Boletim Salesiano Mozambique nº47

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Um encontro ‘perigoso’ Dom Bosco é um jovem padre da Residência sacerdotal de San Francisco. Um sábado entra numa barbearia para fazer a barba. Além do proprietário, naquele lugar trabalha também Carlos Gastini, um jovem aprendiz que está nos primeiros dias de trabalho. Por agora dedica-se exclusivamente a ensaboar os clientes. Mas Dom Bosco, que viu naquele garoto um potencial frequentador do Oratório, quer que seja ele a barbeá-lo para criar com ele um laço de amizade. — Como te chamas, pergunta Dom Bosco ao jovem que se aproxima para o ensaboar. — Carlitos Gastini. — Os teus pais estão vivos? — Só a minha mãe. — Quantos anos tens? — Onze. — Fizeste a primeira Comunhão? — Ainda não. — Vais à catequese? — Quando posso. — Muito bem! Agora, como recompensa, quero que tu me faças a barba. — Por favor — intervém rapidamente o proprietário da barbearia que seguiu o diálogo entre os dois — não é seguro, porque este rapaz está ainda a começar a ofício. — Não importa — responde D. Bosco —, se o aprendiz não experimenta, nunca aprenderá. — Perdão, reverendo: quando se fizer essa experiência será com a barba de outro, não com a de um sacerdote. — Vá, homem! Será a minha barba mais preciosa que a de qualquer outro? O rapaz sabe barbear muito bem a um que é de madeira — argumenta Dom Bosco, brincando com o duplo significado de «bosc», entendido como madeira e também seu apelido. — «D. Bosco saiu daquela "operação" como São Bartolomeu dos instrumentos de tortura dos perseguidores», conta D. João Baptista Francesia.

O jovem Gastini, oratoriano Acabado o trabalho, D. Bosco dis-

se ao rapaz: «Não está mal; pouco a pouco converter-te-ás num barbeiro famoso». Depois, convida-o para que vá até ao Oratório no Domingo seguinte. Carlos promete e mantém a sua palavra. No Domingo seguinte entra no Oratório festivo de Valdocco. Ali diverte-se com os seus amigos. Desde aquele dia o Oratório converteu-se para o jovenzito Carlos no seu lugar preferido. E a educação que recebe no Oratório forma o seu sentido moral. Demonstra-o este exemplo: quando na barbearia algum cliente falava de um modo obsceno, Carlos interrompia -o rapidamente: «Não tem vergonha de estar a falar desse modo diante de uma criança?

Fotografia de Gastini. Morreu com 70 anos.

D.Bosco acolhe Gastini Poucos meses depois daquele primeiro encontro com D. Bosco, a mãe do Carlos morre também. O irmão mais velho é soldado. Carlos é posto na rua pelo proprietário da casa onde morava pois, durante a doença, a sua mãe não tinha conseguido pagar o aluguer. É o próprio Carlos que conta tudo isto a D. Bosco, que o encontra choroso, próximo de Valdocco. Ele toma-o pela mão: "Vem comigo. Sou um pobre sacerdote. Mesmo que tivesse apenas um pedacinho de pão, dividia-o contigo."

A experiência do perdão Exactamente como acontece com Carlitos. D. Bosco deposita grandes esperanças nele, embora no início o rapaz tenha um pouco a cabeça nas nuvens e tem dificuldade para estudar. A religião não lhe interessa e não gosta de se confessar. — Carlos, quando é que vens falar comigo? — perguntava-lhe com frequência D. Bosco. — Irei, irei. Amanhã de certeza — prometia Carlitos, mas depois não ia. E o sacerdote esperava com paciência. Até que um dia D. Bosco muda de estratégia. Corta um papelito e escreve: «Carlos, se morresses esta noite, para onde iria a tua alma?». E coloca-o por baixo da almofada do rapaz. Depois das orações da noite, Carlos sobe ao dormitório e preparasse para dormir. Ao levantar a almofada, cai ao chão o papelito. Recolhe-o, lê-o e de seguida percebe quem o tinha colocado e começa a chorar. Depois sai a correr do dormitório e vai até aos aposentos de D. Bosco. Bate. A porta abre-se. — Tu? Que queres? — perguntalhe D. Bosco. — Confessar-me! Preciso muito — responde o rapaz. Carlitos contará mais tarde a João Baptista Francesia que foram poucas as vezes que se deitou com a alma tão tranquila como naquela noite.

Gastini, Antigo Aluno Mas o que D. Bosco tinha plantado em Gastini não se tinha perdido. Carlos permaneceria sempre um querido amigo e colaborador em muitas iniciativas da casa de Valdocco. Por ocasião de festas e jogos, Gastini, líder dos ex-alunos do Oratório, declamava e cantava poesias piemontesas, interpretava dramas e papéis cómicos, realizava cantatas.


MARÇO-ABRIL 2012 ANO XII - Nº 47 Edição Digital Nº 1

Queridos leitores do BS: após três anos sem publicar o Boletim Salesiano de Moçambique, aqui estamos de novo para dar resposta aos novos desafios e sermos a presença que Dom Bosco sempre quis através dos meios de Comunicação Social para a Família Salesiana e para os jovens. NOVIDADES: Vendo a grande dificuldade económica que temos para a impressão do BS ou para adquirir uma máquina que fizesse a impressão, optamos por este meio mais moderno, mais ágil, mais económico e com possibilidade de chegar a mais destinatários através da Net, dos nossos correios electrónicos e os dos nossos amigos, e através das modernas redes sociais na Net, utilizadas maioritariamente pelos jovens, também em Moçambique, sobretudo pelo celular. O Director do BS italiano, P. Bruno Ferrero, respondeu assim a uma nossa pergunta sobre este tema: «É este hoje o caminho! O próximo futuro para todos é deixar de lado o papel ou trabalhar com ele de outra maneira, e trabalhar sobre a comunicação ‘online’ que tem tantas vantagens tais como atingir um maior numero de jovens e de obter um diálogo maior com os destinatários. Juntos seremos

uma grande força e ‘online’ é o caminho.» ACONTECIMENTO: Este primeiro número do ano 2012 quer ser já uma preparação próxima para o grande acontecimento que vamos viver, como Família Salesiana, em Moçambique: do 16 ao 30 de Abril teremos entre nós a DOM BOSCO, a sua relíquia. Por isso, este número de MarçoAbril quer ser um apoio para esta preparação e o próximo número de Maio-Junho será dedicado na sua íntegra a contar a passagem de Dom Bosco no meio de nós, das nossas terras, das nossas gentes, das nossas obras. ANIVERSÁRIOS: O esforço por fazer ‘renascer das cinzas’ o BS também foi estimulado pelo acontecimento histórico que estamos a viver salesianamente em Moçambique: 60 anos da presença da chegada das Filhas de Maria Auxiliadora e da segunda chegada dos Salesianos. Tempo para agradecer, tempo para recordar e aprender, tempo para viver e projectar para o futuro, tempo de elevar o coração a Maria Auxiliadora para que nos ajude a continuar a sermos fiéis a Jesus, a Dom Bosco e aos jovens pobres. Com um abraço amigo. P. Rogelio Arenal Director do BS


