Advoco Brasil - Revista Eletrônica - 1ªEdição

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revista

ADVOCO

advogado GERAÇÃO Y QUEM AGUENTA ELES? Uma análise sobre como lidar com o potencial do jovem advogado

A GERAÇÃO MIX

AINDA TEM JEITO PARA A INDOLÊNCIA? Uma viagem sobre as Parece que o respeito aos peculiaridades de cada geração, mais velhos e suas contribuições para a compromisso não é o forte sociedade e principalmente como desta geração. É verdade? uma interfere na outra.

EU TC Como lidar com esses jovens que estão a um google de qualquer coisa?

Edição I - Ano 1 Agosto - 2013


INÍCIO A geração Mix

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Ainda tem jeito para a indolência?

Os jovens empolgados e os verdadeiramente engajados

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A saída para uma geração cada vez melhor

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Entrevista com marcelo crespo

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Infográfico

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Quem faz parte desta geração?

Que apesar de ser 100% Gen Y é professor universitário e lida diariamente com essa “galera”

Entenda de uma forma didática as principais características da geração Y


O estagiário doutor Quantos “doutorados” têm aqui?

revista ADVOCO 2013

Por André Medeiros

Essa foi a pergunta de um estagiário em uma entrevista de emprego para um grande escritório de advocacia em São Paulo. "Quantos advogados com doutorado há aqui? O sócio do escritório sem entender direito a relevância faz uma outra pergunta: Por que você quer saber isto? Ou por que acha que isto é importante em nossa entrevista? O jovem responde: Estou escolhendo escritórios onde boa parte dos advogados têm doutorado. É importante para meu currículo trabalhar em um lugar assim."


revista ADVOCO 2013

Em um recente artigo a psicóloga Cinthia Cruz especialista no universo jurídico, abordou que o "entra e sai de advogados está insuportável", e grande parte deste fato reside no chamado comportamento da geração Y.


O que diz a especialista

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revista ADVOCO 2013

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A internet foi um meio que causou grande impacto na vida das pessoas. Gerou mudanças profundas no comportamento social e profissional da população no mundo inteiro. A primeira geração nascida nessa realidade é também conhecida por Millennials ou Geração Y, cujo molde social já é formado dentro desse novo paradigma Cinthia Cruz, psicóloga na Advoco Brasil.


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Nossa estranha mania de ‘rotular’ tudo

Há tempos os estudiosos têm a estranha mania de dar nomes às principais mudanças e características de uma sociedade, ou grupo específico de pessoas. Foi assim em várias situações como era pré-cambriana, cambriana, idade média, idade das trevas, período pré-socrático, antes de Cristo, depois de Cristo, e não é diferente hoje com a definição das gerações.


Mas afinal de contas o que é e quem faz parte destas tais gerações BB, X, Y, Z? Nascidos em:


Faça amor, não faça guerra

revista ADVOCO 2013

Tudo começou com a geração pós guerra, ou os baby-boomers. Após esta grande tolice mundial e desesperança, o pós-guerra foi marcado pela necessidade de fazer amor e paz. Neste caso, mais amor do que paz. Neste período a taxa de natalidade bateu recordes em quase todos os lugares do mundo e daí vieram os nascidos pós-guerra, ou seja, os bebês pós BOOM (da bomba atômica). Hoje esse pessoal está por volta dos 60 e 70 anos de idade. A principal missão desta geração reconstruir o mundo. Eles tinham uma vida marcada pela fidelidade às empresas e ficavam quase a vida toda trabalhando nela. Nesta geração o trabalho é a principal razão da vida.


Eu queria ser Punk Logo depois dos babyboomers, temos seus filhos, ou seja, são hoje os coroas de quarenta e poucos anos, ou os chamados geração X. O que caracteriza principalmente esse pessoal foi o movimento hippie e a liberdade sexual. As mulheres queimando sutiãs.

A principal missão desta geração Ostentar as vezes é mais importante do que SER. o trabalho significa "pagar as contas" e principalmente ter segurança, fazer um bom pé de meia para a aposentadoria.

