Liderança empresarial acic ago 2017

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LIDERANÇA EMPRESARIAL EDIÇÃO ANO 13 | AGOSTO 2017

Reforma Trabalhista O que muda com a aprovação da nova legislação P. 12

ExpoMais

Estratégia e conhecimento para a tomada de decisão Jornalista e comentarista da GloboNews, Eliane Cantanhêde, será um dos grandes nomes da ExpoMais, que trará uma programação voltada aos desafios do mercado

OPINIÃO

Moacir Pereira As reformas e o falido sistema político P. 58

P. 1 0

E NTR E VI S TA

Maria Tereza Bustamante

Internacionalização como estratégia de país P. 53

DESEMPEN HO

Acic se destaca no Estado em crescimento de associados P. 4 8




E D I T O R I A L

Dias Melhores Virão

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ias melhores virão. Esta é a sensação de grande parte dos brasileiros com relação a situação econômica e política do país. Em meio à uma ressaca moral, os brasileiros seguem otimistas e confiantes em dias melhores. O cenário recessivo não abate àqueles que lutam por um país justo e que assegure as condições básicas de vida à população. Para isso, investimentos, inovação, tecnologia, excelência e qualificação são palavras e iniciativas preponderantes nesses últimos anos.

àqueles que queiram estar preparados para enfrentar as dificuldades e oportunidades do mercado. No caminho de dias melhores, a Revista Liderança Empresarial também destaca a aprovação do Projeto de Lei (PLC) 38/2017, que altera mais de cem itens da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), representando um marco na história recente do Brasil. A favor da reforma, a Acic acredita na retomada do crescimento e na desburocratização dos processos de admissão e demissão. Nosso time de articulistas também reforça os temas relacionados ao marketing, educação, política, mercado internacional e negócios, oferecendo opinião de qualidade.

Apostando neste caminho inteligente, a Associação Empresarial de Criciúma (Acic) e as instituições de Ensino Superior da região Sul criaram a ExpoMais – Congresso Sul Brasileiro de Marketing, Administração, Inovação e Sinergia - com o propósito de trazer conhecimento, questionamentos e respostas à sociedade organizada. A segunda edição do evento, que ocorrerá nos dias 25 e 26 de outubro, contempla gestores, empresários, empreendedores e estudantes, que buscam diferenciais competitivos.

A revista traz ainda as principais atividades realizadas pela associação no primeiro semestre com destaque para as ações do Projeto Cultura Acic e dos Núcleos Setoriais. Com orgulho, também compartilhamos o bom desempenho apontado pela Acic. A entidade registrou crescimento superior as demais associações empresariais do Estado em número de associados nos últimos dois anos, se destacado mais uma vez como referência para o Sul do Estado.

A presença neste evento será indispensável para

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Su má rio 8 Palavra do Presidente 16 Opinião Lúcia Búrigo 23 Opinião Patrice Gaidzinski 28 Café com Ciência leva informações sobre diabetes, depressão e HPV

29 Escolas na Acic Ciclista Marco Aurélio Tocha fala de sua trajetória de vida aos estudantes

31 Opinião Timóteo Farias 44 Opinião Gildo Volpato

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ExpoMais

Reforma Trabalhista

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Agenda intensa de exposições e apresentações marca edição deste ano

Empresários buscam qualificação para fortalecer os negócios

Exportação é aposta do setor cerâmico para contornar a crise

Referência no Estado, setor químico caminha em busca da excelência

45 Opinião Marcelo Raupp 46 Reuniões da diretoria da Acic

Cultura Acic

50 Observatório Social investe em ações para reduzir gastos públicos

52 Entidades iniciam movimento para

Núcleos Acic

fomentar as tradings da região

54 Sicredi Sul SC: 18 anos marcados pela cooperação

56 Acic firma parcerias com a Agemed e a Uniodonto

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53

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Acic registra crescimento superior as demais associações do Estado

Presidente da Câmara de Comércio Exterior da Fiesc Maria Teresa Bustamante

Moacir Pereira

Entrevista

Opinião

EXPEDIENTE A Revista Liderança Empresarial é uma publicação da Associação Empresarial de Criciúma. Textos e edição: Deize Felisberto JP/SC 02715 Editoração: Rodrigo Lodetti | Fotos: Deize Felisberto e Divulgação Contatos: (48) 3461 0900 – imprensa@acicri.com.br Colaboradores: César Smielevski, Joselito Pizzetti, Marcelo Raupp, Timóteo Farias, Gildo Volpato, Lúcia Búrigo, Patrice Gaidzinski, Moacir Pereira, Ápice Comunicação, Giovana Pedroso – Assessoria de Comunicação e Marketing do Sicredi Sul SC, Assessoria de Imprensa do Observatório Social e Michele Picolo – Assessoria de Imprensa do Bairro da Juventude. Comercial: Vilma Martinhago, Bruno Henrique Pereira e Franck Filippi. ACIC - Associação Empresarial de Criciúma Rua Ernesto Bianchini Góes, 91, Próspera, Criciúma - SC – CEP: 88815-030



Palavra do Presidente C É S A R

S M I E L E V S K I

C

onvivemos no Brasil com certos paradoxos que explicam nossas atuais mazelas e, infelizmente, tornam menos promissora nossa expectativa de futuro. Em termos de tributação, pratica-se em nosso país, uma das mais altas taxas do mundo, em torno de um terço de toda a riqueza gerada pela nação, patamar comparado a alguns países nórdicos, conhecidos internacionalmente pela qualidade dos serviços públicos que oferecem. Conquanto, a oferta de saúde, educação, segurança e infraestrutura à população brasileira, não atinge o mínimo do que poderíamos considerar como satisfatório. Nossa arcaica legislação trabalhista era outro destaque no rol de absurdos. Enquanto discutíamos com as instituições de ensino o desafio de preparar nossos jovens para profissões que, pela dinâmica da economia, nem sequer existem, era preciso prostrar-se à um conjunto de leis (CLT), criadas na década de quarenta, sob uma realidade e contexto que não possuem qualquer relação com o atual momento. A reforma trabalhista que entrará em vigor em novembro é bem-vinda, porém, com décadas de atraso. Os quase 100 itens da CLT que

D I R E T O R I A César Smielevski P R E S I D E N T E Valcir José Zanette V I C E - R E S I D E N T E Edmilson Zanatta S E C R E T Á R I O Carlos Antônio Ferreira T E S O U R E I R O Alexandro Willeman da Silva Celito Heinzen Cardoso Eduardo Zini Bertoli Enéas da Silva Ribeiro Flávio Spillere Júnior Luciane Ceretta Gilmar Menegon

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tiveram algum tipo de mudança, regimentarão a flexibilidade, essencial na contratação de serviços ou empregos, pois propícia segurança jurídica. A reforma destrava alguns pontos que historicamente transformaram-se em limbos que prejudicavam o maior interessado, o trabalhador. É o caso da contratação por demanda ou do trabalho intermitente, aquele em que a prestação não é contínua, intercalando períodos entre sua execução. Na nova configuração da lei, essa modalidade que vem crescendo muito face as novas características do mercado de trabalho, poderá ser contratualizada de forma crível e simplificada. Antes, nessa relação específica de trabalho, vigorava a informalidade, o que em suma perdiam todos: o estado, por não recolher as contribuições previdenciárias, o trabalhador, a descoberto de seus direitos elementares e o empregador a mercê de leis confusas, sujeito a um passivo trabalhista. Para o desenvolvimento de um país, agilidade, competitividade e segurança jurídica são fundamentais. Aprovada recentemente, a reforma trabalhista contribuirá muito para isso. Que outras venham, com o mesmo objetivo e mais rapidez.

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Ilka Barato Marcelo Vieira de Sá Maria Salete Budni Milanezi Mario Henrique Soratto Gaidzinski Miriam Pinto Schelp Moacir Dagostin Paulo de Moura Ferro Rafael Antunes Rodrigo Fontanella Zalmir Antônio Casagrande

DIRETORIA EXECUTIVA

Maria Julita Volpato Gomes executivo@acicri.com.br ASSESSORIA DE IMPRENSA

Deize Liliane Felisberto imprensa@acicri.com.br instagram.com/acicri facebook.com/associacaoempresarialcriciuma



C O N H E C I M E N T O

ExpoMais 2017: perguntas e respostas que movem o mundo têm encontro marcado Jornalista Eliane Cantanhêde é um dos nomes que integram o leque de profissionais para debater os eixos de Administração, Sinergia, Inovação e Marketing

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rise econômica, caos na política brasileipresarial de Criciúma (Acic). A segunda edição do ra, reação em alguns setores enquanto evento é fruto de uma cocriação entre Acic, CDL, outros ainda patinam. Não faltam temas Esucri, IFSC (Criciúma), SATC, Sebrae, Senac, Se(e perguntas) aos empresários da nosnai, Unesc, Unibave, Unisul e UFSC (Araranguá). sa região. Quais são as tendências de comporO evento terá seis palestras princitamento da nossa economia? Quais pais: Fernando Kimura (Marketing), oportunidades essa crise oferece? “A programação Eliane Cantanhêde (Administração), Aonde, quando e como podemos deste ano evoluiu Lala Deheinzelin (Inovação), Renato inovar? Tão importante quanto formular bons questionamentos, é co- para uma experiência Stefani (Sinergia) e Alexandre Barbosa (Palestra Mais). Além disso, outros meçar a encontrar respostas que mais dinâmica espaços estarão à disposição do púnorteiem a atuação dos nossos empreendedores. A ExpoMais surgiu em entres as atividades blico para apresentação de projetos, debates, práticas inovadoras e con2016 para oferecer essa experiência propostas” fraternização. e em 2017 o evento ganha ainda mais peso e imersão nos desafios do Timóteo Farias, De acordo com Timóteo Farias, que mercado. Gestores e profissionais liComissão Organizadora integra a comissão organizadora, a gados às áreas de Marketing, Admiedição 2017 será ainda mais complenistração, Inovação e Sinergia, têm ta. “A programação deste ano evoluiu para uma encontro marcado com algumas respostas para experiência mais dinâmica entres as atividades as suas inquietações. A ExpoMais 2017 acontece propostas. Criamos um grupo de trabalho que nos dias 25 e 26 de outubro, na Associação Em-

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está fazendo a curadoria de todo conteúdo para que os eixos de atuação do evento sejam complementares, otimizando ainda mais o tempo de cada dia”. “Inclusive queremos flexibilizar a participação conforme a disponibilidade e interesse dos participantes. Manteremos as atividades paralelas trazendo profissionais de mercado para compartilhar experiências, abrindo espaço para interação e troca de conhecimento”, explica. Conforme Mariesa Toldo (Esucri), também organizadora, o conteúdo da ExpoMais contempla gestores e empreendedores que buscam diferenciais competitivos. “Nos dois dias do evento serão atendidas as demandas do dia a dia das organizações, além de trazer tendências e novas formas de pensar e organizar negócios e carreiras. Sobretudo em tempos de crises e adversidades que deixam os negócios cada vez mais vulneráveis, a ExpoMais é imperdível”. PREPARADA PARA O GRANDE PÚBLICO A ExpoMais tem números expressivos, como os mais de 800 seletos expectadores. Serão mais de 40 horas de atividades simultâneas, mais de 50 facilitadores, 33 atividades e seis palestrantes de renome nacional e internacional.

Palestrantes Fernando Kimura Marketing

Profissional de marketing, blogueiro, fundador da Academia Neuromarketing, consultor de tecnologia, comunicação e negócios.

Eliane Cantanhêde Administração

Jornalista, colunista de “O Estado de S. Paulo” e comentarista do telejornal “GloboNews Em Pauta” e das rádios Estadão e Metrópole.

Lala Deheinzelin Inovação

Futurista e pioneira no setor da economia criativa com sustentabilidade. Também coordenou a primeira pós-graduação em Economia Criativa e Colaborativa da ESPM e foi cofundadora do Núcleo de Estudos do Futuro da PUC-SP.

Renato Stefani Sinergia

Empreendedor, growth hacker e fundador do HackLife. Especialista em futurismo e tecnologias exponenciais pela Singularity University, na Califórnia.

Alexandre Barbosa Palestra Mais

Superintendente de Riscos e economistachefe do Banco Cooperativo Sicredi.

Para Lúcia Búrigo (CDL), que também integra a comissão organizadora, a expectativa é de casa cheia nos dois dias, e por isso os trabalhos já se intensificaram. “O grupo operacional já está trabalhando na organização das necessidades e no acolhimento deste público. Vamos seguir com a plenária maior para as palestras âncoras, no Auditório Jayme A. Zanatta, e para as atividades paralelas queremos otimizar ao máximo a movimentação do público”, comenta. “O participante assiste palestras, mas também atua nos laboratórios, participa de debates e fortalece contatos empresariais. A Acic tem um espaço propício para atender à dinâmica do evento”, completa Lúcia. OPÇÕES DIFERENCIADAS DE INGRESSOS A venda de ingressos também contará com opções diferenciadas para a edição 2017. “Teremos opções separadas para cada dia e também estamos montando pacotes empresariais para a participação de colaboradores por eixo temático e disponibilidade de tempo dentro de suas atividades. Mesmo assim, vamos manter a venda do passaporte completo. Assim como no ano passado, junto ao lançamento do evento, teremos a pré-venda de ingressos por meio de um crowdfunding (financiamento coletivo)”, explica Timóteo Farias.

Outras Atividades CASE MAIS Apresentação dos projetos com maior êxito nas áreas abordadas pela ExpoMais. Inspiradoras referências para fazer sempre melhor.

PAINEL MAIS Assuntos de todas as vertentes propostas pelo evento serão aqui debatidos pelos respectivos especialistas junto ao público.

DIÁLOGO MAIS Interessantes debates entre experts e participantes, sempre tendo como tema a especialidade de cada convidado. A interação de todos será o grande diferencial.

LAB MAIS É neste ambiente que tudo poderá ser colocado em prática, podendo todos interessados exercitar as metodologias ensinadas, assim como expor suas habilidades junto às ferramentas e técnicas abordadas na ExpoMais.

SALA DE CONVERGÊNCIA Compartilhamento de experiências, interação ou simplesmente um bate-papo informal fazem deste ambiente o melhor lugar para descontrair sem perder o foco profissional. Perfeito para networking.


N O V A

C L T

Reforma trabalhista moderniza as relações de trabalho Lei representa um avanço a retomada do crescimento e a desburocratização dos processos de admissão e demissão

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m vigor a partir de 1º de novembro, a reforma trabalhista é um marco para a história recente do Brasil. Com a proposta de modernizar as relações de trabalho, a Lei nº 13.467, representa um avanço para a competitividade e chega em um momento importante da economia brasileira, contribuindo com retomada da geração de empregos. “Entendemos que com as reformas não teremos perdedores, todos serão vencedores”, frisa o presidente da Acic, César Smielevski. Um dos eixos centrais da reforma é a liberdade de negociação entre empregadores e empregados, o que for negociado prevalece sobre o legislado, permitindo que acordos trabalhistas modifiquem pontos da lei. Poderão ser negociados jornada de trabalho, intervalo de almoço, registro ponto, entre outros pontos. “Participei da equipe que escreveu a lei trabalhista e a fizemos com muita responsabilidade. A reforma trabalhista não tira nenhum direito trabalhista. Ela veio para fortalecer a carteira de trabalho e gerar empregos”, enfatiza, o juiz do trabalho, natural de Itajaí, Marlos Melek, um dos redatores do projeto de lei, que divulgou vídeo, por meio das redes sociais, apoiando a modernização da CLT.

