Boletim A Tribuna - Julho/Agosto de 2018 - Edição 3.822

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BOLETIM INFORMATIVO A TRIBUNA - ÓRGÃO OFICIAL DA ARQUIDIOCESE DE CAMPINAS

Divulgação/CNBB

ANO 107 - EDIÇÃO 3.922 - JULHO/AGOSTO DE 2018

2017-2018 Ano do Laicato


Ano do Laicato

E Boletim A Tribuna

Publicação do Setor Imprensa da Arquidiocese de Campinas – SP

Administrador Diocesano: Monsenhor José Eduardo Meschiatti Direção: Padre Antonio Alves Editora-chefe: Bárbara Beraquet (MTb 37.454) Jornalista: Wilson Antonio Cassanti (MTb 32.422) Apoio: João do Carmo Costa Arte e Diagramação: Bárbara Beraquet

Composição própria Distribuição gratuita Impressão: RIP Editores Gráficos Tiragem: 10 mil exemplares WWW.ARQUIDIOCESECAMPINAS.COM

Divulgação

EXPEDIENTE

m 26 de novembro do ano passado, Solenidade de Cristo Rei, teve início o Ano do Laicato, que se estenderá até 25 de novembro de 2018. “Cristãos leigos e leigas, sujeitos na ‘Igreja em saída’, a serviço do Reino” foi o tema escolhido, e o lema: “Sal da Terra e Luz do Mundo” (Mt 5,13-14). O objetivo geral deste Ano é “Como Igreja, Povo de Deus, celebrar a presença e a organização dos cristãos leigos e leigas no Brasil; aprofundar a sua identidade, vocação, espiritualidade e missão; e testemunhar Jesus Cristo e seu Reino na sociedade”. Por isso, o Ano do Laicato tem este apelo especial aos que vivenciam sua missão como batizados e batizadas na Igreja e no mundo, assim como às famílias, que devem se conscientizar de seu protagonismo e embuirem-se de entusiasmo tanto na vida em sociedade, como na eclesial. Em comunhão com a Igreja no Brasil, várias atividades celebrativas e formativas vêm sendo desenvolvidas na Arquidiocese de Campinas ao longo deste Ano. Na Igreja Particular de Campinas, em especial, vivemos o período de vacância. Portanto, rezemos, pedindo a Deus que ilumine o Santo Padre na escolha do novo bispo: Ó Deus, Pai de misericórdia, que velais sobre nós com solicitude, volvei o Vosso olhar sobre a Igreja Arquidiocesana de Campinas, que vive este período de Sé Vacante. Derramai sobre esta porção do Vosso Povo o Espírito de inteligência e entendimento, e dai-nos a alegria de nos enviar um Pastor que nos dirija no caminho da verdade, da unidade e da paz. Por Cristo, Nosso Senhor. Amém

REDACAO@ ARQUIDIOCESECAMPINAS.COM RUA IRMÃ SERAFINA, 88 BOSQUE 13026-066 CAMPINAS, SP

Mons. José Eduardo Meschiatti Administrador Diocesano Confira a versão digital do Boletim A Tribuna, que também está disponível para download em

www.arquidiocesecampinas.com/banca

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Semana Nacional da Família DA REDAÇÃO Fotos de Bárbara Beraquet

