Produtividade no Brasil - IPEA

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Organizadores: Fernanda De Negri Luiz Ricardo Cavalcante


Contexto econômico A produtividade e a sustentabilidade do crescimento

“Productivity isn’t everything, but in the long run is almost everything” (Paul Krugman)


Decomposição do crescimento do PIB PIB per capita = Produtividade do trabalho x Taxa de ocupação x Taxa de participação (Y/P) = (Y/E) x (E/L) x (L/P)

(Y/P) = PIB per capita

(Y/E) = produtividade do trabalho

(E/L) = taxa de ocupação

(L/P) = taxa de participação

Variação média anual 1992 2001

1,17%

0,97%

-0,35%

0,55%

Contribuição ao crescimento do PIB per capita 92-01

-

93,23%

-32,5%

39,27%

Variação média anual 2001 2009

2,29%

1,10%

0,14%

1,04%

Contribuição ao crescimento do PIB per capita 01-09

-

51,2%

7,97%

40,82%

Variação média anual (20012011)

2,63

1,85

0,32

0,45

70,63%

12,21%

17,16%

Contribuição ao crescimento do PIB per capita (01-2011)

Cavalcanti e De Negri(capítulo 5) e Bonelli (Capítulo 4)


PIB per capita e PIB por população ocupada, 1992 – 2011 (1992 = 100) 150

140

130

120

110

100

90

80 1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

PIB per capita (1992 = 100)

4 Cavalcanti e De Negri(capítulo 5)

PIB / população ocupada (1992 = 100)

2011


Diferentes medidas e um mesmo diagn贸stico


Diferentes medidas para a PTF 160 150 140 130 120 110 100 90 80 1970 1972 1974 1976 1978 1980 1982 1984 1986 1988 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 PTF, deflator implícito do PIB PTF, capital humano

PTF, preços constantes de 1980 PTF, capacidade instalada

Ellery, R. (capítulo 2) in De Negri, F. e Cavalcante. L.R.M.T. (2014) Produtividade no Brasil: desempenho e determinantes

PTF, horas trabalhadas


Produtividade do trabalho e PTF na literatura Produtividade do trabalho ajustada pelo capital humano

Per铆odo

Produtividad e do trabalho

2003 e 2013

2,4%

Ellery (2014)

1970-2011

1,6%

Cavalcante e De Negri (2014) Cavalcante e De Negri (2014) Bonelli e Bacha (2013) Bonelli e Bacha (2013) Bonelli e Bacha (2013) Bonelli e Veloso (2012) Bonelli e Veloso (2012) Ellery Jr. (2013) Ellery Jr. (2013) Ferreira e Veloso (2013) Ferreira e Veloso (2013) Squeff (2012)

2001-2009 1992-2001 1993-1999 2000-2009 2000-2011 1995-2003 2003-2009 1992-2002 2002-2011 1993-2003 2003-2009 2000-2009

1,17% 1,09% 0,36% 0,67%

Barbosa Filho, Pess么a e Veloso (2010)

1992-1999

1,4%

Barbosa Filho, Pess么a e Veloso (2010

1999-2007

0,11%

Autor

Bonelli (2014)

1,2%

PTF

PTF ajustada pelo capital humano

1,3% 0,34%

0,72%

- 0,24%

0,24% 1,03% - 0,8% 1,7% 0,91% 1,40% - 1,2% 1,5%

0,9%

De Negri e Cavalcante (cap铆tulo 1) in De Negri, F. e Cavalcante. L.R.M.T. (2014) Produtividade no Brasil: desempenho e determinantes


Produtividade do trabalho (VA/PO) entre 2000 e 2009: crescimento médio anual. -2.0%

-1.0%

0.0%

1.0%

2.0%

3.0%

opecuária

Indústria

3.8% -0.4%

Extrativa

formação

ndustriais Serviços Total

4.0%

2.0% -0.8% 0.0% 0.6% 1.0%

Cavalcanti e De Negri (capítulo 5); Squeff e De Negri (Capítulo 8) 8

5.0%


Produtividade do trabalho na indústria (VTI / PO em mil R$): 1996:2011 140 130 120 110 100 90 80 70

deflator = IPA_EP

deflator = IPA_origem_produtos industriais

ipca

ipas setoriais na PIA (valores de 2010*)

deflator implícito PIB

60 50 1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

Fonte: Elaboração própria a partir da Pesquisa Industrial Anual (PIA) do IBGE.

