Trajetória de vida, acadêmica e profissional

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Trajetória de vida, acadêmica e profissional

Sou originária do interior de Okinawa

Um simples lírio branco

Que aqui no Brasil floresceu

Quem eu sou:

Sou caleidoscópio, feita por multiplas pedrinhas que dançam e formas diversas imagens quando se movimentam. Sou fruto das histórias que ouvi, dos caminhos que percorri e da estrada dos que vieram antes de mim. Sou encontros e desencontros.

Nasci, parida em casa, no bairro da liberdade por Dona Mieko. As primeiras mãos que conheci foram as mãos do meu pai Walter E logo mais conheceria minha irmã Erika

Ainda havia, minha outra irmã Maíra, filha do primeiro casamento de meu pai com Vera Viana.

Mariko: filha de Walter e Mieko, neta de Seian, Yoshiko, Kesako e Minoru, meus "Odiisans (avôs) " e "Obatians (avós)" , Mariko, neta do projeto de imigração do século XX, pós "fim" do uso da mão de obra escravizada africana. Mariko, neta do projeto de "embranquecimento" da população brasileira. Mariko, neta do projeto de colonização e dominação do Reino de Ryukuu (Okinawa) por parte do "Japão", da Inglaterra e posteriomente dos Estados Unidos. Mariko, a miscigenação da etnia Yamatunchu com a etnia Uchinanchu.

Olhar para minha história (e consequentemente a história da minha família) é constatar a complexidade da vida com suas contradições, mediações e significados. É compreender que as relações sociais são complexas como novelos cheios de nós.

Foto 1: Acervo pessoal
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Foto 2: Acervo pessoal

Eu cresci com uma trilha sonora diversa:

Musicas de pessoas que resistiram a ditadura militar sempre ecoaram na vitrola de casa. Não me lembro quando foi a primeira vez que escutei sobre os horrores da ditadura, mas acredito que tenha sido enquanto escutávamos essas músicas. Em minha família há as marcas e as dores de resistência à ditadura. Enquanto meu tio compôs a lista de foragidos condenados por infringir a Lei de Segurança Nacional enquanto estava exilado no Chile, meu pai e meu "tio" Turquinho vivenciaram os horrores da repressão UnB e em Brasília.

Vídeo 1 - Minha Jangada vai sair pro mar Vídeo 2 - Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores
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Foto 3: Recorte de documento do Poder Judiciário - Justiça Militar

Meu pai, estudante da UnB durante o período da ditadura militar, participou de atividades e foi vítima de repressões. Chegou a ser preso uma vez. Acolheu em sua casa pessoas perseguidas. Ele foi perseguido político. Junto da primeira esposa, mudaram-se para Argélia. Moraram em Argélia e na França, mas nas palavras dela estavam de passagem. Uma das minhas grandes memórias, é meu pai com "Turquinho", na UnB, olhando o memorial de alunos e alunas assassinados durante o período da ditadura militar, rememorando suas vivências e de outros alunos da universidade, dentre deles

Honestino

Ao mesmo tempo, no tocador de fitas, ecoava-se também músicas japonesas e uchinaguchis (Uchina outra forma de se referir a Região de Okinawa, antigo Reino de Ryukuu):

Vídeo 3 -Furusato
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Vídeo 4-Okinawa Taiko

“Não importa quão profunda seja a exceção específica, não importa o quanto um único oriental possa escapar das cercas colocadas ao seu redor, ele é primeiro um oriental, segundo um ser humano e por último mais uma vez um oriental (SAID Edward, 2003, p 141)

O texto abaixo, escrito em 2017 sintetiza parte do meu processo de compreensão de quem eu sou enquanto brasileira amarela. Estar em contato com reflexões feitas por canais como Yo Ban Boo, sites como Okinawando e Outra Coluna , pesquisadores como Edward Said, Lais Miwa Higa e Poroiwak, Victor Hugo Kebbe, artistas como Viviane Sakahara (Figura 1 e 2), Lais Ezawa (Figura 3), Papoulas Douradas (Figura 4), Ingrid Lee, Monge Han, Leo Hwan, Lian Tai e Hiromi que traz um importante resgate de Hajichis (tatuagens feita em mulheres Uchinas - Figura 5), me fizeram e me fazem refletir quem eu sou e o espaço que ocupo nesse país, entre privilégios e opressões, subjugada por uma branquitude que tenta nos embranquecer e utilizar como minoria modelo para oprimir outras minorias e grupos étnicos, nos oprime, rouba e esconde nossa história, utiliza-nos como alívio cômico, fetichiza os corpos femininos e desmasculiniza corpos masculino e nos trata como "perigo amarelo" quando convém, ao mesmo tempo, reconhecendo nossos privilégios em relação a outros grupos como indígenas e pessoas negras (Figura 6 e 7)

Documentários como Okinawa- Santos de 2022, o filme Corações Sujos, a Série feita pela Pietá Filmes: Nipobrasileiros tem feito o resgate de memórias invisibilizadas e silenciadas, em diversas vezes inclusive como forma de sobrevivência. Estar em contato com essas discussões me fez além de compreender que diversas vivências não são individuais mas coletivas, aprender a nomear agressões e microagressões vividas, além de conhecer mais acerca da minha história, como questionar a partir de outros conteudos se minhas hibatchans (bisavós) tinham hajichis (tatuagens do povo Uchina) e descobrir que sim. Assim, a partir da memória coletiva, descubro mais sobre minha memória ancestral.

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Figura 1, Figura 2: Coletânea de artes produzidas por Viviane Mayumi Sakahara Figura 3: "Brasileira" de Lais Ezawa Figura 4: "Existe mais Japão" de Paola Yuu Tabata Figura 5: Hajichi
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Figura 6: Cartaz Stop Asian Hate e Black Still Matter - Movimentos que caminharam juntos no período da pandemia (mas não só nesse período)

Mas que absurdo, Talvez você seja surdo

E eu tenha que mais uma vez gritar

Que não, Eu não sou obrigada a te responder

Quando você me perguntar o tamanho de um pinto de japonês

Não, Eu não sou obrigada a te explicar

Que não é do Japão o famoso pastel ou frango xadrez.

E não preciso te dizer

Que Japão, China, Coréia, Não é tudo o mesmo lugar.

Quando você me pergunta de onde eu sou

Você tira de mim

Minhas raízes, Minha identidade

E meu lugar.

Quanto você diz, Que é só matar um japonês por dia, Que você entra na faculdade, Você desrespeita minha história Que com mãos na enxada

E suor no rosto

Ajudaram a construir

Esse SEU Brasil.

Talvez você ignore, Que nessa história do Brasil

Fizeram questão de nos usar

E de nos silenciar

Diversas vezes

Como por exemplo

Durante as guerras

Tiraram dos meus avós

Aquela língua

Que era a língua deles.

Forçaram eles a aprenderem

Esse belo português

E quiseram apagar

O japonês

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Figura 7: Triangulação Racial entre Negros, Brancos e Asiaticos Americanos

Talvez isso não te contaram. Que durante as guerras

Se você falasse japonês

Você era perseguido, punido. Afinal, era a língua do inimigo.

Tentaram tirar a língua, Tentaram tirar a cultura, Usaram essa mão de obra

Pra fazer andar

A locomotiva desse país.

Essa pátria amada

Que a todo momento

Você faz o favor de lembrar

Que é SUA pátria, E não a minha.

Todas as vezes que me pergunta:

-E você, da onde você é?

-Não, não aqui do Brasil, mas daonde você veio?

Talvez eu precise te lembrar, De uma coisa que eu espero que você já saiba

Que tudo isso tem nome, Que isso é racismo.

Por mais que na minha cabeça, Ainda esteja tudo muito confuso

Eu preciso dizer, eu preciso

GRITAR

Pra que você pare de me silenciar

Pra que talvez eu e você entenda

Que eu sou brasileira.

Que esse país, Meus ascendentes ajudaram a construir

Era Vargas – PRESENTE

Segunda Guerra Mundial – PRESENTE

Combate a Ditadura – PRESENTE

Exílio - PRESENTE

Diretas Já – PRESENTE

Luta pela democracia – PRESENTE

Então olhe bem nos meus olhos, Ou melhor, Olhe bem para além dos meus olhos

Antes de duvidar se eu sou “daqui”

Talvez me falte respeito, Ou não,

Eu bato mesmo no peito

E digo que tenho NOME, SOBRENOME, HISTÓRIA, IDENTIDADE

E dessa luta não me retiro.

E exijo que não faça de mim

Instrumento pra reforçar o seu RACISMO

Não sou Arigato, Sayonara

Nem Sushi, nem Sashimi

E exijo que não faça de mim, Ou da minha história

Instrumento pra reforçar o seu MACHISMO.

E não me veja me usar

Como métrica de comparação

Da famosa minoria modelo

Para reforçar em outras minorias

Suas formas de OPRESSÃO.

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Demorei anos, talvez quase duas décadas para me entender como brasileira. Realmente brasileira, não como a informação “nacionalidade” do RG. Eu, neta de imigrantes japoneses, nascida no Brasil, historicamente lida como estrangeira em minha própria pátria e permeada por olhares orientalistas. Entender minhas vivências como vivências legítimas brasileiras. Inclusive a vivência do estranhamento. Desde a minha infância, perguntas como “Da onde você é?” ou perguntas sobre a cultura japonesa perpassaram minhas relações. Pedir para eu falar “alguma coisa em japonês”, comentários sobre minha aparência, questionamentos sobre hábitos alimentares, expectativas e leituras sobre mim. Na minha infância, para além de questionamentos "curiosos" comida japonesa, ao contrário da moda que se tem hoje, era algo que desencadeava reações de nojo.

Compreender quem eu sou e meus movimentos, que ora tende querer resgatar minha trajetória nipo-brasileira e a memória diaspórica feita por esse povo, buscando relatos, me aproximando da cultura a partir de comidas, filmes, músicas, J-dramas e do contato linguístico e ora busca se afastar e reforçar vivências e elementos ditos "brasileiros"/ocidentalizados do país em meus pais e eu nascemos como o apreço a feijoada e café, ao MPB eao funk, ao meu livro favorito: "Meu pé de laranja lima" .

