Agenda ACERT 1.º trimestre de 2021

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T O N D E L A A G E N D A M D A C E R T E A T R A N Ã O — P A J A N S Ã O N D Á G E I R O A Q U I R P O E S I A 2 S E R A R 1 9 : 3 O E L A ? A F E V E 2 I E M I R E I R O S A L S C U L T U R A L V E R B I C H O N L I V R O S M A R Ç O A R T E S Ú S I C A V I N T E E U A C O N T E Ç E M



2 O 2 O N Ã O — P J A N 2 E I R O Q U I R E S IA 2 F E V E R A1 E 1 R O L A ? M A R — Ç O A R T E S A ACERT É UMA ESTRUTURA FINANCIADA POR


Edição Acert Associação Cultural e Recreativa de Tondela R. Dr Ricardo Mota, 14; 3460-613 Tondela (+351) 232 814 400 www.acert.pt Dezembro de 2020


PLANO DE CONTINGÊNCIA – COVID 19

ASSISTA AOS ESPETÁCULOS EM SEGURANÇA! COLABORE CONNOSCO! No âmbito da infeção pelo novo Coronavírus Sars-cov2, agente causal da COVID-19, estabelecemos um plano de contingência e de prevenção para assegurar as condições de segurança e de saúde da nossa equipa, dos nossos colaboradores e do público que nos visita; Desta forma: ɠ Reduzimos a lotação das nossas salas de espetáculo para 50% dos lugares, garantindo o distanciamento obrigatório. ɠ Reforçamos a higienização das nossas salas; ɠ Dispomos de sinalética orientadora, garantindo fluxos de circulação independentes; ɠ Temos disponível, em vários pontos do espaço, desinfetante para higienização das mãos;

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PLANO DE CONTINGÊNCIA – COVID 19

REGRAS DE FUNCIONAMENTO DA BILHETEIRA A compra de bilhetes on-line, deverá ser efetuada, através da BOL – Bilheteira online: http://acert.bol.pt ou nos pontos de venda aderentes, tais como Fnac, Worten e Ctt. Para evitar concentrações desnecessárias e, em último recurso, poderá ainda comprar o seu bilhete na nossa bilheteira ou na secretaria do Novo Ciclo ACERT. Faça-o com antecedência. Não haverá lista de espera, nem reserva de bilhetes. A marcação de lugares respeita as orientações da DGS. Os lugares serão individuais, com distanciamento obrigatório, exceptuando os espetáculos para famílias, onde será possível a reserva de bilhetes conjuntos, apenas para coabitantes. Para que a acomodação do público seja feita atempadamente e com toda a segurança é importante que a sua chegada seja feita com 15 minutos de antecedência do início do espetáculo.

HORÁRIOS DE FUNCIONAMENTO DA BILHETEIRA Loja Cultural/Secretaria: 2ª a 6ª 10:00 às 13:00 e das 14:30 às 17:00.

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REGRAS DE SEGURANÇA E HIGIENIZAÇÃO

Uso obrigatório de máscara.

Higienize e desinfete as suas mãos.

Mantenha o distanciamento obrigatório.

Aguarde a sua vez e siga as nossas instruções.

Siga os percursos de entrada e saída assinalados no chão.

Qualquer esclarecimento será efetuado via e-mail (reservas@ acert.pt) ou para o telefone 232 814 400.

CONDIÇÕES DE ACESSO Não é permitida a entrada na sala após o início do espetáculo, (nº 5 do Art.° 340 do Decreto-Lei no 315/95 de 28/11), não havendo lugar ao reembolso do preço pago pelo bilhete.

Não é permitido filmar, fotografar ou gravar. ACERT · JAN. A MAR. 2021

Não é permitido fumar, consumir alimentos ou bebidas.

Desligue o seu telemóvel.



MECENAS ACERT

APOIOS

APOIOS MEDIA


CONTINUAREMOS A AMAR O TEATRO, A MÚSICA, A POESIA, A DANÇA, A LITERATURA E O CHEIRO DOS LIVROS. A CULTURA TEM DE ACONTECER!


Haverá sempre um antes e um depois de 2020. Poderíamos focar-nos no antes e seriamos assolados por uma onda de revivalismo, impregnada de frases feitas como “Éramos felizes e não sabíamos”… pois… não vamos por aí! A viragem de mais um ano trará sempre a esperança da renovação de um quotidiano anteriormente estabelecido e é isso que vai acontecer, e no fundo foi isso que sempre aconteceu. Assim sendo não falemos do óbvio e classifiquemos apenas este ano como – 2020 ANO ZERO. 2021 Será o ano do recomeço cheio de esperança! Continuaremos a amar o teatro, a música, a poesia, a dança, a literatura e o cheiro dos livros. A cultura tem de acontecer! Tal como o éter no livro de Saramago, “ela vive dentro dos homens e das mulheres e sobe aos ares para ser o onde as estrelas se suspendem e o ar que respiramos”, só ela nos fará voar e ir mais além. Assim seguiremos em frente, embarcados numa passarola sujeita a tempestades e contrariedades, até ao tempo de novos abraços fraternos e calorosos. Durante a viagem, propomos, como passaporte para noites de bons sonhos, espetáculos ao fim da tarde, em novo horário, às

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19:30. Marcamos encontro a esta hora já no próximo dia 15 para ver um concerto de Miguel Araújo, que nos irá embalar com a sua música, ou o espetáculo Pranto de Maria Parda, do Teatro Nacional Dona Maria II, que fará a estreia nacional, na comemoração do Dia Mundial do Teatro, em Tondela, e partirá daqui para digressão nacional. Nos segundos sábados de cada mês, haverá espetáculos para famílias. E se a viagem não tiver muita turbulência faremos mais uma Queima e Rebentamento do Judas, respiraremos o cheiro dos palcos com o Trigo Limpo teatro ACERT em digressão e dedicaremos paixão e energia ao projeto CLDS4G-Tondela Inclusiva, um trabalho de criação com a comunidade, cumprindo o que desde sempre foi a matriz da nossa, vossa casa. Recomecemos juntos o ANO UM, que será, por certo, diferente, mas não necessariamente menos feliz!

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JANEIRO

J A N 2 E I R O Q U I R E S IA 2 F E V E R A1 E 1 R O L A ? M A R — Ç O >

DATA TIPOLOGIA

15 JAN CONCERTO

DESCRIÇÃO MIGUEL ARAÚJO

PÁGINA P. 13

16 JAN EXPOSIÇÃO

DIÁRIO DE UMA PANDEMIA

P. 16

29 JAN NOVO CIRCO

"OVVIO" KOLEKTIV LAPSO CIRK

P. 21

FEVEREIRO

12 FEV TEATRO

"O ENSAIO DOS ABUTRES" PERIPÉCIA

P. 23

13 FEV MÚSICA/CLOWN

"CAR12" – CRIAÇÃO ACERT

P. 25

24 E 25 FEV P. ESCOLAR

"CAR12" – CRIAÇÃO ACERT

P. 25

CLARINET BELIVERS – CMAD

P. 27

26 FEV CONCERTO

MARÇO 5 A 9 MAR TEATRO/ESTREIA "O SENTIDO DA VIDA" NA XINA LUA

P. 29

P. 29

10 MAR P. ESCOLAR

"O SENTIDO DA VIDA" NA XINA LUA

12 MAR TEATRO

"DA VOZ HUMANA" ESC. MULHERES

P. 31

13 MAR TEATRO

"OLHOS DE PEIXE" T. ONOMATOPEIA

P. 33

15 A 17 MAR P. ESCOLAR

"OLHOS DE PEIXE" T. ONOMATOPEIA

P. 33

19 MAR CAFÉ TEATRO

POESIA É VOAR FORA DE ASA – TLTA

P. 35

25 FEV EXPOSIÇÃO

MÁSCARAS DE VITOR SÁ MACHADO

P. 37

"PRANTO DE MARIA PARDA" TNDMII

P. 40

25 E 26 MAR TEATRO


Š PAULO BICO

Um dos mais talentosos compositores da pop portuguesa contemporânea para escutar ao vivo


