai para as famílias dos estudantes, onde se multiplica, e volta para a sociedade na forma de Consciência Ambiental. “É um trabalho de fôlego contínuo, que exige investimento e constância para ter abrangência e efetividade, mas que é possível com os recursos existentes e apresenta resultados tanto imediatos quanto futuros para toda a sociedade. As crianças, com sua disciplina e engajamento, inclusive cobrando postura de familiares, amigos e vizinhos, provam que a mudança de comportamento começa em casa. Estamos ensinando as futuras gerações que quem polui não é o Plástico, e sim as pessoas”, avalia Daniela.

E o futuro?

“Apesar de todas as dificuldades que passamos nesses últimos 20 anos nunca deixamos de acreditar no nosso negócio e no nosso país”, destaca o presidente do Simplás, Gelson Oliveira. Para o dirigente, o que nos espera pela frente é muito desafiador porémpromissor já que o mundo vai depender ainda mais do plástico.A necessidade constante de inovação, redução de custos industriais, eficiência energética dos processos e dos produtos dá ao setor uma enorme possibilidade de contribuição ao desenvolvimento humano. “A atual crise humanitária que sofremos nos permite rever os conceitos equivocados sobre o material, produtos e indústria do plástico na sociedade. Ainda participamos do desenvolvimento, produção e aplicação de um dos materiais mais sustentáveis já utilizados pelas pessoas”, diz Oliveira. Segundo o presidente do Simplás,o que nos aguarda é uma constate busca pela excelência do bem estar de todos e do meio ambiente que nos demonstra cada dia que não haverá “humanidade” sem uma visão integrada e responsável do que criamos e fazemos. “Esta crise prova o quão valoroso é nosso trabalho e o quanto teremos que ser responsáveis para continuar contribuindo para a nossa sociedade”, finaliza.

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Artigo

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Por Gerson Haas*

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omemorar 20 anos em um período histórico como esse em que enfrentamos uma das maiores pandemias mundiais com a COVID-19 nos faz refletir sobre trajetórias que nos trouxeram até aqui e, muito mais, nos faz repensar seriamente sobre o futuro. Atuo na indústria do plástico há 25 anos. Acompanhei de perto muitas transformações do setor. Percebi o quanto a criação do Polo Petroquímico de Triunfo – o terceiro do País - trouxe avanços para o nosso Estado. E já são quase 40 anos dessa história. Nosso setor cresceu – hoje empregamos mais de 380 mil funcionários diretos no Brasil -; protagonizou avanços importantes para nossas empresas; trouxe inovações para o modo de vida das pessoas; e, acima de tudo, luta diariamente pela sua valorização. Há duas décadas nossas indústrias já buscavam o protagonismo no mercado. Trabalhavam para mostrar à sociedade a presença daquele material – ainda jovem – no dia a dia das pessoas, das empresas, do mundo. O plástico, desde sua origem, acompanha a evolução do mundo. Certamente, aviões comerciais de grande porte não decolariam sem a presença desse material nobre em sua estrutura. Mais certo ainda é que muito mais pessoas já teriam perdido a vida nessa pandemia se não fosse o plástico colaborando com os protocolos de higiene, com a embalagem de alimentos, com as seringas e EPIs descartáveis nos hospitais. Temos que lembrar também que por detrás dessa história temos uma grande indústria que nunca mediu esforços na busca do melhor custo-benefício da matéria-prima, que sempre correu atrás do conhecimento, participando de feiras e eventos setoriais e auxiliando na fundação de escolas, cursos técnicos e de graduação na área do plástico. Propôs a diferentes governos a criação de programas setoriais pelo desenvolvimento do setor da transformação, lutou e luta pela diminuição da carga tributária, mostrando sempre o quanto uma indústria forte dá retorno a uma sociedade e faz a economia girar. Com todos esses avanços, ainda é um setor que busca a sua valorização. A sociedade resiste em perceber o plástico como um material nobre. Parece que não enxerga o quanto ele traz facilidades ao dia a dia, contribui com o aprendizado das crianças e, ainda mais, o quanto protege e salva vidas. Há poucas

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Por um futuro de valorização e de boas histórias

semanas nossos governantes estavam impondo a proibição do uso de descartáveis plásticos em bares, restaurantes, sem imaginar que dias depois esses utensílios se tornariam fortes aliados na prevenção da COVID-19. Mas a indústria acompanhava de perto e já alertava: esses itens são uma questão de saúde pública, nas ruas, nas casas, nos hospitais. As sacolas, se descartadas corretamente e com consciência, são material nobre. A sociedade precisa delas, assim como do copinho e do canudo. Talvez o mundo precisou ter um vírus batendo na porta de cada um, sem escolher língua, cultura ou classe social, para entender o plástico como solução. Para perceber que se cada um fizer a sua parte ou pelo menos o melhor a partir de si mesmo certamente teremos uma sociedade mais evoluída, agora e depois. Mas, ainda assim é preciso colocar a mão na consciência e talvez entender isso como um dos maiores ensinamentos da atualidade. O plástico protege pessoas, animais, a agricultura, embala alimentos e transporta, com mais higiene e menos recursos. Portanto, é vital para a economia e para a rotina das pessoas e precisa ser assim valorizado, ontem, hoje e sempre. E um dos caminhos para isso, certamente, é o acesso à informação. Parabéns Revista Plástico Sul pelos seus 20 anos. Que a consciência de cada um nos deixe escrever juntos ainda muitas boas histórias do nosso setor. *Presidente do Sinplast (Sindicato das Indústrias de Material Plástico no Estado do RS)


Avanços e desafios da indústria do plástico em Santa Catarina nos últimos 20 anos Por Albano Schmidt*

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anta Catarina tem uma forte indústria do setor plástico de mais de meio século. Mas esses últimos 20 anos exigiram grandes transformações das empresas localizadas nos diversos polos do estado, o sul com descartáveis, o norte com produtos para construção civil e peças técnicas e o oeste com embalagens. Na primeira década dos anos 2000, o mercado interno passou a ser inundado por produtos importados, efeito da evolução tecnológica acelerada em países mais desenvolvidos. O preço mais alto da matéria-prima local combinado com uma estrutura tributária que em nada beneficiava a indústria nacional trouxe dificuldades para o transformador brasileiro concorrer em pé de igualdade, exigindo grandes mudanças. A automação de processos dava seus passos no chão das fábricas, assim como a adoção dos sistemas de gestão da qualidade. O que se tornou mandatório, pois o acesso ao mercado só estava aberto a quem tivesse a certificação ISO 9000. Foi em meio a esse cenário que a Revista Plástico Sul surgiu há 20 anos para dar visibilidade a essa indústria para a região que é a segunda maior do país, respondendo por mais de 30% da produção brasileira. Apenas Santa Catarina corresponde a 16% do volume de transformação de plástico do país. Foi no ano 2000 também a realização da 1ª edição da Interplast – Feira e Congresso de Tecnologia do Plástico -, que a cada dois anos reúne em Joinville toda a cadeia de produção de artigos plásticos, da matéria-prima ao produto pronto, passando pelo design, prototipagem, construção de moldes, máquinas de injeção, extrusão, sopro, corte e solda, impressão, termoformagem, reciclagem, periféricos, embalagens entre outros. Na última década, o movimento na indústria do plástico foi direcionado à inovação e à sustentabilidade. No Brasil, surgiu a PNRS – Política Nacional de Resíduos Sólidos - e, no mundo, vem aumentando a pressão para que as empresas em toda a cadeia de produção e consumo realizem a logística reversa e a economia circular. De novo, a Plástico Sul vem dando grande destaque em reportagens, entrevistas e artigos de opinião para o assunto. Um exemplo foi a cobertura da revista sobre a Ilha da Reciclagem realizada na Interplast. A iniciativa busca estimular o desenvolvimento de novos projetos, investimentos e o engajamento com o tema reciclagem que beneficia tanto os consumidores quanto o meio ambiente.