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Figura 8 e 9: Arte de Marília Marz sobre o bairro da liberdade

É nesse processo que descubro que o bairro da Liberdade, onde eu nasci e passei parte da minha infância, conhecido como "bairro oriental" ou bairro japonês, carrega em seu nome e nesse territória história de resistência negra Descobri a história de Chaguinhas, da capela dos aflitos e da Igreja Santa Cruz da Alma dos Enforcados. Assim, descobri que a igrejinha que ficava no fim de uma rua em que paravámos - eu, minha mãe e minha irmã- para beber água de coco quando voltávamos da escola era um dos últimos símbolos do cemitério de pessoas escravizadas e pessoas pobres que ali existiu. É nesse território que ouço pela primeira vez as histórias da minha família, de onde eu vim e quais as lutas meus ancestrais tiveram.

História essa que a cada dia descubro um elemento novo História que passa por uma família históricamente rica de Okinawa que por conta da crise que o Japão estava passando, abandona seu país de origem e cruza o globo terrestre, que passa pela produção de banana e sua exportação. (que passa também por uma leitura sócio-histórica de que se amarelos puderam plantar e ganhar terras é também porque negros e indígenas foram marginalizados e excluídos). Uma família divida pela II Guerra Mundial. Há na família por parte de pai, a história que meu avô foi denunciado por falar e ensinar japonês nesse período e que soltados tentaram leva-lo, enquanto minha avó afirmou que somente o levariam por cima de seu cadáver. Ao final, desistiram de leva-lo. A família que teve de lidar com a briga entre vitoriosos e derrotistas (Shindo Renmei). Uma família que viveu os horrores da ditadura militar e participou ativamente do processo de redemocratização. Uma família que não participou da história do Brasil de forma passiva, mas fomentou na organização entre trabalhadores, posteriormente a organização para trazer seus filhos de Okinawa e na criação de uma Associação e de outros espaços nipo brasileiros

Destaco aqui, a importância da pesquisa a partir da história oral. Por meio do arquivo virtual da história dos imigrantes da USP pude encontrar parte da história da minha família pouco contata devido a imensa dor que permeiam essa narrativa, podendo ser lido o relato do meu tio no link:

http://www.historiasmigrantes.com.br/index.php/testemunhos/693tes-24-jorge-hanashiro

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Por parte de mãe, a história descende de duas famílias que imigraram do Japão para o Brasil nos anos de 1930 ou 32. A familia da Obatian(Avó) veio (da região de)Yamanashi Ken e a família do Odisan(Avô) de Aichi Ken. Ambos vieram com suas famílias durante o final da adolescência por conta da pobreza e da fome que o Japão se encontrava e inicialmente vieram trabalhar na colheita de algodão. Inicialmente quando vieram, as famílias foram iludidas com a proposta de que trabalhariam por cinco anos, ganhariam muito dinheiro e retornariam ao Japão, porém, não foi isso que aconteceu. Casaram-se por meio do Miai (casamento arranjado) e tiveram cinco filhos.

Minha mãe, nascida em Pereira Barreto, morou ainda em Andradina, Itapuí e Atibaia antes da família chegar em na cidade de São Paulo. Esse trânsito se deu na busca de melhores condições de vida e de trabalho, buscando um trabalho que não precisasse trabalhar para outras pessoas. Em Andradina, o Odisan tentou ter uma padaria e em Itapuí trabalhou com hortalícias.

Desde muito nova, ainda criança, rememora vender hortalícias de porta em porta antes do horário de ir para a escola, ao mesmo tempo ela relembra seu empenho por esportes como corrida e tênis de mesa e a paixão do meu ditchan por violino, chogui (jogo de tabuleiro) e beisebol.

Meu avô vítima do uso do agrotóxico no plantio de tomate, faleceu por intoxicação na cidade de Itapuí, quando minha mãe ainda tinha 10 anos. Assim minhã mãe rememora a luta da minha avó (uma mulher imigrante sem falar praticamente português, mãe de 5 filhos) pela subsistência.

Assim como na família de meu pai, na família da minha mãe há também o fato do meu avô também ter sido denunciado por falar e ensinar japonês durante o período da segunda Guerra Mundial.

Pela narrativa da minha mãe, uma história marcada por acesso (como a educação pública), mas também por escasses e privações. Minha mãe rememora por exemplo, de um professor que diversas vezes pagava a ela o lanche, pois sabia que ela estava com fome.

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Em outros momentos, minha mãe relembra vivências rurais alegres e afetivas com suas irmãs em pés de manga e em outras árvores frutíferas.

Ainda assim, parte da família acessa o ensino superior, fazendo parte então de uma minoria brasileira. Minha mãe cursou pedagogia em São Paulo e depois mudou-se para Curitiba em busca de uma melhor formação em "educação especial", sendo até hoje uma de suas paixões e ela rememora o tempo na educação de crianças com Sindrome de Down com muito carinho.

Em minha memória minha batian, ou como chamávamos em casa obatian do bosque (por morar na região do bosque da saúde em SP), ela era uma mulher reservada, que pouco saía. Na maior parte da minha memória, ela morava nessa casa, junto de minha tia Namie. Gostava de assistir NHk, canal japonês de televisão. Rememoro nessa casa, refeições como bacalhoada feita pela minha tia acompanhada de bentôs (marmitas jponesa) de rotiserias japonesas e chás que tomávamos ao final das refeições. Rememoro ainda na casa, lembraças totalmente nipobrasileiros como acender incenso para o Odisan no Butsudan (templo doméstico), oferencendo a ele a primeira porção da refeição e a parede de casa cheia de calendários. Essas memórias se misturam com itens guardados na casa e no porão que contam a história desses cinco irmãos, dentre eles, inúmeras revistas de receitas e de costura. A fonte era principalmente o meu tio mais velho, que possuia uma banca de jornal, mas reflete também pontos que uniam as três irmas: receitas, costura e tricô e croche. Na casa havia ainda inúmeros novelos de lã da minha tia Namie que rapidamente se tornavam cobertores, casacos, luvas e outros apetrechos para dar a seus sobrinhos.

Nessa casa, ainda, morei por poucos meses, quando assumi meu concurso na prefeitura de São Bernardo do Campo, que será contado na minha trajetória profissional (que será abordado posteriormete). No momento que morei nem minha Obatian nem minha tia residiam mais lá. Após o falecimento da minha avó em 2010, meu tio passou a residir lá e foi com ele que residi durante alguns meses.

Enquanto escrevia a história da família da minha mãe, segurava em minhas mão a guia de nanã, guia que pertenceu a minha tia Namie, numa tentativa sagrada de tentar me conectar com ela e a ela pedir inspiração.

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Ainda, para além da camada racial, minha história passa ainda por outra vivência que marca a trajetória da minha família e por consequência a minha. Meus pais dedicaram anos de sua vida na "Macrobiótica" ou "Escola de Autoeducação Vitalícia". Foi ali que dedicaram décadas de suas vidas, que se conheceram, que se casaram por meio de um Miai pelo líder dessa escola. É dele também que recebo meu nome. Passo os meus primeiros oito anos vivendo aquele espaço que tem centralidade na vida dos meus pais, seja no trabalho ou na sociabilidade. Aprofundar essa experiência complexa e minhas impressões sobre tal não é algo que pretendo fazer nesse memorial. O fato é que alguns privilégios me foram concedidos como: ter acesso a escola de japonês e ter minha mãe, uma pedadoga presente em tempo semi integral que me alfabetizou antes mesmo de eu acessar uma escola particular.

Após meus oito anos de idade, há uma ruptura com essa "Escola" e meus pais abrem um pequeno restaurante para servir refeições macrobióticas. Apesar de ser um objetivo idealizado por ambos, meu pai adoece em um quadro depressivo bastante grave e passa também a fazer uso abusivo de álcool, enquanto minha mãe assume toda a responsabilidade desse pequeno restaurante trabalhando jornadas exaustivas, cuidando de duas crianças e assumindo ainda a responsabilidade de cuidado pelo meu pai. Assim, grande parte do fim da minha infância, adolescência e início da vida adulta se passa com esse cenário de pano de fundo.

Nesse período de 10 a uns 15 anos, acompanhei meu pai em idas ao Hospital das Clínicas, internações em hospitais, casas terapêuticas e no CAPS.

Foi com a assistente social do CAPS que meu pai era atendido, que antes de eu prestar vestibular tive uma breve conversa sobre "ser assistente social".

Aproveito e resgato aqui, parte do meu agradecimento a eles no meu TCC de 2016:

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"À minha mãe, meu exemplo de força e coragem, minha imensa gratidão por nunca medir esforços para que eu pudesse chegar até aqui. Por todo amor, paciência, trabalho intenso e noites de sono mal dormidas, meu “muito obrigada”! Obrigada por me deixar voar mesmo que isso significasse para você preocupações, sacrifícios lágrimas e saudades. Ao meu pai agradeço por me mostrar desde sempre que é possível lutar por um outro tipo de sociedade Muito obrigada por me inspirar com sua trajetória de luta contra a ditadura Muito obrigada também por ter me mostrado que o mundo e o ser humano é mais complexo do que parece. Mesmo não sendo sua intenção você me fez ver um mundo para além de mim que me fez mais forte. Talvez isso tenha um significado na minha vida e na minha escolha de profissão bem maior do que você imagina"

(HANASHIRO, 2016 p. 3)

Apesar de toda essa luta, ainda pude manter o privilégio de ser bolsista parcial e estudar em um colégio privado, o colégio Objetivo. Ali cursei o final do meu ensino fundamental e o ensino médio e posteriomente adentrei a uma Universidade Pública.

Hoje, meus pais vivem em uma chácara na cidade de Socorro, conhecidos como os japoneses da casa amarela, sendo um retorno da minha mãe ao contato com a terra assim como em sua infância podendo plantar suas flores, hortalíceas, leguminosas, frutas e tubérculos.

Foto 3: Acervo pessoal Foto 4: Acervo pessoal
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Foto 5: Acervo pessoal

Meu sagrado-Minha fé

Sou evangélica. Crente da teologia das margens, de um Jesus preto e periférico, morto pelo Império. Sou crente na teologia negra de Rosilson Pacheco, da teologia feminista de Ivone Gebara, Odja Barros e Valéria Vilhena e da teologia queer de Ana Ester, Alexya Salvador e Bob Botelho. Creio em uma teologia que perpassa o corpo, as dores e dos desejos.

Terrivelmente contrária ao fundamentalismo evangélico, moralista e conservador. Defensora da laicidade do estado Contrária ao uso do pulpito como palanque. Sou parte da Coomunidade Cristã da Zona Leste e parte do grupo Mulheres EIG (Evangélicas pela Igualdade de Gênero).

