Livro de Resumos II Jornadas Académicas de Terapia Ocupacional

Page 1

9 de marรงo de 2019 Porto


Nota Introdutória Caros Estudantes e Colegas, Sejam bem-vindo às II Jornadas Académicas de Terapia Ocupacional! Na continuidade do trabalho que vem sido desenvolvido em conjunto com as atuais escolas que lecionam o Curso de Licenciatura em Terapia Ocupacional, a Associação Portuguesa de Terapeutas Ocupacionais implementa a segunda edição das Jornadas Académicas de Terapia Ocupacional. Este é então o livro de resumos, das II Jornadas Académicas de Terapia Ocupacional, com registo ISBN. Desta feita as Jornadas decorrem na Escola Superior de Saúde do Politécnico do Porto. Pretende-se que possibilitem a partilha de conhecimentos desenvolvidos ao longo da formação em Terapia Ocupacional, bem como incentivem os recém profissionais ou os ainda estudantes, a participar em eventos de carácter científico. Estas jornadas contam assim com a apresentação de comunicações livres, de pósteres ou projetos, pretendendo-se dar a conhecer o trabalho desenvolvido pelos estudantes da Escola Superior de Saúde de Alcoitão (ESSA), Escola Superior de Saúde do Politécnico do Porto, Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Leiria e Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Beja. Para além da partilha de conhecimentos existe a oportunidade de estabelecer novos contatos e conhecer outra escola, outros estudantes ou profissionais. É fundamental conhecer e valorizar os trabalhos desenvolvidos pelos estudantes de Terapia Ocupacional, pois o futuro da Terapia Ocupacional está nas suas mãos. Por outro lado é deveras importante partilhar o conhecimento científico bem como os achados em Terapia Ocupacional de modo a provarmos a nossa evidência e eficácia. Contamos com a participação de todos, pois acreditamos que essa postura contribuirá para o crescimento enquanto estudante/terapeuta ocupacional. Desejamos-lhe umas jornadas, repletas de oportunidades de convívio, partilha e crescimento pessoal e profissional. Porto, 9 de março de 2019

A Presidente da APTO

2


Programa

9 de março | sábado Hora/Local

Auditório Rosário Gambôa da ESS - Politécnico do Porto

9h00

Abertura do Secretariado Cerimónia de Abertura Presidente da ESS PP | Prof. Doutora Cristina Prudêncio

9h30/10h00 Presidente da APTO | Elisabete Roldão Coordenador de Curso de Terapia Ocupacional da ESS PP, Joaquim Faias Conferência Investigação - Moderador Elisabete Roldão Paula Portugal - Responsável da Investigação da ESS PP 10h00/10h30 Dulce Gomes - Responsável da Investigação da ESS Lei Ana Paula Martins - Responsável da Investigação da ESS Beja Élia Silva Pinto - Responsável da Investigação da ESSA Mesa 1 – Moderador - Coordenador do Curso de Terapia Ocupacional da ESSA | Isabel Ferreira - Impacto da utilização da plataforma digital SiosLife em pessoas idosas| Joana Pinheiro, Ana Correia, Ana Maia, Diana Pereira, Rute Lamares e Tiago Coelho - Percepção dos adolescentes acerca da influência da música no seu envolvimento 10h30/11h30 ocupacional | Gonçalo Gil e Isabel Ferreira - Perfil das Equipas Locais de Intervenção | Jéssica MacDonald, Ana Cláudia Alexandre, Andreia Raposo e Raquel Santana - Avaliação da influência de três almofadas anti-escaras no Equilíbrio Dinâmico na posição de sentado de uma pessoa com Distrofia Muscular do tipo Cinturas (DMC) | Juliana Sobreira Simões, Cíntia Filipa Dias Marques, Carolina Silva Matos, Joana Rita Pedro Cavaleiro, Rui Fonseca Pinto, Nuno Vieira Lopes e Jaime Moreira Ribeiro

3


11h30/12h00

Pausa para Café a apresentação de Posters Mesa 2 - Moderador Coordenador do Curso de Terapia Ocupacional da ESSLei | Maria Dulce Gomes - Modelos Teóricos e Metodologias de Intervenção na Terapia Ocupacional em Pessoas com Transtornos Mentais e de Comportamento, Decorrentes do Uso de Substâncias Psicoativas | Tânia Rosa, Maria Inês Parreira, Sofia Paixão e Susana Pestana

12h00/13h00

- Casa VS Creche: Comparação do desenvolvimento infantil nos diferentes contextos | Barbara Rodrigues, Ana Tavares, Andreia Dias, Camila Moita e Helena Reis - Os pais e a importância do brincar: percepção de um grupo de pais de crianças até aos seis anos | Paula Matos e Maria João Trigueiro - Relação entre problemas de sono e o perfil sensorial: Estudo de um grupo de crianças de 5 e 6 anos | Ana Rita Sousa e Cristina Vieira da Silva

13h00/14h30

Almoço

Mesa 3 - Moderador Coordenador do Curso de Terapia Ocupacional da ESS PP | Joaquim Faias - Desenho da aplicação OT Connect | Ana Martins, Ana Beatriz Silva, Ana Filipa Lopes, Marta Monteiro, Nuno Moreira e António Monteny - Contributo para a Tradução e Adaptação Cultural da Escala Pediátrica Perceived Efficacy and Goal Setting para a Língua Portuguesa | Aline Silva, Ana Margarida 14h30/15h30 Pinheiro, Carina Lopes, Eveline Semedo e Ana Isabel Xavier - Alterações do desempenho ocupacional em mulheres com cancro da mama no contexto ibérico |Joana Martins, Cláudia Viegas, Sofia Barosa, Sara Jorge e Vanda Pedrosa - Melhorar os conhecimentos e atitudes de pais com baixo estatuto sócio-económico sobre o desenvolvimento dos bebés até aos 18 meses: um programa de educação parental |Ana Rita da Silva e Maria João Trigueiro 15h30/16h00

Pausa para Café a apresentação de Posters 4


Mesa 4 - Moderador Coordenador do Curso de Terapia Ocupacional da ESSP Beja | Susana Pestana - Relação entre o Desempenho Ocupacional e a Força de Preensão na População Adulta com Fraturas do Punho ou Mão | Natacha Vanessa Santinhos, Ana Margarida de Oliveira, Joana Rita Neto, Mariana Franco de Almeida, Elisabete Roldão e Augusto Gil Pascoal 16h00/17h00

- Determinantes da funcionalidade manual em indivíduos com Esclerose Múltipla | Mariana Oliveira e Ângela Fernandes - Justiça Ocupacional: Uma visão alargada na resolução de um dilema em Terapia Ocupacional | Joana Luzio, Ana Filipa Rodrigues, Ana Sofia Rodrigues, Francisca Almeida e Sílvia Martins - Abordagem da Terapia Ocupacional em clientes com Síndrome de Neglect decorrente de Acidente Vascular Cerebral | Mariana Soares, Beatriz Gato , Patrícia Rodrigues, Tiziana Vieira e Patrícia Santos Cerimónia de Encerramento Escola Superior de Saúde de Leiria – Dulce Gomes Escola Superior de Saúde do Alcoitão – Isabel Ferreira

17h15 Escola Superior de Saúde de Beja – Susana Pestana Escola Superior de Saúde do Politécnico do Porto – Joaquim Faias Associação Portuguesa de Terapeutas Ocupacionais – Passagem de Testemunho 17h45 Atuação da TESUNA – Tuna Feminina da ESS Politécnico do Porto

5


Comissão Organizadora

Ana Luísa Marçal Carlos Campos Elisabete JC Roldão Filipa Campos Joana Pinto Joaquim Faias Sara Sousa Tânia Santos

6


Informações Gerais

Auditório Rosário Gamboa - Escola Superior de Saúde do Politécnico do Porto Morada: Rua Dr. António Bernardino de Almeida, 400, 4200-072 Porto Contacto da Comissão Organizadora TLM. 92 7165886 jaeto.organizacao@gmail.com ou apto.portugal@gmail.com

7


Mesa 1 Impacto da utilização da plataforma digital SiosLife em pessoas idosas Joana Pinheiro, Ana Correia, Ana Maia, Diana Pereira, Rute Lamares, Tiago Coelho Escola Superior de Saúde do Politécnico do Porto

A fragilidade é um estado de pré-incapacidade com perdas em vários domínios, constituindo-se como um dos grandes desafios associados ao crescente envelhecimento da população. Procuram-se, assim, intervenções capazes de combater esta problemática. Este estudo, teve como objetivo verificar a eficácia da utilização da plataforma digital siosLIFE ao nível da fragilidade de uma amostra de idosos, frequentadora de centros de dia ou residente em lares da zona do grande Porto. Realizou-se um estudo quasiexperimental com uma amostra de 67 indivíduos (79,63±7,43 anos; 75% sexo feminino), dos quais 28 tiveram acesso à plataforma. Os resultados foram medidos através do Tilburg Frailty Indicator aplicado em três momentos de avaliação (inicial, intermédio-5meses e final-10 meses). Para analisar a existência de diferenças significativas entre momentos de avaliação usou-se a ANOVA de medições repetidas ou o teste de Friedman. Não se verificaram diferenças significativas ao nível da fragilidade global e nos seus domínios entre os momentos de avaliação, assim como não se gerou evidência sobre a influência da utilização da plataforma a este nível (p>0,05). Contudo, apesar de não se tratarem de diferenças estatisticamente significativas, foi possível verificar que os participantes que não utilizaram a plataforma apresentaram um aumento constante de fragilidade, enquanto que os utilizadores apresentaram uma ligeira melhoria entre avaliação inicial e intermédia. Este dado pode traduzir o contributo da plataforma para a fragilidade. Porém, pode igualmente resultar de outras variáveis, tais como a diferença significativa ao nível das idades dos grupos (grupo de controlo significativamente mais velho).

