Livro de resumos das I jornadas académicas de terapia ocupacional

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4 de marรงo de 2017 Alcoitรฃo


Nota Introdutória Caro participante,

Bem-vindo às I Jornadas Académicas de Terapia Ocupacional!

É com prazer que o recebemos nas I Jornadas Académicas de Terapia Ocupacional e lhe apresentamos o livro de resumos, com registo ISBN. Este evento foi preparado para constituir uma possibilidade de partilha de conhecimentos desenvolvidos ao longo da formação em Terapia Ocupacional, sob a forma de comunicação livre ou de poster, pretendendo-se dar a conhecer o trabalho desenvolvido pelos alunos das quatro escolas que lecionam o curso de Licenciatura em Terapia Ocupacional – Escola Superior de Saúde de Alcoitão (ESSA), Escola Superior de Saúde do Politécnico do Porto, Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Leiria e Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Beja. Para além da partilha de conhecimentos, estas jornadas prevêem também a oportunidade de estabelecer novos contatos profissionais, com outros estudantes, colegas, escolas e empresas. Numa sociedade onde cada vez mais devemos demonstrar o papel do terapeuta ocupacional consideramos fundamental conhecer e valorizar os trabalhos desenvolvidos pelos estudantes de Terapia Ocupacional, pois são estes o futuro da Terapia Ocupacional. Apelamos à participação ativa de todos, pois acreditamos que essa postura contribuirá para o crescimento enquanto estudante/terapeuta ocupacional. Desejamos-lhe umas jornadas académicas, repletas de oportunidades de convívio, partilha e crescimento profissional.

Alcoitão, 4 de março de 2017

A Presidente da APTO

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Programa

Hora/Local

Auditório Principal do CMR Alcoitão

9h00

Abertura do Secretariado Cerimónia de Abertura

9h30

Diretor da ESSA, Rui Ribeiro Presidente da Associação Portuguesa de Terapeutas Ocupacionais, Elisabete Roldão Coordenadora do Departamento de Terapia Ocupacional da ESSA, Élia Silva Pinto Mesa 1 - Moderador Joaquim Faias - Uso das novas tecnologias em Terapia Ocupacional | Maria Líbano Monteiro - Abordagem da Terapia Ocupacional em crianças pré-termo, até aos 7 anos de idade | Cláudia Valente

10h00/11h00 - O impacto de estratégias propriocetivas e/ou vestibulares em sala de aula na melhoria do desempenho escolar de crianças e jovens com dificuldades na aprendizagem: Revisão Sistemática e Meta-Análise| Sara Silva - Perceção dos Stakeholders acerca do contributo da Terapia Ocupacional na reabilitação vocacional: estudos de caso com limitações psicossociais e limitações motoras | Andreia Inácio 11h00/11h45 Pausa para Café a apresentação de Posters Mesa 2 - Moderador Maria Dulce Gomes - Valores de Referência de Força Interdigital para a População Portuguesa | Jorge Martins - Reflexão de um caso à luz da Ciência Ocupacional | Matilde Leitão 11h45/12h45

- Fatores Condicionantes da Participação Ocupacional em Indivíduos com Fibromialgia| Ricardina Barros - A integração dos idosos com Deficiência Intelectual nas Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas | Tânia Costa

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12h45/14h00

Almoço Mesa 3 - Moderador Ana Paula Martins - Idosos Institucionalizados em Residências para a 3.ª Idade: Causalidade de Quedas e Papel do Terapeuta Ocupacional | Isabel Pereira

14h00/15h00

- Transição da pessoa sem abrigo para a inclusão na sociedade | Joana Martins - Desenvolvimento de uma Aplicação Móvel para Indivíduos com Schizophrenia: Perspetiva dos Profissionais | Tiago Sousa - Modelo Canadiano Desempenho e Envolvimento Ocupacional (MCDEO): a mesma Terapia Ocupacional, uma linguagem e identidade | Adriana Lopes

15h00/15h45

Pausa para Café a apresentação de Posters Mesa 4 - Moderador Élia Silva Pinto - Unidades de AVC: Perceção da Equipa Multidisciplinar sobre o Papel do Terapeuta Ocupacional | Rafael Santos

15h45/16h45

- TO ao Km | Patrícia de Matos - O Burnout nos Terapeutas Ocupacionais em Portugal: Comparação da sua prevalência em diferentes contextos de prática | Catarina Vale - Fragilidade em Idosos: Predição da Qualidade de Vida num Follow-Up 2 anos após | Joana Pinho Cerimónia de Encerramento Escola Superior de Saúde de Beja – Susana Pestana Escola Superior de Saúde de Leiria – Dulce Gomes

16h45

Escola Superior de Saúde do Politécnico do Porto – Joaquim Faias Escola Superior de Saúde do Alcoitão – Élia Silva Pinto Associação Portuguesa de Terapeutas Ocupacionais - Passagem de Testemunho – Elisabete Roldão

17h15

Atuação da ESSATuna

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Comissão Organizadora

Ana Luisa Marçal Elisabete Roldão Joana Pinto Tânia Santos Élia Silva Pinto

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Informações Gerais

Auditório do Centro de Medicina Física e Reabilitação do Alcoitão Morada: Rua Conde Barão – Alcoitão 2649-506 Alcabideche

Contacto da Comissão Organizadora TLM. 92 7165886 jaeto.organizacao@gmail.com

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Mesa 1 Uso das novas tecnologias em Terapia Ocupacional Maria Líbano Monteiro, Mónica Macedo, Mariana Duarte, André Viana, Cristina Vieira da Silva, Nuno Moreira e Sílvia Martins Escola Superior de Saúde do Alcoitão

O projeto apresentado surge no âmbito da unidade curricular de Novas Abordagens em Terapia Ocupacional II, lecionado no 4º ano do curso de licenciatura da ESSA. Tem por objetivo demonstrar o potencial do uso das novas tecnologias como recurso na abordagem terapêutica. O grupo selecionou a população idosa para explorar este tema e desenhar um projeto com possível aplicabilidade na prática profissional. De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (2016), a esperança média de vida da população portuguesa tem vindo a aumentar. Verona, Cunha, Pimenta e Buriti (2006) referem que devido ao aumento da esperança média de vida, a população idosa passou a ter um papel mais ativo na sociedade, perspetivam o futuro e consequentemente acompanham a evolução tecnológica. Acrescentam que a Internet é uma ferramenta que desperta o interesse desta população, sendo vista como um espaço de comunicação, de troca de ideias e aquisição de novos conhecimentos. Com base nestes pressupostos foi desenvolvido um projeto que visa a utilização do YouTube na intervenção da Terapia Ocupacional através de um canal cujo conteúdo são tutoriais elaborados por pessoas idosas institucionalizadas sobre os conhecimentos que têm e querem partilhar com a comunidade. A elaboração dos vídeos tutoriais implica colaboração entre o terapeuta e o cliente e contempla planeamento (identificar o que o cliente quer transmitir e como), gravação do tutorial (participação do cliente no vídeo e estratégias do terapeuta), edição do vídeo, visualização do produto final e divulgação.

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Conclui-se que, desta forma, será possível promover a participação e envolvimento ocupacional dos idosos institucionalizados e facilitar a comunicação e o contacto destes com a família/comunidade. Através do mesmo permite-se que se envolvam em ocupações que constituem as suas narrativas pessoais através do planeamento e realização destes vídeos sobre o que cada cliente pode e deseja ensinar às gerações futuras.