Foto 6: Acervo pessoal Foto 7: Acervo pessoal
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Foto 8: Acervo pessoal

Trajetória acadêmica e profissional

Fiz minha graduação na Universidade Estadual Paulista - Unesp na cidade de Franca. Sair de São Paulo, da casa da minha família e morar e estudar fora de casa foi a realização de um sonho Essa experiência foi uma experiência transformadora, não somente no campo de formação acadêmica, mas também como pessoa. A possibilidade de conhecer outras pessoas, fazer novas amizades, morar com outras pessoas, dividir responsabilidades, partilhar de outras vivências foi algo que me modificou profundamente.

Durante a graduação, pude fazer parte de grupos de extensão como o Cursinho Popular e o Ginga Grupos que permitiram a aproximação da vivência universitária com a comunidade francana, sendo um espaço fecundo de trocas e aprendizado

Através do Ginga foi também o primeiro espaço em que tive contato com a possibilidade da produção acadêmica, escrevendo meu primeiro artigo e fazendo minha primeira apresentação em banner, sendo bolsista Proex ainda no primeiro ano de graduação.

Foto 9: Unesp Foto 10: Atividade do Ginga - Acervo pessoal Foto 12: Atividade do Ginga - Acervo pessoal Figura 10: Logo do Cursinho Popular
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Foto 13: Atividade do Ginga - Acervo pessoal

Foto 14: Atividade do Ginga - Acervo pessoal

No segundo ano da graduação, fiz estágio (não obrigatório), remunerado no Cadastro Único Assim, tive minha primeira experiência de atendimento com o público, sendo entrevistadora, telefonista e recepcionista. Ali, um espaço extremamente conservador, policialesco e punitivo pude aprender o que não gostaria de ser como profissional

Adentrei ainda no Grupo de Estudos e Pesquisas em Políticas Sociais (GEPPS), grupo que componho desde 2014 até os dias de hoje. O GEPPS, coordenado por Patrícia Soraya Mustafa e Cássio Garcia Ribeiro Soares da Silva, para mim foi um espaço formativo fundamental, em que pude adquirir ricos conhecimentos sobre Políticas Sociais, participar e organizar seminários e outras atividades

Figura 11: Flyer Seminário GEPPS
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Figura 12: Logo GEPPS

Meu estágio foi realizado na Unidade de Cuidados Prolongados da Santa Casa - UCP na cidade de Pedregulho, cidade vizinha de Franca.

O estágio, realizado tanto no terceiro quanto no quarto ano me possibilitou vivenciar a experiência do Serviço Social em ambiente hospitalar, em uma equipe multiprofissional Ali pude fazer atendimentos individualizados, encaminhamentos e articulações intermunicipais, participações de reuniões multiprofissionais, reuniões com familiares de pacientes que estiveram internados e pude acompanhar o processo de monitoramento e avaliação do i t d i t i novo e regionalizal

Assim, contatei famílias que tiveram pacientes atendidos para fazer o monitoramento de como foi o período em que o paciente esteve internado e também acompanhar como foi o período posterior a internação, compreendendo qualitativamente se foi efetivado (ou não) a continuidade do atendimento no município de origem O resultado da pesquisa foi sistematizado em um relatório em que pude apresentar para toda a equipe as informações levantadas, as experiências exitosas e também os desafios postos.

Foto 15: Equipe UCPAcervo pessoal
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Foto 15 - Festa Junina UCP

Durante o período de graduação, pude ainda participar de um projeto de pesquisa, com bolsa de fomento do CNPq com o tema:

Os conselhos de políticas públicas da saúde e da assistência social na cidade de Franca/SP: estudo sobre a ação dos assistentes sociais que atuam como conselheiros.

E, após amadurecer um projeto de pesquisa que iniciei ainda em 2014, , com bolsa de fomento da FAPESP, pude durante meu quarto ano de graduação realizar a pesquisa:

A EFETIVAÇÃO DO PRINCÍPIO

DE UNIVERSALIDADE NA POLÍTICA DE SAÚDE BRASILEIRA: UM ESTUDO DO ORÇAMENTO PÚBLICO FEDERAL NOS ANOS 2006-2014

Essa pesquisa tornou-se também meu Trabalho de conclusão de curso, sob o mesmo título O processo de graduação foi enriquecido com a oportunidade ofertada pela minha professora e orientadora Patrícia de participar de assessorias e palestras, como a ocorrida no município de Altinópolis

Foto 16 - V Seminário GEPPS - Acervo pessoal Foto 17 - Encontro de Saberes - Acervo pessoal
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Figura 12: Imagem Canva

Ainda, durante o período de graduação, fiz parte do grupo: Aliança Bíblica Universitária do Brasil, oportunidade da qual pude fazer parte da Diretoria local e Regional, participar e organizar eventos locais, regionais, nacionais e internacionais, conhecer diversas pessoas e localidades.

Foi vivenciado também nesse período inúmeras assembléias, algums paralizações e três greves estudantis, de professores e servidores em defesa da universidade pública.

A vida em Franca, permeadas por risos e choros, sonhos e medos, perrengues e vitórias, me deu amigos que se tornaram família, que proporcionaram bons encontros e abrigo Sintetizo esse período com o texto que escrevi para a formatura da turma 37º de Serviço Social

Foto 18 - Início da graduaçãoAcervo pessoal Foto 19 - Afetos da graduação- Acervo pessoal
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Figura 13: Imagem Canva

Texto escrito e lido na formatura da 37ª turma de Serviço Social

era março de 2013 para nós da turma 37ª um novo começo

pisavamos pela primeira vez nesse solo desconhecido

chegavam, cada um com uma bagagem diferente, ansiosos, assustados, cada um de uma cidade diferente com uma motivação, um sonho, um objetivo e muitas dúvidas de porque ali estavamos.

os que chegavam deixavam para trás tudo que conheciam tudo que possuiam.

aqueles que nessa cidade já estavam também sabiam que ao entrar naquela sala ao entrar naquele mundo

unespiano suas vidas mudariam

a primeira catraca, o vestibular, já tínhamos vencido o que pra muitos era uma vitória, era um fim, agora era um novo começo.

quantas vezes naquele mes não repetimos nossos nomes, nossas cidades e por que queriamos fazer serviço social?

éramos estranhos uns dos outros, não sabíamos quem eram aqueles que ao nosso lado sentavam mal fazíamos ideia de quanto aquelas pessoas iriam significar.

duas imagens me vem a cabeça quando penso nesses dias. era a primeira semana de aula, e a nat chorava por saudades da família.

naquela mesma semana, ao entrar no ônibus olhava enquanto ele partia o choro engolido da minha mãe.

talvez essas imagens represente todos nós ah, quantas vezes choramos, de fininho de saudades de casa? quantas vezes sofremos, tivemos vontade de largar tudo e retornar ao nosso lar.

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Ao mesmo tempo, do outro lado linha, saudades sentiam aqueles que nos amavam, e por tanto nos amarem nos deixaram voar. por mais que doesse a cada dia

eles perdoavam nossas ausências para nossos sonhos podermos alcançar

e é preciso contar isso sim, porque chegar ate aqui é sem duvidas uma vitoria se chegamos ate aqui e nos formamos hoje é porque enfretamos cada um seus proprios medos e desafios

quatro anos se passaram, em alguns momentos pareciam intermináveis dias mas agora olhando, digo: ah, como voou!

dos desconhecidos que éramos laços foram formados afetos foram criados

aqui aprendemos também a amar, em pessoas encontramos nosso lar

quantas vezes dividimos nosso RU em 3 para outro não passar fome? ou quantas vezes eles foram nossa companhia no almoço de domingo?

quantas vezes esperamos aflitos junto com aqueles que esperavam o resultado da BAAE? quantas vezes saimos de aulas para a dor do outro escutar?

quantas vezes mesmo sem dinheiro dividimos as ultimas moedas que tínhamos?

agora eram eles, nao nossos pais, que por nós pegavam filas absurdas do janjão eram eles, que saiam nos meio de festas para cuidar de nós.

rainha, indião, tio eli, pereira fonte, montana, corredor, várzea barracão e tantos outros lugares,

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Figura 14: Margarida Alves

foram lá que foram feitos irmãos, irmãos de festa, irmãos de sonhos, irmãos de luta.

se esses lugares falassem com certeza testemunhariam esses laços. como crescemos nesses lugares.

como desconstruimos e construimos quem somos hoje em conversas regadas a café e pao de queijo ou à uma boa cervejinha.

talvez vocês não saibam, mas a UNESP também mata mata nossos sonhos mata nosso psicologico mata nossas forças e é nessas horas que encontramos nos outros forças pra lutar forças pra resistir pra até aqui chegar.

quantas crises internas enfrentamos

nessas desconstruções e construções

à catraca do vestibular resistimos!

à saudade de casa resistimos!

ao machismo,

à LGBTfobia,

ao racismo,

à precarização da universidade

nesses quatro anos resistimos.

como não lembrar das três greves que passamos?

e nao dizer aqui, que os alunos receberam ameaça de reintegraçao de posse por ocuparem o campus reivindicando uma educaçao digna?

como nao falar dos alunos sindicados, suspensos ou que estao respondendo nominalmente na justiça por lutarem pela permanencia estudantil. como nao denunciar que estao acabando com nosso grupos de extensao, cortando bolsas, superlotando nossa moradia, adoecendo funcionarios.. como nos calar diante de frases facistas, machistas, racistas, que constantemente apareciam em nossas paredes?

como nos calar diante de promessas feitas e nao cumpridas durante nossas greves?

Margarida Alves, Ela que lutou, Ela que resistiu Como ela queremos ser.

Quando o dia-a-dia

E a dureza do cotidiano chegar

Que possamos lembrar, De porque nos entitulamos

Turma Margarida Alves.

Ela é um espelho

Do que até aqui resistimos

Ela nos dá a coragem, para enfrentar esse mundo

E resistir

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Vida profissional

Após alguns meses formada, me surgiu a oportunidade de trabalhar junto do Professor Marcelo Gallo, em uma assessoria no município de São Carlos Ali trabalhei em uma assessoria voltada aos trabalhaores e trabalhadoras do SUAS, sendo para mim, além de um local de trabalho, um espaço de aprendizado. Posterior a esse trabalho, ainda realizei outro trabalho no município na Conferência Municipal de Assistência Social, sealizando a relatoria das pré conferências e da Conferência.