8


Assim, os resultados sugerem que, apesar de não significativa, a utilização da plataforma pode ter contribuído para uma progressão menos intensa da fragilidade. Neste sentido, poderá ser um recurso importante para a prevenção da evolução da fragilidade em idosos, todavia são necessários mais estudos para se compreender melhor o impacto da plataforma na vida das pessoas.

Palavras-chave: Idosos; Fragilidade; Plataforma digital. ______________________________________________________________________ Notas:

9


Mesa 1 A perceção da população adolescente acerca da influência da música no seu envolvimento ocupacional Gonçalo Gil e Isabel Ferreira Escola Superior de Saúde do Alcoitão Para a fase do desenvolvimento humano que é a adolescência, a literatura indica que a música adquire proporções de grande relevância. Ao estar bastante presente na rotina dos jovens nesta faixa etária, vale a pena questionar qual a sua influência no envolvimento ocupacional dos mesmos. O objetivo do presente estudo é o de identificar a perceção da população adolescente acerca da influência da música no seu envolvimento ocupacional. O estudo observacional descritivo simples, contou com uma amostra de 50 adolescentes, com idades compreendidas entre os 12 e os 19 anos de idade. Para a recolha de informação foi utilizado o Questionário sobre a Influência da Música no Envolvimento Ocupacional dos Adolescentes, cuja finalidade a de apurar aspetos relativos

aos

efeitos

da

música

em

diferentes

domínios

biopsicossociais

(dor/desconforto; movimento; emoção; cognição; autoexpressão e comunicação; relações interpessoais e grupos; cultura, comunidade e sociedade; significado pessoal), e a perceção dos adolescentes acerca da influência que esses efeitos tinham no seu envolvimento ocupacional. Os adolescentes demonstraram uma boa perceção quanto ao papel que a música representa no seu dia-a-dia, bem como os seus efeitos nos aspetos biopsicossociais estudados. A maioria da amostra demonstrou capacidade reflexiva a fim de estabelecer a relação entre a influência que a música tem em si e no modo como tal se reflete no seu envolvimento ocupacional. Palavras-chave: música; envolvimento ocupacional; adolescentes; adolescência. ______________________________________________________________________ Notas:

10


Mesa 1 O Perfil das Equipas Locais de Intervenção Jéssica MacDonald, Ana Cláudia Alexandre, Andreia Raposo e Raquel Santana Escola Superior de Saúde do Politécnico de Beja

Introdução: As Equipas Locais de Intervenção identificam e sinalizam crianças, intervindo em função das necessidades de cada criança e família elegíveis, prevenindo e reduzindo fatores de risco, sendo imprescindível uma avaliação e intervenção adequada por parte da equipa transdisciplinar. Desta forma, considera-se pertinente traçar o perfil das equipas locais de intervenção, com ou sem terapeuta ocupacional integrado, com o intuito de compreender a constituição e dinâmica de cada uma, bem como a perceção destas relativamente à Terapia Ocupacional. Metodologia: Neste estudo de base descritiva, quantitativo de análise estatística e exploratório transversal, participaram 14 equipas da região Sul, Alentejo e Algarve, onde apenas 3 têm um terapeuta ocupacional integrado. Para o levantamento de dados foi elaborado e validado um questionário, que foi enviado posteriormente às equipas pertencentes a estes distritos, um total de 36. Para análise dos dados utilizou-se o IBM Software Statistical Package for Social Science (SPSS) 23.0, estatística descritiva e de frequências. Durante a investigação foram considerados os procedimentos éticos adequados e uma revisão sistemática da literatura existente sobre a temática abordada. Resultados: As equipas da região do Sul agem em conformidade com a legislação, relativamente à sua constituição, colaboração com recursos e procedimentos que adotam ao longo do processo de intervenção. O terapeuta ocupacional, enquanto profissional integrado na equipa, adota os procedimentos da equipa no processo terapêutico, fazendo igualmente recurso a técnicas especificas da sua prática. Conclusão: Os distintos profissionais que integram estas equipas regem a sua prática pelas legislaturas existentes, incluindo o terapeuta ocupacional que intervém visando promover autonomia, desempenho funcional e o envolvimento da criança nas suas ocupações. A escassez de informação relativa ao trabalho

11


desenvolvido pelo terapeuta ocupacional nas equipas, uma amostra não representativa e a fraca adesão dos coordenadores das equipas, levaram a limitações que devem ser consideradas em investigações futuras, de modo a obter melhores resultados.

Palavras-chave: Intervenção Precoce; Sistema Nacional de Intervenção Precoce na Infância; Equipas Locais de Intervenção; Equipa transdisciplinar; Terapeuta ocupacional. ______________________________________________________________________ Notas:

12


Mesa 1 Avaliação da influência de três almofadas anti-escaras no Equilíbrio Dinâmico na posição de sentado de uma pessoa com Distrofia Muscular do tipo Cinturas (DMC) Juliana Sobreira Simões1, Carolina Silva Matos1, Cíntia Filipa Dias Marques1, Joana Rita Pedro Cavaleiro1, Rui Fonseca-Pinto2, Nuno Vieira Lopes2, Jaime Moreira Ribeiro1,2,3 1

Escola Superior de Saúde do Politécnico de Leiria

2

ciTechCare – Centro de Inovação em Tecnologias e Cuidados de Saúde, Politécnico de Leiria 3

CIDTFF – Centro de Investigação em Didática e Tecnologia na Formação de Formadores

Introdução: As almofadas anti escaras devem manter o alinhamento postural, facilitar o movimento, criar uma base de apoio estável, aliviar a dor e serem confortáveis, para pessoas que permanecem sentadas por longos períodos (e.g. em cadeira de rodas). Os modelos existentes no mercado apresentam composições típicas de gel, ar e fluido, ou a combinação de alguns destes. Este é um estudo de caso, que pretende averiguar o tipo de almofada mais eficaz na manutenção do equilíbrio dinâmico e alcance funcional. Metodologia: Foi selecionado intencionalmente um indivíduo adulto, do sexo feminino com doença degenerativa - Distrofia Muscular do tipo Cinturas (DMC). A recolha de dados foi concretizada com uso de acelerómetro, análise cinemática por meio de câmaras de vídeo e software Kinovea. Foi ainda utilizado um mapa de pressões para determinação das zonas de pressão da superfície que se encontrava em contacto direto com a almofada testada. A participante realizou três vezes uma mesma atividade de alcance funcional nos planos frontal e sagital, sendo que, em cada momento utilizou uma almofada diferente, de forma cega e aleatória. Foram utilizadas três almofadas, uma de espuma e ar (almofada A), uma de espuma e bolsa de fluido (almofada B) e uma de ar (almofada C). Num último momento, a participante permaneceu 4 horas com cada almofada e preencheu um questionário para a avaliação subjetiva ao nível do conforto, segurança, temperatura e humidade. Resultados: A almofada A revelou melhores resultados no alcance máximo, no pico de pressão na posição inicial, no coeficiente de

13


variação e na pressão média na flexão frontal do tronco. A almofada B apresentou resultados mais positivos na área de contacto, coeficiente de variação e na pressão média na posição inicial, no pico de pressão da flexão frontal do tronco, na variação da aceleração e na análise subjetiva. Conclusão: Neste caso, a almofada anti escaras que na sua composição combina dois materiais (espuma anatómica e fluido) revela-se mais eficaz na promoção do equilíbrio dinâmico e desempenho ocupacional.

Palavras-chave: Almofada; Alcance Funcional; Equilíbrio; Estabilidade ______________________________________________________________________ Notas:

14


Mesa 2 Modelos Teóricos e Metodologias de Intervenção em Terapia Ocupacional em Pessoas com Perturbações Relacionas com o Uso de Substâncias Psicoativas Tânia Rosa, Maria Inês Parreira, Sofia Paixão e Susana Pestana Escola Superior de Saúde do Politécnico de Beja

Introdução: A natureza do comportamento aditivo no dia a dia pode resultar na incapacidade de a pessoa alcançar o potencial máximo ao nível ocupacional, visto que o foco está na substância e nas necessidades físicas, psicológicas e sociais provenientes destas. O presente estudo surge com o intuito de compreender de que forma a prática da Terapia Ocupacional, centrada na pessoa e na promoção do envolvimento em ocupações significativas, contribui para a reabilitação de pessoas com perturbações relacionadas com o uso de substâncias psicoativas. Metodologia: Trata-se de um estudo qualitativo, descritivo simples e transversal, em que foi construído um questionário que aborda questões relacionadas com aspetos teóricos e metodologias de intervenção, a que os Terapeutas Ocupacionais fazem recurso na sua prática com pessoas com perturbações relacionadas com o uso de substâncias psicoativas. Recorreu-se a uma amostra de 12 Terapeutas Ocupacionais (N=12), num caráter não-probabilístico, por conveniência, que desenvolvem a sua prática clínica em contextos onde são prestados cuidados a pessoas com a problemática anteriormente mencionada. Os dados recolhidos através do questionário foram analisados segundo a técnica de análise de conteúdo. Resultados: Os Terapeutas Ocupacionais recorrem, primordialmente, aos pressupostos inerentes ao Modelo de Ocupação Humana, bem como ao Quadro de Referência CognitivoComportamental. A nível de intervenções, surge com mais frequência a utilização de atividades criativas/expressivas. Conclusão: Todo o processo de Terapia Ocupacional ocorre no sentido de contribuir para a reabilitação de pessoas com perturbações relacionadas com o uso de substâncias

15


psicoativas, nomeadamente através da promoção do desempenho ocupacional e da reestruturação do padrão ocupacional. Salienta-se a importância de desenvolver mais estudos que abordem o papel da Terapia Ocupacional nesta área de prática clínica. Sugere-se, ainda, a possibilidade de conhecer a perspetiva da pessoa com perturbações relacionadas com o uso de substâncias psicoativas acerca do impacto que a intervenção da Terapia Ocupacional tem na sua reabilitação.