Janeiro 2012

Dom Bosco foi chamado para encarnar a paternidade de Deus em nosso tempo. Dom Bosco viveu e trabalhou num período de rápidas transformações epocais. Na Itália, a questão romana (a independência de Itália frente ao domínio do Papado romano) abriu uma grave ruptura no espírito dos crentes. Ao mesmo tempo, manifestavamse novas pobrezas, migrações maciças, internas e externas, desarraigamentos culturais, abusos no trabalho e embrutecimento moral das camadas mais pobres. Justamente este contexto histórico, estes traumas sociais e estas tensões foram, para Dom Bosco, estímulo e ocasião preciosa de discernimento da voz do Senhor. Enquanto outros polemizavam, condenavam, se lamentavam com a tristeza dos tempos, ele, levado a perceber Deus presente e atuante na história humana, formado para sentir a si mesmo como pastor chamado a trabalhar pela salvação da humanidade, especialmente, da juventude, imerge-se critica, mas amorosa e criativamente, no seu tempo, vivendo todas as suas vicissitudes com participação muitas vezes sofrida, pronto a dar a vida pela missão da qual se sentia portador,

convencido de que a graça de Deus é mais forte de qualquer obstáculo humano e sustenta eficazmente quem trabalha para difundir o Reino de Cristo nos corações.

«"Pobre filho - disse mamãe Margarida– vem comigo, já não tens pai. Ditas essas palavras, prorrompeu em soluções, tomou-me pela mão e levou-me para fora, ao passo que eu chorava porque a via chorar».

Nos decénios sucessivos, mudarão as situações e surgirão novos problemas, mas esta atitude mental e esta disposição espiritual o levarão a ampliar horizontes, articular obras e propostas, multiplicar iniciativas, envolvendo fileiras sempre mais amplas de discípulos, auxiliares, benfeitores e simpatizantes.

A primeira lembrança de Dom Bosco é a mão de sua mãe. Quando vier a conhecer os jovens das prisões de Turim dirá: «Quem sabe, se tivessem lá fora um amigo que tomasse conta deles... dão -se a uma vida honrada, esquecem o passado, tornam-se bons cristãos e honestos cidadãos. Essa é a origem do nosso Oratório».

Dessa forma, a expressão "jovens pobres e abandonados" adquirirá um significado sempre mais amplo, não só socioeconómico, mas espiritual, cultural e ético. A sua modernidade está aqui: não só iniciativas alinhadas às exigências e aos gostos dos tempos e dos jovens, mas respostas tempestivas e eficazes (porque previdentes e fruto de discernimento e genuína caridade) a problemas novos, desafios novos, necessidades novas, ataques "satânicos" novos, a partir de uma fé granítica, de uma esperança sólida, de uma entrega absoluta a Deus e aos i r m ã o s , d e uma liberdade interior, fruto de purificação e desapego de si.

Ao reler a própria experiência juvenil e o caminho que o levou a realizar a sua Obra, Dom Bosco, nas Memórias do Oratório, pôs às claras o papel determinante dos educadores e dos ambientes nos quais se realiza a sua formação... Estes educadores e ambientes fizeram desenvolver nele actitudes e criatividade (n.d.r.): - ...Atitudes de confiança em Deus, de laboriosidade e tenacidade, de sobriedade e criatividade. - ... Estimulou a sua inventiva para encontrar, em situações pouco favoráveis, caminhos possíveis, percursos alternativos úteis para traduzir o sonho em realidade.

Para nós, é uma lição de esperança e diálogo, um convite a nos estimularmos e renovarmos na fidelidade e na acção, e na confiança em Deus.

FEVEREIRO 2012

- ...Desafios que estimularam a sua caridade criativa e o levaram a pôr em ação uma estratégia de ação toda sua. - Criara-se nele uma


mentalidade de adaptação proativa no fazer o bem, uma atitude confiante que lhe vinha da confiança em Deus e o levava a atuar o quanto fosse factível, à espera dos desenvolvimentos e das oportunidades futuras. - Uma disponibilidade à mudança e à adaptação tempestiva diante dos imprevistos ou dos obstáculos, que sabia contornar com amabilidade e inteligência. - Desenvolveu também um modelo relacional e comunicativo que visava à informação e sensibilização das pessoas, ao seu envolvimento, que será determinante no futuro. - As pessoas que o amaram..., que o formaram..., foram para ele um recurso importante. De fato, orientaram o seu itinerário formativo e, ao mesmo tempo, tornaramse referência e modelo de espiritualidade, de opção de vida, de relações paternas, de cuidado e de assistência, de dedicação... que lhe favoreceram uma referência eficaz na qual modelar o sistema preventivo e o seu modo operativo. - Também os ambientes de vida nos quais se deu a sua educação foram um importante recurso para a elaboração do seu modelo formativo... Todas estas experiências contribuíram concretamente para formar nele uma ideia e uma prática de comunidade educativa e de comunidade religiosa, de relações humanas e de papéis formativos, de sentido de pertença e colaboração. No pensamento e na práxis de Dom Bosco não pode existir educação a não ser no interior de uma comunidade organizada e laboriosa, serena e familiar, e numa rede de relações humanas tecidas de educadores afetuosos e atentos, presentes ao lado dos jovens de modo ativo e estimulante, capazes de abrir horizontes, valorizar talentos, plasmar caracteres e levar pelos caminhos da vida interior, com o método da razão, da religião e da amabilidade.

MARÇO 2012

Desde os anos do Colégio Eclesiástico, Dom Bosco b u s c o u j o v e n s "ajudantes": "Embora minha finalidade fosse recolher somente os meninos em maior perigo, de preferência os que deixavam a cadeia, todavia para ter uma base sobre a qual fundar a disciplina e a moralidade convidei alguns outros de boa conduta e já instruídos...". Para Dom Bosco, deu-se logo a passagem da iniciativa pessoal a uma ação coordenada em equipe. O carisma pessoal revela desde o início uma vocação comunitária e uma propensão à convocação.