Ainda que a pressão sobre as empresas do setor para a questão da sustentabilidade seja cada vez maior, é quase impossível encontrar áreas onde o plástico não esteja inserido. A grande versatilidade de processamento e aplicações dos materiais plásticos permitiu sua entrada em diversos mercados, dos mais primários e cotidianos até aqueles de alta tecnologia. E a sustentabilidade vem caminhando junto com a inovação. Os plásticos engenheirados já têm lugar garantido na economia circular como oportunidade de negócio em embalagens para alimentos e cosméticos, assim como a agregação de nanotecnologia, para garantir um ambiente asséptico. Também há grandes avanços na agregação de tecnologias de Internet das Coisas para embalagens inteligentes permitindo a sua rastreabilidade. Inclusive neste momento, em que vivemos a pandemia por Covid-19, o plástico vem sendo um grande aliado no combate ao vírus, nos produtos descartáveis para proteção, limpeza e nas embalagens para vacinas, medicamentos, água potável e alimentação. A indústria do setor da Região Sul vem demonstrando nestes vinte anos uma adaptabilidade e flexibilidade condizentes com essas características inerentes aos materiais plásticos. E a Plástico Sul acompanhou de perto esses movimentos tecnológicos, sociais e econômicos apresentando as novidades e avanços do setor. Parabéns e vida longa! *Presidente do Simpesc (Sindicado das Indústrias do Material Plástico de Santa Catarina) e presidente da Termotécnica

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20 anos de caminhada

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Por Miguel Bahiense*

com muita honra que participamos da edição de 20 anos da Plástico Sul e, ao mesmo tempo, com muita intimidade, pela proximidade de nossas trajetórias de dialogo com a sociedade. Já desde os anos 2000, a Plastividamarcava espaço na publicação para retratar seu trabalho de promoção às qualidades e aos benefícios dos plásticos na vida das pessoas, assim como das boas práticas de consumo e de descarte que garantem o retorno desses produtos à economia, por meio da reutilização e da reciclagem – hoje processo reconhecido como Economia Circular. Em todos esses anos, a entidade sempre buscou o apoio das informações científicas disponíveis no mundo, assim como estudos e pesquisas, para embasar o seu discurso e as suas ações. De lá para cá, é possível dizer atuamos em cinco pilares. O primeiro, e transversal a todos, é o da Educação Ambiental, a principal ferramenta para a transformação da relação da sociedade com os plásticos. Em 20 anos, incontáveis cursos, oficinas, palestras, eventos e publicações foram desenvolvidos visando levar a informação às pessoas.Envolvemos crianças, seus familiares e seus professores, tornando-os multiplicadores das informações os plásticos em ações como o Projeto Educação Ambiental e Reciclagem dos Plásticos nos CEUs - Centros de Educação Unificada (SP), e o Plástico do Bem (RS), ambos de grande impacto social. Também atuamos em grandes campanhas de mobilização em prol da sustentabilidade, como o Programa de Consumo Responsável de Sacolas Plásticas e a Escola de Consumo Responsável, que promoveram a redução de mais de 30% no desperdício desses produtos no país, sempre com base na informação técnica. O segundo pilar, que caminha paralelamente com a Educação Ambiental, é o da gestão dos resíduos. Nesse sentido, a Plastivida sempre observou os índices de reciclagem de plásticos no Brasil para que pudesse alertar sobre a importância da coleta seletiva e reciclagem. Promovemos diversos projetos de coletacomo, por exemplo, o de cartões de plástico Papa Cartão® e o de tampas plásticas, Tampinha Legal®, para estimular esse tipo de prática. Também atuamos, juntamente a outras entidades, na implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), por meio do Acordo Setorial de Embalagens. O terceiro pilar é a atenção às relações governamentais e institucionais. Acompanhamos os Projetos de Lei sobre os plásticos em 18 casas legislativas, com o objetivo de levar o conhecimento técnico científico para as discussões que precedem a criação de leis no Brasil. Também integramos a Frente Parlamentar da Química, de forma a levar as informações sobre ospara fóruns específi-

cos.Sem contar a nossas estreita relação com as entidades e sindicatos dos plásticos em todo o país, em diversas ações de promoção desses produtos. Um dos temas que muitas vezes, nesses 20 anos, surpreendeu legisladores e a sociedade em geral foi e ainda é o EPS, Poliestireno Expandido mais conhecido pela marca comercial Isopor®, por sua importância em diversos setores e por sua reciclabilidade. Em 2015, criamos o Comitê de EPS Plastivida, que promove as informações sobre o produto à sociedade, além de desenvolver ações efetivas de coleta e reciclagem. Nesses 20 anos, outros temas foram ganhando destaque na pauta sustentável e um deles – nosso quinto pilar de atuação - é o lixo nos mares. Em 2011 foi criado o Compromisso de Honolulu, para discutir a questão de resíduos nos mares em nível global.Como consequência desse documento, no mesmo ano, foi assinada a Declaração Global Conjunta da Indústria dos Plásticos, da qual a Plastivida é signatária. E, para que ações concretas pudessem ser realizadas no Brasil, em 2012, a Plastivida assinou um convênio com o Instituto Oceanográfico da USP (IOUSP). De lá para cá, a maturidade dos estudos promovidos pelo convênio e suas relações mundiais tornaram possível a tomada de uma série de decisões e ações que visam mitigar a questão do lixo nos mares, lideradas por meio do Fórum Por Um Mar limpo. Ligada ao tema do lixo nos mares, a crítica aos chamados plásticos de uso único cresceu nos últimos anos e vem tomando grande parte da agenda da Plastivida. Hoje, em maio de 2020, nos deparamos com uma crise mundial de saneamento, que é a pandemia de covid-19 e por incrível que possa parecer, é nesse cenário trágico que se faz evidente a importância dos plásticos na questão sanitária, na garantia da higiene e na preservação da saúde das pessoas. Hoje, mais do que nunca, reforçamos a importância da informação técnica acima dos “achismos” ou “modismos”, para que possamos nos tornar efetivamente sustentáveis. São 20 anos de diálogo com a sociedade e a Plástico Sul tem nos dado um importante suporte nessa tarefa. Esperamos que nos próximos 20 anos, pelo menos, estejamos juntos nesse caminho. Nossos parabéns à Plástico Sul. *Graduado em Engª Química (UFRJ), pós-graduado em Comunicação Empresarial (FAAP/SP) e é presidente da Plastivida – Instituto Socioambiental dos Plásticos


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PlastVipLaercio Gonçalves

A Era da distribuição disruptiva

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Brasil sempre foi um país onde empreender é para os fortes. Desafios como alta carga tributária, juros abusivos, entraves trabalhistas e burocracia elevada dificultam a competitividade e conferem aos empresários que insistem nessa batalha muita dor de cabeça. Desta forma, quando uma companhia completa 30 anos de atividades no mesmo setor, muito se tem a comemorar. Esse é o caso da Activas, empresa de distribuição de resinas que completa três décadas no mercado e permanece investindo em ferramentas que a tornem mais competitiva, moderna e que agreguem valor ao cliente. Nesta entrevista exclusiva à revista Plástico Sul, Laercio Gonçalves, CEO da Activas, aborda importantes assuntos. O empresário fala sobre os avanços da Companhia no que chama de Distribuição Disrupti-