15 JANEIRO 2021 CONCERTO

MIGUEL ARAÚJO Sex., 15 jan. / 19:30 Auditório 1 Preço: 12 € / 
Associados 10€

Miguel Araújo é um músico, cantor, compositor e letrista português, autor (música e letra) de alguns dos maiores sucessos portugueses do início do séc. XXI: Anda Comigo Ver os Aviões, Os Maridos das Outras, Quem és tu Miúda, Nos Desenhos Animados (Nunca Acaba Mal), Pica do Sete, Dona Laura, Balada Astral, entre outros. Além do seu reportório a solo e da banda Os Azeitonas, da qual é fundador e na qual se manteve até final de 2016, tem escrito para alguns dos mais destacados intérpretes portugueses, como é o caso de António Zambujo, Ana Moura, Carminho, Raquel Tavares e Ana Bacalhau. Desde 2017, mantém uma crónica quinzenal na revista Visão. “Provavelmente, o melhor fazedor de melodias em Portugal. Fareja a canção pop perfeita como se fosse uma coisa óbvia, como se estivesse à mão de semear. Só que não está – excepto para o Miguel, e para esses muito poucos que nasceram com tão injusto talento.” —  Samuel Úria “Miguel Araújo é o melhor compositor-intérprete da sua geração.” —  Manuel Falcão (Blitz)

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@ PAULO BICO

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3 PERGUNTAS A…

MIGUEL ARAÚJO Tem escrito canções para vários cantores, desde intérpretes do fado a praticantes da pop. Como é esse processo de escrever para outros cantarem, sabendo que cada intérprete tem um estilo, um universo de referências e um modo próprio de cantar? Eu escrevo independentemente disso. A minha voz é autoral, vem do teclado do dispositivo onde quer que eu escreva as canções, não vem das cordas vocais. Cheguei a dizer várias vezes que escrevi em função de outras vozes, várias vezes menti, portanto.

Giesta, o seu último álbum, tem uma série de canções onde ecoam uma série de referências biográficas. É fácil transportar as memórias biográficas para a música ou é mais fácil fazê-lo na escrita (arte que, aliás, também pratica)? Eu não distingo a matéria prima, o fermento das duas formas distintas de escrita a que me tenho dedicado ultimamente. São duas formas diferentes, as canções e as prosas. Mas a massa de fermento é a mesma. Eu só falo de três ou quatro assuntos, como todos os escritores. A minha vida, a minha biografia, portanto, são esses três ou quatro assuntos.

A sua chegada à cena musical portuguesa faz-se com os Azeitonas e com uma série de hits que nunca mais nos saíram da cabeça. Como é que foi subir ao palco depois disso, já a solo? Difícil, para mim é terrível ser o centro das atenções. Nunca o fui, nos Azeitonas, nem na vida. Para mim isso é contra-natura. ACERT · JAN. A MAR. 2021

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16 JAN. A 14 MAR. 2021 EXPOSIÇÃO

DIÁRIO DE UMA PANDEMIA Esta exposição foi produzida com o apoio: Casa da Imprensa, Canon Portugal, Taguspark e ainda em parceria com a Câmara Municipal de Tondela e a ACERT.

Galeria ACERT Museu Terras de Besteiros Biblioteca Municipal Tomaz Ribeiro Até 14 de março Entrada gratuita Inauguração: 16 jan. / 17:00

Exposição fotográfica e multimédia organizada pela Associação Cultural CC11. Dez meses após a chegada a Portugal da pandemia de Covid-19, quando foram confirmados oficialmente, a 2 de Março, os primeiros casos de infecção, a associação cultural CC11, fundada em 2020 com o objetivo de divulgar e promover a fotografia e o fotojornalismo em Portugal, apresenta a exposição fotográfica e multimédia Diário De Uma Pandemia, envolvendo mais de 130 fotógrafos, que nos relatam estes dias que alteraram de forma brusca o panorama dos portugueses. A exposição Diário De Uma Pandemia é constituída por quatro módulos, divididos entre a Galeria ACERT, o Museu Terras de Besteiros, e a Biblioteca Tomaz Ribeiro que têm a fotografia e a informação como seu fio condutor: Everydaycovid, projeto fotográfico criado no Instagram com a participação de 119 fotógrafos e fotojornalistas portugueses, entre eles oito editores que diariamente selecionavam os registos fotográficos deste grupo de profissionais. “O isolamento, o sentido de clausura, a nova realidade das máscaras, a dinâmica dentro dos hospitais, lares, momentos políticos e até funerais, são 1

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© RUI DUARTE SILVA

© RODRIGO CABRITA

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@ JOSÉ SENA GOULÃO

Um retrato da vida quotidiana feito em Portugal pela comunidade de fotógrafos e fotojornalistas, videógrafos e documentaristas, durante o período da pandemia de COVID-19

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alguns dos temas retratados”, como descreve o fotojornalista Miguel A. Lopes, um dos fundadores do projeto. 2 Retratos De Portugal Pelas Agên-

cias De Notícias, uma seleção de fotografias das agências AFP, AP, GettyImages, Lusa/EPA e Reuters, que fazem o relato visual de como Portugal reagiu à pandemia. “Enquanto muitos ficaram a trabalhar na segurança das suas casas, os correspondentes – tal como outros trabalhadores essenciais – continuaram fora de quatro paredes: mostraram ao mundo os bairros de Lisboa sem turistas, o caos dos hospitais, as missas sem crentes, entre tantos outros momentos que marcaram um período nunca antes vivido”, relata Catarina Demony, correspondente da Reuters em Portugal. ACERT · JAN. A MAR. 2021

3 Dias da pandemia pela imprensa

nacional, uma linha de tempo entre Março e Julho, contada pelas capas dos jornais e revistas portuguesas, a partir de uma seleção do editor João Paulo Cotrim, que nos diz: “A máscara tornou-se o rosto geral, tornando todos um pouco mais iguais, menos indivíduos. Dançamos atrás de cortinas, diz uma chapa, mas ainda assim distinguimos idades e dores, a passagem do tempo, no esvoaçar do branco nos cabelos, no engelhado da mão”. 4 Claro e Escuro,

de Luísa Ferreira, autora de inúmeras exposições e livros, desde 1989, recebeu recentemente o Prémio Autores 2019, Artes Visuais, Melhor Trabalho de Fotografia, traz-nos o seu olhar crítico e intimista sobre a pandemia.