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m consonância com o Ano do Laicato, famílias de toda a Arquidiocese estiveram reunidas para celebrar a Graça da reconciliação, do perdão, seu protagonismo, bem como motivar o fortalecimento desta instituição que nos dias de hoje vem sendo bombardeada de contra testemunhos, durante a Semana Nacional da Família, de 12 a 18 de agosto. O tema escolhido foi “O Evangelho da Família, alegria para o mundo”. Com momentos de reflexão e oração nas paróquias ao longo dos sete dias, a Celebração de Encerramento aconteceu no dia 17 de agosto, na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, presidida pelo Mons. José Eduardo Meschiatti, Administrador Diocesano, e contou com a participação de padres e famílias das nove cidades que compõem a Arquidiocese. Para Padre Luiz Carlos de Araújo, pároco da Paróquia Frei Galvão e assessor da Área Familiar Arquidiocesana, a reserva de uma Semana assim dedicada “faz com que as famílias se encontrem em torno da Palavra de Deus e a reflitam segundo suas vidas”. Para ele, celebrar essa ocasião e o Ano do Laicato é uma oportunidade para que possamos perceber a missão fundamental do leigo na sociedade. “Um leigo bem situado em Cristo nunca será sitiado pelos modernismos do mundo”, diz. “Quanto mais as famílias forem conscientes da Fé, quanto mais trouxerem a reflexão da Fé e tiverem a preocupação de evangelizar e transmiti-la, mais teremos um mundo melhor. O mundo que temos é reflexo das nossas famílias. Se as famílias não vão bem, o mundo não irá bem”, comenta Mons. José Eduardo.

“O verdadeiro vínculo é sempre com o Senhor. Todas as famílias têm necessidade de Deus: todas, todas! Necessidade da Sua ajuda, da Sua força, da Sua bênção, da Sua misericórdia, do Seu perdão. E requerse simplicidade. Para rezar em família requer-se simplicidade! Quando a família reza unida o vínculo torna-se mais forte” Papa Francisco na Homilia da Missa do Encontro de Famílias, que se realizou em Roma em outubro de 2013 BOLETIM A TRIBUNA - JULHO/AGOSTO 2018 - 03


Vocações abundantes: Encontro de Coroinhas, em 5 de agosto, na Paróquia Sant’Ana, em Campinas. Retiro dos Seminaristas, de 1 a 3 de agosto, na Casa Siloé, em Vinhedo,e Missa em Louvor a São Lourenço, padroeiro dos diáconos. Fotos gentilmente cedidas

“Seguir Jesus à luz da fé” foi tema do mês dedicado às vocações, agosto BÁRBARA BERAQUET

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Igreja no Brasil celebra, em agosto, o mês vocacional. “Seguir Jesus à luz da fé” foi o tema deste ano, e o lema: “Sei em quem acreditei” (2Tm 2,12). A cada domingo do mês, uma determinada vocação foi celebrada. Na Arquidiocese de Campinas, foi proposto um subsídio de dinamização vocacional, desenvolvido pela Pastoral Vocacional do Sul 1, para ser trabalhado nos diversos grupos paSubsídio proposto para o roquiais. mês vocacional

O chamado de Deus para se realizar e ser feliz, que chamamos de vocação, é feito para cada pessoa. Não há ninguém que não seja chamado a uma vocação, para uma vida plena na santidade e caridade; seja ela por meio do casamento, vivendo solteiro, sendo consagrado ou ordenado.

Vocações sacerdotais

No primeiro domingo do mês, celebramos o sacerdócio e os ministérios ordenados. É o domingo mais próximo do Dia do Padre, comemorado em 04 de agosto. Assim, este momento teve um gosto especial para quem comemorou seu primeiro ano como sacerdote. Em agosto do ano passado, o então diácono Carlos Roberto de Jesus recebia a ordenação sacerdotal pelas mãos do Arcebispo Metropolitano à época, Dom Airton José dos Santos. De um ano para cá, o Padre Carlos experimenta o início de sua vida como sacerdote ordenado, desde julho Vigário Paroquial na Paróquia Santa Teresa de Ávila, em Campinas. Ele resume sua trajetória até aqui na frase da Virgem Maria rezada na celebração de