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va, salienta as estratégias para manter-se conectado nessa nova fase da tecnologia, lembra que o futuro está chegando a passos largos e sinaliza: “a sustentabilidade é uma demanda real e urgente para toda a sociedade e de todos os materiais”. Realmente estar a frente de seu tempo parece ser o principal segredo de empresas sólidas para prosperar no Brasil. Revista Plástico Sul - A empresa está completando 30 anos em 2020. Qual o seu resumo três décadas de Activas? Laercio Gonçalves - Estudar, fazer uma faculdade e seguir carreira é o que toda sociedade espera. Nem sempre as coisas acontecem desta forma. Sempre gostei de automóveis e com formação em engenharia mecânica, passei por transformadores de plásticos até chegar na Proquigel, onde começou a minha história com as matérias—primas, em especial o acrílico, em um mundo muito diferente em que a demanda era maior que a oferta. Assim fundamos a Activas. Iniciamos uma distribuidora de resinas termoplásticas onde vimos oportunidades e na verdade onde “me encontrei”. Nas décadas 80/90 era um segmento novo, mas já tínhamos um outro olhar, pensando na ética, responsabilidade, moderna, com treinamento e dinâmica como uma engrenagem. Localizada no ABC paulista, crescemos paulatinamente e com mudanças para ampliarmos estoques e logística com objetivos de atender com eficácia nossos clientes. São muitas histórias que registramos em um livro denominado “A trajetória de 30 anos de uma empresa desbravando a distribuição de resinas plásticas“.Inicialmente distribuímos plásticos de engenharia e depois as commodities. Na história forma 19 bandeiras nacionais e globais distribuídas e centenas de milhares de toneladas entregues. RPS - Qual a participação do sul nessa história da Companhia? Gonçalves - O Sul, segundo maior mercado do Brasil, sempre foi estratégico na Activas. No ano de 2003 abrimos em Caxias do Sul (RS) a primeira de nossas filiais. Em 2004 foi a vez de Joinville (SC)e depois veio a filial do Paraná em 2011: inicialmente em Londrina (PR) e recentemente outra em Curitiba (PR). No sul são quatro unidades no total. Sempre estivemos nas feiras e eventos e mais do que isso: criamos raízes, gerando empregos, impostos, apoios e participações nas entidades e se relacionando com os clientes e os stockholders do sul. Regularmente estou presente na região e perto dos clientes e amigos nesses 17 anos no Sul, incluindo a Revista Plástico Sul, que comemora seus 20 anos. Parabéns. RPS - Recentemente a Activas divulgou sua nova


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Activas: frota Mercedes Benz é composta por 30 veículos padrão EURO 5 com menor emissão de CO2

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PlastVipLaercio Gonçalves

marcabem como o desenvolvimento de novos planos para o futuro. Quais são esses planos? Fale um pouco sobre a nova identidade. Gonçalves - Em meados de 2019 começamos uma revisão estratégica para quando completássemos 30 anos. A implantação começou esse ano e lançamos quando completamos as três décadas. Em resumo: Tecnologia/Inovação, Gestão e Sustentabilidade.São mais de 20 projetos com 20 parceiros globais entre eles: Amazon, FutureBrand, IBM, Microsoft, Mercedes Benz, Sales Force, Startse, EY, etc. A nova marca é porque acreditamos que tudo pode ser melhor e que a cadeia do plástico pode ser integrada, leve, moldável, transparente e resistente. Nossa visão do presente e futuro está em tecnologias e inovações como telefonia e servidores na nuvem,rastreamento de cargas e estoques, APP para os clientes, digitalização de documentos, inteligência artificial, 3D, robôs, drones, logística tecnológica e reversa, enfim o que denominamos como uma DISTRUIÇÃO DISRUPTIVA. RPS - Em sua opinião o que é logística reversa e de que forma a empresa atua nesta frente? Gonçalves - Na Activas, a partir da tecnologia a logística reversa é um novo serviço de otimização de nossas entregas. Se vamos do ponto A ao ponto B podemos voltar transportando materiais pós-consumo e ou outros produtos. Nos roteiros entre os pontos podem ter outros pontos de interseção gerando uma lógica, e que agrega, menores custos, menor emissão de poluentes, complemento da economia circular, sustentabilidade em seus três pilares (ambiental, financeiro e social). Nossa nova frota Mercedes Benz com 30 veículos são padrão EURO 5 com menor emissão de CO2. Os caminhões vão cheios para fazer entregas e não precisam voltar vazios, isso demanda tecnologias, estrutura e experiências logísticas. RPS - O que é o Manifesto de sustentabilidade? Gonçalves - Somos a Activas, uma empresa com 30 anos de atividade, uma das maiores distribuidoras no Brasil na comercialização de resinas termoplásticas. 16 > Plástico Sul >>>

Unimos tradição e solidez à inovação. Acreditamos nesta combinação para evoluir e continuar gerando valor para a sociedade. Temos o olhar voltado para o futuro e assumimos nosso compromisso como agentes de transformação social, de crescimento econômico sustentável e de mitigadores do impacto ambiental das nossas atividades. (...) Nós, da Activas, acreditamos e reafirmamos nosso compromisso de gerir nossas atividades de forma sustentável, trilhando o melhor caminho para a consolidação de nossa Marca e para a longevidade do nosso negócio.Esse manifesto é o nosso compromissode futuro (co-gestão com a Samauma) e tem como objetivo de nos certificar com uma empresa Bcorp, uma empresa sustentável e que agrega valor em toda a cadeia produtiva, um caminho sem volta no mundo todo. (o manifesto na íntegra pode ser lido em www.activas.com.br)

RPS - Há planos de investimento em PCR? Como funcionará, quais objetivos e estratégias? Gonçalves - Está no plano e no projeto uma planta de reciclagem de pós-consumo em que fecharemos o ciclo da economia circular, até a conclusão também podemos produzir com empresas certificadas. O conceito principal está em atender as demandas de atuação responsável de toda a cadeia do plástico, isso no Brasil e no mundo. Não lançamos um manifesto de sustentabilidade como um “case” pontual e sim como mitigador de políticas, estratégias e compromissos. No futuro que já começou, a nossa expectativas são de volumes divididos em resinas primes, biopolímeros e resinas pós consumo de alta qualidade. A sustentabilidade é uma demanda real e urgente para toda a sociedade e de todos os materiais.

RPS - O que mudou com a pandemia? Gonçalves - Mudou tudo ou quase tudo. Sem saber das conseqüências da pandemia da covi-19 descobrimos que estávamos preparados. O comercial e o administrativo passaram a atender em home Office sem nenhum tipo de comprometimento no atendimento. Afastamos os colaboradores do grupo de risco e tomamos todas as medidas de higiene e segurança recomendadas pela OMS com os nossos motoristas e na logística também. Por outro lado, fica um sentimento de união dos nossos colaboradorese orgulho pelo nosso business e pelos stockholderes que atendem as necessidades elementares da sociedade em uma crise dessa magnitude. Fica a reflexão de como seguiremos em frente, minha esperança é de todos sairmos melhores como seres humanos. RPS - Quais os segmentos mais atingidos e os menos atingidos com a crise da Covid-19?


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Gonçalves - Com as demandas da pandemia o plástico está virando de vilão a mocinho na história, embalagens para alimentos (segurança alimentar) higiene e limpeza, médico hospitalar, farmacêutico, descartáveis ( que não são de uso único) mulching na agricultura, centenas de aplicações emque as pessoas e a sociedade estão começando a ter percepções do material plástico. Naturalmente que aos poucos outras indústrias como automobilísticas no curto prazo foram mais afetadas, por exemplo. RPS - Telefonia e nuvem: quais ferramentas de comunicação exploradas durante a pandemia e sua importância no pós Covid 19? Gonçalves - Telefonia e servidores na nuvem são tecnologias que aplicamos na pratica com a chegada da pandemia. Atendemos os clientes em suas mais variadas demandas. O administrativo, financeiro, comercial operando em home Office, não tiveram mudanças na rotina de trabalho. É uma estrutura e um diferencialconsolidado da Activas. Uma experiência inclusive para ser avaliada no futuro. RPS - A Activas está apostando na tecnologia como ferramenta no processo logístico? Quais são as possibilidades dentro deste universo? Gonçalves - A tecnologia como um todo não é uma aposta, é investimento que demanda mudanças comportamentais,de consumo e em todos os setores da Activas e no mercado como um todo. Imagine que as nossas entregas são uma “ uberização” onde você sabe o roteiro, o motorista, o tempo que vai chegar, o produto que está no caminhão, etc. Na logística há movimentações e carregamentos robotizados e mais adiante entregas por drones em volumes fracionados para bureaus de players de impressão 3D. O futuro está chegando em passos largos. RPS - A Activas está participando de ações solidárias? Quais? Gonçalves - Responsabilidade social é premissa de atuação social histórica como Tampinha legal, Casa Ronald Macdonald, Wecicle, Projeto Eco Técnico, A Borboleta sem Asa, HemocentoRP(SP), Hospital do Amor Barretos), APAE DE Monte Sião, Hospital São José (SC), A viva cultura, JudoGulô, (a)mar e 18 > Plástico Sul >>>