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DR

Um espetáculo de equilíbrios no fio da navalha, entre riscos assumidos e quedas inevitáveis


29 JANEIRO 2021 CIRCO

OVVIO KOLEKTIV LAPSO CIRK Artistas: Tomas Vaclavek e David Diez Mendez Produção: Kolektiv Lapso Cirk Direção e olhar exterior: Francesco Sgrò, Morgan Cosquer, Jorge Albuerne Musica original: Gabriele Mitelli e Nicola Di Croce Desenho de luz: Flavio Cortese Difusão: Jordi Fàbregas – 23arts

Sex., 29 jan. / 19:30 Audit. 1 · 50 min. Preço: 7,5€ / Associados: 5€ Ver descontos P.  60

Onde está o limite extremo do equilíbrio, esse instante perfeito em que as leis da gravidade parecem não existir? Onde estará o limite das nossas capacidades? Por vezes alcançamos esse limite, outras vezes não. Às vezes conseguimos superar, outras vezes não. Por vezes caímos e outras vezes não. Gostamos de ambos os lados, é Ovvio. Ovvio é um encontro entre duas personalidades opostas que têm dentro de si a mesma necessidade de risco, o desejo irresistível de descobrirem até onde pode chegar a física até que a causalidade os derrote. Onde se encontra o momento de perfeição antes da queda? O “jogo” é forma que têm de procurar esse limite e a confiança é o cordão necessário que os une e os impulsiona. Em cena temos duas personagens e uma arquitectura de pranchas de madeira. Uma imagem surrealista e minimalista ao mesmo tempo e uma estética elegante na qual se desenvolve um jogo extremo: a procura dos limites do equilíbrio entre os corpos e as construções geradas com as pranchas de madeira. David e Tomas são dois artistas de circo especializados em equilíbrios e manipulação de objetos. Depois de terem passado, em 2016, pela Escola Profissional Cirko Vertigo com Veronica Capozzoli, Léa Legrand y Carla Carnerero, fundam a companhia Kolektiv Lapso Cirk. Desenvolvem uma linguagem artística e técnica que procura aquilo que é extraordinário dentro daquilo que vemos como comum.

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© LINO SILVA

A natureza humana e as suas ilusões de bondade, num espetáculo para pensar o nosso lugar comum no mundo


12 FEVEREIRO 2021 TEATRO

ENSAIO DOS ABUTRES PERIPÉCIA TEATRO Excertos de textos de David Abram, Bíblia, Niall Binns, Carta do Chefe Índio de Sealth, Charles Baudelaire e uma canção de Domenico Modugno. Co-produção: Palombar Criação, dramaturgia e direção: Luis Blat Criação, dramaturgia e interpretação: Noelia Domínguez e Sérgio Agostinho Música original ao vivo e som: Vitor Hugo Ribeiro e Tiago Santos Desenho de luz: Nuno Tomás Figurinos e cenário: Cláudia Ribeiro Graffiti (c.lixo): Heiter

Sex., 12 fev. / 19:30 Auditório 1 · M/12 · 70 min. Preço: 7,5 / Associados: 5€ Ver descontos p.  60

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Ensaio dos Abutres é uma reflexão sobre o porquê de desprezarmos, perseguirmos e exterminarmos uma espécie animal, mais uma… É um ensaio sobre o que estas aves necrófagas nos ensinam: a ser bons pais, a partilhar com os da nossa espécie, a cuidar e limpar o nosso meio ambiente. Também sobre como acreditamos que essas aves penetrantes nos podem ver a nós, os humanos, nas nossas pequenas vidas, nos nossos preconceitos, nos nossos medos ancestrais à morte, ao diferente, à possibilidade de haver, ou não, o mais além. E sobre as verdades incómodas ditas às vezes por aqueles que desprezamos e marginalizamos socialmente. E para ensaiar sobre tudo isto, enveredamos por uma linguagem contemporânea, com a sua poesia, a música ao vivo, as canções, o movimento, a ironia e o humor. Peripécia Teatro: com quase duas décadas de existência, os Peripécia Teatro estão sediados, desde 2007, na aldeia de Coêdo, concelho de Vila Real, onde criam e constroem espetáculos de sua autoria, com uma estética e abordagem única e particular, assentes essencialmente no trabalho de interpretação. “Acreditamos na arte como um caminho para nos encontrarmos. Para nos encontrarmos a nós próprios, assim como ao nosso papel no meio da aldeia, do bairro, da cidade, do mundo e do espaço infinito que se comprova existir pelo céu fora.”

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© CARLOS TELES

Música com humor, num espetáculo que cruza viagem e partilha em registo de aventura

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13 FEVEREIRO 2021 MUSICO-TEATRAL /PARA FAMÍLIAS

CAR12 A Grande Viagem Criação ACERT Ideia original: Miguel Cardoso Concepção e interpretação: André Cardoso e Miguel Cardoso Encenação: José Rui Martins Construção de instrumentos: Miguel Cardoso Apoio construção: José João Cardoso Som: Luís Viegas

Uma viagem dum duo num veículo cheio de surpresas! Uma andança divertida onde, da forma mais inusitada e virtuosa, surgem sons e melodias que são paisagens sonoras criadas pela execução musical de instrumentos inventados e construídos. Uma dramaturgia mágica, humorada e comovente. Enfim, a palavra escondida simbolicamente nos silêncios, sons, gestos, e atitudes teatrais dos intérpretes. Um espetáculo criado em residência artística no Novo Ciclo Acert por dois músicos com uma enorme relação com a Acert.

Desenho luz: Paulo Neto Figurinos: Raquel Costa

Sáb, 13 fev. / 11:00 Público escolar: 24 e 25 fev. / 10:30 Auditório 1 · M/6 · 60 min. Preço: 7,5 € / Associados: 5€ Ver descontos p.  60

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André Cardoso e Miguel Cardoso, amigos, músicos, cruzaram-se em palco há sensivelmente quinze anos atrás. Descobriram então, que Iriam estar ligados por muitos quilómetros e horas de trabalho, atuando, ensaiando e criando em conjunto. Alguns destes trilhos, tiveram a ACERT como domicílio emotivo. São cerca de duas dezenas os projetos artísticos em que participaram, maioritariamente musicais, deste o folk e jazz ao universo da música clássica e erudita. Do humor, como companheiro nas incontáveis viagens artísticas, nasceu a vontade de criarem um espetáculo, coroando uma estima e ideias comuns. Car12, a ‘Grande Viagem’, surge deste relacionamento: conjugar humor com música, viajando por novos instrumentos e sonoridades de forma criativa e inesperada. Num ano de pandemia, em que ambos celebram as suas 40 primaveras, esta nova criação surge também como incentivo para abraçar novos tempos com sorrisos, energias e partilhas. Começa assim mais uma aventura desafiadora e alucinante e fantástica dos Cardosos à volta dos seus mundos.

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DR

Um fim de tarde dedicado ao som do clarinete e Ă sua versatilidade, cada vez mais reconhecida em terras do DĂŁo


26 FEVEREIRO 2021 CONCERTO

CLARINET BELIEVERS

ENSEMBLE DE CLARINETES DO DÃO Conservatório de Música e Artes do Dão

Sérgio Neves estudou no Conservatório de Aveiro, com Nelson Aguiar, e na ESART, com Carlos Alves, tendo terminado clarinete com 20 valores. Posteriormente, estudou com Joan Enric Lluna na Trinity College of Music, onde finalizou o seu mestrado com a distinção “Excellence in Clarinet Studies”. Vencedor de vários concursos de clarinete e música de câmara na Europa. Coordenação Artística: Sérgio Neves

Sex, 26 fev. / 21:00 Auditório 1 Preço único: 3,5 €

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O ensemble de Clarinetes do Dão apresentou-se pela primeira vez em Julho de 2009, sob a direção do prof. Sérgio Neves. A formação é composta por professores e alunos da classe de clarinetes do Conservatório de Música e Artes do Dão (CMAD) e surgiu com o objetivo de complementar o trabalho realizado nas aulas individuais ao longo do ano letivo. A combinação do trabalho personalizado dos professores do CMAD e o apoio das instituições locais tem contribuído para um desenvolvimento artístico de elevadíssima qualidade, que já valeu várias distinções dos seus alunos em concursos nacionais e internacionais. O ensemble e seus alunos foram ainda responsáveis pela organização de cinco edições do Festival de Clarinetes do Dão, que afirmou o ensino do clarinete do CMAD como uma referência. Ao longo do tempo, o ensemble realizou vários concertos, destacando-se aparticipação nos Dias da Música, no Centro Cultural de Belém, e a colaboração com vários clarinetistas de referência, como Vicente Alberola, Justo Sanz, Marie-B Barriere, Luís Carvalho, David Machado, Edgar Carvalho, Tiago Bento, João Paiva, entre outros.

