Boletim A Tribuna Agosto Setembro 2019

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BOLETIM INFORMATIVO A TRIBUNA - ÓRGÃO OFICIAL DA ARQUIDIOCESE DE CAMPINAS

Cartaz do Mês Missionário Extraordinário (MME) / Pontifícias Obras Missionárias (POM)

ANO 111 - EDIÇÃO 3.928 - AGOSTO/SETEMBRO DE 2019

“Batizados e Enviados” Mês Missionário Extraordinário


Seguimos em Guerras

S

EXPEDIENTE Boletim A Tribuna

Publicação do Setor Imprensa da Arquidiocese de Campinas – SP

Arcebispo Metropolitano: D. João Inácio Müller Direção: Padre Antonio Alves (Assessor de Comunicação) Editora-chefe: Bárbara Beraquet (MTb 37.454) Jornalista: Wilson Antonio Cassanti (MTb 32.422) Apoio: João do Carmo Costa Nathália Luperini Caroline Neves Pereira Arte e Diagramação: Bárbara Beraquet

Composição própria Distribuição gratuita Impressão: RIP Editores Gráficos Tiragem: 10 mil exemplares Fechamento editorial: 22/08/2019

ejamos sinceros: adotamos a lógica do mais puro Humanismo em nossas relações e cotidiano. E o Homem, constantemente insatisfeito, assume seu lugar como peça em uma máquina de desejos. Assim, seu desejo, naquele momento, é o centro de sua vida. Guiados pelo hedonismo e pelo narcisismo, pela promessa de uma felicidade a jato, chegamos à lógica maquiavélica - os fins justificam os meios. Mas não fomos feitos para este mundo... tudo aqui passa, fomos feitos para a vida eterna! E a Graça nos é dada não porque merecemos, pois não merecemos. Somos falhos, somos pequenos... a Graça nos é dada por Amor, por meio da Salvação, gratuitamente. Como cantou Raul Seixas, na canção “Pare o mundo que eu quero descer”, de Silvio Britto, “Tá tudo errado, desorientado segue o mundo, enquanto eu vou, ficando aqui parado”... Há muitos irmãos sofrendo com as muitas guerras dos tempos atuais. O Mês Missionário Extraordinário, vivido no próximo mês de outubro, vem nos convidar como cristãos a não ficarmos assim, “ parados”. Esta terra já viu guerras demais e seguimos em guerras: dentro de cada um de nós, combatem bem e mal. Seguimos em guerras: em nossos lares, em nossas famílias, em nossas cidades, em nossos continentes. Seguimos em guerras: diante de tantos conflitos e de uma Humanidade em permanente crise, conseguiremos enxergar que estamos parados? Precisamos sair! Trecho extraído do jornal “O Mensageiro” de 1916 relata o pedido de ajuda do Papa Bento XV aos católicos da América, às crianças belgas vítimas da Primeira Guerra Mundial.

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Equipe do Setor Imprensa Confira a versão digital do Boletim A Tribuna, que também está disponível para download em

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Mês Missionário Extraordinário D. JOÃO INÁCIO MÜLLER, ARCEBISPO METROPOLITANO

Cumpriu-se o tempo e está próximo o Reino de Deus. Arrependei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1,15). Assim Jesus iniciava seu anúncio. Ele é a Boa notícia, o Reino e a vida do Pai, acontecendo de modo visível e próximo a todos. Os tempos de Nosso Senhor eram difíceis, de muito sofrimento e falta de liberdade. Ao término da 1ª Guerra Mundial, o Papa Bento XV escrevia: “A grande e sublime missão que Nosso Senhor Jesus Cristo, quando estava para regressar ao Pai, confiou aos seus discípulos ao dizer-lhes ‘ide pelo mundo inteiro, proclamai o Evangelho a toda a criatura’ (Mc 16,15), não podia terminar com a morte dos Apóstolos, mas devia continuar, através dos seus sucessores, até ao fim dos tempos, isto é, enquanto existirem na terra pessoas para salvar pelo ensino da verdade”. Com estas palavras, o Papa entendia dar novo impulso à responsabilidade missionária de anunciar o Evangelho. Era o término de um “massacre inútil”, como dizia Bento XV. O Papa olhava para uma Europa que esquecera o anúncio do Evangelho. A escolha fora pela morte, pela barbárie. Em vez de fraternidade, matança. Ele denunciava as ambições nacionalistas e expansionistas. Dizia que a Igreja era universal e que nenhum povo é estranho. Lembrava que o anúncio e a caridade do Senhor - difundidos com a santidade da vida e boas obras - constituem o motivo da missão. Assim, buscou despertar a consciência do dever missionário, de levar a Boa notícia do Reino a todos os corações. O Papa Francisco, desde o início de seu pontificado, faz ver as atrocidades que são promovidas na atualidade, num mundo centrado e regido pelo