Palavras-chave: Terapia Ocupacional; Modelos Teóricos e Metodologias de Intervenção; Perturbações Relacionadas com o Uso de Substâncias. ______________________________________________________________________ Notas:

16


Mesa 2 Casa VS Creche: Comparação do desenvolvimento infantil nos diferentes contextos Bárbara Rodrigues, Ana Tavares, Andreia Dias, Camila Moita e Helena Reis Escola Superior de Saúde do Politécnico de Leiria Os primeiros anos de vida constituem a época de maior plasticidade neurológica. Uma larga escala de contextos ambientais conjuntamente com as características do indivíduo, as dimensões do tempo e o processo de interação e reciprocidade entre o indivíduo e o meio, formam uma ligação necessária para promover um novo comportamento. Assim justifica-se que as condições do ambiente contribuam de forma positiva ou negativa para o processo de desenvolvimento da criança. Objetivo: Este estudo teve como objetivo investigar quais as diferenças no desenvolvimento infantil entre crianças que frequentam a creche comparativamente às crianças que não frequentam creche e estão em ambiente familiar. Métodos: A amostra constou de 6 crianças, duas com 22 meses de idade, duas com 27 meses de idade e duas com 29 meses de idade. A avaliação das crianças foi realizada no seu contexto habitual, através da aplicação do instrumento Schedule of Growing Skills II. . Às crianças não inseridas em contexto de creche pretendeu-se ainda avaliar a qualidade e a quantidade das oportunidades e estímulos presentes no contexto familiar, com recurso ao questionário Affordances in the Home Environment for Motor Development. Resultados: Os resultados revelam que no global as crianças em creche apresentam melhores resultados comparativamente às crianças em contexto familiar, nomeadamente nas competências manipulativas, locomotoras, audição e linguagem, interação social e cognitivas, no entanto, os resultados não são consistentes pois, pode-se observar que uma criança em contexto familiar apresenta melhores resultados nas competências locomotoras e na audição e linguagem comparativamente à criança da mesma idade em creche.

17


Conclusão: A creche parece promover o desenvolvimento motor e a atividade geral das crianças pois, provavelmente, este contexto oferece mais oportunidades de espaços para atividades supervisionadas, equipamentos e interação com outras crianças.

Palavras-chave: Desenvolvimento Infantil; Crianças; Família; Creche; Contextos. ______________________________________________________________________ Notas:

18


Mesa 2 Os pais e a importância do brincar: percepção de um grupo de pais de crianças até aos seis anos Paula Matos, Maria João Trigueiro Escola Superior de Saúde do Politécnico do Porto Brincar é a principal Ocupação da criança e, como tal, é essencial ao seu desenvolvimento. Porém, atualmente as sociedades modernas deparam-se com constantes alterações nos seus subsistemas, aliadas a uma crescente tendência para se colocar maiores exigências ao desempenho da criança, do ponto vista educacional. Mediante o olhar dos intervenientes nos contextos de vida da criança, essas mudanças podem traduzir-se em barreiras à sua participação no Brincar, e determinar os tipos de brincadeiras adotados, a escolha s brinquedos utilizados e condicionar o tempo e espaços destinados à brincadeira livre. É neste sentido que o presente estudo visa compreender que importância atribuem os pais de crianças até aos seis anos ao Brincar, enquanto promotor do desenvolvimento infantil. Este estudo tem por base um método de Descrição Qualitativa. A amostra é constituída por vinte participantes, pais de crianças até aos seus anos, residentes no distrito do Porto, de inseridas no contexto de creche ou jardim de infância. Foi utilizada a entrevista semiestruturada como instrumento de recolha de dados com posterior análise de conteúdo para interpretação e discussão dos dados obtidos. Da análise dos resultados foi possível concluir que os pais de crianças em idade préescolar reconhecem maior importância à participação da criança em atividades lúdicas de caráter estruturado e educativo em detrimento de um Brincar livre. Constata-se também a substituição de um Brincar ativo ao ar livre por outro mais sedentário em contextos mais controlados. Do mesmo modo, verifica-se que o tempo de brincadeira entre pais e filhos é reduzido em função das densas rotinas familiares. Constata-se

19


também a introdução cada vez mais precoce de dispositivos de caráter tecnológico, em detrimento de outras formas de Brincar. Deste modo, torna-se fundamental promover o Brincar livre enquanto promotor do desenvolvimento infantil; repensar-se os objetivos preconizados nos currículos préescolares; apelar à existência de um equilíbrio entre as horas que são dedicadas à atividades estruturadas; promover a existência de espaços de qualidade nas cidades destinados ao Brincar; sensibilizar os pais para os benefícios de um Brincar mais ativo e para as consequências da utilização de dispositivos multimédia.

Palavras-chave: Brincar; Criança; Desenvolvimento infantil; Infância; Pais. ______________________________________________________________________ Notas:

20


Mesa 2 Relação entre problemas de sono e o perfil sensorial: Estudo de um grupo de crianças de 5 e 6 anos Ana Rita Sousa e Cristina Vieira da Silva Escola Superior de Saúde do Alcoitão

O sono e os problemas de sono têm vindo a merecer atenção na área da Terapia Ocupacional, sobretudo após a classificação deste enquanto área de ocupação no Occupational Therapy Practice Framework: Domain and Process (AOTA, 2008, citada por Green & Brown, 2015). A par disso, tem também sido referido que as estratégias para atender às necessidades do sono estão dentro da prática da profissão e representam a forma pela qual esta aborda as pessoas sob uma perspetiva holística (Picard, 2012). No âmbito de tese de mestrado foi estudada a relação entre o sono e o processamento sensorial e nesta comunicação são apresentados os resultados relativamente ao objetivo do estudo da relação entre problemas de sono e o perfil sensorial. Assim, com esse propósito, estudou-se uma amostra de conveniência de 53 crianças com idades entre os 5 e 6 anos, que frequentam o jardim-de-infância, sem patologia diagnosticada e sem toma de medicação, mas que foram identificadas como tendo problemas de sono pelos resultados obtidos no Questionário de Hábitos de Sono das Crianças (CSHQ-PT) (Silva, Silva, Braga & Neto, 2014). A este grupo foi também aplicado o Perfil Sensorial (Dunn, 1999) para a recolha dos dados. A relação entre os problemas de sono e o perfil sensorial foi verificada através da correlação paramétrica de Pearson e os resultados mostraram correlações negativas significativas entre o Índice de Perturbação do Sono e os quadrantes Sensibilidade sensorial e Procura sensorial, fatores Procura sensorial, Sensibilidade sensorial oral e Inatenção/distratibilidade e secções Processamento sensorial oral e Comportamentos

21


resultantes do processamento sensorial. Estes resultados fornecem dados importantes para a prática do terapeuta ocupacional.

Palavras-chave: sono; integração sensorial; processamento sensorial; crianças; préescolar. ______________________________________________________________________ Notas:

22


Mesa 3 Desenho da aplicação OT Connect Ana Martins, Ana Beatriz Silva, Ana Filipa Lopes, Marta Monteiro, Nuno Moreira e António Monteny Escola Superior de Saúde do Alcoitão O desenho da aplicação OT Connect surgiu no âmbito das unidades curriculares de Novas Abordagens em Terapia Ocupacional I e II, lecionadas no 3º e 4º ano do Curso de Licenciatura em Terapia Ocupacional na Escola Superior de Saúde do Alcoitão. Muitos são os estudos que referem a comunicação como um fator essencial para potenciar o sucesso da relação terapêutica (Taylor, 2008) e um aspeto fundamental para o envolvimento dos clientes. Numa era de predomínio tecnológico, o uso deste tipo de ferramentas pode apresentar-se como uma mais valia para a prática dos terapeutas ocupacionais, uma vez que o desenvolvimento tecnológico tem sido crucial na transformação dos cuidados em saúde (Topol, 2012). A presença de terapeutas ocupacionais no desenho de aplicações tem sido crescente nos últimos anos, sendo estas mais vocacionados para a promoção de competências, ou para os aspetos de acessibilidade do ambiente. Assumindo a necessidade dos terapeutas ocupacionais integrarem as tecnologias na sua prática, estando também envolvidos na sua criação (Cohen, 2016; Lee, 2016), foi considerado pertinente o desenvolvimento de uma aplicação direcionada para o processo de Terapia Ocupacional, com o objetivo de potencializar a comunicação e o envolvimento do cliente e/ou cuidador no processo terapêutico. A aplicação tem a vantagem de ser inovadora, dando resposta às necessidades sentidas por alguns dos clientes e terapeutas. A aplicação está dividida em diferentes áreas: “Perfil Ocupacional”, “Processo”, “Estratégias” e “Calendário”, cada uma destas com diferentes funcionalidades e especificidades, adaptável a cada caso. As próximas etapas no desenho da aplicação serão exploradas na comunicação.