Palavras-chave: Youtube, Terapia Ocupacional, Pessoas Idosas, Novas Tecnologias _______________________________________________________________________ Notas:

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Mesa 1 Abordagem da Terapia Ocupacional em crianças pré-termo, até aos 7 anos de idade Cláudia Valente, Sara Pereira e Ana Isabel Ferreira Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Beja

O nascimento pré-termo ocorre quando o bebé nasce antes das 37 semanas de gestação ou a menos de 259 dias de idade gestacional. É durante este período que o feto matura gradualmente os seus órgãos e sistemas corporais (Case-Smith & O’Brien, 2010 in Hunter, 2007). O bebé nascido pré-termo (com uma incidência mundial e nacional na ordem dos 10%) encontra-se vulnerável. Tem um sistema nervoso central imaturo, com menos capacidades para receber, organizar e integrar os estímulos provenientes do ambiente extrauterino o que pode causar alterações no seu desenvolvimento cognitivo, sensorial e motor, a curto, médio e longo prazo. O terapeuta ocupacional tem um papel preponderante na minimização destes problemas. O principal objetivo desta investigação, pioneira em Portugal, é identificar a abordagem e a importância da Terapia Ocupacional em crianças pré-termo até aos 7 anos de idade. Trata-se de um estudo transversal descritivo. Relativamente à coleta de dados, foi aplicado um questionário construído e validado para o efeito, autoadministrado por terapeutas ocupacionais que trabalham na área. A amostra foi composta por 11 terapeutas ocupacionais com prática clínica com esta população. Os resultados obtidos indicam que os Terapeutas Ocupacionais desenvolvem a sua abordagem junto dos bebés e crianças pré-termo que, em consequência deste acontecimento, maioritariamente apresentam quadros de atraso global de desenvolvimento (N=10), Défice de Atenção e Hiperatividade (N=6). A entrevista foi o método de avaliação não estandardizado mais apontado pelos inquiridos (77,25%). Quanto aos instrumentos de avaliação estandardizados podem destacar-se o Perfil Sensorial, o PEDI e o SIPT. Como quadros de referência mais utilizados na intervenção

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terapêutica foi identificado o quadro de Integração Sensorial (N=4) para todas as faixas etárias. Destaca-se a importância da terapia ocupacional ao nível do desenvolvimento psicomotor, na promoção da aprendizagem, do brincar e da qualidade de vida e na independência das AVD’s. O estudo permitiu delinear a abordagem da Terapia Ocupacional com crianças nascidas pré-termo e, embora a amostra seja de dimensão reduzida, confirmou-se um alinhamento entre a revisão bibliográfica efetuada e os resultados obtidos no estudo.

Palavras-Chave: Terapia Ocupacional; Abordagens Terapêuticas; Pré-termo _______________________________________________________________________ Notas:

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Mesa 1 O impacto de estratégias propriocetivas e/ou vestibulares em sala de aula na melhoria do desempenho escolar de crianças e jovens com dificuldades na aprendizagem: Revisão Sistemática e Meta-Análise Pedro Pereira Rodrigues, Sara Silva e Maria João Trigueiro Escola Superior de Tecnologias de Saúde do Porto

O objetivo deste estudo é sistematizar a evidência para determinar se as estratégias propriocetivas e/ou vestibulares em sala de aula melhoram o desempenho escolar de crianças e jovens com dificuldades na aprendizagem. Conduziu-se esta revisão com dezasseis artigos entre 2001 e 2015, após pesquisa na Pubmed, b-on, ISI WoK e Scopus. Avaliou-se a qualidade metodológica através da Quality Assessment Tool and Scoring Guidance Notes (QATSDD). Onze estudos foram submetidos a meta-análise por apresentarem dados comparativos para a permanência na posição de sentado e na tarefa e comportamentos estereotipados; através do modelo de efeitos aleatórios. Foram incluídos estudos de caso e estudos experimentais, em crianças com PEA, PHDA, atraso de desenvolvimento, dificuldades de atenção e sem patologia, entre o pré-escolar e o 5º ano. As estratégias usadas foram o colete pesado e compressivo, a bola e a almofada, tendo como resultados aquisições académicas, produção de letras legíveis, velocidade de finalização das tarefas, número de distrações, problemas de comportamento, comportamentos estereotipados, permanência na tarefa e na posição de sentado. Na QATSDD obtiveram-se scores entre 15 e 31. As estratégias propriocetivas e/ou vestibulares tiveram efeito positivo na permanência na posição de sentado e efeito muito próximo do positivo na permanência na tarefa. Já para os comportamentos estereotipados não foi verificado efeito. Para os restantes comportamentos parece melhorar a produção de letras legíveis, a velocidade de finalização das tarefas e o número de distrações (um estudo). Quanto aos problemas

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de comportamento, a intervenção pareceu não ter efeito (três estudos). A intervenção parece melhorar a permanência na posição de sentado e, possivelmente na tarefa. Não podem ser retiradas conclusões para os outros resultados. Dada a heterogeneidade dos estudos, a qualidade metodológica e a ausência de grupo de controlo, sugere-se a realização de estudos com maior nível de evidência.

Palavras-chave: Revisão sistemática, vestibular, propriocetivo, sala de aula. ______________________________________________________________________ Notas:

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Mesa 1 Perceção dos Stakeholders acerca do contributo da Terapia Ocupacional na reabilitação vocacional: estudos de caso com limitações psicossociais e limitações motoras Andreia Inácio, Eva Mira, Inês Lopes, Inês Lourenço, Inês Pereira, Iolanda Gonçalves, Mariana Santos e Jaime Ribeiro Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Leiria Condições do foro físico e mental restringem a atividade e participação e, consequentemente afetam o desempenho ocupacional nas diferentes áreas de ocupação, entre as quais, o trabalho. Esta área de ocupação, em particular o desempenho no trabalho, integra as que maior impacto têm sobre valores e crenças do indivíduo, mormente na sua autoperceção de utilidade, assim como na sua autonomia. A reabilitação vocacional refere-se, de forma abrangente, à provisão de serviços que ajudam as pessoas a entrar, reentrar, voltar e/ou manter emprego. Constitui por inerência uma das áreas da atuação da Terapia Ocupacional e sobre a qual pouco se tem escrito no contexto nacional. A presente comunicação apresenta a junção de dois trabalhos de investigação que exploram, descrevem e inferem sobre a atuação da Terapia Ocupacional, em particular, a perceção de clientes, dos Terapeutas Ocupacionais e de outros profissionais acerca do seu contributo nesta área. O conjunto de participantes incluiu clientes, Terapeutas Ocupacionais e outros técnicos do Centro de Reabilitação Profissional de Gaia (limitações motoras) e da Clínica do Outeiro (limitações

psicossociais).

A

abordagem

qualitativa

consubstanciou-se

na

multidimensionalidade de dois estudos de caso, cujos dados emergiram com recurso a entrevistas e a grupo focal com subsequente análise de conteúdo na perspetiva de Bardin. A Terapia Ocupacional destaca-se pela proximidade que estabelece com os clientes, pelo dinamismo, criatividade e pela motivação que lhes incute, desempenhando um papel preponderante no aconselhamento de produtos de apoio,

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bem como ao nível da (re)estruturação de rotinas, desempenho das AVD’s e AVDI’s, lazer e participação social dos indivíduos. Palavras-Chave:

Terapia

Ocupacional;

Reabilitação

Vocacional;

Limitações

psicossociais; limitações motoras. _______________________________________________________________________ Notas:

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Mesa 2 Valores de Referência de Força Interdigital para a População Portuguesa Jorge Martins, Raquel Correia, Soraia Cardoso e Ana Paula Martins

Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Beja

Medir a força de preensão interdigital é um processo de avaliação frequentemente utilizado pelos reeducadores da mão, entre eles os terapeutas ocupacionais e fornecem informações objetivas e relevantes acerca da funcionalidade da mão. A evidência acerca dos valores de referência da força de preensão interdigital tem sido foco de alguns estudos noutros países, contudo, em Portugal desconhecem-se pesquisas nesse sentido, pelo que, procurou-se com esta investigação, estabelecer para a população portuguesa adulta (com idade superior a 18 anos), valores normativos relativamente a este tipo de força de preensão. Participaram no estudo 300 indivíduos portugueses, de ambos os géneros (N= 171 do sexo feminino e N=129 do sexo masculino), com amplitude de idade entre os 18 e os 90 anos. Considerou-se os principais aspetos que podem influenciar a força de preensão (idade, profissão, IMC e dominância). A mensuração foi realizada com recurso ao dinamómetro Baseline, recorrendo-se aos procedimentos padronizados. O tratamento de dados foi efetuado com recurso ao Software SPSS (v. 22; SPSS Inc, Chicago, IL), com recurso à estatística descritiva e inferencial (teste de Pearson, tstudent e ANOVA One way para amostras independentes). Os principais resultados evidenciam que as mulheres apresentam força de preensão inferior à dos homens, com uma diferença de média de cerca de 2Kg/f, independentemente da dominância. Existem diferenças altamente significativas entre os valores das três preensões avaliadas para a mão direita e esquerda, em ambos os géneros. Existem diferenças significativas entre a força de preensão dos residentes do Norte e do Sul do país, sendo que os residentes do Norte apresentam força superior. Relativamente à idade, não foi possível estabelecer uma relação linear com a força

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interdigital. No entanto os resultados sugerem haver um declínio da força por volta da quarta década de vida. Relativamente ao género, os homens tiveram melhores resultados de força do que as mulheres em todas as idades, na mão dominante e não dominante.

Palavras-Chave: Força de preensão interdigital; Digimómetro; Terapia Ocupacional. _______________________________________________________________________ Notas:

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Mesa 2

Reflexão de um caso à luz da Ciência Ocupacional Ana Duarte, Anabell Suarez, Filipa Dias, Matilde Leitão e Sílvia Martins

Escola Superior de Saúde do Alcoitão

O trabalho apresentado nesta comunicação foi realizado no âmbito da Unidade Curricular (UC) Temas Aprofundados em Terapia Ocupacional II (TATO II) e consta da análise de um caso, à luz da Ciência Ocupacional. A importância da ciência ocupacional e do conhecimento da mesma são expressas por Yerxa (1993) quando refere “[Occupational science] is a discipline which has the potential to support the practice and the study of the human as an occupational being and contribute (with) new knowledge” (p.3). Neste modulo, que se centrou na evidência sobre como e porquê as pessoas se envolvem em ocupações e de que forma estas contribuem para a sua saúde e bemestar, as alunas escolheram analisar a abordagem realizada por um dos elementos do grupo em contexto de estágio com o intuito de refletir de que forma a mesma poderia ser modificada para integrar os conhecimentos abordados nesta UC. Neste processo surgiram novas tomadas de decisão referentes à avaliação e à intervenção com a cliente baseadas em conceitos como o valor ocupacional e o significado (Persson et al. 2001), o equilíbrio ocupacional (Håkansson, 2006) e o flow (Gutman & Schindler, 2007). Foi também refletido até que ponto estas abordagens seriam centradas, baseadas ou focadas na ocupação (Fisher, 2014). Embora alguns destes conceitos possam ter sido abordados ao longo do curso, o facto de terem sido revistos, e outros apresentados de novo, na sequência de experiências de prática em estágio permitiu uma reflexão e integração da teoria com a prática, num momento crucial para as alunas, ie, antes da ida novamente para estágio.

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Palavras-chave: Ciência Ocupacional, Valor ocupacional, Equilíbrio ocupacional, Centrado na ocupação, baseado na ocupação, focado na ocupação, significado, flow. _______________________________________________________________________ Notas:

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Mesa 2 Fatores Condicionantes da Participação Ocupacional em Indivíduos com Fibromialgia Ricardina Barros e Joaquim Faias Escola Superior de Tecnologias da saude do Porto

A Fibromialgia é uma doença crónica de causa desconhecida, que se manifesta através de dor generalizada e ostenta grande impacto no dia-a-dia de indivíduos portador da mesma (Association, 2009; Farin, Ullrich, & Hauer, 2013; Jiao et al., 2015). É acompanhada de alterações do sono, fadiga, rigidez, alterações cognitivas, parestesias, irritabilidade e, cerca de 1/3 dos indivíduos, apresenta ansiedade e depressão (Arnold et al., 2008; Wolfe et al., 2010). O presente estudo tem como objetivo analisar os fatores condicionantes da participação ocupacional de indivíduos com fibromialgia. Trata-se de um estudo quantitativo e transversal (Creswell, 2014), que tem por base o autopreenchimento de um protocolo composto por um questionário sociodemográfico e escalas de avaliação e posteriormente análise estatística, utilizando a estatística descritiva e a inferencial. A amostra é constituída por 49 indivíduos de ambos os sexos, tendo idades compreendidas entre os 30 e 65 anos. Os indivíduos foram avaliados através de um protocolo, dividido em três partes. Sendo que a primeira parte é relativa às variáveis sociodemográficas, a segunda a variáveis clínicas e última constituída por escalas de avaliação standartizadas relativas à autoestima (Escala de Autoestima de Rosenberg)(Conceição, 2012; Romano, Negreiros, & Martins, 2007), depressão, ansiedade (Escala de Ansiedade e Depressão Hospitalar)(Pais-Ribeiro et al., 2007; Telles-Correia & Barbosa, 2009) e participação ocupacional (World Health Organization Assessment Schedule (WHODAS 2.0) (Silva et al., 2013; Üstün, 2010). A análise estatística foi realizada através da regressão linear hierárquica. Através dos dados obtidos pode concluir-se que o domínio geral do WHODAS 2.0 é explicado em 42% da restrição da participação ocupacional, o domínio mobilidade esclarece 20,1%,

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o domínio relações interpessoais suporta 28% e domínio trabalho explica 37,6% da restrição da participação. Através dos resultados obtidos é possível afirmar que tanto os fatores individuais, clínicos e psicológicos atuam como condicionantes da participação ocupacional em indivíduos com fibromialgia.

Palavras-chave: Fibromialgia; Participação Ocupacional; Fatores Preditores. _______________________________________________________________________ Notas:

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Mesa 2 A integração dos idosos com Deficiência Intelectual nas Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas Inês Marto David, Marisa Marques Ventura, Tânia Carina Rodrigues da Costa e Liliana Santos Carvalho Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Leiria Resumo: O envelhecimento é um processo natural e um marco inevitável da vida da pessoa, apresente ou não deficiência, contudo, nem sempre é claro se as respostas de apoio aos que necessitam de maior suporte social são eficazes e suficientes. O número de pessoas com deficiência intelectual com mais de 65 anos, bem como a conjeturável lotação das respostas sociais adequadas para esta população, é uma realidade cada vez mais evidente tornando-se fundamental identificar as possibilidades de integração destes indivíduos em estruturas de apoio não especializadas como as Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas. Assim, o presente estudo revela-se pertinente devido à pouca evidência sobre a temática e pretende aprofundar e clarificar conhecimentos sobre a mesma. Este estudo descritivo-exploratório perspetiva obter resultados, através da utilização de estatística descritiva univariada e bivariada, referentes aos critérios de acesso dos idosos às Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas através de levantamento de informação por questionário. Palavras-chave: Deficiência Intelectual; Idosos; Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas _______________________________________________________________________ Notas:

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Mesa 3

Idosos Institucionalizados em Residências para a 3.ª Idade: Causalidade de Quedas e Papel do Terapeuta Ocupacional