As pautas concernentes às reformas trabalhista e previdenciária também foi pauta de um encontro promovido pela Associação Empresarial de Criciúma (Acic) com o deputado Ronaldo Benedet (PMDB) no mês de maio. No encontro participaram, os representantes dos sindicatos patronais, associações empresariais da região e representantes da Regional Sul da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc). A favor das reformas, a Acic promoveu o encontro para solicitar aos deputados da região Sul catarinense posicionamento favorável à aprovação das reformas. Os parlamentares Jorge Boeira (PP) e Geovania de Sá (PSDB), convidados para a reunião, justificaram a ausência em função de outros compromissos agendados. “É necessário uma modernização do país e, para isso, nós convidamos os nossos deputados. Todos nós estamos preocupados com a situação do país e com a necessidade dessa modernização que passa por uma série de reformas”, colocou o presidente da Acic, César Smielevski. O deputado federal Ronaldo Benedet reforçou em seu discurso o posicionamento favorável às reformas e também destacou aos empresários que sejam incisivos para demonstrar a sociedade a importância do setor industrial para o crescimento e desenvolvimento do país.

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Principais Alterações da

Reforma Trabalhista 1

Prevalência do negociado sobre o legislado

2

Concede efetivo valor a negociação coletiva de trabalho (acordo ou convenção coletiva do trabalho).

Acordo Individual de Trabalho

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Também permitiu o acordo individual de trabalho (patrão + empregado), para algumas poucas situações. Exemplo: Banco de Horas – máximo 6 meses ou acordo de compensação de jornada para compensação no mesmo mês. A prestação habitual de horas extras não mais descaracteriza o acordo de compensação de jornada e banco de horas.

Intervenção mínima do Judiciário no negociado O Judiciário deverá apenas examinar a conformidade dos elementos essenciais para a validade do negócio jurídico em si (princípio da intervenção mínima sobre o acordo de vontades).

Empregado com nível superior que receba salário igual ou superior a duas vezes o teto dos benefícios do INSS, poderá negociar com o empregador. Negociação terá o mesmo efeito que um acordo ou convenção coletiva de trabalho.

Exceto: Seguro Desemprego, FGTS, salário mínimo, 13º salário, férias, adicional noturno, adicional insalubridade e periculosidade, salário família, repouso semanal remunerado, adicional hora extra mínimo de 50%, licença maternidade e paternidade, aviso prévio, etc.

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3

Negociação com empregado de nível superior

Regulamentou formas de trabalho ainda não previstas na legislação Trabalho Intermitente: Aquele com intermitência na prestação de serviços em horas, dias ou meses, independente do tipo de atividade (exceto aeronautas).

Teletrabalho: Prestação de serviços preponderantemente fora da empresa, com utilização de tecnologias de informação/ comunicação e que, por sua natureza, não se constituam em trabalho externo.

Contrato deve ser por escrito. Valor/hora deve ser igual aos demais empregados.

Deve constar no contrato de trabalho, com indicação das atividades que serão realizadas.

Convocação do empregado três dias antes, informando qual a jornada, etc.

Poderá haver alteração entre regime presencial e teletrabalho por mútuo acordo, ou alteração do regime de teletrabalho para o presencial por vontade única do empregador.

Empregado pode recusar até um dia útil antes. Quem descumprir pagará multa 50% da remuneração que seria devida.

Aquisição/manutenção de equipamentos e infraestrutura e reembolso despesas, serão acordadas em contrato e não integram a remuneração. Empregado não terá direito a horas extras.

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Comissão de representantes de empregados Para empresas com mais de 200 empregados. Eleição de comissão para representar os empregados para promover entendimentos com empregador, buscar solução para conflitos, encaminhar reivindicações, promover diálogo, etc. Comissão terá mandato anual (sem direito a reeleição nos dois anos seguintes). Comissão tem direito a estabilidade de um ano a partir término do mandato.

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Outras alterações importantes Rescisão do contrato por mútuo acordo (metade do aviso prévio se indenizado e metade da multa de 40% sobre FGTS e integralidade das demais verbas. Empregado saca 80% do FGTS. Não poderá receber Seguro Desemprego. Previsão de Indenização por Danos Morais de 03 a 50 vezes o salário do ofendido. Permissão de trabalho da mulher grávida e lactante em atividade insalubre de grau mínimo ou médio, salvo se ela tiver atestado do seu médico indicando não ser possível o labor. Permite a empresa pagar prêmios aos empregados que mais se destacam.

Multa por litigância de máfé, inclusive aplicáveis as testemunhas. Despesas processuais também por conta do empregado (honorários periciais e advocatícios/ sucumbenciais). Previsão de homologação perante a Justiça do Trabalho de acordo extrajudicial, devendo a empresa e empregado estar representado por advogados. Horas in itinere; empresa pode fornecer transporte, inclusive gratuito, sem que isso seja considerado como horas de trabalho.

Contratação de autônomo sem vínculo de emprego. Férias podem ser divididas em três períodos (um não inferior a 14 dias e os demais, não inferior a cinco dias). Não é mais necessária a homologação da rescisão perante o sindicato. Intervalo intrajornada (descanso/refeição) não concedido ou concedido parcialmente, implica no pagamento apenas do período suprimido, e tem natureza indenizatória.

Contribuição Sindical Facultativa.

Fonte: Advogado Carlos Eugenio Benner – Assessoria Jurídica da Acic


E M

B U S C A

D E

C R E S C I M E N T O

Com inovação e investimento, setor cerâmico contorna período de recessão Foco no crescimento das exportações tem sido uma das estratégias para aumentar as vendas

Q

ueda nas vendas, aumento dos níveis de estoque e linhas de produção paradas. Essas são algumas das dificuldades que o setor cerâmico vem enfrentando durante o período de recessão econômica brasileira. Para enfrentar esses obstáculos, as empresas cerâmicas da região Sul têm apostado naquilo que melhor fazem e que as tornaram referência nacional e internacional, produtos de qualidade. É com este diferencial que o setor também trabalha para aumentar as exportações, caminho para elevar as vendas neste ano. “Diante deste cenário de recessão, temos procurado diversas iniciativas. Como não deixar de participar das feiras setoriais como a Revestir, em São Paulo, e a Converings, nos Estados Unidos e outras ações do setor para exposição e promoção dos produtos. Uma das vertentes têm sido a exportação. Temos nos empenhado em buscar alternativas de exportação. Muitas empresas que não exportavam estão se estruturando, e aquelas que já faziam estão investindo mais”, destaca o presidente do Sindicato das Indústrias Cerâmicas de Criciúma e Região (Sindiceram), Paulo César Benetton.

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Conforme o presidente, essa retomada exportadora é muito mais demorada do que normalmente ocorre com o mercado interno. “Se fizermos uma iniciativa lá em Porto Alegre, por exemplo, rapidamente conseguimos nos reposicionar. Se formos realizar isso nos Estados Unidos e na Europa, a escolha de produtos ocorre somente meses depois, exige mais tempo’, esclarece. Benetton explica que um dos comportamentos do setor cerâmico em meio à crise foi regular a demanda de produtos. “Uma das alternativas foi parar linhas de produção para que pudéssemos nos regular a demanda, mas que, desta forma, não destruiríamos o valor dos produtos, atitude que não resolve a médio e longo prazo”, pontua. PERFIL DO SETOR FAVORECE AS EXPORTAÇÕES A tradição exportadora, agregada aos produtos de alta qualidade e uma mão de obra qualificada, são os diferenciais da indústria cerâmica da região para alcançar a meta de crescimento nas exportações. Atualmente, a exportação representa de 10% a 12% do faturamento das empresas. De acordo com o levantamento feito pela Associa-


o que afeta o consumo. Se o setor da construção civil melhora, a um reflexo direto na construção e no setor cerâmico como um todo”, acrescenta. SINDICERAM APOSTA EM NOVA ATUAÇÃO

“Temos nos empenhado em buscar alternativas de exportação. Muitas empresas que não exportavam estão se estruturando, e aquelas que já faziam estão investindo mais” Paulo César Benetton, Presidente do Sindiceram

O Sindiceram tem sido um grande aliado das empresas ao longo de seus 43 anos de existência. “Todas as questões que envolvem o setor são discutidas pelo sindicato, que integra as principais indústrias do segmento na região. Estamos iniciando uma nova fase com a chegada do diretor executivo, Alexandre Zugno, com o propósito de dar mais representatividade, com um profissional que possui experiência no setor”, explica Benetton. Segundo ele, esta iniciativa faz parte do planejamento estratégico do sindicato para tomar caminhos, especialmente, no que diz respeito a projeção e crescimento do segmento nos próximos anos. Atualmente, o Sindiceram conta com três comitês direcionados as áreas de Recursos Humanos, Energia e Tributária, que atuam na troca de informações, buscando competitividade e conhecimento. “Muitas iniciativas desses comitês já refletiram positivamente para todas as empresas”, pontua o presidente. O sindicato também foi homenageado, recentemente, pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) com a medalha Mérito Sindical na categoria Ouro pelos 40 anos de filiação a federação. MELHOR INFRAESTRUTURA

ção Nacional dos Fabricantes de Revestimentos Cerâmicos (Anfacer) a projeção do setor do país para este ano é ampliar em 12% as exportações. “Nosso grande diferencial é a busca constante pela inovação, design, tecnologia. É isso que faz com que sejamos reconhecidos mundialmente pelos produtos de qualidade”, reforça.

Entre as ações de desenvolvimento e melhoria da competitividade do setor, Benetton destaca ainda o apoio logístico com uma infraestrutura adequada para o escoamento da produção. Além disso, as políticas governamentais para facilitar o acesso ao crédito e a desoneração tributária na compra de equipamentos. SETOR CERÂMICO NA REGIÃO

PERSPECTIVAS DE CRESCIMENTO INTERNO Com a retomada da economia, o que se espera é que o grande déficit habitacional brasileiro seja amenizado. O crescimento do setor cerâmico está muito atrelado ao da construção civil, principal motor do crescimento econômico. “A população está sem recursos financeiros para comprar,

12 Empresas

5 mil

colaboradores


O P I N I Ã O

Quem tem medo do novo? L Ú C I A

A

B Ú R I G O

de humor. Santo Big Data. Milhares de dados a letra da música antiga denuncia: o novo disposição de quem deveria entender para melhor sempre vem. E vem com tudo. A inovaatender, porém sem paciência para ler e compreção atropela as organizações trazendo ender. Back to the basic, você sabe. E é só assim novas maneiras de pensar, ser e agir. Isso que a magia se faz. Compreender as tensões do assusta a sua empresa? Balança a sua avaliação cliente é o quadro mais desafiador que uma orfrente a concorrência? Faz tremer os seus colaganização tem a enfrentar, esteja ela ou não boradores? A inovação se transformou num imersa neste novo momento. Fazer com dilema neste mundo veloz pós-digital que que ele seja seu principal aliado para impõe a disrupção como um desafio, a fortalecer o indicador de que 50% das evolução exponencial como prática e decisões de compra são baseadas a escalabilidade como meta. Não dá em buzz é uma tarefa necessária e para ficar parado, mas ao se mexer para qual ainda parecemos cegos. por qual caminho trilhar? Sossegue seu coração inquieto, mesmo que Não falta quem tente mostrar, estemporariamente, para ler esse artiperançoso de que se entenda a go. Todos estão no mesmo barco e mensagem: é com humanos que o improvável está quebrando todas se lida nesse processo. Embora os as barreiras tradicionais. Então, seja chat boots estejam respondendo bem-vindo a um mundo de novas as indagações mais prementes, aine fortes emoções. Transformar é da é com gente que a interação se a bola da vez e é algo com o qual dá. Sinceramente, ao ouvir queixas você emergencialmente precisa sobre resultados que estão aquém “Compreender as atuar. É ali que pode estar a sua do esperado não me surpreendo. chave da virada. tensões do cliente é o Poucos são os que abrem o coIncorporar a cultura digital está quadro mais desafiador ração e legitimamente procuram deixando a todos de cabelos para a singularidade tão decantada por que uma organização marqueteiros que mal sabem defio alto. E não é para menos. Esse universo mutante que envolve as tem a enfrentar, esteja nir o perfil de seu público. Se não empresas deixou tudo muito fluiconheço, não cativo. do e assustador. O cenário no qual ela ou não imersa neste Por fim, tente lembrar da frase de estamos inseridos exige mudanças novo momento” Jim Collins, em que ele menciona gerenciais radicais. As variáveis são que “tentar motivar as pessoas é o maior desperdímuitas e colocam indagações sobre como se dará cio de tempo e de dinheiro. Basta que as empresas a relação com os fornecedores, com os concorparem de desmotivá-las”. Mas, isso, certamente, rentes, com as equipes e suas demandas por lírenderia outro artigo. A ExpoMais será um momenderes com competências que precisam estar cato todo próprio para se conectar com questões libradas com os novos tempos. Mas, sobretudo, a essenciais como as que foram levantadas aqui. Se grande questão reside na relação com o cliente. A você é um inconformado, questionador e otimista mudança no seu comportamento sinaliza que há traga suas inquietações para dividir com pessoas, uma obsolescência entre o seu nível de exigência que como você, estarão participando deste evene o tempo de resposta das organizações. to. Nos vemos por lá. Até, breve. O impacto da demora nos retornos e na implantação de processos mais ágeis, com pessoas prepaLúcia Búrigo, radas para lidar com clientes cujos perfis precisam Consultora e professora de Marketing & Comunicação, Produtora e apresentadora do podcast Varejo em ser identificados rapidamente, são fundamentais Pauta - FCDL/SC, Coordenadora de Marketing da CDL para compreensão de características que vão do Criciúma. entendimento de hábitos de consumo ao estado

16 Liderança Empresarial



A V A N Ç O

Referência no Estado, setor químico caminha em busca da excelência Segmento tem se aproximado da academia para avançar nas soluções e na tecnologia

C

om uma indústria bastante diversificada, o setor químico da região Sul produz desde tintas, solventes, resinas, cosméticos e colorifícios, destacando-se por ser o maior polo industrial do segmento no número de estabelecimentos e colaboradores no Estado. As maiores empresas de colorifícios de Santa Catarina também estão instaladas na região. De toda a produção nacional de tintas, 12% é produzida no Sul. As empresas da região, que transformaram o setor em destaque, buscam constantemente o avanço em seus processos e miram a excelência. “A busca pela capacitação, aperfeiçoamento e a aproximação com a academia têm sido algumas das nossas ações para tornar a região realmente um polo reconhecido e renomado”, destaca o presidente do Sindicato das Indústrias Químicas do Sul Catarinense (Sinquisul), Edilson Zanatta. “Existe uma preparação setorial em busca do novo. Um exemplo é a importação, de grande parte das empresas, por matérias-primas de países mais competitivos”, acrescenta.

presas e os coordenadores dos cursos de Química. Queremos estreitar cada vez mais essa relação. Lançamos um desafio com os coordenadores para que estimulem os futuros profissionais a desenvolverem em seus trabalhos de conclusão de curso temas que tragam soluções e inovações para o setor”, reforça o presidente do Sinquisul. Além do Comitê Técnico, o sindicato debate as ações de treinamento e capacitação com a formação do Comitê de Recursos Humanos. Em breve, será formado ainda o Comitê de Segurança no Trabalho.

“A busca pela capacitação, aperfeiçoamento e a aproximação com a academia têm sido algumas das nossas ações para tornar a região realmente um polo reconhecido e renomado”

COMBATENDO A CRISE E OS PROBLEMAS DE INFRAESTRUTURA Assim como a maioria dos setores, o segmento químico também vem sofrendo com a recessão econômica. Demissões e fechamento de unidades fabris têm sido situações registradas nos últimos anos. Para enfrentar tudo isso, as empresas têm buscado se reinventar. “A parte positiva da crise é que nós nos reinventamos. Começamos a fazer coisas que nunca havíamos pensado em fazer”, pontua o diretor da Torrecid do Brasil, Luiz Nuno Correia. “As empresas que estão conseguindo se manter vivas é porque estão fazendo bem o dever de casa”, completa o empresário da Omnes Cosméticos, Andres Pesserl.