2010

2011


Relação entre produção física e horas pagas na indústria, dez. 2000 – jan. 2013 140

130

120

110

100

90

80

70

60 36982 37226 37469 37712 37956 38200 38443 38687 38930 39173 39417 39661 39904 40148 40391 40634 40878 41122 41365 36861 37104 37347 37591 37834 38078 38322 38565 38808 39052 39295 39539 39783 40026 40269 40513 40756 41000 41244 Indústria de transformação

Cavalcanti e De Negri (capítulo 5) 10

Indústria geral


Distância do Brasil para os países mais e menos produtivos

Brasil/País Menos Produtivo

País Mais Produtivo/Brasil

Macrosetor 1995

2000

2005

2009

1995

2000

2005

2009

Agropecuária

5,0

5,4

4,8

4,5

16,4

21,0

24,8

21,7

Indústria Extrativa

9,2

4,7

3,0

2,3

6,2

5,9

3,6

3,9

Indústria de Transformação

5,4

4,2

2,9

2,1

4,7

4,9

7,4

9,0

Fornecimento de Eletric., Gás e Água

8,6

6,0

3,1

2,9

5,2

5,0

4,9

4,6

Construção

6,9

5,9

3,2

2,3

5,7

6,2

6,8

6,5

Serviços

7,9

5,7

4,0

2,9

5,6

5,9

6,5

6,4

Total da Economia

8,6

6,4

4,2

3,0

6,6

6,6

7,3

7,1

Miguez e Moraes (capítulo 7)


Diferenciais setoriais: a estrutura produtiva importa?


Participação dos setores econômicos no Valor Adicionado 100% 90% 80% 70%

6670%

6667%

6502%

809%

892%

872%

1862%

1722%

82% 577% 1995

6754%

6866%

835%

880%

1809%

1665%

1295%

159% 560%

246% 571%

183% 563%

427% 532%

2000

2005

2009

2012

60% 50% 40% 30% 20% 10% 0%

Agricultura SIUP + Construção

Squeff e De Negri (Capítulo 8)

Mineração Serviços

Indústria de transformação


Participação dos setores econômicos nas ocupações

100% 90% 80% 70%

5426%

5820%

5911%

718%

687%

1202%

1284%

30%

30%

2230%

2088%

1736%

1486%

2000

2005

2009

2012

6210%

6404%

60% 50% 40% 30%

645% 1296% 36%

20% 10%

2597%

755% 1268% 31%

866% 1214% 31%

0% 1995

Agricultura SIUP e construção

Squeff e De Negri (Capítulo 8)

Mineração Serviços

Indústria de transformação


A estrutura produtiva explica o baixo crescimento da produtividade? Autor/Capítulo

Bonelli (Capítulo 4)

Squeff e De Negri (Capítulo 8)

Período

Componente estrutural

Componente intra-setorial

1995-1999

-0,50%

0,90%

1999-2004

0,90%

-0,70%

2004-2008

0,90%

1,10%

2008-2012

0,20%

1,50%

4,7%

4,3%

2,3%

5,5%

2,1%

8,4%

2001-2009 setores) 2001-2009 2009-2012

(56


Como seria a produtividade brasileira... Se o Brasil tivesse a estrutura produtiva de: China México EUA Alemanha

Se o Brasil tivesse o nível de produtividade de: China México EUA Alemanha

Miguez e Moraes (capítulo 7)

Diferença 2009 -10,2% 5,6% 68,3% 58,2% Diferença1 2009 -48,2% -2,3% 576,9% 427,9%


Determinantes Uma investigação sobre as causas da baixa produtividade no Brasil


Tecnologia, Inovação e investimento


Produtividade e inovação na indústria Produtividade do trabalho da indústria de transformação, 2008 (R$ mil) Número de empresas

Prod. trab. (VTI/PO)

Total (indústria de transformação)

98.420

39,03

Inova (empresa, mercado nacional ou mundial)

37.808

45,50

Inovação para a empresa

35.435

43,91

Inovação para o mercado nacional

4.420

67,30

Inovação para o mercado mundial

309

96,38

60.612

34,93

Empresas que não implementaram inovação

Fonte: elaboração dos autores com base nos dados da Pintec 2008.