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Irmã Maria Lourdes, 50 anos de vida consagrada, ao lado de Irmã Ana Maria, também da Congregação de Nossa Senhora da Caridade do Bom Pastor. Foto: João Costa

sua Assunção e, providencialmente, aniversário de Deus criado homem e mulher, seu amor mútuo se um ano de ministério presbiteral: “A minh’alma en- torna uma imagem do amor absoluto e indefectível grandece o Senhor e se alegra meu espírito em Deus de Deus pelo homem. Esse amor é bom, muito bom, aos olhos do criador, que ‘é amor’ (1Jo 4,8.16)” (CIC meu Salvador!” (Lc 1, 46s). 1604). “Foi um ano da Graça de Deus! Ser padre No segundo domingo do mês de agosto, o é muito melhor do que eu podia imagimatrimônio, junto à semana da Família, nar. São muitos os desafios; grandes Se houve é a vocação celebrada. Recentemente, as expectativas; muitos serviços; Papa Francisco trouxe ao conhecimuitas alegrias; muita gratidão. um ensinamento mento de todos a Exortação ApostóQue posso dizer? Valeu a pena durante este ano lica pós-sinodal “A Alegria do Amor”, chegar até aqui”, comemora. Padre Carlos se diz alegre e de ministério, foi o que trata exatamente da alegria do amor em família. Já em seu início, esperançoso e crê que ainda há de que, sem Ele, sua “Amoris laetitia” fala que, apesar muito a fazer, melhorar, crescer, dos numerosos sinais de crise no maservir e amar. “Se houve um ennada poderei trimônio, o desejo de família permanece sinamento durante este ano de mifazer vivo, especialmente entre os jovens, como nistério, foi o de que, sem Ele, nada foi com um casal então em seus “vinte e poucos poderei fazer. E o que Ele tem feito em mim e através de mim pelo ministério? O que eu anos” que se colocou diante de Deus por meio do acredito ser o horizonte de vida de todo cristão e, Sacramento do Matrimônio: Mario Meletti Filho e por isso, lema de minha ordenação: ‘amai-vos como Laura Maria Molina Meletti farão 30 anos de casados em poucos meses. Ministros extraordinários eu vos amei (Jo 15, 12)”, afirma. Ainda, todo dia 10 de agosto, celebra-se a missa na Paróquia Frei Galvão, ele, da Palavra, e ela, da em louvor a São Lourenço, padroeiro dos diáconos, Eucaristia, em Barão Geraldo, marido e mulher há que este ano foi presidida por Mons. José Eduardo mais de 35 anos prestam diferentes serviços nas coMeschiatti, Administrador Diocesano, na Paróquia munidades católicas por onde passaram. Eles têm Nossa Senhora do Rosário, em Campinas. Hoje, a dois filhos, Lucas (22) e Matheus (17). “A vocação é um chamado de Deus para a nosArquidiocese tem 25 diáconos permanentes e dois sa vida. Quando o casal enaltece o Sacramento que transitórios. recebeu e se coloca aberto à vontade de Deus, ele interage de perto com a dimensão divina do matriMatrimônio e Família “Deus, que criou o homem por amor, também o mônio. É isso que sempre nos deu sustentação para chamou para o amor, vocação fundamental e inata uma vida inteira de fidelidade e dedicação. A vontade de Deus precisa acontecer dentro de de todo ser humano. Pois o homem foi criado à imanossa família, sempre, mesmo quando a gente ingem e semelhança de Deus, que é amor. Tendo-os

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Homenagem pelos 50 anos de vida consagrada de Ir. Maria Lourdes no CEPROMM. Foto: João Costa

siste em não concordar com ela. Quando o Sacramento é importante para o casal, não importa quão fortes sejam os ventos. A união que foi feita a três (ele, ela e Deus) permanece. Quando os dois humanos fraquejam em suas promessas de vida, e a relação estremece, o terceiro elo é mais forte. É Deus quem nos sustenta nos momentos de fraqueza. Só é possível superar as fases difíceis com oração e humildade, entendendo que Deus nos chamou para o matrimônio e é ali onde devemos florescer”, relata o casal.