‘Mercado’. Fala continuamente contra as guerras, causadoras de exclusões, migrações forçadas, pobreza e miséria na vida dos mais pobres e que aviltam a natureza, dom do Criador; visita, no diálogo, povos das mais diferentes culturas e expressões religiosas, construindo caminhos de paz, de fraternidade e de misericórdia; acolhe e mostra-se familiar com todas as pessoas; faz-se presente em situações de calamidade... Com força, convida-nos a aderir ao mandato do Senhor: “Ide!”, que não é opcional para a Igreja; é uma “obrigação” que lhe incumbe (AG, 7), é sua identidade mais profunda (EN 13). O Papa diz: “nada de nos escondermos numa introversão eclesial, ou em nostalgias estéreis. Ao invés disso, abramo-nos à jubilosa novidade do Evangelho. Também nestes nossos dias, dilacerados pelas tragédias da guerra e insidiados pela funesta vontade de acentuar as diferenças e fomentar os conflitos, seja levada a todos, com renovado ardor, e infunda confiança e esperança a Boa-Nova de que, em Jesus, o perdão vence o pecado, a vida derrota a morte e o medo triunfa sobre a angústia” (cf. Carta do Papa Francisco ao Cardeal Fernando Filoni, em 22/10/2017, convocando o Mês Missionário Extraordinário para outubro de 2019). Nesta mesma direção, o episcopado brasileiro, nas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 2019-2023, convida-nos a sermos comunidades eclesiais missionárias.

Imagens de Bento XV e de devastação da I Guerra Mundial extraídas da Internet

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Fotos: website REPAM

Caminhos para a Igreja e para uma Ecologia Integral PADRE BENEDITO FERRARO ASSESSOR DA PASTORAL OPERÁRIA

O

Papa Francisco anunciou a convocação de um Sínodo Especial para a Amazônia, no dia 15 de outubro de 2017. Com sua visita, em Puerto Maldonado, no Peru, em 19 de janeiro de 2018, se iniciava este processo de escuta sinodal. O Papa Francisco assim se pronunciou neste dia: “Muito desejei este encontro. Obrigado pela vossa presença e por me ajudardes a ver mais de perto, nos vossos rostos, o reflexo desta terra. Um rosto plural, duma variedade infinita e duma enorme riqueza biológica, cultural e espiritual” (Discurso do Papa Francisco, no Encontro com os povos da Amazônia, em Puerto Maldonado, 19 de janeiro de 2018). Depois de louvar a Deus pela presença dos povos indígenas, defensores da imensa biodiversidade que as terras amazônicas contem, o Papa indica o caminho de uma Igreja encarnada na vida dos povos indígenas: “Precisamos que os povos indígenas plasmem culturalmente as Igrejas locais amazônicas. Ajudai os vossos bispos, os missionários e as missionárias a fazerem-se um só convosco e assim, dialogando com todos, podeis plasmar uma Igreja com rosto amazônico e uma Igreja com rosto indígena. Com este espírito, convoquei um Sínodo para a Amazônia no ano de 2019” (Papa Francisco, Puerto Maldonado). Esta é a grande novidade deste Sínodo para a Amazônia: Escutar os Povos Indígenas, Quilombolas, Ribeirinhos e