Para fomentar essa busca pela excelência, o sindicato promoveu, no mês de março, pelo segundo ano, o Fórum da Indústria Química Sul Catarinense, que tem se consolidado como um grande evento para atualiConforme o presidente do Sinquisul, zar o setor e aproximar a indústria das além de todas as dificuldades deste instituições de ensino. “O fórum criou período econômico brasileiro, o setor um debate muito importância sobre também sofre, com problemas de loo setor, aproximando os acadêmicos gística e infraestrutura. “O Sul é muito da indústria, que são estimulados a Edilson Zanatta, eficiente. Temos que competir com pensar as dificuldades e avanços da Presidente do Sinquisul São Paulo estando a mil quilômetros área”, coloca Zanatta, reforçando que de distância, muitas matérias-primas nesta edição, os melhores trabalhos vêm de lá e, posteriormente, os produtos retornam desenvolvidos pelos acadêmicos foram reconhecipara serem comercializados. Realmente há um dedos durante o fórum. safio logístico muito grande, temos uma estrutura bem montada de gestão para conseguirmos comA aproximação da indústria com a academia, tem petir com essa questão logística desfavorável”, exsido uma das ações do Comitê Técnico do sindicaplica. to. “Por meio do comitê técnico reunimos as em-

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Para o diretor da Torrecid, deveria haver um incentivo maior do Poder Público para que empresas catarinenses permaneçam aqui. “É importante que tenhamos os serviços para que sejamos competitivos, incluindo boas rodovias, portos, ferrovias, energia. Toda essa infraestrutura precisa ser melhor do que em outros estados, senão há uma tendência de deslocamento para outras regiões”, destaca Correia. Atualmente, 70% dos clientes da multinacional estão fora de Santa Catarina.

CRESCIMENTO DA EXPORTAÇÃO Com as vendas voltadas para o mercado interno, o setor também busca crescer no mercado internacional. De acordo com Zanatta, algumas empresas já planejam montar sucursais em alguns países da América Latina. “O mercado interno é tão volumoso, tão prioritário, que a exportação acaba ficando de lado. Não temos a cultura de exigir metas de exportação das nossas equipes. Se houvesse uma exigência maior, hoje poderíamos ter um nível diferente diante dessa crise”, conclui Pesserl.


Foto: Noturno/TudoEhFesta

C A P A C I T A Ç Ã O

Experiência do consultor da Disney reúne 500 pessoas na Acic Mike Donnelly explicou porque o maior parque de diversões do mundo é referência em atendimento

“Quando se trabalha com cerca de 60 mil pessoas, número de funcionários nos parques da Disney, precisamos ter duas situações bem claras, tarefa e comunicação, que precisam ser contínuas e consistentes. Entretanto, na cultura de serviço o propósito precisa estar acima da tarefa. Veja só, o pai compra um sorvete para a filha e ao entregá-lo a criança o deixa cair, imediatamente ao perceber isso o funcionário da Walt Disney providencia um novo sorvete. Com este gesto criamos felicidade, alegria para aquela família e essa história será contada na volta da viagem, acabamos de criar uma conexão emocional com essas pessoas”, explica.

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Durante quase duas horas de palestra, Donnelly deu vários exemplos de como a Disney fideliza os clientes e também, por meio de dinâmicas, convidou o público a montar seu próprio plano para aumentar a fidelidade dos seus clientes. O evento, que ocorreu no mês de abril, teve a promoção da Acic e da Unicred, com o apoio da Associação de Dirigentes Lojistas (ADVB) de Santa Catarina.

Foto: Noturno/TudoEhFesta

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experiência do consultor do Disney Institute, o americano Mike Donnelly, atraiu quase 500 pessoas, ao auditório Jayme Zanatta, na sede da Acic. Com a palestra “Como encantar clientes – Estilo Disney”, Donnelly explicou como um dos maiores parques de diversões do mundo, o Walt Disney World, encanta milhões de pessoas diariamente sendo referência em atendimento ao cliente.



Q U A L I F I C A Ç Ã O

Treinamento qualifica gestores sobre governança corporativa nas empresas familiares Curso reuniu os acionistas e assessores da alta gestão de empresas de Criciúma e região

O

s acionistas e assessores da alta gestão de algumas empresas da região realizam durante o período de 02 a 05 de maio um treinamento sobre governança corporativa nas empresas familiares promovido pela Associação Empresarial de Criciúma (Acic). “É uma grande alegria oferecermos este treinamento direcionado aos acionistas das empresas de Criciúma e região. Quando pensamos neste bloco chamado de Espaço Corporativo, Colaborativo e Cultural Iara Gaidzinski, no qual ocorreu o curso, pensamos num projeto que fosse diferenciado em termos de capacitação às empresas para fortalecer a competitividade das nossas organizações, atingindo todo o organograma das empresas”, destaca a diretora executiva da Acic, Julita Volpato.

necessário profissionalizar e trabalhar a família. A família precisa ser vista com o mesmo cuidado que se olha o negócio”, explica a especialista no assunto e facilitadora do treinamento, Patrice Gaidzinski.

“A família precisa se transformar em uma família empresária e, para isso, existe todo um trabalho que a família precisa se propor a re“Estudos mostram alizar para que realmente o negócio prospere e se perpetue”, completa a que não adianta psicóloga Debora Mabel Sônego Búfazer somente a rigo, também facilitadora da capacitação.

profissionalização da gestão, é necessário profissionalizar e trabalhar a família”

Conforme Patrice, a empresa familiar é comprovadamente o modelo de organização com maior lucratividade e melhor retorno aos seus acionistas. “Isso ocorre por uma série Patrice Gaidzinski, de fatores como a proximidade de especialista em governança gestão e de administração, tomada de decisões rápidas e também em corporativa familiar Com o intuito de introduzir os conmomentos difíceis a família acaba ceitos básicos de governança corporativa familiar bancando o negócio. Com tudo, ela tem uma séaos gestores, a capacitação esclareceu porque a rie de características próprias que é exatamente a gestão de uma empresa familiar é diferenciada, influência familiar na gestão e isso pode trazer dipropondo reflexões e mudanças no dia a dia do ficuldades, muito pelo ponto de vista das emocionegócio. nais”, esclarece a especialista. “A gestão da empresa familiar ainda não é nenhuma ciência, mas, atualmente, temos muitos estudos que mostram que não adianta fazer somente a profissionalização e crescimento da gestão, é

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Além das especialistas Patrice Gaidzinski e Debora Mabel Sônego Búrigo, o advogado Carlos Humberto Amodeo também participou como facilitador do treinamento.


O P I N I Ã O

Governança Corporativa nas empresas familiares P A T R I C E

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esquisas sobre o desenvolvimento das empresas e países mostram que a economia mundial é impulsionada por negócios realizados em família. Esta força empreendedora emprega, somente no Brasil, de 50% a 60% da mão de obra em atividade, além de ser responsável por quase 80% do Produto Interno Bruto nacional. Não há como negar a influência da empresa familiar na economia nacional brasileira. Para tal, é imprescindível conhecer a empresa familiar e suas características distintas quando comparadas a uma empresa não familiar. As peculiaridades quanto à gestão, a família fundadora do negócio, o cuidado com o patrimônio, o processo de sucessão e continuidade das empresas familiares através das gerações necessitam ser entendidos e administrados. A empresa familiar é sempre um ideal que deu certo, concretizado por um fundador. Contudo, a continuidade dos negócios familiares através das gerações da família empreendedora tem sido um desafio. Mais de 85% das empresas familiares em todo mundo têm dificuldades de continuarem prósperos e de sucesso a partir da 3ª geração da família acionista controladora. A Governança Corporativa é um conjunto de mecanismos criados para garantir que os acionistas tenham o controle da gestão de seus negócios e melhor retorno sobre seu investimento. No entanto, o seu significado na prática vai além disto. A Governança Corporativa é um conjunto de princípios e conceitos que buscam proteger os acionistas dos potenciais abusos que podem ser cometidos pela diretoria, pelos executivos, pelos conselheiros e até mesmo pelas auditorias externas. A Governança Corporativa é um sistema de relacionamento entre os proprietários, o Conselho de Administração ou Consultivo, a Diretoria e seus órgãos de controle, que organiza e monitora as boas práticas de gestão. Com princípios e objetivos claros, a Governança Corporativa cumpre a finalidade de preservar e otimizar o valor das organizações, facilitando o seu acesso ao capital e contribuindo para

G A I D Z I N S K I a sua longevidade. As estruturas e os pilares da Governança Corporativa quando aplicados aos empreendimentos familiares modificam a prática de gestão e de relacionamento das famílias com seus negócios. Isto porque, juntamente com a Governança Corporativa, a Governança Familiar organiza a família na sua relação com os negócios através de regras e processos combinados entre os membros da família, contribuindo para o desenvolvimento do papel e da função do sócio, promovendo a integração de todos. A Governança Familiar se destina a desenvolver a família controladora de forma profissional e orientadora, contribuindo para a reflexão dos membros da família, gerando ações de coesão e diálogos construtivos, fomentando assim o processo de sucessão e a perenidade dos negócios familiares. A Governança Corporativa é hoje no Brasil um tema extremamente importante. O país vive um momento de profunda mudança nas estruturas de poder e das relações das empresas com seus órgãos de controle internos e externos, com o mercado e com o governo. Somente com a verdadeira adoção de práticas transparentes e de prestação de contas é que se atingirá um grau de maturidade e seriedade nas relações de trabalho. O Brasil carece de empresários honestos e dispostos a empregar nas suas empresas medidas corretas de mercado e de relações de trocas de bens e serviços. Somente com a adoção de práticas salutares para o crescimento igualitário de todos, e não somente de poucos, que se mudará o modus operandi das relações de trabalho e de negócios. A família detentora de um negócio familiar é a unidade primeira responsável por refletir e mudar as suas práticas. Famílias que se preocupam com o desenvolvimento de seus membros, orientando-os e, ao mesmo tempo, oferecendo um olhar carinhoso e disciplinado terão muito mais chances de modificar as formas de relacionamento entre si, entre seus funcionários, clientes, fornecedores e investidores, focos principais da Governança Corporativa. Patrice Gaidzinski, especialista em governança corporativa familiar.

Liderança Empresarial 23


Q U A L I F I C A Ç Ã O

Márcio Schultz destaca as competências emocionais para o trabalho em equipe Público lotou a Acic para assistir a palestra com o psicoterapeuta

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menta internacionalmente reconhecida que identifica o estilo de atuação, os elementos motivadores e os desmotivadores para indivíduos e equipes profissionais.

“Para obter o melhor do seu próprio estilo de gestão, é necessário reconhecer seus potenciais e transformá-los em talentos. Isso não significa se tornar outra pessoa e sim focar em estratégias que você sustenta nos 365 dias do ano. Utilizando o Eneagrama na gestão de pessoas, o gestor aumenta a sua habilidade de reconhecer as emoções nas pessoas e a liderá-los conscientemente”, explica.

Foi com base nessa ferramenta que o psicoterapeuta Márcio Schultz desenvolveu o Mapa das 9 Competências Emocionais relacionadas com cada um dos Estilos de Gestão no Eneagrama e que foram detalhadas durante o evento. “Precisamos parar para saber o que aparece na nossa janela mental quando olhamos para a nossa equipe, os defeitos ou as qualidades, uma vez que o natural é enxergarmos somente aquilo que queremos ver, conscientes ou não. Quando reconhecemos tudo isso começamos a trilhar o caminho do autoconhecimento”, explica.

onsiderado a principal referência nacional na utilização do Eneagrama no ambiente corporativo, o renomado psicoterapeuta, Márcio Schultz, esteve na Acic, no mês de março, para falar sobre a utilização da ferramenta.

Conforme Shultz, o Eneagrama é uma ferra-

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Informe Publicitário Informe Publicitário

UpQuery UpQuery proporciona proporciona avanço na na avanço gestão de de dados dados gestão da Rampinelli Rampinelli da Um case de sucesso na área administrativa e Um casefoi de finalizado sucesso nanesse área administrativa e gestão semestre pela gestão foiA finalizado nesse semestreproporpela Up-Query. implantação da ferramenta Up-Query. implantação proporcionou umAnovo modelo da de ferramenta análise de informacionou um novo modelo de análise de informações dentro da equipe de comando na ções dentro da equipe de comando na empresa Rampinelli Alimentos. empresa Rampinelli Alimentos. A indústria de alimentos exige do empresário a A indústria alimentos exige do empresário a tomada dede decisão rápida, com pouco tempo tomada de decisão rápida, pouco que tempo para análise. Porém, não com é sempre as para análise. estão Porém, não é sempre que as informações disponíveis com qualidade informações estão disponíveis com qualidade e agilidade necessária. e agilidade necessária. Neste cenário dinâmico e exigente, a Rampinelli Neste cenário dinâmico exigente, a Rampinelli Alimentos precisava deeuma solução de inteliAlimentos precisava de uma solução inteligência de negócios, tradicionalmentede conhecigência de BI negócios, tradicionalmente conhecida como (do inglês, Business Intelligence), da (do inglês, Intelligence), poiscomo o seuBIprocesso de Business tomada de decisão era pois o seu processo de tomada de era baseado em extrações de dados edecisão confecção baseado em extrações de dados e confecção de uma série de planilhas eletrônicas. Este de uma série deum planilhas Este processo gerava conjuntoeletrônicas. de inconvenienprocesso gerava um conjunto de inconvenientes, como: complexidade no processo de tes, como: complexidade no processo de elaboração de dados para a correta tomada elaboração de dados para a correta tomada de decisão, desconforto das informações de decisão, desconforto das informações geradas, custo que não agregava nada ao geradas, custo que não agregava nada ao profissional responsável pelo processo, dentre profissional responsável pelo processo, dentre outras. A solução UpQuery ofereceu tecnologia outras. A solução UpQuery ofereceu tecnologia de ponta e a possibilidade real de entrega de ponta e a possibilidade real de entrega para toda empresa uma aplicação de BI, com para toda empresa uma aplicação de BI, com um custo muitíssimo inferior ao modelo um custo muitíssimo inferior ao modelo tradicional. tradicional. Agora, com com aa adoção adoção da da ferramenta, ferramenta,todos todosos os Agora, gestores têm acesso direto aos dados em seus gestores têm acesso direto aos dados em seus laptops ou ou celulares, celulares, em em tempo tempo real. real. Geram Geram laptops relatórios analíticos rapidamente e respondem relatórios analíticos rapidamente e respondem com agilidade agilidade àà demanda demandado donegócio. negócio. com A fase fase final final do doprojeto projetocontemplou contemploutoda todaaaanálise análise A de DRE DRE com com informações informações fielmente fielmente extraídas extraídas de do sistema sistema de de gestão, gestão, oferecendo oferecendouma umagrande grande do gama de de análises análises de de rentabilidade rentabilidade ee possíveis possíveis gama pontos de de deficiência. deficiência. pontos

PROCESSO DE DE IMPLANTAÇÃO IMPLANTAÇÃO PROCESSO Os trabalhos trabalhos contaram contaram com com aa participação participação Os intensa da equipe contábil e controladoria da intensa da equipe contábil e controladoria da Rampinelli Alimentos que atuou diretamente Rampinelli Alimentos que atuou diretamente nas definições definições ee validação validaçãodos dosdados, dados,proporproporcionando toda a segurança necessária para cionando toda a segurança necessária para que os os resultados resultados fossem fossemexatamente exatamenteooespeesperado pela pela equipe equipe de de direção. direção.