A missão desta geração era não fazer as mesmas besteiras de seus pais, então eles lutavam pela paz, pela liberdade, porém com um certo tom de anarquismo. A geração X é marcada pela competitividade, pelos diplomas paquidérmicos, que em sua grande maioria só servem pra somar títulos ao invés de conhecimento e sabedoria.


Mammonis

Nos últimos anos, a geração X tem experimentado algumas mudanças relevantes, pois muitos decidem morar sozinhos, estão se casando cada vez mais tarde, tendo menos filhos do que seus pais e esperando mais tempo para tê-los.


O que mudou de fato? A geração que quer sentido Depois temos a chamada geração Y, ou milennials, que são hoje os que têm menos de 34 anos. O que marca esta geração é definitivamente a revolução tecnológica. Eles nasceram com a internet, o computador e vivenciam todos os avanços que a tecnologia proporciona em termos de velocidade para conectar coisas e pessoas. Como o evento chamado "globalização", sabem lidar muito bem com a multicultura e com a diversidade. Esta geração é marcada pela velocidade tecnológica e isto é traduzido em tudo o que fazem.


Entenda a Geração Y o período de cada geração

geração X younger boomers -

1977 a 92

older boomers -

1965 a 76

silent generation -

1955 a 64

conectividade

%

95

geração Y

86%

geração X

81%

boomers de 46 a 55 anos

76%

boomers de 56 a 64 anos

58%

silent generation

1946 a 54 1937 a 45

geração g.i. antes de 1937

Geração

Baby Boomers

Geração X

Geração Y

idade

entre 60 e 70 anos

entre 35 e 50 anos

menos de 34 anos

Missão

Reconstruir o mundo

Relação com status e trabalho

Fidelidade a família e ao trabalho

Movimento da sua época

Paz e amor do pós-guerra

Hippie e liberdade sexual

Trabalho

Ter segurança, trabalha para pagar as contas

nossas principais características

Razão de viver

30%

geração G.I.

erros da geração Ser valorizado e anterior e lutar respeitado por liberdade e paz Acumulo

Trocar de emprego = trocar de roupa

Revolução tecnológica

Trabalho = do desejo de consumo rápido

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geração Y -

somos mais de 70 milhões

Nossas Diferenças


Eu sou Gen Y Como eu penso

Eu questiono!

E não me importa muito se você é mais velho

O jovem advogado é comprometido com seu desenvolvimento e não com o emprego. Lidar com este espírito mais livre é um grande desafio para os líderes de escritórios.

A hierarquia é uma divisão de responsabilidades, não uma tirania em camadas. Meu chefe tem que ganhar o meu respeito. Eu não aceito fazer sem saber o motivo. Eu quero participar do raciocínio também. O comando existe, mas eu não aceito ser tratado como um burro de carga.


Eu sou Gen Y Como eu penso

Eu não vivo para o trabalho. Eu vivo. Eu trabalho. Não vou me matar de trabalhar como fizeram meus pais.

O jovem advogado é consciente de que o trabalho lhe trará prosperidade, mas ele não quer morrer de trabalhar. Saber fazer o equilíbrio entre vida profissional e pessoal é muito mais natural para esta geração.

Diferente das gerações anteriores, minha vida não pode ser sacrificada em prol de outro (a empresa). Eu entendo que trabalhar muito é importante para crescer rápido. Mas eu sei o limite – e não é esse que existe atualmente. Ah, e respeite minhas férias.


Eu sou Gen Y Como eu penso

Eu TC

Eu já nasci num mundo com computadores. Eu cresci junto com a internet.

O jovem advogado é conectado. isto significa que ele está dialogando o tempo todo. coibir ou proibir isto é o mesmo que mandá-lo calar a boca.

Não exijo a última tecnologia disponível no escritório. É óbvio que ela estará lá. Eu faço tudo através dela, inclusive me relacionar. Não me repreenda por isso.