proteger os rios, as matas, os animais, a biodiversidade exuberante deste grande região. A preocupação do Sínodo para a Amazônia é que esta região de vida abundante está continuamente ameaçada pela destruição e exploração ambiental, pela violação sistemática dos direitos humanos elementares da população sobretudo em relação aos povos originários, não respeitando o seu direito ao território, a sua autodeterminação e à demarcação de seus territórios (cf. Instrumento de Trabalho, 14). Seguindo a orientação fundamental do Sínodo para a Amazônia, o Documento de Trabalho explicita esta preocupação com a proteção da vida das pessoas e da própria natureza, denunciando o assassinato de líderes e defensores do território, a apropriação e privatização de bens da natureza, como a própria água, as concessões às madeireiras legais, a entrada de madeireiras ilegais, a caça e pesca predatórias, principalmente nos rios, as hidrelétricas, concessões florestais, desmatamento para produzir monoculturas, estradas e ferrovias, projetos mineiros e petroleiros, a contaminação ocasionada por todas as indústrias extrativistas que causam problemas e enfermidades, principalmente para as crianças e os jovens. Além destas ameaças, o Documento denuncia os problemas sociais decorrentes desta ameaça à vida: alcoolismo, a violência contra a mulher, o trabalho sexual, o tráfico de pessoas, a

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perda de sua cultura originária e de sua identidade 5)Demarcação dos territórios indígenas, quilom(cf. Documento de Trabalho, 15). bolas e ribeirinhos, para impedir o etnocídio e o geDiante deste quadro ameaçador, o Sínodo da nocídio e evitar a desestruturação das comunidades Amazônia coloca a periferia no centro, afirmando originais. que a Amazônia reclama uma nova inculturação. Finalmente, somos convidados e convidadas a imSegue, pois, a orientação do Concílio Vatiplorar as luzes do Espírito Santo, para que cano II que afirma a Igreja como Povo ele ilumine os padres sinodais e todos e de Deus, com a igualdade entre todos todas que participarão deste Sínodo “... coloca e todas definida pelo Batismo. Indipara que possam indicar novos camica o caminho da sinodalidade, como a periferia no nhos para a Igreja e para uma Ecolopossibilidade de participação de togia Integral. centro” dos os membros da Igreja nas decisões que defendem a vida das pessoas e da natureza. Também retoma a importância do diálogo ecumênico e inter-religioso, já explicitados no Vaticano II, mas de extrema importância nesta Oração do Sínodo região amazônica, onde se encontram a vivência e a para a Amazônia atividade de muitas Igrejas cristãs e várias religiões de matriz indígena e afrodescendente. Como no DoDeus Pai, Filho e Espírito Santo, cumento de Aparecida (Aparecida, 178), o Sínodo iluminai com a vossa graça a Igreja para a Amazônia retoma a importância da profecia que está na Amazônia. e martírio, como também a importância do simbólico, meio pelo qual os povos indígenas e quilombolas Ajudai-nos a preparar com alegria, fé expressam sua espiritualidade. e esperança o Sínodo Pan-Amazônico: Levando-se em consideração todas as urgências e “Amazônia: novos caminhos para a Igreja exigências da vida na região Pan Amazônica, há ale para uma ecologia integral”. gumas prioridades que serão levadas ao Sínodo dos Bispos em Roma, nos dias 06 a 27 de outubro de Abri nossos olhos, nossa mente e coração 2019: para acolhermos o que vosso Espírito 1)Buscar uma Igreja com rosto indígena, ribeiridiz à Igreja na Amazônia. nho e quilombola. Suscitai discípulas e discípulos 2)Uma Igreja toda ministerial, com ministérios missionários, diversificados e descentralizados exercidos por hoque, pela palavra e o testemunho de vida, mens e mulheres, devido às grandes distâncias na anunciem o Evangelho região amazônica e a dificuldade de locomoção. aos povos da Amazônia, 3)Respeito à diversidade cultural que exige flexie assumam a defesa da terra, das florestas e dos rios da região, bilidade na atividade evangelizadora e pastoral, precontra a destruição, poluição e morte. ocupando-se de modo especial com as periferias das grandes cidades, onde se mesclam os grandes meios Nossa Senhora de Nazaré, de comunicação, as redes sociais e os problemas de Rainha da Amazônia, desemprego, moradia, saúde e o perigo da perda da intercedei por nós, cultura e identidade dos povos indígenas que mipara que nunca nos faltem gram para as cidades. coragem e paixão, 4)Busca de uma Ecologia Integral, pois o social lado a lado com vosso filho Jesus. e a natureza estão articulados entre si (cf. LS,49) e Amém! como afirma o Papa Francisco: tudo está interligado (cf. LS, 240). BOLETIM A TRIBUNA - AGOSTO/SETEMBRO 2019 - 05


O que há de Extraordinário? Outubro é o Mês Missionário, mas o que será diferente em 2019? MARIA SOARES DE CAMARGO COORDENADORA DO COMIDI (COMISSÃO MISSIONÁRIA DIOCESANA)

O

Papa Francisco, no Dia Mundial das Mis-

lonialista de países europeus sobre países ainda não

sões de 2017, anunciou a proclamação de

evangelizados, como aconteceu na América Latina e

um Mês Missionário Extraordinário para

na África. Ficava difícil distinguir o evangelho de Je-

outubro de 2019. Ora, sempre soubemos que outubro

sus das propostas nacionalistas e exploradoras dos

é o mês missionário. O que haveria de extraordinário

países dominantes. O Papa Bento XV lembrou que a

em 2019?

