Livro de Resumos 1ª Jornadas de Terapia Ocupacional em Meio Aquático

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IAs Jornadas de Terapia Ocupacional em Meio Aquรกtico 1


Terapia Aquática + Ocupação = Participação 23 e 24 de fevereiro de 2019 Auditório do Centro de Interpretação de Monsanto - Lisboa

LIVRO DE RESUMOS

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Nota Introdutória Caro Colega, É com enorme prazer que o Grupo de Interesse em Terapia Aquática da Associação Portuguesa de Terapeuta Ocupacionais organiza as Ias Jornadas de Terapia Ocupacional em Meio Aquático. Na última década houve um aumento significativo do número de terapeutas ocupacionais a trabalhar em contexto de piscina. Este, reflete o investimento formativo dado ao tema no 1º ciclo de estudos em Terapia Ocupacional, desenvolvendo as competências necessárias para que os recém-licenciados possam iniciar a prática nesta área de atuação. Mais tarde, de forma progressiva ao longo do seu desenvolvimento profissional, os terapeutas ocupacionais realizam formação específica nesta área de atuação, o que leva à melhoria dos cuidados terapêuticos que desenvolvem. Atualmente é comum o terapeuta ocupacional associar à intervenção em contexto de “gabinete” a abordagem em piscina com água aquecida, em que os objetivos podem incluir desde a promoção da saúde, à reabilitação de competências ou ao treino de atividades fundamentais para o dia-a-dia. Destina-se a pessoas com diferentes condições de participação e disfunções ocupacionais, sendo frequente encontrar crianças, adultos e idosos, em processo terapêutico, no meio aquático. O reflexo desta realidade está presente no programa das Ias Jornadas “Terapia Aquática + Ocupação = Participação” que conta com a participação de terapeutas ocupacionais, médicos e fisioterapeutas que generosamente partilham conhecimentos e experiências resultante da sua prática diária em contexto aquático. Acreditamos que a complementaridade de saberes gera conhecimento e desenvolve competências. Fazemos votos de que esta seja uma atividade formativa em que todos expressem a sua opinião, partilhem experiências e construam uma melhor prática profissional, em prol da melhoria da qualidade de vida dos nossos clientes! Votos de uma ótimas jornadas e mergulhos revigorantes. Ana Isabel Ferreira Membro fundador do GITA

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Programa 23 DE FEVEREIRO | SÁBADO Lisboa 8h00

Abertura do Secretariado

Cerimónia de abertura - Presidente da APTO | Elisabete Roldão - Membro fundador do GITA | Gonçalo Carreteiro Mesa 1 – Promoção da Saúde Moderador: Gonçalo Carreteiro ● “Ai-chi – prevenção de lesões” | Leonor Miranda | Terapeuta Ocupacional ● “Contributo do Back School na Correção Postural em Terapia Ocupacional” | Cláudia 9h30 Venido | Terapeuta Ocupacional – Piscina de Odivelas 11h ● “Terapia Aquática no desenvolvimento da criança: Intervenção em grupo” | Susana Barroso e Ana Catarina Martins | Terapeuta Ocupacional e Fisioterapeuta – Refúgio Aboim Ascensão ● “Com o tempo e com a água, tudo muda” |André Biscaia | Médico de Família - USF Marginal – ACES de Cascais da ARSLVT 11h-11h30 Pausa para café Mesa 2 – Saúde Mental Moderador: Adriana Santos ● “Desenvolver a relação e a comunicação em meio aquático” | Marta Gonçalves | Terapeuta Ocupacional - BIC ● “Meio aquático – afogando dificuldades, emergindo capacidades |Telma Canário | 11h30 Terapeuta Ocupacional - Casa de Saúde da Idanha 13h ● “Saúde Mental em estado líquido - o contributo do meio aquático para a reabilitação psicossocial de pessoas com experiência de doença mental” | Joana Gomes | Terapeuta Ocupacional - Centro Hospitalar de São João, E.P.E ● “Jimmy Hagan, Toni, Mourinho e, já agora, Freud” | João Carlos Melo | Médico Psiquiatra - Hospital Fernando da Fonseca, E.P.E 13h-14h30 Pausa para Almoço Mesa 3 – Alterações Cognitivas: Demência / Perturbação intelectual Moderador: Ana Luísa Luz ● “Movimento saudável em meio aquático” |Rita Santos | Terapeuta Ocupacional – Santa Casa da Misericórdia de Almada ● “Marcar a diferença pela água - terapia aquática em deficiência intelectual” | Rute 11h30 Patrocínio | Terapeuta Ocupacional – CERCILISBOA 12h30 ● “Intervenção do Terapeuta Ocupacional em Meio Aquático com Adultos com Deficiência Intelectual e Alterações de Comportamento” | Joana Amorim | Terapeuta Ocupacional - CERCIOEIRAS ● “Método de avaliação e planeamento de intervenção na Demência” | Manuel Caldas de Almeida | Diretor Clínico - Hospital do Mar 16h-16h30 Pausa para café Mesa 4 – Alterações Neuromotoras Moderador: Denise Gomes ● “La influencia de la Terapia Acuática en la procesamiente sensorial” | Alejandra Diaz | 16h30 Terapeuta Ocupacional 17h30 ● “O meio aquático como facilitador na intervenção em idade pediátrica” | Joana Lima | Terapeuta Ocupacional – Centro de Reabilitação do Norte ● "Think it, move it, upgrate it - um processo cíclico de desenvolvimento global"| Joana Pinho | Fisioterapeuta e Terapeuta Ocupacional – Piscina Municipal de Odivelas 9h00 9h30

