Revista horizonteS n °1

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Cidades e Comunidades Sustentáveis

horinzonteS - edição 1

HORTAS URBANAS FAMILIARES E COLETIVAS CONTRIBUEM PARA CIDADES MAIS SUSTENTÁVEIS Em um século eminentemente tecnológico, estendido ao setor agrícola de alimentos, algumas ações simples são essenciais para um mundo sustentável e mais solidário João Valter Passos jvspassos0208@hotmail.com

morando na cidade. Esse é o caso do fotógrafo e locutor Ederson Medina. Ele planta tomates em uma pequena porção de terreno na cidade de Santa Cruz do Sul. Entusiasmado, relata: “Sempre gostei de lavoura. Me criei ajudando a tia da minha mãe no interior.” O gosto por cultivar vem de longe e ele só não planta mais por falta de tempo. Porém, segue com o hábito de, ao menos, produzir para o consumo da família e de forma orgânica. Feliz, Ederson apresenta seu pequeno, mas bem cuidado espaço de plantio. A intenção é um dia aumentar o espaço plantado, bem como a variação de produtos. Ele considera essas pequenas ações importantes para uma alimentação mais saudável e, de certo modo, para um mundo mais sustentável. “Acho que todos nós deveríamos ter pelo menos uma área para plantar temperos e outras coisas”, finaliza.

Outro exemplo é o da Silvana Drum, moradora do bairro Faxinal, em Santa Cruz do Sul. Ela aproveita cada centímetro de um espaço lateral do terreno com o cultivo de hortaliças para o consumo da família e vai logo destacando os benefícios: certeza de um alimento mais saudável, não precisar comprar, o aproveitamento dos resíduos orgânicos que iriam para o lixo, a presença de pássaros, borboletas, tornando o espaço mais agradável e natural. Aos poucos, essa percepção, está crescendo. Está saindo do próprio pátio e encontrando espaços públicos e/ou privados, com as hortas coletivas, que também são uma forma de se relacionar socialmente com vizinhos, aproximando pessoas e ideias, tornando o convívio mais harmonioso. Assim é o espaço de cultivo dos moradores da rua do Riacho, também em Santa Cruz do Sul. O relato é da moradora e participante do projeto, Lismara Gularte.

Imagem: Arquivo Pessoal/Lismara Gularte.

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a minha memória, ainda estão o cheiro e a imagem das frutas, legumes e verduras, cobertas pelo orvalho e a certeza de serem produtos cultivados de forma natural. Essa visão que me vem à mente é da horta de minha mãe, lá pelos anos 1980. Tudo produzido em um espaço bem menor do que uma quadra de futebol de salão. Saudade desse tempo e a percepção de que, apesar de nem ter ideia, minha mãe participava de um movimento, não oficial, de pessoas que queriam um mundo mais sustentável e com alimentos saudáveis. Ela fez a parte dela. Em um século eminentemente tecnológico, estendido ao setor agrícola de alimentos, algumas ações simples são essenciais para um mundo sustentável e mais solidário. Entre essas ações está a implantação de hortas nas cidades, seja em casas, apartamentos ou em pequenos espaços otimizados. Todos somos responsáveis pelo planeta. O resultado: alimentos saudáveis que podem ser consumidos e compartilhados. Também contribuem para a preservação da fauna. Os pássaros, por exemplo, que também podem servir como propagadores e impulsionadores dessa produção, levando as sementes para mais lugares. É uma grande cadeia formada de pequenos elos que juntos ajudam na melhora do ambiente. Como uma terapia, mas também como uma saída para a produção de alimentos saudáveis para manter uma sociedade sadia, temos exemplos de pessoas que têm seu espaço de cultivo, mesmo

Espaço de convivência e lazer dos moradores da rua do Riacho

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