23


Como resultados esta aplicação poderá representar ganhos significativos nas várias áreas de atuação da Terapia Ocupacional, tornando-se um instrumento útil tanto para o cliente como para o terapeuta, nomeadamente: empowerment, facilidade de acesso às estratégias, feedback das sessões, potenciar o follow-up e promover sentimentos de competência e eficácia.

Palavras-chave: Terapia Ocupacional; Novas tecnologias; Aplicações; OT Connect. ______________________________________________________________________ Notas:

24


Mesa 3 Contributo para a Tradução e Adaptação Cultural da Escala Pediátrica Perceived Efficacy and Goal Setting para a Língua Portuguesa Aline Silva, Ana Margarida Pinheiro, Carina Lopes, Eveline Semedo e Ana Isabel Xavier Escola Superior de Saúde do Politécnico de Beja

Introdução: O Perceived Efficacy and Goal Setting System (PEGS) é uma ferramenta para os terapeutas ocupacionais que pretendem desenvolver uma prática centrada no cliente. Através da aplicação do PEGS, o terapeuta obtém uma perceção detalhada sobre o sentido de autoeficácia da criança nas mais diversas atividades do dia-a-dia, bem como sobre o seu desempenho ocupacional em casa e na escola. O teste foi desenvolvido para crianças entre os 5 e os 9 anos de idade e trata-se de uma entrevista protocolada através de um sistema pictográfico para a criança; de um questionário para o cuidador e de outro para o professor. O presente trabalho teve como objetivo contribuir para a tradução e adaptação cultural do PEGS (2ª edição) para a Língua Portuguesa. Metodologia: Na primeira fase, procedeu-se ao estabelecimento do protocolo entre a CanChild, a McMaster University e o Instituto Politécnico de Beja. Seguidamente foi realizada a tradução e retroversão do teste e sucessivas correções a fim de alcançar um bom nível de equivalência semântica. A segunda fase da investigação passou pela adaptação cultural das imagens, recorrendo a uma amostra de 17 crianças e a um grupo de peritos. Resultados: Os resultados evidenciaram que a tradução realizada é coerente com a versão original. Relativamente à adaptação cultural, as crianças não demonstraram dificuldades em perceber as imagens, com exceção do item 16. Salienta-se ainda a necessidade de alterações de algumas ilustrações para um maior nível de concordância inter-juízes. Conclusão: Tendo em conta a influência do sentido de autoeficácia no desempenho e na funcionalidade da criança, é urgente ter instrumentos validados para a população portuguesa. Este trabalho contribui, através da

25


tradução e adaptação do PEGS, para uma abordagem terapêutica que auxilie a criança a ultrapassar as barreiras que restringem o seu envolvimento nas ocupações significativas.

Palavras-chave: Tradução; Adaptação Cultural; PEGS; Autoeficácia; Terapia Ocupacional. ______________________________________________________________________ Notas:

26


Mesa 3 Alterações do desempenho ocupacional em mulheres com cancro da mama no contexto ibérico Joana Martins, Cláudia Viegas, Sofia Barosa, Sara Jorge e Vanda Pedrosa Escola Superior de Saúde do Politécnico de Leiria

O Cancro da Mama (CM) é uma das neoplasias mais diagnosticadas nas mulheres e a segunda causa de morte por cancro. Anualmente, em Portugal, aproximadamente 1500 mulheres morrem com esta patologia e 4500 novos casos de CM engrossam as estatísticas. Estudos a nível mundial, elaborados em 2012, demonstram que Portugal e Espanha têm uma estimativa de incidência e mortalidade de CM semelhantes. Por isso, e por também se observar gap no conhecimento acerca da atuação da Terapia Ocupacional (TO) em mulheres com CM a nível ibérico, propondo-se um projeto entre a ESSLei, Portugal e a Universidad de Burgos (UBU), Espanha. O projeto assenta numa metodologia descritiva e multicêntrica, com abordagem mista e desenho transversal, que pretende averiguar quais as alterações do Desempenho Ocupacional (DO) em 200 mulheres (100 portuguesas e 100 espanholas) com este diagnóstico há menos de quatro anos, e ausência de outra patologia associada. A recolha de dados concretiza-se através do questionário “Desenvolvimento de instrumento de avaliação das implicações no desempenho ocupacional em mulheres com cancro da mama”, originalmente desenvolvido pela UBU. Em conformidade com o que foi proposto, ficou a cargo da ESSLei a aplicação e análise de dados de 100 questionários preenchidos por mulheres portuguesas. De momento estamos a desenvolver o estudo, mas, dos três questionários completos, averigua-se que a idade, tratamentos efetuados e tempo de diagnóstico é semelhante nas

27


três participantes. As Atividades de Vida Diária com maiores limitações são: tomar banho/duche, vestir e mobilidade Funcional. As Atividades de Vida Diária Instrumentais com maiores limitações são: cuidar de outros, emergência e manutenção da segurança e Instalação e gestão da habitação. Os resultados obtidos no estudo visão facilitar a construção de instrumentos de avaliação para Terapeutas Ocupacionais.

Palavras-chave: Cancro da mama, Desempenho Ocupacional e Terapia Ocupacional ______________________________________________________________________ Notas:

28


Mesa 3 Melhorar os conhecimentos e atitudes de pais com baixo estatuto sócio-económico sobre o desenvolvimento dos bebés até aos 18 meses: um programa de educação parental Ana Rita da Silva e Maria João Trigueiros Escola Superior de Saúde do Politécnico do Porto

Nas últimas décadas, tem-se assistido ao surgimento de diversos programas de intervenção, dirigidos a crianças e famílias de risco, como forma de prevenir o aparecimento de atrasos no desenvolvimento destes bebés, sendo que aqueles que têm a participação direta da família são os que alcançam melhores resultados. No entanto, atualmente em Portugal, existem ainda poucos programas focados na parentalidade. Assim, o objetivo deste estudo é verificar a influência de um programa de intervenção focado em melhorar o conhecimentos e atitudes de pais com baixo estatuto socioeconómico, no desenvolvimento de bebés até 18 meses. A amostra foi constituída por 5 pares pai-bebé, sendo os pais avaliados através de questionários de atitudes e conhecimentos e os bebés através do Schedule of Growing Skills II, tendo posteriormente sido submetidos a um programa de intervenção parental. Os resultados mostraram haver um desenvolvimento próximo ou até acima do normal para a maioria dos bebés em estudo. No que toca aos conhecimentos e atitudes dos pais, apesar de os resultados não terem sido tão uniformes como os dos bebés, verificou-se também, no geral, um aumento da pontuação de ambas as variáveis. Estes dados comprovaram assim a existência de uma influência positiva do programa no desenvolvimento dos bebés. ______________________________________________________________________ Notas:

29


Mesa 4 Relação entre o Desempenho Ocupacional e a Força de Preensão na População Adulta com Fraturas do Punho ou Mão Natacha Vanessa Santinhos1, Ana Margarida de Oliveira1, Joana Rita Neto1, Mariana Franco de Almeida1, Elisabete Roldão2,3 e Augusto Gil Pascoal3 1Estudantes

da Escola Superior de Saúde do Politécnico de Leiria (2015-2018) 2Escola

3Faculdade

Superior de Saúde do Politécnico de Leiria

de Motricidade Humana – Universidade de Lisboa

Introdução: A força de preensão da mão é muitas vezes utilizada como indicador da força muscular e é vista como uma estimativa da força do membro superior. A força de preensão da mão é um bom indicador de fragilidade, de futuras incapacidades, limitações, morbilidades e mortalidade. O presente estudo tem como principal fim a verificação e relação das diversas preensões da nova taxonomia em participantes com fraturas do punho/mão, de modo a verificar quais os principais défices de força e a dificuldade sentida na realização de tarefas onde estas preensões são efetuadas. Métodos: Para a colheita dos dados, inicialmente, foram recolhidos dados pessoais, antropométricos. Posteriormente, para identificar a perceção das dificuldades por parte dos participantes, foi aplicada uma checklist elaborada por um dos investigadores no âmbito de uma investigação em curso. Por fim, para avaliar a força de preensão da mão, foram utilizados o Dinamómetro D200 e Pinchmeter P200, do Biometrics E-Link®. Após a recolha, para a análise dos dados, foi utilizado o Statistical Package for the Social Sciences, 24®. Resultados: Avaliadas as 140 preensões, foi possível identificar um défice de força em 131 preensões. Fazendo uma correlação com as dificuldades percecionadas pelos utentes, concluiu-se que das 131 preensões mencionadas anteriormente, em 105, os 30


participantes referiram ter dificuldade em 2 ou 3 tarefas, por cada preensão, mencionadas na checklist. Conclusões: Aproximadamente 80% das preensões com défice de força, existe, efetivamente uma autoperceção de dificuldade em realizar tarefas do dia-a-dia que exijam a realização dessas preensões. Consideramos pertinente a realização de estudos subsequentes com um número de amostra superior, para que os dados

recolhidos

possam ser mais conclusivos, bem como de estudos que isolem as patologias avaliadas, ou outras, para obter resultados concretos. Concluímos reforçando a importância da realização estudos que analisem estas preensões e as relacionem com tarefas realizadas no dia-a-dia.