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17h30 18h

Apresentação de Posters Enceramento

DIA 24 DE FEVEREIRO | DOMINGO 8h30 9h00/ 10h30

Piscina da Boavista-Benfica Abertura do Secretariado Marcar a diferença pela água - terapia “Vivencia sensorial acuática” | Alejandra aquática em deficiência intelectual| Rute Diaz| Terapeuta Ocupacional Patrocínio| Terapeuta Ocupacional Nº de Participantes: 15 pax

Nº de Participantes: 18 pax 10h30-11h Pausa para Café 11hTerapia Ocupacional na água em Idosos| Rita Santos| Terapeuta Ocupacional 12h30 Nº de Participantes: 18 pax 11h30Ai-chi - "flowing aquatic energy: compreender, funcionar, participar” | Carlos Marques | 13h Fisioterapeuta Nº de Participantes: 18 pax 13h

Encerramento

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Comissões das Jornadas Comissão Organizadora Adriana Santos Ana Isabel Ferreira Ana Luísa Cristão Marmelo da Luz Denise Mestre Gomes Gonçalo Afonso Carreteiro Joana Rita Pedro Cavaleiro Telma Alexandra Pontes Santos Comissão Científica Adriana Santos Ana Isabel Ferreira Denise Mestre Gomes Elisabete Jorge da Costa Roldão Secretariado Ana Luísa Marçal Joana Cristina Pinto Tânia Santos Colaboradores da Comissão Organizadora Jéssica Conde Mafalda Neves Mariana Anacleto Tânia Leal

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Informações Gerais Localização

Fotografias do local

Morada Estrada do Barcal, Monte das Perdizes 150-068 Lisboa Telefone 218170200 Coordenadas 38° 44’ 24.94’’ N 9° 11’ 12.09’’ W Transportes Autocarro: 770 (Parque Alto da Serafina) 7


Oradores Convidados Mesa 1 – Promoção da Saúde Moderador – Gonçalo Carreteiro

Contributo do Back School na Correção Postural em Terapia Ocupacional Autor: Cláudia Venido 1 1

Terapeuta Ocupacional na Piscina Municipal de Odivelas

A terapia Ocupacional visa melhorar a qualidade de vida dos sujeitos, fomentando a sua participação ocupacional, procurando um perfeito equilíbrio entre ocupações. Quando surgem disfunções ocupacionais, há necessidade de intervenção terapêutica. A Terapia Ocupacional utiliza a ocupação e as atividades como ferramentas de trabalho, centradas no individuo. Em alguns casos, no meio aquático o potencial reabilitativo aumenta, para o mesmo objetivo. Este potencial reabilitativo aplica-se não só, mas especialmente nas patologias músculo esqueléticas da coluna – hérnias discais, escolioses, discopatias, espondilartrose, entre outras. Isto acontece, devido às propriedades físicas da água que conjugadas com exercícios terapêuticos proporcionam uma melhoria do esquema corporal e reconhecimento do corpo e dos seus limites, favorecendo o desempenho ocupacional. A melhoria do padrão de desempenho, agregada ao fortalecimento do tronco, permitem uma redução da dor, uma redução do espasmo e a estabilização dos movimentos padrão através da aprendizagem da manutenção da coluna numa posição neutra em posições funcionais (Kolian, 1999). Melhorando assim a capacidade funcional e a qualidade de vida das populações. Neste processo a Terapia Ocupacional no Meio Aquático, utiliza métodos como o Halliwick, o Ai-Chi e exercícios que envolvem o sujeito na ação e priorizam a extensão passiva, correção de alinhamento postural e fortalecimento dos músculos abdominais e extensores (Borba et al, 2010) e, ainda os processos inerentes ao Back School. Segundo Tsukimoto (2006), o Back School é um processo educativo que tem como princípios a proteção articular, a conservação de energia, o relaxamento, a alimentação, o sono, entre outras, visando a independência funcional máxima do sujeito em todas as suas dimensões, desde das atividades da vida diária (AVD’s) ao trabalho e ao lazer. Perante isto, fará todo o sentido utilizá-lo como princípio e ferramenta também na Terapia Ocupacional em Meio Aquático. A intervenção terapêutica no meio aquático recorre então à “escola da postura” para corrigir défices posturais como o encurtamento, a fraqueza abdominal e extensores lombares que favorecem a lordose e ainda habilita o sujeito a cuidar da sua coluna, através do conhecimento dos fatores de gerador de dor e como preveni-los (Hennemann, 1994; Casarotto, 1995; Weber, 1983). O meio aquático possibilita-nos estimular e consciencializar o sujeito para o movimento, devido à necessidade da sua adaptação ao contexto. As mudanças de direção, o deslocamento, o alongamento ativo, o posicionamento do próprio corpo são na água mais difíceis de conseguir, obrigando o sujeito a conhecer-se e a reeducar-se.