Célia Delgado, Hugo Costa, Isabel Pereira e António Duarte

Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Beja

As quedas nas pessoas idosas constituem um grave problema para a saúde pública. Estas decorrem naturalmente durante o processo de envelhecimento, tanto devido a fatores intrínsecos como extrínsecos, o que pode levar à incapacidade funcional. Verifica-se que 20 a 30% dos idosos que caem sofrem lesões graves. A institucionalização dos idosos surge devido à incapacidade de serem auto suficientes e à falta de recursos humanos para permanecerem com eles no seu domicílio. Este estudo teve como objetivo, para além de identificar a causalidade da ocorrência das quedas em idosos institucionalizados, verificar a relação entre a ocorrência de quedas e o nível de funcionalidade. Realizou-se

um

estudo

quantitativo

transversal,

descritivo,

comparativo

e

correlacional. Participaram no estudo 40 indivíduos institucionalizados com idades compreendidas entre os 69 e 93 anos. Os instrumentos utilizados para a recolha de dados foram um Questionário Sócio demográfico construído para o efeito; a Escala Modificada de Barthel e o Questionário SF-12. Os resultados obtidos revelam que 35% dos idosos caiu pelo menos uma vez desde a institucionalização, sendo que a causalidade da ocorrência das quedas mais significativas deveu-se: 40% tonturas; 20% tropeçamentos e 15% fraqueza nas pernas. No que respeita à relação entre o grau de funcionalidade e a ocorrência das quedas nos últimos 12 meses, verificou-se uma associação negativa estatisticamente significativa entre as duas variáveis (rs = -,36; p =,024).

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Os resultados apontam para a necessidade de implementar programas de prevenção de quedas, ações de sensibilização e a manutenção da funcionalidade nos idosos, desenvolvidas pelo terapeuta ocupacional de forma a promover uma melhor qualidade de vida ao idoso.

Palavras-chave: Quedas, Envelhecimento, Institucionalização, Funcionalidade, Terapia Ocupacional. _______________________________________________________________________ Notas:

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Mesa 3 Transição da pessoa sem abrigo para a inclusão na sociedade Ana Rita Santos, Filipa Fachina, Joana Martins, Sandra Ventura e Isabel Ferreira

Escola Superior de Saúde do Alcoitão

Em Portugal, a Estratégia Nacional para a Integração de Pessoas Sem-Abrigo considera esta população aquela que, independentemente da sua nacionalidade, idade, sexo, condição socioeconómica, condição de saúde física e mental, se encontre: sem teto, a viver no espaço público, alojada num abrigo de emergência ou com paradeiro local precário; ou sem casa, encontrando-se em alojamento temporário destinado para o efeito (Semedo, 2012). Os aspetos supracitados, na visão da ciência ocupacional, remetem para o conceito de justiça ocupacional. Este conceito é definido por Stadnyk, Townsend e Wilcock (2010, citado por Townsend & Marval, 2013) como sendo o acesso diferenciado às oportunidades e recursos para reconhecer as diferenças individuais resultantes da biologia e da interação humana com o ambiente natural e humano. Porém, quando este fenómeno não é respeitado, surge a injustiça ocupacional, ou seja, quando um grupo social possui uma participação restrita, uma cidadania limitada e sofre de exclusão social (Townsend & Marval, 2013). Assim, o presente estudo surge com o objetivo de identificar quais são os fatores que potenciam a transição da pessoa sem-abrigo para uma inclusão na sociedade, a relação entre estes e a mudança, bem como a ligação existente entre os próprios fatores. Devido à crise social e económica que Portugal enfrenta, a população dos sem-abrigo é uma realidade cada vez mais frequente, pelo que as investigadoras consideraram pertinente explorar os fatores que favorecem a transição para a inclusão na sociedade. Para tal, através de métodos de amostragem não probabilística, foi selecionada uma amostra de conveniência constituída por cinco elementos com idades compreendidas entre os quarenta e os cinquenta e cinco anos. A Comunidade Vida e Paz e o Centro de 24


Apoio a Sem-abrigo de Cascais – Casa forneceram os candidatos que reuniam as condições pretendidas. Deste modo, foi elaborado um guião de entrevista semiestruturada, sendo que após a recolha dos dados procedeu-se à análise de conteúdo. A análise dos resultados permitiu aferir que tanto as respostas oferecidas pelas instituições, como a motivação intrínseca, a capacidade de tomar iniciativa e a adaptação positiva dos indivíduos surgem como fatores essenciais à mudança. No que se refere à vontade intrínseca dos sujeitos em mudar de vida, esta influencia o processo de transição, na medida em que promove o envolvimento dos inquiridos, refletindo-se na iniciativa em procurar ajuda, nomeadamente recorrendo às instituições. Por sua vez, estas dão resposta às solicitações colaborando no processo, promovendo oportunidades.

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Mesa 3 Desenvolvimento de uma Aplicação Móvel para Indivíduos com Schizophrenia: Perspetiva dos Profissionais Cristina Queirós, Raquel Simões de Almeida, Tiago Sousa e António Marques Escola Superior de Tecnologias da Saúde do Porto

O conceito mHealth tem ganho cada vez mais entusiastas em todo o mundo. No entanto, apesar da evidência científica emergente na última década que comprova a eficácia destas intervenções, os profissionais mostram algumas preocupações quanto à sua implementação, principalmente na da saúde mental. O presente estudo visa compreender as expectativas e necessidades dos profissionais de saúde acerca o desenvolvimento e implementação de um aplicativo móvel (app) para indivíduos com esquizofrenia. Foi realizado um Focus Group com cinco profissionais de saúde com experiência clinica na intervenção em indivíduos com esquizofrenia, discutindo diversos tópicos relacionados com o tema, nomeadamente características que devem ser consideradas no desenvolvimento de aplicativos desta natureza, preocupações com este tipo de abordagens, entre outros. A amostra foi obtida por conveniência considerando a disponibilidade dos participantes e facilidade de reunião dos mesmos. Os resultados foram tratados através de análise de conteúdo. Os profissionais revelaram algumas apreensões e preocupações, sendo estas descritas e discutidas tendo em conta literatura existente, bem como formas práticas para superar estas dificuldades. Os dados recolhidos sugerem máxima importância no desenvolvimento destes aplicativos em conjunto com os profissionais clínicos, bem como a produção de evidência científica que comprove a sua segurança e eficácia dos mesmos. Apesar das preocupações comuns, os participantes não excluem a possibilidade de implementação de um aplicativo para a autogestão da doença mental nos serviços onde exercem funções clinicas.

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Considerando a evidência científica existente que comprova a eficácia das aplicações móveis junto das pessoas com doença mental, estas podem se tornar ferramentas importantes para tratar este tipo de patologias. Contudo, é importante reunir estudos suficientes para criar guidelines para orientar os profissionais de saúde no uso deste tipo de abordagens.

Palavras-chave: Esquizofrenia; Profissionais; Atitudes; Aplicações móveis; Tecnologia. _______________________________________________________________________ Notas:

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Mesa 3 Modelo Canadiano Desempenho e Envolvimento Ocupacional (MCDEO): a mesma Terapia Ocupacional, uma linguagem e identidade Adriana Lopes, Alexandra Santos, Gerson Alberto, Juliana Serrano, Rui Xavier e Vanda Varela Pedrosa

Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Leiria

O trabalho a apresentar nas I Jornadas Académicas de Terapia Ocupacional é de autoria e coautoria própria, e resulta de um trabalho no âmbito do ciclo de estudos em Terapia Ocupacional (1º ciclo, 1º ano da ESSlei em Leiria), na modalidade de comunicação livre. Esta apresentação resulta de um trabalho académico, de grupo, uma Revisão bibliográfica sobre aspetos teóricos da profissão, mais especificamente sobre os principais aspetos teóricos de um modelo profissional da prática da Terapia Ocupacional. O grupo escolheu o MCDEO. A síntese/reflexão do grupo acerca do modelo profissional escolhido culminou, numa apresentação em dois formatos (power point-obrigatório e vídeo-à escolha do grupo). Esta apresentação em dois formatos permitiu ao grupo atingir outro dos objetivos do trabalho, a reflexão sobre “de que forma o conhecimento transmitido pelo modelo profissional ajuda a uniformizar a linguagem/identidade do Terapeuta Ocupacional em Portugal”, recorrendo a um meio convencional (Power point) e um meio inovador e atual, neste caso, um vídeo. A revisão bibliográfica feita foi sistemática e atualizada, culminando numa síntese de um dos principais modelos de prática profissional usados em Portugal e no Mundo pelos Terapeutas Ocupacionais, o MCDEO. O grupo fez a sua pesquisa e suportou o seu trabalho de pesquisa sobre o Modelo Profissional MCDEO, tendo por base os documentos mais recentes sobre o mesmo.