No final de julho de 2017, apesar de ter a oportunidade de prosseguir com outros trabalhos em São Carlos, fui chamada pela Prefeitura de São Bernardo do Campo para assumir um concurso que havia passado, concurso esse que permaneço até hoje

Assumir esse concurso exigiu-me uma nova organização de vida Mudei de cidade, retornando inicialmente para residir em São Paulo e posteriormente oficialmente mudo-me para São Bernardo do Campo. Reorganizar-me e me readaptar a morar em São Paulo, foi um processo inicialmente conturbado. Refazer amizades, fazer novas amizades, me reconhecer no território foi desafiador.

Trabalhei aproximadamente 1 ano e 9 meses na Secretaria de Habitação. Ali, ao mesmo tempo que encontrei grandes profissionais que me ensinaram quase tudo que sei do Trabalho social na área da Habitação aprendi com elas, servidoras públicas de carreira, vivi o processo posterior a troca de gestão/partido político e enfrentei o desmonte da política habitacional e do trabalho técnico social da Secretaria. Ainda assim, pude aprender algumas coisas importantíssimas como a dimensão de território, e o significado material, mas também subjetivo do que significa um lar para uma pessoa, seja um barraco de madeira ou uma casa de alvenaria Por outro lado, descobri o assédio moral e iniciei um processo de adoecimento.

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Foto 20: Cidade de São Bernardo do Campo

Consigo então, após algumas articulações, com apoio inclusive das outras servidoras transferência para a Secretaria de Assistência Social - SAS, no Departamento de Gestão do SUAS, local que estou até os dias de hoje Nesse departamento, componho a equipe de Vigilância Sociassistencial, realizando monitoramento dos termos de parceria e também, realizando diagnósticos socioassistenciais, elaboração de instrumentais, preenchimento de sistemas, elaboração de planos, textos e outros materiais.

Trabalhar no SUAS, é sempre desafiador, com algumas possibilidades e diversos limites políticos e institucionais, seja pelo RH enxuto para a demanda de trabalho, pelas burocracias ou pela lentidão dos sistemas Ainda assim, para mim, é um trabalho do qual gosto muito, onde trabalho com pessoas queridas e aprendo cotidianamente.

E foi, nesse ambiente de trabalho em 2019 que observando os registros sobre antedimento de pessoas LGBTQIAPN+s que notei a ausencia dessa informação, gerando a dúvida se a política de assistência social do município não estava atendendo ou se não estava registrando o atendimento dessa população nos CRAS, CREAS e CENTRO POP . A partir de 2020, então, pelo menos na proteção básica, conseguimos incluir no instrumental de estatítica esse campo, mas foi a partir desse terrerno fértil que esse projeto de pesquisa começou a ser gestado

Pós graduação

Entre 2019 e 2020, pude continuar meus estudos fazendo a Especialização em Economia Urbana e Gestão Pública na PUC de São Paulo, curso em que pude aprender sobre cidades e territórios, economia e gestão pública, em uma turma interdisciplinar, propiciando assim, troca de saberes Dando continuidade a minha discussão de Fundo Público, apresentei meu Trabalho de Conclusão de Curso com o título:

UM ESTUDO SOBRE O ORÇAMENTO DA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NO MUNICÍPIO

DE SÃO

BERNARDO DO CAMPO: DE 2012 - 2020

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Figura 15: Logo do Suas

Minha aproximaç

ão com o tema:

E como eu chego ao meu tema de mestrado?

Minha aproximação com o tema, tem pouco haver comigo, mas com minha caminhada coletiva, com pessoas e histórias que me atravessaram, dores e amores daqueles que me rodeiam.

Para isso, talvez, eu precise retornar um lugar que ao longo do memorial tenha parecido irrelevante, ou um tanto "fanático" compor o memorial: minha trajetória de fé e minha costura nos ambientes religiosos. Ali, encontrei algumas pessoas que fizeram parte dessa trajetória. Participei de inúmeras conversas e ouvi diversos conflitos internos partilhados comigo sobre a identidade de gênero e orientação afetivo-sexual e seus dilemas com a fé. Presenciei conflitos externos também, incluindo o convite a se retirar (eufemismo para expulsão) para um amigo meu da organização missionária que faziamos parte. Desse amigo em particular, Bob, acompanhei suas dores e também suas alegrias. Choramos juntos inúmeras vezes, e, mesmo com a distância São PauloCuritiba, sua história, seus dilemas e suas certezas me atravessaram. Em algum momento, parte da caminhada dele tornou parte da minha caminhada Assisti seu momento de adoecimento mental, mas também presenciei ele se tornando referência para inúmeras pessoas do meio evangélico que são LGBTQIAPN+. Por meio dele, ouvi inúmeras histórias permeadas de dor e violência, dentre elas, essa história que ele narra em um culto:

Mestrado
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Vídeo 5: Construam Casas

Nessa trajetória de fé deparei-me também com os escritos e as falas da teóloga queer Ana Ester e com a Reverenda Alexya Salvador, primeira travesti a adotar no Brasil.

Anteriormente, antes dessas vivências durante meu período universitário pude acompanhar amigas que viveram vivenciaram inúmeros conflitos com a família, alguns deles repletos de violências físicas e psicológicas a partir do momento que suas famílias tomaram ciência da orientação afetivo-sexual (dissidente) delas. Conflitos esses intensificados, ainda, pela vivência cristã religiosa de seus familiares.

Somado a tudo isso, ainda, filmes como "Orações para Bob", a leitura de livros como a autobiografia de João Nery e diversos podcasts e vídeos ouvidos ou assistidos como:

Vídeo 6: A filha que eu nunca tive

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me propiciaram realizar inúmeras mediações Essas histórias me sensibilizaram e me colocaram em lugar de desconforto Como profissional da política de assistência social, ao escutar histórias como a da Naomi, ou a história que Bob relata, surgia uma pulga atrás da orelha perguntando: e cade o poder público? E cadê a assistência social nessas histórias? Quão preventiva a política de assistência social tem potencial para ser? Ou até, cade a política de assistência para ofertar acolhimento e romper com situações de violência? Ao mesmo tempo, ao me deparar com um ofício que solicitava dados sobre atendimento à pessoas LGBTQIAPN+ em meu trabalho eu me deparei com quase a nulidade de dados, o que me causou ainda maior estranhamento e desconforto, com a dúvida: Não estão sendo atendidos ou não há local para os dados serem registrados? Esse desconforto, gerou impactos (dentro dos limites institucionais) em meu trabalho como a inserção de um campo na estatística dos CRAS sobre o atendimento desse público. E ainda mais, deu lugar a esse meu projeto de pesquisa.

Vídeo 7: O nascimento do meu filho como homem trans
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Vídeo 8: A infância roubada e uma criança trans

Meu percurso no Programa de Pós Graduação em Servi

ço Social na PUC- SP:

Acessar o mestrado foi um desafio particular O primeiro processo seletivo de mestrado que iniciei foi em 2016, no mesmo momento em que finalizava minha graduação Ler os livros para a seleção do mestrado enquanto finalizava meu TCC e minha pesquisa FAPESP foi um procecsso que iniciei mas percebi que não daria conta, então decidi deixar para um momento posterior. Assim, no ano seguinte estava recém contratada na prefeitura com novos desafios profissionais e pessoais e optei por não prestar e assim o tempo foi passando. Iniciei uma especialização, finalizei a especialização. A ideia de iniciar um mestrado sempre me ocorria, porém para tanto precisaria superar o processo seletivo. E para isso, realizar a leitura de mais de 20 livros e textos Flertei com a ideia inúmeras vezes, iniciei a leitura de um ou dois livros, porém todas as vezes a proporção livros para ler x tempo hábil era algo que me fazia desistir. Em 2021, porém, ao observar a conjuntura do Brasil no desgoverno Bolsonaro, na situação pandemia-pós pandemia, o desmonte das universidades e seu desfinanciamento decidi quase como em um veredito que iria realmente iniciar e terminar o processo seletivo de mestrado, afinal, se não entrasse nesse momento, talvez não haveria mais oportunidade. de fazer um mestrado em universidade pública ou com bolsa. Então, iniciei um processo que se transformaria em três processos seletivos de Mestrado, na Unifesp e na PUC em Serviço Social e na UFABC em Gestão de Políticas Públicas. Esse período vivido no segundo semestre de 2021 foi um tanto adoecedor, com a conciliação de seis horas de trabalho diário, elaboração de projetos de pesquisa e leituras que chegaram a 200, 300 páginas/dia, além da manutenção de casa e outras atividades. Processo esse que se misturou com crises de choro e cansaço extremo. Apesar de ter resultado tanto na aprovação da PUC quanto da UNIFESP e a possibilidade de escolha de onde iria trilhar meus estudos, foi um processo que, com tratamento psicológico me fez refletir sobre meus limites pessoais e respeito ao meu corpo, sobre também parar, respirar e descansar. Ter metas audaciosas mas saber também parar mesmo quando não estiver perfeito. Assim, concluir o primeiro ano de mestrado e me preparar para a qualificação, conciliando com o trabalho na prefeitura e equilibrando com a vida pessoal sem me violentar, nem chegar ao meu esgotamento, foi em si uma vitória

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Estar na PUC e ter aulas com professoras referências do Serviço Social como a professora Carmelita Yasbek, a própria professora Martinelli e a professora Barroco foi deveras privilégio. Ao mesmo tempo foi um tanto desafiador no processo de pensar minha pesquisa do mestrado me deparar com a ausência de disciplinas com a temática de "gênero (para além do recorte da mulher cis-hétero) e sexualidade", e tendo internamente diversas indagações e dúvidas sobre como fundamentar esse tema na minha pesquisa. Gentilmente, a orientação da professora Martinelli para mim foi: converse com algumas pessoas. Nesse caminho fui fazendo costuras com as/os/es pesquisadores que encontrei: Thiago Aranha, Thais Filipe, Rodrigo Leal, Neno Rosa, Aline Fogaça, André Katsuyoshi Misaka dentre outros. Pessoas que dividiram palavras, textos, referências bibliográficas Ainda, tentei complementar esse espaço com lives, cursos livres como cursos ofertados pela Brava com diferentes temáticas, linguagem neutra e não binariedade ofertado pelo Jup77er, Ophelia Cassiane e Nega Preto e cursos sobre Transfeminismo com Hailey Hass e Letícia Nascimento. Assim, fui tentando tatear uma metodologia e referências bibliográficas. Ao assistir a Live "Afrotopias de Bixas Pretas: Epistemologias Para um Futuro Negro Possível" decidi que na produção da minha dissertação haveria uma "comissão" com revisores LGBTQIAPN+ que revisariam o conteúdo produzido

Li Foucault, Letícia Nascimento, Jaqueline Gomes, li diversos artigos, até chegar no Marxismo Queer de Guilherme Gomes Ferreira Ao encontrar as produções de Guilherme Gomes Ferreira identifiquei-me com a possibilidade de abrir diálogo com autores como Foucault, Judith Butler e autoras transfeministas sem abrir mão do marxismo, utilizando-me de suas categorias e conceitos como trabalho, historia, sociabilidade e cotidiano.