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Terapia Aquática no desenvolvimento da criança: Intervenção em grupo Autores: Susana Barroso 1 e Ana Catarina Martins 2 1 2

Terapeuta Ocupacional no Refúgio Aboim Ascensão Fisioterapeuta no Refúgio Aboim Ascensão

Este trabalho tem como objetivo partilhar a nossa experiência de intervenção em contexto de grupo, em terapia aquática, no desenvolvimento global, em crianças institucionalizadas, no Refúgio Aboim Ascensão. A institucionalização é caraterizada por uma barreira à exploração sensorial do ambiente consequente de uma privação/sobrestimulação sensorial que se pode revelar em limitações nas áreas de ocupação. Como tal, as crianças que viveram num ambiente familiar destruturado e posteriormente ficaram institucionalizadas apresentam um risco aumentado para disfunção de integração sensorial e atraso de desenvolvimento. Neste sentido, foi criado um projeto de prevenção e promoção da saúde, nomeadamente a intervenção em meio aquático em contexto de grupo, que engloba todas a faixas etárias da instituição (0-8 anos) e é constituída por três componentes: educativo/preventivo, lúdico-recreativo e terapêutico. Na nossa prática clínica, a intervenção em meio aquático é realizada em contexto multidisciplinar, as sessões de grupo decorrem semanalmente e apresentam inúmeros benefícios ao nível sensório-motor, cognitivo-comportamental e emocional destas crianças que se refletem numa melhoria significativa na sua participação ocupacional. Para a realização das sessões em meio aquático, são definidos aspetos como o planeamento das atividades e ajustá-las de acordo com a idade e as capacidades das crianças.

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Mesa 2- Saúde Mental Moderador – Adriana Santos

Desenvolver a relação e a comunicação em meio aquático Autor: Marta Gonçalves 1 1 Terapeuta

Ocupacional na BIC- Brincar, Imaginar e Crescer

A terapia ocupacional tem um papel relevante na saúde mental pediátrica. Nesta área terapêutica, muitas são as disfunções que podem originar problemas de desempenho na relação e na comunicação, que são a causa da pobre participação ocupacional das crianças e das suas famílias. Tendo em conta as ocupações das crianças e das suas famílias, o meio aquático revela-se um ambiente facilitador do desenvolvimento destas competências, pois a sua intervenção baseada na ocupação e em atividades significativas permite a intervenção precoce e a proximidade com a criança necessárias para o desenvolvimento de uma relação terapêutica, desta forma pretende-se apresentar como a intervenção em meio aquático pode ser um complemento com impacto significativo na intervenção do desenvolvimento destas competências. Aliando o conhecimento de três ferramentas fundamentais, nomeadamente desenvolvimento normal da relação e comunicação, integração sensorial e meio aquático, verifica-se que existe maior facilidade em a criança aderir às atividades propostas, sendo esse o ponto chave mais importante deste tipo de intervenção em crianças com estas disfunções. A apresentação consistirá na abordagem dos benefícios do meio aquático para o desenvolvimento das competências em causa e dos pontos chave do desenvolvimento da relação e comunicação em simultâneo serão apresentados casos práticos de intervenção. As famílias verificam francas melhorias e avanços na participação ocupacional, por maior tolerância aos estímulos sensoriais, flexibilidade na mudança de rotinas, no nível de compreensão da linguagem e por fim, na participação social. Palavras-chave: terapia ocupacional; comunicação; integração sensorial; meio aquático

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Meio Aquático- afogando dificuldades, emergindo capacidades Autor: Telma Canário 1 1

Terapeuta Ocupacional na Casa de Saúde da Idanha

A CSI é uma IPSS que tem como missão a prestação de cuidados diferenciados e humanizados em saúde, sobretudo em saúde mental e psiquiatria, nas vertentes preventiva, terapêutica e reabilitadora numa perspetiva de centralidade da Pessoa Assistida. Tem uma lotação de 525 camas divididas em 17 unidades de internamento - 12 em regime de longo internamento -, 5 residências internas e 3 residências externas comunitárias de apoio moderado. No sentido de dar resposta às necessidades e interesses da população em regime de longo internamento, são desenvolvidas diferentes intervenções terapêuticas, destacando-se a intervenção de “TO em Meio Aquático”. Esta abordagem em específico tenta colmatar não só as dificuldades do dia-a-dia, através do treino/estimulação de competências, mas também promover o bem-estar físico e psicológico e melhorar a qualidade de vida da pessoa assistida, através de diferentes tipos de abordagem e técnicas, consoante também as necessidades do grupo. É com base neste background, e tendo conhecimento dos benefícios que este tipo de intervenção tem na reabilitação de pessoas com patologia psiquiátrica, que a autora irá expor a sua experiência e prática clínica.

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Saúde Mental em estado líquido- o contributo do meio aquático para a reabilitação psicossocial de pessoas com experiência de doença mental Autor: Joana Gomes 1 1 Terapeuta

Ocupacional no Centro Hospitalar de São João, E.P.E.