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(…) “As palavras que se dizem no palco não são as de quem as diz, o corpo não é o de quem ali está… o palco é o sítio ideal para se exporem, para se desprotegerem. Ninguém acreditará que a verdade que disserem é mesmo verdade. E aceitá-la-ão melhor por isso.”(…) —  Dulce Maria Cardoso, In Sentido da Vida

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5 MARÇO 2021 TEATRO

O SENTIDO DA VIDA

ESTREIA

NA XINA LUA Texto: Sentido da Vida de Dulce Maria Cardoso Interpretação: António Ribeiro, Daniel Alexandre, Diana Costa, Joana Silva, João Lucas, João Costa, Laura Santos, Maria Alves, Rafaela Miranda, Sara Quintans, Sofia Mamede, Viviana Brás. Encenação: Pedro Sousa Assistência de Encenação: João Almiro e Margarida Morais Desenho de luz: Paulo Neto Desenho de som: Luís Viegas Apoio: Trigo Limpo Teatro ACERT

Sex, 5 mar. / 19:30 Seg, 8 mar. / 19:30 Ter, 9 mar. / 19:30 Qua, 10 mar. / 15:30 (público escolar) Auditório 1 · 60 min.

Uma voz vai lembrando o essencial: continuemos. Um grupo de jovens recebe um convite para participar numa experiência que pretende ajudá-los a descobrir o sentido da vida. Não se conhecem uns aos outros, nem o local para onde são levados. Uma voz faz-se ouvir: para se preparar um espetáculo, cada um deve preparar um testemunho sobre uma história importante da sua vida. O conflito surge quando uns se apercebem de que há testemunhos copiados de livros. Descobrem que, afinal, tudo o que todos contam já está escrito. Instala-se então a inquietação – ou até o desespero – de não serem donos das suas palavras ou de si mesmos. Em O Sentido da Vida, de Dulce Maria Cardoso a voz vai lembrando o essencial: “Continuemos”. Na Xina Lua, Grupo de Teatro da Escola Sec. de Tondela, é aberto a toda a comunidade escolar e todos os anos se renova com a entrada de novos elementos, em 2020 com todas as contingências, foi impossível fazer a tão importante e vital renovação no grupo. Este ano o Na Xina Lua participa novamente no projeto PANOS – palcos Novos, palavras Novas, organizado pelo Teatro Nacional D. Maria II e também faz parte do Plano Nacional das Artes. O espetáculo teve data de estreia prevista a 17 de Abril de 2020. Espetáculo criado em Residência Artística no Novo Ciclo ACERT.

Preço: 2€ / Estudante: 1€

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Encontros improvĂĄveis onde a voz, as leituras e as partilhas entre todos os presentes sĂŁo a regra entre tantos improvisos

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12 MARÇO 2021 TEATRO

DA VOZ HUMANA ESCOLA DE MULHERES Autoras: Margarida Vale de Gato e Joana Bértholo Voz: Margarida Cardeal e David Pereira Bastos Guitarra e voz: José Anjos Coordenação artística: Marta Lapa Direção de produção: Ruy Malheiro

Sex, 12 mar. / 19:30 Auditório 2 · M/14 · 45min. Preço: 7,5€ / Associados: 5€ Ver descontos p. 60

O ciclo de leituras Da voz humana celebra, em 2021, o seu oitavo ano de existência e ocupa já o seu próprio lugar na agenda de um público que procura uma abordagem alternativa às leituras encenadas convencionais. Da Voz Humana continuará a ser o espaço de encontros improváveis e sinergéticos que o caracterizam e lhe conferem importância. Com um conceito bastante informal, experimental, e espaço para conversas no decurso e no final de cada uma das sessões, entre autores, intérpretes e público, este ciclo tem revelado textos, na sua maioria inéditos, de autores contemporâneos, oriundos da literatura, da poesia e do teatro. Com a coordenação artística de Marta Lapa e a colaboração dos autores e dos artistas intérpretes, procuramos olhar, dizer, cantar, ouvir as palavras e contar histórias de quem as escreveu. A Escola de Mulheres – Oficina de Teatro, cujo nome foi beber inspiração à peça de Molière, L’école des femmes, foi criada em 1995, em Lisboa, por um conjunto de mulheres de gerações diferentes e experiências diversas e reconhecidas, mas com o sentimento comum do papel de subalternidade a que a mulher tem sido reduzida no Teatro português, quer na condução dos processos criativos, na política de repertórios ou no relacionamento com os poderes instituídos, quer, de um modo geral, nas tarefas que envolvam poder de decisão. 

Pretende-se privilegiar a criação e o trabalho feminino no Teatro e promover e divulgar uma nova dramaturgia de temática e escrita femininas, quer nacional, quer estrangeira.

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DR

Se nunca fecharmos os olhos, como serรก o mundo? Eis a histรณria de um rapaz com olhos de peixe


13 MARÇO 2021 TEATRO PARA FAMÍLIAS

OLHOS DE PEIXE

TEATRO ONOMATOPEIA Concepção, criação, construção e intrepretação: Márcia Leite e Daniela Fernandes Adaptação do texto original “O Menino Olhos de Peixe” de Sandra Santos Encenação e Apoio à dramaturgia e manipulação: Filipa Mesquita Interpretes: Márcia Leite e Daniela Fernandes Cenografia: a partir das ilustrações de Sofia Ambrósio Sonoplastia: Paulo Morgado Desenho de Luz: Filipe Jesus Produção: Zumzum AC. Teatro Onomatopeia

Em tempos que não conheci, no tempo das bisavós que já não tenho, numa aldeia distante, vivia um rapaz com um aspeto diferente. Este rapaz, como digo, era diferente de todos os outros rapazes da sua idade. Não era diferente no cabelo, que o tinha farto, ou na estatura, até porque era alto para a idade, ou na maneira como se vestia ou andava… A diferença estava nos seus olhos, grandes, redondos, de um preto brilhante, olhos de peixe. Ora, como toda a gente sabe, os olhos de peixe não são iguais aos das pessoas. Os dos peixes não têm pálpebras e, por isso, nunca se fecham. Conseguem, portanto, imaginar alguém que nunca feche os olhos? Nunca? O teatro Onomatopeia é um grupo de teatro da Associação Cultural Zumzum, que tem feito da itinerância o seu palco. Nascido em 2007, da necessidade de criar na cidade de Viseu um núcleo teatral dinamizador, a Zumzum-Ac fez do teatro um dos seus principais eixos criativos, privilegiando o teatro infanto-juvenil.

Sáb, 13 mar. / 11:00 Público escolar: 15 a 17 mar / 10:30 Audit. 2 · M/3 · 45 min. Preço: 7,5€ / Associados: 5€ Ver descontos p. 60

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Uma leitura de poesia para partilhar Ă mesa, no aconchego dos versos, sem ordem nem pressa


19 MARÇO 2020 RECITAL / COMEMORAÇÃO DO DIA MUNDIAL DA POESIA

POESIA É VOAR FORA DA ASA TRIGO LIMPO TEATRO ACERT

E se por uns instantes fechássemos olhos? E se por uns instantes tirássemos a máscara? E se por uns instantes pudéssemos sonhar? E se por uns instantes desabitássemos o nosso corpo?

Sex, 19 mar / 19:30 Bar ACERT · Entrada gratuita

E se por uns instantes fechássemos os olhos, tirássemos a máscara, pudéssemos sonhar e desabitássemos o nosso corpo? E se por uns instantes pensássemos poesia, sonhássemos com a poesia e ouvíssemos poesia. Para celebrar o dia Mundial da Poesia, o Trigo limpo teatro ACERT irá fazer uma leitura encenada de vários autores, de vários poemas conhecidos que quase todos sabemos de cor, e de outros que, sendo menos conhecidos, nos adoçarão a boca. A poesia sairá do papel para ser vivida pelos atores e pelo público. A poesia acontece com e através das pessoas. De quem escreve, de quem lê e também de quem a ouve. Uma oportunidade perfeita para relaxar, respirar e desligar do corrupio do dia a dia, desfrutando de um momento especial com algumas surpresas guardadas.