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A síntese que o grupo realizou sobre o modelo, serviu por sua vez para criar um meio simples, apelativo e interessante (um vídeo), a difundir por todos os Terapeutas Ocupacionais em Portugal (alunos, docentes, orientadores de estágio, profissionais). De entre os trabalhos apresentados, o formato escolhido pelo grupo teve a aceitação geral da turma e da docente, tendo-se conseguido no final das apresentações um consenso no sentido de que, este vídeo poderá claramente servir o objetivo definido a montante pela docente da unidade curricular de Teorias e Modelos em Terapia Ocupacional I: “Uniformizar a prática da Terapia Ocupacional em Portugal, recorrendo ao conhecimento do modelo profissional de prática (MCDEO), que deverá ser difundida através de uma ideia simples, atual e inovadora”. Em suma, o trabalho teve como objetivo ajudar a “afinar agulhas” face a uma linguagem e identidade comuns, assentes no paradigma vigente, pensando-se que, só assim será compreensível quer à sociedade, quer aos profissionais, o verdadeiro alcance do que se pretende quando se fala em ocupação, participação, envolvimento e desempenho. Pretende-se que seja o primeiro de outros veículos que ajudem estes futuros profissionais a dinamizar e impulsionar uma profissão tão nobre quanto a de Terapeuta Ocupacional. Será certamente interessante que este tipo de ideia surja cada vez mais no ambiente académico, e que, as escolas e as associações profissionais possam fazer o seu bom uso, um bom meio de aproximar os estudantes e os profissionais no ativo. Para a apresentação do trabalho será preciso um Data Show, tela de projeção e sistema de projeção de vídeo incorporado.

Palavras-chave: MCDEO, Modelo profissional da prática, Terapia Ocupacional _______________________________________________________________________ Notas:

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Mesa 4 Unidades de AVC: Perceção da Equipa Multidisciplinar sobre o Papel do Terapeuta Ocupacional Diana Santos, Rafael Santos, Rita Viegas e António Duarte

Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Beja

Os grupos multidisciplinares que tratam utentes pós-AVC nas UAVC deverão desenvolver, coordenadamente, políticas e procedimentos para formular e executar um plano de cuidados e reabilitação integrada, baseado nas necessidades e problemas individuais destes indivíduos. Identificar o papel do terapeuta ocupacional em Unidades de AVC, na perspetiva da equipa multidisciplinar, esclarecendo quais as maisvalias deste profissional na equipa é o objetivo neste trabalho. Foi utilizada uma abordagem qualitativa empregando um roteiro de entrevista semiestruturada, realizado a 39 profissionais de saúde de 2 Unidades de AVC, abordando o relato livre de 4 domínios: Caraterização do adulto, Opinião sobre o processo na Unidade de AVC, Contributos de cada profissional na Unidade e Desenvolvimento e progresso. Foram tidas em conta algumas qualidades das categorias tais como a exaustividade, pertinência, objetividade, fidelidade, homogeneidade em que foram organizadas, exclusão mútua e a produtividade, de modo a viabilizar o tratamento dos dados. Confirmou-se que a grande maioria dos entrevistados reconhecem o papel desenvolvido pelo terapeuta ocupacional numa Unidade de AVC, assim como a sua importância. Os profissionais da Unidade de Faro, demostraram um maior domínio e conhecimento da abordagem deste profissional no referido contexto. Ambas as instituições destacam que a falta de comunicação e de feedback de uns profissionais para outros, interfere no sucesso da sua abordagem, tal como a escassez de recursos humanos.

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As relações propostas pelos autores foram confirmadas na análise dos dados, uma vez que a maioria dos profissionais sujeitos ao estudo reconhece o papel desenvolvido pelo terapeuta ocupacional numa Unidade de AVC, assim como a sua importância, tal como é proposto por diversos autores. Os resultados apontam para a importância destes profissionais como membros integrantes da equipa multidisciplinar, sendo considerada pela maioria dos inquiridos como uma mais-valia para os utentes numa fase aguda da sua reabilitação.

Palavras-chave: Unidades de AVC, Profissionais de Saúde, Reabilitação precoce, Terapia Ocupacional. _______________________________________________________________________ Notas:

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Mesa 4 TO ao Km Beatriz Louro, Patrícia de Matos, Gonçalo Gil, Élia da Silva Pinto e Nuno Moreia

Escola Superior de Saúde do Alcoitão

No âmbito das unidades curriculares Temas Aprofundados em Terapia Ocupacional I e Novas Abordagens da Terapia Ocupacional I, foi-nos proposto a criação de um projeto de promoção de saúde que fosse de encontro a um dos quatro eixos estratégicos do Plano Nacional de Saúde 2020, e que fizéssemos uso dos princípios de Marketing para divulgar a ideia. Desenvolvemos assim a TO ao Quilómetro, que através da divulgação em instituições que podem vir a beneficiar de serviços de terapia ocupacional (TO), pretende criar postos de trabalho, direccionando as ofertas laborais aos profissionais, de acordo com as suas preferências e prestamos um serviço de cidadania. Segundo Gaventa e Jones (2002) cidadania é um estatuto que nos é conferido e onde nos é dada a responsabilidade legítima para assumir direitos e deveres. Considerando, igualmente como uma responsabilidade das organizações o seu impacto global e equitativo, o desempenho, a capacidade de resposta às necessidades e expectativas, a promoção do envolvimento do cidadão e da sociedade civil, o seu desenvolvimento contínuo e criação do seu valor social. Surge assim, a inquietude de juntar estes objectivos à luz das diferentes ópticas: cidadania e marketing. Para a construção do trabalho TO ao Quilómetro baseamo-nos em dados da distribuição geográfica dos terapeutas ocupacionais empregados em Portugal (APTO, 2014), nos conceitos de Marketing e na responsabilidade de cidadania dos autores, procedendo-se à estruturação do projeto, seguindo os passos descritos por Kotler e Armstrong (1991, Kotler, Armstrong & Cunningham (2000) citado por Mc Cormark, Jaffe & Goodman-Lavey, 2003 & Kotler, 2000): Análise; Planeamento; Implementação; Mediação dos Resultados. Como estratégia de divulgação criámos um website, como página de visita e divulgação do projeto, e um flyer cujo objetivo seria distribuí-los em locais estratégicos. 32


Espera-se, com este trabalho, a divulgação da profissão junto da comunidade, contribuindo para o reconhecimento do âmbito de atuação da TO. Desta forma, oferecer-se-iam melhores serviços; os clientes beneficiariam de uma abordagem mais focada nas suas necessidades e os terapeutas ocupacionais teriam a oportunidade de trabalhar num local que satisfizesse os seus ideais profissionais e pessoais. Este projeto pode ajudar a perceber a distribuição geográfica e identificar novas possibilidades de atuação dos terapeutas ocupacionais em Portugal. Torna-se hoje essencial divulgar a nossa profissão, pois a cidadania ativa pressupõe que pessoas e organizações assumam a responsabilidade de desenvolver a sociedade, através de ações concretas como a participação pública e política, o associativismo e o voluntariado.

