Amores Espiritualmente Inteligentes - Rita Foelker

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Amores Espiritualmente Inteligentes Rita Foelker © 2017

Edição digital

Capa: Rita Foelker Foto da capa: Josh Willink (Pexels)

ISBN 978-85-8441-005-7

Edições Gil / Vidas Inteligentes Conheça o site: www.vidasinteligentes.com Siga no Facebook: https://www.facebook.com/vidasinteligentesdarita Escreva para nós: contato@vidasinteligentes.com Ouça todas as 5as. Feiras, às 20h30, o Programa Inteligência Espiritual pela Web Rádio Doutrina: http://rededoutrinaweb.caster.fm/

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Sumário Introdução Espiritualidade, independente de religião Carinho significa "eu estou aqui pra você" Ciúme e o espaço vital de um relacionamento “Diferenças inconciliáveis” Comunicação: paz na fala e na escuta Culpar o outro não resolve a situação Intimidade e honestidade O amor NÃO É líquido! Amor e profundidade da entrega Amor e liberdade de ser Vida a dois: permanecer juntos é uma arte muito sutil Dinheiro bom é “dinheiro pra…” Prosperidade independe de quantas coisas materiais e namorados(as) se tenha juntado durante a vida Amor e prazer erótico com seu par Sem greves de sexo, nem barganhas sexuais Passado: nossos erros nos ensinam, mas não nos definem Por que alguém atrai “pessoas erradas”? Conforto emocional não é amor Conexões amorosas: visões e experiências 3


Casamento, entre o sonho e a ilusão Um segredo dos casais que permanecem juntos Almas afins, duplas evolutivas e carma O mito do casal perfeito A importância do equilíbrio nos relacionamentos Inteligência Amorosa e as pessoas que vivem trocando de relacionamento Concluindo... SOBRE RITA FOELKER

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Introdução A Inteligência Espiritual nos Relacionamentos

Há uns anos eu estudava e ministrava palestras sobre Inteligência Emocional. Coordenava oficinas, com muito carinho e resultados motivadores. Atualmente eu entendo que necessitamos muito da Inteligência Emocional para viver bem conosco mesmos e com o próximo, neste planeta, mas que fazemos isso muito melhor quando, a ela, unimos a Inteligência Espiritual. Ou quando a própria Inteligência Espiritual fornece caminhos para nossa Inteligência Emocional. É que a Inteligência Espiritual coloca nossas escolhas e atos dentro de um contexto mais amplo e comprometido com a vida e suas infinitas conexões. Ela contextualiza nossos pensamentos e ações ao seu sentido e ao seu propósito espiritual e às suas valorações internas e evolutivas. Assim, nós nos tornamos capazes de usar a consciência espiritual e a conexão espiritual para viver uma vida mais rica, mais completa, com visão de metas, criatividade, intuição e direção pessoal mais segura. Por quê? Porque com Inteligência Espiritual desenvolvida, ampliamos o olhar para além das coisas e fatos imediatos, ativamos nossa percepção intuitiva e aprendemos a ler melhor as nossas sensações sutis. Isso conduz a um autoconhecimento mais profundo e uma noção melhor de objetivos e meios. 5


Com essa consciência amplificada, as adversidades deixam de ser tragédias para se tornar oportunidades e caminhos de aprendizado. Reclamamos menos, exercitamos mais as nossas capacidades. Adquirimos a percepção da diversidade de caminhos humanos e passamos a respeitar o diferente. Desenvolvemos uma profunda compaixão, compreendendo que “o outro é um ser como eu mesmo, mas vivendo dentro de um mundo diferente do meu”, como frisou o Lama Padma Samtém. Tudo isso possibilita ver e agir com mais serenidade, amplitude, compreensão, afeto e confiança, qualidades essenciais no cotidianos dos relacionamentos amorosos. Você encontrará no interior dos capítulos ou logo após, diversas perguntas. Elas não são testes, você não precisa se preocupar em acertar. Elas se propõem a trazer sua atenção para alguns pontos que podem ajudar você a se entender melhor e também ao seu parceiro ou parceira. Não tenha pressa, não fique ansioso se não encontrar a resposta imediatamente. Não tente resolver como um enigma para a mente apenas. Permita que o tempo ajude a encontrar a resposta do seu sentimento e intuição.