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© RENATO ROQUE

Máscaras demoníacas que são, afinal, resquícios de muitas tradições e novas leituras de um medo ancestral que escolhemos arrumar na figura do diabo


25 MAR A 31 MAI 2021 EXPOSIÇÃO DE MÁSCARAS

CORO DE DIABOS VICTOR SÁ MACHADO Máscaras: Victor Sá Machado

25 mar. a 31 mai. Foyer e Restaurante ACERT

Depois de ter marcado a trajetória do Trigo Limpo Teatro Acert com a criação de objetos e adereços para vários espetáculos, Victor Sá Machado regressa agora a Tondela com esta exposição que nos aguça a inspiração e a criatividade. 235

Entrada Gratuita “O diabo assumiu quase sempre a personificação do mal na simbologia cristã. A ameaça constante da sua presença, o medo que provocava nas gentes, fizeram com que muitos sejam os nomes que a tal criatura foram dados, ao longo do tempo e em muitos lugares, pela tradição popular: Diabo, Demo ou Demónio, Satã ou Satanás, Belzebu, Mafarrico, Lúcifer, Chifrudo, Pé-debode e muitos mais, que serão desconhecidos para a maioria de nós (...). São pesadas as máscaras de Vitor Sá Machado, o ferro com que o autor as forjou determina-lhes o peso. Não foram feitas para esconder a face em festas carnavalescas ou solsticiais. Foram feitas para nos despertar histórias, histórias cómicas ou trágicas, histórias de homens e de deuses (...).”

—  Renato Roque, Julho 2019 Vítor Sá Machado, nasceu em Lisboa a 27 de Setembro de 1947. Fez o Curso de Arte, Decoração e Design no IADE. Trabalhou como designer gráfico, como ilustrador e caricaturista para várias publicações nacionais. Criou adereços e cenários para RTP, SIC e TVM (Moçambique). Destaca-se o seu trabalho no teatro, na criação de adereços, cenários e máscaras para diversas companhias. Participou em muitas exposições coletivas e individuais desde 1985, com escultura, cerâmica, objetos, pintura, aguarela e caricatura. ACERT · JAN. A MAR. 2021

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DA MARIA PARDA DE GIL VICENTE ÀS MARIAS PARDAS DO NOSSO TEMPO, NUM ESPETÁCULO QUE NOS CONFRONTA COM AS REPETIÇÕES DE QUE NÃO NOS LIVRAMOS E OS PRECONCEITOS DE QUE NOS RODEAMOS.



25 E 26 MARÇO 2021 TEATRO

PRANTO DE MARIA PARDA

ESTREIA

De Gil Vicente Teatro Nacional D. Maria II Encenação de Miguel Fragata Projeto Próxima Cena

Pranto de Maria Parda parte do texto homónimo de Gil Vicente, escrito no rescaldo de um ano devastador e é levado à cena em 2021, no rescaldo de um outro ano devastador. Este espetáculo propõe-se vaguear pelas ruas de Lisboa à escuta da voz daqueles que a cidade escolheu deixar de lado, hoje, como há cinco séculos. 1522: Maria Parda vagueia pelas ruas de Lisboa. Não reconhece a cidade, assolada pela fome e pela seca. Quis Gil Vicente que Maria Parda simbolizasse um ano mau, que fosse mulher e alcoólica e que não tivesse lugar na cidade. 2021: Lisboa está irreconhecível, desfigurada pela gentrificação, pela presença (e ausência) do turismo, pela pandemia. Volvidos quase quinhentos anos, Maria Parda continua sem ter lugar. A tradição foi insinuando que, da designação Maria Parda, se extraía a ideia de uma mulher negra. Mas em nenhum momento, Gil Vicente parece indicá-lo. Resultará essa conclusão de um preconceito de interpretação e de leitura? Como se olha para este texto com quinhentos anos à luz das questões do racismo e do feminismo, que ele próprio hoje convoca, e que são prementes? Que caminho fizeram este texto, a cidade e Maria Parda - até hoje?

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Sex, 26 mar. / 19:30 Sab, 27 mar. / 19:30 Auditório 1 · Entrada gratuita Espetáculo em residência no Novo Ciclo ACERT

Texto: de Gil Vicente Encenação: Miguel Fragata Interpretaçao: Cirila Bossuet Música: Capicua, Chullage Vídeo: João Gambino Cenografia: F. Ribeiro Desenho de luz: Rui Monteiro Figurinos: José António Tenente Desenho de som: Nelson Carvalho Captação de Som (vídeo) João Bento Consultoria José Camões, Mamadou Ba, Naki Gaglo, Marta Araújo, Sílvia Maeso Técnica e operação: Rita Sousa Assistência de encenação: Rafael Gomes

Miguel Fragata fundou e dirige, com Inês Barahona, a Formiga Atómica. Concebeu e encenou os espetáculos atualmente em circulação: Fake , em 2020, numa coprodução com Teatro Nacional D. Maria II, TNSJ e CineTeatro Louletano; Montanha Russa em 2018,numa coprodução Teatro Nacional D. Maria II,TNSJ, Teatro Virgínia; Do Bosque Para o Mundo em 2016, coprodução São Luiz Teatro Municipal, cuja versão francesa Au-Delà de la Forêt, le Monde, foi coproduzida pelo Théâtre de la Ville de Paris e abriu o 72.º Festival de Avignon, e A Caminhada dos Elefantes em 2013, financiado pela DGArtes, com coprodução Teatro Maria Matos, Teatro Viriato, Centro Cultural Vila Flor e Artemrede, interpretando igualmente as suas versões francesa e alemã, entre outros. Os seus espetáculos têm sido apresentados em teatros e festivais por todo o território nacional, França, Suíça, Bélgica e Alemanha.

Consultoria: José Camões Produção: Teatro Nacional D. Maria II O BPI e a Fundação ”la Caixa” são mecenas do projeto Próxima Cena

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3 PERGUNTAS A…

TIAGO ROGRIGUES O projeto Próxima Cena assume como mote a universalização do acesso à cultura e prevê a circulação de espetáculos por zonas de pouca densidade populacional. Que importância tem este projeto para o tecido cultural português? Existe ainda uma grande assimetria no acesso à Cultura e às Artes em Portugal. Ao contrário do que desejamos, o local onde nascemos, vivemos ou trabalhamos ainda pode determinar se temos oportunidade de ter hábitos culturais, acesso a museus, cinemas, teatros, bibliotecas. Esta é uma desigualdade difícil de combater porque tem menos visibilidade do que outros problemas da nossa sociedade, mas que tem consequências enormes no presente e no futuro. No D. Maria II, acreditamos que o teatro e as artes em geral são um bem essencial e deve estar acessível a todos. O BPI – Fundação La Caixa, com quem inventámos o projeto Próxima Cena, partilha desta convicção e por isso embarcámos em mais este projeto de colabora42

ção com teatros de diversas regiões do país que vai continuar durante os próximos anos. É com particular alegria que este projeto dá os primeiros passos na ACERT, em Tondela, que consideramos um exemplo do trabalho de programação cultural de qualidade que faz falta na maioria das comunidades do nosso país.