Eu sou Gen Y Como eu penso

eu quero conforto

Ambientes agradáveis, menos determinações de “castas” me fazem produzir mais

O jovem advogado é meio folgado de natureza, mas não é culpa dele, ele foi criado assim. Orienta-lo de que o escritório não é a casa dele é um caminho para estabelecer limites.

Eu queria ser sócio do escritório agora, mas enquanto eu não sou, não quero ficar relegado ao quarto de castigo. Eu gosto de me sentir bem. Eu cresci com meus pais me dando o melhor conforto possível e espero o mesmo da empresa.


Nova dinâmica de consumo

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baseada nesse novo comportamento

Para a geração Y o trabalho tem que ter um significado maior do que simplesmente "pagar as contas". A segurança não é mais o direcionador principal. Eles querem que o trabalho proporcione satisfação do desejo de consumo e rápido.


Tenho horĂĄrios flexĂ­veis Muitas vezes, trabalho de casa. Se estou conectado, estou trabalhando.

conectividade 24/7.


Eu exijo conforto E por exigir mais conforto em tudo o que fazem, é comum ver jovens com mais de 30 anos morando com os pais. um comportamento similar aos da geração x, ou Como disse Ruy Castro "… os jovens de hoje abdicam a liberdade pelos confortos e conveniências da cama, comida e roupa lavada. Foi para isto que os jovens dos anos 60 fizeram duas ou três revoluções? …

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é difícil trocar o toddynho com biscoitos pela aventura de viver de forma autônoma. O preço da "liberdade" e independência do papai e da mamãe ainda é muito alto.

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Além disto, no Brasil, a economia está mais aquecida e os índices de desemprego nunca estiveram tão baixos. Esta geração não vê absolutamente nenhuma necessidade na "fidelidade" ao emprego. Eles querem sim, fazer parte de algo, de um processo que deixe bem claro onde eles podem chegar e como. Se não verem isto onde estão, trocam de emprego como trocam de roupa.


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Em grande parte, existem 3 gerações trabalhando juntas nesse exato momento. A Geração X, os Baby Boomers e Millenials. Nós chamamos este evento como Geração MIX. As opiniões, estilos e prioridades devem ser um ponto de atenção muito grande para a organização. Os sucessos, e também as maiores tensões acontecem nesse choque geracional.

A valorização do tempo, a flexibilidade, a horizontalização, a hierárquica, e o respeito ao choque de opiniões são os pontos mais nevrálgicos de conflito entre Millenials, X e os Baby Boomers.


Como funciona no mundo jurídico? No universo jurídico isto não é diferente, apesar de toda uma cultura de formalidades e tradições, isto não deixa de ser comum, principalmente porque os vínculos trabalhistas são mais flexíveis, ou seja, não há todo o rigor e formalizações de quem é contratado no regime chamado CLT. Segundo o administrador do escritório Glézio Rocha Advogados, Aguinaldo Santos que é um geração X tradicionalíssimo, "essa garotada tem uma característica intrigante, eles querem reconhecimento e feedback constante. Ao mesmo tempo em que estão trabalhando em um processo complexo, estão ouvindo música, mas não perdem um prazo sequer"


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Acompanhar o ritmo desta geração não é fácil e quando temos várias gerações em um mesmo ambiente de trabalho, em geral há choques e atritos.

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revista ADVOCO 2013

O que diz a especialista

Cinthia Cruz, psicóloga na Advoco Brasil.


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Desta forma, conseguimos aplicar na prática uma abordagem que impulsiona o advogado a atingir objetivos de crescimento profissional, ao mesmo tempo em que garantimos a qualidade na prestação dos serviços aos clientes, pois para estes, pouco importa os conflitos naturais entre gerações, o que os clientes querem é excelência na prestação de serviços, analisa Aguinaldo.

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Aguinaldo tem uma tática para driblar quaisquer ruídos entre gerações. Ele estabelece juntamente com os sócios do escritório metas e faz trimestralmente uma avaliação para ver quem está alcançando estas metas ou precisando de apoio.