Durante a implantação foram fornecidos todos os serviços de extração, cargafornecidos de dados criando uma base de Durante transformação a implantação eforam todos os serviços dedados exmultidimensional para realização de pesquisas complexas. tração, transformação e carga de dados criando uma base de dados multidimensional para realização de pesquisas complexas. A Rampinelli Alimentos é um exemplo, assim como de outras empreda região, que temé adotado a ferramenta UpQuery, utilizando-se Asas Rampinelli Alimentos um exemplo, assim como de outras emprede alta tecnologia para colaborar em sua gestão. sas da região, que tem adotado a ferramenta UpQuery, utilizando-se de alta tecnologia para colaborar em sua gestão. Os resultados na gestão de uma empresa que adota esse tipo de Os resultados são na gestão de uma empresa quejáadota esse tipo de metodologia realmente surpreendentes, são percebidos nas metodologia são realmente surpreendentes, já são percebidos nas primeiras semanas. Os números quando são aferidos de forma auprimeiras Os números quando são aferidos de forma automática semanas. tendem a gerar segurança e eficiência, pois não dependem tomática tendem a gerar em segurança e eficiência, não dependem de processos manuais planilhas eletrônicaspois ou cargas de dados. de em planilhas ouem cargas dereal dados. O processos diferencial manuais de se conhecer suas eletrônicas informações tempo pode Oser diferencial de seem conhecer suas críticos, informações em tempo real pode fundamental momentos principalmente no cenário ser fundamental econômico atual.em momentos críticos, principalmente no cenário econômico atual.

A UpQuery além do software de Business Intelligence forneceu Atambém UpQuery além do software de Business a metodologia de implantação, que,Intelligence sem dúvida,forneceu é tão imtambém a metodologia de implantação, que, sem dúvida, é tão importante quanto o software, e se faz necessário a utilização de amportante quanto o software, e se faz necessário a utilização de ambos para que um projeto desse nível tenha sucesso. Unir regras da bos para que um projeto desse nível tenha sucesso. Unir regras da administração e tecnologia da informação nesse contexto de apreadministração e tecnologia da informação nesse contexto de apresentação de informação não é algo simples e precisa de uma métosentação de informação não é algo simples e precisa de uma método muito bem elaborado e profissionais com ampla experiência. do muito bem elaborado e profissionais com ampla experiência.

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“Ainformação informaçãoééum umdos dosativos ativosmais mais “A valiososem emqualquer qualquernegócio, negócio,eeoo valiosos UpQuerytraz trazessa essainformação informaçãoprepreUpQuery cisa,de defácil fácilleitura leituraeede deforma formaráprápcisa, ida,fazendo fazendodiferença diferençana natomada tomadadede ida, decisão” decisão” ThiagoRampinelli Rampinelli––gerente gerentecomercial comercial Thiago daRampinelli RampinelliAlimentos Alimentos da

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C O M U N I D A D E

Café com Ciência leva informações sobre diabetes, depressão e HPV Projeto tem estabelecido um diálogo informal com a comunidade levando orientações a respeito da saúde

O

s encontros promovidos pelo Projeto Café com Ciência, uma parceria da Acic e da Unesc, levou informações e esclarecimentos à comunidade em temas relevantes como depressão, diabetes e HPV. A professora doutora da Unesc Maria Inês da Rosa esclareceu os mitos e verdade sobre o Papilomavírus Humano (HPV), abrindo em abril os encontros de 2017. “Segundo tumor mais frequente na população feminina, atrás apenas do câncer de mama, o de colo uterino é a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil. A estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA) para 2016 foi de 16.340 novos casos. E em 100% deles a doença está relacionada à infecção persistente do HPV”, afirma a professora da Unesc. A edição de maio do Café com Ciência abordou o tema “Diabetes e Exercícios Físicos” com orientação do professor doutor da universidade, Alexandre Pastoris Muller. “O que causa o diabetes mellitus, o efeito da obesidade, dieta e do sedentarismo como fatores principais para o desenvolvimento da doença e também de como os diversos tipos de exercício, aeróbio e anaeróbio auxiliam na prevenção e tra-

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tamento da doença foram assuntos da palestra”, comenta Muller. Já edição do mês de junho do Café com Ciência esclareceu muitas dúvidas relacionadas a depressão. Em uma roda de conversa, o professor doutor da Unesc, João Quevedo, falou sobre preconceitos, prevenção e tratamento da doença. O primeiro ponto a ser frisado, conforme o psiquiatra, especialmente, no tratamento de transtornos psiquiátricos, é a forma como cada indivíduo reage as adversidades da vida. “Existem pessoas mais resilientes do que outras. O que pode ser um trauma para uma pessoa, não é para outra”, explica. No Brasil, a doença afeta 11,5 milhões de pessoas, ou seja, 5,8% da população. O país é o que possui a maior incidência de casos de depressão na América Latina. Os encontros do Café com Ciência ocorrem todos os meses na sede da Acic, com a orientação de professores e pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde (PPGCS) da universidade e têm entrada gratuita.


E D U C A Ç Ã O

Exemplo de superação, Tocha palestra para estudantes Multicampeão de bicicross falou aos alunos sobre sua trajetória de vida no Projeto Escolas na Acic

O

s estudantes das turmas de oitavo e nono anos das escolas municipais de Criciúma Judite Duarte de Oliveira, do Bairro Sangão, e Érico Nonnenmacher, do Bairro Pinheirinho, tiveram uma aula de motivação durante a participação no Projeto Escolas na Acic. O multicampeão de bicicross, Marco Aurélio Tocha falou aos alunos sobre a sua trajetória de vida e os títulos conquistados na carreira, que já soma 22 anos. “Venho de uma origem muito humilde, de muitos obstáculos, porém nunca desisti dos meus sonhos. O segredo do sucesso é ter foco, decisão e ação. Meu conselho é que acreditem em vocês e corram atrás. Muitos não acreditavam na minha determinação e capacidade, porém eu nunca desisti, levantava a cabeça e seguia em frente. Tudo é possível, só vai depender da dedicação de cada um”, ressalta Tocha. Realizado há três anos, o Escolas na Acic faz parte do projeto de educação da entidade, aproximando ainda mais a comunidade das ações realizadas pela associação e ampliando a visão dos estudantes. O projeto também conta com a parceria das Faculdades Esucri. “Nós apoiamos periodicamente a educação e queremos que as escolas estejam aqui conosco. É um prazer recebê-los na Acic. O nosso futuro está ligado diretamente a educação e o pedido que eu faço para vocês é que continuem estudando”, destaca o

presidente da Acic, César Smielevski. TOUR PELA ASSOCIAÇÃO A diretora executiva da Acic, Julita Volpato, também reforçou o objetivo do projeto em oportunizar aos estudantes o acesso a estrutura da entidade. “Nós agradecemos à disposição das escolas de aceitar fazer parte deste projeto, que realizamos com tanto carinho. No futuro, com muito estudo, imaginamos que vocês também poderão ser empresários”, salienta. A importância da iniciativa foi destacada pela diretora da Escola Municipal Judite Duarte de Oliveira, Denise Daminelli. “Este projeto da Acic é muito importante para aproximar os estudantes de uma nova realidade. Ao conhecer um novo ambiente e receber esse exemplo de motivação dá a esses adolescentes a convicção de que possuem toda a capacidade de ter uma vida e um futuro melhor”, observa. Palavras de estímulo aos estudantes também foram destacadas pelo coordenador disciplinar do Colégio Universitário, Leonardo Bottini. “Não basta desejar um lugar melhor, é preciso fazer. Então, não adianta pensarmos em uma escola melhor, uma casa melhor e não fazermos nada para alcançar esses objetivos. Podemos ser o que imaginarmos, só precisamos de muita dedicação”, reforça Bottini.

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M E R C A D O

Profissionais são desafiados a refletirem os avanços da comunicação Desafio Acic do Conhecimento debateu o futuro da comunicação de marca

Q

ual o melhor canal de comunicação para as empresas investirem? Os impressos estão perdendo mercado? O marketing de conteúdo veio para ficar? Os influenciadores digitais estão com mais ou menos relevância? E quais os novos papéis das agências de publicidade e de assessoria de imprensa? Esses foram alguns questionamentos debatidos pelos profissionais de marketing e comunicação durante a realização do Desafio Acic do Conhecimento – o futuro da comunicação de marca, que ocorreu no mês de março. Conduzidos pelo consultor e facilitador, Timóteo Farias, em uma metodologia que possibilita a integração e compartilhamento de conhecimento, o desafio propôs aos profissionais uma dinâmica que refletisse como estaria a comunicação em um prazo de cinco anos. Divididos em grupos de publicitários, jornalistas, influenciadores digitais, proprietários de veículos de comunicação, consumidores, clientes e professores, os profissionais criaram plataformas e softwares que pudessem vir a atender as demandas do público em 2022. “Foi muito interessante o evento porque tivemos a oportunidade de estar em um ambiente de debate com todos os atores que fazem parte da comunicação e do marketing, discutindo o que vem pela frente. As diferentes visões agregam valor e esperamos dar continuidade a este debate”, destaca o

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profissional da área de marketing, Giovani Pagani. Diante de um assunto tão complexo e desafiador palavras como transparência, ética, credibilidade, planejamento e estratégia foram destacadas como primordiais e que continuarão sendo a base da comunicação em meio a velocidade tecnológica. DISSEMINADOR DO CONHECIMENTO O diretor da Acic, Carlos Ferreira, reforçou a importância da ação e o objetivo da entidade em ser um instrumento disseminador do conhecimento. “Passamos por um momento crucial de mudança na forma em que se comunica e é preciso realmente que haja momentos como este. Ficamos muito felizes que isso tenha acontecido na Acic porque um dos nossos objetivos é realmente ser um farol disseminador e aglutinador do conhecimento”, destaca. DEMANDA DO MERCADO Conforme o facilitador do evento, essa foi a primeira vez que a Acic recebeu uma demanda do mercado para realizar o Desafio do Conhecimento. “Recebemos a inquietação da Alfa Comunicação Empresarial, parceira nesta edição do evento, e nos desafiamos em trazer de fato os profissionais do mercado e realizar este movimento”, relata Farias.


O P I N I Ã O

O poder do coletivo T I M Ó T E O

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m meio a revolução digital o mundo nunca esteve tão conectado, descentralizando o poder das instituições e empoderando os indivíduos. Nossos modelos de negócios sofrem mudanças em ciclos mais curtos, os modelos educacionais passam por um momento de transformação, os governos necessitam de novas lideranças e maior eficiência e vivemos uma revolução de compartilhamento e colaboração.

F A R I A S Ao longo destes dois anos de atuação foram desenvolvidos projetos como a EXPOMAIS - Encontro Sul Brasileiro de Marketing, Administração, Inovação e Sinergia, um projeto cocriado entre o setor educacional e empresarial, a Rede de Proteção à Vida, que une instituições para valorização da vida e ampliação do atendimento a pessoas com dificuldades emocionais a fim de reduzir os índices de suicídio na região, o projeto Acic Cultura, que atua da promoção de ações culturais dentro da Acic.

Diante de um cenário tão revolucionário Para podermos quebrar os paradigmas a tecnologia tem sido carro chefe das existentes precisamos ampliar o grau mudanças comportamentais, gerande consciência individual e desendo novos modelos econômicos e volver novas formas de lidar com possibilidades para solucionar os os problemas existentes, buscar problemas exponenciais que visoluções comuns para nossas vemos. Poderia enumerar uma comunidades e nossas empresérie de empresas que surgem sas criando cidades inteligentes como Startups e em pouco e mais compartilhadas. É apetempo de existência impactam nas o início de uma transformadiretamente grandes players ção necessária em nossa cultunos mais diversos setores. Frenra e para que possamos seguir te a esse novo tempo a ACIC firmes nesta jornada o TRIPLE criou em 2015 projeto Triple C C quer ser um farol que norteia e inaugurou o Espaço Corporativo, Colaborativo e Cultural Iara “Para podermos quebrar este caminho e um imã que iniciativas e ações que Gaidzinski, que tem como eixo os paradigmas existentes atraia impactem positivamente e faça central o desenvolvimento das precisamos ampliar o renascer a confiança em cada pessoas, a valorização da culum que passa por lá e acredita tura e a melhoria do ambiente grau de consciência que juntos somos mais fortes e empresarial. Queremos ampliindividual e desenvolver vamos mais longe. ficar o conhecimento, unir forças, promover a colaboração e novas formas de lidar cocriar um centro de referêncom os problemas cia de cultura e conhecimento Timóteo Farias, atuando de forma horizontal e existentes, buscar consultor empresarial. aberta na melhoria de produtisoluções comuns” vidade, competitividade e eficiência.


C U L T U R A

Cultura Acic abre canal com a agenda cultural de Criciúma Intensa agenda de exposições, músicas e diálogos marca o projeto neste ano

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iniciativa inovadora da Acic em trazer ações voltadas à cultura para a entidade vem se fortalecendo cada vez mais. Em 2017, o Projeto Cultura Acic chegou com uma agenda intensa de exposições, atrações musicais e diálogos, buscando dar visibilidade aos artistas locais. O espaço também foi reestruturado para ser fiel às galerias de arte das grandes metrópoles. “O ano de 2016 foi muito bom, tivemos uma programação intensa e viemos crescendo gradativamente e nos profissionalizando. Conseguimos para este ano fechar o calendário anual com antecedência e com a procura dos próprios artistas pelo projeto”, destaca a coordenadora do projeto, Iara Gaidzinski. O Duo Cerâmica, com as principais artistas cerâmi-

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cas da região, abriu o calendário do ano. Simone Milak e Zaira de Lucca Zappelini expuseram seus trabalhos no Espaço Corporativo, Colaborativo e Cultural Iara Gaidzinski. “Me dedico a produção de cerâmica artesanal, juntamente com minhas experiências com arte contemporânea, que nascem do contato diário com o fazer da cerâmica e do olhar, admiração e respeito pela natureza”, destaca Simone Milak. Com obras conhecidas no Brasil e no exterior, Zaira De Lucca Zappelini é escultora ceramista e pintora, com conhecimento em escultura cerâmica de grande porte e especialização em Escultura e Utilitários em Gres e em Queimas e Esmaltes em Gres no Japão.


Adair Fernandes expõe trajetória artística de seis décadas As obras da trajetória de seis décadas do artista plástico Adair Fernandes foram expostas no Cultura Acic durante o mês de maio. Considerado um dos mais importantes artistas da atualidade e um dos mais renomados cenógrafos do Estado, Fernandes segue a linha clássica com pinturas abstratas e figurativas que remetem paisagens, cultura e relatos históricos da cidade. Durante a abertura da exposição, o artista fez a doação de três quadros às instituições Casa Guido, Nossa Casa e também à Acic. “Descobri o gosto pela pintura aos 13 anos quando fui estudar num seminário no Rio Grande do Sul. Depois disso, fui para Curitiba e estudei na Escola de Belas Artes”, conta o artista.

Opus Quarteto e Camerata Criciúma surpreendem o público A música clássica também fez parte do calendário do Cultura Acic desse primeiro semestre. O Opus Quarteto e a Camerata Criciúma levaram um grande público ao projeto. Fundado há 15 anos, o Opus Quarteto, trouxe um repertório de músicas brasileiras e europeias com canções de grandes nomes como Heitor Villa Lobos, Alberto Nepomuceno, Edward Elgar, Wolfgang Amadeus Mozart, Ludwig Van Beethoven e Johann Sebastian Bach. “Confesso que estou nervoso porque é a primeira vez que nos apresentamos para uma plateia com esta qualidade, que aprecia uma boa música clássica”, declarou o fundador do grupo, Josenir Cerqueira, também maestro da Camerata Criciúma. Com um reportório de músicas barrocas, a Camerata Criciúma impressionou o público pela qualidade do espetáculo. Em quase duas horas de apresentação, os músicos, sob a regência do maestro Josenir Cerqueira, interpretaram compositores do período barroco. Fundada em 2003, a Camerata Criciúma é formada por 17 jovens, entre 14 e 19 anos, e realiza diversos concertos e apresentações na cidade, além de oferecer formação aos adolescentes em instrumentos de cordas. Liderança Empresarial 33


Oficina de arte encanta estudantes “Estou fascinada com todo esse mundo da arte”, assim resumiu a estudante Maria Laura Rosa Duarte, de 12 anos, em sua participação na oficina de arte, do Projeto Cultura Acic. Instigados pelo artista plástico Breno Stern, os alunos do sexto, sétimo, oitavo e nono anos da Escola Estadual São Cristóvão puderam conhecer diversas técnicas de desenho e usar a imaginação para retratar a si e aos colegas de classe. “O intuito da oficina foi estimular a prática, especialmente, nessa fase da adolescência, onde os jovens, que já possuem facilidade e gosto em desenhar, quando não instigados, acabam parando”, coloca o artista Breno Stern. O ambiente de estímulo à imaginação fez a aluna Emanuella Cardoso, de 13 anos, desenvolver um poema durante a oficina de arte. “Sempre que vivo um momento especial, me inspiro para escrever”, conta Emanuella. “Neste momento estou expressando meus sentimentos. Em uma galeria de arte sinto que daqui faço parte... Com a arte posso ir muito longe Itália, Paris e até a Londres” - trecho do poema de Emanuella. Para o professor de informática assistiva, Silvano José, o trabalho desenvolvido com os alunos foi emocionante. “Observando o semblante de cada aluno, vimos que o experimentaram aqui foi muito forte. O artista se colocou muito bem, passando o conceito da arte de forma muito acessível, foi emocionante”, destaca. A oficina foi realizada durante dois dias, reunindo mais de 100 estudantes.