Vida Consagrada

No terceiro domingo, a vida consagrada é celebrada. Irmã Maria Lourdes Vicari é um exemplo de dedicação por meio desta vocação. Neste mês de agosto, ela comemorou 50 anos de vida consagrada, com celebração eucarística e uma homenagem no Centro de Promoção para um Mundo Melhor – CEPROMM, no Jardim Itatinga, em Campinas, do qual foi uma das fundadoras, em 1993, e onde ela trabalha dia após dia, até hoje, além de participar ativamente da Pastoral da Mulher Marginalizada.

Nascida no Rio Grande do Sul, de uma prole de sete irmãos, entrou para a Congregação do Bom Pastor em Porto Alegre. Continuou seus estudos escolares e referentes à Congregação em São Paulo, onde fez os primeiros votos em agosto de 1968, no bairro do Ipiranga. Cursou Serviço Social na Universidade de Taubaté (SP), trabalhou com a juventude de Tremembé (SP) onde foi, também, chefe penal da Penitenciária Feminina Madre Pelletier. Em 1980, atendendo ao convite do Padre Haroldo Rahm, veio para Campinas para realizar um trabalho com as mulheres na zona de prostituição, no Bairro Jardim Itatinga. Ali estava plantada uma sementinha, como explica Ir. Ana Maria Bastos, que brotou e continua a brotar. Ir. Ana Maria, também consagrada da Congregação Bom Pastor, veio para a cidade em seguida, para junto com Ir. Lourdes idealizar e concretizar o trabalho com as mulheres em situação de prostituição ou vulnerabilidade social e seus filhos. Passados 35 anos, muitas das crianças que passaram pela organização são hoje adultos, pais e mães de família, que tem os filhos também na entidade. “É possível construir um mundo melhor. Depende de cada um, de cada uma de nós”, diz Irmã Lourdes. Atualmente, O CEPROMM atende 270 crianças e adolescentes.

Vocação dos leigos

No último domingo, comemora-se a vocação dos leigos. Um serviço fundamental na Igreja exercido por eles é a Catequese, por isso esse dia também é o Dia do Catequista. Em cada paróquia, catequistas desdobram-se para fazer a Palavra chegar aos pequeninos, como faz Fátima Luiza Ribeiro, catePadre Carlos Roberto de Jesus recebe a ordenação sacerdotal. Arquivo/Arquidiocese de Campinas

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Uma das raras fotos do Cura D’Ars. Extraída da Internet A catequista Fátima com Padre André. Arquivo pessoal.

quista há 20 anos. “Ser catequista é uma experiência maravilhosa. Saber escutar a Palavra. (...) Servir a Cristo no mais antigo dos serviços da nossa amada Igreja, atender o Seu chamado, ‘Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura’ (Mc 16,15). Posso dizer que não é sempre fácil, mas quem disse que seria? Cristo passou pela Cruz para nos dar a Salvação, Maria sentiu a dor no coração por tantos que não compreenderam a Palavra, mas ambos não desistiram, nem tantos outros leigos na Bíblia e no cotidiano de nossa vida. Suportaram tudo pelo Amor Maior, o Pai amoroso. Ser catequista é isso, compreender o chamado, senti-lo no coração, praticá-lo nas ações e nunca desistir. Ver a Luz de Cristo brilhar nos olhos de tantas crianças, jovens e adultos é a nossa recompensa”, explica. “Esta vocação é um presente para mim, pois amo amar Jesus. Os que me acompanham no dia a dia dizem que estou sempre sorrindo, abraçando e, como diz meu pároco, Padre André (Ulisses da Silva, Paróquia Santa Clara de Assis, Sumaré), ‘forte, feliz, na graça’”, conta.

Você sabia?

O mês vocacional foi instituído em 1981, pela CNBB, em sua 19ª Assembleia Geral. O objetivo principal era o de conscientizar as comunidades da responsabilidade que compartilham no processo vocacional.