Igreja de Deus é universal, nenhum povo lhe é estra-

Trata-se da comemoração de um centenário. Há 100 anos, em 1919, o papa da época, Bento XV, escre-

nho e a motivação das missões só pode ser o anúncio e a caridade do Senhor Jesus.

veu uma carta que mudou a orientação das missões

Com o Concílio Vaticano II, a Igreja toda se redes-

tradicionais. Essas estavam vinculadas à expansão co-

cobriu missionária, por natureza. Muitos outros documentos oficiais vêm reafirmando essa verdade. Por exemplo, assim diz o Papa João Paulo II: “a missão renova a Igreja, revigora a sua fé e identidade, dá-lhe novo entusiasmo e novas motivações. É dando a fé que ela se fortalece!” (RMi, 2). O Mês Missionário Extraordinário (MME) de 2019 tem por objetivo despertar a consciência da missão além-fronteiras e retomar com novo impulso a transformação missionária da vida e da pastoral. É um mo-

Papa Francisco proclama Mês Missionário. Imagem extraída da Internet/Transmitida pela CTV. 06 - AGOSTO/SETEMBRO 2019 - BOLETIM A TRIBUNA


mento de graça para reavivar a consciência batismal

tividade missionária: vigílias, missões jovens, obras

do Povo de Deus e por isso tem como tema: “Batiza-

de misericórdia, iniciativas ecológicas etc.

dos e Enviados: a Igreja de Cristo em missão no mun-

Além disso, somos todas/os convidadas/os por D.

do”. Pelo batismo, integramos a Igreja, cuja primeira

João Inácio, nosso novo arcebispo, a nos reunir em

causa é a causa missionária, como nos recorda o Papa

uma assembleia paroquial durante o mês de outubro,

Francisco (EG,15).

de onde partiremos para fazer visitas às famílias do

Filhas e filhos de Deus, a fé recebida como dom

bairro ou a alguma realidade mais tocante da região.

gratuito nos leva a partilhar com

Não vamos esquecer a tradicional Coleta Missioná-

todas as pessoas, próximas

ria do Dia Mundial das Missões, neste ano, nos dias

ou distantes, a Boa-Nova

19 e 20 de outubro. Desta coleta, 80% se desti-

que nos faz felizes. “Nossa

nam a auxiliar igrejas pobres

missão radica-se na pater-

dos vários Continentes e 20%

nidade de Deus e na ma-

são para a ação missionária no

ternidade da Igreja, porque

Brasil.

é inerente ao Batismo o envio

A CNBB-Sul1 (Estado de São Pau-

expresso por Jesus no mandato

lo) mantém projetos missionários em

pascal: como o Pai Me enviou, também Eu vos

Moçambique e na Amazônia, projetos esses que

envio a vós, cheios do Espírito Santo para a reconci-

devemos procurar conhecer e ajudar. Justamente du-

liação do mundo” (Mensagem do Papa Francisco para

rante o MME, a Amazônia estará no coração da Igre-

o Dia Mundial das Missões de 2019).

ja universal pela realização do Sínodo dos bispos em

Na Arquidiocese de Campinas, as paróquias estão empenhadas em realizar o MME de diferentes formas.

Roma, com o tema: “Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral”.

Muitas delas farão a Novena Missionária proposta

Novos caminhos são necessários para um mundo

pelas Pontifícias Obras Missionárias (POM) nos seus

novo, cheio de novas tecnologias, novas mentalida-

grupos de vivência e equipes de pastoral. Pela primei-

des, mas também cheio de novas e velhas injustiças.

ra vez, o conteúdo da Novena pode ser acessado via

Fazer missão é buscar novas formas de evangelizar,

internet, seja a partir do cartaz da Campanha Missio-

com discernimento, mas também com ousadia e co-

nária, seja pelo site da Arquidiocese e das POM.

ragem. Sempre em comunidade, em diálogo, ouvindo

Somos livres para ouvir as inspirações do Espírito Santo e propor outras atividades decorrentes da cria-

o que o Espírito tem a dizer às igrejas, em particular à nossa Igreja de Campinas.