Ao compartilhar meu tema de pesquisa, obtive alguns relatos dentro e fora dos muros da PUC uma amiga de graduação, por exemplo, que hoje trabalha em um CREAS do Oeste Paulista compartilhou que ao ter contato com meu tema de pesquisa voltou-se aos prontuários em seu

CREAS e concluiu que não havia nenhuma pessoa LGBTQIAPN+ referenciada, sendo necessárias ações de divulgação do serviço e de aproximação da comunidade.

Em 2022, no dia do evento em comemoração do Dia do/da Assistente Social, em São Bernardo do Campo, Abigail Torres ao realizar uma palestra para trabalhadores da política de Assistência Social fez um breve comentário de que a comunidade LGBTQIAPN+

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não reconhecia a política de assistência social como uma política protetiva garantidora de direitos

Ao partilhar meu tema de pesquisa em um NEPIencontro, lembro-me de outro compartilhamento sobre a vivência de uma pós graduanda em um CREAS do Estado de São Paulo que presenciou uma situação em que uma usuária foi selecionada para trabalhar em um programa de "Emprego apoiado", e entendendo-se que dentre os equipamentos públicos, a política de assistência social teria mais arcabouço e proximidade com a discussão trans, encaminharam essa usuária, uma mulher trans para trabalhar no CREAS. Ao chegar no CREAS, um profissional passa a demonstrar interesse por ela e flertar com ela com a intenção de consquista-la. E sim, ela chegou a corresponder. Porém, depois foi revelado que tudo consistia em uma aposta entre dois trabalhadores de que um deles conseguiria "conquista-la", objetificando-a, sem a menor consideração por ela e pelos seus sentimentos. Dessa forma, uma política social que deveria garantir a segurança do convívio (dentre outras seguranças) fomentando a autoconfiança, o autorrespeito e a estima social, como afirma Abigail Torres (2013), seus trabalhadores estavam proporcionando seu oposto: humilhação e sofrimento Essa experiência cruel partilha e aponta o despreparo e a perversidade de alguns profissionais que compõem nosso suposto sistema de proteção social, apontando que ao mesmo tempo que ele tem potência protetiva, pode ter uma face perversa transfóbica e violadora de direitos

Outra Nepiana relatou que uma amiga pessoal que mora em uma pequena cidade no noroeste paulista mesmo passando por inúmeras dificuldades (tanto financeira quanto de vínculos e inúmeras situações de transfobia) opta por não buscar o CRAS buscando resguardar-se de olhares preconceituosos e de posicinamentos conservadores das profissionais

que ali

atuam.

Na disciplina de Política de Assistência Social, um aluno não binário apontou a falta de referência de outros profissionais trans e travestis atuando em serviços e pensando essa política Essa ausência trouxe insegurança em seu processo de afirmação de gênero enquanto estagiava em um CRAS

Assim, ao longo da trajetória da construção do projeto e do desenvolvimento inicial dele, pude escutar algumas experiências e impressões iniciais sobre o tema

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Aline, trabalhadora do SUAS também em São Bernardo do Campo, foi companheira antes mesmo de eu acessar a PUC, lendo meu projeto de pesquisa, me auxiliando no processo seletivo e posterior ao meu acesso uma pessoa de escuta sempre pronta, compartilhando saberes, dilemas e textos

Conversar com Thiago e André, por outro lado possibilitou escutar sobre algumas vivências na Cidade de São Paulo e refletir sobre metodologias e possibilidades de atuação, garantindo um atendimento ético frente a demandas das pessoas LGBTQIAPN+ utilizando-se inclusive da história oral. Iniciamos algumas conversas inconclusas como: É necessário que se tenha, ou não, acolhimentos específicos para pessoas trans e travestis? Ou quartos específicos? Ou qual trabalho social é necessário fazer nos acolhimentos com todes acolhides para impedir situações de violências e preconceitos? Trocamos também, textos e materiais.

Com Thais, pude trocar sobre meus dilemas e reflexões de ser uma pessoa Cis Hetero pesquisando essa temática. Ainda, foi uma pessoa extremamente significativa na troca de textos e de referências bibliográficas em um momento em que estava desnorteada.

Neno foi uma grata parceria no curso, com frutíferos espaços de troca e realizações de atividades conjuntamente como produção e apresentação de artigos, revisão de textos e também a construção de uma capacitação para trabalhadores do SUAS.

Rodrigo por sua vez, foi a pessoa que me aproximou do Marxismo queer, apesar de eu já ter um livro do Guilherme Gomes Ferreira, me apresentando outros artigos e a tese de mestrado desse autor.

Assim, como a Professora Martinelli sempre diz que mesmo quando escrevemos no meio da noite a sós, não estamos sozinhos. Escrevemos e pesquisamos no coletivo

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Figura 16: Canvas

Adentrar a Puc foi um desafio. Lembro-me ainda que os objetivos dos meus primeiros dias de aula foram: acertar o trajeto de 1 hora e meia entre minha casa e a PUC - Confesso que ao logo desse período errei algumas vezes, pegando o ônibus no sentido errado- , e acertar as salas em que ocorreriam as aulas

Lembro-me de adentrar na PUC no primeiro dia de aula, olhar para os prédios, os bancos e as árvores e acha-la bela

Os primeiros dias foram um pouco assustadores, de habitar um novo espaço sem conhecer quase ninguém, com poucos rostos conhecidos. Mas aos poucos, amizades foram construídas e o ambiente de assustador passou a ser acolhedor Descobri a sala do refeitório do 5º andar para almoçar, o colchão da APG para tirar sonecas e a cafeteira para passar os cafés entre as aulas

Foto 21: Registro da PUC- Acervo Pessoal
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Foto 22: Momento de confraternização com colegas da PUC- Acervo Pessoal

Ter o acolhimento da professora Martinelli em todo o processo de orientação sempre foi também um lugar seguro cheio de afeto, desde o dia em que fui informada que ela seria minha orientadora, grata surpresa!

Atoemdefesada educação

Comemoraçãode aniversário

Encontrei pessoas queridas que tornaram meu percurso mais gostoso. Que me apoiaram e me incentivaram! Pessoas que me ensinam não somente conteúdos acadêmicos, mas também conteúdos humanos.

Foto 23:Registro com Professora Martinelli e Paula - Acervo Pessoal Foto 24:Ato em defesa da educação Acervo Pessoal
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Foto 25: Comemoração de aniversário Acervo Pessoal

Mais poético que dar uma flor

É dar uma flor sem flor.

Assim desafiar a imaginaçãocuriosa-

E a cada momento ver que ali nasce uma nova flor

Cores, texturas, cheiros diferentes

Da ausência surge as possibilidades

Na ausência germinam as flores

Textoescritoparaa JulianaBrito,quandoeladeuuma florparaaprofessoraMartinelli masporumacidente nocaminho,chegou somenteocauleda flor,semaspétalas

Apresentaçãode trabalhodeFundamentosII sobreFoucault

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Foto 26: Apresentação de Trabalho em Fundamentos II Acervo Pessoal

Registrodeanotação emaula

Apresentaçãodoartigo: "Gênerocomotecnologia:uma propostacontra-hegemônica" no ENPESSde2022comNenoRosa

Foto 27: Registro de aula Acervo Pessoal
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Foto 27: ENPESS Acervo Pessoal

CongresoLatinoAmericano deTeoriaSocial

Assim, ao final do primeiro ano, ainda que em alguns momentos ainda me perca entre os corredores e salas, a PUC tornou-se um lugar de afetos, trocas e aprendizados, tornando-se um lugar um tanto familiar.

Apesar desse espaço acolhedor e das trocas, faz-se necessário apontar a ausência de professores de disciplinas e núcleos que se debrucem que estudem sobre a temática LGBTQIAPN+ no programa, além da ausência de cotas e programas de inclusão e permanência para pessoas trans e travestis, que reiteram um quadro de alunos e professores majoritariamente cis Inicialmente havia a pretenção de buscar cursar uma disciplina externa ao programa sobre a temática, porém, devido o curto tempo de mestrado e a necessidade de concilia-lo com o trabalho na prefeitura não foi possível e não será possível cursa-la.

Foto 27: Alunos da PUC no Congreso lationamericano de Teoría Socia Acervo Pessoal
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Foto 28: Apresentação de trabalho no Congreso lationamericano de Teoría Social Acervo Pessoal

Disciplinas: e Núcleos cursados

DISCIPLINAS PROGRAMA DE SERVIÇO SOCIAL

FUNDAMENTOS DO SERVIÇO SOCIAL II

NÚCLEOS

SERVIÇO SOCIAL E COTIDIANO PROFISSIONAL II

O MÉTODO EM MARX

ASSISTÊNCIA SOCIAL: POLÍTICA E GESTÃO I

FUNDAMENTOS DO SERVIÇO SOCIAL I

DISCIPLINA PROGRAMA DE PSICOLOGIA SOCIAL

A DESIGUALDADE SOCIAL NA PERSPECTIVA DA PSICOLOGIA SOCIAL SÓCIO-HISTÓRICA: PENSANDO A AÇÃO TRANSFORMADORA EM CONTEXTOS MARCADOS PELO SOFRIMENTO ÉTICO-POLITICO

ATIVIDADE PROGRAMADA

SÉCULO XXI: A ERA DAS RELEITURAS? NEOLIBERALISMO, NEOCONSERVADORISMO, NEOCOLONIALISMO, NEODESENVOLVIMENTISMO E NEOFACISMO

CLASSE, GÊNERO, RAÇA NA TEORIA DA REPRODUÇÃO SOCIAL E SUA RELAÇÃO COM O SERVIÇO SOCIAL

NÚCLEO DE ESTUDOS E PESQUISAS SOBRE IDENTIDADE: A CONSTRUÇÃO COLETIVA DA EXPERIÊNCIA E A FORMAÇÃO DA CONSCIÊNCIA POLÍTICA

NÚCLEO DE ESTUDOS E PESQUISAS E APROFUNDAMENTO MARXISTA: CLASSE, RAÇA/ETNIA, GÊNERO, SEXUALIDADES E GERAÇÃO NO PROCESSO DA LUTA DE CLASSES NO CONTINENTE LATINO-AMERICANO E AFRICANO NA PERSPECTIVA EMANCIPATÓRIA

PROFICIÊNCIA

PROFICIÊNCIA EM INGLÊS

STATUS

EM CURSO NESSE SEMESTRE CONCLUÍDO

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NÚCLEO DE ESTUDOS E PESQUISAS E APROFUNDAMENTO MARXISTA: CLASSE, RAÇA/ETNIA, GÊNERO, SEXUALIDADES E GERAÇÃO NO PROCESSO DA LUTA DE CLASSES NO CONTINENTE LATINO-AMERICANO E AFRICANO NA PERSPECTIVA EMANCIPATÓRIA

Profa. Dra. Maria Beatriz Costa Abramides (Em licença saúde, disciplina ofertada pela professora Vera..)

