CAVALARIA DE AÇO n Outra obra de resgate que chega às livrarias e terá lançamento oficial durante a LAAD 2011 é Blindados no Brasil – Um longo e árduo aprendizado, de Expedito Carlos Stephani Bastos, um pesquisador que se dedica à documentação e à recuperação da memória tecnológica militar e da história do pensamento estratégico brasileiros. Modesto, o autor registra na introdução “de forma alguma
lítica de Estado não só na defesa, mas também na indústria da defesa. Ou, nas palavras do autor, que ele seja “um chamado para a criação da tecnologia nacional do futuro”. O ESPIÃO DE DUAS CARAS n O livro foi lançado em dezembro, pela Editora Record, e é a volta às estantes nacionais do brasilianista R.S. Rose, que em 2001 teve traduzido aqui Uma das coisas esquecidas, Getúlio Vargas e controle social no Brasil
Acervo Expedito C.S. Stephani
temos a pretensão de esgotar o assunto. Muito pelo contrário, esperamos incentivar o surgimento de outros trabalhos que possam contribuir para o alargamento da temática”. Mas o
fôlego da obra é de dois volumes (o segundo a ser lançado no próximo semestre) e inclui uma iconografia extraordinária: mais de 300 imagens só no primeiro tomo, que cobre a história de carros de combate e blindados utilizados pelas Forças Armadas e de Segurança Pública brasileiras desde 1921 até 1979. Entre elas, desenhos técnicos originais, ilustrações e ainda fotos de maquetes confeccionadas pelo próprio autor para reproduzir em detalhe os modelos mais raros. Com a edição completa, diz Bastos, serão “90 anos de exemplos históricos para refletirmos, buscando compreender como chegamos a um sólido patamar de desenvolvimento tecnológico e depois não soubemos preservá-lo”. Um dos objetivos do pesquisador é deixar registrado para as futuras gerações como o Brasil passou de simples operador de veículos para se capacitar, em poucos anos, a projetar, construir e exportar diversos modelos de blindados. Outro, que o livro contribua para que o país retome seu lugar no domínio da tecnologia a partir de uma po-
Blindado utilizado na Revolta Paulista de 1924, um episódio do Ciclo Tenentista
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DEFESA LATINA
1930-1954. Sociólogo, professor de criminologia no Arizona, o americano mostrou nesse primeiro trabalho as relações entre agentes brasileiros, espiões e torturadores americanos, ingleses e alemães da Gestapo no período. No novo volume, Johnny. A vida do espião que detonou a revolução de Prestes, vê-se que o autor partiu da pesquisa anterior. Decerto foi seduzido pela vida eletrizante do agente duplo alemão Johann Heinrich Amadeus de Graaf, apelidado Johnny, que teve 69 identidades, trabalhou nos quatro cantos do mundo e, no Brasil, agiu para os soviéticos e para os britânicos –