Palavras-chave: Mão, Força, Preensão, Dinamómetro, Atividades de Vida Diária. ______________________________________________________________________ Notas:

31


Mesa 4 Determinantes da funcionalidade manual em indivíduos com Esclerose Múltipla Mariana Oliveira, Ângela Fernandes Escola Superior de Saúde do Politécnico do Porto

Défices na sensibilidade, força de preensão, funções cognitivas e destreza manual estão presentes na Esclerose Múltipla, levando ao comprometimento na funcionalidade e participação. Objetivo: comparar a sensibilidade, força de preensão, funções cognitivas, destreza e funcionalidade manual em indivíduos com e sem Esclerose Múltipla. Participantes: as duas amostras foram selecionadas por amostragem não probabilística. Os 33 indivíduos com Esclerose Múltipla foram selecionados de modo intencional e os 33 sem Esclerose Múltipla por conveniência. Métodos: Estudo quantitativo, observacional, analítico e transversal. Aplicou-se um questionário sociodemográfico e instrumentos para avaliar a sensibilidade, força de preensão, funções cognitivas, destreza e funcionalidade manual. Os resultados foram analisados estatisticamente com o programa Statistical Package for the Social Sciences, 24. Resultados: verificaram-se diferenças estatisticamente significativas entre os grupos na sensibilidade do nervo cubital (p=0,032) e mediano (p=0,046) no membro não dominante e do nervo mediano (p=0,007) no membro dominante; na força de preensão no membro não dominante (p=0,021) e no membro dominante (p=0,013); nos testes de avaliação cognitiva (p<0,05), exceto o Digit Span (p=0,653); e em todos os subtestes do teste de funcionalidade manual de Jebsen-Taylor (p<0,05). Conclusão: existe comprometimento na sensibilidade, força de preensão, funções cognitivas, destreza e funcionalidade manual em indivíduos com Esclerose Múltipla. ______________________________________________________________________ Notas:

32


Mesa 4 Justiça Ocupacional: Uma visão alargada na resolução de um dilema em Terapia Ocupacional Joana Luzio, Ana Filipa Rodrigues, Ana Sofia Rodrigues, Francisca Almeida e Sílvia Martins Escola Superior de Saúde do Alcoitão

A ciência ocupacional tem como intuito alargar o âmbito e horizontes da Terapia Ocupacional, centrando a prática na ocupação e promovendo a justiça ocupacional. Enquanto ciência é livre para investigar questões mais amplas e profundas sobre os seres humanos, relacionadas com a adaptação aos desafios do ambiente e com o uso das competências e capacidades para a ocupação (Yerxa, 1993). No contexto da unidade curricular Temas Aprofundados em Terapia Ocupacional II foi proposto aos alunos o desafio de refletirem sobre um caso prático à luz da Ciência Ocupacional. Para tal, deveriam escolher um caso que tivesse representado um desafio na sua prática e mudarem o referencial teórico usado na sua reflexão, centrando-o na evidência produzida no âmbito desta ciência. O caso identificado pelas alunas tinha constituído um dilema na sua prática e encararam este desafio como uma excelente oportunidade para aprofundarem a reflexão sobre o mesmo. Trata-se de uma senhora com demência que não tinha a oportunidade de realizar ocupações que para si eram extremamente importantes e significativas, uma vez que os seus responsáveis legais não o permitiam. Ao mudar o referencial teórico para a ciência ocupacional, surgiram questões como a injustiça ocupacional e o desrespeito pelos direitos ocupacionais, associados ao desrespeito pelos direitos humanos e pelos direitos da pessoa idosa. As alunas foram ainda confrontadas com os valores éticos da sua profissão, o que obrigou a procurar e explorar aliados e recursos na comunidade, com o intuito de compreender melhor a

33


dimensão deste dilema. Os horizontes alargaram-se e o raciocínio focou-se, minoritariamente nos aspetos inerentes à patologia ou incapacidades, e maioritariamente nas particularidades do meio que limitavam a participação da senhora, enquanto cidadã de pleno direito.

Palavras-chave: Ciência Ocupacional, Justiça Ocupacional, Direitos Humanos, Direitos da Pessoa Idosa, Processo de Ensino/Aprendizagem. ______________________________________________________________________ Notas:

34


Mesa 4 Abordagem da Terapia Ocupacional em clientes com Síndrome de Neglect decorrente de Acidente Vascular Cerebral Mariana Soares, Beatriz Gato, Patrícia Rodrigues, Tiziana Vieira e Patrícia Santos Escola Superior de Saúde do Politécnico de Beja Introdução: O Acidente Vascular Cerebral (AVC) apresenta elevada prevalência em Portugal e o Síndrome de Neglect (SN), indecência considerável em clientes com AVC. Considerou-se assim, pertinente investigar a abordagem dos terapeutas ocupacionais, segundo contextos de prática, formação e anos de experiência, explorar a sua perceção acerca dos défices de desempenho ocupacional nestes clientes, verificar a existência de abordagens protocoladas e a incidência de SN em sujeitos com AVC. Metodologia: Estudo descritivo, qualitativo de análise de conteúdo e quantitativo de análise estatística, comparativo e transversal. Participaram 50 terapeutas ocupacionais, a exercer funções em Portugal, com experiência em neurologia e intervenção nestes casos. Para recolha de dados construiu-se, validou-se e aplicou-se uma entrevista a peritos para posterior construção do questionário e aplicação aos participantes, após validação e pré-teste. Utilizou-se o IBM Software Statistical Package for Social Science 23.0. para análise estatística. Resultados: Existem diferenças estatisticamente significativas em itens relativos a abordagem dos terapeutas, segundo contextos da prática terapêutica, formação específica e anos de experiência dos terapeutas em neurologia. Verificou-se uma taxa média de incidência de SN em AVC de 21,91%, sendo o Visual o subtipo mais frequente (94%, n=47). A área de ocupação “Actividades de Vida Diária” (56% n=28), a atividade “Tomar banho/ tomar duche” (64%, n=32) e o défice funcional “Posicionamento dos membros” (100%, n=50), são considerados pelos terapeutas como os mais afetados pelo SN. Apenas 10% (n=5) dos terapeutas utilizam abordagens protocoladas. Conclusões: A abordagem da TO difere em aspetos relativos ao contexto, formações específicas e anos de experiência em neurologia. As taxas de

35


incidência do SN vão de encontro à evidência científica. As áreas de ocupação das “Atividades de Vida Diária”, o “défice funcional” e o “posicionamento dos membros” são mais frequentemente identificados como afetados pelo SN. A abordagem dos terapeutas ocupacionais nestes clientes não se encontra protocolada.

Palavras-chave: Síndrome de Neglect; Abordagem Terapêutica; Terapia Ocupacional; Acidente Vascular Cerebral. ______________________________________________________________________ Notas:

36


Poster 1 Estimulação Cognitiva em Pessoas com Declínio Cognitivo ou Demência: A Eficácia do Programa de Terapia Aquática” Ana Cabaço, Ana Saraiva, Diogo Santos, Ana Isabel Ferreira Escola Superior de Saúde de Beja Introdução: O envelhecimento da sociedade atual, com o aumento consistente da esperança média de vida, constitui indubitavelmente, uma manifestação de progresso e de melhoria da condição humana. No entanto importa salientar que o aumento da esperança de vida só constitui um progresso real na sociedade se não for acompanhado de uma diminuição da qualidade de vida das pessoas idosas. A terapia aquática, enquanto área de intervenção do terapeuta ocupacional, tem um grande potencial de reabilitação, desde o tratamento de lesões agudas bem como na manutenção da saúde no que respeita a doenças crónicas. No âmbito da intervenção da Terapia Ocupacional em contexto aquático, procurou verificar-se o impacto de programa de terapia aquática em pessoas idosas com declínio cognitivo ou demência. Neste sentido, o principal objetivo a atingir foi verificar a eficácia da terapia aquática nas competências cognitivas de pessoas com declínio cognitivo ou demência. Metodologia: Este estudo apresentou um caráter quasi-experimental, comparativo, longitudinal, uma vez que foi comparado o desempenho cognitivo, antes e depois da aplicação do protocolo de terapia aquática. A amostra foi recolhida nas Piscinas Municipais de Odivelas, segundo os seguintes critérios de inclusão: estar a frequentar a classe das COG e ter o diagnóstico de demência ou declínio cognitivo. O grupo constituído por 6 pessoas (4 homens e 2 mulheres) tinham idades entre os 40 e os 70 anos. Foi aplicado um protocolo de intervenção durante o período de três meses. Resultados: Em termos globais, verificouse um aumento nas competências cognitivas atenção e memória e manutenção das competências cognitivas visuo-espacial, nomeação, abstração, linguagem e orientação. Conclusão: A estimulação cognitiva clássica pode, portanto, ser potencializada no meio aquático, uma vez que este, pode

37


focalizar a pessoa nas competências cognitivas pelas propriedades da água. Tendo em conta a escassez de estudos nesta área considerou-se que a continuação desta investigação seria de extremo interesse, possibilitando maior e melhor qualidade de vida a pessoas com declínio cognitivo.