Essa missão de levar a cultura a vários sítios é uma das funções de um teatro nacional? Sendo um teatro nacional, o D. Maria II tem obrigações para com as pessoas de todo o território nacional. Há muitas pessoas que contribuem, com os seus impostos, para a existência do D. Maria II, mas que não têm condições para ir a Lisboa beneficiar do serviço público de cultura que temos a obrigação de lhes oferecer. Por isso, nos últimos seis anos, temos apostado em diversas formas de aproximar a nossa atividade das pessoas de todo o país. ACERT · JAN. A MAR. 2021


@ FILIPE FERREIRA

Aumentámos muito a quantidade de digressões das nossas produções e coproduções em Portugal continental e nos arquipélagos. Com o projeto Próxima Cena, que se inicia com este Pranto de Maria Parda, vamos ainda mais longe. Não apenas fazemos digressão, como passamos a criar e estrear peças fora de Lisboa. Não basta que haja oferta cultural em todo o território, é preciso que haja também criação artística mais espalhada por todo o país.

A versão releitura do Pranto de Maria Parda feita por Miguel Fragata coloca esta personagem vicentina na contemporaneidade. O que é que um texto com quase cinco séculos tem a mostrar-nos sobre o modo ACERT · JAN. A MAR. 2021

como vivemos hoje e nos relacionamos uns com os outros? Uma das maravilhas dos grandes textos do passado é que têm o super-poder de nos falar de onde vimos, onde estamos e até mesmo de prever para onde vamos. Pranto de Maria Parda, escrito há cerca de 500 anos por Gil Vicente, é um desses textos. Fala de exclusão e da condição de vida dos negros portugueses no séc. XVI, mas levado à cena com os olhos e a sensibilidade de hoje, sob direção do encenador Miguel Fragata, é também uma peça sobre o modo como vivemos e um impulso para refletirmos acerca de como queremos viver.

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OUTRAS ATIVIDADES DO NOVO CICLO ACERT

RESIDÊNCIAS ARTÍSTICAS NO NOVO CICLO ACERT Estação das Letras A Estação das Letras é um projeto de teatro para infância, sediado em Campo de Besteiros e criado em 2010 por Nuno Tiago Duarte, com um percurso notável de itinerância de norte a sul do país, levando muitos espetáculos na sua bagagem. Em janeiro estarão em residência artística no Novo Ciclo Acert para iniciarem o processo de criação do espetáculo O sonho.

Teatro Manga O Teatro Manga é uma estrutura de criação artística que trabalha entre Portugal e o Reino Unido. É uma companhia dedicada às artes performativas, trabalhando entre o teatro, a dança e a performance. A residência em janeiro no Novo Ciclo Acert finaliza o processo de criação do espetáculo Emigrantes.

Na Xina Lua Em residência no Novo Ciclo Acert desde novembro de 2020, o grupo de teatro da Escola Secundária de Tondela está em processo de criação do espetáculo O sentido da vida cuja estreia está já marcada para 5 de Março de 2021. Para mais informações consulte p.  29

Teatro Nacional D. Maria II Março brinda-nos com a residência do Teatro Nacional D. Maria II, que finaliza, no Novo Ciclo Acert o processo de residência do espetáculo Pranto de Maria Parda , com encenação de Miguel Fragata. Para mais informações consulte p.  40

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@ CARLOS FERNANDES ACERT · JAN. A MAR. 2021

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TRIGO LIMPO TEATRO ACERT

LOBÃO DA BEIRA HISTÓRIAS DE VIDAS...

Um filme mágico e enternecedor

Tudo começou com o desafio que o CLDS-4G Tondela Inclusiva lançou à ACERT: Criar em várias localidades do concelho de Tondela um espetáculo com a comunidade, em especial nas freguesias mais afetadas pelos incêndios de 2017, potenciando a dinamização e o desenvolvimento comunitário nestas localidades.

de filmagens permitia não só salvaguardar a saúde dos participantes e a sua interação, mas também respeitar as normas impostas pela DGS.

Em Setembro demos início ao projeto com a criação de um espetáculo com a comunidade de Lobão da Beira.

O espaço de filmagens habitou o palco. O pano de boca transformou-se na imagem de abertura, e as histórias de vidas povoaram o tablado envolto por cortinas negras que fizeram ressaltar o interior de habitações, de salas de aula, de navios no alto mar, de recreios escolares, de nevões, de quintas e herdades com rebanhos, enfim, de epopeias de vidas simples e duras. Vidas que nas suas contrariedades, tiveram sempre como âncoras Lobão da Beira para atingir céus-abertos. Lobão como ponto de partida para novas vidas. Lobão como cais seguro de regressos inadiáveis.

Os primeiros encontros incidiram na partilha de histórias e jogos teatrais, mas com o aumento de restrições devido à pandemia depressa percebemos que era impossível dar continuidade ao processo teatral como o conhecemos. Os promotores sociais e artísticos ao sentirem o pulsar entusiasmante dos habitantes envolvidos procuraram formas de dar continuidade ao projeto e encontraram no cinema a forma eficaz de o fazer. O processo 46

As histórias contadas foram transformadas num guião de cinema e a magia teatral continuou a fazer parte deste processo criativo.

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TRIGO LIMPO TEATRO ACERT

Mas salientemos o que torna este filme mágico, enternecedor e de uma preciosidade humana: os atores e atrizes. Eles são as estrelas cadentes que deixaram no filme rastos das suas histórias de vida que, ficcionadas, irradiam apego à terra, aspirações de continuar a resistir e dignidade pelo circuito celeste que deixou memórias inolvidáveis da sua forma de ser, sentir e agir. A direção de atores, captação e realização procuraram salientar uma narrativa cinematográfica que traduzisse com a máxima fidelidade, não só as histórias de vida que deram origem ao guião, mas a ambiência da dediACERT · JAN. A MAR. 2021

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TRIGO LIMPO TEATRO ACERT

© ZITO MARQUES

cação manifestada, plano a plano, por cada intérprete. Cada um deles nunca mostrou fadiga nas repetições, nem na observância das indicações que as filmagens exigem. Tudo decorreu com a tranquilidade e generosidade de quem se entrega a uma quimera que possui a sua alma. “Já que estamos aqui, ao menos que saia uma coisa catita”. No final das filmagens, não só estava patenteado o dever cumprido, mas uma sensibilidade saudosa dos momentos vividos durante as gravações. Despediam-se do palco como ele fosse a sua casa: 48

“Vamos ter saudades destes dias bem passados. Como é que agora vamos fazer?”. A gratidão da ACERT para com esta gente bonita não se fez esperar, o filme está pronto. E será a ponte de afetos que será apresentado, se possível com a presença dos protagonistas, por todos os lugares e acontecimentos onde haja pessoas a quererem compartilhar felicidades conjuntas com a visualização deste filme.

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TRIGO LIMPO TEATRO ACERT

Produção: ACERT

Rebanhos” de Alberto Caeiro

Projeto: CLDS-4G Tondela Inclusiva / CAL de Lobão da Beira

Canção genérico “Ó Lobão...”

Elenco: Celso Silva Pais, Fernanda Conceição Pereira, Fernanda Das Necessidades Gomes, João De Deus Gomes Martins, Rosa Maria Dos Anjos Pais Denis e Samuel Gomes Figueira Participação: Daniela Filipa Fernandes Rodrigues (Animadora do CAL De Lobão da Beira) e Joana Marques Rodrigues (Técnica do CLDS-4G) Guião e direção de atores: José Rui Martins, Pedo Sousa e Sandra Santos Iluminação: Luís Viegas e Paulo Neto Figurinos e adereços: Trigo Limpo teatro ACERT Produção executiva: Marta Costa

Arranjo: Gustavo Dinis Voz: Fernanda Pereira Anotadora e assistente de realização: Sandra Santos Realização: Zito Marques

Filmado no Novo Ciclo ACERT em Tondela durante a Pandemia Covid19 de setembro a outubro 2020. Todo o processo foi desenvolvido com as medidas preventivas de distanciamento e higienização entre os participantes no filme.