O Oratório decola quando, com a mãe, ele se fixa na casa Pinardi transformando o edifício, que até então fora uma simples sede de atividades, numa "casa", numa família apostólica consagrada à missão, aberta dia e noite à acolhida dos jovens pobres e abandonados. A partir desse momento...se consagra exclusivamente à missão juvenil. É nesta situação que Dom Bosco se preocupa em reunir ao seu redor uma comunidade de pastores-educadores que o reconheça como pai, ponto de referência e modelo. Dom Bosco empenhou-se na construção do protótipo da comu-

nidade educativa "salesiana", formando jovens que não fossem apenas "ajudantes", mas "discípulos" e "filhos", parte viva de uma família ligada por vínculos afetivos e espirituais, com tarefas e papéis bem definidos e complementares, que participassem do seu carisma: Ascânio Sávio, Rua, Cagliero, Buzzetti, Artiglia, Rocchietti, Bonetti… Nas casas salesianas, a comunidade dos religiosos reunida ao redor do diretor (verdadeiro pai espiritual), coordenada em seus papéis e tarefas, é o coração da obra; mas para a sua eficácia formativa, precisa envolver a adesão cooperativa e afetiva dos jovens melhores, como ativos animadores espirituais e educadores dos companheiros, e precisa também construir uma vasta rede de colaboração operativa e moral, em vários níveis (em círculos concêntricos), capaz de conferir às obras dinamicidade, eficácia e continuidade. A instituição salesiana pôde estender-se ao mundo inteiro graças à vocação comunitária do carisma de Dom Bosco, que sabia que para bem educar os jovens é preciso ser em muitos, unidos ao redor dos mesmos ideais e do mesmo espírito, na fraternidade, dispostos a cooperar cordialmente com o diretor, a dar com alegria a si mesmo por inteiro. (Estes textos são extractos das 3 mensagens do RM publicadas em sdb.org)


Sim, num Domingo de Páscoa a Igreja declarou Santo a Dom Bosco. Mas, muito antes, no Domingo de Páscoa do ano de 1846, um dia 12 de Abril, o Oratório encontrou o lugar ‘carismático’ que deu origem ao grande ‘fenómeno salesiano’ como disse o Papa Paulo VI. Vamos deixar a Dom Bosco que nos conte esse momento tão significativo através das Memórias do Oratório, o seu livro onde mais do que Memórias nos narra a sua ‘vida’, a sua ‘experiência’, nos transmite o seu ‘espírito’, o seu ‘carisma’, o seu ‘dom’ para os jovens e para a Igreja.

“Tinha chegado o último domingo em que ainda me era permitido ter o Oratório no prado. Eu calava tudo, mas todos sabiam dos meus embaraços e dos meus espinhos. Naquela tarde contemplei a multidão de rapazes que se divertiam e considerava a copiosa messe que se ia preparando para o sagrado ministério e para a qual me encontrava só, sem operários, exausto de forças, sem saúde, sem saber onde no futuro poderia reunir os meus rapazes. Senti-me profundamente comovido. Retirando-me então à parte, comecei a passear sozinho e, talvez pela primeira vez, sentime comovido até às lágrimas. Passeando e erguendo os olhos ao céu, exclamei: «Meu Deus, porque não me mostrais o lugar onde quereis que eu

reúna estes rapazes? Oh dai-mo a conhecer ou dizei-me o que devo fazer.» Terminava eu aqueles desabafos, quando chegou um fulano, de nome Pancrazio Soave que, a gaguejar, me disse: «É verdade que anda à procura de um lugar para fazer um laboratório?» - Não um laboratório, mas um Oratório. - Não sei se é a mesma coisa Oratório ou laboratório, mas um lugar há, venha vê-lo. É propriedade do sr. Francisco Pinardi, pessoa honesta. Venha e fará um bom negócio. Chegou mesmo naquele momento um fiel colega meu de seminário, padre Pedro Merla, fundador da

obra pia conhecida sob o nome de ‘Familia di S. Pietro’... - Que há, disse ele mal me viu. Nunca te vi assim tão triste. Aconteceu-te alguma desgraça? - Desgraça não, mas um grande embaraço. Hoje é o último dia em que me é permitido utilizar este prado. A tarde avança, faltam duas horas para terminar o dia e tenho de dizer aos meus filhos onde nos vamos juntar no próximo domingo e não sei. Veio aqui um amigo falar-me de um local que talvez seja conveniente. Olha, assiste um pouco ao recreio, que eu vou ver e volto já. Chegado ao lugar indicado, vi uma casinha de um só andar com escada e varanda de madeira carunchosa, rodeada de hortas, prados e campos. Eu queria subir a escada, mas Pinardi e Pancrazio disseram-me: «Não. O lugar que é para si fica aqui atrás». era um telheiro comprido, que de um lado se apoiava no muro e do outro terminava a cerca de um metro do chão. Podia, em caso de necessidade, servir de armazém ou depósito de lenha e nada mais. Para lá entrar, tive de baixar a cabeça para não bater no teto. - Não me serve por ser demasiado baixo, disse.


- Eu mando adaptá-lo como quiser, retorquiu com graça Pinardi. Faço um desaterro, ponho escadinhas e faço outro pavimento; mas gostava muito que o seu laboratório fosse feito aqui. - Não um laboratório, mas um Oratório, uma pequena igreja para reunir rapazes. - Com mais gosto ainda. Farei tudo o que puder. Vamos fazer contrato. Também sou cantor e virei ajudar; trarei duas cadeiras, uma para mim e outra para a minha mulher. E tenho uma lâmpada e também a trago para cá. Aquele bom homem parecia delirar com a alegria de ter uma igreja em sua casa. - Obrigado, meu bom amigo, pela sua caridade e pela sua boa vontade. Aceito estas belas propostas... Não procurei mais. Corri logo para os meus jovens; juntei-os à minha volta e comecei a gritar alto: «Coragem, meus filhos, temos um Oratório mais estável do que no passado; teremos igreja, sacristia, salas de aula, lugar para o recreio. No domingo, no domingo iremos para o novo Oratório que é ali na casa Pinardi». E apontava-lhes o lugar com o dedo. Aquelas palavras foram acolhidas com o mais vivo entusiasmo. Uns corriam e saltavam de alegria, outros ficavam imóveis, outros soltavam gritos e berros... No domingo seguinte, solenidade da Páscoa, no dia 12 de Abril, transportaram-se para ali todos os materiais de igreja e de jogos e fomos tomar posse do novo local.”

O lugar da Casa Pinardi foi transformado depois por D. Bosco por estes bonitos edificios e que hoje são visitados por tantos milhares de pessoas do mundo inteiro.


«No difícil contexto atual, tantos jovens em torno a nós têm uma grande necessidade de sentir que a mensagem cristã é uma mensagem de alegria e de esperança! Gostaria de refletir com vocês, então, sobre as estradas para encontrá-la, a fim que possam vivê-la sempre mais em profundidade e que vocês possam ser mensageiros entre aqueles que estão a sua volta.