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Breno Stern Cruz abre mostra “Traços Cotidianos” A exposição “Traços Cotidianos” trouxe para a galeria de arte da Acic cerca de 80 trabalhos do artista plástico Breno Stern Cruz, que utiliza diversas técnicas e materiais criativos para compor sua arte. “A mostra foi um apanhado do que venho registrando do meu cotidiano desde os anos 90. Minhas obras buscam expressar situações, assuntos e sentimentos que passam despercebidos ao nosso redor”, coloca o artista. Cruz se intitula um eterno curioso na busca de “registrar” a vida ao seu redor. “Sou um pesquisador de gestos, sorrisos e contrastes, luzes e sobras, revelados em ligeiros e incisivos traços”, destaca. Breno Stern Cruz é natural de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e, desde 2009, reside em Criciúma, onde tem participado de diversos eventos e mostras.

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N Ú C L E O S

S E T O R I A I S

Primeiro Impostômetro de Criciúma é inaugurado na Acic Objetivo da Acic e da Associação de Jovens Empreendedores é alertar a população sobre os altos tributos

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Dia D da Campanha do Feirão do Imposto foi marcado em Criciúma pela inauguração do primeiro impostômetro da região, na Associação Empresarial de Criciúma (Acic). O painel registra em tempo real a quantia arrecadada de tributos nas esferas municipal, estadual e federal e já foi inaugurado atingindo R$ 890 bilhões. Estimativa é que a arrecadação de impostos no Brasil chegue a R$ 2 trilhões neste ano. “O objetivo da Acic em instalar o impostômetro é justamente de tornar transparente o volume gigantesco de impostos que são pagos pelo cidadão, que se contradiz com a péssima qualidade dos serviços oferecidos pelo governo. Há um grande paradoxo entre o que se arrecada e a aplicabilidade desses recursos”, destaca o presidente da Acic, César Smielevski. O presidente da Associação de Jovens Empreendedores (AJE) de Criciúma, Mário N. Westrup, ressalta que a iniciativa da AJE e da Acic procurou fugir do modelo tradicional de impostômetro, no formato de totem. “O que procuramos fazer foi um modelo que pudesse ser replicável. Uma forma inteligente e barata de conscientizar a população, e que possa ser reproduzida em sites e televisores”, informa.

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“CHEGA DE MÃO GRANDE” Nessa edição, o Feirão do Imposto, que teve como tema “Chega de Mão Grande” - Ação contra a corrupção e a favor do retorno dos impostos, também contou com o apoio dos observatórios sociais. “Realizamos também um painel com a temática “Impostos e corrupção - o que você tem a ver com isso?”, que teve a participação do Observatório Social de Criciúma e da Promotoria de Justiça. Estamos vendo grandes empresas sendo protagonistas de escândalos de corrupção no Brasil e precisamos conscientizar os jovens empresários para que não levem essas empresas como exemplos”, completa Westrup. Segundo a organização das Nações Unidas estima-se que, aproximadamente, R$ 200 bilhões, são desviados no Brasil, por ano. Este valor significa três vezes o orçamento da saúde ou educação, e cinco vezes o orçamento da segurança pública. O Feirão do Imposto foi realizado, no dia 27 de maio, em mais de 120 cidades. Em Santa Catarina, mais de 60 municípios participaram do movimento.


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Feijoada solidária movimenta o Bairro da Juventude Evento mais uma vez foi sucesso, reunindo mais de 600 pessoas

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tradicional Feijoada Beneficente do Bairro da Juventude reuniu um público de 600 pessoas, no mês de julho no refeitório da instituição. Em sua 15ª edição, o evento contou com a parceria da Câmara da Mulher Empresária de Criciúma e Chef Motta, que comanda o saboroso cardápio com a equipe de Cozinha do Bairro. Grandes parceiras da festa, as representantes da Câmara sabem da importância do envolvimento. “A Feijoada já é tradicional em nosso calendário, pois sabemos do valor que a mesma representa para o Bairro. A festa vai além do dia, porque o benefício que ela traz para a instituição e para as crianças e adolescentes é bem maior”, comenta a coordenadora da Câmara da Mulher Empresária de Criciúma, Vera Marli Peters Antonini. No cardápio, além da tradicional Feijoada, o público saboreou caldinho de feijão, costelinha, caipirinha, aipim frito, moranga caramelada, entre outros. “Iniciamos o preparo da Feijoada um dia antes. Foram 800 quilos de ingredientes que deram um sabor todo especial para o prato. Nosso público é fiel e gostamos de atendê-lo bem, e tudo ganha mais importância quando se tem uma ação beneficente

atrelada à festa”, observa Motta. De acordo com a diretora executiva do Bairro da Juventude, Sílvia Regina Luciano Zanette, a Feijoada é uma festa que conta com a colaboração de muitos parceiros. “Além da parceria da Câmara e de nosso grupo de funcionários, recebemos o apoio de empresas parceiras que reconhecem a importância do evento e como o mesmo é fundamental para mobilizar recursos para a Instituição. A Feijoada não se destaca apenas pelo cardápio, mas também pelo clima agradável e de confraternização”, analisa a diretora. Os convidados também puderam participar de sorteios especiais de uma cesta e máquina automática da empresa “3 Corações”, livros da Biografia de Ruy Hülse e Jaime Zanatta, presente da Loja Meri Nuernberg, diária com café da manhã no Hotel Ibis Criciúma, com acompanhante, uma cesta da Beijo Baiano e uma bola autografada do jogador do Criciúma Rafhael Silva. O evento teve a parceria do Nações Shopping, Althoff Supermercados, Empresas Radar, Empório Varandas, Atelier Pint&Borde, Feijão Caldão, Rocril, Gabriela Revestimentos Cerâmicos, Etiketa Gráfica e Lohn Bier.

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Tecnologia da Informação aliada a estratégia dos negócios Área ainda não faz parte do planejamento estratégico de grande parte das empresas

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falta de um planejamento estratégico para a área de Tecnologia da Informação (TI) dentro das empresas é uma das principais dificuldades apontadas pelos profissionais do setor. Conforme o coordenador do Núcleo de Profissionais e Gestores de Tecnologia da Informação da Acic, Diego Bitencourt, muitas empresas ainda tratam a área apenas como um custo e, por isso, não a planejam estrategicamente. “Sentimos uma deficiência das empresas com relação a área de TI. Temos exemplos de empresas que conseguem avançar de forma interessante”, explica Bitencourt, que também é presidente do Grupo de Infraestrutura e Segurança da Informação de Santa Catarina. O setor, de acordo com o coordenador, recebe atenção somente em momentos de necessidade e imposição do mercado. “Não se visualiza a área para média e longo prazo”, reforça. Uma alternativa para que as pequenas e médias empresas garantam crescimento em TI, sem um alto investimento, é o atendimento proporcionado por uma consultoria terceirizada. REGIÃO É FORMADORA DE MÃO DE OBRA Formado há três anos, o Núcleo de Profissionais e Gestores de Tecnologia da Informação nasceu para atender a demanda ainda carente na região

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de informação, capacitação e inovação nesta área. “Os profissionais precisavam recorrer a grandes centros para obter atualização”, coloca o coordenador. Se por um lado a atualização era uma carência, a região se tornou destaque na formação de mão de obra, que acaba sendo “exportada” para as principais cidades do norte do Estado, polo do setor. “As nossas empresas, infelizmente, não conseguem absorvem toda a mão de obra disponível. Um dos objetivos do núcleo é mostrar à região que a mão de obra formada aqui pode dar conta da demanda, trazer inovação e ser estratégica”, destaca. AÇÕES AO LONGO DO ANO Uma série de ações estão sendo aplicadas pelo núcleo durante o ano, alinhadas ao planejamento estratégico. “No primeiro semestre promovemos um almoço de negócios, com a parceria de uma empresa local, onde focamos o evento para os gestores e apresentamos a tecnologia da HP. Também fizemos um evento de inovação com a apresentação da tecnologia de inteligência artificial, Watson, que promete revolucionar o mercado de TI nos próximos anos”, detalha. Mais quatro eventos estão programados para o segundo semestre, entre eles, o de modelagem de processos BPM.


Crise aquece mercado de mecânica de motos Motocicletas têm sido uma alternativa para reduzir custos neste período de recessão econômica

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a contramão da crise econômica, o mercado de mecânica de motos tem se mantido aquecido e em franco crescimento. Veículo mais acessível financeiramente, a motocicleta tem sido uma alternativa ao automóvel, o que afeta diretamente e positivamente as mecânicas de motos. “A crise nos trouxe dificuldades com relação a clientes maiores, que requerem maior burocracia. Mas, no dia-a-dia a tendência é de crescimento de trabalho. A moto vem na contramão da crise por ser um veículo barato e também com manutenção de custo menor. As motos usadas têm tido uma procura altíssima nesse momento de crise”, coloca o coordenador do Núcleo de Motomecânicos da Acic, Marcos Aurélio Machado.

O setor, que possui em Criciúma e cidade vizinhas cerca de 50 empresas, tem como um dos principais desafios a qualificação da mão de obra. “O setor sente muito a dificuldade de ter profissionais mais bem preparados. A empresa de moto, na maioria das vezes, é um negócio familiar e pequeno, que contrata um profissional qualificado e que, posteriormente, esse mesmo colaborador pede seu desligamento e abre uma oficina para ele”, explica Machado. Conforme o coordenador do núcleo, o setor também precisa avançar nos quesitos de organização e formalização do negócio. “A alta carga tributária, especialmente, neste período de instabilidade econômica, é uma grande “incentivadora” a informalidade dessas empresas”, destaca. NÚCLEO CONTRIBUI COM A PROFISSIONALIZAÇÃO DO NEGÓCIO Fundado há oito anos, o Núcleo de Motomecânicos da Acic tem fortalecido o setor e dado profissionalização ao negócio. “Sempre que estamos inseridos dentro de uma entidade, isso facilita a organização e o suporte em diversos pontos, e isso tem acontecido com o nosso núcleo. A promoção de treinamentos e qualificação é fundamental para a melhoria das empresas”, reforça Machado.

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Mesmo com alto índice de mortes no país, diminuição gradativa dos acidentes tem ocorrido Para o coordenador do Núcleo de Saúde e Segurança do Trabalho de Criciúma e Região, Roberto Lodetti, o Brasil tem evoluído bastante nas últimas décadas

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esmo ocupando o quarto lugar no ranking mundial de mortes por acidentes no trabalho, o Brasil tem evoluído nesse aspecto nas últimas décadas. A análise é do técnico em segurança do trabalho, Roberto Cláudio Lodetti, também coordenador do Núcleo de Saúde e Segurança do Trabalho de Criciúma e Região. “Na década de 70, tínhamos um 1,4 milhão de acidentes por ano, com uma mão de obra de cerca de 14 milhões de trabalhadores. Hoje, são 750 mil acidentes e R$ 44 milhões de trabalhadores”, compara Lodetti. Outro aspecto apontado pelo especialista é com relação a gravidade dos acidentes. “Nas décadas de 80 e 90, o número de acidentes graves era muito maior do que é atualmente. Dos 750 mil acidentes registrados anualmente no país, 250 mil são acidentes sem afastamento, sendo mais 200 mil com afastamento de até 15 dias, ou seja, mais da metade dos acidentes registrados atualmente são sem gravidade”, observa. Uma das justificativas para essa evolução é a capacidade da indústria em se adequar e se superar ao longo do tempo. “A maioria das análises não leva

em conta todo esse histórico, observando, exclusivamente, que o Brasil tem um alto índice de acidentes. Temos, mas estamos evoluindo”, reforça. MUDANÇA CULTURAL E COMPORTAMENTAL Para Lodetti, o Brasil só irá evoluir mais nas questões de segurança dentro dos ambientes de trabalho se houver mudanças culturais e comportamentais. “Precisamos compreender que a evolução de pouca segurança até um nível satisfatório ocorre mais rapidamente. Do satisfatório para o bom e ótimo serão necessárias mudanças culturais e comportamentais. Ainda temos uma cultura prevencionista muito pouco difundida”, coloca. Conforme ele, muitos trabalhadores ainda resistem a melhores condições do ambiente de trabalho para não perder o adicional de insalubridade e o direito da aposentadoria especial. Já o empregador, em geral, acha que pagando os encargos e os adicionais ao trabalhador cumpriu suas obrigações, ou seja, a monetarização da segurança e saúde do empregador está vencendo os esforços para termos ambientes de trabalho saudáveis”, conclui.

S E G U R A N Ç A

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Encontro debate acidentes e doenças envolvendo o ambiente de trabalho A pauta envolvendo os acidentes e doenças no ambiente de trabalho também foi tema de um evento promovido pelo Núcleo de Saúde e Segurança do Trabalho de Criciúma e Região no mês de abril, na Acic. Especialistas no assunto abordaram o tema em homenagem ao Dia Mundial em Memória às Vítimas de Trabalho, comemorado em 28 de abril. Também palestraram no evento Amélio Colombo com o tema “Comportamento seguro com valor”, além da equipe do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) da Eliane Revestimentos, que abordou as situações de riscos no ambiente de trabalho. O evento contou com o apoio da Satc e do Sindicato das Indústrias de Extração do Carvão do Estado de Santa Catarina (Siecesc). 40 Liderança Empresarial


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Arquiteto dá dicas sobre um bom ponto de vendas O renomado arquiteto Alexandre Kronemberg dividiu com os profissionais do Clube de Marketing suas experiências em arquitetura comercial. Kronemberg deu dicas e orientações de como ter um bom ponto de venda, em evento no mês de abril. “Para que tenhamos um bom ponto de venda inúmeras situações precisam ser observadas como a exposição do produto, circulação e orientação de clientes na loja. Falamos muito também sobre a questão da iluminação, o que deve estar iluminado e focado”, pontua Kronemberg.

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Pequenas empresas recebem orientações para melhorar a gestão Gestão empresarial e financeira foi o tema da capacitação, que ocorreu no mês de maio, com os núcleos de Mecânica Pesada, Motomecânicos e Automecânicos. O professor Alessandro Costa, especialista em consultoria empresarial para pequenas empresas mostrou aos empresários como identificar e lidar com os problemas da gestão financeira para melhorar o perfil do negócio. “A pequena empresa é mais frágil e acaba sendo mais atingida pela crise do que as grandes, que possuem mais recursos para enfrentar períodos de instabilidade. Grande parte das pequenas empresas são familiares e não possuem uma gestão profissionalizada”, explica Costa. “As empresas familiares têm dificuldade em controlar os processos, por isso a importância de ter uma gestão de análise de controle”, acrescenta.