O que diz a especialista

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revista ADVOCO 2013

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Apesar da praticidade na abordagem, ainda é comum ver alguns advogados descompromissados e "dando de ombros" quando algumas metas não são alcançadas. Porém, para a grande maioria, o impacto financeiro e a visão de futuro, ainda são um peso muito grande e por este motivo eles se comprometem. Cinthia Cruz, psicóloga na Advoco Brasil.


As perguntas de 1 milhão

Há uma forma efetiva de engajar as pessoas e obter todo seu potencial?

Uma coisa é fato, como dissemos no início desta revista, o entra e sai de advogados nunca esteve tão alto e se por um lado eles não têm mais aquele apego ao emprego como as pessoas das gerações anteriores, então ... como rete-los?

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Como lidar com esses jovens que estão a um google de qualquer coisa?

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Como implementar uma cultura de alto desempenho?

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revista ADVOCO 2013

A forma como a geração Y lida com o trabalho hoje é completamente diferente. Pra eles a palavra motivação é apenas algo que funciona para os empregadores. Eles estão buscando de fato algo muito maior.


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se sentir parte de algo maior o jovem se identifica e se doa ao trabalho de uma forma muito mais ativa quando percebe que é parte de algo maior, que não é apenas trabalho por dinheiro. Ele quer saber se os projetos onde estará envolvido são de fato relevantes e poderão crescer em conhecimento e serão reconhecidos por fazerem parte do crescimento dos negócios.


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ser valorizado e respeitado a era do chicote acabou. Fazer cobranças o tempo todo, tratar o jovem como se fosse um profissional da década de 80 não faz absolutamente nenhum sentido. Quanto mais o profissional se sente na "máquina de moer", menos tempo ele ficará na empresa. "Há que avaliar o perfil do profissional antes de contrata-lo, pois se ele não tiver um perfil para fazer coisas repetitivas por exemplo, ele não se sentirá desafiado e com o tempo verá que a rotina e a monotonia irão consumi-lo. Seguramente este profissional irá trocar de emprego", ressalta Cinthia Cruz. O profissional geração Y gosta de feedback constante, de saber se está evoluindo e principalmente, se sua criatividade e energia estão de fato sendo utilizados no dia-a-dia.


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estar ao lado de líderes em quem possam realmente confiar a palavra liderança e seus derivados continuam sendo uma espécie de mania que se prega há anos. Escreve-se quilos e mais quilos sobre isto e sobre quem é e quem não é líder, inclusive se isto pode ou não ser aprendido e se há qualidades natas de liderança nas pessoas. Fala-se do perfil do líder, as qualidades de um bom líder, o líder servidor, o líder formador, o líder coaching, o líder disso e o líder daquilo. Mas, a despeito de toda a poluição que o mercado provoca em torno do tema liderança, a que se observar que na essência os conceitos principais continuam absolutamente inalterados.


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Acredito que algumas pessoas desenvolvem, em sua primeira infância, características de personalidade que vão determinar seus comportamentos pelo resto de suas vidas. Dentre elas, a ambição que faz com que apreciem a competição que lhe possibilitem o destaque das demais e que gostem e procurem oportunidades de assumir o controle e o comando das coisas e das outras pessoas. Para estas pessoas, pode se dizer que ‘liderança’ é algo ‘nato’ (ou quase) mas outros componentes são importantes para que consigam liderar. Liderar é a habilidade de você conseguir atrair, desenvolver, motivar e reter os melhores talentos em sua equipe. Líder é aquela pessoa que desenvolve nos seus ‘liderados’ a disposição e motivação de querer abrir mão de seus interesses pessoais para seguir a direção dada pelo Líder, com letra maiúscula.

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Aguinaldo dos santos, administrador geral do escritório glézio Rocha advogados


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Líder com L maiúsculo é o mesmo há séculos Para esta letra ser maiúscula, outras características de personalidade como a sensibilidade interpessoal e a responsabilidade ética, além da competência técnica no que gerencia, são fundamentais. Algumas delas são ‘natas’ – tem a ver com personalidade e caráter, e outras, mais simples são aprendidas em cursos. Àqueles que não dispõem destas características natas será requerido um esforço maior para desenvolver-se como líder, mas nunca impossível. Portanto, se o advogado não percebe em seu líder essas características, seguramente ele não tem motivos para vê-lo como uma fonte de inspiração, não tem motivos para vê-lo como alguém em que possam confiar, e mais uma vez seguirão por outros caminhos.