«Cada dia são tantas as alegrias simples que o Senhor nos oferece: a alegria de viver, a alegria diante da beleza da natureza, a alegria de um trabalho bem feito, a alegria do serviço, a alegria do amor sincero e puro. E se olhamos com atenção, existem tantos motivos de alegria: os belos momentos de vida familiar, a amizade partilhada, a descoberta das próprias capacidades pessoais e o alcance de bons resultados, o apreço por parte de outros, a possibilidade de expressar-se e de sentir-se capaz, a sensação de ser úteis ao próximo.»

«Mas como distinguir as alegrias realmente duradouras dos prazeres imediatos e enganosos? Como encontrar a verdadeira alegria na vida, aquela que dura e não nos abandona também nos momentos difíceis?»

«Deus quer fazer-nos participantes de sua alegria, divina e eterna, fazendo-nos descobrir que o valor e o sentido profundo da nossa vida está no ser aceito, acolhido e amado por Ele.... E se Deus me aceita, me ama e eu me torno seguro, sei de modo claro e certo que é bom que eu seja, que exista.»

eventos que marcam o início da vida de Jesus são caracterizados pela alegria... O motivo desta alegria é, portanto, a aproximação de Deus, que se fez um de nós. A primeira causa da nossa alegria é a proximidade do Senhor, que me acolhe e me ama. E, de fato, do encontro com Jesus nasce sempre uma grande alegria interior.» «Esta alegria profunda é o fruto do Espírito Santo que nos torna filhos de Deus capazes de viver e de provar sua bondade, de voltar-nos a Ele com o termo “Abbà”, Pai (cfr Rm 8,15). A alegria é sinal de sua presença e de sua ação em nós.»

«No Evangelho, vemos como os

«Encontrar e conservar a alegria espiritual nasce do encontro com o Senhor, que pede para segui-Lo, para fazer a escolha decisiva de voltar tudo para Ele. Queridos jovens, não tenhais medo de colocar à disposição toda a vossa


vida, dando espaço para Jesus Cristo e seu Evangelho; é a estrada para haver a paz e a verdadeira felicidade no íntimo de nós mesmos, é a estrada para a verdadeira realização de nossa existência de filhos de Deus, criados à Sua imagem e semelhança.»

nerosos, que se colocam a serviço do bem comum. Empenhem-se nos estudos com seriedade; compartilhem seus talentos e os coloquem desde já a serviço do próximo. Busquem a maneira de contribuir para uma sociedade mais justa e humana, onde vocês estiverem.»

«Queridos amigos, a alegria é intimamente ligada ao amor: são dois frutos inseparáveis do Espírito Santo (cfr Gal 5,23). O amor produz alegria, e a alegria é uma forma de amor. »

to com frequência, serenidade e confiança.»

«As mensagem que vocês recebem impulsionam-lhes a entrar na lógica do consumo, provendo uma felicidade artificial. A experiência ensina que ter não coincide com a alegria... Para permanecer na alegria, somos chamados a viver no amor e na verdade, a viver em Deus.»

«A beata Madre Teresa de Calcutá, fazendo ecoar as palavras de Jesus: “É maior felicidade dar que receber!” (At 20,35), dizia: “A alegria é uma rede de amor para capturar almas. Deus ama quem dá com alegria. E quem dá com alegria dá mais”.» «Pensando aos vários ambientes da vida de vocês, gostaria de dizer -lhes que amar significa constância, fidelidade, ter fé nos empenhos. E este, em primeiro lugar, nas amizades: os nossos amigos esperam que sejamos sinceros, leais, porque o verdadeiro amor é perseverante também e, sobretudo, nas dificuldades. E o mesmo vale para o trabalho, os estudos e as atividades que desempenham.» «O mundo necessita de homens e mulheres competentes e ge-

«E a vontade de Deus é que nós sejamos felizes. Por isso, nos foram dadas indicações concretas para o nosso caminho: os Mandamentos. Observando-os, nós encontramos a estrada da vida e da felicidade. Quantas vezes, ao contrário, constatamos que construir a vida ignorando Deus e Sua vontade leva à desilusão, tristeza, sensação de derrota. A experiência do pecado, como a recusa a segui-Lo, como uma ofensa à sua amizade, traz sombra aos nossos corações.» «Queridos jovens, recorram sempre ao Sacramento da Penitência e da Reconciliação! Este é o Sacramento da alegria reencontrada. Peçam ao Espírito Santo a luz para saber reconhecer seus pecados e a capacidade de pedir perd ão a Deus, recebendo este Sacramen-

«O cristão autêntico não é nunca desesperado e triste, mesmo diante das provas mais duras e mostram que a alegria cristã não é uma fuga da realidade, mas uma força sobrenatural para enfrentar e viver as dificuldades cotidianas. Sabemos que Cristo crucificado e ressuscitado está conosco, é o amigo sempre fiel. Quando participamos de seus sofrimentos, participamos também de suas alegrias, Com Ele e Nele, o sofrimento é transformado em amor. E lá se encontra a alegria (cfr Col 1,24).»

«Queridos amigos, para concluir, gostaria de exortar-lhes a serem missionários da alegria. Não se pode ser feliz se os outros não são: a alegria, portanto, deve ser compartilhada. Vão e contem aos outros jovens a alegria de vocês por terem encontrado aquele tesouro precioso que é o próprio Jesus. Não podemos guardar para nós a alegria da fé...,devemos transmiti-la.»


SERVIDORES DA VIDA Os salesianos, desde 1952, procuramos ser resposta ao desenvolvimento integral dos jovens mais pobres e das camadas populares, nas diversas situações políticas e sociais vividas em Moçambique. Muitos, hoje já trabalhadores e responsáveis de família, agradecem com sincero coração a formação humana e profissional que receberam e que os tornou capazes de progredir na vida. Nestes anos de desenvolvimento procuramos oferecer diversas respostas em 4 províncias de Moçambique e através de 8 comunidades salesianas que atendem vários tipos de obras: - A Escola de Moatize juntamente com algumas escolinhas rurais. - O Lar de São José e os internatos de Moamba e Inharrime para jovens pobres ou das zonas rurais. - Escolas e Centros Profissionais: Moamba, Tete, Inharrime, Lhanguene e Matola. - Completou-se esta resposta ao mundo profissional com o Instituto Superior D.Bosco para a formação pedagógica e profissional de professores das Escolas Profissionais. - Centros de Formação do próprio pessoal Salesiano em Namaacha e Moamba. - .Sede da Sociedade Salesiana Moçambique em Maputo - Uma obra interessante é o atendimento das comunidades rurais da Missão de Moatize através do projecto de desenvolvimento agro-pecuário para ensinar àquelas populações menos abastadas como aproveitar os seus próprios recursos agrícolas.