Horário: Quartas-feiras das 19h15 às 22h15

Créditos: 3

Cursado em: 1º sem/2022

Ementa

Discutir a conjuntura de exploração e opressão nos dois continentes no período de colonização e início do modo de produção capitalista com ênfase nas lutas indígenas, antirracistas com ênfase nos debates sobre classe, raça/etnia gênero, sexualidades e geração.

Considerações sobre a disciplina

Esse núcleo iniciou o semestre com a aproximação dos estudantes a plataformas como o Banco Digital de Teses e Dissertações e o REDIAL. Realizou-se uma atividade de levantamento no Banco Digital de Teses e Dissertações sobre o tema da pesquisa. Por meio do texto da Cinzia Arruzza abordou-se os conceitos de produção e reprodução social Já com o texto Ideologia Alemã de Marx

estudou-se sobre a categoria Ideologia. Estudou-se ainda o texto “A ideologia e sua determinação ontológica” da Ester Vaisman

Considera-se a participação no núcleo de forma positiva, tendo em vista temas densos e importantes terem sidos abordados

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ASSISTÊNCIA SOCIAL: POLÍTICA E GESTÃO I

Profa. Dra. Bruna Carnelossi

Horário: Quartas-feiras das 9h00 às 12h00

Créditos: 3 (três)

Cursado em: 1º sem/2022

Esta disciplina tem por objetivo a análise da Assistência Social, enquanto política pública de proteção social não-contributiva no âmbito da Seguridade Social, e sua organização através do Sistema Único de Assistência Social – SUAS, gestão descentralizada e participativa da Política Nacional de Assistência Social – PNAS.

Considerações sobre a disciplina

A disciplina ofertada pela Professora Bruna Carnelossi foi deveras revelante Estudou-se sobre Seguridade Social e a Política de Assistência Social abordando discussões como a tipologias das políticas sociais, o conceito de desmercatilização, objetivos e princípios dessa política social. Ainda, suscitou-se debates sobre o tema do Capitalismo de Vigilância, a plataformização e a burocratização e o impacto na Política de Assistência Social, tendo como um dos exemplos o processo de solicitação do Auxílio Emergencial Possibilitou-se uma atividade com participação de convidadas externas (Rosemeire dos Santos, Gabriela de Andrade Resende, Claudia Caroline Delefrate Pereira) para a discussão do texto Cultura de contradições sobre o uso das tecnologias digitais na vida das famílias brasileiras no acesso ao SUAS e o diálogo com Leandro Teodoro Ferreira sobre Renda Básica. Essa discussão é relevante para o contexto atual dessa política social, tendo em vista as transformações no trabalho social, no acesso a benefícios e nos impactos intensificados pela pandemia de COVID19 nos serviços e programas Foi realizado seminário em que a estudante elaborou um trabalho escrito e apresentou-o correlacionando o tema de pesquisa com a disciplina Assim, as aulas contribuiram para a aproximação com o tema da dissertação, além de reflexões propícias para o cotidiano profisisional

Ementa
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NÚCLEO DE ESTUDOS E PESQUISAS SOBRE IDENTIDADE: A CONSTRUÇÃO

COLETIVA DA EXPERIÊNCIA E A FORMAÇÃO DA CONSCIÊNCIA POLÍTICA

Profa. Dra. Maria Lucia Martinelli

Horário: Quartas-feiras das 16h00 às 19h00

Créditos: 03 (três)

Cursado em: 1º sem/2022

Ementa

O Núcleo de Estudos e Pesquisa sobre Identidade -NEPI- é um espaço pedagógico interdisciplinar, de formação de pesquisadores em Serviço Social e áreas afins. Centra seus estudos e pesquisas em metodologias de natureza qualitativa que possibilitem a análise da realidade social, a partir do trabalho com a fonte oral, na sua interação com as demais fontes, inclusive de base quantitativa Situa a pesquisa com fonte oral como metodologia de análise da realidade social capaz de alcançar a experiência dos sujeitos no seu viver histórico cotidiano e na elaboração de seus modos de vida. Ao longo do semestre, a partir da interlocução com autores que trabalham a dimensão política da pesquisa e a situam no contexto da construção coletiva e de sua importância na formação da consciência política, serão realizados exercícios críticos de reflexão e apresentação de pesquisas pertinentes.

OBJETIVO E METODOLOGIA

Com base em metodologia essencialmente participativa, o objetivo do Núcleo no semestre será explorar as peculiaridades da pesquisa com fonte oral, especialmente no que se refere ao seu potencial crítico de se expressar como espaço de resistência e confronto com o saber instituído, buscando, através das narrativas, conhecer as experiências de classe vividas pelos sujeitos sociais em sua própria realidade. Será objetivo, também, evidenciar a rica interação da metodologia da história oral com o trabalho profissional do Assistente Social em sua vertente crítica, aprofundando a reflexão sobre a construção da consciência política

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Considerações sobre a disciplina

O núcleo possibilitou a reflexão sobre consciência coletiva e leitura da realidade. Ainda, provocou importantes provocações sobre a importância da sensibilidade e da escuta por parte dos profissionais e da valorização dos diferentes sujeitos por meio da identidade, experiências, histórias e narrativas individuais e coletivas. Por meio de ricos seminários ao longo do semestre possibilitou-se a aproximação de discussões sobre a etnografia, cultura e a história oral abordando autores como Gabriel Feltran, Edward Palmer Thompson, Maria Lúcia Martinelli e Neusa Cavalcante Lima, Alessanndro Portelli, Dea Ribeiro Fenelon e outros. A dissene apresentou trabalho sobre o texto “ O que faz a história oral diferente’ do Alessandro Portelli. O núcleo trouxe diversas provocações pessoais sobre o exercício profissional e me aproximou da metodologia de pesquisa por meio da narrativa, que será essencial para o desenvolvimento do meu projeto de pesquisa.

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ATIVIDADE PROGRAMADA: SÉCULO XXI: A ERA DAS RELEITURAS? NEOLIBERALISMO, NEOCONSERVADORISMO, NEOCOLONIALISMO, NEODESENVOLVIMENTISMO E NEOFACISMO

Professora coordenadora: Dra. Rosangela Dias Oliveira da Paz

Professor convidado: Renato Francisco dos Santos Paula

Horário: 6ª feiras das 13h00 às 16h00

Créditos: 2 (dois)

Cursado em: 2º sem/2022

Ementa

Apresentar e problematizar conceitos de uso recorrente nas ciências sociais e no serviço social, tais como: neoliberalismo, neoconservadorismo, neocolonialismo, neodesenvolvimentismo e neofascismo a partir do contato com diferentes correntes de pensamento que buscam compreendê-los e situá-los na realidade objetiva/concreta das relações sociais contemporâneas.

Considerações sobre a disciplina

A disciplina ofertada em 5 encontros apresentou uma imensa densidade teórica permitindo a aproximação com os conceitos de Neoliberalismo, Neoconservadorismo, Neocolonialismo, Neodesenvolvimentismo e Neofascismo. Esses conceitos permitem fazer uma leitura da história e da conjuntura atual brasileira e são aproximações importantes para a contextualização brasileira na dissertação, compreendendo a conjuntura tanto o lugar em que a política de assistência social está inserida quanto a crescimento do conservadorismo e o movimento de redução de direitos e aumento da violência contra corpos dissidentes e também contribuiu com subsídios para o exercício profissional

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FUNDAMENTOS DO SERVIÇO SOCIAL II

Professora:. Dra. Maria Carmelita Yazbek

Horário: 3ª Feiras Das 09h00 Às 12h00

Créditos: 3 (Três)

Cursado em: 2º sem/2022

Ementa

O curso Fundamentos do Serviço Social será oferecido em dois Módulos de 45 horas aula (independentes). O Módulo II (2º semestre de 2022) terá como proposta programática a análise da polêmica teórico/metodológica do Serviço Social na contemporaneidade, entendendo-a como expressão da incorporação pela profissão de matrizes fundamentais de conhecimento do social na sociedade burguesa. Este Módulo abordará também, os paradigmas emergentes e seu lugar no debate atual da profissão.