4

Fazer contribuições significativas o jovem se sente engajado quando há outras coisas além do simples trabalhar e trabalhar e trabalhar. As melhores empresas para se trabalhar provam que prosperam mais do que as outras porque trazem elementos que elevam a marca, o DNA da empresa de alguma forma é valorizado e quem trabalha lá se sente valorizado também. Estes lugares em geral pregam uma filosofia na qual os valores individuais do advogado "conversam" com os valores da organização, e quando esta conversa é em alto e bom tom, automaticamente o profissional sente que faz parte de algo revistar.


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Se o “motivador” do escritório é simplesmente ganhar dinheiro.... Escritórios que tem como maior "driver", ou como filosofia o ganhar dinheiro e mais dinheiro, e quando valores mais nobres sequer são discutidos, então ao longo do tempo a rotatividade, o nãocompromisso dos profissionais com a instituição é potencializado ao ponto dele não sentir nenhum apreço ou a boa sensação de trabalhar por uma causa, um projeto de vida.


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dispor de recursos e habilidades que os ajudem a sobressair "eu não exijo a última tecnologia, é óbvio que ela estará lá". Essas são palavras de um jovem advogado. E em alguns escritórios vemos pessoas determinadas a proibir e cercear os acessos dos advogados às mídias sociais, como facebook, twitter, etc. Ledo engano, pois a grande maioria dos Y têm smartphones e passam o dia todo conectados. "Esta geração é naturalmente conectada. Temos vistos que há um ambiente muito mais amistoso e relaxado quando é permitido o acesso à internet e mídias sociais. Estes escritórios utilizam isto como ferramenta de produtividade, além de transferir para o advogado a responsabilidade por sua própria eficiência" salienta Cinthia Cruz


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Proibir o acesso ao Facebook é proibido aqui ... Em outras palavras, não existe isso de "proibir", eles estão conectados de qualquer forma, então como utilizar isto como um fator natural é como os escritórios mais modernos estão fazendo para se diferenciar dos mais tradicionais.


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Papéis e responsabilidades bem definidos...

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Quando temos claramente os papéis e responsabilidades definidos, as atribuições fundamentais do dia-a-dia do advogado até o clima melhora muito. Determinar o que se espera do advogado já na entrevista de contratação é a coisa mais óbvia que todo escritório deveria fazer, mas infelizmente vemos uma confusão de atribuições e responsabilidades, o fluxo de rotina em sua maioria é feita de forma desorganizada, então esse "todo mundo faz tudo" e quem estiver mais perto apaga as "fogueiras" primeiro, é um estilo de trabalho no mínimo amador e desestimulante.

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Cinthia Cruz, psicóloga na Advoco Brasil.


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Que tal trabalhar um dia por semana em casa? Outros fatores diferenciais muito interessantes, como trabalhar de casa quando é rodízio de veículos (no caso de São Paulo por exemplo), é algo muito interessante para aliviar o desgaste e as horas estressantes que se passa no trânsito ou no metrô e ônibus. Obviamente, se o advogado, por mais sênior que seja, tem uma liderança eficaz que determina o que se espera de resultados neste "homework" então não tem stress. O trabalho é feito da mesma forma e as vezes com mais qualidade ainda.


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Como eu posso gastar toda minha energia aqui? O geração Y espera sedento como suas habilidades, sua energia e principalmente sua vontade de crescer e aprender serão utilizadas no dia-a-dia. Deixar isto claro é papel fundamental da liderança, que deve funcionar como um condutor para que o jovem se veja realmente em uma direção que avança, em conhecimento e em recompensa.


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Reclamar não adianta nada!