Cura D’Ars

Limitações intelectuais foram, ao longo da vida de São João Maria Vianney, alguns dos desafios que o afastavam de sua vocação sacerdotal. O santo, no en-

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tanto, combateu tudo que se opôs à sua missão como padre e recebeu sua ordenação como tal em 13 de agosto de 1815. Ensinou o amor pela Eucaristia no povoado de Ars, na França, de onde vem seu nome, onde viviam poucas pessoas e onde as autoridades eclesiásticas acreditavam que sua baixa instrução não seria um grande problema. Tendo nascido no campo e sendo pastor, só teve acesso à educação já um jovem adulto; sabia pouco de filosofia e não compreendia bem latim, por isso, considerava-se que não teria competência suficiente para ser pároco em uma paróquia mais complexa. Ao chegar a Ars, Vianney profetizou: “A paróquia não será capaz de conter as multidões que virão aqui”. E assim aconteceu. Quando o dogma da Imaculada Conceição foi definido pelo Papa Pio IX, o Cura D’Ars pediu que todos iluminassem suas casas à noite, e os sinos badalaram durante horas. Os povos do entorno, atraídos pela luz e pelo som, acreditaram que Ars estivesse sob algum incêndio e seguiram para lá, para apagá-lo. A procura pelo padre, que se tornou um grande confessor, só crescia. Com uma história de dificuldades nos estudos, entre outros impedimentos, ainda assim, perseverou e é o padroeiro dos padres. Juridicamente, não foi pároco em Ars, mas o foi na prática. Seu corpo incorrupto na igreja da paróquia de Ars, que se tornou e é até hoje um santuário de peregrinação. Em Campinas, há uma paróquia dedicada a ele, na Rua Waldemar César da Silveira, 105, Vila Cura D’Ars. Lá, nos últimos anos tem sido celebrado o Dia de Oração pela Santificação do Clero com os sacerdotes da Arquidiocese de Campinas.

ma pessoa vale mais do que o mundo todo (Santa Maria Eufrásia Pelletier, fundadora da Congregação do Bom Pastor) BOLETIM A TRIBUNA - JULHO/AGOSTO 2018 - 07


Cáritas e Voluntariado encontro apresentou os trabalhos desenvolvidos BÁRBARA BERAQUET

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oluntários e interessados estiveram no Centro de Pastoral Pio XII na manhã do dia 10 de agosto por um bom motivo: conhecer mais a fundo os trabalhos desenvolvidos pela Cáritas na Arquidiocese de Campinas. Cerca de 60 pessoas participaram do encontro, que apresentou uma visão geral da atividade da Cáritas no Brasil – são mais de 180 nas várias dioceses do país, e o trabalho da Cáritas em Campinas, que se concentra atualmente nos “moradores de rua”, conforme explica o Padre José Arlindo de Nadai, presidente da entidade na Arquidiocese. De acordo com o padre, o desejo de realizar a reunião surgiu das abordagens constantes que questionavam “afinal, o que vocês fazem?”, seguidas pelo desejo de colaborar. São três as casas de acolhimento à população em situação de rua da Cáritas em Campinas: Casa São Francisco de Assis, Casa Antônio Fernando dos Santos e Casa Santa Clara, esta última atende as mulheres e as duas anteriores, o público masculino. Em cada casa, há capacidade para 20 pessoas. O trabalho desenvolvido busca a promoção de cada pessoa atendida até que seja possível o reestabelecimento do vínculo familiar ou que o indivíduo possa recriar, ressignificar e construir um novo projeto de vida. “Com o protagonismo da pessoa e na convivência com as outras que lá estão, é um trabalho eminentemente comunitário”, explica.