E ANUNCIADORES DE CRISTO - As Missões de Moatize e de Moamba no âmbito rural, com numerosas comunidades cristãs espalhadas pelo interior, e as Paróquias urbanas de Lhanguene e do Jardim, são centros importantes de evangelização directa de milhares de crianças e jovens, assim como de acompanhamento das famílias cristãs. - Uma nova resposta é o novo Centro de Espiritualidade ‘Emaús’ da Matola, concebido como um lugar de oferta de encontros e retiros para diversos grupos juvenis. - O Movimento Juvenil Salesiano vai reunindo os diferentes grupos e potenciando neles a vocação do jovem como ‘animador’. (Extracto do artigo publicado em Salesianos 2012)


«- Ir. Oliveira, como era o Lar de São José, no começo, em 1956? - Quando os salesianos, chegamos o Lar funcionava atrás do Teatro, junto das oficinas. Hoje, as ruínas ficam do outro lado do mundo, construído pelo Governo para separar o antigo Colégio Dom Bosco da Escola Primária e da Missão. No princípio, o Lar tinha 65 rapazes. Quando nós chegamos, o Lar estava bastante descurado. Os rapazes fizeram festa com a nossa chegada. Éramos, pensavam eles, a sua salvação. Começamos pouco a pouco a melhorar o ambiente. Iniciamos pela alimentação. Aquilo era farinha e arroz, arroz e farinha. A nossa primeira preocupação foi variar mais a comida. Quando chegou o Ir. Fraga, que era muito bom cozinheiro, começou a orientar a cozinha e conseguimos melhorar bastante. O nível dos estudos também melhorou muito. O Pe. Estanislau era muito bom professor. O Ir. Fraga também era um professor muito bom e muito zeloso. E claro, nós procurávamos levantar o nível dos estudos. O ambiente tornava-se cada vez melhor e o número dos rapazes também aumentava. Iniciamos em 1956 com 65 e em 1959 já eram 100. Chegamos a um máximo de 106 rapazes. - Quantos eram os salesianos assistentes? - Éramos dois: o Ir. Fraga e eu. Havia dois rapazes dos maiores, muito bons, que nos ajudavam na assistência. Eram muito responsáveis. Quanto tínhamos que nos ausentar, eles assumiam a assistência e davam conta do recado muito bom. A vida do Lar corria muito bem, mas o ambiente exigia reformas. Decidiu-se então construir um novo edifício. O P. Geraldo, que era Director na época, arregaçou as mangas e meteu mãos à obra. Em 1975, já inaugurávamos as novas instalações, mais amplas e mais confortáveis, instalações que no ano seguinte foram nacionalizadas.» (Tirado do livro ‘Francisco de Oliveira’, pp.45-47)


Na Basilica de Maria Auxiliadora, em Turim, a cidade onde D.Bosco desenvolveu o carisma salesiano e desde onde espalhou ao mundo todo este dom do Espírito Santo para a Igreja e para os jovens, encontramse os restos de D.Bosco. Poucos anos atrás, aquando da renovação de toda a Basílica, tirou-se por primeira vez, após a sua Beatificação em 1928, os restos de D.Bosco da urna onde são guardados e venerados. Na terra de D.Bosco, os cristãos têm o costume de colocar os restos dos seus santos, principalmente os mais importantes ou famosos, em imagens que reproduzem o corpo do santo. Estas fotografias são da imagem autêntica que guarda os restos de D. Bosco no seu interior. Está revestido de sacerdote. É importante, porque a cara e as mãos foram feitas a partir das máscaras de gesso que foram feitas a D. Bosco no mesmo dia da sua morte e que serviram para realizar fielmente esta imagem.

No ano 2015 celebraremos os 200 anos do nascimento de São João Bosco. Este é o motivo principal pelo qual o Reitor Mor, Padre Pascual Chávez, quis que esta imagem do santo dos jovens peregrinasse por todas as Províncias Salesianas do mundo inteiro.

Esta peregrinação tem como objectivo importante reavivar na Família Salesiana o ímpeto apostólico e o nosso compromisso de trabalhar no meio dos jovens pobres e abandonados, e para que a lembrança do testemunho de D.Bosco no meio das nossas Casas Salesianas, faça crescer em nós o desejo da santidade. Toda a Família Salesiana do mundo reunir-se-á para rezar junto à imagem, formando uma comunidade de fiéis chamada por Cristo à santidade, que deseja santificar-se seguindo o exemplo de Dom Bosco. Rezando junto a Dom Bosco, pequenos e grandes colocarão em suas mãos tantas orações e intenções para que ele, que tanto amou o Senhor, possa interceder por eles. A peregrinação iniciada em 2009 terminará em 2014.


5) Não recebemos um morto! Não recebemos uma imagem muda! Recebemos uma relíquia de Dom Bosco, algo que foi da sua pessoa (neste caso a mão direita que ficou conservada naturalmente). Recebemos na relíquia, que está dentro da imagem, a presença viva de Dom Bosco. Muitos se perguntam pelo significado deste peregrinação da visita de Dom Bosco. Outros, mais curiosos, perguntam : É o corpo de Dom Bosco que vem? É só uma imagem? Outros, tal vez mais assustados, pensavam que era Dom Bosco ‘morto’ que vinha até nós e, como isso é possível, se ele já morreu há mais de 100 anos? Vamos procurar dar respostas a tudo isto esperando poder satisfazer as autênticas curiosidades: 1) É providencial que a relíquia de D.Bosco nos visite durante o tempo de Páscoa. È à luz da Páscoa, do Cristo Ressuscitado, que tem sentido aquilo que os cristãos, desde os primeiros tempos faziam: sepultar e guardar com carinho e respeito os corpos dos defuntos baptizados, ‘templos do Espírito Santo’, chamados a ressuscitar como o corpo crucificado de Cristo que ressuscitou ao terceiro dia. 2) Após diversas circunstâncias históricas, os cristãos foram conservando de maneira especial os corpos dos Mártires, daqueles que deram a vida por ser fiéis ao Senhor Jesus. Os seus lugares de martírio, as suas sepulturas, os seus corpos, os seus objectos pessoais, converteram -se em SINAIS (=RELÍQUIAS) vivos e presentes daqueles que já consideram VIVOS em Cristo Ressuscitado. Nasceu, assim, a veneração e o respeito pelas relíquias dos mártires, das relíquias dos santos e das santas. 3) Os povos e as pessoas precisamos de ’sinais’ que nos ajudem a comunicar crenças, sentimentos, experiências íntimas que muitas vezes as palavras não conseguem

transmitir. Lembramos, por exemplo, há pouco tempo no nosso país, a marcha da ‘Chama da Unidade’ por todo Moçambique. Como ela era recebida com cantos, danças, pelas autoridades e pelo povo. Materialmente falando era um simples objecto. Simbolicamente, era um SINAL que queria servir de COMUNHÃO entre todo o povo moçambicano. Este era o seu valor autêntico!