Temos visto muitos sócios de escritórios reclamando que esta geração é descompromissada, imediatista, indolente, imatura demais, e que não se importam muito com o que os outros pensam ou sentem. Raramente vemos os "coroas" falarem de forma positiva de como lidar com tudo isso e aproveitar o que eles têm de melhor.


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A chave para lidar com os Y Obviamente reclamar não vai adiantar, demiti-los vai adiantar muito menos, pois eles são o mercado. Aliás, eles é quem estão se demitindo em massa quando não veem modernidade na atuação dos sócios e no ambiente de trabalho. Então não há saída, não tem como fugir deles, eles são os colaboradores, os clientes e as vezes os próprios filhos. Ofertar um ambiente agradável e estabelecer uma cultura de alto desempenho é a chave para retê-los e seguir obtendo o máximo de suas capacidades e energia.


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O maior desafio

O desafio hoje é construir com esta geração uma cultura de alto desempenho, para engajamento, para construir vínculos duradouros, o desejo de fazer parte, cultivando responsabilidade e confiança e ofertando oportunidades e recompensa. Em resumo, cada organização é exatamente o reflexo de sua liderança.


advoco

ENTREVISTA Marcelo Crespo tem 33 anos é advogado sênior e 100% geração Y Ele é professor universitário e tem doutorado e mestrado pela USP e apesar de toda jovialidade, já tem larga experiência com os jovens geração Y, principalmente na sala de aula.


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É ingenuidade imaginar que as fórmulas aplicadas há 10 anos para gestão de pessoas funcionam hoje

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Quem é Marcelo Crespo

Foram com estas palavras que nossa entrevista se iniciou em um dos mais importantes e admirados escritórios de advocacia especializado em direito criminal do Brasil, o David Rechulski Advogados.

Crespo é advogado criminalista, especialista em Direito Digital. Doutor e Mestre em Direito Penal pela USP. Especialista em Direito Penal pela Universidade de Salamanca. Tem Certificação em Segurança da Informação (CERTYRED - Certificación en Seguridad en Internet) pela Universidade de Salamanca, formação complementar pela CERT.br em formação e gestão de segurança computacional, e, ainda, extensão em Direito e Tecnologia da Informação pela FGV. É autor de artigos e obras jurídicas, dentre as quais o livro "CRIMES DIGITAIS" pela Editora Saraiva.


Quem é Marcelo Crespo

revista ADVOCO 2013

Marcelo é 100% geração Y e Mesmo tão novo tem este currículo invejável. Segundo ele a rotatividade no mercado de advocacia nunca esteve tão alta.

Crespo é advogado criminalista, especialista em Direito Digital. Doutor e Mestre em Direito Penal pela USP. Especialista em Direito Penal pela Universidade de Salamanca. Tem Certificação em Segurança da Informação (CERTYRED Certificación en Seguridad en Internet) pela Universidade de Salamanca, formação complementar pela CERT.br em formação e gestão de segurança computacional, e, ainda, extensão em Direito e Tecnologia da Informação pela FGV. É autor de artigos e obras jurídicas, dentre as quais o livro "CRIMES DIGITAIS" pela Editora Saraiva.


Marcelo Crespo diz que lidar com os jovens de hoje é um desafio, contudo, é sim possível tirar todo o potencial desta geração, desde que eles realmente se sintam como parte de algo maior do que só trocar trabalho por dinheiro no final de cada mês.


ENTREVISTA Revista Advoco:

MARCELO CRESPO:

O mercado jurídico hoje, com toda a sua formalidade, códigos de conduta e a "gravata" que não desgruda nem do estagiário, tem se adaptado à realidade desta nova geração, ou estes jovens é que vão ter que se adaptar e seguir a tradição da advocacia brasileira?

Todos os mercados tem, necessariamente, passado por adaptações em razão do surgimento dessa nova geração, o que se dá, em grande parte, também devido ao constante desenvolvimento tecnológico vivenciado pela sociedade a partir da exploração comercial dos computadores. Não é a primeira vez que isso acontece e certamente não será a última, porque depois da geração Y deve vir a geração Z ou algo que o valha, além de nos encontramos em uma constante (r)evolução quanto aos meios de comunicação e a tecnologia. Isso é fato. Ocorre que, apesar de haver alguma adaptação do mercado profissional, certas premissas não podem se perder, não podem ser deixadas de lado. E não me refiro à questão de se manter a tradição pela tradição, mas da manutenção de premissas fundamentais para o exercício ético e profissional da advocacia.