pellet zero. No website da Activaspode se saber mais informações. Agora na pandemia a Activas participa com doação de matéria—prima para confecção de 150.000 máscaras de proteção que serão doadas aos sistemas de saúde, em conjunto com as empresas participantes chamadas de #empresasdobem, além da logística, inclusive interestaduais. Outros projetos estão em cursos como logística para AMBEV entre outras parcerias para realização de ações colaborativas solidarias, que anunciaremos no momento apropriado. RPS - Certificação Internacional: o que é e qual a importância? Gonçalves - A certificação Bcorp já é premissa em bolsa de valores nos EUA, não é só o balanço das empresas. Isso pelo aspecto econômico.Já pelo lado comercial, as empresas terão que estar compromissadas como uma serie de itens quecompõe a sustentabilidade. Muito em breve as empresas e seus produtos/serviços serão praticamente obrigados a ter esse valor para atender as demandas e exigências dos consumidores e de um futuro responsável ambientalmente e socialmente. RPS - Quais as perspectivas para volume e faturamento em 2020? Gonçalves - Difícil estimar, estamos todos nos “achismos”. Tudo dependerá da evolução de como será o distanciamento social e das conseqüências globais na economia, além do consumo, dos empregos e por vai. O PE, PP, PS, PET são resinas em que esperamos melhores resultados por suas aplicações e os plásticos de engenharia dependerão da volta de outros setorespara termos uma idéia melhor. Ainda é muito cedo para termos uma perspectiva já que estamos no 1º quadrimestre de 2020. RPS - Preços das matérias-primas: quais as tendências? Por quê? Gonçalves - As tendências naturais seriam de queda nos preços, com a conjuntura do petróleo, mas como está tudo muito volátil (questões como dólar, logística, excedentes no mundo, dificuldades de logísticas aeroportuárias,diminuição de produção de plantas ao redor do mundo e etc), nossa visão é que a princípio não deve cair o preço. Aliás pode até subir, uma pelo dólar, outra pelos acordos na produção da OPEP,alto riscos para importar. Éum verdadeiro jogo de xadrez. Uma coisa é o preço, outra, são os volumes de estoques e a performance das vendas.


Publieditorial

Polo Films celebra seus 40 anos focando em inovação, qualidade e pessoas “Temos pessoas que amam o que fazem e procuram melhorar o tempo todo”

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ma empresa que investe em inovação, geração de valor e crescimento, a Polo Filmscompletou, no último dia 9 de abril, 40 anos. Uma companhia em que as pessoas estão em primeiro lugar,que conta atualmente, com 350 colaboradores diretos e uma centena de prestadores de serviços. Para quem não conhece, o BOPPé um filme plástico altamente resistente, usado como matéria-prima na fabricação de embalagens para produtos como biscoitos, chocolates, sabonetes, massa, picolés, assim como na produção de rótulos de garrafase fitas adesivas, entre outros produtos. O sucesso dosfilmes produzidospela PoloFilms está diretamente ligado aos seus atributos funcionais. Suas propriedades físicas protegem os produtos embalados de ações externas, contribuindo, portanto, para a integridade e qualidade dos mesmos. É assim que a empresa se faz presente na vida das pessoas, mesmo sem que elas saibam.

Uma empresa com foco em seus colaboradores

Na PoloFilms, o compromisso com o desenvolvimento profissional e humano dos colaboradoresnão é uma mera carta de intenções, mas uma política. A Polo Films tem por característica desenvolver times de alta performance, sempre atualizados com as melhores tecnologias e tendências de mercado para atender aos nossos clientes com alto nível de qualidade, marca registrada da companhia. Nossas pessoas são os impulsionadores do resultado do nosso negócio, encorajamos e fazemos o convite a todos para ter um posicionamento diferenciado e inovarem, não só em nossos processos, mas como gestores e pessoas, e com isso crescer. Através do espírito de colaboração, diversidade e foco criamos um ambiente onde todos se sentem bem. E com nossos programas de geração de ideias, desenvolvimento, aproveitamento dos talentos internos, reconhecimento, segurança do trabalho, saúde e celebrações de conquistas, despertamos em nossos colaboradores o sentimento de “orgulho de pertencer”, comenta Valéria Reis, Gerente de Recursos Humanos.

Tudo começou em Varginha

A PoloFilms iniciou suas operações em 1980 na cidade de Varginha (MG).Nessa época, produzia seus filmes de Bopp no sistema de Dupla Bolha. No ano 2000, a Polo Films inaugura sua nova fábrica na cidade de Montenegro (RS), começando uma nova fase com a adoção da tecnologiaTenter-Frame, garantindo a produção de filmes mais modernos e alinhados às novas necessidades do mercado.Em 2005 inaugura uma segunda linha Tenter-Frame eem 2008, amplia seu parque fabril uma vez mais, com a chegada da terceira linha. Com essa nova configuração, em 2009, a Polo Films decide concentrar suas atividades na planta de Montenegro (RS), onde permanece até hoje. Chegando assim aosseus 40 anos com uma trajetória marcada pela expansão e pelo crescimento, mas sem deixar de lado seu compromisso com pessoas, inovação e geração de valor para clientes, parceiros e colaboradores.

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DestaquePolo Plástico de Santa Catarina

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Vocação em reciclagem e o desafio das restrições

Copobrás aposta na diversificação para enfrentar as restrições crescentes ao plástico

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om muito esforço, dedicação e planejamento Santa Catarina conquistou um posto importante no cenário industrial brasileiro quando o assunto é a indústria do plástico, com especial vocação para reciclagem. O estado é um dos principais transformadores do Brasil, contando com cerca de 1.100 empresas, responsáveis por 38.700 empregos, produziram 628 mil toneladas em 2018, segundo os dados da Abiplast -Associação Brasileira da Indústria do Plástico – Abiplast. E no subsegmento da reciclagem os últimos dados registram 293 empresas (12,6% do total do Brasil) com 1617 empregos (16,2% do total nacional), ficando atrás apenas de São Paulo. A edição de abril da Revista Indústria e Competitividade, da FIESC – Federação das Indústrias de Santa Catarina, em reportagem de Fabrício Marques, destaca a importância do setor, mas relata que o vigor econômico e a importância social desta indústria estão ameaçados por uma conjunção de fatores que deverá resultar em redução de consumo. Por exemplo, há mais de 50 projetos trami-

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tando no Congresso Nacional que estabelecem limites à venda de produtos plásticos, que passaram a ser taxados como vilões ambientais por conta do descarte inadequado. No entanto, essa imagem não corresponde aos fatos, pois o problema não é o produto, e sim o descarte inadequado e o descumprimento da legislação de resíduos sólidos pelas prefeituras. Desafio do setor é promover a reciclagem, uma das subdivisões com grande destaque em Santa Catarina, um projeto que pode sofrer interferência diante da pandemia do covid-19, que abalou a economia mundial. As ameaças do coronavírus serão superadas em breve, mas o risco para a indústria do plástico já é palpável por questões legais. Na cidade de São Paulo, um dos mais importantes centros consumidores do País, será proibida, a partir de janeiro de 2021, a oferta de utensílios plásticos descartáveis, como copos, talheres e pratos, em estabelecimentos comerciais, que precisarão ser substituídos por itens biodegradáveis ou reutilizáveis. De acordo com a lei, quem descumprir pagará multa de R$ 1 mil a R$ 8

mil e poderá ter o estabelecimento fechado em caso de reincidência. Como se não bastasse essa ameaça, há outros entraves, como a lentidão no Brasil da chamada economia circular, um conceito que envolve ações para o consumo consciente, o descarte correto e o reaproveitamento de produtos recicláveis como o plástico. O curioso é que o País dispõem há dez anos de uma legislação e uma política sobre gestão sustentável de resíduos sólidos, mas que não vem sendo cumprida como deveria. Some-se a estas dificuldades, outra barreira com efeito cumulativo, esta de ordem econômica, representada pela escassez de incentivos para a produção e a comercialização de plástico reciclado: o produto paga mais imposto e custa mais caro do que a matéria-prima virgem, além de não ter seu valor ambiental devidamente reconhecido pelo mercado consumidor.