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Culpar o outro não resolve a situação

A gente funciona dentro de alguns padrões aprendidos nas interações humanas e incorporados pelo Ego. Algumas vezes, trouxemos esse costume da própria família. A gente pode usar esses padrões como se isso fosse beneficiar alguém ou resolver uma situação, mas analisando melhor, vemos que de fato nada melhora. A culpa é um desses padrões. Se algo acontece que não me deixa bem, que não me agrada, posso culpar alguém e sentir algum tipo de falso alívio, mas sem que isso de fato melhore ou solucione a situação em si. Mas quantas brigas começam por que algo aconteceu e culpamos o outro? Eu posso, no entanto, em lugar de apontar o dedo, exercitar meu entendimento e minha espiritualidade nesse momento. Sim, como disse a Monja Coen, a espiritualidade não está apenas em igrejas, templos e acrescenta: “Se alguém me insulta e sou capaz de compreendê-lo, sem me deixar levar pela raiva, pela vingança ou pela tristeza, estou praticando a espiritualidade. O estresse, a pressa e o trânsito são ótimas oportunidades de prática espiritual. Ao perceber a tensão, já me coloco em outro patamar: inicio um processo de autoconhecimento, percebo o que impulsiona e o que me retrai...” 7


Praticar a espiritualidade é centrar-se, antes de agir, antes de falar, antes de lançar dardos de culpa e reclamação para o outro. Então, vão surgir perguntas importantes dentro de você, que podem mudar a sua ação. Se algo aconteceu, eu preciso mesmo apontar um culpado? Se alguém sentir raiva e quiser brigar comigo, eu preciso brigar também? Não será melhor respirar, me acalmar e evitar o conflito? Quando você se irrita ou culpa o outro, isso não lhe causa bem estar. Pelo contrário, isso pesa, aborrece, drena sua energia. E cria um sistema de energia pesada e difícil entre você e o seu parceiro. Algo que vai ficar ali, porque vocês estão juntos e convivem, também, com aquele peso e aquela dificuldade, juntamente com todos os demais desafios diários. *** Se pergunte: O que leva você a culpar seu parceiro de algo? a) Você quer corrigir a pessoa? Funcionaria melhor se você conversasse e auxiliasse com amor. b) Você quer se sentir melhor consigo, eximindo-se da culpa? Nem tudo que acontece precisa de um culpado. Pelo contrário, somos mais responsáveis e proativos quando paramos de procurar culpados e tomamos boas atitudes. 8


Casamento: sonhe, mas sem ilusões

A diferença entre sonho e ilusão nem sempre fica clara. Mas algumas pessoas têm o sonho de um casamento. Outras, a ilusão. Um sonho é um desejo cuja realização não é possível no momento, mas que pode ser realizado com tempo, planejamento e esforço. Uma ilusão é uma construção mental que geralmente agrada ao Ego e que pode não ter nenhuma outra finalidade, além desta. Frequentemente há sonho e ilusão, misturados num projeto de casamento. Essa combinação, sem discernimento, pode fazer exagerar em gastos e preocupações com coisas que são ilusórias. Quando desejar algo, comece perguntando se aquilo vai realmente lhes trazer alguma alegria, se cabe no seu orçamento. Ou se vocês vão deixar de atender outras prioridades ou vão se endividar, só pra fazer uma coisa “porque os outros estão fazendo”. Se perguntem: a) Vocês podem? b) Vocês precisam? c) Que tipo de satisfação lhes trará? 9


d) Que sentido isso terá no todo de suas vidas e futuro? e) Que parte isso terá na sua alegria e de sua família? f) Qual a condição financeira de realizar esse desejo? Tais perguntas têm a ver com outros momentos, com todos os gastos de um casamento, mas também com outros sonhos e desejos. Viagem. Carro novo. Móveis novos. Roupa cara. Com respeito à cerimônia, a festa pode ser linda como um sonho. No entanto ela passa, coisas materiais se desfazem no tempo, só os sentimentos verdadeiros persistem. Por isso, convém exercitar algum desapego, que não é viver desligado de tudo, mas, sim, estar ligado ao que é realmente essencial. O essencial que identificamos dentro daquele entendimento elevado que conecta nossa vida e nossos atos a algo que transcende nós mesmos. Nossos sentimentos, que merecem consideração e respeito. Nossas relações. Nossos valores. Muitas pessoas hoje levam uma vida feita de pedaços: o pedaço da família, o do trabalho, o dos sonhos. Assim, fica difícil para elas distinguir o que é sonho, o que é real e o que é ilusão. Um pouco de Inteligência Espiritual integra os vários aspectos do cotidiano numa visão mais ampla e consistente. 10


O desapego pode ser, apenas, uma proposta de viver, simplesmente, cada dia. Ou de simplesmente viver de modo mais consciente, onde viver é mais que permanecer vivo, mas fazer uma escolha bonita em favor de si e do mundo. Soltar-se do que foi pego um dia, mas já não serve. Soltar-se do que está fixado na vida, mas já não nos acrescenta e felicita, é uma medida em prol da felicidade. Soltar-se do que está apenas na mente, atendendo ao consumismo, narcisismo e imaturidade.