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Dois de Novembro, Dia de Finados DIÁCONO SEBASTIÃO ROBERTO DE ABREU COORDENADOR DA PASTORAL DAS EXÉQUIAS

A

Igreja celebra o Dia de Finados na pers- tros das Exéquias, das Equipes de Liturgia e canto das pectiva do mistério pascal de Cristo. Pois, Paróquias, que assumem a responsabilidade de aniCristo venceu a morte, e n’Ele nós mar a celebração da Missa; dos Ministros também ressuscitaremos para a vida eterextraordinários da Sagrada Comunhão na. A fé na ressurreição é um aspecto e dos Agentes de Pastoral das Paró“A visita aos fundamental da visão cristã da vida e quias que muito nos ajudam, tanto da morte. O evangelista Lucas afirma: para marcar a intensão de nomes túmulos dos “Toda carne verá a salvação de Deus” na missa, como nas visitas e oraparentes e amigos (Lc3,6). Na profissão de fé rezamos: ção aos túmulos junto às famílias “Creio na ressurreição da carne e na que solicitam. falecidos é vida eterna”. Ao expressar a fé na Quero destacar também, a comarcada pela ressurreição da carne, manifestamos a laboração e o empenho da adnossa confiança na ressurreição da pesministração dos Cemitérios e dos saudade” soa humana, pelos méritos da Redenção funcionários que lá trabalham. Eles de Cristo. não medem esforços para nos ajudar e Para celebrar bem esse Dia, a Pastoral das Exéacolher bem a todos, de um modo especial quias da Arquidiocese de Campinas fez a primeinesse Dia de Finados. ra reunião no dia 29 de julho de 2019, e definiu Em espírito de colaboração e solidariedade fraalguns passos a serem realiterna, nos preparemos para a cezados nesse processo de prelebrar o Dia de Finados, pois esse paração. Vamos elaborar um é o Dia em que celebramos a mepanfleto catequético realçando mória dos fiéis defuntos. A visita a importância de celebrar o Dia de Finados. Esse aos túmulos dos parentes e amigos falecidos é marpanfleto contem a oração de visita aos túmulos cada pela saudade, muitas vezes com dor e lágrie será distribuído a todos que visitam os Cemimas, mas é também expressão da nossa gratidão, térios. Bem como o cartaz com os horários das por tudo que essas pessoas representaram e Missas para facilitar a participação dos fiéis. representam em nossas vidas. Com o objetivo de acolher bem às Pedimos que a Imaculada Conceição, papessoas que irão visitar os Cemidroeira da nossa Arquidiocese, interceda térios nesse Dia, contamos com por nós, para que tudo seja realizado de a colaboração dos Padres que acordo com a vontade de Deus. presidem as Missas, dos Minis-

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“A esperança dos pobres jamais se frustrará” (Sal 9,19)

III Jornada Mundial do Pobre EQUIPE ARQUIDIOCESANA DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE

Q

uem sou eu para falar a vocês sobre uma realidade que apenas observo, diariamente, e me sinto impotente, diante desta revelação de Deus? Talvez de fora, de longe, possa observar melhor. Até por isso, me animo em colocar aqui o que penso. Você já imaginou o que é acordar sem saber se terá o sustento para este dia? Certas pessoas passam pelos irmãos empobrecidos sentados ou deitados nas calçadas e verbalizam que são desocupados, preguiçosos e outros adjetivos. São tidos como os parasitas da sociedade e não são perdoados pelo fato de serem pobres. Outros imediatamente se perguntam: o que fazer? Alguns deixam para lá e se esquecem, mas há os que tomam atitudes. Algumas pessoas resolvem acudir a necessidade maior, mais visível e alimentá-los; estão colocando, ali, não apenas um recurso material, mas aquilo que o Papa Francisco nos faz enxergar sob uma nova ótica e nos dá outra definição de Pobre: “É aquele que confia no Senhor”. “É precisamente esta confiança no Senhor, esta certeza de não ser abandonado, que convida o pobre à esperança. Sabe que Deus não o pode abandonar; por isso, vive sempre na presença daquele Deus que se recorda dele. A sua ajuda estende-se para além da condição atual de sofrimento, a fim de delinear um caminho de libertação que transforma o coração, porque a sua ajuda o sustenta no mais profundo do seu ser”... “Mas, colocando no centro os pobres ao inaugurar o seu Reino, Jesus quer-nos dizer precisamente isto: Ele inaugurou, mas confiou a nós seus discípulos, a tarefa de lhe dar seguimento, com a responsabilidade de dar esperança aos pobres. Sobretudo num tempo como o nosso, onde é preciso reanimar a esperança e restabelecer a confiança”. (Mensagem Papa Francisco em 13/06/2019)