Considerações sobre a disciplina

Realizar a disciplina de Fundamentos do Serviço Social permitiu a aproximação com os fundamentos teórico metodológicos no Serviço Socia perpassando o pensamento conservador, o pensamento social da Igreja Católica, o positivismo, construtivismo estrututalista, com a tradição Marxista, com a Fenomenologia e com a pós modernidade e em autores como Foucault, e Gramsci, dialogando com a relação com Serviço Social. Durante o semestre foi realizada a metodologia de Seminário, sendo apresentado em meu grupo, o tema: Serviço Social e o pensamento de Michael Foucault Como trabalho de conclusão da disciplina apresentei um ensaio sobre Marxismo Queer

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O MÉTODO EM MARX

Professora: Dra. Maria Lucia Silva Barroco

Horário: 3ª Feira das 19h15 às 22h15

Créditos: 3 (Três)

Cursado em: 2º sem/2022

Ementa

A disciplina “O método em Marx” apresenta os pressupostos ontológicos da perspectiva teórico-metodológica de Marx, percorrendo seu processo investigativo através de aulas expositivas e da leitura de suas obras fundamentais. Em seguida, resgata-se as principais formas de apropriação do legado marxiano pelo pensamento marxista e os seus rebatimentos no Serviço Social. O curso objetiva a capacitação teórico-metodológica dos (as) alunos (as) para a pesquisa, numa perspectiva crítica e sócio- histórica da totalidade social

Considerações sobre a disciplina

A disciplina permitiu a aproximação com escritos de Marx por meio do livro “ O leitor de Marx”, possibilitando compreender categorias teóricas e categorias do método, além de compreender a relação entre o Marxismo e o Serviço Social. Apreender as categorias teóricas e categorias do método apreendendo assim o método de Marx auxilia no embasamento metodológico da dissertação quanto também no modo de apreensão da realidade em sua totalidde. Como atividade da disciplina, foi elaborada uma reflexão teórica fundamentada no texto de Marx e Engels “A ideologia Alemã” sobre a sua concepção de história

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SERVIÇO SOCIAL E COTIDIANO PROFISSIONAL II

Professora: Dra. Maria Lucia Martinelli

Horário: 5ª Feira Das 16h00 às 19h00

Créditos: 3 (Três)

Cursado em: 2º sem/2022

Ementa

A disciplina centra-se no estudo do trabalho profissional cotidiano do Assistente Social em uma perspectiva ético-política, explorando criticamente o trabalho profissional, bem como a dimensão política das mediações e dos instrumentais para sua realização. Analisa as determinações societárias contemporâneas em suas relações com as demandas que se expressam no cotidiano institucional, situando as possibilidades teórico-metodológicas e técnico operativas do trabalho cotidiano na perspectiva da ética e dos direitos humanos. Contempla de modo iterativo as temáticas de pesquisa dos participantes, inserindo-as nas dinâmicas da disciplina

Considerações sobre a disciplina

A disciplina possibilitou discussões sobre o cotidiano e o cotidiano profissional, com temas atuais e relevantes como a temática do racismo, sujeitos coletivos, o desafio da conjuntura atual, os desafios profissionais cotidianos em diferentes espaços profissionais, a ética dos afetos como potencialidade, a aproximação com Agnes Heller e o cotidiano. A disciplina como colocada permitiu a troca de experiências entre os colegas de possibilidades e desafios em nossas diferentes realidades profissionais e pessoais Ainda, como método de avaliação houve a apresentação de seminários, em que pode-se compartilhar temáticas como envelhicimento, desafios do SUAS, atendimento às pessoas LGBTQIAPN+ e outras temáticas hiperatuais e relevantes. Pude, de forma coletiva me debruçar no tema do desafio e possibilidades no atendimento de atendimento às pessoas LGBTQIAPN+ no SUAS. Ainda, pude contribuir com a disciplina por meio da apresentação de um texto sobre “ética dos afetos”.

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A DESIGUALDADE SOCIAL NA PERSPECTIVA DA PSICOLOGIA

SÓCIO-HISTÓRICA: PENSANDO A AÇÃO

Professora: Bader Burihan Sawaia

Horário: 3ª feiras –13h às16h

Créditos: 3 (Três)

Cursado em: 2º sem/2022

Ementa

Recorre a dois pensadores revolucionários, o filósofo Spinoza (secVII) e o psicólogo bielorrusso Vigotki (secXX) para pensar os fundamentos da ordem social, ética e política e da a ação transformadora na dimensão singular e coletiva O curso está dividido em 5 unidades: Unidade 1: teoria dos afetos e o sofrimento ético-político como fundamento da ordem social - a filosofia de Spinoza; unidade 2: a teoria psicossocial de Vigotski; Unidade3) em Espinosa, serão destacadas as ideias de potência de ação, corpo, afeto e paixão, liberdade como necessidade, o si e o eu, multitudo e comum. Em Vigotski, buscaremos essa discussão nas reflexões sobre imaginação, criação, arte e catarse e na sua ideia de psiquismo como drama. Unidade4) A participação social e o sentimento do comum: multidão, massa e grupo; As aulas serão complementadas por seminários ministrados por convidados sobre movimentos de multidão no Brasil e analise do filme Belfast

SOCIAL
TRANSFORMADORA EM CONTEXTOS MARCADOS PELO SOFRIMENTO ÉTICO-POLITICO
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Considerações sobre a disciplina

A disciplina possibilitou discussões sobre o cotidiano e o cotidiano profissional, com temas atuais e relevantes como a temática do racismo, sujeitos coletivos, o desafio da conjuntura atual, os desafios profissionais cotidianos em diferentes espaços profissionais, a ética dos afetos como potencialidade, a aproximação com Agnes Heller e o cotidiano. A disciplina como colocada permitiu a troca de experiências entre os colegas de possibilidades e desafios em nossas diferentes realidades profissionais e pessoais. Ainda, como método de avaliação houve a apresentação de seminários, em que pode-se compartilhar temáticas como envelhicimento, desafios do SUAS, atendimento às pessoas LGBTQIAPN+ e outras temáticas hiperatuais e relevantes Pude, de forma coletiva me debruçar no tema do desafio e possibilidades no atendimento de atendimento às pessoas LGBTQIAPN+ no SUAS. Ainda, pude contribuir com a disciplina por meio da apresentação de um texto sobre “ética dos afetos”.

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A FUNDAMENTOS DO SERVIÇO SOCIAL I

PROFA. DRA. MARIA CARMELITA YAZBEK

HORÁRIO: 3ª FEIRAS DAS 09H00 ÀS 12H00

CRÉDITOS: 3 (três)

Cursando em: 1º sem/2023

Ementa

O curso Fundamentos do Serviço Social será oferecido em dois Módulos de 45 horas aula (independentes). Sugere-se que todos os mestrandos cursem o módulo I e que todos os doutorandos cursem o módulo II. O Módulo I (1º semestre de 2023) terá como eixo programático a análise dos fundamentos do processo de institucionalização do Serviço Social como profissão, em seu movimento histórico e teórico na sociedade brasileira contemporânea Nessa direção a disciplina abordará: a concepção de profissão orientadora do curso, em seus principais eixos: a questão social e suas novas configurações como âmbito privilegiado do exercício profissional; o trabalho como categoria fundante para analisar o exercício da profissão, o contexto de novas demandas para o Serviço Social, a relação com a política social e seu novo perfil na sociedade brasileira; a relação com a filantropia e com o Terceiro Setor. · Objetivo do Módulo I O objetivo do curso é criar bases históricas, teórico- metodológicas e políticas para uma abordagem do Serviço Social como profissão, inserida na divisão social e técnica do Trabalho, aprofundando o debate sobre as determinações históricas, teóricas, sociais e políticas sobre a inserção da profissão nas relações sociais, como matriz analítica do Serviço Social na sociedade brasileira.

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NÚCLEO DE ESTUDOS E PESQUISAS SOBRE IDENTIDADE: PESQUISA COM HISTÓRIA ORAL: CONSTRUÇÃO DE NOVAS

SOCIABILIDADES

PROFA DRA. MARIA LUCIA MARTINELLI HORÁRIO: 4ª FEIRA

DAS 16H00 ÀS 19H00

CRÉDITOS: 3 (três)

Cursando em: 1º sem/2023

Ementa

O Núcleo de Estudos e Pesquisa sobre Identidade -NEPI- é um espaço pedagógico interdisciplinar, de formação de pesquisadores em Serviço Social e áreas afins. Centra seus estudos e pesquisas em metodologias de natureza qualitativa que possibilitem a análise da realidade social, a partir do trabalho com a fonte oral, na sua interação com as demais fontes, considerando as múltiplas possibilidades que as pesquisas permitem Situa a pesquisa com fonte oral como metodologia de análise da realidade social capaz de alcançar a experiência dos sujeitos no seu viver histórico cotidiano e na elaboração de seus modos de vida. Ao longo do semestre, a partir da interlocução com autores que trabalham a dimensão política da pesquisa e a situam no contexto da construção coletiva e de sua importância na formação da consciência política, são realizados exercícios críticos de reflexão e apresentação de pesquisas pertinentes, considerando especialmente os projetos de pesquisa dos participantes no Núcleo.

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ATIVIDADE PROGRAMADA: CLASSE, GÊNERO, RAÇA NA TEORIA DA REPRODUÇÃO SOCIAL E SUA RELAÇÃO COM O

SERVIÇO SOCIAL

PROFA RESPONSÁVEL: MARIA BEATRIZ COSTA ABRAMIDES

HORÁRIO: 4ª FEIRA DAS 16H00 AS 19H00 E DAS 19H00 AS 22H00

CRÉDITOS: 2 DATAS: 03, 10 e 17 de maio de 2023

Cursando em: 1º sem/2023

Ementa

Unidade I –Teoria da Reprodução Social: apontamentos para uma perspectiva unitária de classe social, gênero e raça no capitalismo –Profa. Dr. Rhaysa Ruas.(a confirmar) Data: 03.05.2023 Teoria Social de Marx e a Questão do Método Teoria da Reprodução Social e teoria unitária: gênese, desenvolvimento e atualidade Feminismo classista e suas expoentes: Lise Vogel, Tithi Battacharya, Cinzia Arruza, Sílvia Federici e Suzan Ferguson Interseccionalidade e o materialismo francófano: concepções, diferenciações e trajetórias

Unidade II - Os estudos sobre classe, gênero, raça no Brasil e o Serviço Social – Profa. Rayane Noronha Oliveira Data: 10.05.2023 Heleieth Saffioti a perspectiva de totalidade e a questão do enovelamento Mulheres negras na luta contra a escravidão, racismo estrutural no Brasil e lutas anticapitalistas con-temporâneas. O Serviço Social e a produção de conhecimentos sobre classe social, gênero e raça no capitalismo.