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Empresários do setor de oficina mecânica recebem treinamento Como utilizar as mídias sociais para divulgar e conquistar clientes foi o tema da palestra promovida em abril. Os núcleos de Mecânica Pesada, Motomecânicos e Automecânicos convidaram o especialista em marketing digital, Diego de Mathias, para explanar o assunto aos nucleados. O especialista reforçou aos empresários a importância de estar presente no mundo do marketing digital, destacando a força que as redes sociais representam cada vez mais na decisão de compra e utilização da ferramenta não somente como vitrine de produtos e serviços, mas de um canal de relacionamento com o cliente.

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Computação cognitiva é aliada na gestão de negócios Como a evolução tecnológica e computação cognitiva ou inteligência artificial estão transformando os diversos setores e profissões foi o foco da capacitação promovida pelo Núcleo de Profissionais e Gestores de Tecnologia da Informação. A palestra “A Era Cognitiva, ocorreu em abril, com a orientação do arquiteto de Soluções Cloud IBM, Hervertom Fischer. “Essas transformações estão ocorrendo, principalmente pela facilidade de acesso a novas tecnologias por meio das diversas plataformas como a Bluemix da IBM, que permite que as organizações e os desenvolvedores criem, implementem e gerenciem aplicativos na nuvem de maneira fácil e rápida, e pela dificuldade da computação tradicional em acessar a quantidade de dados gerados diariamente”, coloca. De acordo com o especialista, com a computação cognitiva se consegue gerar hipóteses e respostas baseadas em determinado grau de certeza. “O nosso papel é demonstrar que a computação cognitiva não é uma “modinha”. É peça fundamental de qualquer novo sistema a ser desenvolvido”, conclui.

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Cuidados jurídicos com o contrato de seguro foi tema de palestra para corretores Os cuidados jurídicos com o contrato de seguro foi o tema da palestra promovida pelo Núcleo de Corretores de Seguros da Acic. Um grande público prestigiou o evento, que ocorreu em abril, na sede da Acic, e foi proferido pelo advogado especialista em Direito de Seguros, Robson Luiz Schiestl Silveira. “O contrato de seguros, antes de ser uma operação econômica, é um negócio jurídico complexo, o que exige preparo do corretor de seguros no sentido de ser um consultor para os seus clientes, orientando-os sobre os contratos mais adequados às suas necessidades de proteção”, destaca o advogado. De acordo com o especialista, é fundamental que o corretor tenha conhecimento da realidade jurídica. “Não há mais espaço para o amadorismo. É preciso estar muito atento à realidade jurídica para celebrar um contrato minimamente adequado, que seja eficaz na sua razão de existir, ou seja, que assegure o recebimento de uma indenização justa e correta para reparar as consequências dos riscos predeterminados que se concretizarem”, acrescenta. “A palestra superou as nossas expectativas tanto em público como em conteúdo. O Dr. Robson possui um conhecimento muito grande neste assunto e nós como corretores de seguros, que lidamos diariamente com contratos, precisamos ter um conhecimento mais detalhado”, reforça o presidente do núcleo, Péricles Barcellos. Ainda durante este ano novas palestras serão promovidas com temas relacionados ao futuro da profissão de corretor de seguros e vendas online.

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G A S T R O N Ô M I C A

Evento aborda ferramentas para enfrentar a crise Para lidar melhor com o período de instabilidade econômica, a Via Gastronômica reuniu os empresários do segmento para a promoção da palestra “Gestão de Crise”. O evento foi ministrado por três facilitadores, o assessor empresarial e analista comportamental, Chandrus Silva, a coach e também analista comportamental, Fabiana Izidoro, e o psicólogo e professor universitário, Paulo de Tarso. Conforme o especialista, os estudos realizados nos últimos quatro anos apontam que traçar algumas características para obter um bom desempenho durante esse período de crise é uma alternativa aos tempos difíceis. “Umas das ferramentas que mais se destaca é o otimismo. A segunda ferramenta é a persistência, que nos faz enfrentar qualquer fase. A pessoa que desiste, que não tem força de vontade para superar o momento, é a primeira a ser excluída durante os períodos de crise”, explica. Já o analista comportamental, Chandrus Silva, ressaltou a importância da capacitação da mão de obra do segmento gastronômico. “Precisamos entender o garçom como uma cultura de atendimento e de venda. O garçom é um vendedor que precisa estar bem preparado, informado para conquistar e fidelizar clientes”, destacou.

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Visita técnica à fábrica do Arroz Rampinelli A fábrica do Arroz Rampinelli, em Forquilhinha, foi o destino do Núcleo de Negócios da Acic para uma visita técnica no mês de julho. Os associados do núcleo puderam conhecer um pouco do processo produtivo e das práticas de gestão da empresa. “Foi uma visita muito engrandecedora, especialmente, neste momento de grandes incertezas econômicas. O grupo voltou bastante animado”, destaca o coordenador do Núcleo de Negócios da Acic, Eduardo Vieira. De acordo com ele, mais visitas estão programadas para este ano. “Planejamos algumas visitas em empresas da nossa região, que tenham experiência de sucesso, e possam servir de exemplo aos empresários do núcleo”, acrescenta Vieira.


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Diretor da Acic integra direção nacional dos Jovens Empresários Eduardo Zini, também conselheiro da Aje Criciúma, assume o cargo de diretor administrativo

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meio empresarial de Criciúma e região ganhou um novo reforço na defesa de seus interesses. O jovem empresário, Eduardo Zini, diretor da Associação Empresarial de Criciúma (Acic), passou a integrar a diretoria da Confederação Nacional dos Jovens Empresários (Conaje), com sede em Brasília. Também conselheiro da Associação de Jovens Empreendedores (Aje) de Criciúma, Zini avalia que a presença de um criciumense na Conaje reforça a atuação e o destaque dos jovens empreendedores. “Este convite fortalece o poder do associativismo jovem em fomentar novas lideranças para a sociedade e evidencia a força da Aje, Acic e do Conselho Estadual de Jovens Empreendedores de Santa Catarina (Cejesc) e da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc) no cenário nacional”, destaca. Eduardo Zini é membro da diretoria executiva da Acic desde 2012. Também foi presidente da Aje Criciúma na gestão 2012/2013 e secretário e diretor administrativo do Cejesc nos períodos de 2012/2013 e 2014/2015, respectivamente. “A minha experiência não só no associativismo jovem, mas também na diretoria da Acic foi um fator que contribuiu para o convite da Conaje”, reforça.

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DIREÇÃO ADMINISTRATIVA Eduardo Zini assumiu o cargo de diretor administrativo da Conaje para o período de 2017/2018, em solenidade realizada no mês de maio, em Brasília. Os jovens empresários Guilherme Gonçalves, de Santa Catarina, e Ananda Carvalho, do Amazonas, assumem a presidência e vice-presidência da entidade, respectivamente. Além de Zini e Ananda, mais quatro catarinenses integram a diretoria: Carolina Winckler, de Tubarão; Lucas Cesa, de Campos Novos; Gil Augusto Pletsch, de Lages; e Antonio Guimarães Filho, de Imbituba.


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Mercado internacional: Paraguai, por quê? M A R C E L O

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mbora o mercado internacional esteja cada vez mais acessível para as oportunidades desde a década passada, principalmente pelo avanço da capacidade de comunicação, a situação atual da economia brasileira tem obrigado as empresas a saírem das suas zonas de conforto em busca de vantagem competitiva. É preciso reduzir custos, melhorar os produtos e serviços e encontrar novos e também melhores clientes, já que a inadimplência é um grave problema atual. E o acesso ao diferencial de outros países, seja na compra e na venda ou até em outros benefícios específicos, possibilita exatamente isso que se procura. Dentro das oportunidades internacionais, uma que tem levantado curiosidades é o Paraguai. Afinal, por que algumas empresas têm levado parte do seu processo produtivo para lá? Quais são as verdades quando se fala das oportunidades do país Hermano? Há de fato vantagens nessa logística? Como temos nos especializado há algum tempo sobre o assunto, seguem algumas características interessantes acerca deste tema intrigante. BENEFÍCIOS TRIBUTÁRIOS O Paraguai historicamente não tem uma indústria especializada. Suas empresas são limitadas e geralmente dependem de tecnologia internacional para suprir suas demandas. É também por isso que a oferta de empregos é escassa e o giro de consumo depende do estímulo do governo para atrair indústrias que ofereçam diferentes serviços à população. Por isso, as autoridades paraguaias têm desenvolvido ao longo dos anos benefícios tributários principalmente para as empresas internacionais se instalarem na região. Mesmo sem a arrecadação integral desses impostos, o país consegue empregar seus cidadãos, aumentando a capacidade de consumo interno e estimulando a economia local. Em geral, são benefícios de isenção ou redução de impostos para a importação, produção e exportação para diferentes países. Ou seja, algumas empresas brasileiras se instalam lá, fazem seu processo produtivo, ou parte dele, e enviam seus produtos para o Brasil. Além dos benefícios tributários, a relação trabalhista é mais justa, sem a interferência de sindicatos e com encargos mais condizentes com a realidade empresarial. Em geral, as negociações são feitas diretamente entre empregado e empregador, dentro dos objetivos

R A U P P de cada um. Os encargos são divididos entre ambos, sendo 16% para o empregador e 9% para o empregado, uma carga bem abaixo do que temos no Brasil. PROPINA INSTITUCIONALIZADA Se temos reclamado da corrupção no Brasil, ir ao Paraguai nos dá uma sensação diferente. Lá, a propina é institucionalizada e acontece com o conhecimento de todos. No Brasil, a bandidagem fica à espreita, aguardando o momento de aproveitar o dinheiro público. Embora negativa em todas as circunstâncias, a grande diferença é que a ciência da propina do outro lado permite planejar o custo sem todos os danos indiretos com a intensidade como acontece aqui. Para os custos de importação e exportação, por exemplo, no Paraguai há um custo oficial para os agentes da aduana. Caso este protocolo não seja atendido, o processo fica parado por longo tempo. Por isso, todos sabem, todos pagam e os processos continuam com a institucionalização dos pagamentos extras. É a típica adequação ao sistema. O lado positivo é que, neste sentido, contamos em Santa Catarina com a seriedade dos agentes aduaneiros e o tratamento objetivo do processo. Infelizmente, quem estiver interessado em usufruir dos benefícios paraguaios, precisará entender as características locais e se adequar da melhor forma possível. RESULTADOS DE UMA OPORTUNIDADE BEM APROVEITADA Fazer uma mudança desta natureza demanda planejamento e especialização. Embora a logística seja complexa, os resultados das empresas têm sido até 35% melhores se comparados com a produção exclusiva por aqui. É claro que a empresa candidata a instalar uma planta no Paraguai precisa encontrar a melhor alternativa para o seu negócio. Todos os benefícios tributários e culturais cobram uma contrapartida e, para evitar surpresas futuras, a análise do bônus e do ônus de cada um é fundamental. Se você não é especialista, o interessante é consultar alguém que possa encontrar as melhores soluções. Certamente, o mercado cobra altos preços de aventureiros, mas premia os empresários com visão empreendedora diferenciada. Marcelo Raupp, empresário e consultor em negócios internacionais.

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AGENDA

da Diretoria FÓRUM DE CRICIÚMA

COMÉRCIO INTERNACIONAL A diretoria da Acic recebeu a presença do sócio-diretor da UNQ Import Export, Marcelo Raupp. O empresário apresentou aos diretores da associação o trabalho que vem realizando na região para fomentar a cultura internacional. “Por meio de parcerias e workshops estamos buscando disseminar a cultura internacional nas empresas da região Sul, mostrando oportunidades do comércio exterior”, relata. Raupp também mostrou números aos diretores. Entre os números apresentados, com base no Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Criciúma está em quinto lugar no ranking de empresas do Estado que mais exportaram em 2016. No comparativo de volume entre as macrorregiões, a região Sul apresenta volumes bem menores que o Norte do Estado.

As ações do Fórum de Criciúma foram apresentadas pelo presidente do fórum, Tito Lívio Góes, aos diretores da Acic. Góes destacou que as atividades realizadas pela entidade têm buscado acompanhar as ações dos parlamentares federais e estaduais de Criciúma e região, como também dos vereadores e dos gestores de Criciúma no desenvolvimento de projetos e aplicação racional dos recursos públicos voltados ao desenvolvimento da cidade. Conforme o presidente, o fórum tem a expectativa de conscientizar e envolver a população jovem, que possui grande potencial de mobilização e articulação.

HOSPITAL MATERNO INFANTIL Os representantes do Instituto Desenvolvimento Ensino e Assistência a Saúde (IDEAS), instituto que assumiu a gestão do Hospital Materno Infantil Santa Catarina (HMISC), em caráter de urgência, buscou a entidade para relatar a atual situação da unidade hospital e também a cooperação dos empresários. O médico pediatra Leon Iotti, diretor geral do hospital, fez um panorama dos números do hospital para mostrar a grandiosidade e a importância da instituição, além de relatar situações que agravam a situação financeira da unidade hospitalar. Além disso, reforçou a necessidade de abrir o hospital para novos leques de serviços, como o atendimento particular. Os diretores da Acic observaram que será necessário maior apoio da Câmara de Vereadores e dos Conselhos Municipais de Saúde para garantir o atendimento particular no hospital.

FOMENTO E INVESTIMENTOS Com o intuito de aumentar a atuação na região Sul, os representantes do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) participaram da reunião da diretoria da Acic. “Temos uma grande atuação nas regiões do Vale, Norte e Oeste, e queremos também estar mais presentes no Sul e Meio Oeste. No Sul, nossa aplicação tem diminuído e queremos retomar”, coloca o gerente de planejamento do BRDE, Felipe Castro do Couto. A Acic disponibilizou uma sala para que o BRDE possa fazer o atendimento às empresas da região nas dependências da associação.

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QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL Os professores da Unesc, Leopoldo P. Guimarães Filho, Cristina K. Yamagueti e Miguelangelo Gianezini, apresentaram aos diretores a proposta de um Mestrado Profissional direcionado à Engenharia de Produção. O objetivo da universidade é que com a realização curso possa haver uma maior interação entre as empresas e a academia. O mestrado profissional é voltado para que os profissionais, mediante ao estudo de técnicas, processos e temáticas atendam a alguma demanda de mercado.

MARKETING DIGITAL A publicitária e estrategista em marketing, Ana Reczek, falou aos diretores da associação a importância do marketing digital para o crescimento das empresas. Com passagens por grandes empresas nacionais, Ana detalhou um pouco do seu know-how e como as organizações estão usando a ferramenta para converter clientes e a opinião pública. Conforme a especialista, é fundamental que ao entrar no universo virtual os gestores saibam exatamente como agir. “A mensagem que trago para os gestores é que localizem primeiro o seu cliente. O que vejo atualmente é que as pessoas têm uma rede social e falam de coisas que não interessam ao cliente”, explica.

DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL O diretor geral do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) câmpus Criciúma, Lucas Dominguini, apresentou a estrutura, a atuação e os projetos que o instituto vêm realizando na cidade. Com seis anos de atuação em Criciúma, o IFSC já formou aproximadamente 1,5 mil alunos. “O instituto vem com uma demanda crescente de alunos, mas estamos com a nossa capacidade de vagas limitada devido à falta de espaço físico. Temos um projeto de ampliação do câmpus e buscamos a parceria da Acic para que a associação coloque essa prioridade na pauta com a classe política”, destacou o diretor geral do IFSC, Lucas Dominguini.

GÁS NATURAL A Agência Reguladora de Serviços Públicos de Santa Catarina (Aresc) aprovou a resolução que cria o segmento denominado de Geração Distribuída, que inclui os serviços de cogeração e geração de energia elétrica pelos próprios consumidores. Também foi aprovada a estrutura tarifária do setor, permitindo o atendimento aos primeiros clientes. Com essas definições, a Companhia de Gás de Santa Catarina (SCGás) pretende mostrar às empresas do Estado as vantagens da nova solução energética a partir do gás natural, que inclui redução dos custos de transmissão, maior aproveitamento energético e a economia operacional.