Palavras-chave: terapia ocupacional; divulgação; cidadania. _______________________________________________________________________ Notas:

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Mesa 4 O Burnout nos Terapeutas Ocupacionais em Portugal: Comparação da sua prevalência em diferentes contextos de prática Catarina Vale, Catarina Camacho, Cátia Estrela, Maria dos Anjos Dixe Helena Isabel da Silva Reis

Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Leiria

O Burnout apresenta-se como um estado de desgaste pelas diversas exigências no contexto de trabalho, ocorrendo principalmente, nos profissionais de saúde. O presente estudo pretende comparar os níveis de Burnout nos terapeutas ocupacionais de Portugal, nos diversos contextos de prática, seguindo uma abordagem do tipo quantitativo correlacional. Para avaliar esta síndrome recolheu-se uma amostra de 296 terapeutas ocupacionais a nível nacional, utilizando o questionário de Copenhagen Burnout Inventory – Versão portuguesa (CPI-PT) e um questionário sociodemográfico. Os resultados mostraram que os terapeutas ocupacionais apresentam níveis de Burnout significativos numa dimensão específica- o Burnout no trabalho – e após análise das diferentes áreas de atuação, o maior índice de Burnout é referente aos profissionais que trabalham com perturbações do desenvolvimento.

Palavras-chave: Burnout; Terapia Ocupacional; Serviços de Saúde _______________________________________________________________________ Notas:

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Mesa 4

Fragilidade em Idosos: Predição da Qualidade de Vida num Follow-Up 2 anos após Joana Pinho, Bruno Domingues e Tiago Coelho

Escola Superior de Tecnologias da Saúde do Porto

Fragilidade é um estado de vulnerabilidade aumentada, em relação a fatores de stress, que leva a um risco exacerbado de acontecimentos adversos clinicamente significativos. As abordagens tradicionais definem a fragilidade como uma condição exclusivamente física. Mais recentemente foi definida por Gobbens como um estado dinâmico que afeta o indivíduo, que experiencia perdas num ou mais domínios do funcionamento humano (físico, psicológico ou social). O objetivo deste estudo é analisar a fragilidade (medida como um estado multidimensional) como preditor da qualidade de vida a longo prazo (dois anos), numa amostra de idosos residentes na comunidade. Estudo longitudinal com uma amostra não-probabilística de 110 indivíduos com 65 anos ou mais. A fragilidade foi medida na linha de base com o Tilburg Frailty Indicator e a qualidade de vida foi avaliada no início e dois anos mais tarde com o WHOQOL-OLD e o EUROHIS-QOL-8. Foram realizadas regressões múltiplas hierárquicas. A idade média dos idosos foi de 77,6 ± 6,9, sendo a maioria mulheres (75,5%) e viúvos (56,4%). A fragilidade na linha de base contribuiu significativamente para a predição da qualidade de vida a longo prazo, ajustando-se as variáveis sociodemográficas, estilo de vida, eventos de vida, comorbilidades, satisfação com o ambiente em casa e qualidade de vida no início do estudo. Em termos gerais Maior fragilidade está associada a uma menor qualidade de vida. Quanto à contribuição de cada domínio de fragilidade, o domínio social foi o único a predizer, significativamente, a qualidade de vida. Foi possível concluir que uma visão holística da fragilidade contribui para a predição significativa da qualidade de vida, num follow-up de 2 anos, em idosos residentes na

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comunidade. Esta evidência destaca a importância de uma visão holística perante idosos frágeis.

Palavras-Chave: Fragilidade; Tilburg Frailty Indicator; Idosos; Qualidade de Vida. _______________________________________________________________________ Notas:

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Poster 1 O Perfil Sensorial em Crianças Institucionalizadas: os Desafios de um Contexto Particular Joana Custódio e Ana Paula Martins

Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Beja

Esta investigação baseou-se nos estudos de Gunnar et al (2000) e Rutter et al (2001) com crianças institucionalizadas. Estas, quando privadas social e fisicamente também o são a nível sensorial, com repercussões graves quer no seu desenvolvimento quer no seu desempenho ocupacional. Esta investigação teve como objetivos (1) identificar o perfil sensorial de crianças institucionalizadas; (2) verificar se o perfil sensorial destas crianças é significativamente inferior aos dados normativos; (3) verificar se variáveis como tipo e tempo de institucionalização, género e idade da criança afetam significativamente o perfil sensorial. Estudo transversal, comparativo e correlacional, de base descritiva. A seleção da amostra foi não aleatória e esta foi recolhida em centros de acolhimento temporário e lares de crianças do centro e sul do país. Participaram 29 crianças, 14 do sexo masculino (48,3%) e 15 do sexo feminino (51,7%), com média de idades de 9 anos (Range=6-11

anos).

Para

recolha

de

dados

utilizou-se

um

questionário

sociodemográfico e o Perfil Sensorial de Winnie Dunn. Os dados foram processados através do software SPSS Statistics (v.22) para α=0.05. Aplicaram-se os testes Mann Whitney, t-Student e Coeficiente de Correlação de Pearson. As crianças, embora dentro dos padrões de normalidade, apresentam scores de perfil sensorial significativamente inferiores aos dados normativos (Processamento Visual; Processamento Sensorial Oral; Modulação de Movimento que afeta o Nível de Atividade e Modulação de Input Visual que afeta as Respostas Emocionais e o Nível de Atividade). Relativamente ao tipo de institucionalização e género não se registaram efeitos significativos no perfil sensorial, com exceção dos níveis de limiar neurológico.

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O tempo de institucionalização correlaciona-se negativamente com algumas dimensões do perfil sensorial. Embora dentro dos padrões de normalidade, as crianças institucionalizadas apresentam valores inferiores aos dados normativos, observando-se que quanto mais tempo em contexto institucional mais privada está de exploração sensorial.

Palavras-chaves: Institucionalização, Processamento Sensorial, Privação Sensorial, Desenvolvimento Sensorial; Terapia Ocupacional. _______________________________________________________________________ Notas:

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Poster 2 Representações Sociais dos Terapeutas Ocupacionais: Opinião dos Cuidadores de Crianças/Jovens que praticam Equitação Terapêutica Sofia Pereira e Ana Paula Martins

Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Beja

O conceito de representação social é um conceito complexo, situado numa encruzilhada de conceitos sociológicos e psicológicos, que guarda estreita vinculação com o contexto vivido pelos sujeitos, com os aspetos históricos, sociais, culturais e ideológicos, bem como com as condições concretas de vida dos grupos sociais, fatores que estão diretamente relacionados à produção, circulação e estabilidade das interpretações das suas vivências e cognições. Este estudo pretende identificar as representações sociais que os cuidadores das crianças/jovens, que realizam Equitação com Fins Terapêuticos, têm do terapeuta ocupacional. O estudo foi desenvolvido tendo como suporte a Teoria das Representações Sociais proposta por Moscovici e pela Teoria do Núcleo Central realizada por Abric. Trata-se de um estudo exploratório transversal, com metodologia de análise mista (descritivo, comparativo, correlacional). Para a recolha de dados foi elaborado um questionário dividido em três partes: (1) Definição do perfil do cuidador e da criança; (2) conhecimento que o cuidador tem sobre a Terapia Ocupacional em contexto de Equitação com Fins Terapêuticos; (3) Evocação livre de conceitos relacionados com terapia ocupacional. A amostra é constituída por 35 cuidadores com idades compreendidas entre os 29 e 65 anos (Me=44A), maioritariamente mães (N=24). A descrição do perfil da amostra foi analisada por meio de frequência simples e as estruturas obtidas por meio das evocações livres foram processadas pelo software Statistical Package for Social Sciences (SPSS) e analisadas pela técnica do quadro de quatro casas, criado por Vergès.