Cerca de 60 pessoas se reuniram para conhecer mais profundamente os trabalhos da Cáritas

Fotos de João Co

sta

Irmã Helene Gatien, tesoureira da Casa Santa Clara e ex-presidente da entidade, resume o sentimento deste momento com voluntários e interessados como “muito positivo”. Para ela, reunir pessoas com o mesmo objetivo e mais conscientes da missão da Cáritas dará uma visão mais ampla do que aquela dada por cada realidade individual, o que só pode fortalecer o trabalho. “Cáritas é uma referência do nosso compromisso cristão”, diz a assessora da Cáritas, Rita de Cássia Amgarten Marchiore, também feliz pelo sucesso da apresentação. “A ação técnica nas três casas que a Cáritas tem em Campinas é um trabalho muito bem coordenado, são equipes interdisciplinares, conforme a política pública exige”, afirma, contudo, completa que as necessidades vão além e, por isso, precisa-se de voluntários, como sócios, na divulgação, e recolocação no mercado de trabalho para o público atendido, por exemplo. “Devemos pensar em todos os níveis de envolvimento que as pessoas podem ter. Não só a contribuição material, mas reunir pessoas para conjugar ações que deem um resultado concreto”, diz. Para ela, reunir múltiplas competências e olhares sobre a vida, o mundo e os mais empobrecidos para pensar com amor e caridade sobre eles deve ser feito em conjunto. “E fazer disso uma caminhada daqui para o futuro, melhor do que foi até hoje”, finaliza. Interessados podem ligar para (19)3237.3631, com Rita.

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“Jesus se retirava para lugares desertos, a fim de rezar” (Lucas 5,16)

Retiro do Presbitério “A vida e o ministério dos presbíteros” BÁRBARA BERAQUET Igreja para a sociedade: “ajudar a salvar os legítimos valores que vem do passado e acolher os legítimos valores que esta nova maneira de ser civilização também apresentam”. Embora os tempos passem, “Ele não passa”, fala. Por isso, segundo o bispo emérito, a Igreja sempre será defensora da vida, da dignidade e dos valores humanos e cristãos.

Fotos de Padre Antonio Alves

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o dia 02 ao dia 05 de julho, os padres encontraram-se reunidos no Retiro Anual do Presbitério de nossa Arquidiocese, no Mosteiro de Vila Kostka – Itaici, em Indaiatuba, sob a orientação de Dom Geraldo Lyrio Rocha, Arcebispo Emérito de Mariana (MG). O tema refletido durante os três dias foi “A vida e o ministério dos presbíteros”. Dom Geraldo solicitou sua renúncia e teve o pedido aceito pelo papa Francisco em 25 de abril deste ano, de acordo o Código de Direito Canônico, que determina o pedido após o prelado completar 75 anos, sendo precedido no governo pelo arcebispo de Campinas à época, Dom Airton José dos Santos. Nascido em 14 de março de 1942, em Fundão (ES), sua trajetória episcopal começou na Arquidiocese de Vitória (ES), onde foi bispo auxiliar (1984-1990). “Permita-me fazer a referência à grande ligação entre minha diocese de origem, Vitória, e a diocese de Campinas. O primeiro bispo do Espírito Santo é natural de Campinas, Dom João Batista Corrêa Nery, mais tarde bispo de Campinas”, comenta. Dom Geraldo também foi bispo de Colatina (ES), de 1990 a 2002, e arcebispo de Vitória da Conquista (BA), entre 2002 e 2007. Governava a Arquidiocese de Mariana desde 2007. “O presbítero é sacerdote, profeta e pastor. O retiro permite refletir sobre esses aspectos, percebendo os grandes desafios que temos pela frente, no mundo atual, para exercer a nossa vocação e realizar o nosso ministério, mas também a alegria de verificar que em meio a tantas dificuldades, há também tantos sinais bonitos, de esperança, de fé, da presença de Deus em nossa vida, e de termos recebido, por Graça de Deus, pelo Sacramento da Ordem, a missão de agir em Nome, na Pessoa, no Lugar de Jesus Cristo”, diz. Para Dom Geraldo, o grande desafio, hoje, é estarmos em um momento de virada histórica, uma mudança de época. “O papel da Igreja nesse contexto é insubstituível”, diz, sobre a missão e a contribuição da