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D E S E M P E N H O

Acic registra crescimento superior as demais associações do Estado Entidade foi uma das que mais cresceu no Estado em número de associados nos últimos dois anos

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Associação Empresarial de Criciúma (Acic) mais uma vez se destaca como referência para o Sul do Estado. A entidade foi uma das associações do Estado que mais cresceu em número de associados nos últimos dois anos. De março de 2015 a março de 2017, a entidade conquistou 183 novos associados, somando atualmente 1,5 mil sócios. Nesse mesmo período, as associações empresariais de Jaraguá do Sul, Blumenau, Florianópolis, Guaramirim e Chapecó registraram decréscimo no número de associados. “Tivemos um excelente crescimento e isso mostra o trabalho feito pelo nosso grupo, que trabalha para aumentar o número de associados e melhorar a performance da associação”, destaca o diretor tesoureiro da Acic, Carlos Ferreira, que fez a apresentação do balanço geral da entidade.

CRESCIMENTO DOS SERVIÇOS E DAS LOCAÇÕES Outros números apresentados também mostram a grande força empresarial e o fortalecimento dos serviços e soluções da Acic. Em 2016, da receita total da entidade, 41% foram provenientes do pagamento de mensalidades e 46% de cursos, serviços e soluções. A inauguração do terceiro prédio da entidade, o Espaço Corporativo, Colaborativo e Cultural Iara Gaidzinski, refletiu no faturamento de locações, aumentando em quase 60% de 2015 para 2016. “Tivemos mais de mil eventos e reuniões em 2015 e em 2016, 1,6 mil devido, especialmente, ao novo bloco, que concentra todas as ações voltadas à educação, capacitações e exposições artísticas”, acrescenta Ferreira. “Temos trabalhado para aumentar o número de associados, oferecendo uma cartela maior de serviços, e assim estamos conseguindo manter a saúde financeira da nossa entidade”, completa o presidente da Acic, César Smielevski.

Quadro de Associados 1.453

“Temos trabalhado para aumentar o número de associados, oferecendo uma cartela maior de serviços, e assim estamos conseguindo manter a saúde financeira da nossa entidade”

1.344

1.262

2014

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2015

2016

César Smielevski, Presidente da Acic


CONSULTA DE CRÉDITO TEVE AUMENTO DE 81%

Composição da Receita 2016 (%)

O número de consultas do Boa Vista – solução para a tomada de decisões e recuperação de crédito e gestão de negócios – teve uma alta de 81%, aumentando de 19.550 mil para 35.442 mil. “Todos os indicadores de variação do Boa Vista foram muito elevados, justificados também pelo momento econômico do país, elevando as consultas de crédito”, explica Ferreira.

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Mensalidade

Solução ou Serviço

PRÊMIO DE MATEMÁTICA ENVOLVERÁ 12 MIL ALUNOS

Prêmio de Matemática

1 Financeira ou Patrimonial

0

3

3

5

Evolução do número de participantes

12 mil

Patrocínio

Projetos

Recuperação

Subvenção

1,8 mil

PROJETOS ESTRATÉGICOS Com a missão de ser um instrumento disseminador de conhecimento, a associação desenvolveu nos últimos anos projetos de extrema importância não só na área empresarial como também em outros segmentos. Foram realizados em 2016, oito edições do Projeto “Café com Ciência”, uma parceria com a Unesc, para levar conhecimento a respeito da saúde à comunidade, o “Cultura Acic”, que concentra uma série de eventos voltados à cultura, o “Escolas na Acic, projeto que abre a entidade para os estudantes das escolas públicas da cidade e a Rede de Proteção à Vida, que promove a qualidade de vida e a saúde mental. Também no ano passado, a Acic, em parceria com as entidades de educação superior da região, realizou a primeira edição da ExpoMais - Encontro Sul Brasileiro de Marketing, Administração, Inovação e Sinergia, reunindo cerca de 600 pessoas.

2014

4,5 mil

2015

7 mil

2016

2017

Outro projeto da Acic, em prol da educação, e que ganhou destaque foi o Prêmio Acic de Matemática, que neste ano atingirá 12 mil estudantes das escolas públicas das cidades de Criciúma, Siderópolis, Nova Veneza, Rincão e Cocal do Sul. Em Criciúma, participarão do prêmio cerca de 80 escolas, 55 municipais, 17 estaduais e 8 privadas, com o apoio da Secretaria Municipal de Educação. O projeto também conta com a parceria da Gerência Regional de Educação (GERED). Além disso, a entidade desenvolve o Prêmio Acic de Jornalismo e oferece Wi-Fi no Parque das Nações, que já possui 14 mil usuários cadastrados com 10MB de internet disponibilizada.

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F I S C A L I Z A Ç Ã O

Observatório Social investe em ações para reduzir gastos públicos Ao longo do ano, OS Criciúma apresentou projetos e alertou a população para a melhor gestão da verba pública

O

Observatório Social de Criciúma chega ao terceiro ano de atividade e mostra que está cada vez empenhado para conscientização de uma melhor gestão do dinheiro público. A ação mais recente com a pretensão de economizar R$ 4.905.878,00 foi na Câmara de Vereadores, onde, além dos gastos serem considerados altos, a folha de pagamento apresentava “super salários” para alguns servidores. “Já há algum tempo o OS percebeu que havia salários que superavam o teto constitucional. Ao buscarmos esclarecimentos, fomos informados que já tramitava uma ação judicial, de iniciativa da Procuradoria do Município, com vistas a corrigir o problema. Como o processo estava parado no tribunal, ingressamos na ação como “amicus curiae*” e obtivemos êxito no julgamento, suspendendo definitivamente o pagamento de salários que superavam o teto constitucional, que, no caso é igual ao salário do prefeito. O resultado foi uma economia anual da ordem de R$ 500 mil, entre salários e encargos sociais”, afirma o presidente do Observatório Social de Criciúma, Sinésio Volpato. A gestão da prefeitura também foi observada e a maior preocupação ficou em torno da previdência social do município, o CriciúmaPrev. Atualmente, a prefeitura já tem negociada uma dívida (para o saneamento das dívidas do regime previdenciário com seus participantes, no valor de R$ 284.483.122,21) e a perspectiva é de que esse número cresça e comece a dar apenas despesas. “O CriciúmaPrev tem apresentado um desequilíbrio atuarial importante nos últimos anos, dados apresentados pela empresa que presta assessoria para o próprio CriciúmaPrev. O déficit que era de 231 milhões em 2014, subiu para 284 milhões em 2015

50 Liderança Empresarial

e saltou para 524 milhões em 2016. O que preocupa, sobremaneira, é que o patrimônio do instituto previdenciário do município não é suficiente para sequer atender aos já aposentados. Se não houver uma reforma da previdência municipal, dentro de alguns anos, as contas do município ficarão sufocadas, com obrigações próximas a R$ 50 milhões por ano, só para cobrir o déficit previdenciário. Isto levará o município para situação similar ao que está ocorrendo hoje nos estados do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul”, conta Volpato. O estudo feito pelo OS contou com especialistas ligados a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), para levantar os números, que foram apresentados ao ex-prefeito e o atual e a própria diretoria do CriciúmaPrev. “Se formos contar com o contribuinte futuro para pagar o aposentado de hoje, nós estamos trabalhando num sistema de pirâmide financeira, que não é um modelo que faz funcionar um sistema previdenciário”, ressalta o presidente do OS. *Amicus curiae é uma pessoa, entidade ou órgão, com profundo interesse em uma questão jurídica, na qual se envolve como um terceiro, movido por um interesse maior que o das partes envolvidas no processo. SAÚDE EM PAUTA Em 2016, a Câmara de Saúde realizou uma grande pesquisa no município. Todas as unidades de saúde de Criciúma foram visitadas e em cada uma foi aplicado um questionário aos funcionários de cada posto de saúde, para saber quais as reais condições de atendimento, estrutura e equipamentos. “A equipe avaliou a qualidade da infraestrutura, estacionamento, acesso, limpeza, organização dos ambientes, banheiros, mobilidade, atendimento, consultórios, farmácia, resíduos e os profissionais,


e atribuiu a cada unidade um conceito geral, que em sua grande maioria foi bom. No relatório final, que foi entregue em cada unidade, ao prefeito e a secretaria de saúde, foram feitas várias recomendações de mudanças e adequações necessárias”, explica o coordenador da Câmara de Saúde do OS, Moacir Dagostin. OBRAS SENDO OBSERVADAS Um serviço constante é realizado pela Câmara de Infraestrutura, que observa e acompanha as principais obras realizadas no município. Estão sendo acompanhadas cinco obras (Reforma Paço Municipal Marcos Rovaris, Etapa 2 do prolongamento do Canal Auxiliar do Rio Criciúma, Ampliação e Reforma EMEIEF Eliza Sampaio Rovaris, Ampliação e reforma da Policlínica do Rio Maina e Construção do Parque dos Imigrantes).

A principal delas, a reconstrução do Paço Municipal, vinha sido bem avaliada na questão de qualidade do serviço, mas o andamento da obra preocupa. “Na última visita vimos poucas pessoas trabalhando. Toda estrutura de concreto já foi feita e os pisos de cerâmica também já foram colocados. Aparentemente estão programando o término da obra para o fim do ano, mas no ritmo que está creio que não termine. Ainda estão fazendo as divisórias e calhas da parte elétrica”, analisa o coordenador da Câmara de Infraestrutura do OS, Nelson Gaidzinski. Nesses três anos, o Observatório Social de Criciúma, que é divido em sete câmaras (Gestão, Infraestrutura, Saúde, Educação, Serviços Continuados, Licitações e Comunicação), já apresentou 19 estudos sobre assuntos importantes para gestão de Criciúma.

Ações Realizadas

• Análise de contratos (CASAN, PMC, entre outros).

• Sugestão de melhoria no controle de medicamentos.

• Acompanhamento das licitações

• Monitoramento das contas da PMC e Câmara de Vereadores.

• Visita às unidades de saúde e unidades escolares.

• Convite para empresas participarem de licitações.

• Estudo de gestão na Câmara de Vereadores.

• Indicadores de saúde e educação.

• Acompanhamento do déficit do CriciúmaPrev.

• Acompanhamento das obras públicas.

• Sugestões de melhorias na educação municipal. • Relatório do HMISC.


C O M É R C I O E X T E R I O R

Acic inicia movimento para fomentar as tradings da região Primeira ação do movimento trouxe a Criciúma a palestra com a presidente da Câmara de Comércio Exterior da Fiesc

F

omentar e concentrar os tributos de importação realizados pelas empresas de Criciúma e região é o propósito de um movimento encabeçado pela Associação Empresarial de Criciúma (Acic), Prefeitura Municipal de Criciúma e Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) Regional Sul em prol do desenvolvimento econômico local. A primeira ação desse movimento trouxe à Criciúma, no dia 17 de maio, a presidente da Câmara de Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), Maria Teresa Bustamante, para mostrar às empresas da região os caminhos e as potencialidades do comércio internacional.

Maria Teresa Bustamante, Presidente da Câmara de Comércio Exterior da Fiesc

está em ter um mix de fornecedores para atuar nos dois caminhos, conquistando mercado e reduzindo custos. IMPORTÂNCIA DA INICIATIVA Atualmente, grande parte das empresas da região buscam tradings, empresas especializadas em importação e exportação, de outras regiões do Estado, para efetuarem suas operações no mercado internacional.

As empresas ao utilizarem os serviços das tradings locais contribuem para que o retorno do Imposto sobre Circulação de “A ausência de Mercadorias e Serviços (ICMS), origiuma cultura de nado por essa transação, retorne aos cofres municipais.

internacionalização é uma das variáveis mais fortes e impeditivas para que às empresas sejam bem-sucedidas”

“Possuímos na nossa cidade oito tradings que trabalham com inúmeros clientes e que possuem toda a capacidade de atender as empresas locais em suas transações internacionais. Achamos muito importante dar força a essas empresas especializadas”, reforça o presidente da Acic, César Smielevski.

“A motivação é um dos primeiros passos para que as empresas comeMaria Teresa Bustamante, cem a pensar na internacionalizaPresidente da Câmara de ção. Um exemplo dessa motivação As operações de comércio exterior Comércio Exterior da Fiesc acontece quando há uma queda efetuadas pelas tradings de Criciúma acentuada nas vendas do mercado devem gerar a título de retorno de interno, o que temos vivenciado nos últimos anos ICMS algo em torno de R$ 2,5 milhões ao municíno país. Essa situação faz com que o empresário pio de Criciúma somente no ano 2017. “Este valor passe a pensar que a saída é vender para o mercaseguramente seria muito maior caso as empresas do externo. Entretanto, é importante que ele pense criciumenses que operaram com importação no na exportação e na importação, percorra os dois ano anterior o tivessem feito com tradings sediacaminhos da internacionalização”, orienta. Condas no município”, ressalta o Fiscal de Rendas e forme a especialista, com a internacionalização os Tributos da Prefeitura de Criciúma, Luiz Fernando empresários conseguem visualizar que a solução Cascaes.

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E N T R E V I S T A

“O governo brasileiro não encara a internacionalização como uma estratégia de país” Presidente da Câmara de Comércio Exterior da Fiesc, Maria Teresa Bustamante, concedeu uma entrevista exclusiva à Revista Liderança Empresarial onde falou de oportunidades, competividade e da falta de uma política industrial para o mercado internacional. Hoje o Brasil ainda sobre com a falta de uma política industrial para o mercado externo? R: No governo do presidente Fernando Henrique Cardoso houve uma política industrial, com uma parte específica voltada a incentivar a entrada das empresas brasileiras na internacionalização. Na prática, isso significa ter programas de políticas públicas voltadas a alavancar as empresas, concedendo, por exemplo, benefícios fiscais. A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos é uma demonstração mínima do que se tem atualmente. Porém, se tivéssemos uma política pública essa agência seria mais robusta, com programas sendo chamados a trabalhar, sempre voltados ao comércio internacional. Quando se tem uma política industrial com uma área específica voltada ao comércio internacional as decisões tomadas se convertem em cima dessa política e não somente no esforço individual de cada empresa. Após Fernando Henrique, os governos posteriores nunca encararam a internacionalização como uma estratégia de país. Como as empresas podem apostar na exportação como estratégia permanente e não apenas em momentos de dificuldades no mercado interno? R: As empresas precisam lidar com uma complexidade tão alta com relação ao mercado interno que acabam pensando na exportação apenas como uma solução momentânea para uma redução de demanda. Assim como uma estratégia de país, as empresas precisam de uma estratégia de curto, médio e longo prazo. Se a empresa abre mercado, ganha espaço, e depois de um ano o mercado interno cresce e ela abandona esse cliente internacional, este nunca mais voltará a comprar dela. Como a indústria catarinense pode competir com a internacional, que oferece produtos com custos menores? R: Nossa indústria é altamente disciplinada, focada e

tem incorporado muito desenvolvimento tecnológico para reduzir custos e se manter atualizada. O problema é que só isso não é o suficiente, falta uma contrapartida do governo. Qual a representatividade da indústria catarinense no mercado internacional? R: Em 2016, o diagnóstico do setor exportador catarinense foi bem interessante porque demonstrou que pelo menos 90%, das 200 empresas entrevistas, já participam do comércio exterior. Além disso, todas têm interesse em continuar investindo nesse mercado. Muitas delas, têm um excelente destaque nos seus ramos de atividade. O segmento de instrumentos odontológicos, por exemplo, é um setor que vem crescendo, inclusive uma empresa catarinense abriu filial nos Estados Unidos. O momento atual é propício para o investimento no comércio exterior? R: É ideal porque estamos começando a sair de uma crise, e é hora de pensar e definir com clareza onde se quer chegar. Onde estão as melhores oportunidades para os empresários catarinenses no mercado internacional? R: Isso depende dos estudos e das suas estratégias de cada empresa. O ponto de partida é a empresa ter uma motivação para a internacionalização. O primeiro olhar é para dentro da empresa e o segundo é tomar a decisão de que a internacionalização é uma estratégia. O protecionismo de Trump preocupa o mercado? R: Independente do Trump, a trajetória dos Estados Unidos é de crescimento econômico permanente. O interessante para o Brasil é fazer uma aliança estratégica com os americanos, pensar em uma internacionalização por uma aliança.