Limpeza e higienização: Efigénia Arede Fotografia de cena: Rui Coimbra e Zito Marques Excerto de Poema “O Guardador de

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@ CARLOS TELES

TRIGO LIMPO TEATRO ACERT

Estreado a 13 de novembro de 2020

ANTEVÔO DA PASSAROLA “A Passarola” de Bartolomeu de Gusmão fez o seu voo experimental na abertura do Finta 2020, pelas mãos do Trigo Limpo teatro Acert e através das palavras de José Saramago. Um antevoo de um espetáculo de teatro de rua que terá a sua estreia em 2021.

Dramaturgia: Pompeu José e Raquel Costa Encenação: Pompeu José Assistência de encenação: Raquel Costa Interpretação: António Rebelo, Ilda Teixeira e Pompeu José Música: Gustavo Dinis Desenho de luz: Paulo Neto Sonoplastia: Luís Viegas Figurinos: Miss Suzie Duração: 60 minutos Classificação etária: M/12 136ª Produção do Trigo Limpo teatro ACERT

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ESPETÁCULOS EM DIGRESSÃO TRIGO LIMPO TEATRO ACERT

20 DIZER Música e Poesia A interpretação poético-musical tem como trilho a palavra com som, cor, corpo e alma. O prazer de fazer de cada palco um espaço de partilha emotiva. Um duo com muita gente dentro.

@ RICARDO CHAVES

M/12 – 60 minutos

DESAFIOS Teatro e Novo Circo Um projeto de cruzamento do novo circo com o teatro num confronto entre o físico e o etéreo, entre o saber e o desco­brir, entre o mexer-se e o ficar parado… Um desafio constante de analisar a existência à luz de um quotidiano diferente.

@ CARLOS FERNANDES

Desafios é uma criação do Trigo Limpo Teatro ACERT em parceria com João Paulo Santos e a Companhia Último Momento. M/12 – 60 minutos

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TRIGO LIMPO TEATRO ACERT

PARA TI, SOPHIA Teatro A partir de A Floresta de Sophia de Mello Breyner Andresen. Sophia descreve o mundo, através do olhar dos mais “pequenos”, de uma forma sublime. O Trigo Limpo teatro ACERT cria parte desse mundo neste espetáculo de teatro para todos, inspirando-se num livro da autora que faz parte do Plano Nacional de Leitura.

@ CARLOS TELES

M/6 – 60 minutos

TERRA café teatro Depois do Fogo! e da Água, chegamos agora à Terra. Um espetáculo irónico sobre a existência humana e a sua ocupação no planeta terra. Rimos e continuamos a refletir sobre quem somos e o que vamos fazendo. O humor é um modo de pensar e um dos mais sérios e eficazes.

@ RUI COIMBRA

M/12 – 45 minutos

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ESPETÁCULOS EM DIGRESSÃO

FIL’MUS 2 Filme e não só... musicado teatralmente ao vivo. Se uma imagem vale mais que mil palavras, quanto valerá uma imagem musicada? Só vendo (e ouvindo).

A fusão de uma sessão de cinema com o universo televisivo permitirá reavivar memórias, reviver momentos que estavam no baú do esquecimento.

@ CARLOS FERNANDES

M/6 – 60 minutos

CAR12 Uma viagem de um duo num veículo cheio de surpresas. Uma andança divertida onde, da forma mais inusitada e virtuosa, surgem sons e melodias que são paisagens sonoras criadas pela execução musical de instrumentos inventados e construídos. Uma dramaturgia mágica, humorada e comovente. Enfim, a palavra escondida simbolicamente nos silêncios, sons, gestos e atitudes teatrais dos intérpretes.

@ CARLOS TELES

M/6 – 60 minutos

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O DIA EM QUE A TERRA SE FEZ MAR Exposição produzida pela ACERT com fotografias de Tiago Miranda e textos de Raquel Moleiro Continua a divulgação deste trabalho, que após estar em Viseu no âmbito do Vista Curta de 2020 (Cine Clube de Viseu), segue para Lisboa com a organização da CC11. Esta exposição está acompanha da 2ª edição do livro, cuja venda reverte para a Escola Secundária da Manga, na cidade da Beira em Moçambique. Lembramos as palavras do Cine Clube de Viseu no catálogo do Vista Curta

25 fev. a 10 Abr 2021 Galeria Santa Maria Maior, Lisboa Entrada Gratuita Organização: ACERT e CC11 Apoio: Junta de Freguesia de Santa Maria Maior

"Retrato de uma das maiores catástrofes que Moçambique sofreu nos últimos anos, levando consigo centenas de vidas e um número incalculável de recursos, numa terra onde todos os bens são escassos. Em 2019, os dois autores e a ACERT produziram uma exposição e um livro solidário, e é com muito orgulho que em 2020 o Cine Clube se junta a esta iniciativa, apresentando a exposição em Viseu e associando-se à reedição do livro."

—  Cine Clube de Viseu O livro está à venda na ACERT, no Cine Clube de Viseu

A exposição de fotografia Tiago Miranda com os textos da Raquel Moleiro vai estar em Lisboa na Galeria Santa Maria Maior. 56

Preço: 10 Euros

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O ESTÚDIO

O Estúdio É Teu é um canal que se destina à divulgação de artistas que atuem na cena musical portuguesa (e não só). A ser gravada em Tondela, cada sessão será dedicada a um artista convidado, que terá ao seu dispor os estúdios da ACERT para apresentação de um tema, que será captado em áudio e vídeo e divulgado no canal do Youtube.

15 janeiro Giovani Pereira “burning in fever”

Aliando o gosto pela música e o desejo de dinamizar Tondela e reafirmar a ACERT como um espaço de enorme relevância cultural na região, o canal não fará distinção de géneros musicais, sendo o único critério haver em cada um dos artistas convidados um manifesto respeito pela música.

15 junho: Alejandro Mundaca “tema libre no. 2” (Violeta Parra)

O Estúdio É Teu, o prazer é nosso.

15 fevereiro: Pedro Almiro “cá se anda” 15 março: A Incerteza do Trio Certo “canção épica” 15 abril: Miguel Cordeiro “um outro lugar” 15 maio: Vau “la vie”

15 julho: José Pedro Pinto “Keep an ear out for tomorrow” 15 agosto: Azevedo “sol e manha” 15 setembro: Luísa Vieira “verdade do silêncio” 15 outubro: Uhai "repubicans" 15 novembro: Jords "hela" Subscreve o canal "O Estúdio É Teu" no Youtube. Os artistas e músicos interessados em participar em futuras sessões, podem contactar através de oestudioeteu@gmail.com.


FORMAÇÃO

CURSOS ON-LINE DE INGLÊS PARA CRIANÇAS E JOVENS INTERNATIONAL HOUSE NA ACERT Com as respetivas contingências a que a pandemia do novo Coronavírus, COVID-19, obriga, a Internacional House decidiu ministrar as aulas de inglês via on-line. Atendendo ao que tem vindo a acontecer noutros países da Europa, acreditamos que as aulas on-line diminuem o risco de infeção e também a possibilidade de uma interrupção forçada das atividades letivas caso seja identificado um surto de Covid-19.

É igualmente importante, para nós, que continuemos a proporcionar/ lecionar aulas com a mais alta qualidade, facilitando o progresso dos alunos através de uma metodologia focada na comunicação. Voltaremos às aulas presenciais assim que seja possível uma experiência dentro da sala de aula semelhante à realidade pré pandemia e em segurança sem todos os obstáculos colocados pela pandemia de Covid-19.