Foto: Bárbara B

eraquet

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Reinauguração do Órgão Cavaillè-Coll

marcada por três celebrações na Catedral Metropolitana BÁRBARA BERAQUET

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restauro do órgão Cavaillè-Coll da Catedral de Campinas teve início em 07 de fevereiro deste ano, sob a responsabilidade do sr. Georg Jann, mestre organeiro alemão, que desde 2006 reside em Blumenau (SC), com vasto currículo de construção e restauro de órgãos no Brasil. Feita a desmontagem e a avaliação, foi realizado o restauro total dos 702 tubos que compõem o órgão. A montagem e afinação encerraram-se na última semana de junho. Assim, as notas melodiosas ocuparam o templo em 17 de agosto último, quando o instrumento recebeu a bênção e foi dedicado a São José, em cerimônia presidida pelo pároco, Mons. Rafael Capelato, e com o descerramento da placa comemorativa. No dia seguinte, 18, o concerto de reinauguração lotou a Catedral e, no domingo, 19 de agosto, mais uma vez o som do órgão de tubos emocionou a todos, em Missa Solene na Assunção de

Nossa Senhora, também comemorando os 10 anos do Coro da Arquidiocese de Campinas. “Na conjuntura atual, qualquer fomento no campo cultural é um desafio. Colocar em funcionamento este instrumento, que tem 135 anos instalado neste coro, exige luta. Graças a Deus, conseguimos, com a ajuda da comunidade paroquial”, observou Mons. Rafael. As três cerimônias contaram com a atuação do primeiro organista da Basílica Papal de São Pedro, no Vaticano, o Sr. Josep Solé Coll. “Tocar um Cavaillè-Coll é sempre um prazer, um feito entusiasmante. São instrumentos únicos no mundo das artes e dos órgãos. O Cavaillè-Coll significou uma mudança no rumo da História da Música”, comentou o organista, Sr. Josep, explicando que as inovações na construção de órgãos trazidas por Cavaillè-Coll criaram um instrumento de expressão romântica, diferenciada em muitos fatores dos instrumentos barrocos e clássicos.

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enha-se em grande apreço, na Igreja Latina, o órgão de tubos, instrumento musical tradicional e cujo som é capaz de trazer às cerimônias do culto um esplendor extraordinário e elevar poderosamente o espírito para Deus e as realidades supremas (Sacrosanctum Concilium n.120)

A Catedral Metropolitana de Campinas está organizando uma agenda de celebrações e concertos regulares que serão oportunamente divulgados.

O órgão Cavaillè-Coll No dia da padroeira da cidade, Nossa Senhora da Conceição, em 08 de dezembro de 1883, a Matriz Nova, hoje Catedral Metropolitana, chegava ao término de sua construção. No mesmo ano, o órgão Cavaillè-Coll, construído pelo mestre organeiro francês de quem leva o sobrenome, Aristide Cavaillè-Coll, era montado na Catedral. Sua montagem foi concluída pelo organeiro Antonio Pastore em novembro de 1883, ano da inauguração da igreja, com a execução de partituras da família do maestro campineiro Carlos Gomes.

O mestre organeiro durante restauro. Foto de João Costa/Arquidiocese de Campinas

Instrumento iria para o Cairo De acordo com o livro “Música em Campinas nos últimos anos do Império”, de Lenita Waldige Mendes Nogueira, existe uma tradição oral - sem comprovação, no entanto -, que conta que o CavaillèColl teria sido encomendado pela cidade egípcia do Cairo, mas uma revolução por lá teria impedido que o navio que o transportava se aproximasse e, assim, para evitar mais prejuízos, a empresa teria enviado-o a Campinas, que havia encomendado então outro órgão.