Opinião das lideranças classistas

No Sul de Santa Catarina está situado um grande polo de produção de descartáveis e de plástico reciclável. Em municípios como Orleans, São Ludgero, Criciúma e Içara estão estabelecidas mais de 200 empresas de tamanhos diversos, que empregam 8.500 pessoas. Por isso é relevante o comentário de Reginaldo José Cechinel, presidente do Sindicato das Indústrias Plásticas do Sul Catarinense (Sinplasc). “A maior parte do material plástico infelizmente ainda vai parar em aterros após o consumo”, afirma. E acrescenta: “Nosso desafio é conscientizar a sociedade de que o plástico pode ser reaproveitado e fazer com que o material reciclado tenha valor.” Na opinião do experiente empresário Albano Schmidt, presidente do Sindicato da Indústria de Material Plástico de Santa Catarina (Simpesc) e diretor-presidente da Termotécnica, três diferentes tipos de fabricantes coexistem no Estado. Um deles


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é o que produz insumos para a construção civil, com empresas bem posicionadas no mercado brasileiro e internacional. É neste mercado que se destacam empresas como a Tigre, sediada em Joinville, e a Amanco, multinacional com operações industriais na mesma cidade. Outro nicho é o de empresas de produtos técnicos, como mangueiras para injeção eletrônica de automóveis e peças para equipamentos hospitalares, que estão mais pulverizadas e se encontram em situação mais delicada. “A crise da indústria automobilística comprometeu o crescimento dessas empresas”, diz Schmidt.

Mudança de foco

E a reportagem destaca, por fim, a existência de um parque de empresas que fabricam plásticos descartáveis. Neste segmento, a líder no país é a Copobras, com sede em São Ludgero, que vem apostando na diversificação de sua linha para enfrentar as restrições crescentes ao consumo de plástico. O diretor-presidente da companhia Mario Schlickmann, está convicto

Alceu Lorenzon, da Alcaplas: sucesso depende da aplicação das leis de resíduos sólidos

que “o futuro será dos produtos com apelo sustentável”, admite. E por vislumbrar esse futuro diferente o empresário antevê um impacto no mercado da legislação que entrará em vigor no ano

que vem em São Paulo. Por isso, há tempos busca alternativas para preservar o espaço conquistado. Em 2017, a empresa lançou uma linha pioneira de bandejas de isopor que se degradam na natureza, graças a um

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DestaquePolo Plástico de Santa Catarina aditivo feito à base de óleo de palmeira e lubrificantes. Conforme Schlickmann, para substituir os copos plásticos a saída será oferecer produtos de papel. A Copobras, criada em 1970, quando o empresário Aloísio Schlickmann instalou uma fábrica de sandálias plásticas em São Ludgero, desenvolveu uma trajetória incrível e emblemática, representando o avanço da indústria do plástico em Santa Catarina. Quatro anos depois a empresa mudou sua estratégia e trocou a produção de calçados pela de sacolas, tubos e conexões de polietileno. Em 1982 se especializou em embalagens flexíveis e, nos anos 1990, mergulhou nos descartáveis e nos últimos anos se expandiu, abrindo unidades em no Paraná, Minas Gerais, Amazonas, Pernambuco e Paraíba. Mario Schlickmann explica que para crescer, não dava para produzir apenas a partir de Santa Catarina. “Era necessário estar próximo dos centros consumidores de embalagens”, afirma Com essa filosofia, a empresa atualmente fabrica 70 mil toneladas de produtos/mês e sua linha inclui copos, pratos e potes de plástico e de isopor descartáveis, além de embalagens para indústria, como as de ração para cães.

Legislação e tributos

Uma saída para superar a crise de consumo que se avizinha é fazer valer a política nacional de gestão de resíduos sólidos, de 2010. A legislação prevê a responsabilidade compartilhada entre fabricantes, comerciantes e consumidores pelo ciclo de vida dos produtos e incentivos para a separação, a coleta e o reaproveitamento de material reciclável. Assim avalia Alceu Lorenzon, sócio-proprietário da Alcaplas, uma das principais recicladoras de plástico do País com sede em Xanxerê, no Oeste catarinense. O empresário explica: “Esperávamos um grande crescimento da reciclagem de plástico por conta da lei, mas todo mundo cruzou os braços. Raríssimas prefeituras criaram programas de coleta seletiva e os ministérios públicos estaduais também não cobraram a aplicação da lei”, afirma. Segundo Lorenzon, há mercado e potencial para multiplicar a produção, mas faltam matéria-prima e incentivos. “O segmento de reciclagem é menos competitivo porque pagamos tributos na entrada e na saída.” Para o empresário catarinense, uma 22 > Plástico Sul >>>

mudança recente nas regras tributárias referentes ao uso de créditos presumidos de ICMS impõe um desafio adicional. Segundo Lorenzon, Santa Catarina tornou-se um dos estados com maior número de empresas recicladoras porque uma legislação em vigor desde 2010 garantia maior competitividade, proporcionando crédito presumido de ICMS na venda de material reciclado – a empresa pagava 4,25% de ICMS, em vez de 12%. Mas essa vantagem deixou de vigorar em março. “Estamos nos mobilizando para reverter isso”, informa. Outra indústria importante nesse segmento é a Alcaplas, fundada no ano 2000 e que conta com 200 colaboradores diretos e indiretos e fabrica produtos como sacos para lixo e embalagens, lonas e bobinas, comercializadas com indústrias e empresas agrícolas. A empresa tem capacidade instalada para reaproveitar mensalmente 700 toneladas de resinas plásticas e produzir 250 toneladas de embalagens flexíveis de polietileno. A Alcaplas recolhe resíduos plásticos de grandes companhias e certifica a destinação correta e a reciclagem do material. Para cumprir essa tarefa, dispõe de uma estrutura de logística com caminhões próprios para fazer coletas e entregas.

Economia circular

O processo é mais amplo do que aparenta. A estratégia para enfrentar o cerco ao plástico, naturalmente, vai além da busca de produtos alternativos e do incentivo à reciclagem. As lideranças promovem uma intensa mobilização para mostrar que os problemas ambientais causados pelo plástico derivam do descarte inadequado e não pelo seu uso, e que o material não se tornou onipresente por acaso. O plástico é essencial para a vida moderna... em vários setores. Seus possíveis substitutos, como papel, vidro ou metal, causariam outros problemas ambientais ou poderiam inviabilizar a logística da distribuição de alimentos, pela fragilidade ou seu peso. Albano Schmidt, presidente do Simpesc, que participa de uma mobilização, em parceria com empresas do segmento e entidades como a Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), para evidenciar a importância econômica e as alternativas de consumo ambientalmente responsável, defende a conscientização.“Levou


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muito tempo para as empresas entenderem o tsunami que está por vir”, diz. A ideia é mostrar, de um lado, como o uso de embalagens plásticas pode, por exemplo, ampliar a vida útil dos alimentos. E, de outro, que a solução para evitar que o plástico se torne um vilão ambiental é simples e acessível: a reciclagem. “Mas todo mundo tem que fazer a sua parte”, afirma. O dirigente ressalta que para que a mobilização dê certo, duas condições têm de ser cumpridas. Uma é justamente conscientizar empresas e consumidores sobre as possibilidades de reciclagem e criar uma estrutura para coleta e reprocessamento. “Muita gente ainda acha, por exemplo, que não dá para reciclar bandejinhas de isopor que acondicionam alimentos. Mas basta remover o alimento com um lenço de papel que a bandeja pode ser reaproveitada”, explica Albano Schmidt. O fato é que a disseminação dessas bandejas no comércio de alimentos divididos em porções não é ocasional. Elas não absorvem umidade, como as embalagens de papel, e protegem

Hoje, 95% da produção da Santa Luzia provém de isopor reciclado e só 5% é de madeira

os alimentos de forma adequada. Também tem sido complicado explicar detalhes de custo, pois as empresas precisam desfazer a ideia de que o plástico reciclável deve custar mais barato do que a

matéria-prima virgem. Proprietário da Termotécnica, tradicional fabricante de EPS de Joinville, Schmidt conta que desenvolveu um tipo de isopor reciclável. “Os clientes acharam muito interessante, mas logo

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DestaquePolo Plástico de Santa Catarina fiquem visíveis aos clientes. “A lei catarinense é uma das poucas que efetivamente incentivam a reciclagem, e esperamos que possa servir de referência para outras iniciativas”, diz Reginaldo Cechinel, do Sinplasc. “Proibir materiais recicláveis é um contrassenso e uma incoerência.”