Dia do Pobre 2018/Arquivo Vimos dois irmãos nossos que morreram possivelmente de hipotermia, causada pela noite fria, e achamos natural. A desculpa que encontramos é de que não quiseram ir para o abrigo. Não conseguimos aprender com a experiência da história. Quando uma pessoa em situação de vivência na rua nos diz: - “Para viver o que estava vivendo naquele ambiente preferi sair e dar meu espaço”, nem sempre conseguimos perceber os diferentes tipos de escravidões e de doações que ali acontecem. Deu tudo, seu espaço e a sua identidade. Assim, mais uma vez, Jesus através do Papa Francisco nos chama: “Aos discípulos do Senhor Jesus, a condição que se lhes impõe para serem evangelizadores coerentes é semear sinais palpáveis de esperança. A todas as comunidades cristãs e aos que sentem a exigência de levar esperança e conforto aos pobres, peço que se empenhem para que este Dia Mundial possa reforçar em muitos a vontade de colaborar concretamente para que ninguém se sinta privado da proximidade e da solidariedade”. (Mensagem Papa Francisco em 13/06/2019) Temos assim, no dia do Pobre (17/11/2019), uma oportunidade ímpar de estar com eles e de aprender mais sobre o porquê foram e são os preferidos de Jesus, e como podemos concretizar, num ambiente consumista e de descarte, a opção preferencial da nossa Igreja, imitando Jesus no meio deles.

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ARQUIDIOCESE

Ordenação presbiteral em 28/07

Ordenações e nomeações

Caminhada Vocacional Na manhã do domingo, 4 de agosto, a garotada partiu da Praça Arautos da Paz em direção à Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, durante o XIV Encontro de Coroinhas. Ao menos 1500 pessoas participaram. Familiares, coroinhas, acólitos, cerimoniários, coordenadores de grupos, religiosas, padres e seminaristas, cantando músicas e rezando o terço vocacional, foram recebidos pela comunidade da Paróquia, onde foi celebrada a Santa Missa, presidida por Mons. José Eduardo Meschiatti, Vigário Geral da Arquidiocese, concelebrada pelos Padres Jonas Barbosa, assessor da Pastoral Vocacional, e João Batista Cesário, assessor da Pastoral Universitária. Foto gentilmente cedida

Em julho passado, o Arcebispo Metropolitano de Campinas, Dom João Inácio Müller, realizou algumas nomeações. Confira:

Pe. Erisvaldo Pedro da Silva

Nomeado, no dia 15/07, como Pároco da Paróquia N. Sra. do Rosário de Pompeia, em Campinas, com posse em 25/08.

Pe. Carlos Roberto de Oliveira Jesus

Nomeado, no dia 30/07, como Pároco na Paróquia N. Sra. da Piedade, em Campinas, com posse em 17/08.

Pe. Luan Flávio de Oliveira

Nomeado, no dia 30/07, como Administrador Paroquial da Paróquia São Miguel Arcanjo, em Sumaré, com posse em 29/08.

Pe. Fábio Fernandes dos Santos e Silva (foto)

Nomeado, no dia 30/07, como Administrador da Paróquia São Francisco de Assis, em Monte Mor, com posse em 09/08.

Pe. Rogério Carvalho de Almeida (foto)

Nomeado, no dia 30/07, como Vigário Paroquial da Paróquia São Francisco de Assis, em Monte Mor.

PUC-Campinas recebe o Grão-Chanceler “Desejo a PUC que ela seja tão grande quanto ela é vocacionada a ser”, afirmou Dom João Inácio Müller, Arcebispo Metropolitano, em homenagem conferida a ele no dia 20 de agosto, no campus I da Pontifícia Universidade de Campinas, ao ser recebido como Grão-Chanceler da instituição.