Por isso fazemos festa, vamos cantar, dançar, alegrarmo-nos e, sobretudo, vamos rezar muito ao nosso Pai: + rezar pelos seus queridos jovens de Moçambique, de maneira especial, aqueles que ainda não

Em todas as festas nacionais de Moçambique, autoridades, instituições e povo vai fazer a deposição das flores na Praça dos Heróis, lugar onde se conservam os restos dos heróis da pátria. Os restos dos heróis são sinais daquilo que eles foram para o país e por isso o lugar onde se guardam é um lugar de respeito, de carinho, de união moçambicana. 4) Receber a visita da ‘relíquia’ de um santo, neste caso de São João Bosco, Fundador da Família Salesiana e Apóstolo dos Jovens, é uma grande alegria para todos nós, é um ‘orgulho’ para nós cristãos receber este ‘SINAL’ concreto daquele homem que fez da sua vida uma doação para Jesus e para os jovens pobres. Receber este SINAL DE DOM BOSCO é como tornar mais vivo o significado da sua pessoa e do seu carisma no meio dos seus filhos e filhas salesianos de Moçambique.

conhecem Jesus, aqueles que vivem na pobreza material, aqueles que vivem escravos de atitudes e comportamentos que não lhes deixam ser mais livres e felizes. + rezar pela sua Família Salesiana que está em Moçambique: Salesianos e Salesianas, Cooperadores, Admas, Antigos/as Alunos/as. + rezar por todos os destinatários das obras salesianas: os Bispos, as dioceses, as paróquias, as famílias, os doentes, os professores.


Rezando a historia Pai, nós vos damos graças por terdes oferecido ao povo moçambicano, o dom do carisma salesiano. Agradecemos a pequena semente que há sessenta anos germinou e se desenvolveu estendendo-se hoje pela nossa terra. Agradecemos o sonho, o entusiasmo e a fé das primeiras irmãs, Fortalecidas com o Pão Eucarístico e o Vinho Carismático. Agradecemos o sangue oferecido, a esperança e a audácia das que permaneceram nos tempos difíceis da nossa história. Agradecemos o amor de todas as que vieram, nasceram e cresceram nesta árvore que quer ser sombra que acolhe, escola que educa, doação que promove apontando a santidade. Senhor queremos comprometer-nos: A oferecer a Igreja o testemunho evangélico, através da nossa dedicação apostólica; A reavivar o fogo das origens assimilando as constituições, oferecendo aos jovens o verdadeiro rosto salesiano; A fazer resplandecer este Monumento vivo de gratidão a Maria Auxiliadora. Seja Ela, hoje como ontem a tomar a dianteira conduzindo-nos ao encontro de Cristo seu Filho e com Ele ao encontro de todos os nossos destinatários. Ámen. Fma - Inspectoria S. João Bosco Moçambique


O BS entrevistou à Provincial das Filhas de Maria Auxiliadora de Moçambique, Ir. Paula Cristina Langa, para que ela, desde o seu serviço Inspectorial nos fale do signficado desta data jubilar para o Instituto que está em Moçambique.

Ir. Paula, como vão celebrar estes 60 anos? Nós já estamos no ano celebrativo, já estamos a celebrar os 60 anos que foram abertos no ano passado com a celebração do Seminário sobre o Sistema Preventivo realizado nas grandes zonas onde estamos presentes, o norte e o sul, e a comunidade do centro que se agregou ao sul, e foi uma experiência marcante para toda a Província e a Comunidade Educativa. Este ano continuam as celebrações com vários momentos, entre estes o acolhimento da urna de D.Bosco para todas as nossas comunidades, Comunidades Educativas e jovens. E logo a seguir a Visita Canónica da nossa irmã do Conselho Geral, Ir. Alaide que vem renovar-nos na nossa caminhada de fidelidade a Cristo como consagradas; fidelidade ao carisma salesiano e no

empenho de inculturar este dom carismático na nossa realidade. E o momento culminante destes 60 anos será a visita da nossa Madre G e r a l, Madre Ivonne, que vai se realizar no mês de Outubro. Por tanto é todo um ano que celebramos a Vida e uma Vida que nos compromete a uma fidelidade cada vez mais autêntica e sempre cada vez mais doada à juventude que o Senhor nos oferece a cuidar.

Como Provincial, quais seriam os seus dois ou três sonhos, fruto destes 60 anos para o futuro da Inspectoria? O primeiro, seria aquele de agradecer a Deus pelo dom da vocação que Ele mesmo vai continuando a dar na nossa Inspectoria, e o grande sonho é que, na verdade, muitos jovens sejam, estejam abertos ao chamado do Senhor, os jovens das nossas presenças e também aqueles onde não estamos, mas que dalguma maneira escutam, acolhem o carisma salesiano. Outro grande sonho é aquele de procurarmos viver na autenticidade, na coerência, o dom do carisma que nós recebemos, sentindo que o carisma está nas nossas mãos não para ficar agarrado entre nós, mas para ser um dom a ser partilhado nesta Igreja local de Moçambique e também abertas à missionariedade, porque é um dom que recebemos de missionárias audazes, corajosas, que vieram e nós também toca agora esta abertura a

darmos, partilharmos o dom que recebemos. E o terceiro grande sonho é aquele de continuarmos a ser na nossa Igreja de Moçambique uma presença de qualidade, continuarmos a alargar a presença na medida do possível, para que Cristo, Dom Bosco e Madre Mazzarello, seja conhecido e amado em todo Moçambique e em toda África, por assim dizer.

E para terminar, uma ultima pergunta: qual pensa que é a mensagem que Dom Bosco e Madre Mazzarello podem oferecer hoje aos jovens de Moçambique? Eu penso que a primeira mensagem que Dom Bosco e Madre Mazzarello oferecem é aquela de acreditar nos jovens, acreditar nas possibilidades que os jovens tem, porque Moçambique e África é um continente jovem e nós estamos aqui justamente para fazer passar esta esperança, este acreditar na juventude que existe em nós. E Dom Bosco e Madre Mazzarello não só acreditam mas também confiam nesta juventude que é capaz de chegar a outros jovens. Porque penso que o grande desafio é este: sentirmos que o carisma salesiano chegará a todos se nós seremos capazes de formar animadores, formarmos aqueles jovens capazes de transmitir a experiência aos outros, por isso, jovens multiplicadores, jovens testemunhas daquilo que eles acreditam.