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A importância do equilíbrio nos relacionamentos

Talvez você já tenha visto casais onde parece que um dos dois soma, contribui, enquanto o outro pouco ou nada oferece. Ou então, parece que um ama muito mais, é mais disponível, mais presente e se doa muito mais que o outro para o bem do relacionamento. Compartilha mais, cuida mais da vida em comum, é mais afetivo. O outro é mais fechado em si mesmo, mais centrado em suas próprias ocupações e necessidades e se torna aquela pessoa que só recebe, no relacionamento. Nós podemos perceber isso em termos de equilíbrio ou de desequilíbrio, que surgem em vários aspectos da vida. Esse desequilíbrio pode ser circunstancial. Quando um dos dois é muito necessitado ou se encontra num padrão de doença ou dependência; quando há alguma limitação física ou emocional que exige atenção e cuidado; quando há desnível intelectual ou financeiro. Isso é circunstancial porque a atitude e o nível de dedicação, a busca de oferecer sua contribuição, consegue manter o relacionamento equilibrado. O desequilíbrio também pode acontecer quando um dos parceiros se sente superior ao outro, quer suprir todas as necessidades e tem dificuldade em receber o que lhe cabe no relacionamento. O problema desse padrão é que o outro, com o tempo, vai se infantilizando, se tornando 12


dependente. Ao sentir o vazio interno de não contribuir, ele acaba procurando em outros lugares, com outras pessoas, relações que sejam mais equilibradas. O desequilíbrio às vezes se instala por aspectos psicológicos, íntimos, de um dos parceiros. Ele se sente inferior, não merecedor. Talvez acredite que esteja em falta por alguma coisa que fez ou viveu, por sua origem social, pela própria sensação de desvalor, que faz com que sempre esteja buscando oferecer mais que o outro, de um modo que nunca se torna suficiente. Relacionamentos equilibrados são trocas e pedem reciprocidade. O que se troca não é idêntico, mas precisa ser percebido como equivalente. Contudo, há casamentos em que o desequilíbrio se tornou cotidiano, em que se quer estar junto apesar das diferenças e distâncias, que são maiores e mais difíceis de se lidar. São as diferenças de nível evolutivo. Diferenças de compreensão da vida, diferenças de desenvolvimento das inteligências – especialmente as Inteligências Emocional e Espiritual, que se refletem em diferenças de sensibilidade estética ou poética (que também tem a ver com evolução), adesão a diferentes concepções religiosas que sejam muito contrastantes quanto aos princípios e condutas. Diferenças que resultam em atitudes que incomodam ou geram conflito. Quando estou num relacionamento em que eu só doo, preciso me perguntar por quê. Que busca se encontra 13


por trás desse proceder? Será por me sentir inferior? Será por medo de perder a companhia e o afeto do outro? Quando estou num relacionamento em que só recebo, é preciso verificar por que não venho oferecendo nada em troca. Isso é amor? Ou é dependência? Sem equilíbrio, a possibilidade de um relacionamento se deteriorar e afundar é enorme. Então, enquanto estão juntos, é tempo de perceber e corrigir a dinâmica de trocas entre o casal. Vivemos, muitas vezes, como se fosse sempre existir uma eternidade para fazer o que ainda não fizemos, para dizer o que é importante, esquecendo que os dias e oportunidades que desperdiçamos não nos serão devolvidos. Por isso, na espera de um futuro distante, você pode estar jogando fora, hoje, a dádiva da felicidade e da afeição.

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Sobre RITA FOELKER

RITA FOELKER é filósofa, escritora e jornalista. Pesquisadora da Inteligência Espiritual, trabalha como palestrante, professora, educadora e editora e tem mais de 50 títulos publicados entre adultos e infantis, incluindo Famílias Espiritualmente Inteligentes e Crie sua Realidade! e livros mediúnicos com Calunga e Aymará. É coautora do livro ABC da Prática Mediúnica, com Pedro Camilo, pela editora Mente Aberta. É autora de livros de Origami e coordena o Projeto Origamandalas. Apresenta o programa Inteligência Espiritual pela Web Rádio Doutrina todas as quintasfeiras, às 20h30.

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