437 - MANUAL DE ECONOMIA2

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Assim como a taxa de desemprego, este indicador será sensível àquilo que se entende por atividade econômica. Neste caso, este índice costuma englobar apenas aquelas ocupações do chamado setor formal da economia. Isto é, ocupações caracterizadas pela existência de vínculo empregatício legal entre o trabalhador e o capitalista. Da definição do índice de emprego como em (3), pode-se inferir que seu valor é relativamente alto com relação à taxa de desemprego, o que leva a expressar um número aproximadamente igual à própria taxa de participação na força de trabalho. Além disso, é mais estável ao longo do tempo, pois não é afetado por fenômenos como "trabalhador desencorajado" ou "trabalhador adicional-.

4.4. Índice de subemprego Trata-se de um indicador do grau da subutilização da mão-de-obra. Mesmo representando um conceito de simples compreensão, são inúmeras as formas de medir subemprego. As causas e os efeitos do subemprego são múltiplos, mas invariavelmente ele está relacionado com o desenvolvimento econômico insuficiente ou atrasado. Regra geral, tal conceito é associado à questão do emprego na América Latina, Ásia e África. Historicamente o subemprego tende a representara parcela da população subutilizada em decorrência do padrão de crescimento adotado, o qual exclui inúmeros segmentos da população do desempenho de atividades econômicas produtivas. Além disso, o subemprego tem grande aceitação como conceito referente ao problema ocupacional no meio rural, onde reflete a porcentagem de ocupados em atividades de baixa produtividade agrícola. Igual conceito também se aplica ao meio urbano, mas recentemente a definição de subemprego ganhou nova roupagem, sob o título de mercado ou setor informal de trabalho, onde, muito mais que um problema conceitual ou de mensuração, discute-se a importância do núcleo capitalista de produção no surgimento e desenvolvimento de atividades econômicas marginais elou informais. De um ponto de vista amplo, a questão do subemprego transcende a discussão sobre a melhor definição elou medida mais apurada. Para alguns, certas ocupações classificadas como subemprego deveriam, na verdade, ser consideradas como pura desocupação, e adicionadas ao contingente de desempregados computados num período de tempo. A precariedade da ocupação é tão acentuada que não se pode classificá-la como representando qualquer atividade econômica que justifique, o não-enquadramento de quem a exerce como desempregado. No Brasil esta tem sido uma diferença marcante entre o indicador de desemprego do Seade/DIEESE com relação ao da FIBGE. Enquanto o primeiro adota um enfoque de mercado de trabalho heterogêneo, considerando como desemprego inúmeras situações tradicionalmente classificadas como subemprego, a FIBGE enquadra estas mesmas ocupações como atividade econômica produtiva, excluindo-as, portanto, do rol dos desempregados.

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