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C O O P E R A T I V I S M O

18 anos marcados pela cooperação Como a cooperativa que nasceu dentro da Acic transformou-se em uma das mais sólidas instituições financeiras do Sul do estado

“Pois se uma grande pedra se atravessa no caminho e 20 pessoas querem passar, não o conseguirão se um por um a procuram remover individualmente. Mas se as 20 pessoas se unem e fazem força ao mesmo tempo, sob a orientação de um deles, conseguirão solidariamente afastar a pedra e abrir o caminho para todos.” A frase do precursor do cooperativismo de crédito no Brasil, padre Theodor Amstad, talvez fosse desconhecida por um grupo de empresários ligados à Associação Empresarial de Criciúma – Acic - em meados de 1999. Ainda assim, eles removeram a pedra da falta de crédito e dos juros altos, entraves ao crescimento das suas empresas. Juntos, eles garantiram desenvolvimento para um grupo que, na época, tinha pouco mais de 20 pessoas. Dezoito anos depois, já são mais de 16 mil membros em todo o Sul do estado. Mas qual a fórmula desse crescimento? Acrescente cooperação, visão estratégica, um sistema sólido e transparente, produtos eficientes e coloque mais um pouco de cooperação. Essa é a receita que a Sicredi Sul SC, cooperativa de crédito ligada ao Sistema Sicredi, vem usando nos últimos 18 anos para dar certo. E está dando. Com um patrimônio de quase R$ 35 milhões, R$ 177 milhões em operações de crédito, R$ 268 milhões de recursos captados e um resultado acumulado de R$ 4,9 milhões no primeiro semestre deste ano, 111% a mais que nos primeiros seis meses do ano passado, a cooperativa chega a 11 agências, planejando

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inaugurar outras duas até o fim de 2017. “Com a confiança dos nossos associados e a perseverança daqueles que apostaram na ideia da cooperativa lá no início, chegamos até aqui”, comenta Aloísio Westrup, presidente da Sicredi Sul SC. NASCIMENTO DA COOPERATIVA Perseverança não faltou. Em 1999, Álvaro de Freitas Arns, então presidente da Acic, começou o desenvolvimento de vários projetos dentro da entidade. Um deles era a criação de uma cooperativa de crédito para empresários locais. “Não conhecíamos o caminho para criá-la no Banco Central e encontramos muitas dificuldades. O projeto foi e retornou de lá várias vezes. Tivemos que recorrer ao sindicato da confecção para abraçar a ideia e encontrar um jeito”, lembra Arns. Em 13 de julho de 1999, com a aceitação do Banco Central e a realização de uma assembleia de fundação, nascia a Acicred. Aproximadamente 25 associados aplicaram recursos na instituição. Um ano depois, já eram 160 membros. “Fizemos um ato inaugural para apresentar a cooperativa à comunidade e abrir as suas dependências pra atendimento, na sede da Acic”, conta o conselheiro da Sicredi Sul SC, Waldir Duminelli, que, naquele ano, era diretor executivo da Associação Empresarial de Criciúma. O apoio da Acic foi essencial para a Acicred, principalmente nos primeiros anos. “A Acic ofereceu


Reunião de planejamento estratégico da Acicred em 1999

parte da sua sede sem cobrar nada, o que muito ajudou no fortalecimento da cooperativa”, relembra o ex-presidente da Acic, Edilando de Moraes. Mas, era necessário profissionalizar a instituição e dar a ela visibilidade. Foi então que em 2005, a Acicred deixou as instalações da Acic e mudou-se para o centro de Criciúma. Mudar-se para o centro da cidade foi um dos passos decisivos para que a Acicred ganhasse associados. Mas uma decisão tomada em 2007, já na gestão do atual presidente Aloísio Westrup, é que marcou profundamente essa nova fase da cooperativa. Naquele ano, a Acicred tornou-se filiada ao Sistema Sicredi, que recém iniciava as suas atividades em Santa Catarina. “A migração nos exigiu planejamento, estruturas mais fortes e uma ampliação do atendimento para mais empresários de todos os setores”, relata Westrup. EXPANSÃO PARA O SUL DO ESTADO Os anos seguintes continuaram sendo marcados por profundas mudanças. A conquista da livre ad-

missão de associados e a ampliação das atividades da cooperativa para todo o Sul do estado foram algumas delas. “O desenvolvimento dos colaboradores e perseguir o objetivo de tornar a cooperativa a principal instituição financeira dos nossos associados, oferecendo um atendimento consultivo, foram fatores que fizeram e fazem a diferença na construção da Sicredi Sul SC, destaca a gerente regional de desenvolvimento da Sicredi Sul SC, Karine Colombo Crocetta. Acompanhando o crescimento do cooperativismo de crédito no país, o Sistema Sicredi e a Sicredi Sul SC entraram nos últimos anos em uma nova fase. Uma nova marca, novos modelos de agências e o avanço para mais cidades têm sido a tônica do trabalho. “ Expansão é a palavra que melhor define o momento da nossa cooperativa. Sem perder a nossa essência que é estar próximo do associado, preocupando-se com a vida financeira dele”, afirma diretor executivo da Sicredi Sul SC, Erli Silveira Lima. A tarefa de abrir caminho, com cooperação e transparência, não terminou em 1999.

Linha do Tempo

Conheça a história do Sicredi

2011 1999

Constituída a Acicred – Cooperativa de Crédito Mútuo dos Confeccionistas do Vestuário da Região Sul Catarinense. Funciona dentro da Acic e com o incentivo da Associação.

2005

Projeto união amplia as atividades da cooperativa para os 45 municípios do sul do estado e dá origem à Sicredi Sul SC.

2007

A Acicred migra para o Sistema Sicredi e muda o nome para Sicredi Extremo Sul SC.

A cooperativa muda a sua sede para a Rua Rui Barbosa, no Centro Empresarial Diomício Freitas.

2017

A cooperativa chega a marca de mais de 16 mil associados, presença em oito cidades, seguindo para a nona, e um patrimônio de quase R$ 35 milhões de reais.

2011

O Banco Central aprova o projeto de livre admissão de associados e transforma a Sicredi Extremo Sul SC em uma cooperativa de livre admissão de associados.

Liderança Empresarial 55


B E N E F Í C I O S

Acic apresenta novas soluções aos associados Entidade firmou parceria com de planos de saúde e de odontologia

O

s associados da Acic passam a contar a partir de agora com mais uma solução empresarial. A Associação Empresarial firmou parceria com a operadora de saúde Agemed e está credenciada a comercializar os planos de saúde da operadora.

no ano passado os planos de saúde no Brasil tiveram uma queda de 6%, a operadora cresceu 67%”, destaca a gestora comercial da Agemed na região Sul, Ana Carolina F. Oliveira. ASSOCIADOS TAMBÉM TERÃO OPÇÃO DE PLANO ODONTOLÓGICO

“Não temos dúvida que este tipo de parceria será benéfica para os dois lados sendo mais uma opção de serviço para os “Não temos dúvida nossos associados”, destaca o presidente da Acic, César Smielevski. que este tipo de

Além da Agemed, a Acic passa a oferecer em seu rol de soluções, o plano odontológico Uniodonto. Cooperativa odontológica, sem fins lucrativos, a Uniodonto é organiza“Nossos consultores comerciais pas- parceria será benéfica da por cirurgiões dentistas que se saram por uma capacitação junto associam, segundo os princípios do para os dois lados aos profissionais da Agemed para cooperativismo com a finalidade de sendo mais uma oferecer e orientar os associados prestar assistência odontológica a sobre a nova solução”, acrescenta a opção de serviço para um custo acessível e ao alcance da diretora executiva da Acic, Julita Volpopulação. No Estado, são 1,4 mil cios nossos associados” rurgiões-dentistas cooperados e 200 pato. mil beneficiários atendidos. No país, César Smielevski, A Agemed, fundada há 19 anos, em atende em 1,3 mil municípios braJoinville, fechou o ano de 2016 atenPresidente da Acic sileiros com planos odontológicos dendo a cerca de 250 mil beneficiáindividuais, familiares e empresariais. rios, atuando nos estados de Santa Catarina, Rio “Somos sócios da Acic e vinhamos estudando essa Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso. A operadora parceria há um bom tempo. A associação proporpossui uma das maiores redes credenciadas em cionará às empresas mais um diferencial e nós Santa Catarina e conta com clínicas, laboratórios, e conseguimos expandir a marca”, coloca o presimédicos de todas as especialidades, além de hosdente da Uniodonto Sul Catarinense, Giovani Topitais nas principais cidades. nelli. “Estamos muito contentes com a parceria e temos Para ambos os planos, os associados da Acic terão certeza que será de grande sucesso. A Agemed tabela de preços diferenciada. está em processo de expansão no país. Enquanto

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O P I N I Ã O

A importância da autoridade do adulto na definição dos limites das crianças e adolescentes na educação atual G I L D O

P

or mais difícil e complicado que possa ser educar nos dias atuais, o professor jamais poderá abrir mão de sua autoridade. Freire (1989) já dizia que quando a autoridade renuncia a si mesma, a liberdade não se constitui como tal e, se o professor um dia renunciar a sua autoridade, nesse dia ele deveria desistir de ser professor.

V O L P A T O

abrem mão de sua autoridade na educação de seus filhos ou alunos? Durante muito tempo o que prevaleceu foi a repressão, o medo, o castigo, na educação dos filhos e dos alunos na escola tradicional. Durante as últimas décadas lutou-se para mudar esta realidade. O problema é que por imperativo de leis e teorias mal interpretadas, caiu-se em outro extremo: o da permissividade, o da falta de compromisso, o desrespeito e falta de educação.

Para ter autoridade, conforme Contreras (2003), é necessário autorizar-se, atrever-se a fazer o que tem que ser feito. E o que tem que ser feito por parte Sem dúvida esse assunto gera boas do professor? É dar direção, limireflexões sobre a realidade atual e tes, combinar algo, fazer cumprir nos coloca no limite de tomarmos e cumprir o que foi combinado, alguma atitude. No Brasil, como pois como bem pontuou Freire na maioria das sociedades oci(1997, p. 25): “É o meu bom senso dentais, a educação das crianças que me adverte de que exercer a e jovens, tornou-se um verdadeiminha autoridade de professor na ro dilema para os pais e profesclasse, tomando decisões, oriensores que titubeiam entre os extando atividades, estabelecendo tremos de repressão castradora e tarefas, cobrando a produção inda permissividade total. dividual e coletiva do grupo não é sinal de autoritarismo da minha “O problema é que por O filósofo e matemático Pitáparte. É a minha autoridade cumgoras há muitos séculos já disse imperativo de leis e teorias prindo o seu dever.” “educai as crianças, para que não mal interpretadas, caiuseja necessário punir os adultos”. Geralmente exigimos mais, cos-

se em outro extremo: o da

tumamos ser mais rigorosos, copermissividade, o da falta de O grande propósito da educação bramos bons comportamentos e formação geral, integral, para compromisso, o desrespeito éo aexercício resultados nos estudos daqueles pleno da cidadania e que mais amamos, mais nos pree falta de educação” da felicidade, para o bem estar ocupamos, daqueles ou daquelas individual e coletivo. E o melhor que queremos o melhor possível da vida, nossos caminho para tal encontra-se em dois princípios filhos. Pelo menos é assim por parte daqueles pais complementares: amar e dar limites. E dar limites responsáveis, que realmente amam e assumem o aos filhos, em casa, na família, é responsabilidade compromisso de educar seus filhos. Assim teria intransferível dos pais e, aos alunos, na escola, é que ser com nossos alunos. dos professores. A grande questão é encontrar o Se o rigor (não a rigidez, a inflexibilidade) realmente é algo que está na gênese da educação, da formação das pessoas, dos princípios fundamentais para se desenvolver limites, disciplina para o estudo, para a vida, por que isso se tornou tão difícil nos dias atuais? Por que tantos pais e professores

ponto de equilíbrio capaz de transformar as crianças e jovens em adultos felizes, comprometidos, solidários, responsáveis, cheios de atitudes e valores humanos de que tanto o mundo carece. Gildo Volpato, Doutor em Educação. Ex-reitor e professor do PPGE/UNESC Liderança Empresarial 57


O P I N I Ã O

As reformas e o falido sistema político M O A C I R Os brasileiros que produzem e trabalham com seriedade e ética estão convencidos do caráter inadiável das reformas da previdência e tributária. Só elas impedirão que o Brasil de amanhã seja a Grécia de ontem e de hoje, com cenário econômico e social devastador, como revela com precisão o filme “Mundos Opostos”, do cineasta Juan Solanas. Há, contudo, outra virada igualmente indispensável e urgente: a reforma política, para que mudanças radicais ocorrem no sistema partidário e eleitoral do país. Sem estas alterações, a gigantesca corrupção detectada na Lava Jato continuará tendo terreno fértil para retornar. Começa pelo custo das campanhas. Criciúma, Florianópolis e as maiores cidades brasileiras sabiam que o caixa 2 imperava em todas as campanhas e de todos os partidos, com variáveis de numerário. Os candidatos mais competitivos, defendendo legendas mais poderosas, gastavam milhões com produção de programas de televisão, com cachês de “militantes” e compra direta de voto, através dos cabos eleitorais. Reduzir ao mínimo o custo das campanhas é imperativo da reforma política. Basta proibir a produção televisiva e manter o veto à contribuição de empresas, com limites para doações de pessoas físicas. E nada de aumentar – como pretendem alguns fisiológicos de Brasília – o Fundo Partidário, uma excrescência do sistema eleitoral.

que envergonham a nação. Outra situação inaceitável: parlamentares fora dos cargos. Os eleitores elegem vereadores e, antes da posse, eles já assumem secretarias municipais; deputados vão para secretarias estaduais ou ministérios. A regra em vários países é simples: parlamentar eleito pode assumir cargo no Poder Executivo. Mas, perde o mandato. Suplente de senador é outro cargo eletivo que só serve para negociações políticas na formação das chapas, distorcendo o plenário da Câmara Alta. Impressiona o fisiologismo do Senado, a presença de suplentes despreparados. A norma simples: candidatos sem suplente. Vence o mais votado. Vindo a falecer ou perdendo o mandão, assume o segundo colocado.

“Reduzir ao mínimo o custo das campanhas é imperativo da reforma política. Basta proibir a produção televisiva e manter o veto à contribuição de empresas, com limites para doações de pessoas físicas”

Impossível o Brasil continuar com os 28 partidos que atuam hoje na Câmara Federal. Muitos são legendas de aluguel que se vendem antes, durante e depois das campanhas, por cargos e tempo de TV. Pior: 37 partidos já estão registrados e 58 em processo de criação. Tudo a funcionar com dinheiro do contribuinte. Cláusula de barreira é outra regra urgente para melhorar a produtividade dos legislativos e reduzir os espetáculos circenses

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P E R E I R A

O “Distritão”, que se cogita no Congresso, é outro mecanismo destinado a manter o atual “status quo”. Deputados com vários gabinetes, incontáveis funcionários, infraestrutura de comunicação e emendas já largam na dianteira, impedindo a renovação indispensável e a eleição de um parlamento mais produtivo, legítimo, ético e transparente. Assim, se não vier uma reforma política decente, a Lava Jato terá sido um trágico episódio na história do Brasil, sem produzir efetiva e real correção dos métodos políticos.

Ressuscitará um sistema político declaradamente falido e corrupto. Moacir Pereira, colunista do Diário Catarinense, A Notícia e Jornal de Santa Catarina, comentarista da CBN Diário. É membro da Academia Catarinense de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina.



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