O meio aquático, a água e as suas propriedades são usados na saúde mental há vários séculos como forma de intervenção em diversas patologias, com o objetivo de tranquilizar ou conter alterações do comportamento resultantes de diversas doenças do foro psiquiátrico. Em meados do séc. XX, com o surgimento e desenvolvimento dos fármacos para a doença mental a utilização da água caiu em desuso, tendo ressurgido no final do séc. XX como terapêutica complementar para perturbações de ansiedade, entre outros 1,2. Atualmente está já bem documentado o impacto positivo do meio aquático nas perturbações da ansiedade e sintomatologia ansiosa mas acredita-se que a sua utilização na saúde mental pode ser bem mais abrangente, apesar da literatura ser ainda escassa 1,2 . No contexto de unidade sócio- ocupacional pretende-se que a reabilitação psicossocial seja um processo contínuo e colaborativo, através do qual as pessoas com experiência de doença mental grave possam participar em ocupações que permitam levar uma vida significativa e estarem plenamente envolvidas na comunidade. Este processo implica estabelecer objetivos e desenvolver competências e redes de suporte social que permitam alcançá-los 3 . Neste sentido, o meio aquático funciona como um contexto facilitador que promove o desenvolvimento de novas competências, com melhorias no sentido de autoeficácia e no relacionamento com os outros, dois aspetos vitais no processo de mudança4 . O meio aquático permite, ainda, realização de exercício físico num contexto com menor impacto promovendo um estilo de vida mais ativo e saudável, uma maior sensação subjetiva de bem-estar e qualidade de vida, que vem contrariar a diversidade de sintomas motores, sensoriais e cognitivos associados à esquizofrenia e aos efeitos secundários da sua terapêutica1,2,5. Este tipo de intervenção, quando realizado em estruturas desportivas municipais, promove um maior envolvimento na comunidade e um ambiente normalizante de participação. O facto de ser uma atividade gratuita gera oportunidades de participação uma vez que a condição socioeconómica das pessoas com experiência de doença mental constitui, muitas vezes, uma barreira no acesso ao lazer6 . Esta comunicação pretende ser uma reflexão sobre a experiência particular de utilização do meio aquático como contexto terapêutico, para um grupo de adultos com doenças da linha psicótica, utentes da Unidade de Ação para o Desenvolvimento e Integração (UADI), a unidade socio-ocupacional da Clínica de Psiquiatria e Saúde Mental do Centro Hospitalar de São João, E.P.E. Palavras chave: meio aquático, reabilitação psicossocial, saúde mental

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Jimmy Hagan, Toni, Mourinho e, já agora, Freud Autor: João Carlos Melo 1 1

Médico Psiquiatra no Hospital Professor Doutor Fernando da Fonseca, E.P.E.

O autor exemplifica, com a Terapia Ocupacional em Meio Aquático, os mecanismos da Ação Terapêutica que acontecem nas mudanças psicológicas e no comportamento nos doentes psiquiátricos. É feita menção à Memória Implícita, ao Insight e à Perlaboração, bem como à repetição e à prática como meios necessários para a Mudança.

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Mesa 3- Alterações Cognitivas: Demência/ Perturbação intelectual Moderador – Ana Luísa Luz

Movimento Saudável em meio aquático Autor: Rita Santos 1 1

Terapeuta Ocupacional na Santa Casa da Misericórdia de Almada - Lar Granja Luís Rodrigues

O Projeto Movimento Saudável em Meio Aquático começou em 2007 tendo como objetivo principal introduzir o contexto do meio aquático a idosos residentes do Lar Granja Luís Rodrigues e idosos do Serviço de Apoio Domiciliário da Santa Casa da Misericórdia de Almada, com e sem demência. As sessões do projeto realizam-se uma vez por semana na Piscina Municipal do Complexo de Desportos do Feijó, tendo uma estrutura dividida em três fases: aquecimento, desenvolvimento e relaxamento. Estas sessões têm como objetivos: - Promover a adaptação ao meio aquático - Promover novas experiências sensoriais - Desenvolver competências sociais, através da interação em situação de grupo - Estimular e melhorar funções motoras, especialmente ao nível da marcha e equilíbrio.

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Marcar a diferença pela água- terapia aquática em deficiência intelectual Autor: Rute Patrocínio 1 1 Terapeuta

Ocupacional na CERCI- Lisboa

Introdução: O enfoque deste trabalho é a visão eclética da Terapia Ocupacional - Terapia Aquática no impacto da qualidade de vida da pessoa adulta com deficiência intelectual e multideficiência. A intervenção realizada tem subjacente uma filosofia de atuação centrada no indivíduo, promovendo o desenvolvimento e manutenção de competências, fomentando vivências e experiências diversificadas e visando a participação das pessoas com DI na sociedade onde estão inseridas. Metodologia: A utilização de técnicas como o Watsu e Healing Dance, em contexto de terapia aquática, foi uma inovação, na medida em que até 2009 a intervenção em meio aquático era realizada por TSR, mais focada na manutenção de competências ao nível físico. Outro fator inovador prende-se com o contexto em que é realizada a intervenção da terapia ocupacional – o meio aquático. Também inovador é a escolha da diversidade do contexto, já que são dois ambientes diferentes, um clube fitness privado, e o outro, uma piscina pública. Resultados: Os objetivos definidos para cada cliente, são baseados no que é significativo para aquela pessoa. São monitorizados anualmente e interpretados de forma a avaliar o impacto na qualidade de vida cliente. Temos verificado que os objetivos definidos para cada pessoa são na sua maioria alcançados. Estes resultados são indicadores da inclusão social e da participação ocupacional nas diferentes atividades que desenvolvem. Conclusão: Para além dos dados monitorizados, com recurso a suporte informático, que nos revelam informação quanto ao grau de concretização dos objetivos e o seu impacto na qualidade de vida dos clientes, os dados provenientes da observação não deixam de ser menos importantes. A comunicação verbal ou não verbal, os testemunhos de colegas e de familiares dão-nos pistas relativamente ao impacto da intervenção. Como futuro estudo empírico era interessante encontrar dois grupos homogéneos e fazer a comparação desses grupos, em que um deles beneficia de terapia aquática e outro não, aplicando uma escala de avaliação (MIF – Medida de independência funcional) antes e no final da intervenção.