Estoque de capital e produtividade Efeitos sobre a queda da produtividade do trabalho na indústria entre 2002 e 2009 Decomposição 1

Decomposição 2

LevinsohnPetrin (2003)

Wooldridge (2009)

LevinsohnPetrin (2003)

Wooldridge (2009)

-71.8

-77.2

-72.8

-77.9

Efeito escala

-9.5

-7.9

-5.4

-4.7

Efeito PTF

-19.9

-16.5

-17.9

-14.0

Efeito cruzado

0.5

0.9

-0.6

-0.1

Efeito share

0.7

0.7

-3.4

-3.4

Efeito capitaltrabalho


Ambiente de neg贸cios


Instituições e burocracia: qual o seu papel? 0

20

40

Ease of Doing Business Rank

60

80

34

Starting a Business

123

14

43

55

80

34

Paying Taxes

109

73 98

38

Trading Across Borders

40

74

Resolving Insolvency

121

78 Brazil

Chile

159

120 124

64

19

China

200

185

107

55

180

158

119

48

Protecting Investors

160

130

101

Getting Credit

Mation (capítulo 6)

140

116

22

Registering Property

Enforcing Contracts

120

96

Dealing with Construction Permits Getting Electricity

100

102

135


Fatores que afetam sua produtividade na visão das empresas Baixa qualificação da mão de obra Baixa Escala/volume de produção Mau desempenho dos fornecedores (prazo, confiabilidade etc) Infraestrutura de transporte inadequada Falta de investimentos em P&D e inovação Baixa qualidade/atualização tecnológica dos equipamentos utilizados Métodos de gestão inadequados Falta de investimentos em modernização ou ampliação da capacidade Baixa qualidade dos Serviços de telecomunicações Absenteísmo dos trabalhadores Regulação/legislação ambiental Baixa qualidade dos serviços utilizados pela empresa (manutenção, assistência técnica etc) Baixa qualidade dos insumos e matérias primas Baixa qualidade do fornecimento de energia elétrica Acidentes de trabalho

0% alta/média

Oliveira e De Negri (capítulo 10)

baixa / não relevante

20%

não sabe / não se aplica

40%

60%

80%

100%


Ambiente de neg贸cios e estoque de capital 13 12.5 11.5 11 10.5 10 9 .5 9

ln (estoque de capital por trabalhador)

12 8.5 8 6 30

530

430

330

230

130

30

Doing business (DTF, exceto eletricidade)


Infraestrutura


Elasticidade PIB - infraestrutura País

1º ano

5º ano (4º para o Br)

Longo Prazo

França

0,02

0,11

0,14

Alemanha

0,28

0,22

0,20

Itália

0,02

0,20

0,22

Espanha

0,04

0,17

0,09

Brasil

0,012

0,023

0,032


Perdas de eficiência econômica por insuficiência de infraestrutura


ConcorrĂŞncia


Empresas menos produtivas tiveram maior crescimento da produtividade... Productivity level (R$)

60000

Quartil alto crescimento

Quartil medio alto

Quartil medio baixo

Quartil baixo

50000

40000

30000

20000

10000

0 entre 96 e 2010

56%

entre 96 e 2000

49%

entre 2001 e 2005

47%

Share of firms that increased productivity levels

entre 2006 e 2010

62%


... e do emprego The link between productivity and employment growth across firms within industries 3.5 3

BRAZIL

Spain

Italy

France

United Kingdom

2.5 2 1.5 1 0.5 0 -0.5 -1 -1.5 -2

1st 2nd 3rd 4th

1st 2nd 3rd 4th

1st 2nd 3rd 4th

1st 2nd 3rd 4th

Source: OECD calculations, Arnold et al. (2008).