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Revista eletrônica


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Além de advogado sou docente em cursos de pós-gradução e posso afirmar que a minha experiência demonstra que realmente está havendo uma alienação generalizada. E isso é terrível.

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ENTREVISTA Revista Advoco:

MARCELO CRESPO:

Você tem conhecimento de maneira geral da grande rotatividade de advogados, inclusive por escritórios de seus amigos. Você acha que a raiz deste problema está relacionado simplesmente ao comportamento do advogado, ou os escritórios não têm oferecido de fato uma visão de futuro clara para eles?

Entendo que existe um pouco das duas situações. Os anseios da geração Y são diariamente apresentados ao mundo pelas mídias em geral porque é uma forte característica dos mais jovens, daqueles que já nasceram com a tecnologia orbitando suas vidas. Ocorre que o mercado também precisa se adaptar, oferecer condições para que os bons profissionais vislumbrem uma carreira a trilhar, perspectiva de metas que poderão ser alcançadas, além de princípios e de premissas a se vincular. Como num relacionamento afetivo, a relação profissional tem que ser boa para ambos, de forma que o comprometimento e dedicação do profissional com o seu empregador dependerá também do que este estará disposto a entregar em contrapartida. É, inegavelmente, uma via de mão dupla...

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Revista Advoco:

ENTREVISTA

Nas palavras de um do sócio de uma grande banca ele disse:" Acabei de criar um programa de contratação de advogados acima de 40 anos ou aposentados. Não consigo reduzir a rotatividade. O advogado mais antigo tem 2 anos e eles não sabem o que fazer... a garotada chega aqui, em 3 meses estão desmotivados, querem ser sócios logo e como não conseguem argumentar o porquê, vão para outro lugar sem mais nem menos, nem sei o que fazer… O fato é: a Geração Y está sendo vista cada vez mais como as prostitutas empresariais... Tem grana para me dar e me manter hoje? Beleza, se não tiver amanhã ou alguém quiser me pagar mais, adeus."

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MARCELO CRESPO: Não posso generalizar e dizer que todos os integrantes da geração Y são folgados, despreparados e imediatistas. No meu entender, a geração Y cresceu sob uma regência diferente de educação, isto é, com muitas contrapartidas financeiras para saciar a ausência dos pais no seio familiar. Talvez isso tenha sido uma espécie de “gatilho” para que sejam mais “mimados” que as gerações mais antigas e, portanto, pleiteiem e exijam demais em pouco tempo. Mas eu não tenho formação na área da psicologia para analisar esse fenômeno de forma técnica, portanto esta é uma impressão pessoal. A questão é que tenho ouvido de colegas que falta a alguns desses jovens a percepção de que ainda tem muito a crescer e a entregar antes de ter o resultado financeiro desde já almejado. Por mais estudo e desenvoltura que se tenha, a formação profissional só será completa com a vivência, com a experiência de atuação em casos específicos. O atingimento da excelência profissional depende disso, o que não significa minimizar as conquistas dos mais jovens, mas é entender que se faz necessário uma equalização mais afinada entre essa geração e os empregadores justamente para que o padrão de excelência possa advir com mais naturalidade.


ENTREVISTA Revista Advoco:

MARCELO CRESPO:

Mark Bauerlein autor da obra The Dumbest Generation, afirma que esta geração vive um dos maiores estágios de alienação, de horizontes limitados e com um nível de incompetência jamais visto anteriormente. E conclui afirmando: “os jovens do séc. XXI não serão a ‘próxima grande geração”. Em sua opinião, esta visão pessimista de que o jovem é realmente alienado e que pouco se pode esperar em termos de avanços estruturais provindos dela é inevitável?