Oportunidades e novos mercados

Mário Cézar de Aguiar é presidente da Fiesc

perguntaram: qual é o desconto? Expliquei que o produto custava 20% mais caro e que isso representava o custo para reaproveitar a matéria-prima e oferecer um produto mais sustentável. Como os departamentos de suprimentos pouco conversam com os responsáveis pelas políticas sustentáveis, ninguém se interessou.” Porém, mesmo diante de algumas dificuldades no sistema, o empresário observa sinais de que essa postura começa a mudar. Ele menciona iniciativas de indústrias de cosméticos, como a Natura, que oferecem produtos com embalagens descartáveis e criam esquemas de coleta e reciclagem. “Outros fabricantes começam a entrar nessa pegada de economia circular”, conta Schmidt.

Estímulo e campanha

Como forma de estimular a conscientização, em parceria com a Abiplast e diversas empresas, o Simpesc, lançou um programa piloto para disseminar esse conceito. O projeto Isopor@Amigo foi inaugurado no final de janeiro no Perini Business Park, em Joinville, onde funcionam 240 empresas e um dos campi da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) - cerca de 11 mil pessoas circulam por dia no parque. É um processo básico de educação, cujo objetivo é engajar os frequentadores de lanchonetes e restaurantes a promover a separação, limpeza e descarte dos produtos de poliestireno e levá-los até os 24 > Plástico Sul >>>

pontos de entrega voluntária. A intenção é que as pessoas também tragam descartáveis de casa e a ampliação da campanha para todo tipo de descartável. Os recursos arrecadados com a venda dos materiais coletados serão revertidos em benefício da APAE de Joinville. São os bons exemplos de campanhas desse tipo que se revelam importantes para educar consumidores e comerciantes. A Copobras, por exemplo, promoveu uma ação no Bloko Rosa, tradicional no carnaval de Laguna, para recolher materiais descartáveis e sensibilizar o público sobre as formas de reaproveitá-los. Também é importante demonstrar a importância do plástico para a classe política, a fim de neutralizar iniciativas radicais que tramitam em Brasília, nos estados e em municípios. Algumas iniciativas políticas também colaboram positivamente, como no ano passado, quando a Assembleia Legislativa de SC aprovou a Lei 17.727/2019, que regulamentou o uso de canudos plásticos em estabelecimentos comerciais do Estado. Em vez de banir o uso, o projeto aprovado reforçou a ideia do consumo consciente e do descarte adequado: os canudinhos não devem ser oferecidos espontaneamente, mas disponibilizados apenas quando forem requisitados pelos consumidores. Como cada um precisa fazer a sua parte, a lei estabelece que também é necessário dispor de coletores para descarte adequado e reciclagem do material que

O setor industrial de Santa Catarina já percebeu que o mercado de produtos sustentáveis pode gerar boas oportunidades para empresas já consolidadas. E um bom exemplo é a Indústria Santa Luzia, com sede em Braço do Norte. Fundada em 1942 como uma fábrica de espelhos pelo empresário João Effting e administrada pela quarta geração da família, especializou-se em molduras e rodapés de madeira. Mas no início dos anos 2000, enfrentou um desafio: como exportadora para países como EUA e China, não conseguia atender a demanda por produtos feitos de madeira de origem certificada. A solução foi investir em reciclagem de poliestireno, o tradicional isopor. O tiro acertou o centro do alvo e a empresa ampliou sua cadeia, pois recebe sobras, aparas e resíduos de isopor recolhido de 130 cooperativas de reciclagem ou fornecidos por empresas que fazem logística reversa de seus produtos. Hoje, 95% da produção da Santa Luzia provém de isopor reciclado e só 5% é de madeira. Os principais produtos são rodapés e perfis de acabamento. “São produtos que têm um ciclo de vida grande, de mais de 15 anos, e um bom custo-benefício em comparação com a madeira e o MDF, além de não ser alvo de pragas e cupins”, afirma Stephanny Wiggers May, coordenadora da pesquisa da empresa. Nessa difícil relação de custo-benefício de recicláveis, as vantagens sempre aparecem. O custo do isopor reciclado chega a ser 20% superior em relação ao virgem, mas o apelo ecológico e a qualidade são diferenciais. A empresa, que já reciclou mais de 65 milhões de quilos de poliestireno, investe também na reciclagem de poliuretano, usado no isolamento de refrigeradores e assentos de automóveis, para produzir placas decorativas de revestimento de paredes. É o coroamento do logística reversa e da economia circular, também bem executada pelo setor plástico catarinense.


Entrevista/Mario Cezar de Aguiar

Os efeitos da pandemia no estado

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or solicitação da Plástico Sul, o Presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina/FIESC Mario Cezar de Aguiar respondeu sobre os efeitos da pandemia da covid-19 na economia catarinense, o impacto nos setores, as iniciativas de reação e destacou que o setor plástico mostra mais resiliência, mas criticou a falta de uma política industrial menos dependente da China. Revista Plástico Sul - Como o setor industrial de SC está reagindo ao impacto da pandemia do coronavírus e quanto tempo levará para voltar ao normal? Mario Cezar de Aguiar - A indústria de Santa Catarina teve impacto direto na produção industrial, vendas e no número de empregados. Esse cenário é mundial, em função das restrições na circulação de pessoas e, por consequência, nas atividades econômicas. Na pesquisa primária realizada pelo IEL, por meio do Observatório FIESC, as empresas informaram uma retração de 21,0% no número de empregados ao longo dos 30 dias iniciados em 17/03. Vendas para o mercado interno, produção industrial e exportações registraram retração de 29,1%, 28,0% e 11,1%, respectivamente. Para amenizar o impacto sobre suas atividades industriais, as empresas adotaram controle rígido nos cuidados com a higiene, férias antecipa-

das para funcionários, campanhas de conscientização para os trabalhadores e teletrabalho. Entretanto, alguns setores vêm mostrando maior resiliência durante esse período. Os principais destaques positivos são os setores de alimentos e de plásticos, que registraram as menores reduções no número de empregados, produção e vendas internas. No que se refere à retomada da atividade econômica do setor industrial de Santa Catarina, a Medida Provisória 936/2020 que instituiu o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e Renda, é importantíssima para que retração econômica sobre as indústrias seja amenizada. Além disso, em conjunto com a MP 936/2020, a flexibilização na concessão de crédito bancário e benefícios fiscais serão ainda mais importantes para o impulsionamento das atividades durante o processo. Por essa razão, a retomada da atividade econômica será gradual, à medida que as medidas restritivas sejam amenizadas e as relações comerciais voltem à normalidade. RPS - Quais os setores mais impactados e, especificamente, como reagiu o setor de plásticos, o segundo maior do Brasil? Aguiar - De um modo geral, todos os setores industriais de Santa Catarina estão sofrendo algum impacto negativo sobre suas atividades. Entretanto, no que se refere à manutenção dos empregos industriais, o setor de Plásticos apresenta mais resiliência quando comparado aos

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DestaquePolo Plástico de Santa Catarina Entrevista/Mario Cezar de Aguiar outros setores industriais no estado. Na pesquisa primária realizada pelo IEL, por meio do Observatório FIESC, as empresas informaram uma retração de 6,3% sobre o número de empregados desde o dia 17/03, quando foram iniciadas as medidas restritivas de circulação de pessoas e nas atividades econômicas para combate à propagação do coronavírus. Esse desempenho só não é superior ao observado pelo setor de alimentos, que registrou retração de 5,4% no período. Os setores mais impactados até o momento, de acordo com a pesquisa primária realizada pelo IEL, foram o de confecção, equipamentos elétricos e indústria automotiva. No que se refere à produção e vendas internas, o setor também registrou menores quedas quando comparada aos outros setores. A cadeia produtiva do setor de plásticos no estado está relacionada aos produtos alimentícios – um dos setores considerado essenciais durante as medidas restritivas. Por essa razão, o setor de plásticos, que apresenta grande parcela do número de empregados na fabricação de embalagens de material plástico, teve um dos menores impactos na produção e vendas internas. De acordo com a pesquisa primária, os industriais do setor informaram uma retração de 11,0% e 13,1%, respectivamente. Entretanto, as exportações foram retraídas em 27,8%. RPS - Além do socorro emergencial do Governo Federal, o que a FIESC espera da União e do Estado para se recuperar?