Nesta e página anterior: Monsenhor Rafael preside a celebração de reinauguração do órgão. Organista Josep Solé Coll. Fotos de Isabella Cardoso/Arquidiocese de Campinas

Seminário sobre o acordo entre o Brasil e a Santa Sé em comemoração dos 10 anos de sua assinatura 12, 13 e 14 de novembro de 2018 Auditório Dom Gilberto Campus I - PUC-Campinas Informações (19) 3343.7066 Inscrições em www.puc-campinas.edu. br/acordo-brasil-santa-se

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Sinos: sinais de Deus entre nós Matriz de Sousas tem novos sinos BÁRBARA BERAQUET

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or mais de cem anos, o campanário da Igreja Matriz Sant’Ana de Sousas, em Campinas, abrigou três sinos. Um deles e o maior, fabricado pela empresa paulista de sinos Angeli, sem data de fabricação; os outros dois, fabricados em Campinas pela antiga Cia. de ferros Mc-Hardy. “Estes sinos ‘assistiram’ a incontáveis episódios da vida humana, no distrito de Sousas bem como na cidade de Campinas”, comenta Padre Marco Antonio Amstalden, pároco. “Por longos anos, a Matriz contava com o sineiro conhecido como ‘Seu Brás’. Ele aprendeu com seu pai a repicar os sinos e o fez por quase 50 anos. Tornou-se quase lendário em Sousas e está bem presente na lembrança dos paroquianos e dos não -paroquianos também”, conta o padre, lembrando que, após o falecimento do ‘Seu Brás’, há mais de 10 anos, o toque dos sinos ficou reservado para eventuais momentos litúrgicos, mas isso estava perto de mudar. Feita a avaliação técnica pelo fabricante de sinos da fábrica Angeli e estudos orçamentários, constatou-se que dois dos antigos sinos estavam comprometidos. “Uma vez trincados, os sinos não produzem mais os sons que se esperam deles”, explica padre Marco. A etapa seguinte foi de buscar parcerias para custear o projeto de restauro, que conseguiu o apoio de um doador anônimo e, assim, um dos sinos pode ser reaproveitado e três novos sinos foram encomendados, num total de quatro no campanário, que também passou por obras de reforço. No último 26 de julho, na festa da padroeira, a Matriz reinaugurou seu campanário, com os novos sinos que lhe foram doados.

Os novos sinos O três sinos novos contam com as seguintes características: 75kg, traz as inscrições “Ano das Famílias. Dedicado a São Nicolau de Flue, santo suíço intercessor da paz nas famílias”; 110kg, traz as inscrições “301 anos da aparição de Nossa Senhora Aparecida. Dedicado ao Sagrado Coração de Jesus e Nossa Senhora Aparecida”; 155kg, traz as inscrições “110 Anos da criação da Arquidiocese de Campinas – Sumo Pontífice Papa Francisco – Dedicado à Santana, São Joaquim e Nossa Senhora do Bom Conselho (primeira padroeira de Sousas)”. Todos eles com a data de 26 de julho de 2018. Os dois sinos centenários foram aposentados de suas funções. O sino reaproveitado pesa 55kg e não leva nenhuma inscrição. Na Missa do dia 15 de julho, os sinos foram abençoados solenemente. Dona Antónia, paroquiana com mais de 90 anos de idade e presente em todas as Missas aos domingos, participou da bênção, aspergindo a água benta em nome de toda a comunidade paroquial. No dia 17, os sinos foram içados ao campanário. Em seguida, começaram os trabalhos de automatização. “Os sinos tocam diariamente às 12h00 e às 18h00 e antes das Missas e celebrações. Às 12h00, o badalar dos sinos nos remete ao ponto alto do sol, Cristo Luz de todos os povos e nações. Às 18h00, carinhosamente, os sinos badalam em honra a Mãe de Deus”, encerra Padre Marco.

Fotos gentilmente cedidas por Padre Marco Amstalden

Dona Antónia participa da bênção dos sinos aspergindo a água benta em nome de toda a comunidade paroquial 12 - JULHO/AGOSTO 2018 - BOLETIM A TRIBUNA


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