Palavras-chaves: Terapia Aquática, Qualidade de Vida, atividades significativas, Visão eclética.

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Intervenção do Terapeuta Ocupacional em Meio Aquático com Adultos com Deficiência Intelectual e Alterações de Comportamento Autor: Joana Amorim 1 1

Terapeuta Ocupacional na CERCIOEIRAS

Introdução: A intervenção da Terapia Ocupacional em Meio Aquático tem apresentado excelentes resultados no desenvolvimento físico, emocional, social e cognitivo dos adultos com deficiência intelectual da CERCIOEIRAS. É uma intervenção que promove a saúde e bem-estar e que tem um impacto positivo na regulação do comportamento. Metodologia: O trabalho desenvolvido pelo Terapeuta Ocupacional em meio aquático inicia no balneário. Este espaço oferece oportunidade para trabalhar competências de autonomia, responsabilidade e organização imprescindíveis para o sucesso na concretização das atividades de vida diária. No meio aquático as sessões são em pequeno grupo (4 clientes com dois responsáveis), com duração aproximadamente de 1 hora e preferencialmente realizadas no período da manhã. As sessões são planeadas com foco no grupo de participantes (centradas no cliente) e desenvolvem-se em torno dos objetivos delineados pelo terapeuta (estimulação física, cognitiva e sensorial com vista ao comportamento adaptativo e consequente regulação emocional). Resultados: Observa-se durante as sessões e ao longo do dia da atividade, uma diminuição nos comportamentos provocatórios, de agressão para com os outros e de autoagressão. O relaxamento permitido pelas sessões promove também a diminuição das estereotipas apresentadas por alguns clientes e baixa o nível de ansiedade. Conclusões: A participação nas sessões de Terapia Ocupacional em Meio Aquático promove a autonomia e funcionalidade, assim como a regulação emocional dos participantes. Esta intervenção permite aos clientes trabalharem o seu autocontrolo através de respostas adaptativas que surgem ao longo das sessões. Esta intervenção trás assim bem-estar e qualidade de vida às pessoas com deficiência intelectual. Palavras-chave: Terapia Ocupacional, Meio Aquático, Deficiência Intelectual, Alterações de Comportamento, Regulação emocional

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Método de avaliação e planeamento de intervenção na Demência Autor: Manuel Caldas de Almeida 1 1

Médico de Medicina Geral e Familiar, Diretor Clínico do Hospital do Mar do Grupo Luz Saúde

O autor descreve o método global de avaliação e intervenção na demência em contexto Hospitalar e em contexto de Unidade de Cuidados continuados em média duração e longa duração. Planeamento de ações terapêuticas e de animação com o objetivo global de estimulação, promoção de autonomia e bem-estar, integração social e familiar.

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Mesa 4- Alterações Neuromotoras Moderador – Denise Gomes

La influencia de la Terapia Acuática en la procesamiento sensorial Autor: Alejandra Diaz 1 1Terapeuta

Ocupacional no Hospital Infanta Cristina, Parla, Comunidade de Madrid, Espanha

Introducción: El medio acuático es un entorno ideal para abordar las dificultades de los pacientes pediátricos que viven con una disfunción en su procesamiento sensorial. Esto se debe a las cualidades sensoriales del agua y a las posibilidades lúdicas que ofrece la piscina. Por ello se pretende realizar una propuesta acuática donde el niño pueda regular sus dificultades sensoriales, a la vez que se enfrenta a un reto motor. El objetivo final es que mejore la participación diaria del niño y la calidad de vida de las familias. Metodología: Desde las bases de la Teoría de la Integración Sensorial es de donde nace este proyecto. Adaptándolas a un entorno diferente se pretenden buscar resultados similares. Las características del agua y una buena planificación por parte del terapeuta ocupacional, ofrecen al paciente una sesión adaptada a su perfil sensorial donde se pueden modular los estímulos táctiles, propioceptivos y vestibulares. Resultados: Se observa que los niños atendidos desde este enfoque, acuden a las sesiones motivados, mejorando así la participación en el tratamiento y desarrollando de forma optima sus habilidades motrices en el agua. Las familias refieren comportamientos más normalizados después de las sesiones y una mejor convivencia. Esta intervención no es exclusiva en estos niños, por lo tanto los beneficios no pueden ser explicados únicamente por la terapia acuática. Conclusiones: Utilizando la piscina terapéutica como una herramienta sensorial se puede enriquecer el tratamiento de los niños con disfunciones del procesamiento sensorial. Uno de los retos sería tener en cuenta el perfil sensorial de todos los pacientes, niños y adultos con cualquier patología, que sean tratados en el agua para asegurarse de que están recibiendo los inputs sensoriales adecuados y de esta forma están beneficiándose del tratamiento. Palabras clave: Terapia acuática; procesamiento sensorial; terapia ocupacional