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Verificou-se que a imagem representacional da terapia ocupacional nesta área está associada à Reeducação Sensório-Motora. Como elementos importantes para a representação são identificadas as Competências Interpessoais e as Competências Profissionais. Como elementos menos importantes foram evocados conceitos associados à Reeducação Cognitiva/Intelectual e à Estimulação Global. O terapeuta ocupacional é visto pelos cuidadores como um profissional que avalia, intervêm e habilita os indivíduos com disfunção física e sensorial. Os participantes salientaram ainda a o seu contributo para a Participação Social e a Autonomia, em Atividades Significativas e a Qualidade de Vida e Bem-estar

Palavras-chave: Representações Sociais; Cuidadores; Equitação com Fins Terapêuticos; Terapeuta Ocupacional. _______________________________________________________________________ Notas:

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Poster 3 Representação Social do Terapeuta Ocupacional Ana Raposo, Mira Capa, Mónica Melgão e Ana Paula Martins Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Beja A Terapia Ocupacional tem vindo a assumir ao longo da sua história um papel preponderante em múltiplos domínios de intervenção. Tem procurado responder aos desafios que permitem contribuir para firmar a especificidade da sua identidade e do seu desempenho profissional. Mas será que tanto em Portugal, como noutros países europeus, a população em geral partilha dessa imagem social? Este estudo teve como objetivo identificar as representações sociais (ideias, emoções e imagens) atribuídas pela população em geral, à profissão e aos terapeutas ocupacionais (TO’s). Estudo transversal qualitativo e quantitativo. Como metodologia de análise de dados recorreu-se à Teoria das Representações Sociais proposta por Moscovici (1981), aliada à Teoria do Núcleo Central de Abric (2001, 2004). Entrevistou-se 56 indivíduos, de ambos os sexos, com idades compreendidas entre os 16 e os 62 anos, residentes em Portugal, Espanha, Itália, Alemanha e Suíça. Para recolha de dados construiu-se um guião de entrevista baseado na técnica de evocação livre, no axioma de importância e na ordem de evocação (Vergés, 1999) que permitiu, face ao termo indutor “Terapia Ocupacional”, obter 280 evocações que, após homogeneização, reproduziu as unidades de registo que permitiram obter o quadro representacional da profissão. A representação simbólica associada à Imagem do TO está centrada nos significados representados pelo termo Cuidar (N=24) e pelas Competências Profissionais e Pessoais do terapeuta (N=21), apresentando-se como o Núcleo Central dessa representação, ainda que os termos associados ao Desempenho Ocupacional tenham igualmente sido evocados com idêntica frequência. Os resultados desta investigação apontam para um gap entre os conteúdos profissionais da Terapia Ocupacional e a imagem social que a população tem sobre ela e sobre perfil profissional dos TO’s. Esta realidade, em parte, distorcida está enraizada em todos os países representados no estudo. 41


Os TO’s, enquanto grupo profissional, necessitam de delinear estratégias para trabalhar a sua imagem social perante a população, com vista à convergência de perceção de papéis e a um alinhamento de ideias, emoções e imagens sobre profissão.

Palavras-chaves: Representação Social; Terapia Ocupacional; Terapeuta Ocupacional; Perfil Profissional; Sociedade Europeia _______________________________________________________________________ Notas:

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Poster 4 Sobrecarga dos Cuidadores Informais de Idosos Institucionalizadas Portadores de Demência Ana Rita Soares e Maria Raquel Santana

Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Beja

A demência compromete as capacidades funcionais do idoso, aumentando assim o risco de dependência de um cuidador. O termo sobrecarga é utilizado na literatura gerontológica para descrever os efeitos negativos da tarefa de cuidar no cuidador. A sobrecarga do cuidador constitui um problema importante que desperta interesse para o desenvolvimento de trabalhos de investigação, bem como, de estudos sobre instrumentos para avaliar esta temática. O presente trabalho tem como objetivos (1) avaliar os níveis de sobrecarga (objetiva e subjetiva) dos cuidadores informais de pessoas portadoras de demência; (2) analisar a influência dos cuidados prestados pelo cuidador informal na sobrecarga objetiva e subjetiva do mesmo; (3) analisar a influência dos cuidados prestados pela instituição na sobrecarga objetiva e subjetiva do cuidador informal. A presente investigação classifica-se como quantitativa quanto à análise dos dados, sendo o método de tratamento de dados descritivo e comparativo. Participaram no estudo 18 cuidadores informais, com idades compreendidas entre os 30 e os 79 anos (Me=58A). Dos 18 participantes, 72,2% eram filhos/filhas (N=9) e cônjuges (N=4). A recolha dos dados foi efetuada através da utilização da Entrevista de Zarit de sobrecarga do cuidador e de um questionário sociodemográfico. Dos 18 indivíduos que participaram no estudo, 10 (55.6%) não apresentam sobrecarga, 3 (16.7%) apresentam níveis de sobrecarga entre o ligeiro e o superior e 5 (27.8%) apresentam sobrecarga intensa. O número de cuidados prestados pelo cuidador não influência de forma significativa a sobrecarga, mas a esta diminui significativamente quanto maior for o número de cuidados/ serviços que a instituição presta ao idoso.

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Maioritariamente os participantes do estudo não estão em sobrecarga e os níveis desta são influenciados por características inerentes ao cuidador e ao individuo a quem é prestado os cuidados. Conclui-se igualmente que quanto mais forem os cuidados prestados pelas instituições, menor é a sobrecarga do cuidador.

Palavras-Chave: Idosos Institucionalizados; Demência, sobrecarga; cuidadores informais; terapia ocupacional. _______________________________________________________________________ Notas:

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Poster 5 Terapia Ocupacional na Comunidade: Projeto Viver Inês Marto David, Marisa Ventura, Tânia Carina da Costa e Liliana Santos Carvalho Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Leiria

Projeto Viver é um projeto de intervenção social e de saúde visando a sua implementação nos programas de rede social das Câmaras Municipais com o intuito de fornecer os serviços de Terapia Ocupacional à população de cada concelho nos seus diversos contextos, principalmente ao nível da exclusão social, pobreza e promoção de saúde. Estas são algumas das metas do programa Portugal 2020, cofinanciada pelos fundos comunitários (Portugal 2020, 2014) e das redes socias que de acordo com a Resolução do Conselho de Ministros nº 197/97 de 18 de novembro, tem como principais objetivos a promoção do desenvolvimento social ao nível local e a erradicação da pobreza e da exclusão social, sendo que esta abrange maioritariamente imigrantes, idosos e pessoas com deficiências. Por isso, este projeto tem como públicoalvo: a) pessoas idosas e suas famílias; b) pessoas com deficiência e incapacidade; c) crianças e jovens, nomeadamente, crianças em risco e suas famílias bem como necessidades de intervenção precoce, indo ao encontro dos objetivos da Câmara Municipal e seus municípios. O papel do Terapeuta Ocupacional nestas instituições objetiva-se em duas vertentes: a abordagem preventiva, a partir de ações de sensibilização e informação e a abordagem terapêutica de forma direta (individual e/ou em grupo) ou indireta através do processo de consultadoria. Assim, através deste projeto queremos enaltecer a importância da Terapia Ocupacional na comunidade. Palavras-chave: Câmaras Municipais; Portugal 2020; Redes Socias; Privação Ocupacional; Terapia Ocupacional. _______________________________________________________________________ Notas:

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Poster 6 AGORA SOMOS MAIS. Fazemos famílias felizes! Ana Teresa Freitas, Carolina Matos, Joana Nogueira, Luísa Fonseca e Élia da Silva Pinto

Escola Superior de Saúde do Alcoitão

Este projeto, “Agora Somos Mais. Fazemos famílias felizes”, surgiu no âmbito da unidade curricular de Temas Aprofundados em Terapia Ocupacional I, tendo sido sugerido aos alunos um trabalho direcionado à promoção e prevenção da saúde. O projeto dirige-se à população de grávidas, puérperas e suas famílias, e o objetivo da Terapia Ocupacional, é promover a mudança, quer na prevenção, quer no decorrer da doença, focando mais a sua abordagem no envolvimento e desempenho das funções parentais. Para o desenvolvimento deste projeto, foram identificados vários desafios em relação à gravidez e ao pós-parto. No período da gravidez, a modificação fisiológica, corporal e emocional, pode determinar significativamente o envolvimento e o desempenho da mulher nas suas ocupações. A família sofre várias alterações na rotina e, particularmente a mulher, acumula papéis que vão proporcionar um maior desgaste físico e psicológico. Também ao nível da produtividade e do lazer, o tempo dedicado pela puérpera a estas, irá ser reduzido, uma vez que passa a ser prioritário o cuidado do bebé (Veríssimo, 2016). Sendo importante que toda a família se adapte a estes fatores. O desempenho ocupacional da mulher deve ser satisfatório para a própria e para o bebé, sendo por vezes necessária a adequação de determinados aspectos que influenciam a dinâmica entre as dimensões pessoa, ambiente e ocupação. O terapeuta ocupacional neste contexto tem o papel de contribuir para a vida saudável da mãe durante o período perinatal com uma abordagem centrada na família e nas coocupações. Incluindo igualmente, o impacto da gravidez e do pós-parto no desempenho ocupacional (Mater Health and Wellness, 2012; Staenberg, 2012; LaPointe, 2013, citado por Slootjes et al, 2016). 46


A sua abordagem tem como objetivo, promover o envolvimento ocupacional em atividades com significado melhorando o seu bem-estar. Para além deste projeto, propomos um programa de intervenção do Terapeuta Ocupacional, de forma a conduzir o plano de ação da abordagem no contexto da saúde materna. Tendo como objetivo, fornecer o enquadramento teórico para a prática e algumas diretrizes para a intervenção do terapeuta ocupacional em contexto de saúde materna, focado nas ocupações durante a gravidez, no pós-parto e associadas à parentalidade. Neste guia, constam também, sugestões de formatos de avaliação, metodologia de intervenção, como sessões de grupo ou individuais e estratégias para a implementação deste projeto em unidades de saúde pública e privadas, bem como nas escolas. _______________________________________________________________________ Notas:

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Poster 7 Porto, Cidade Amiga das Pessoas Idosas Cristina Oliveira e Paula Portugal

Escola Superior de Saúde do Politécnico do Porto

Face aos recentes desafios do envelhecimento populacional, a Organização Mundial de Saúde criou o projeto Cidades Amigas das Pessoas Idosas que incentiva as cidades de todo o mundo a proporcionarem políticas e serviços facilitadores do envelhecimento ativo (Organização Mundial de Saúde, 2009). O presente estudo insere-se no projeto Porto, Cidade Amiga das Pessoas Idosas e tem como objetivo contribuir para a elaboração de um manual de boas práticas e construção de um plano de ação para tornar a cidade do Porto mais amiga das pessoas idosas. Metodologia: Nesta investigação de natureza qualitativa recorreu-se à Técnica de Delphi para a construção de uma checklist de características que a cidade do Porto deve possuir para ser mais amiga das pessoas idosas e a realização de workshops para recolher propostas de ação para tornar a cidade do Porto mais amiga das pessoas idosas. Resultados: Para cada uma das oito categorias de uma cidade amiga das pessoas idosas (espaços exteriores e edifícios públicos, transportes, habitação, respeito e inclusão social, participação social, participação cívica e emprego, comunicação e informação, apoio da comunidade e serviços de saúde) (Organização Mundial de Saúde, 2009), foram identificadas as características que a cidade do Porto deve possuir para ser mais amiga das pessoas idosas e, linha orientadoras de um plano de ação. Conclusões: O presente estudo é uma contribuição para o projeto Porto, Cidade Amiga das Pessoas Idosas, sugerindo-se que futuras investigações se foquem na operacionalização do plano de ação para a cidade do Porto ser um ambiente facilitador do envelhecimento ativo dos seus cidadãos. 48


Palavras-chave: Porto, Cidade Amiga das Pessoas Idosas, Envelhecimento Ativo, Pessoas Idosas. _______________________________________________________________________ Notas:

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Poster 8 Descrição das razões que levam ao desuso de produtos de apoio para a mobilidade pessoal Joana Filipa Azevedo Festas e Joaquim Faias

Escola Superior de Saúde do Politécnico do Porto

O fenómeno de desuso ocorre quando o utilizador abandona o Produto de Apoio (PA), ou o utiliza com menos frequência do que devia nas atividades/contexto, de acordo com a sua prescrição. A literatura refere quatro fatores principais para este fenómeno: pessoais, relacionados com o produto de apoio, ambiente e intervenção (Kintsch & De Paula, 2002; Verza, Carvalho, Battaglia, & Uccelli, 2006; Waldron & Layton, 2008; Wessels, Dijcks, Soede, Gelderblom, & De Witte, 2003; Wielandt, Mckenna, Tooth, & Strong, 2006). O objetivo do presente estudo é identificar as razões que levam ao desuso de PA para a mobilidade pessoal, uma vez que são PA com elevada taxa de prescrição e de desuso (Dijcks, De Witte, Gelderblom, Wessels, & Soede, 2006; Verza, Carvalho, Battaglia, & Uccelli, 2006). Para além disso, esta identificação pode evitar gastos desnecessários e permitir uma adequação de processos que favoreçam o nível de satisfação bem como a autonomia e independência do utilizador (Faias, 2012). Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo e transversal, que tem por base o preenchimento de um questionário constituído por questões fechadas de resposta dicotómica e policotómica. As questões estão divididas em três partes, a primeira refere-se a questões sociodemográficas, a segunda à caraterização do PA e a ultima procura identificar as razões que levam ao desuso. A amostra é constituída por 40 individuos, dos zero aos 17 anos a quem foram prescritos PA para a mobilidade pessoal, pelo Centro de Reabilitação de Paralisia Cerebral do Porto (CRPCP). Para tratamento estatístico, foi utilizado o Microsoft Office Excel 2010, onde se recorreu à estatística descritiva, utilizando frequências absolutas e relativas. Analisando os resultados, é possível afirmar que a taxa de desuso (60%) é superior à 50


taxa de uso (40%), tendo as razões mais referidas para este fenómeno, se centrado nos fatores relacionados com o PA (45,9% - desconforto, peso excessivo, transporte e manuseio) e com o ambiente do utilizador (29,4% - barreiras urbanísticas e arquitetónicas). Para futuros estudos, sugere-se que seja estudada a possível relação entre as caraterísticas sociodemográficas dos utilizadores e as razões mais apresentadas. Seria também pertinente, descrever as razões para o desuso de outros PA, nomeadamente para a comunicação, uma vez que estes fazem parte da terceira classe mais prescrita e surge na bibliografia como dos mais frequentemente em desuso.

Palavras-chave: Prescrição; Produtos de apoio; Mobilidade Pessoal; Desuso. _______________________________________________________________________ Notas:

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Patrocinios

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Associação Portuguesa de Terapeutas Ocupacionais Rua Ernesto da Silva Nº 8 - Benfica 1500-268 Lisboa

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