Palavras-chave: Terapia ocupacional; terapia aquática; declínio cognitivo; demência; estimulação cognitiva. ______________________________________________________________________ Notas:

38


Poster 2 Conhecer, pensar, compreender e atuar: Estudo de um caso Patrícia de Matos, Cristina Vieira da Silva

Escola Superior de Saúde do Alcoitão

No âmbito da unidade curricular Estágio IV, do 4º ano de licenciatura em Terapia Ocupacional, foi possível realizar o Estudo de um Caso à luz da Terapia Ocupacional contemporânea no contexto de Saúde Mental. O caso em estudo, pela sua complexidade e particularidade realçou a necessidade da visão holística da pessoa ser essencial para uma prática consciente e um projeto terapêutico que promova a mudança positiva. Neste poster é apresentado o caso e a abordagem realizada tendo como modelo de prática o Modelo de Ocupação Humana (Kielhofner, 2008). Filipe, de 37 anos, natural do Brasil encontrava-se a viver sozinho em Portugal há 7 anos quando deu entrada no Hospital de Dia do Serviço de Psiquiatria e Saúde Mental do Hospital Beatriz Ângelo por sintomatologia depressiva e ideias de morte não estruturadas. O Filipe tem como diagnóstico Perturbação da Personalidade (Cluster B) e Perturbação Persistente de Humor-Distimia, podendo ainda ter associado um Diagnóstico de Disforia de Género. Como problemas ocupacionais revela dificuldade em antecipar sucesso e procurar desafios; manter um padrão de ocupação satisfatório; e manter o local onde vive e cuida de si limpo e organizado. O projeto terapêutico recaiu assim nestas problemáticas, sendo que além dos objetivos terapêuticos inerentes à Terapia Ocupacional, foi também necessário desenvolver com outros profissionais e recursos comunitários questões relacionadas com a sexualidade e a alimentação. Para o Filipe, o alcance de uma participação ocupacional satisfatória dependeu de uma abordagem transversal a todo o espectro de dimensões da pessoa e sua vida, que tal 39


como a Terapia Ocupacional preconiza, estes são altamente visíveis pela forma como nos relacionamos com os outros e o meio através da ocupação. A metodologia de estudo de caso permitiu uma exploração e descrição exaustiva do raciocínio terapêutico, suportado em evidência, mostrando-se assim uma ferramenta muito útil no processo de aprendizagem/investigação.

Palavras-chave: Terapia Ocupacional; saúde mental; visão holística. estudo de caso, MOHO. ______________________________________________________________________ Notas:

40


Poster 3 Um olhar refletido sobre o que faço todos os dias: Corfebol Beatriz Quinta, Isella Lima, Letícia Assis, Paloma Otero, Nuno Moreira

Escola Superior de Saúde do Alcoitão

A análise das ocupações surge como uma ferramenta única e indispensável ao terapeuta ocupacional ao longo do processo de abordagem. No âmbito da unidade curricular de Análise e Adaptação das Ocupações I, no 2º ano do Curso de Licenciatura em Terapia Ocupacional da Escola Superior de Saúde do Alcoitão, os estudantes, divididos em grupo, são desafiados a analisar de forma detalhada uma ocupação significativa de um dos seus elementos. O grupo autor deste poster passou a trabalhar esta unidade de análise (corfebol), realizando a ocupação em três momentos distintos e no seu contexto natural. No primeiro momento a ocupação foi realiza tal como é habitual, com a intenção de caracterizar de forma aprofundada a ocupação no momento de vida atual da estudante. No segundo momento, foi selecionada uma limitação (amputação do antebraço do membro superior esquerdo) e simulando esta condição, a ocupação foi novamente realizada. Nesta fase, o grupo pode experienciar quais os maiores desafios no decorrer da ocupação e refletir sobre o impacto que esta condição poderá ter na pessoa e na ocupação. No terceiro momento, os estudantes foram encontrar soluções para uma adaptação (construção de um cinto), de modo a facilitar o envolvimento da pessoa. Em todas as etapas o grupo recorreu à gravação vídeo, a guiões de reflexão/discussão em grupo e à análise de artigos científicos, de modo a clarificar conceitos e facilitar as tomadas de decisão. Os resultados evidenciam que o processo reflexivo e sequencial à unidade de análise, permitiu um entendimento mais aprofundado da perspetiva a partir da qual a análise da

41


ocupação é abordada e a compreensão da importância do uso da mesma, no processo de Terapia Ocupacional. A adaptação construída pelo grupo respondeu de forma positiva ao desafio, indicando que a metodologia utilizada foi um facilitador no processo de tomada de decisão.

Palavras-chave: Terapia Ocupacional; Análise ocupacional; Adaptação; Prática reflexiva. ______________________________________________________________________ Notas:

42


Poster 4 Contributo para a Tradução e Validação do Teste Jebsen Taylor Hand Function (JTHF) para a População Portuguesa Adriana Pereira, Ana Paula Martins, Bruna Silva, Inês Pereira, Vivien Lage Escola Superior de Saúde do Politécnico de Beja Introdução: O teste JTHF é composto por sete subtestes que avaliam a funcionalidade da mão. É um teste bimanual cronometrado que fornece medidas rigorosas quanto ao desempenho funcional do individuo, reproduzindo tarefas manipulativas semelhantes àquelas realizadas quotidianamente. Relevância: Salienta-se a importância e a necessidade de instrumentos de medida validados e adaptados culturalmente que, simultaneamente, sejam reconhecidos e utilizados internacionalmente. Objetivos: Contribuir para a validação e adaptação cultural e linguística do JTHF para a população portuguesa adulta e avaliar as suas qualidades psicométricas. Metodologia: Nesta pesquisa transversal, quantitativa e qualitativa, participaram 89 jovens adultos portugueses (77,5% do sexo feminino, N=69; e 22,5% do sexo masculino, N=20). 93,2% tinham idades entre os 18 e os 29 anos. Maioritariamente os inquiridos eram estudantes (N=55) com dominância destra (N=82). Numa primeira fase procedeu-se à tradução do instrumento (2 tradutores bilingues, seguido da retroversão e posterior aprovação da versão consenso, obtida por um perito de origem inglesa). Na 2ª fase realizou-se a adaptação cultural e a validade de conteúdo por um painel de peritos, bem como da análise das características métricas, da fiabilidade intra-observador por testereteste, através do intra class correlation (ICC) e da consistência interna. Resultados: O alfa de Cronbach total foi 0,796, com valores igualmente elevados para as subescalas, o que evidencia uma consistência interna forte. Observou-se que os indivíduos mais novos e destros são os que realizam a prova em menos tempo (M= 129,12). Os indivíduos destros do sexo masculino são ligeiramente mais rápidos na execução de cada prova do teste do que os do sexo feminino, à exceção das provas de escrever com

43


ambas as mãos e do simular a alimentação com a mão direita. Conclusões: A versão final portuguesa do JTHF, na amostra utilizada, possui bons índices de validade de conteúdo, de fiabilidade intra-observador e de consistência interna.

Palavras-chave: Tradução e Validação de Escalas; Jebsen Taylor Hand Function Test; Funcionalidade; Destreza Manual; Terapia Ocupacional. ______________________________________________________________________ Notas:

44


Poster 5 “As Atividades Ocupacionais e a Perceção do Desempenho Ocupacional dos Idosos Institucionalizados” Maria Celina Franco, Ana Grazina, Mariana Calado, Lígia Rego Escola Superior de Saúde do Politécnico de Beja

Introdução: Atualmente muitos idosos vivem em ambientes institucionais, sendo visível em muitos um declínio das capacidades físicas e cognitivas. A manutenção dessas capacidades, garante ao idoso a preservação da participação ativa, impedindo um declínio do seu desempenho ocupacional. Relevância: Face à inexistência de estudos sobre a presente temática, tornou-se relevante estudar a perceção do desempenho ocupacional dos idosos institucionalizados relativamente às atividades ocupacionais. Objetivo: O objetivo geral da investigação pretende verificar-se a perceção do desempenho ocupacional dos idosos institucionalizados em lares com Terapia Ocupacional é significativamente superior à perceção do desempenho ocupacional dos idosos institucionalizados em lares sem Terapia Ocupacional. Metodologia: Procedeu-se à aplicação de um Questionário Ocupacional (Gomes & Silva, 2003) a idosos com idades compreendidas entre os 67 e os 97 anos, em cinco lares, obtendo-se uma amostra de 86 idosos. Pretendeu-se comparar os resultados obtidos dos questionários, de modo a verificar estatisticamente a perceção do desempenho ocupacional dos idosos nos diferentes lares. Resultados: Verificou-se, nos resultados, que as atividades realizadas e dinamizadas nos lares com terapeuta ocupacional, apresenta uma perceção sempre menor (tendo em conta a escala de perceção do Questionário Ocupacional) sendo que menores níveis de perceção demonstram maior satisfação. Relativamente às atividades dinamizadas pela Animação Sociocultural, apresentam valores maiores na perceção, que é ligeiramente inferior nos lares que têm terapeuta ocupacional do que naqueles que não têm este profissional. Conclusão: Verifica-se que a perceção apresentou melhores

45


resultados nos lares onde existe atuação da Terapia Ocupacional. Deste modo, a existência de um terapeuta ocupacional em todos os lares seria uma das soluções, de forma a preservar/melhorar o desempenho ocupacional dos idosos.