Aguiar - Ao mesmo tempo em que enfrentamos a pandemia causada pelo coronavírus e salvamos vidas, é necessário tomar, agora, medidas para que possamos sair antes e melhor deste cenário grave. É hora de enfrentar outros vírus agressivos que debilitam a saúde do Brasil: a burocracia, o peso dos impostos, a obesidade de um estado ausente, a falta de infraestrutura e um pacto federativo que centraliza os recursos em Brasília. Há, ainda, outros vírus que precisamos vencer, como a dependência econômica da China. Ela é fruto de nossa falta de competitividade, que levou o País a abrir mão de grande parte de sua manufatura, transferindo ao exterior a produção de itens de valor agregado e conformando-se com a condição de exportador de produtos primários. Nos tornamos reféns da nossa falta de política industrial. É hora de buscar os antídotos para essa grande quantidade de vírus. Ao enfraquecer a nossa economia, eles prejudicam a realidade de todos os brasileiros, que têm menos saúde, menos segurança, menos educação e, principalmente, menos trabalho, que é um dos princípios fundamentais da cidadania. Ainda durante a guerra contra o coronavírus, que é o nosso objetivo imediato e principal, precisamos, também, avançar no tratamento dessas outras enfermidades que derrubam nossa competitividade. Este é o momento adequado para avaliarmos as decisões que tomamos e construirmos um país que vislumbre um futuro promissor para as novas gerações. É responsabilidade de cada cidadão lutar por isso. RPS - O que a FIESC teve/tem condições de fazer para dar apoio aos seus filiados? Aguiar - O enfrentamento da pandemia de coronavírus voltou a evidenciar a importância do associativismo empresarial, tanto para a defesa do setor industrial, quanto para contribuir com os grandes desafios da sociedade. Temos atuado em diversas frentes. De um lado, a Federação defende a implantação de protocolos seguros para a retomada de atividades econômicas, buscando preservar vidas e, ao mesmo tempo, evitando o agravamento do já crítico cenário posto para empresas e trabalhadores com a crise. Nesse sentido, a proposta feita pela FIESC ao governo do estado, para que a avaliação das atividades fosse feita dentro do conceito de cadeia produtiva foi fundamental, pois evitou que, por exemplo, uma construtora fosse obrigada a parar suas atividades por falta de insumos decorrentes de uma loja de materiais de construção fechada. O governo foi sensível à proposta, que beneficiou todos os catarinenses. De outro lado, SESI e SENAI, entidades da FIESC, têm colaborado com o enfrentamento do coronavírus, por meio de iniciativas como o conserto de respiradores, especificação técnica para produção de equipamentos de proteção, além de serviços de saúde fundamentais neste momento. Outro exemplo da colaboração do setor empresarial é o Fundo FERA-SC, que já arrecadou mais de R$ 2 milhões. Nosso Observatório FIESC centraliza as informações e ações da Federação, inclusive por meio de uma central de suporte à indústria, que esclarece dúvidas em áreas como a trabalhista e jurídica. Basta acessar www.observatoriofiesc.com.br/contracorona

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Opinião

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Que tendências de embalagem sobreviverão à Covid-19?

Por Liliam Benzi*

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assar pela pandemia sem rever os produtos e modelos de gestão e de negócios, certamente não é uma possibilidade. Até porque, boa parte das previsões feitas no início do ano, deverão sofrer alterações. No que tange às tendências de embalagem, vale a pena fazer uma análise do que havia sido proposto no começo de 2020. Basicamente, as consultorias internacionais haviam elencado cinco principais tendências de embalagem para o ano. Mas será que elas continuarão válidas pós Covid-19, sofrerão alterações ou simplesmente serão substituídas por outras? Por enquanto, não existem respostas concretas. Mas já se pode adiantar que as estratégias de inovação e de negócios deverão ser revistas. De certo só temos o que já vem sendo amplamente alardeado pela imprensa: sairemos da pandemia imersos em um ‘novo normal’. A seguir, relembre as tendências divulgadas no início do ano e já se proponha a refletir sobre elas e a construir possíveis cenários. Sairão na frente as empresas que conseguirem mapear pontos positivos e negativos da pandemia e adequar rapidamente seus produtos e serviços às novas necessidades. O mercado não quer – e não pode – esperar por respostas e soluções; as ações devem ser imediatas, mais ou menos do tipo ‘consertar o trem em movimento’.

• Embalagem para e-commerce – Já era vista como mais do que uma tendência, uma realidade, atrelada ao rápido crescimento das compras online. E as embalagens plásticas flexíveis e de corrugado tendiam a dominar este setor. Como inovações imaginava-se o uso de rótulos impressos reutilizáveis e estruturas ambientalmente corretas que atendessem às demandas dos consumidores por itens mais sustentáveis. O mercado de embalagens de luxo também continuaria a crescer no universo do e-commerce. • Minimalismo – A estética continuaria sendo importante na indústria de embalagem em 2020, com um design mais minimalista. A impressão digital também se tornaria mais popular, especialmente nas embalagens de luxo por conta da personalização. • Materiais 100% recicláveis – A sustentabilidade continuaria sendo a grande tendência e o foco em 2020 seriam as empresas que utilizassem materiais de embalagem 100% recicláveis. • Embalagem inteligente – Seria outra forte tendência em 2020, com recursos como realidade aumentada (AR), rotulagem na nuvem, sistemas anti violação e tecnologias de rastreamento. • Embalagem comestível – Que ganhou lentamente a atenção nos últimos anos, em 2020 continuaria a se desenvolver a partir de inovações. Esta embalagem seria considerada disruptiva e uma das soluções para reduzir o consumo de materiais de embalagem. Todas estas tendências sobreviverão ou morrerão? Cedo para dizer. Pessoalmente acredito que continuarão permeando os projetos de embalagem, em maior ou menor grau. As três primeiras – embalagem para e-commerce, design minimalista e materiais 100% recicláveis – deverão permanecer em alta e ganhar novo fôlego. Ao passo que os investimentos em embalagens inteligentes e comestíveis talvez deem uma desacelerada. Tudo dependerá do quão fragilizada a economia sairá do Covid-19.

*Liliam Benzi é especialista em comunicação, marketing e desenvolvimento de negócios e de estratégias para B2B, com ênfase no setor de embalagens. Também atua como editora de publicações e Assessora de Comunicação de diversas empresas e entidades, entre elas a ABIEF. Foi eleita Profissional do Ano 2018 pela Revista Embanews. Também foi indicada como Press & Communication Officer da WPO (World PackagingOrganization - Organização Mundial de Embalagem). Está à frente da sua empresa – LDB Comunicação – desde 1995 (ldbcom@uol.com.br).

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EventoInterplast 2020

Organização da Interplast transfere evento para novembro de 2020

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organização da Interplast – Feira e Congresso de Integração da Tecnologia do Plástico, anuncia nova data para a realização do evento, de 3 a 6 de novembro de 2020. A

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decisão foi tomada após pedido de grande parte dos expositores e da incerteza de controle da pandemia do covid-19 até agosto, data que a feira estava previamente programada.