Pe. Alexandre Souza e Silva de Moura

Nomeado Vigário Paroquial da Paróquia Santa Rita de Cássia, em Campinas.

Pe. Leonardo Henrique Piacente

Nomeado como Coringa para auxiliar na Arquidiocese conforme agendamento prévio.

Pe. Luiz Roberto Benedetti

Nomeado como auxiliar nas Paróquias São Paulo Apóstolo e Santa Rita de Cássia, em Campinas.

Pe. Eduardo Bueno Fraguas

Tempo pessoal na fazenda da Esperanças, em Guaratinguetá. 10 - AGOSTO/SETEMBRO 2019 - BOLETIM A TRIBUNA

Foto de Nathália Luperini

Foto gentilmente cedida

em destaque


Setembro, Mês da Bíblia PADRE ELISIÁRIO

T

odos os anos, no mês de setembro, a nossa

O contexto histórico que surge da leitura do texto é

Igreja, através da Comissão Bíblico-Cate-

perturbador, pois revela conflitos existentes dentro

quética da CNBB, escolhe um tema bíbli-

da comunidade, divisões e rupturas provocadas por

co para as comunidades, paróquias e todo o Povo de

membros da própria Igreja. “Eles saíram de nosso

Deus estudar. O objetivo é o de que nossas comu-

meio, mas não eram dos nossos” (I Jo 2,19). O texto

nidades se apropriem e desenvolvam melhor o co-

também se refere ao “mentiroso” e aos “anticristos”,

nhecimento da Sagrada Escritura e por consequência alimentem a esperança na construção do Reino de Deus. Neste ano de 2019, o estudo proposto é sobre o texto da Primeira Carta de São João. O tema desenvolvido a partir dessa Carta dá continuidade e amplia a inspiração

aqueles que podem parecer falar e ser de Cristo, mas enganam e destroem o amor e a con-

“Nós amamos, porque Deus primeiro nos amou”

pastoral apontada no Documento de

fiança no seio da comunidade. O autor apresenta então para os fiéis, alguns ensinamentos para desmascarar e se prevenirem de tais situações: Caminhar na luz, pois o mentiroso, se afasta da Luz que é Deus; Guardar os

mandamentos, principalmente o da ca-

Aparecida desde 2012 que é: “Ser discí-

ridade; Não confundir o amor de Deus com

pulos missionários de Jesus, para que Nele nossos

caprichos pessoais que são coisas do mundo. A Car-

Povos tenham vida”. Trata-se de buscar, através na

ta instrui ainda para a confissão na encarnação do

fé em Jesus Ressuscitado, a coragem para defender

Filho de Deus em Jesus Cristo. A fé na encarnação

a vida em qualquer situação onde esteja ameaçada.

orienta aquele (a) que crê, inserindo-o no amor ple-

O lema que vai orientar os estudos é da própria car-

no de Deus. “Nós temos reconhecido o amor de Deus

ta joanina: Nós amamos, porque Deus primeiro nos

por nós, e nele cremos. Deus é amor: aquele que per-

amou (I Jo 4,19). Desejamos apresentar aqui uma

manece no amor permanece em Deus e Deus perma-

breve motivação para os grupos de estudo bíblico e

nece nele”. (I Jo 4,16).

pessoas engajadas nos trabalhos pastorais para que se sintam fortalecidas pela sua mensagem.

Por último, o estudo dessa Carta pode nos ajudar a compreender melhor eventuais dificuldades que

As Cartas Joaninas foram escritas aproximada-

algumas comunidades enfrentam hoje por causa da

mente no final do I século ou no início do II sécu-

diversidade de mentalidades e de posturas que difi-

lo d.C. A Igreja atribuiu desde muito cedo a autoria

cultam a comunhão eclesial; bem como pode nos aju-

dessas Cartas ao evangelista João, por causa da par-

dar a aprofundar o sentimento de pertencer ao corpo

cial semelhança do vocabulário e das imagens sobre

eclesial, reconhecendo o Amor que primeiro nos amou

Jesus em seu Evangelho.

e oferecendo o testemunho da unidade. Bons estudos.

BOLETIM A TRIBUNA - AGOSTO/SETEMBRO 2019 - 11


16 - AGOSTO/SETEMBRO 2019 - BOLETIM A TRIBUNA


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