Palavras-chave:

atividades

ocupacionais;

desempenho

ocupacional;

idosos

institucionalizados; Terapia Ocupacional. ______________________________________________________________________ Notas:

46


Poster 6 As preensões usadas na cozinha - o desempenho ocupacional durante a atividade Jéssica Ferreira1, Mafalda Neves1, Mariana Anacleto1, Tânia Leal1, Augusto Gil Pascoal2 e Elisabete Roldão2,3, 1

Estudantes de 4º ano da Escola Superior de Saúde do Politécnico de Leiria 2

Faculdade de Motricidade Humana – Universidade de Lisboa 3

Escola Superior de Saúde do Politécnico de Leiria

Resumo: Este trabalho foca-se sobre um projeto que pretende caraterizar as preensões usadas nas Atividades de Vida Diária, nomeadamente na preparação de refeições, alimentação e limpeza do espaço em questão, a cozinha. Este trabalho é um estudo descritivo-correlacional por explorar e determinar a existência de relações entre variáveis, de modo a descrevê-las. Assim, pretende-se a este nível, relacionar as variáveis, compreender a preensão na população adulta e estabelecer relações entre o seu tipo, frequência, duração, tipo de objeto preênsil e o sexo. Para o efeito, serão recolhidas imagens de vídeo de quatro participantes no decorrer das atividades de preparação de refeições, alimentação e limpeza da cozinha. Posteriormente, estas serão analisadas no programa de vídeo Windows Movie Maker e no programa estatístico SPSS®. Esta análise terá em conta os diversos parâmetros considerados na nova Taxonomia das Preensões nomeadamente o número de vetores de força usados, o tipo de contactos com a mão, o tipo de preensão a duração da mesma, o diâmetro e peso do objeto preênsil e o número de vezes usada. Neste momento estamos em processo de recolha de dados e conseguimos observar a utilização de um grande número de preensões da nova taxonomia. Esta é uma temática com pouca evidência científica e o facto de se focar na nova Taxonomia das Preensões torna este projeto inovador. Por outro lado pode permitir 47


perceber quais as preensões mais usadas nesta atividade e que, por isso mesmo, podem ser potenciadoras de desgaste articular. Este tipo de informações pode permitir inferências clínicas, antevendo as dificuldades no desempenho ocupacional e o grau de satisfação,

facilitando

a

implementação

do

processo

terapêutico,

fornecer

aconselhamento, de entre outros. Estas informações podem ainda ser facilitadoras, para o terapeuta ocupacional, na tomada de decisão sobre a intervenção a implementar, os produtos de apoio a usar, as tarefas a adaptar, como facilitar a execução da atividade, de entre outras.

Palavras-chave: desempenho ocupacional, preensão, atividade de vida diária, Taxonomia de Preensões. ______________________________________________________________________ Notas:

48


Poster 7 MiniSPOT ESSA - Uma plataforma de estudantes para estudantes Ana Beatriz Fernandes1, Beatriz Silva1, Madalena Vicente1, Maria Cabral1, Rita Cardoso1, Vanda Martins1, Sílvia Martins2 1

Alunas do 3º ano da Licenciatura em Terapia Ocupacional - ano letivo 2018/2019, ESSA 2 Prof Adjunto, ESSA

Escola Superior de Saúde do Alcoitão

A European Network of Occupational Therapy in Higher Education – ENOTHE - é uma organização europeia que pretende promover um sistema educacional de qualidade coeso, realizando anualmente uma conferência onde estudantes, docentes e investigadores debatem o estado da arte e o futuro da Terapia Ocupacional. Para que exista uma participação ativa dos estudantes nesta organização foi criada uma Plataforma Europeia para Estudantes de Terapia Ocupacional (SPOT Europe), de forma a encorajar e aumentar a conexão entre os estudantes europeus e a garantir que a voz dos estudantes é valorizada no desenvolvimento da educação em Terapia Ocupacional. Neste contexto, cada uma das escolas é estimulada a organizar-se, sugerindo-se a criação de MiniSPOT’s, para que a internacionalização e a contribuição efetiva seja facilitada. No seguimento da partilha das experiências vividas durante a organização do 24th ENOTHE Meeting, seis estudantes decidiram criar este projeto. Após estabelecerem contacto com o SPOT Europe, as estudantes decidiram apresentá-lo à restante comunidade para promover a participação de estudantes de outras turmas, de maneira a garantir que toda a comunidade teria uma voz ativa no processo. Atualmente, as estudantes pretendem motivar os colegas para a dinamização de mais momentos intracurso e interturmas.

49


Até à data, o MiniSPOT permitiu ter uma voz ativa através da união e da conexão entre os estudantes, motivando-os a participar num projeto a nível internacional, tomando consciência que é possível todos contribuirmos para a evolução da Terapia Ocupacional, a nível europeu. “One ripple can start a wave. One thought creates an action. Be the one that starts something.” (autor desconhecido) Instagram: @minispotessa

Palavras-chave: internacionalização, estudantes, mini SPOT, partilha, ENOTHE. ______________________________________________________________________ Notas:

50


Poster 8 Vivências Académicas nos Alunos do Instituto Politécnico de Beja Andreia Tomé, Catarina Pernes, Ivânia Pronto, Sara Costa e Ana Paula Martins Escola Superior de Saúde do Politécnico de Beja

Introdução: A entrada na universidade corresponde ao momento inicial de um projeto de vida decisivo para a maioria dos estudantes. As dificuldades no processo de adaptação ao ensino superior podem ter como implicação o insucesso escolar e, em casos extremos, o abandono escolar. Relevância: Face à necessidade de estudos sobre esta problemática na realidade Portuguesa do Ensino Superior e reconhecendo-se que as exigências da vida académica são fatores de stress que podem condicionar o aproveitamento escolar, torna-se relevante identificar se as vivências académicas e competências pessoais dos estudantes poderão ter um papel preditor relativamente ao rendimento escolar. Objetivos: O objetivo principal deste estudo foi contribuir para um melhor conhecimento das relações existentes entre vivências e rendimento académicos, dos alunos do IpBeja. Metodologia: Partindo de uma amostra de 84 alunos das Escolas Superiores Agrária, Educação, Saúde e Tecnologia e Gestão do IpBeja, analisaram-se as dimensões das Vivências Académicas representativas da adaptação ao Ensino Superior e o seu possível impacto no Rendimento Escolar dos estudantes. Os dados foram recolhidos pelo Questionário de Vivências Académicas – QVA-r (Almeida & Ferreira, 1997) e a avaliação do Rendimento Escolar através de indicadores referentes às avaliações destes alunos relativamente ao ano letivo de 2016/2017. Resultados: Confirmou-se uma correlação significativa entre a adaptação académica e os indicadores de rendimento escolar, para os alunos da Licenciatura em Terapia Ocupacional. Para estes alunos os fatores Interpessoais são os que menos se relacionam com o Rendimento Escolar e os que mais o influenciam são o Pessoal e Institucional. A adaptação escolar dos alunos das quatro escolas do IpBeja é idêntica, com a exceção da dimensão Interpessoal, onde a adaptação dos alunos da Escola 51


Superior de Saúde é significativamente superior à dos alunos da Escola Agrária. Conclusões: Na globalidade, são os alunos da Escola Superior de Saúde que melhor se adaptam ao Ensino Superior com médias no questionário QVA-r superiores à das outras escolas.

Palavras-chave: Terapia Ocupacional, Vivências Académicas, Rendimento Escolar, Ensino Superior, Instituto Politécnico de Beja ______________________________________________________________________ Notas:

52


Poster 9 Impacto da idade em indicadores de força da preensão manual Catarina Fernandes e Ângela Fernandes Escola Superior de Saúde do Politécnico do Porto A força de preensão manual é necessária nas atividades da vida diária e a sua avaliação pode agir como um marcador importante da capacidade funcional geral, relevante na reabilitação.Objetivo: Comparar a força de preensão de quatro grupos de indivíduos saudáveis (18-24, 25-39, 40-59, 60-80 anos) através da análise da força de preensão média, máxima e mínima e respetivos tempos, percentagem de diminuição da força e tempo de manutenção da preensão. Participantes: A amostra é constituída por 113 indivíduos, sendo que o grupo 18-24 é composto por 23 indivíduos; o grupo 25-39 por 30 indivíduos; o grupo 40-59 por 24 indivíduos; e o grupo 60-80 por 36 indivíduos. Métodos: Estudo quantitativo, transversal do tipo observacional analítico. Foram utilizados um questionário sociodemográfico e o dinamómetro HandGrip para efetuar a recolha da força de preensão manual. Os dados foram transferidos para o Microsoft Office Excel e analisados estatisticamente a partir do software Statistical Package for the Social Sciences, versão 25. Resultados: Verificaram-se diferenças significativas nas variáveis força máxima (p<0,001), força mínima (p<0,001) e força média (p<0,001), relativas à mão dominante; e nas variáveis força máxima (p<0,001), tempo obtido aquando a força máxima (p=0,005), força mínima (p<0,001), força média (p=0,001) e percentagem de diminuição da força (p=0,027), relativas à mão não dominante. Conclusão: Comparando os quatro grupos, verifica-se que a idade é um fator que influencia a força de preensão manual, apresentando diferenças entre a mão dominante e a não dominante. Palavras-chave: Força de preensão manual; Manutenção da preensão; Dinamómetro HandGrip; Idade. ______________________________________________________________________ Notas: 53


Poster 10 Efeitos da estimulação transcraniana por corrente contínua em pessoas com AVC Cristiana Sá, Helena Sousa e Carlos Campos Escola Superior de Saúde do Politécnico do Porto