1st 2nd 3rd 4th


Import tariffs by broad economic categories Simple mean Intermediate Consumer

Capital

Total

goods

goods

Goods

Brazil

8,09

16,66

16,33

13,74

China

6,79

11,34

7,77

7,57

RĂşssia

5,11

9,70

6,02

6,84

South Africa

2,15

8,58

2,48

6,25

Argentina

8,00

15,36

12,89

12,58

Colombia

4,13

11,06

4,26

5,15

US

1,37

3,03

1,19

2,73


AGENDA PARA O FUTURO Algumas ideias para o debate


1.Increase Mission Oriented R&D Public S&T spending in Brazil is not mission-oriented

MINISTRIES

DEPARTAMENTS

%

Ministry of Science, Technology and Innovation (MCTI)

36%

Ministry of Education (MEC)

19%

Ministry of Agriculture (MAPA)

13%

Ministry of Health (MS)

11%

Ministry of Development, Industry and Foreign Trade (INMETRO and INPI)

6%

Ministry of Planning (IBGE)

6%

Only 30% of S&T investments are attached to institutions with problem-solving missions

%

Department of Defense (DoD)

49%

Department of Health (DHHS)

23%

Departmente of Energy (DOE)

8%

NASA

9%

National Science Foundation (NSF)

4%

Departament of Agriculture (USDA)

2%

Others

5%

More than 90% of S&T investments are mission-oriented


2. Reformar a lei de compras públicas Não há uma regulação clara para a aquisição de P&D pelo poder público  The Brazilian Procurement Law (Lei 8.666) doesn’t mention R&D acquisition.  The law establishes, since 2010, a margin of preference for products produced in Brazil (up

to 20%) and for products with Brazilian technology (up to 25%)

 There is no a special part devoted to R&D acquisition as there is in the American Federal

Acquisition Regulation.

 The Innovation Law (20th Article) prescribes that Brazilian government can hire a

company to do R&D to develop new products and process.

 However, this possibility has never been used up to now (difficulties of implementation?)  The Knowledge Platform Program (launched last year but not implemented) is a good

example of using public procurement to foster innovation.


3. Diversificar o Sistema de C&T brasileiro  The Brazilian S&T institutions are mainly public. It’s necessary to allow

and facilitate the operation of private research institutions.

 Reinforce different models of institutions, such the so called Social

Organizations (OS), that are Government-owned and privately-operated institutions.

 Create different ways in which the public sector can foster innovation,

besides the existing ones (grants, credit and direct investment in public research institutions): i) R&D acquisition; ii) Venture capital and seed money funds; iii) Cooperation agreements and so on.

 Create different models of public agencies to foster innovation: the

recent creation of Embrapii (inspired in the Fraunhofer model) is a good example of institutional diversification. Others examples are necessary.


4. Melhorar o ambiente de negócios  Besides improving general business environment, allowing more

competition and entrepreneurship, specific actions are needed:

 Reduce bureaucracy associated with research and development.

Examples: biological research; patent application mechanisms…  One important improvement was the Biodiversity Law (recently approved).

 Reformulate and update the Innovation Law. Created in 2004, some

articles have never been used.

 Facilitate the ways for researchers and professors in public institutions to

work for companies.

 The S&T Code (now in National Congress) adress some of the legal problems.


5. Construir uma economia mais aberta e competitiva  Brazil is a very closed economy. It’s necessary (not

sufficient but necessary) to open the economy and to import more technology and knowledge.

 Increase the internationalization of Brazilian Science (the

“Science without borders” program is a good iniciative)

 Facilitate imports of research equipments and inputs  Increase the presence of foreign reserachers in Brazilian

Institutions.


6. Investir em big science e em infraestrutura de pesquisa  Brazil needs scale up it’s research infrastructure  Create new, big and mission oriented research institutions  The size of Brazilian research laboratories is not enough to make a competitive

science.

7. Aprimorar indicadores de acompanhamento e avaliação das políticas  Maior transparência nas políticas  Estabelecer processos claros, objetivos e transparentes de análise,

seleção e apoio a projetos


OBRIGADA! fernanda.denegri@ipea.gov.br


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