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O meio aquático como facilitador na intervenção em idade pediátrica Autor: Joana Lima 1 1

Terapeuta Ocupacional no Centro de Reabilitação do Norte

A terapia em meio aquático com crianças com atraso de desenvolvimento ou patologias neuromotoras tem sido apontada na comunidade científica como complemento da intervenção tradicional da terapia ocupacional. As propriedades físicas da água como a flutuação (diminuição da carga articular e facilitação dos movimentos anti gravíticos), a resistência (promoção do fortalecimento postural) e a temperatura da água (normalização do tónus muscular e movimentos involuntários) são facilitadores sendo a água cada vez mais utilizada como adjuvante do tratamento. No Centro de Reabilitação do Norte a equipa de Terapia Ocupacional pediátrica tem vindo a desenvolver um programa de intervenção em meio aquático com duas vertentes: tratamento individual ou tratamento em grupo (no máximo de 4 crianças). O programa desenvolve-se maioritariamente em regime de ambulatório, tendo algumas crianças internadas beneficiado destes mesmos programas. As sessões são desenvolvidas na piscina pediátrica, a uma temperatura de 33ºc, com frequência de uma vez por semana e duração de 30-45 minutos. As sessões (tanto individuais como em grupo) são divididas em três fases: aquecimento (exercícios de mobilidade, força e estiramentos), desenvolvimento (atividades terapêuticas baseadas no brincar que estimulam o fortalecimento muscular, motricidade global e fina, coordenação motora e estimulação cognitiva) e relaxamento. Com estes programas têm-se verificado ganhos de amplitude d movimento dos membros superiores, melhoria do controlo postural e reações de equilíbrio, da coordenação motora, da interação social e aumento da motivação para a terapia. Embora seja possível encontrar ganhos significativos, há uma clara dificuldade em promover a generalização e transferência de competências para a comunidade, assim como falta de estudos que comprovem os efeitos da intervenção em meio aquático (são encontrados essencialmente estudos de caso ou estudos para patologias especificas como a paralisia cerebral). Palavras-Chave: Meio Aquático, Terapia Ocupacional, Pediatria

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Think it, move it, upgrate it - um processo cíclico de desenvolvimento global Autor: Joana Pinho 1 1

Fisioterapeuta e Terapeuta Ocupacional na Piscina Municipal de Odivelas

O desenvolvimento infantil é um tema complexo e que tem uma estreita relação com o meio em que a criança está inserida. Esta interação é determinante não só no desenvolvimento motor, mas também no cognitivo, social e cultural, fazendo por isso com que haja uma enorme variação no desenvolvimento de cada criança. Há muito que se percebeu que as aprendizagens estão altamente dependentes das experiências e das oportunidades dadas às crianças logos nos primeiros anos de vida, mas e se alguém dissesse que nos mexemos com os sentidos, pensamos com o corpo e sentimos com o cérebro? Confuso, não? A aprendizagem motora e a praxis são processos cíclicos altamente dependentes de toda a complexidade que envolve o corpo humano. Os órgãos sensitivos captam os estímulos que são posteriormente recebidos, interpretados e organizados no cérebro, onde é formulada uma resposta motora (Zaichkowsky, Zaichkowsky & Martinek, 1980). Quando o movimento é realizado, os recetores identificam o sucesso da resposta dada, gerando um feedback, que conduz a um reajuste motor constante (Benda, 2006; Barreiros, 1995). Desta forma, as experiências, os erros, e as memórias guardadas, das tomadas de decisão e resultados obtidos (feedfoward), promovem a aprendizagem e fomentam mais sucesso na próxima experiência (Marteniuk, 1976 cit in Barreiros, 1995). Já a praxis foi descrita por Ayres como a capacidade para planificar e levar a cabo uma atividade nova e caminha paralelamente à ideação – função cognitiva necessária à praxis e dependente da integração de estímulos sensoriais e experiências prévias (May-Benson & Cermak, 2007). Para May-Benson e Cermak (2007) o esquema corporal é o ingrediente para a praxis e é um produto da integração dos vários inputs sensoriais. Por fim, o processamento sensorial é segundo Dunn (1997) e Schaaf et al. (2013) um processo neurológico no qual ao cérebro compete processar o input sensorial recebido e responder de um modo adequado, regulando a intensidade da resposta a estímulos sensoriais. Deste modo, parece que os sentidos são indispensáveis para nos “mexermos”, o corpo para “pensarmos” e o cérebro para “sentirmos”. Porque afinal o corpo todo precisa aprender a trabalhar em conjunto e melhorando todas as áreas, impulsiona-se significativamente o desenvolvimento global.