Este estudo pretende avaliar os efeitos do treino de biofeedback combinado com tDCS na região dorsolateral do córtex pré-frontal (DLCPF) no equilíbrio, em dupla tarefa, de uma utente com sequelas de AVE crónico. O treino de biofeedback e a tDCS têm sido utilizadas, preferencialmente, para intervir com indivíduos com sequelas de AVE. Assim, entendeu-se como pertinente a junção das duas intervenções, avaliando os possíveis efeitos num caso crónico. O treino de Biofeedback baseou-se em 10 sessões de 30 minutos, com a realização de exercícios/jogos terapêuticos. A tDCS foi aplicada na região DLCPF, com a intensidade de 2.0 mA e uma duração de 20 minutos, utilizando elétrodos de tamanho 6x4 cm. Como instrumentos de avaliação foram utilizados os testes Time up Go (TUG) e Sit to stand (STS), e uma plataforma de forças. Foram observadas melhorias a nível do TUG e do STS, em tarefa simples e dupla. O mesmo não foi possível verificar na plataforma de forças, onde apenas se verificou melhorias do plano médio-lateral, exceto na condição de ‘’olhos fechados com dupla tarefa’’. Assim, concluiu-se que o treino de biofeedback combinado com a tDCS pode promover efeitos positivos no equilíbrio, em dupla tarefa, em utentes com sequelas de AVE crónico. ______________________________________________________________________ Notas:

54


Poster 11 A auto-avaliação e avaliação feita pelos pais de crianças com Perturbação do Desenvolvimento da Coordenação e comparação com os défices de desempenho apresentados Jéssica Machado e Maria João Trigueiro Escola Superior de Saúde do Politécnico do Porto

As perturbações de desenvolvimento caraterizam-se por défices na funcionalidade, podendo dividir-se em vários grupos. Das perturbações motoras, a perturbação de desenvolvimento da coordenação (PDC) é a mais conhecida, com uma prevalência de 5% a 6% em crianças em idade escolar. Para que a avaliação destas crianças seja feita da forma mais completa, o recurso aos pais é fundamental. Este estudo tem como objetivos comparar a avaliação dos défices de desempenho, feita pelos pais com os défices identificados pelos profissionais e perceber se a autoavaliação das crianças e os objetivos por elas definidos vão de encontro aos défices apresentados. A investigação carateriza-se por ser um estudo de caso, multi metodológico, com uma amostra de sete crianças com PDC, que utilizou questionários de autopreenchimento para os pais, sendo as

crianças

avaliadas

com

o Bruininks–Oseretsky

Test

Motor

Proficiency (BOT), grelhas de observação e Youth-Kit. Os resultados mostram a concordância entre os défices identificados pelos pais e pelos profissionais, e que os objetivos identificados pelas crianças vão de encontro aos seus défices. Para a Terapia Ocupacional, estes resultados permitem valorizar as medidas de autoavaliação, dos pais e crianças, como meios fiáveis de obtenção de informação e estes como parceiros do processo de intervenção. ______________________________________________________________________ Notas:

55


Poster 12 Comparação das rotinas de descanso e sono e de AVDI entre famílias de crianças com alterações do processamento sensorial e famílias de crianças com desenvolvimento típico Mariana Barroso, Joaquim Faias Escola Superior de Saúde do Politécnico do Porto

Resumo Objetivo: verificar se existem diferenças nas rotinas de famílias com crianças que apresentam alterações de processamento sensorial e famílias de crianças com desenvolvimento típico, no que diz respeito às áreas ocupacionais descanso e sono e atividades da vida Diária instrumentais. Participantes: foi constituída uma amostra não probabilística por conveniência, composta por 12 indivíduos, seis pais de crianças com alterações do processamento sensorial e seis pais de crianças com desenvolvimento típico. Métodos: realizamos um estudo quantitativo, de caráter observacional analítico transversal. A recolha de dados foi realizada através de um questionário sociodemográfico e do Questionário Ocupacional. Os dados recolhidos foram analisados através do programa SPSS. Resultados: Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entres as rotinas de pais com crianças com alterações do processamento sensorial, comparativamente com pais de crianças com desenvolvimento típico. Conclusão: Este estudo revelou que não existem diferenças estatisticamente significativas, no que concerne ás rotinas de famílias com crianças com alterações do processamento sensorial comparativamente a famílias com crianças com desenvolvimento típico, não podendo assim generalizar os resultados para a população. No entanto, perante a amostra estudada, foi possível encontrar diferenças entre os dois grupos no que diz respeito à manutenção das rotinas de descanso e sono e AVDI.

Palavras-chave: Processamento Sensorial; Rotina; Descanso e Sono; Atividades da Vida Diária Instrumentais ______________________________________________________________________ Notas: 56


Poster 13

Qualidade de vida dos cuidadores informais de pessoas com demência: um estudo exploratório. Ana Ramos1, Andreia Sampaio1, Glória Maximino1, Vera Rodrigues1 e Mônica Braúna2 1 Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Leiria 2 Escola Superior de Saúde, Instituto Politécnico de Leiria, Portugal | CiTechCare. Introdução: A demência caracteriza-se como uma doença que progride no decorrer do tempo e na qual, os seus sintomas se intensificam, diminuindo, gradualmente, a capacidade de o indivíduo fazer a sua vida normal, sem necessitar da ajuda de um cuidador. Os cuidadores informais, constituem um pilar essencial, porém, estes também sofrem com o impacto da doença no seu próprio dia-a-dia. Cuidar de uma pessoa com demência pode ter um efeito significativo na qualidade de vida do CI, pela resistência ao cuidado, agitação e / ou falta de discernimento característicos da evolução da doença (Farina, 2017). Objetivo: Caracterizar o perfil e a qualidade de vida dos cuidadores informais de pessoas com demência. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo e exploratório.

A

recolha

de

dados

consistiu

na

aplicação

de

questionário

sociodemográfico e da Escala de Qualidade de Vida WHOQOL – BREF (Canavarro et al., 2006) em três locais: Pombal, Madeira e Leiria. Foram considerados como critérios de inclusão ser cuidador informal principal ou secundário de pessoas com demência. Resultados: A amostra auferida foi de 16 (n=16) cuidadores informais, com idade média de 59 anos, predominantemente do sexo feminino (56,25%), casadas (75%), reformadas (56,2%) e com grau de escolaridade da 1ª a 4ª classe (43,7%). Quanto à qualidade de vida dos cuidadores informais, a média do domínio geral foi de 55 pontos enquanto que os domínios “psicológico” e “relações sociais”, apresentaram uma média de 66 e o domínio “ambiente” obteve uma média de 60 pontos. O domínio com menor pontuação, foi o domínio “físico”, com um total de 53 pontos. Conclusões: Os resultados confluem com os da literatura, em que destacam os cuidadores informais de pessoas com demência com um nível de qualidade de vida abaixo do que os não cuidadores. A baixa pontuação no domínio físico pode estar relacionado com uma maior sobrecarga nas 57


tarefas do cuidar, principalmente nas atividades básicas e instrumentais. Seria importante para os próximos estudos acrescentar a variável tempo de cuidado no sentido de avaliar o desempenho ocupacional do cuidador informal e o equilíbrio ocupacional da sua rotina.

Palavras-chave: Qualidade de vida; Cuidadores informais; Demência. ______________________________________________________________________ Notas:

58


Poster 13 Vela – um desporto para todos Bárbara Ferreira1, Catarina Paz1, Inês Margarida Caniça 1, Inês Silva 1, Sofia Janela Batalha 1 Élia Silva Pinto2 1

Alunas finalistas de Licenciatura em Terapia Ocupacional – ano letivo 2018/2019, Escola Superior de Saúde do Alcoitão 2

Prof Coordenador, Escola Superior de Saúde do Alcoitão

O presente trabalho insere-se numa unidade curricular do curso que permite, entre outras temáticas, avaliar e dar resposta a projetos da sociedade. Este projecto surge da articulação com o departamento de promoção da saúde da Câmara de Cascais. A Vela é uma modalidade desportiva que promove as competências motoras, sociais e cognitivas (Ferreira,1993). Em 2004 nasceu a ideia de desenvolver em Cascais um projeto de Vela Adaptada “Vela sem Limites”, cujo intuito era dar respostas às necessidades das pessoas portadoras de deficiência que desejavam praticar esta modalidade e que até à data estavam impedidas. Esta modalidade foi desenhada com uma perspetiva lúdica, desportiva e terapêutica, de modo a promover a socialização e a inclusão social. O Terapeuta Ocupacional pode assumir um papel importante na prática deste desporto, tendo como principal objetivo capacitar os clientes para o envolvimento ocupacional. Desta forma, tivemos oportunidade de avaliar o projeto, dar o nosso contributo e trocar impressões com os responsáveis do projeto. É necessário adaptar o desporto às pessoas com deficiência para que se possa chamar “Desporto para Todos”. Por ser necessário avaliar a pessoa, o ambiente e a ocupação, consideramos que os terapeutas ocupacionais são os profissionais mais aptos a desempenhar esta função. É importante perceber quem é a pessoa e quais as suas competências (para saber o que adaptar), como ela considera a atividade da Vela (ocupação lúdica, de competição ou para benefícios terapêuticos?), perceber o ambiente físico e social da mesma. Avaliar estes recursos e ver se são facilitadores ou inibidores da sua participação pode ser um dos principais papéis do terapeuta ocupacional. O bom domínio da atividade permite avaliar e adequar a ocupação a cada participante (Whiteford & Hocking, 2012). 59


Foram assim, identificadas as necessidades e sugeridas e discutidas propostas com os responsåveis do departamento da Câmara Municipal de Cascais.

Palavras-Chave: vela, terapia ocupacional, desporto, inclusĂŁo

Notas :

60


Patrocinadores

61


Associação Portuguesa de Terapeutas Ocupacionais Rua Ernesto da Silva Nº 8 - Benfica 1500-268 Lisboa

62


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.