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UM FUTURO

por Caroline Kellen, João Francisco

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Você tem que escolher o que quer fazer da vida. Tem que trabalhar. Tem que parar de se escorar na sua família. Tem que ser independente. Tem que se encontrar logo. “É como se nada que fizéssemos fosse suficiente, ou tudo tá errado”, desabafa Jaine, 20 anos.

Jaine quer ser a primeira pessoa graduada da sua família, mas o tamanho do sonho fez com que ela tivesse dificuldade para decidir qual caminho seguir, ao passo que enfrentava a falta de apoio de pessoas próximas.

E a estudante não está sozinha. Sobrecargados de dúvidas, somam-se os jovens presos na inércia – em 2018, 23% dos brasileiros entre 15 e 24 anos não estavam trabalhando nem estudando, segundo pesquisa do Banco Interamericano de Desenvolvimento.

Satya Doyle é psicoterapeuta nos Estados Unidos e escreveu um livro para entender o que está acontecendo com os novos adultos. Ela conta que o cenário socioeconômico colocou em xeque marcos considerados importantes para o início da vida, imergindo os jovens em uma onda de procura existencial. “Se as pessoas estão questionando as estabilidades do planeta e os governos sob os quais vivem, participar cegamente da economia ou constituir uma família deixa de ser o suficiente”.

“Dá a entender que a nossa geração não quer grandes desafios, nada com a dureza, justamente porque muitas vezes o que está no campo do conhecido e foi apresentado como a vida possível para a gente não in -

(Relatório Banco Interamericano de Desenvolvimento 2018)

(Enade 2017)

(Ipsos 2018)

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