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Workshops Marcar a diferença pela água- terapia aquática em deficiência intelectual Autores: Rute Patrocínio 1 1 Terapeuta

Ocupacional

Introdução: O enfoque deste trabalho é a visão eclética da Terapia Ocupacional - Terapia Aquática no impacto da qualidade de vida da pessoa adulta com deficiência intelectual e multideficiência. A intervenção realizada tem subjacente uma filosofia de atuação centrada no indivíduo, promovendo o desenvolvimento e manutenção de competências, fomentando vivências e experiências diversificadas e visando a participação das pessoas com DI na sociedade onde estão inseridas. Metodologia: descrição de experiências: A utilização de técnicas como o Watsu e Healing Dance, em contexto de terapia aquática, foi uma inovação, na medida em que até 2009 a intervenção em meio aquático era realizada por TSR, mais focada na manutenção de competências ao nível físico. Outro fator inovador prende-se com o contexto em que é realizada a intervenção da terapia ocupacional – o meio aquático. Também inovador é a escolha da diversidade do contexto, já que são dois ambientes diferentes, um clube fitness privado, e o outro, uma piscina pública. Resultados: Os objetivos definidos para cada cliente, são baseados no que é significativo para aquela pessoa. São monitorizados anualmente e interpretados de forma a avaliar o impacto na qualidade de vida cliente. Temos verificado que os objetivos definidos para cada pessoa são na sua maioria alcançados. Estes resultados são indicadores da inclusão social e da participação ocupacional nas diferentes atividades que desenvolvem. Conclusão: Para além dos dados monitorizados, com recurso a suporte informático, que nos revelam informação quanto ao grau de concretização dos objetivos e o seu impacto na qualidade de vida dos clientes, os dados provenientes da observação não deixam de ser menos importantes. A comunicação verbal ou não verbal, os testemunhos de colegas e de familiares dão-nos pistas relativamente ao impacto da intervenção. Como futuro estudo empírico era interessante encontrar dois grupos homogéneos e fazer a comparação desses grupos, em que um deles beneficia de terapia aquática e outro não, aplicando uma escala de avaliação (MIF – Medida de independência funcional) antes e no final da intervenção.

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Workshops

Terapia Ocupacional na água em Idosos Autor: Rita Santos 1 1 Terapeuta

Ocupacional na Santa Casa da Misericórdia de Almada - Lar Granja Luís Rodrigues

Com este Workshops pretendemos dar competências de modo a que os formandos possam desenvolver uma sessão em meio aquático, adaptada à população idosa, através da experimentação de vários exercícios centrados na atividade e Participação. Os participantes terão oportunidade de experienciar diversos exercícios de aquecimento, desenvolvimento e relaxamento com enfoque na marcha e equilíbrio.

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AI-CHI, flowing aquatic energy - compreender, funcional, participar Autor: Carlos Marques (1) 1

Fisioterapeuta na Tlx Terapia

Neste workshop, baseado na técnica AI-CHI concebida pelo Sr. Jun Kunno de Yokohama que combina uma respiração profunda com movimentos lentos e fluidos, proporcionando um relaxamento ativo e o treino da coordenação e equilíbrio, abordaremos a possibilidade de melhorar a consciência do movimento, de nos darmos conta do que estamos a fazer. Começando por compreender o que é a água, quais das suas características são interessantes para a terapia, qual a vantagem de trabalhar na água e como podemos fazer sentido da experiência de nos movermos na água com os outros usando esta relação para nos vermos e ajustarmos numa estabilização dinâmica.

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Posters A relação e o brincar terapêutico – um estudo de caso em meio aquático Autores: Joana Pinho 1 ; Ana Luz 2 1

Fisioterapeuta e Terapeuta Ocupacional na Piscina Municipal de Odivelas no Centro de Reabilitação de Estimulação Neurológica – All for you 2 Terapeuta Ocupacional na Piscina Municipal de Odivelas e Professora na Escola Superior de Saúde do Alcoitão