Os primeiros destinatários do Dia Missionário Salesiano (DMS) somos nós mesmos, Salesianos de Dom Bosco... Queremos apresentar quatro objetivos específicos para o DMS 2012: 1 Como discípulos, colocar a Palavra de Deus no centro da nossa vida Só quem se esforça todos os dias para colocar Jesus no centro da sua vida poderá ser Evangelho vivo para os outros. Para narrar Jesus aos jovens, somos chamados primeiramente a encontrá-lo e compartilhá-lo em nossas comunidades. Só poderá narrá-lo aos jovens quem escutar Jesus em profundidade, quem fizer experiência profunda de Deus! 2 Como apóstolos, compartilhar a experiência de Jesus Cristo com os jovens Só quem escuta os jovens com todo o coração, será escutado por eles. Assim Jesus poderá entrar na vida dos jovens mediante o nosso testemunho e a nossa narração comunitária e pessoal. Como filhos de Dom Bosco, somos chamados a comunicar em raio amplo: nos encontros educativos com os jovens, nas pequenas comunidades cristãs, mediante o rádio, a TV, pela Internet, nas redes sociais ou através de blogues, do teatro ou da música. 3 Tornar conhecidas as dinâmicas do 1º Congresso Missionário da Ásia A convicção de que o melhor caminho para proclamar o Evangelho na Ásia é a narração de experiências pessoais com Jesus foi escolhida, oito anos depois, como tema de fundo do 1º Congresso Missionário da Ásia.

Se compartilhamos a vida de Jesus como amigos, são muitos os interessados em saber mais sobre ele. Para ser escutado devo fazer-me amigo e escutar em profundidade a gente próxima de mim. 4 Ajudar uma presença de fronteira na Ásia Como cada ano, queremos ajudar também com fundos financeiros para realizar um projeto missioná-

rio na Ásia, em Orissa (Inspetoría da Índia-Hyderabad). Essa presença de fronteira está nos inícios. Uma saudação fraterna, implorando o Auxílio de Maria Mãe e Auxiliadora de todos os Salesianos, colaboradores leigos e jovens que falam de Jesus aos jovens! P. Václav Klement P. Filiberto González


O SSCS foi publicado no ano passado e é um conjunto de directrizes para a Congregação Salesiana, após vários anos de trabalho e de reflexão de muitas equipas. Em cada publicação do BS iremos colocando as ideias importantes de este documento para criarmos esta mentalidade que nos leve a saber ‘estar educativamente’ no novo ‘continente’ da comunicação social como o chamou o Papa Bento XVI.

A NOVIDADE DO CONTINENTE ‘DIGITAL’ ‘Posso assegurar que nos encontramos diante da mais bela e mais desafiadora oportunidade de evangelização-educação, a do continente mais salesiano porque é o continente que congrega mais adolescentes e jovens e que tem maior necessidade de atualização e aplicação do Sistema Preventivo, onde a manifestação do amor de Deus é mais indispensável: o continente digital, no qual convivem da mesma maneira ricos e pobres, crentes e agnósticos.’ (Prefácio)

UM DESAFIO: ‘A formação dos salesianos, dos colaboradores e dos jovens à Comunicação Social é prioritária. As novas vocações de consagrados e as gerações de adolescentes e jovens aos quais somos enviados pertencem a uma nova era e a um novo continente no qual vivem... Uma formação que desconhece ou não valoriza suficientemente aquilo que é obvio corre o risco de não dispor de novas vocações, de não inculturar o Evangelho e de não conseguir fazer-se compreender pelos destinatários’ (P. Filiberto González , Conselheiro Geral para a CS - Prefácio)

Para acompanhar a visita de D.Bosco em África e em Moçambique, visita o seguinte blog:

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D.Bosco quis fazer-se uma fotografia escrevendo, como a lembrar aos seus filhos e filhas que a ‘comunicação’ é uma das tarefas educativas a desenvolver na nossa missão e utilizando os meios de cada época.


No dia 29 de Janeiro, na presença de muitos membros da F.S., o Regional de Àfrica, P. Basañes, abençoou e inaugurou na Matola o Centro de Espiritualidade ‘Emaús’.

Primeiro encontro dos vocacionados salesianos das presenças do sul, realizado no dia 25 de Março no Cemaús e animado pela comissão de Pastoral Vocacional.

O P. Catonda e o P. Bambo animaram encontros vocacionais entre os jovens das presenças salesianas de Inharrime, Matundo (foto), Zowuè e Moatize..

No Cemaús, deu inicio no dia 24 de Março o 1º encontro de Formação dos Animadores dos grupos juvenís das presenças do sul. Na imagem um momento de dinâmicas.

Na Escola Comunitária ‘Dom Bosco’ de Infulene, das FMA, as crianças participaram muito animadas num campeonato sobre Dom Bosco como preparação para a visita da relíquia de Dom Bosco àquela sua escola.


No dia 24 de Março, no Centro de Espiritualidade Emaús, de Matola, deu início mais um curso anual de Formação de Animadores dos grupos juvenís. Este ano não só o lugar do cursos é novo (Matola), mas a sua organização foi remodelada totalmente de acordo com os coordenadores sdb de pastoral. O curso passa a ser anual e dado ao sábado, uma vez por mês, terminando com um encontro de três dias ao final do ano. Pretende-se com isso, agilizar a formação e responder ao desafio da mobilidade da vida dos jovens. A formação concentrada permite que eles possam realizar mais rapidamente o seu serviço melhorado nos grupos. Apresentamos alguns testemunhos de vários animadores que participaram neste primeiro encontro de 2012.

Chamo-me Sarmento Alberto, sou natural de Maputo, tenho 19 anos e sou finalista da 12ª classe. Sou animador na Missão de São José de Lhanguene dos grupos de fé ADS 1, trabalho com as crianças e dou alfabetização no Oratório à tardinha. Sou animador desde Agosto de 2012 e ser animador é uma maneira de viver a minha fé, uma experiência de fe, uma caminho pelo qual posso chegar a uma vocação. Estou a gostar da experiência e acho que é muito boa e que todos os jovens deviam de passar por ela e com ela podiam descobrir certos valores morais que possam ajudar para o desenvolvimento da sociedade. Ser animador exige muito sacrifício e muita dedicação. Não basta só dizer sim, é preciso dar testemunho do nosso sim. Mas, vale a pena. É difícil mas no fim de tudo os frutos são muito bons. Na nossa vida temos uma missão que é de animar vidas, animar jovens. Então, não é necessário que todos sejamos animadores de um grupo de vida ou de uma paróquia para que sejamos animadores. Lá no bairro, lá em casa, podemos fazer isso.