NÚCLEOS DA ACERT O núcleo de Basquetebol da ACERT já reiniciou as atividades. Os núcleos de Escalada e Karaté preveem iniciar as suas atividades durante o presente ano. Tendo em conta as restrições que ainda vivemos por via da pandemia originada pela Covid-19 e face às alterações na utilização das instalações desportivas municipais, aguardamos permissão para utilização, respeitando as orientações da DGS.

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Núcleo de Basquetebol ACERT Segunda-feira das 20:30 às 22:00 Quarta-feira das 18:30 às 20:00 Sexta-feira das 20:30 às 22:00 Coordenador: Ivo Correia

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INFORMAÇÃO E HORÁRIOS

Preços

Horários

Admissão de Associados

Secretaria e Tesouraria

Pagamento de uma joia de 0,50 € e uma quota semestral de 7,50 €

09:30 às 13:00 e das 14:00 às 18:00

Associados (e equiparados) Preço de Associado da ACERT e/ou sócio das entidades seguintes: Cine Clube de Viseu; d’Orfeu Associação Cultural; Viriato Teatro Municipal; Teatro Aveirense; Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo da Caixa Geral de Depósitos;

Bar Acert Seg. a sexta: 14:00 às 23:00 Sábado: 15:00 às 23:00 Encerra ao domingo

Reservas Neste período de contingência não se efetuam reservas, ver texto na pág. 4

Descontos Estudantes, Reformados, Portadores de Cartão Jovem e Cartão Jovem Municipal.

Novas Regras Covid-19 Ver texto na pág. 4.

Preço de Família Num agregado familiar com 3 ou mais pessoas, um dos filhos, desde que menor de 12 anos, não paga.

Auditórios* Bilhete: 7,5 € / Associados: 5€ Descontos: 6€ / Desempregado: 2,5€ Espetáculos público escolar: 2€.

Crianças Apenas para espetáculo infanto-juvenis: Gratuito dos 0 a 3 anos. Dos 3 aos 12 anos: 2€.

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A ASSOCIAÇÃO CULTURAL E RECREATIVA DE TONDELA

Corpos sociais

Equipas ACERT

Assembleia Geral

Trigo Limpo teatro ACERT

Convocam-se todos os associados da ACERT – Associação Cultural e Recreativa de Tondela, para uma Assembleia Geral Ordinária a realizar no próximo dia 08 de janeiro de 2021 pelas 19h. Ponto um – Eleições dos novos Corpos Gerentes para o próximo biénio. Ponto dois – Outros assuntos.

Direção Artística: José Rui Martins e Pompeu José Elenco Permanente: António Rebelo, Ilda Teixeira, José Rui Martins, Pedro Sousa, Pompeu José, Raquel Costa e Sandra Santos

Núcleos da ACERT Coordenador do N. Basquetebol: Ivo Correia Coordenadores do N. de Escalada: Cláudio Lima e Nélson Cunha Coordenador do N. de Karaté: Ricardo Chaves

Programação Equipa de Coordenação: Ilda Teixeira, José Rui Martins, Marta Costa, Pedro Sousa e Raquel Costa Equipa Técnica: Luís Viegas e Paulo Neto Produção: Marta Costa e Rui Coimbra Gestão e Tesouraria: Pompeu José e Rui Vale Secretariado: Paula Pereira Comunicação: Gustavo Dinis, Rui Coimbra e Zetavares Limpeza: Efigénia Arede

Agenda Edição: Sara Figueiredo Costa Paginação: Zétavares e Rui Coimbra Produção gráfica e acabamento: Rainho & Neves, L.da

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UM DISCO DEBAIXO D’OLHO

TALEGUINHO – COSTURAR CANTIGAS E HISTÓRIAS CATARINA MOURA, LUÍS PEDRO MADEIRA Ed. Autor Antes de a indústria do plástico ter mudado desastrosamente os nossos hábitos quotidianos, os alimentos que pretendíamos comer ao longo do dia de trabalho transportavam-se em contentores feitos de outros materiais. Os talegos eram – e são – pequenas bolsas feitas com restos de tecidos, assim devidamente aproveitados, que podiam ter muitos usos, entre eles o de levar um pedaço de broa e de queijo, ou chouriça, para comer a meio do dia. Desse gesto de respigar entre os desperdícios e usar pequenos retalhos aparentemente sem uso para confeccionar uma nova peça terá nascido a inspiração para este Taleguinho – Costurar cantigas e histórias, disco de Catarina Moura e Luís Pedro Madeira, com a participação de Manuel Rocha, Quiné Teles e Miguel Moura (a voz que se ouve em «Sol Baixinho».) A abrir, aliás, a canção «Boia Binha» traz-nos precisamente esse ir e vir das mãos de costureiras e alfaiates, cosendo, cerzindo, juntando linhas e pontos

numa construção permanente. O que se segue é um percurso por várias paragens do cancioneiro tradicional português, dos Açores a Trás-os-Montes, passando pelo Alentejo ou por Santo Tirso, mas também pelas ligações entre Portugal e Brasil e pela tradição musical sefardita, de onde se retira o tema «Pasharo Ke Bola». Juntando retalhos, forma-se um objecto que poderá não servir para transportar merendas, mas servirá certamente para muitas viagens entre lenga-lengas, romances e versos de pé-quebrado, cavaquinhos, braguesas e adufes, histórias de reis e princesas, de amores juvenis e de partidas sem regresso marcado. A tradição não é uma história encerrada no arquivo e disponível apenas para rememorações: Taleguinho é a confirmação de que a tradição é o que dela fizermos agora, sabendo que o tempo é capaz de ser a mais alta das ilusões. —  SFC


UM LIVRO DEBAIXO D’OLHO

ARTISTAS, ARTESÃS, PIONEIRAS MARIA ANTÓNIA FIADEIRO Editor: Caixa Alta

Quem frequentou as páginas da imprensa portuguesa no pós-25 de Abril reconhecerá no nome de Maria Antónia Fiadeiro uma presença regular que, felizmente, se estendeu até à primeira década deste ainda novo século. Artistas, Artesãs, Pioneiras colige parte do extenso trabalho da jornalista, encontrando-se o seu foco nas mulheres. São setenta e seis entrevistas que decorrem em modo de conversa atenta, com a atenção absolutamente focada em quem responde. Entre as tantas mulheres com quem a jornalista conversou ao longo de mais de três décadas, há escritoras, bailarinas, jardineiras, meteorologistas, pintoras, artesãs do barro ou das lãs. Algumas serão imediatamente reconhecidas, outras descobrimo-las neste livro, sabendo que tantos leitores as terão já descoberto aquando da publicação original da entrevista respectiva. A reunião destes trabalhos, publicados em jornais e revistas entre

1975 e 2008, tem muitos méritos, e talvez o mais relevante seja o de dar a ler parte tão interessante de um extenso labor jornalístico, destacando o valor da conversa, desse gesto tão essencial à comunicação que é o de nos aproximarmos dos outros e ouvirmos o que têm para contar. Por outro lado, Artistas, Artesãs, Pioneiras traça um retrato social e cultural de Portugal entre o final do século XX e o início do XXI, fazendo-o não com recurso a dados estatísticos ou a relatórios, mas através daquilo que nos contam estas mulheres. Nuns casos, são histórias sobre as muitas fronteiras sociais que estruturaram Portugal antes do 25 de Abril, entre pobreza, pouca instrução e muita opressão; noutros, sobre os gestos que vão moldando uma vida, da criatividade à descoberta, ou às pequenas histórias do quotidiano. Em todos há esta vontade de conhecer as vidas que nos rodeiam e uma imensa curiosidade perante o mundo. —  SFC


ANTEVISÃO

QUEIMA E REBENTAMENTO DO JUDAS 2021 3 DE ABRIL 2021 TRIGO LIMPO TEATRO ACERT



A N 20 A ACERT É UMA ESTRUTURA FINANCIADA POR


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