Além de advogado sou docente em cursos de pós-gradução e posso afirmar que a minha experiência demonstra que realmente está havendo essa alienação. E isso é terrível. Não só a geração Y, mas, em geral, as pessoas estão cada vez mais acostumadas a desejar e obter respostas tão rápidas e superficiais quanto uma pesquisa despretensiosa em buscadores como o Google. Ocorre que quase nunca a resposta mais rápida buscada num contexto de superficialidade é a melhor, tecnicamente falando. No entanto, as pessoas gastam cada vez mais mais tempo procurando soluções prontas em detrimento do raciocínio, da estratégia. Nem é preciso dizer o quanto isso é prejudicial para a carreira, para a vida.

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ENTREVISTA Revista Advoco:

MARCELO CRESPO:

Por outro lado, temos uma visão bem otimista de Don Tapscott, autor da obra Grown up digital, afirma que, pela primeira vez na história, os jovens são as autoridades de algo realmente importante, pois podem modificar praticamente todos os aspectos de nossa sociedade, ou seja, da sala de aula aos corredores do Congresso. Em sua análise, se bem aproveitado, nossos jovens poderão capitanear uma das maiores mudanças sociais de séculos, ou isso é algo que ficará para nossos netos e bisnetos?

Sou um pouco cético quanto a fórmulas mágicas de forma que acredito que as mudanças significativas são providenciadas dia após dia e não subitamente. Evidentemente há exceções, mas em geral são processos que levam tempo, por mais rápidos que sejam. Isso não significa que os mais jovens não poderão capitanear grandes mudanças na sociedade imbuídos de sua "pressa", pelo contrário, de fato já estão fazendo isso muitas vezes com grande desenvoltura. Mas isso só perdurará caso deixem construções bem sedimentadas, formando um legado. Então, objetivamente falando, sim, acredito que as gerações mais novas possam capitenear grandes mudanças sociais. Mas não será com pressa e sim com planejamento e estrutura.

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vídeo que aborda como as pessoas mais interessantes e felizes, são as que descobriram seu verdadeiro propósito de vida.

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clique no link para assistir

vídeo produzido pela Box1824 é uma empresa de pesquisa especializada em tendências de comportamento e consumo.


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reportagens especiais do Jornal da Globo sobre geração y e sua relação com o mercado de trabalho

Rep o r t age Rep m o r t 1 a Rep g e m o r t age 2 Rep m o r t age 3 Rep orta m 4 gem 5 clique no link para assistir


EXPEDIENTE

Edição I - Ano 1 Agosto - 2013

por dentro da revista

UMA PUBLICAção

advoc brasil

Esta revista é uma publicação bimestral e está sob a responsabilidade da Advoco Brasil

Somos uma publicação independente com um propósito simples, de discutir e refletir sobre temas pertinentes e relevantes ao universo jurídico. CONTATOS: Advoco Brasil contato@advocobrasil.com.br advocobrasil.com.br facebook.com/advoco

COLABORAram nesta edição • André Medeiros Publisher - responsável pelo conteúdo da revista • Cinthia Cruz Psicóloga e líder coach na Advoco Brasil Consultoria

advoc brasil Consultoria empresarial especializada no desenvolvimento integral de escritórios de advocacia A Advoco Brasil é uma consultoria empresarial especializada no desenvolvimento integral de escritórios de advocacia. Ajudamos nossos clientes a prosperar no mercado jurídico fornecendo-lhes serviços criativos e estrategicamente alinhados ao que há de mais moderno em gestão empresarial. Os sócios e profissionais da Advoco são oriundos de grandes consultorias globais como KPMG e PwC, além de outras grandes empresas do mercado, onde desenvolveram suas carreiras e aprendizado, que servem de base para sua atuação como consultores de confiança para o meio advocatício, tendo como premissa proporcionar aos Advogados serviços de alta qualidade por um preço justo.

• Aguinaldo dos Santos Administrador Geral do escritório Glézio Rocha Advogados Associados • Marcelo Crespo Advogado Sênior no escritório David Rechulski

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