Sou Maria Laura, natural de Maputo e tenho 18 anos de idade. Agora estou a estudar 12ª classe. Pertenço à Comunidade cristã de Maria Auxiliadora, na Unidade 7 (Bairro do Jardim), onde já levo 3 anos sendo animadora. Se houver uma palavra para simbolizar o meu trabalho de animadora seria: alegria. Alegrame estar lá com aquelas crianças. A gente aprende muito: aprende a lidar com vários tipos de crianças. Há crianças mais rebeldes, há crianças mais pacientes, há tímidas, há crianças mais explosivas que falam... O trabalho com os outros animadores também é bonito e nos ajudamos uns aos outros. Uma qualidade boa para um animador é a paciência. De Dom Bosco gosto tudo nele, mas aquilo que me toca no coração é a sua santidade. O seu sorriso, sempre um sorriso no seu rosto. Isso é muito positivo. Também vos digo que ser cristão ajuda a ser um bom animador. Porque como cristãos nós ajudamos aos outros. As crianças tem de aprender de nós. Temos de convidar as crianças para ir a catequese, para ser baptizadas, para poder confessar, participar da Eucaristia, fazer a leitura da Palavra de Deus. Muita coisa podemos aprender e ensinar as crianças sendo animadores cristãos. Acho que este curso de formação de animadores é muito bom porque assim os jovens não se limitam lá no oratório e nos grupos. É uma preparação para encarar as crianças e os jovens. É muito positivo, é muito bom.


O BS fez teve um pequeno diálogo com o autor da canção ‘Homenagem a Dom Bosco’, Assane Iussufo. Transcrevemos algumas das suas palavras e agradecemos a sua colaboração. BS: Assane, compositor da letra e música da canção a Dom Bosco. Quantos anos tens e desde quando conheces aos Salesianos e a Dom Bosco? Assane: Tenho 26 anos de idade. Conheço aos Salesianos desde Janeiro de 2010 até hoje. Conheci a Dom Bosco durante a formação que tive nestes dois anos na Escola Profissional de Moamba, e consegui viver durante dois anos com eles no internato, e graças a isso consegui conhecer aos Salesianos. BS: Por que fizeste a canção? Assane: Amo a Dom Bosco e quando vi que se queria uma canção dedicada a Dom Bosco, eu conseguir encarar aquilo com entusiasmo e fiz a canção com todo o gosto. BS: A letra e a música foi tudo teu? Assane: Sim. Consegui tudo. Graças a Deus.

fazer

BS: Fizeste a canção por que tu gostas de Dom Bosco. Assane: Sim, gosto de D. Bosco, gosto muito. BS: E tu que gostarias que os jovens sentissem quando escutem esta tua canção a Dom Bosco. Assane: Eu gostaria que apelasse a todos os jovens moçambicanos, que devemos levar a esta comunidade mais além, através desta canção e também encararmos a religião que ele nos educam, os salesianos, que é isso o mais importante para todos os jovens moçambicanos... Não podem dizer, só pode ser Assane a fazer isso! Todos nós, deveriamos encarar, para alcançarmos e levar adiante o nosso país, Moçambique.

- - Letra da canção a Dom Bosco - 1 Dom Bosco, Dom Bosco, Dom Bosco cantamos os teus louvores. Foste um pai da juventude na tristeza, na alegria e na dor. Em união agradecemos em nome de toda a juventude Pelo acolhimento em tua casa, com a juventude anunciamos as tuas graças. Coro Parabéns a Dom Bosco pelo dom concedido, Vinde a nós, em Moçambique será acolhido (2x) 2 Dom Bosco, Dom Bosco, huuuuu(3x) Foste um pai da juventude, dos órfãos e abandonados. Construíste muitas obras que hoje em dia não saem da lembrança. Por isso nós te recebemos anunciando a tua santidade. Coro 3 Santo pai, santo mestre, santo amigo, oh São João Bosco. Venha a nós iluminar nesta terra que te acolheu. O teu nome viverá nos corações dos jovens desta terra. Lutaremos como jovens anunciando sempre o teu nome. Coro


DIA

LUGAR

HORAS DA VISITA

15 Abril

Chegada a Moçambique

18,00 h.

16 Abril

Maputo Visitadoria Sdb

Todo o dia

17 Abril

Infulene Fma

08,30 h a 13,00 h

Jardim-Casa M. Rosetta Fma

13,30 h a 16,30 h

Maputo Catedral

17,30 h a 19,30 h

Maputo Casa Provincial Fma

20,00 h a 06,30 h

Namaacha Sdb e Fma

08,00 h a 16,00 h

Matola Sdb

17,30 h a 07,00 h

Moamba Sdb

08,00 h a 13,00 h

Inharrime Sdb e Fma

19,00 chegada de Maputo

Inharrime Sdb e Fma

12,00 saída para Maputo

Maputo-Bagamoyo Orionitas

18,00 h a 20,00

Instituto Superior D.Bosco

08,30 h a 14,00 h

Paróquia do Jardim

14,30 h a 06,30 h (domingo)

22 Abril

Missão de São Jose

07,00 h a 21,00 h

23 Abril

Pemba Fma

12,00 h a 9,00 h (dia 24)

24 Abril

Chiúre Fma

11,00 h a 07,00 h (dia 25)

25 Abril

Nacala Fma

11,30 h a 07,00 (dia 26)

26 Abril

Nampula Fma

10,00 h a 15,00 h

Tete-Matundo Sdb

17,30 h a 20,30 (dia 27)

27 Abril

Moatize Sdb e Fma

21,00 h chegada de Tete

28 Abril

Zobwuè Sdb

06,00 h a 15,00 h

Moatize Fma

18,00 h a 07,00 h (dia 29)

29 Abril

Moatize Sdb

07,30 h a 21,00 h

30 Abril

Escola Missão Moatize

8,00 h - 13,00 h

30 Abril

Despedida da relíquia

15,00 h

18 Abril 19 Abril 20 Abril 21 Abril


REGULAMENTO 1)

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5)

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Participa no concurso qualquer pessoa enviando as suas fotografias realizadas durante a visita da relíquia de Dom Bosco em Moçambique. Serão escolhidas as 5 melhores fotografias, que serão publicadas no próximo Boletim Salesiano de Maio-Junho. O júri terá em conta as seguintes características: criatividade, qualidade da imagem (boa resolução), originalidade. Cada pessoa pode enviar as fotografias que quiser, o importante é sempre respeitar o tema sobre a visita da relíquia de D. Bosco. Devem ser enviadas ao e-mail do Boletim Salesiano: antes do dia 5 de Maio de 2102.


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