Unidade III – A produção de conhecimentos no PPG em Serviço Social da PUCSP sobre Teoria da Reprodução Social e suas polêmicas – Mestrandas e Doutorandas do PPG em Serviço Social Data: 17.05.2023 Serviço Social e exploração de classe e opressões de gênero, raça, etnia e sexualidades Desafios para a formação e para o trabalho profissional de assistentes sociais

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Atividades Complementares

Lançamento do livro: “Virei Serviço e agora?” no dia 13 de junho de 2022. –Organizado por PUC/SP

Data Literacy - Como ler, entender, criar e comunicar dados como informação realizado a distância com carga horária de 24 horas. Organizado por Ministério da Cidadania (com certificado)

Estatística Básica para Políticas Públicas realizado a distância com carga horária de 36 horas Organizado por Ministério da Cidadania (com certificado)

II Congresso Decolonialidade a partir do Brasil, realizado de forma online nos dias 2 a 6 de maio de 2022 com carga horária de 40 horas Organizado por Instituto Coletivo Decolonial Brasil (com certificado)

LIBERAÇÃO QUEER, NÃO CAPITALISMO ARCO-ÍRIS! - Orgulho e Despolitização realizado de forma online no dia 4 de junho com carga horária de 2 horas Organizado por Casa Brava espaço cultural. (com certificado)

Curso Livre Entendendo a História de Okinawa nos dias 1/03, 8/03 15/03 e 22/03 Organizado por Japanologia. (com certificado)

XXII Encontro Regional CONGEMAS Sudeste, realizado nos dias 17 e 18 de maio de 2022 em Atibaia com carga horária de 12 horas Organizado por CONGEMAS ( (com certificado)

Curso livre: Ilhas de protesto - Literatura Okinawana nos dias 18/01, 25/01, 01/02 e 08/02, totalizando 8 horas Organizado por Japanologia (com certificado)

Seminário Latino-Americano e Caribenho sobre Serviço Social, Povos Indígenas e Direitos Humanos – CFESS 14 e 15 de julho Online 12 horas (com certificado)

Formação de Educadores Populares - Paulo Freire. 6 e 7 de agosto de 2022. 20 horas (com certificado)

Participação do XVII Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais. 11 à 13 de outubro de 2022 20 horas Online (com certificado)

Participação do XI CONINTER - Congresso Internacional Interdisciplinar em Sociais e Humanidades (com certificado) (com certificado)

Participação e apresentação de trabalho no XVII ENPESS – Rio de Janeiro com certificado)

IV Participação e apresentação de trabalhos no Congreso Latino-Americano de Teoria

Social – Santiago/Valparaíso - Chile (com certificado)

Participação como ouvinte da Live do Prof. Flavio Vaz com o Carmo Dalla Vecchia, com o tema Avanços e retrocessos dos Direitos LGBTQIAPN+ dia 26/03/2023 com duração de 1 hora

Participação como ouvinte do Curso sobre Transfeminismo ofertado pela Hailey Hass 7h30min (com certificado) nos dias 26/01, 02/02, 09/02, 23/02 e 02/03 de 2023

Particiticipação como ouvinte no Seminário: Mulheres Lésbicas em Movimento: LGBTQIAPN+ contra a ditadura e o autoritarismo organizado pela EDEPE em Parceria com o NEMOS

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Participação como ouvinte do curso Transmasculinidades em teoria: um dialogo anticolonial por BRAVA nos dias 03 e 04 de abril de 2023 (com certificado)

Participação como apresentadora junto de Neno Rosa na 2ª Edição da Jornada de Estudos, Pesquisas e Publicações na Área da Assistência Social da ESPASO apresentando o artigo: "População LGBT+ e Política de Assistência Social: Proteção ou desproteção social?"elaborado na disciplina de Política de Assistência Social I (com certificado)

Palestrante na atividade " Serviço Social e Religiosidade : religião, fé e concepções críticas" na UNIP Pinheiros (com certificado)

Publicações

Publicação do texto: UTOPIA na Plataforma pela reforma do sistema político

Publicação do artigo no ENPESS:GÊNERO COMO TECNOLOGIA: uma proposta contrahegemônica (ROSA, Neno e Hanashiro, Mariko)

Envio de artigo Como os instrumentais do SUAS contemplam especificidades da população LGBTQIAPN+? para o ENPS de Vitória

Envio de artigos e apresentação no Congresso Latino Americano de Teoria Social: O Marxismo Queer brasileiro a partir de Guilherme Gomes Ferreira (Hanashiro, Mariko);

PERSPECTIVA HISTÓRICA JUNTO AO ATENDIMENTO À TRAVESTIS E TRANSEXUAIS NO SUAS: A interface das ações e práxis cotidianas (Misaka, André Katsuyoshi; Hanashiro Mariko; Santos, Thiago Aparecido Aranha dos)

Houve a tentativa de submissão do artigo "População LGBT e a Política de Assistência Social: proteção ou desproteção social?" na revista Serviço Social e Sociedade, porém o artigo foi recusado

STATUS Realizado/Aprovado
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REFERÊNCIAS:

COLETIVO MARGARIDA ALVES Nosso povos desconhece a importância esse nome. 11 de julho de 2016. Disponível em: <https://coletivomargaridaalves.org/nosso-povodesconhece-a-importancia-desse-nome/> Acesso em: 16 04 2023

COMUNIDADE CRISTÃ DA ZONA LESTE. Construam casas - Reflexão Pastor Bob Botelho - Celebração Comunitária Youtube, 24/07/2022 Disponível em: <https://www youtube com/watch? v=TfJEnpeymco&pp=ygUPY29uc3RydWFtIGNhc2Fz>. Acesso em: 16.04.2023.

BUNKYO Em nome dos imigrantes japoneses. Disponível em:

<https://www.bunkyo.org.br/br/2022/08/em-nome-dos-imigrantes-japoneses/>Acesso em: 16 04 2023

GEPPS. Folder Gepps. Disponível em:

<<https://www franca unesp br/Home/Eventos/edicao/ok-folder-gepps pdf> Acesso em: 16 04 2023

GOVERNO DE SANTA CATARINA Iniciam amanhã inscrições para Encontro Técnico Estadual sobre o Programa ACESSUAS. Disponível em:

<https://www.sas.sc.gov.br/index.php/noticias/904-iniciam-amanha-inscricoes-paraencontro-tecnico-estadual-sobre-o-programa-acessuas-trabalho> Acesso em: 16 04 2023

HANASHIRO, Jorge História Migrantes.Disponível em: http://www.historiasmigrantes.com.br/index.php/testemunhos/693-tes-24-jorgehanashiro. Acesso em: 16.04.2023.

HANASHIRO, Mariko. A efetivação do princípio de universalidade na política de saúde brasileira: : um estudo do orçamento público federal nos anos 2006-2014.Trabalho de conclusão (bacharelado - Serviço Social) Franca : [s n], 2016 105 f

HANASHIRO, Mariko – Utopia. #DemocraciaQueQueremos. [POESIA]. 1 de setembro de 2022 Disponível em: <https://reformapolitica org br/2022/09/01/poesia-utopia-pormariko-hanashiro-democraciaquequeremos/> Acesso em: 16.04.2023.

JORNAL DA FRANCA Unesp Franca abre concurso para 2 vagas de nível médio e superior: Veja quais são. Disponível em: <https://www.jornaldafranca.com.br/unespfranca-abre-concurso-para-2-vagas-de-nivel-medio-e-superior-veja-quais-sao/> Acesso em: 16 04 2023

KEMI Para além da fábula das três raças: uma introdução à percepção racial do amarelo e do japonês no Brasil. Outra Coluna 22 de Dezembro de 2018 Disponível em: < https://outracoluna.wordpress.com/2018/12/22/para-alem-da-fabula-das-tres-racasuma-introducao-a-percepcao-racial-do-amarelo-e-do-japones-no-brasil/> Acesso em 18 04 2023

LEARN JAPANESE WITH JAPANESEPOD101 COM. LEARN JAPANESE WITH JAPANESE SONGS. FURASATO - YOUTUBE, 19 DE MAR DE 2010 DISPONÍVEL EM: <HTTPS://WWW.YOUTUBE.COM/WATCH?V=GCMCXRCIHRA>. ACESSO EM: 16.04.2023.

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MATTANDACHIAKI. Okinawa Taiko. MirukuMunari. Youtube, 16 de fev. de 2019. Disponível em: <https://www youtube com/watch?v=6F4ERth4gpc> Acesso em: 16.04.2023.

NICELOCAL Cadastro Único. Disponível em: <https://nicelocal.br.com/franca/public services/cadastro unico/>. Acesso em: 16 04 2023

SAKAHARA, VIVIAN MAYUMI. Publicado em 25 de março de 2021. Disponível em: <https://www facebook com/photo? fbid=3880350462058205&set=pcb 3880355422057709> Acesso em: 18 04 2023

EDWARD W SAID Orientalismo: O Oriente como invenção do Ocidente São Paulo: Companhia de Bolso, 2007

SANTA CRUZ. São Bernardo do Campo – Viaje de ônibus para São Bernardo do Campo Disponível em: <https://viajesantacruz com br/index php/sao-bernardo-do-campo/> Acesso em: 16.04.2023.

SÃO PAULO Poder Judiciário Justiça Militar: Relação de réus condenados e foragidos da Justiça Militar. Setembro de 1971. Disponível em: <http://comissaodaverdade al sp gov br/upload/020-Foragidos-Justica-Militar pdf> Acesso em: 16 04 2023

SIMON, Math Black Asian Lives. Hate Still matter. Disponível em: https://www reddit com/r/dontdeadopeninside/comments/m7su47/stop black asian liv es hate still matter/ Acesso em 18.04.2023.

SUPER VESTIBULAR Cursinho Popular da Unesp Franca Disponível em: <https://vestibular.mundoeducacao.uol.com.br/cursinhos-comunitarios/cursinhopopular-unesp-franca htm> Acesso em: 16 04 2023

TABATA, PAOLA YUU. Publicado em 20 de fev. de 2021. Disponível em: https://www instagram com/p/CLgwwurnGjK/ Acesso em 18 04 2023

TER.A.PIA. Nunca Abandonaria a Minha Filha | Histórias de ter.a.pia #193. Youtube, 21 de jul de 2022 Disponível em: <https://www youtube com/watch? v=wwV1cwvQu4I&feature=youtu.be>. Acesso em: 16.04.2023.

TER A PIA O Nascimento do Meu Filho como Homem Trans. Histórias de ter a pia #86 Youtube, 16 de abr. de 2020. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch? v=Qgm0drxHKkA&feature=youtu.be>. Acesso em: 16.04.2023.

TER.A.PIA. A infÂncia roubada de uma criança trans | Podcast Histórias para ouvir lavando louça #26 Youtube 23 de nov de 2021 Disponível em: <https://www youtube com/watch?v=jE6eh3e-CDU&feature=youtu be> Acesso em: 16.04.2023.

VANDRÉ, Geraldo Caminhando Youtube, 18 de mar de 2014 Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=3L dBSgGsFo>. Acesso em: 16.04.2023.

VON KRUGER, MARCIO ROGERIO.Minha Jangada vai sair pro mar Youtube, 24 de jan de 2012. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=PUWUqhQlAuk>. Acesso em: 16 04 2023

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