Richard Spirandelli, diretor da Messe Brasil, diz que a mudança reforça o compromisso dos organizadores do evento de criar um ambiente de negócios, tecnologia, inovação e conhecimento, fundamental para o desenvolvimento contínuo da indústria de transformação do plástico. “Levamos em conta o respeito com o investimento dos expositores, a necessidade de todos se reorganizarem e a importância de garantir a visitação de qualidade ao evento”, explica.“Neste momento que o país requer serenidade e contribuição coletiva, reforçamos nosso compromisso de zelar pela segurança e integridade de todos nossos parceiros”, acrescenta. A Interplast está consolidada como um dos principais eventos do Brasil que


DIVULGAÇÃO

reúne a cadeia completa do plástico no mesmo ambiente, abrangendo de fornecedores de moldes, a matéria-prima, máquinas e equipamentos, além de contar com atividades simultâneas de conhecimento técnico e rodada de negócios. O mercado de Santa Catarina concentra um importante polo com cerca de mil indústrias de transformação de plástico, somando mais de 32 mil empregos diretos nas unidades fabris. Aproximadamente 1 milhão de toneladas de plástico são processados no estado anualmente, incluindo grandes empresas de atuação nacional e internacional, com destaque para a fabricação de peças técnicas, embalagens e descartáveis. Para Spirandelli, a Interplast é de fundamental importância para a indústria catarinense como canal de acesso a tecnologias mundiais e ao conhecimento técnico, indispensáveis para o fortalecimento e o desenvolvimento do setor, o que inclusive, coloca o Estado como referência para o mercado brasileiro da indústria do plástico. “Uma feira cumpre o seu papel de relacionamento, negócios e capacitação, consolidando-se como o investimento em marketing B2B mais completo. É uma ferramenta que gera mais credibilidade nas negociações, pois nada substitui o face a face e após a pandemia esse contato será ainda mais importante”, argumenta Spirandelli. A Interplast 2020 está com os 22 mil m² dos três pavilhões do Centro de Con-

venções e Exposições EXPOVILLE totalmente ocupado, com a presença de 400 marcas de expositores confirmados, em 240 estandes e terá mais de 40 horas de conteúdo voltados aos profissionais do setor. “Temos a responsabilidade e a oportunidade de fazer a melhor edição da Interplast, exatamente no momento de retomada da economia, onde expositores precisarão alavancar contatos e vendas, e compradores adequar métodos e processos para garantir mais competitividade”, destaca Spirandelli.

Serviço

Interplast – Feira e Congresso de Integração da Tecnologia do Plástico EuroMold – Feira Mundial de Construtores de Moldes e Ferramentarias, Design e Desenvolvimento de Produtos Data: de 3 a 6 de novembro de 2020 Horário: 13h às 20h Local: Centro de Convenções e Exposições EXPOVILLE - R. XV de Novembro, 4315 - Glória, Joinville – SC Realização: Simpesc (Sindicato da Indústria do Material Plástico de SC) Organização: Messe Brasil Assessoria de Comunicação: Messe Brasil Simone HülseFeuser – simonehulse@ gmail.com– 47 99911-5501

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Anunciantes

Bloco

de Notas

Braskem conclui implementação de programa de Conformidade e autoridades americanas encerram monitoria externa

Braskem / Página 5 Bühler / Página 22 Herrmann / Página 28 Incoe / Página 29 Interplast / Página 31 Kraton / Página 17 NZ Cooperpolymer / Página 27 Plasland / Página 23 Polo / Páginas 13 e 19 Replas / Página 9 Rocaal / Página 25 Rulli / Página 15 Sepro / Página 32 Tomra / Página 21 Wortex / Página 2 Zara / Página 26

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A Braskem cumpriu todos os compromissos de conformidade assumidos com o Departamento de Justiça dos EUA (DoJ, na sigla em inglês) e com a SEC (Securities and Exchange Commission, o órgão regulador do mercado de capitais americano), o que resultou no fim da monitoria externa na companhia. Essa monitoria havia sido instituída em 2017, como parte dos acordos de leniência da companhia no âmbito das investigações da Lava-Jato. A decisão do DoJ e da SEC de dar por findo o processo sem necessidade de prorrogação atesta o quanto a Braskem evoluiu em seu sistema de conformidade. A monitoria externa tinha previsão de três anos e poderia ser prorrogada, mas a forma como a companhia conduziu internamente as ações de Conformidade demonstrou o compromisso dos acionistas e da empresa em implementar de forma prioritária algo tão importante. “Temos a certeza que a atuação ética, íntegra e transparente está em todas as nossas ações, sistemas e processos e que todos que aqui trabalham contribuem para a melhoria contínua das práticas de conformidade e governança”, disse o presidente da Braskem, Roberto Simões. “Podemos dizer que o programa de Conformidade foi fruto de muita dedicação e profissionalismo de todas as equipes da Braskem”, complementa. Em março, o Ministério Público Federal também havia reconhecido as melhorias alcançadas pelo programa de conformidade da Braskem e terminado a sua monitoria externa. A decisão do MPF se baseou na certificação de monitores independentes que atestaram o cumprimento de todas as obrigações assumidas no acordo assinado entre MPF e Braskem em 2016 e a implementação de iniciativas adicionais recomendadas por esses monitores. Durante o processo de monitoria independente, a companhia estabeleceu políticas e procedimentos, treinou 100% das pessoas nos temas de conformidade, implantou controles anticorrupção, aprimorou processos e ferramentas, estabeleceu mecanismos para assegurar a adequação e a efetividade das práticas de integridade, prevenindo a ocorrência de ilícitos e privilegiando a ética e a transparência na condução de seus negócios, os quais foram pormenorizadamente avaliados e testados pelos monitores.

Setor de compósitos cresceu 5,6% em 2019

Em 2019, o setor brasileiro de compósitos – um tipo de plástico de engenharia – emplacou o terceiro ano seguido de crescimento, com um faturamento de R$ 2,8 bilhões, cifra 5,6% superior à registrada no período anterior. Em volume, o salto foi de 8,3%, totalizando 218 mil toneladas consumidas. Os dados fazem parte do mais recente estudo da Maxiquim, consultoria contratada pela Associação Latino-Americana de Materiais Compósitos (ALMACO). “Os segmentos de transporte e elétrico foram os principais responsáveis por esse bom desempenho. Destaque também para o aumento da demanda do mercado náutico, ainda que represente pouco em termos de volume. A indústria da construção civil, por sua vez, teve uma importância menor em 2019, muito embora siga liderando o ranking dos principais consumidores locais de compósitos”, resume Erika Bernardino Aprá, presidente da ALMACO. De acordo com o levantamento da Maxiquim, a construção civil respondeu por 32% do consumo brasileiro de compósitos de poliéster, à frente de transportes (27%), corrosão/saneamento (22%), energia elétrica (4%), eólico (4%) e náutico (2%). Quando separada apenas a demanda de compósitos à base de resina epóxi, a geração de energia eólica liderou com 89%, à frente de óleo e gás (6%) e eletroeletrônicos (2%). Das 218 mil toneladas de matérias-primas processadas no ano passado, o levantamento apontou para a seguinte divisão: resina poliéster (114 mil), fibra de vidro (60 mil), resina epóxi (21 mil), gelcoat (12,5 mil), resina éster-vinílica (2,3 mil), adesivo estrutural (2,2 mil), fibra de carbono (2,6 mil) e outros (4 mil), como catalisadores, aditivos e cargas minerais. Em relação aos processos de fabricação adotados pelos transformadores brasileiros de compósitos, as tecnologias manuais, como hand lay-up e spray-up, apareceram com 52% de participação, seguidas pelos sistemas automatizados, a exemplo de RTM (8%), pultrusão (7%), enrolamento filamentar (6%), laminação contínua (5%), BMC/SMC (5%), infusão (4%) e outros (12%).


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