Mostra-me como brincas, e dir-te-ei como és! O brincar é umas das principais ocupações da criança e o jogo é a principal ferramenta do terapeuta ocupacional que intervém em pediatria. Brincando, a criança aprende, treina, adquire capacidades, melhora competências, experiencia satisfação e desfruta de um melhor desempenho. O objetivo deste estudo foi identificar qual a influência da Terapia Ocupacional no meio aquático sobre a autonomia, a adaptação ao meio aquático e ao envolvimento e participação no brincar, do S.F (nome fictício). S.F., criança de 8 anos, iniciou Terapia Ocupacional em meio aquático em 2017, na Piscina Municipal de Odivelas. Com atual diagnóstico de atraso de desenvolvimento, apresenta um quadro global que compromete de forma significativa o seu desempenho ocupacional. Na avaliação recorreu-se à Medida Canadiana de Desempenho Ocupacional (2ª edição), ao Inventário de Avaliação Pediátrica de Incapacidade (IAPI) e à verificação dos Dez Pontos do Programa de Halliwick; onde se identificaram dificuldades nas três áreas do IAPI, no envolvimento em atividades de lazer com os amigos e ainda na adaptação ao meio aquático. Entre abril e dezembro, ao longo de dezassete sessões, trabalhou-se a adaptação ao meio aquático, com foco no controlo respiratório e rotações; realizou-se treino de atividades de vida diária e autonomia, como o vestir, despir, calçar, com recurso a jogos e tarefas com argolas e/ou barbatanas, bem como do planeamento e sequenciação, com uso de imagens; por fim, estimulou-se o envolvimento em jogos, como o futebol, promovendo a tomada de decisão e a resolução de problemas em meio aquático. Na reavaliação, observou-se que no IAPI ao nível da autonomia, o S.F. passou de 39 para 47 pontos; na mobilidade, de 39 para 57; e na socialização, de 25 para 53. Na perceção da mãe, a maior evolução no desempenho ocorreu na autonomia no banho, que passou de 3 para 7; enquanto que a satisfação com o desempenho evoluiu favoravelmente nos quatro objetivos inicialmente identificados pela mãe. Deste modo, é possível concluir que o recurso a atividades lúdicas em meio aquático potenciou a evolução do S.F., permitindo trabalhar competências como a autonomia no banho e no calçar, e no jogar futebol, que noutro meio o S.F. recusava, não mostrando envolvimento, nem motivação para a ocupação. Também no programa de Halliwick o S.F. evoluiu favoravelmente, sendo já capaz de cumprir os pontos de 3 a 5, e observando-se a emergência do ponto 6. No meio aquático resultou um maior envolvimento nas atividades, um desligamento significativo do adulto, mais momentos de exploração livre, diálogo, resolução de problemas e manifestação de interesses e preferências. Palavras-chave: criança; relação; desenvolvimento; Terapia Ocupacional; terapia em meio aquático 24


Motivar, envolver, fazer – a participação ocupacional em meio aquático Autores: Telma Santos 1 Joana Pinho 2 Cláudia Venido 3 Ana Luz 4 1

Terapeuta Ocupacional no Centro de Intervenção Técnico-Pedagógica Fisioterapeuta e Terapeuta Ocupacional na Piscina Municipal de Odivelas e no Centro de Reabilitação de Estimulação Neurológica – All for you 3 Terapeuta Ocupacional na Piscina Municipal de Odivelas 4 Terapeuta Ocupacional na Piscina Municipal de Odivelas Professora na Escola Superior de Saúde do Alcoitão 2

A Terapia Ocupacional baseia-se na premissa de que o ser humano é um ser ocupacional e a ocupação tem um enorme papel na saúde e bem-estar das pessoas. Uma das preocupações quando surgem na piscina pessoas idosas, é, além de avaliar os problemas que incentivaram a procura da terapia aquática, compreender o estado de saúde em geral, bem como a satisfação com os seus desempenhos, papéis e qualidade de vida. A Organização Mundial de Saúde (OMS, 1995) define Qualidade de Vida como a perceção que o indivíduo tem da sua posição na vida, em relação com os seus objetivos, expectativas, normas e preocupações. Num processo cíclico, a perda de capacidades, ou a perceção da perda, conduz a um desinvestimento no envolvimento e participação em atividades. Quanto menos a pessoa se envolve, menos se movimenta e mais capacidades se perdem. Intrinsecamente ligada à perceção do desempenho ocupacional, a motivação desmorona-se e os interesses ajustam-se. Despertada esta preocupação, aplicou-se a Checklist de Interesses, Checklist de Papéis e o World Health Organization Quality of Life (WHOQOL – versão portuguesa) no momento da avaliação dos clientes da Terapia Ocupacional da Piscina Municipal de Odivelas. Assim, este estudo teve como objetivo identificar a influência da Terapia Ocupacional em meio aquático, em clientes que apresentassem à data da avaliação disfunções ocupacionais relevantes e que aceitassem participar no estudo. Entre 2017 e 2018 foram avaliadas 7 clientes (todas do género feminino), com idades entre os 51 e os 81 anos. Nas sessões de Terapia Ocupacional em meio aquático utilizaram-se estratégias como ensinamento de posturas e exercícios domiciliares, exercícios terapêuticos em meio aquático que promovem equilíbrio, mobilidade e planeamento motor; treino de atividades de vida diária, e atividades aquáticas de grupo, que estimulam o autoconhecimento e favorecem a exploração/vivência de novas experiências prazerosas. Para a análise estatística da escala de qualidade de vida, utilizou-se o teste de Wilcoxon e observou-se um aumento da perceção de qualidade em todos os domínios, com relevância para o físico, psicológico e social, onde o aumento foi significativo (Z=-2,410; p=0,016; Z=-2,37; p=0,018 e Z=-2,21; p=0,027, respetivamente). Utilizou-se o mesmo teste para análise dos interesses, onde o aumento também foi significativo (Z=-2,37; p=0,018). Relativamente à Checklist de papéis, cada cliente assumiu entre 1 a 2 papéis novos papéis, depois da realização da intervenção, com maior foco para o envolvimento em Hobbys (de uma cliente para sete, com envolvimento num hobby). Pode concluir-se que a intervenção de Terapia Ocupacional em meio aquático conduziu a melhorias significativas na perceção da qualidade de vida das clientes, bem como no seu envolvimento e participação ocupacional. Palavras-chave: motivação; envolvimento; participação; Terapia Ocupacional em meio aquático 25


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Associação Portuguesa de Terapeutas Ocupacionais Rua Ernesto da Silva Nº 8 - Benfica 1500-268 Lisboa

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